Ano 20, nº 847 Embrapa Clima Temperado 18 a 31/01/2014 UD … · Linha Aberta nº 847, de 18 a...

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A lagarta Helicoverpa armige- ra está preocupando agricultores em todo o Brasil pelo seu poten- cial destrutivo. A praga foi iden- tificada no estado no fim do ano passado, inicialmente nos muni- cípios de Espumoso, Carazinho e Passo Fundo. Na Metade Sul, mesmo sem confirmação oficial pelo Mapa, alguns produtores têm utilizado agrotóxicos indiscrimi- nadamente a fim de prevenir a incidência da lagarta. Em função disso, pesquisadores e técnicos da UD se reuniram no último dia 8, no auditório Terras Baixas, para definir diretrizes de como abor- dar o problema na Metade Sul e evitar que os agricultores conti- nuem abusando desses produtos. De acordo com os pesquisado- res, existem outras maneiras mais eficazes e menos agressivas para evitar o aparecimento da Helico- verpa. Na região, o controle de la- gartas é realizado anualmente nas lavouras de soja. Mas, Ana Paula Afonso, pesquisadora na área de Entomologia e Sanidade Vegetal e porta-voz do controle da praga na UD, afirma que nem todo produto utilizado é eficaz contra a H. ar- migera. Além disso, a aplicação de produtos misturados é uma práti- ca ilegal, que além de pesar no bol- so do produtor, também agride o meio ambiente. Atualmente, exis- tem 43 produtos registrados pelo Mapa para combate à praga, sendo 14 classificados como biológicos. Além da lagarta da espiga do milho (Helicoverapa zea) e da H. armigera, existe uma terceira, mui- to presente na Argentina (Helico- verpa gelotopoeon), que já foi iden- tificada no Rio Grande do Sul e está no meio termo em fator de agressi- vidade. Mas, segundo a pesquisa- dora, não há risco de cruzamento. Monitoramento Para prevenir o ataque da la- garta a palavra-chave é o monito- ramento das lavouras de soja. No estado existem diferentes lagartas que atacam a cultura e a distinção da H. armigera das demais é reali- zada em laboratório, através de exa- me de DNA ou de um detalhe do órgão sexual do macho. Mas, com o monitoramento através de arma- dilhas com feromônios específicos, os pesquisadores e técnicos da UD, Emater e Secretaria de Agricultu- ra conseguem detectar a presença da praga diretamente na lavoura. A utilização de agrotóxicos ainda não é a medida de preven- ção recomendada pela pesquisa. Além do monitoramento, a rea- lização de controle biológico e, principalmente, de controle cul- tural pode apresentar melhores resultados nesta fase de alerta. “Não se pode abandonar áreas de cultivo porque isso se torna foco de pragas durante o ano in- teiro”, completa a pesquisadora. Ano 20, nº 847 UD define estratégias para controle da Helicoverpa armigera Embrapa Clima Temperado 18 a 31/01/2014 Paulo Lanzetta

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A lagarta Helicoverpa armige-ra está preocupando agricultores em todo o Brasil pelo seu poten-cial destrutivo. A praga foi iden-tificada no estado no fim do ano passado, inicialmente nos muni-cípios de Espumoso, Carazinho e Passo Fundo. Na Metade Sul, mesmo sem confirmação oficial pelo Mapa, alguns produtores têm utilizado agrotóxicos indiscrimi-nadamente a fim de prevenir a incidência da lagarta. Em função disso, pesquisadores e técnicos da UD se reuniram no último dia 8, no auditório Terras Baixas, para definir diretrizes de como abor-dar o problema na Metade Sul e evitar que os agricultores conti-nuem abusando desses produtos.

De acordo com os pesquisado-res, existem outras maneiras mais eficazes e menos agressivas para evitar o aparecimento da Helico-verpa. Na região, o controle de la-gartas é realizado anualmente nas

lavouras de soja. Mas, Ana Paula Afonso, pesquisadora na área de Entomologia e Sanidade Vegetal e porta-voz do controle da praga na UD, afirma que nem todo produto utilizado é eficaz contra a H. ar-migera. Além disso, a aplicação de produtos misturados é uma práti-ca ilegal, que além de pesar no bol-so do produtor, também agride o meio ambiente. Atualmente, exis-tem 43 produtos registrados pelo Mapa para combate à praga, sendo 14 classificados como biológicos.

Além da lagarta da espiga do milho (Helicoverapa zea) e da H. armigera, existe uma terceira, mui-to presente na Argentina (Helico-verpa gelotopoeon), que já foi iden-tificada no Rio Grande do Sul e está no meio termo em fator de agressi-vidade. Mas, segundo a pesquisa-dora, não há risco de cruzamento.

