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Iniciativae criatividade

A Revista do Centro Paula Souza é umapublicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica

Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimentodo Estado de São Paulo.

Presidente do Conselho Deliberativo: Yolanda SilvestreDiretora Superintendente: Laura Laganá

Vice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

Reportagem e edição: Patrícia PatrícioReportagem: Fabio BerlingaProjeto gráfico e editoração: Marta AlmeidaCapa: Marta AlmeidaJornalista responsável: Gleise Santa Clara – MTB 12.464-4

Assessoria de Comunicação – AssComJornalistas: Bárbara Ablas, Dirce Helena Salles,Fabio Berlinga e Gleise Santa ClaraDesigners: Jonathan Toledo e Marta AlmeidaBanco de Informações: Débora Souza e Mariana NogueiraSecretário de Redação: Raul de Albuquerque

Redação: Praça Coronel Fernando Prestes, 74, Bom Retiro,São Paulo, SP , CEP 01124-060, Tel.: (11) 3327-3144imprensa@centropaulasouza.sp.gov.brwww.centropaulasouza.sp.gov.brImpressão: Premier Gráfica – Tiragem: 9.000 exemplares

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Apoio ao setor calçadistaA região de Franca, forte no setor

couro-calçadista, ganhará um observa-tório dos aspectos tecnológico e merca-dológico do setor: o Núcleo de Inteli-gência Competitiva de Couro e Calçado(NICC). Participam do NICC a Fatec deFranca (e seus alunos de Gestão da Pro-dução de Calçados) e o Sindicato da In-dústria de Calçado de Franca (SindiFranca).O Governo do Estado planeja investirR$ 200 mil para a aquisição de mobiliárioe equipamento do Núcleo, que deveentrar em operação em um ano e meio.O projeto beneficia mais de 3 mil em-presas instaladas nos municípios quecompõem o Arranjo Produtivo Local(APL) dessa região calçadista: Franca,Itirapuá, Patrocínio Paulista, Pedregulhoe São João da Barra. Só em Franca,

As Escolas Técnicas Estaduais (Etecs)de São Paulo tiveram ótimos resultados,pela quarta vez consecutiva, no ExameNacional do Ensino Médio (Enem). A ava-liação realizada em 2008 e divulgada emabril mostra que das 20 melhores escolaspúblicas no Estado de São Paulo, 12 sãoEtecs (veja quadro). As unidades se pro-

Etecs se destacam no Enem

o setor gera mais de 19 mil postos detrabalho. “A iniciativa vai fortalecer aindamais o APL calçadista, que representa umdos setores mais importantes da econo-mia de São Paulo”, afirmou o secretárioestadual de Desenvolvimento, GeraldoAlckmin, durante o lançamento do NICC.

Para aumentar a competitividade, tecnologia

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Além da missão de educar jovens

para a vida profissional, Etecs e Fatecsdesenvolvem ações solidárias: inclusãodigital, brincadeiras com crianças hospi-talizadas, entre outras iniciativas. Na horade buscar emprego, o voluntariado somapontos no currículo, pois os empregado-res valorizam a responsabilidade social.Sem falar que essas experiências ampliama visão de mundo dos jovens, tornando-os mais capazes para resolver problemas.

Essa capacidade para solucionarquestões se revelou, mais uma vez, nodesempenho dos alunos de Ensino Médiodas Etecs no último Exame Nacional doEnsino Médio (Enem), divulgado em abril.Etecs da capital e do interior vêm se desta-cando entre as melhores escolas públicase particulares ao longo dos últimos anos.

Parabéns aos alunos, que, motivadose orientados por nossos professores,também têm desenvolvido excelentessoluções que ajudam no cotidiano dasunidades. Um exemplo dessa criatividadesão as versões de lousas digitais, feitasnas Fatecs de São José do Rio Preto eTatuí e na Etec de Bebedouro. Com essastecnologias, o educador pode inovarainda mais na prática pedagógica.

Laura LaganáDiretora Superintendente

Etecs no Estado – Classificação entre as públicas *

2a Etesp (Etec São Paulo) São Paulo 71,355a Getúlio Vargas São Paulo 69,759a Professor Armando Bayeux da Silva Rio Claro 68,76

10a Prefeito Alberto Feres Araras 68,5211a Professor Basilides de Godoy São Paulo 68,4312a Lauro Gomes São Bernardo 68,1814a Albert Einstein São Paulo 68,0915a Júlio de Mesquita Santo André 67,7016a Guaracy Silveira São Paulo 67,7017a Deputado Salim Sedeh Leme 67,5819a Vasco Antonio Venchiarutti Jundiaí 67,3220a Martin Luther King São Paulo 67,08

* O primeiro colocado (o Cefet) obteve nota 73,38

jetaram ainda na classificação geraldo Estado, que abrange escolas públicase privadas. Entre as 40 primeiras, duassão Etecs da capital: a Etesp (15a posição)e a Getúlio Vargas (35a posição). A Etespficou com a 2a posição entre todas asestaduais do Brasil e em primeiro lugarentre as estaduais paulistas.

Colocação Etec Cidade Nota

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Em 29 e 30 de maio, a Fatec Americana recebe o2o Congresso Brasileiro de Línguas Estrangeiras na FormaçãoTecnológica. A primeira edição do evento ocorreu em Indaia-tuba, em abril de 2008. Para este ano, foi escolhido o tema“A formação tecnológica e suas interfaces: desenvolvimento,globalização e ensino de línguas”. Segundo Maria Elizete LuzSáes, integrante da Comissão Organizadora, “o objetivo dainiciativa é propor a criação de um espaço para que a discus-são sobre o ensino e a aprendizagem de idiomas e a forma-ção tecnológica ocorra por meio da interação entre asdiferentes instituições de ensino superior e as empresas”.Angelo Cortelazzo, coordenador de Ensino Superior do CentroPaula Souza, faz a palestra de abertura. Uma mesa-redondadiscutirá as novas tecnologias aplicadas ao ensino de línguas.Workshops apresentados por professores da USP, PUC, Unicampe Fatec abordarão temas como o uso do audiovisual para acompreensão do espanhol e a leitura crítica do Inglês.

Congresso de Fatecs em evento

Dois trabalhos da Fatec Guarulhose um da Fatec Jahu foram apresenta-dos no 6o Seminário Internacionalde Logística Agroindustrial, realizadoem abril na Escola Superior de Agri-cultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP),em Piracicaba. O aluno Raul PereiraBorges Filho, de Guarulhos, investi-gou a cadeia reversa do PET (etapasapós o consumo) e propôs formalizar a coleta seletiva, a triageme a reciclagem para evitar o descarte em lixões. Rafael Bizerraestudou a água de lastro dos navios. Quando não descarregadaem alto-mar, contamina portos. O estudante sugere métodoscomo filtragem, esterilização com ozônio ou raios ultravioleta.De Jaú, o coordenador do curso de Logística, Osvaldo ContadorJúnior, pesquisou com os colegas Telma Faxina e Célio Favonia coleta de resíduos da indústria calçadista local.

Chefe de cozinha apresenta

Rápidas

O novo curso de Técnico em Cozinha,ministrado na Etec Carlos de Campos,bairro paulistano do Brás, apre-sentou uma aula inaugural emgrande estilo, com RodrigoOliveira, chefe do restau-rante típico nordestinoMocotó. Considerado umdos grandes destaques danova geração, Oliveira contousua trajetória pessoal, ensinoutruques de culinária e apontouas qualidades desejadas em um bomprofissional. “Um chefe de cozinha deveser líder e saber gerir a equipe”, disseOliveira, ex-aluno de uma unidade doCentro Paula Souza – fez Técnico emAdministração na Etec Prof. HorácioAugusto da Silveira, da capital. O brunchnordestino oferecido após a apresenta-ção contou com a parceria do CentroUniversitário São Camilo: seus estudan-tes de Gastronomia prepararam pratoscomo o escondidinho de carne seca.

aula inaugural no Brás

A primeira turma do curso Técnico emCozinha tem 40 alunos. Essa habilitaçãoforma o profissional que cuida desde a

elaboração do cardápio até a operação demaquinário, para atuar em restaurantes,bares, hotéis, bufês e cruzeiros marítimos.