MonitoramentoPara prevenir o ataque da la-

garta a palavra-chave é o monito-ramento das lavouras de soja. No estado existem diferentes lagartas que atacam a cultura e a distinção da H. armigera das demais é reali-zada em laboratório, através de exa-me de DNA ou de um detalhe do órgão sexual do macho. Mas, com o monitoramento através de arma-dilhas com feromônios específicos, os pesquisadores e técnicos da UD, Emater e Secretaria de Agricultu-ra conseguem detectar a presença da praga diretamente na lavoura.

A utilização de agrotóxicos ainda não é a medida de preven-ção recomendada pela pesquisa. Além do monitoramento, a rea-lização de controle biológico e, principalmente, de controle cul-tural pode apresentar melhores resultados nesta fase de alerta. “Não se pode abandonar áreas de cultivo porque isso se torna foco de pragas durante o ano in-teiro”, completa a pesquisadora.

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UD define estratégias para controle da Helicoverpa armigera

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A Criopreservação de ma-teriais genéticos vegetais, que promete conservar meristemas, embriões e sementes por tempo indeterminado, é a nova linha de pesquisa do Laboratório de Cultura de Tecidos. O método laboratorial, pioneiro na região Sul, conserva germoplasmas em temperaturas ultrabaixas (-196°) dentro de tanques de nitrogênio.

Esta técnica paralisa o cresci-mento da planta e a consequente multiplicação, possibilitando a formação de um banco de germo-plasma em um espaço reduzido. A exposição das plantas ao nitro-gênio, além da conservação, pode eliminar partículas virais dos te-cidos vegetais, técnica denomi-nada crioterapia. “É uma técnica importante como apoio a progra-

mas de melhoramento genético vegetal” explica Leonardo Dutra.

EstruturaO laboratório conta com

criotanques e botijões de diferen-tes capacidades e que precisam ser regularmente reabastecidos. Para a aquisição dos equipa-mentos necessários, foi realizado um investimento inicial de R$ 200 mil, adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputa-do federal Paulo Pimenta (PT). Há expectativa de complemen-tação de outros R$ 200 mil para aquisição de mais equipamentos.

Atualmente o Laboratório de Cultura de Tecidos se encontra em processo de desenvolvimen-to de protocolos para criopre-servação de diferentes espécies.

Criopreservação de vegetais é novidade na UD

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Depois de um ano de trabalho é hora de férias, um período muito agradável e esperado por todos. Mas, será que todos os profissionais conseguem ficar fora da empresa e se desligar do ambiente de trabalho durante as suas férias? A psicóloga Tâ-nia Regina dos Reis Mansano diz que não. “Apesar de aguar-darem com expectativa por este período, muitos não sabem ou não dão a devida importância a este momento”, afirma. Fé-rias é sinônimo de recarregar as energias, de relaxar, de estar com você mesmo, de estar com a família, de interagir com os filhos e de fazer o que você tem vontade. Mesmo não podendo viajar por questões financeiras, ou porque o tempo é curto, ou até por querer curtir a sua casa que durante o ano ou ainda devido à correria do dia a dia. Mas, é importante não ficar preso a horários, padrões de comportamentos, porque estas regras são necessárias no tra-balho e não durante as férias. “É um período de descanso, de relaxar mente e corpo, de sair da rotina, de fazer coisas que gosta e de ter prazer. Por não darem a devida atenção às férias e não planejarem bem, muitos podem voltar até mais cansados e tensos”, completa a psicóloga.

Fonte: Revista + Saúde

A Sede foi escolhida pelo Minis-tério do Desenvolvimento Agrá-rio (MDA), devido à estrutura e as várias atividades desenvolvi-das em conjunto, para sediar o evento de entrega de máquinas às prefeituras contempladas atra-

vés do Projeto de Aceleração de Crescimento (PAC2). Ao todo, serão oferecidas 90 máquinas, entre caminhões e motonivelado-ras para 60 prefeituras. O evento ocorre dia 31 de janeiro, às 10h, no Auditório Ailton Raseira.

Entrega de máquinas

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A Embrapa recebeu a visita de um grupo de participan-tes da 20ª Jornada de Plantas Daninhas no Rio Gran-de do Sul e Santa Catarina. O evento organizado pelo pesquisador da CCGL, Dr. Mário Bianchi, tinha como objetivo a integração entre pesquisadores, professores e estudantes de pós-graduação sobre controle de plan-tas daninhas. A jornada passou pelas cidades de Passo Fundo, Sertão, Cruz Alta, Santa Maria, El Dourado, Ca-choeirinha e Pelotas e contou com cerca de 60 pessoas.

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Giro pela Unidade

A Embrapa, em parceria com a Emater, UFPel, Sindica-to dos Trabalhadores Rurais e a Prefeitura Municipal de Pelotas, dá início à Colheita da Uva. O evento ocorrerá às 15h30, na propriedade de João Ernesto e Renato Ri-bes – especialmente escolhida por ser beneficiada pelo programa Mais Água Mais Renda. Este ano, a Colheita terá como tema as técnicas de Licenciamento Ambiental para Sistemas de Irrigação. Também haverá benção ecu-mênica, passeio pelos vinhedos e degustação de uvas.