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Alunos da Etec Carlos de Campos e seus professores no brunch

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Técnicos que viramtecnólogos

Carreiras

o fim de 2008,Graciel Covanzide Souza, de

19 anos, formou-se noEnsino Médio e no cursoTécnico de Edificaçõesna Etec Guaracy Silveira,no bairro de Pinheiros, em São Paulo.Na hora de escolher um curso superiorpara continuar a carreira acadêmica, eleoptou por Construção Civil, ModalidadeEdifícios, na Fatec São Paulo. “Achei queera o caminho natural, seguir em umcurso da área na qual já sou técnicoe numa faculdade conceituada”.

Graciel é um entre centenas de alu-nos formados nas Etecs que, todos osanos, procuram as Fatecs. “Parece naturalque os técnicos habilitados pelas Etecsoptem por uma Fatec, que oferece cursode graduação, na mesma área escolhidadurante o nível técnico. Esse aluno teráuma formação profissional privilegiada”,garante Almério Melquíades de Araújo,coordenador de Ensino Técnico doCentro Paula Souza.

No Vestibular das Fatecs para o pri-meiro semestre de 2009, foram mais de250 egressos de Etecs entre os aprova-dos, segundo informações enviadaspelas unidades de ensino até o fecha-

mento desta edição.“Principalmente nascidades que contamcom Etec e Fatec, essenúmero é mais significa-tivo, devido ao contatopróximo entre as unida-des”, avalia Angelo LuizCortelazzo, coordenadorde Ensino Superior deGraduação do CentroPaula Souza.

Lincoln Augusto Dias,20, encaixa-se no perfilcitado por Cortelazzo:formou-se técnico em

Informática pela Etec Philadelpho Gou-vêa Netto, de São José do Rio Preto, eingressou em Informática para Gestãode Negócios, na Fatec do município.

“Conheci a Fatec dentro da Etec,porque todos falavam muito bem.Assim como muitos dos meus colegasde curso, escolhi estudar na Fatec eestou gostando, aperfeiçoando meusconhecimentos”, conta o estudante.

Para Cortelazzo, essa decisão foiacertada. “O egresso de uma Etec podese sentir mais seguro na formação pro-fissional direcionada, visto que já seiniciou nessa especialidade duranteo curso técnico. Além disso, frente aoutras instituições de Ensino Superior,as Fatecs oferecem cursos gratuitos ecom qualidade, incentivando o aluno,principalmente em cidades onde nãoexistem outras opções de cursossuperiores públicos”.

Por causa da familiaridadecom o conteúdo teórico e prático,

o técnico acompanha com maisdesenvoltura as disciplinas dos cursostecnológicos. “Quem aproveitou bemo curso técnico, entra na Fatec com umcerto domínio do assunto. Nesse casoo curso superior vem como uma ferra-menta de aprimoramento”, diz Graciel.

Essa escolha dos jovens técnicos(futuros tecnólogos) garante o acessoa um ensino público e de qualidade,sem falar nas grandes chances de ingres-sar no mercado de trabalho. Nas Etecs,77% dos técnicos formados estão empre-gados um ano após o término do curso,e nas Fatecs essa proporção é de 93%,segundo pesquisa do Sistema de Avalia-ção Institucional do Centro Paula Souza.

ENSINO DEMOCRÁTICO

Estudantes vindos da rede públicade ensino (não apenas de Etecs) são maio-ria nas Fatecs: 70% dos mais de 7,5 milaprovados no Vestibular para o 1o semes-tre de 2009 fizeram integralmente oEnsino Médio em escolas públicas, se-gundo levantamento da Fundação deApoio à Tecnologia (FAT), responsávelpela organização e realização dos pro-cessos seletivos – Vestibular e Vestibuli-nho. O percentual é ainda maior nasEtecs: dos mais de 53 mil aprovados noúltimo Vestibulinho, 77% concluíram oEnsino Fundamental na rede pública.