A UD recebeu a visita de um grupo de estudantes e pro-fessores da UNIPAMPA, de São Gabriel. O grupo tinha como objetivo entender melhor a metodologia de pes-quisa utilizada em uma grande empresa e teve a oportu-nidade de visitar as atividades desenvolvidas na Cascata e na Sede. O chefe de P&D da Unidade, Sergio Renan, e o chefe de Transferência e Tecnologia da UD, João Costa Gomes, palestraram sobre o funcionamento da pesqui-sa e a complexidade da construção de conhecimento.

Rafael Lem

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17/01- Visita

29/01 - Colheita da uva

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Um minicurso introdutório ao software R, um programa livre para elaboração de gráficos e estatísticas, foi pro-movido pelo pesquisador Ricardo Valgas. O minicurso ocorreu no auditório da TT e reuniu pesquisadores e bol-sistas. O principal objetivo foi explicar o funcionamento do programa aos participantes. De acordo com Valgas, a região Sul está desatualizada em relação ao uso de sof-twares gratuitos. Mas, é provável que, devido à restrição de recursos, eles também sejam adotados pelas empresas.

16 e 17/01 - Minicurso

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13 a 16/01 - Encontro de plantas daninhas

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EXPEDIENTE - O jornal interno Linha Aberta é editado pelo Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Clima Temperado, nas versões on-line e impresso. Chefe-Geral: Clenio Pil lon. Chefe Administração: José Dias Vianna Filho. Chefe TT: João Carlos Costa Gomes. Chefe P&D: Sergio Renan. Edição: Francisco Lima (13696 DRT/RS) Diagramação: Ariadne Siqueira. Circulação: Equipe NCO. Redação: Francisco Lima (13696 DRT/RS); Ariadne Siqueira (estagiária). Fone: (53) 3275-8113. E-mail: [email protected]

19/1 - Neuza Dannenberg 19/1 - Sergio Silva 19/1 - Enio Junior 19/1 - Elton Nolasco 19/1 - Marcos Neumann 20/1 - Luciene Cunha 20/1 - Janni Haerter 20/1 - Carlos Pereira 20/1 - Valnei Fagundes 20/1 - Catia Kellermann 22/1 - Carlos Timm 22/1 - Denoir Borges 23/1 - Lirio Reichert 23/1 - Alexandre Teixeira 24/1 - Jose Costa 25/1 - Jose Danubio 26/1 - Julio Silva 26/1 - Sergio Grala 27/1 - Eduardo Alves 28/1 - Fabiane Porto 31/1 - Paulo Barwald 31/1 - Luis Volcan31/1 - Francisco Lima

Aniversários

Depoimento Embrapa 40 anos

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Valter Lopes Abrantes

Anos 80

Agenda

Pé na estrada

28 e 30/01 - Dia de Campo Sistemas de Produção de Leite (ETB);29/01 - Abertura Colheita do Uva (Pelotas);31/01 - Entrega de máquinas (Sede);

Veja o calendário completo na Intranet em NCO/Eventos

Valter Lopes Abrantes ini-ciou sua carreia na Embrapa em 1985, como estagiário do Labo-ratório de Entomologia. Quatro anos depois, no primeiro con-curso público ofertado pela ins-tituição, foi chamado para atuar como laboratorista efetivo do Laboratório de Pós-Colheita, onde ficou por cerca de sete anos. Abrantes se diverte relembrando seus últimos dias no laboratório, quando circulava a informação de que as instituições públicas poderiam ser privatizadas pelo

governo e todos seus emprega-dos corriam o risco de demissão. “Um amigo meu brincava que era terrorismo”, recorda. Em 1997, Abrantes foi transferido para o Laboratório de Imunologia e Mi-croscopia. Para o adorador de fotografias, atuar junto aos mi-croscópios lhe traz grande satis-fação. “Fotografia é meu hobby e meu trabalho”, acrescenta. Traba-lhando no mesmo laboratório há 17 anos, Abrantes se diz apaixo-nado pelo que faz. “A Embrapa é minha segunda casa”, encerra.

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21 a 22/1 Carlos Reisser Santa Cruz e Seberi/RS Marcação dos locais e definição de instalações de geradores

eólicos e fotovoltáicos.

21/1 a 1/2 Natércia Pinheirol Piracicaba/SP Participar do Brazilian Edition of the Summer Institute in Stati-

scal Genetics.

21 a 24/01 José Pereira e

Maria do Carmo

Petrolina/PE Participar de reunião técnica do projeto Diversificação.

23 e 24/01 Luis Belarmino Porto Alegre/RS Tratar da análise econômica nas cadeias de arroz do Brasil

e do Uruguai.

28/1 a 6/2 Caroline Castro Piracicaba/SP Realizar dois cursos de capacitação em genética - estatistica

"Population Genetic Data Analysis" e " Plant and Animal As-

sociation Mapping".