Esses números desenham umcírculo virtuoso do ensino no Estadode São Paulo, em que o jovem cursa donível fundamental ao superior na escolapública e ingressa bem-preparadono mundo do trabalho.

Alunos das Etecs decidem prosseguir na formação profissional dentroda especialidade de sua escolha e ingressam nas Fatecs

Lincoln Augusto Dias, 20,aluno do curso de Informáticapara Gestão de Negócios

NGraciel de Souza, de 19 anos,

aluno do curso de ConstruçãoCivil, Modalidade Edifícios

Marta Almeida

Jonathan Toledo

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Do giz àlousa digital

o século 17, era o quadro-negro.E fez-se a luz, ou melhor, o LED,Diodo Emissor de Luz: uma cane-

ta de LED infravermelho faz as vezes degiz e ainda permite cliques, como ummouse. O controle remoto do videoga-me Nintendo Wii capta os movimentosque a caneta faz e transmite a informa-ção ao computador. Além disso, umsoftware cria uma tela transparente que,projetada sobre qualquer superfícieplana (até mesmo a velha lousa), per-mite ao professor anotar diretamentenos arquivos de texto e imagem. O sis-tema dispensa as idas constantes aocomputador para operar o mouse.

Formada em Informática paraa Gestão de Negócios pela FatecSão José do Rio Preto,

a tecnóloga Susi Toyama desenvolveuem 2008 um programa a partir de umsoftware livre criado por Johnny ChungLee, doutor em Interação Homem-Má-quina pela universidade norte-americanaCarnegie Mellon, de Pittsburgh.

Ao verificar que o programa de Leesó permitia escrever em Paint, Photoshopou aplicativos de desenho, Susi ampliouas possibilidades. “O professor trabalhadesde o editor de texto e as planilhasExcel até as páginas da internet”, afirma atecnóloga, que gastou apenas R$ 290 noequipamento, enquanto os produtos demercado custam a partir de R$ 2,7 mil.

comum para sublinhar arquivos – só queeste não permite a interação com o com-putador”. Apresentado no Simpósio deTecnologia da Fatec Tatuí em outubrode 2008, o projeto atraiu o interesse deum professor da escola de idiomas CNA,que adota conteúdo pedagógico espe-cífico para lousas interativas. Em janeirode 2009, o contato se tornou oficial,e então Cruz Júnior fez adaptações noequipamento e pequenas mudançasno software para torná-lo adequadoao ensino de idiomas.

EM CONSTRUÇÃO

Orientados pelos docentes Alexan-dre Bonfim e Breno de Lima, alunos daEtec Bebedouro também começam adesenvolver sua lousa digital, a partir dosoftware de Johnny Lee. “O maior desafioé fazer a caneta escrever na lousa digitalem um ângulo maior que 50 graus”,observa o professor Breno de Lima.O projeto deve interagir com animaçãoFlash e o Google Earth, tornando maisdinâmicas as aulas de geografia.

Segundo a mestre em Educaçãopela Unicamp Rosária Helena RuizNakashima, autora de dissertação sobrea lousa digital, o que faz a diferença nainserção dessa tecnologia é a criativida-de do professor – que deve articular suasatividades com o projeto pedagógico daescola, para assim criar metodologias deensino inovadoras. Estudos comprovamque, bem utilizada, a lousa interativadiminui as faltas dos alunos e aumentao aproveitamento dos conteúdos: éa tecnologia a serviço da educação.

Uma caneta comluz infravermelha é o novoinstrumento de escrita,e uma tela interativa substituio antigo quadro-negro.

Tecnologia

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O software permiteque o professorfaça anotações

diretamente na tela

moto do Wii sai pela metade dovalor e atende à mesma função.

“Na Fatec havia um modelo que funcionavapor sistema de ultrassom. A tecnologia só permitiausar uma caneta própria”, conta o tecnólogo. “Meusistema aceita a caneta digital e também o marcador

Cristiano Mota

As Fatecs de São José do Rio Preto e Tatuí e a Etec de Bebedouro criam soluçõesadequadas às suas realidades – e com economia de recursos

ONE, TWO, THREE… GO!

As aulas de inglês emuma escola de línguas em Tatuíagora contam com outrosoftware semelhante, desenvol-vido por José Carlos da CruzJúnior, tecnólogo formado pelaFatec da cidade. Cruz Júnioriniciou sua pesquisa na mesmaépoca em que Johnny Leepreparava seu doutorado nosEstados Unidos. Em consultasna internet, ele constatou queas câmeras de vídeo digitaisutilizadas nas lousas interativassão caras (na época, cerca deR$ 400), porém o controle re-

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Vamos darAulas de informática para população

de baixa renda, cuidado de idososem clínicas de repouso, oficinas de argila para

portadores de doença mental, brincadeirascom crianças em hospitais... Conheça noveprojetos que Etecs e Fatecs desenvolveram

para atender à comunidade

Matéria de capa

as mãosuinze crianças, a partir dos sete anos, quietas e atentasdentro de um ônibus? Essa cena acontece no Sabe TudoMóvel, um veículo da Fatec Sorocaba, adaptado com

15 computadores, que percorre diversas regiões do município.Trata-se de uma parceria entre a Fatec, a Prefeitura e o Projeto Pérola,iniciativa de inclusão social criada por Jorge Proença, tecnólogoformado em Processamento de Dados pela Fatec Sorocaba.

Proença conhecia o ônibus-laboratório da Fatec desde os anos 90.Pensou em levá-lo por toda a cidade, apresentando o mundo doscomputadores para alunos de Ensino Fundamental e para jovens emfase de profissionalização. Em 2007 sugeriu à Prefeitura que o SabeTudo – telecentros instalados em vários bairros da cidade – ganhasseuma versão móvel. Assim que obteve resposta positiva da adminis-tração municipal, contatou o diretor da Fatec Sorocaba, AntônioCarlos de Oliveira, para disponibilizar o ônibus-laboratórioe fazer o upgrade dos computadores.

O curso transmite noções de digitação, hardware, Windowse Word em 16 horas, distribuídas em duas vezes por semana,ao longo de um mês. Além disso, são ministrados conteúdos

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Numa parceria entrea Fatec Sorocaba,

a Prefeitura de Sorocabae o Projeto Pérola, o SabeTudo Móvel leva inclusão

digital à periferia domunicípio

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de cidadania: mercado de trabalho,higiene, ecologia. Em menos de doisanos, formaram-se cerca de 800 alunosem 15 locais, incluindo a Fundação Casa.

Também em Sorocaba, a EtecFernando Prestes oferece gratuita-mente, desde março de 2009, cursosde informática (40 horas) em suas salasde aula. Na Pastoral do Menor, os alunosaprendem como fazer instalaçõeselétricas residenciais (30 horas), noçõesde decoração em um programa dedesign básico (30 horas) e participamde palestras sobre segurança do tra-balho. Professores e estagiários daEtec ministram os conteúdos.

PLUGADOS NAMELHOR IDADE

A professora ElaineParra Affonso, do cursode Análise e Desenvolvi-mento de Sistemas naFatec Presidente Prudente,ensina informática duasvezes por semana paraduas turmas de 20 alunosmaiores de 60 anos.É a Fatec Melhor Idade.O programa dura um

semestre. “A primeira turma, quecomeçou no ano passado, pediupara continuar. Eles estão bem ani-mados, acessam e-mail e alguns atéfizeram perfil no Orkut”, comemoraa diretora da unidade, Haydée Siquei-ra Santos. Lanches, fornecidos poruma empresa que se engajou no pro-jeto, garantem a energia necessáriapara o aprendizado.

Outra unidade que se dedica aosmais velhos é a Etec Antonio Devisate,de Marília, em um trabalho voltado aoLar de Idosos Mansão Ismael. Em váriasocasiões do ano, os estudantes do cursoTécnico em Enfermagem organizam

celebrações temáticas – Páscoa, festa ju-nina, Dia Mundial dos Idosos (em setem-

bro) e Natal. Para isso, cerca de60 alunos da Etec arrecadamdinheiro, bolo, refrigerantes.“Eles cortam cabelo, fazem oserviço de manicure, e cada um‘adota’ um idoso para pesquisarsua história de vida”, diz MariaCristina Furlaneto Marega,professora que, junto com suacolega Maria Aparecida Passa-roni, coordena as atividades.

Cuidado de idosos: ação da Etec AntonioDevisate, de Marília

A Etec Fernando Prestes (Sorocaba) ensinagratuitamente noções de informática

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COMIDA, DIVERSÃO E ARTE

A Etec de Diademaconta com a iniciativa dosalunos para atender a váriasregiões da cidade – sejacom distribuição de brin-quedos, no bairro Eldorado,ou com doação de cestasbásicas para os moradoresda comunidade Pantanal.“Nosso foco é na açãosocial”, afirma o diretor,Adilson Lopes. A experiên-cia vivenciada pelos estu-dantes se transporta paraum trabalho obrigatório,desenvolvido no final de todos oscursos (de nível Médio ou Técnico).

Um projeto terapêutico da EtecEudécio Luiz Vicente, de Adamantina,leva oficinas de argila e noções de com-putação para os pacientes da Clínica deRepouso Nosso Lar, que trata portado-res de doença mental. A iniciativacompletou 15 anos em abril.

Raquel Pereira de Souza, diretorada Etec, é formada em EducaçãoArtística e teve a ideia das oficinas deargila em meados dos anos 90. “Algunssó fazem bolinhas, enquanto outrosmodelam carrinhos, bichos, não dá prasegurar a criação”, comenta a diretora.“Ouço depoimentos de que essasatividades mudaram suas vidas”, acres-centa. O projeto conta com a colabo-ração dos alunos e do professor deEducação Física, Rildo José Araújo.

Em Bauru, alunos de Enfermagemda Etec Rodrigues de Abreu montaramuma brinquedoteca no Pronto SocorroMunicipal. Sob a orientação da professo-ra Marizete Maria de Souza, coordenado-ra do curso de Enfermagem, os alunossensibilizam a equipe de profissionais

Matéria de capa

Luís Antônio Galhego, professorda Fatec Tatuí, mostra aos

participantes da CooperativaRenascer a melhor rota para fazer

coleta de óleo de cozinha

bular gratuito a 40 alunos.Professores voluntáriosministram as aulas. A sele-ção dos vestibulandos ficaa cargo de duas alunasde Informática da Fatec:Alessandra Arantes, formadaem Psicologia, e FernandaAraújo, que já trabalhoucomo assistente social.

Os alunos da unidadecolaboram ainda com oProjeto Decolar, desen-

volvido pela Secretaria Municipal deEducação de São José dos Campos.“O foco são os estudantes da redemunicipal com desempenho escolaracima da média, para que desenvolvamseus talentos”, afirma Fernando Masa-nori Ashikaga, professor de Informática.As atividades extracurriculares oferecidassemanalmente na Fatec se voltam parao universo digital. O grupo de criançasna faixa de 9 anos descobre o mundopor meio do Google Maps.

Desde o ano passado, um grupoda Fatec Tatuí dá suporte à CooperativaRenascer, que coleta óleo de cozinha.“Os cooperados não conseguem atendertodos os locais prometidos. Por isso,estudamos a logística do trajeto paraotimizar a coleta”, conta Luís AntônioGalhego, coordenador do projeto.Além dessa consultoria, o professor eseus alunos conduzem os cooperadosde volta ao caminho da educação.“Dos 29, apenas um, analfabeto, diziaquerer estudar. Mas todos desejavamusar o computador. Depois de palestrasde motivação, 17 voltaram a se interessarpela sala de aula “, relata Galhego.

de saúde e os acompanhantes das crian-ças sobre a importância da brincadeirano ambiente hospitalar. “Desta forma,buscamos minimizar os efeitos negati-vos da doença”, ressalta a coordenadora.

NA TRILHA DO CONHECIMENTO

Preocupada em melhoraras chances dos candidatos de baixarenda em seus vestibulares, a Fatec deSão José dos Campos lançou, em maio,o Vestec, que oferece ensino pré-vesti-

Brinquedoteca no hospital:iniciativa da Etec Rodriguesde Abreu (Bauru)

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Etec Diadema doou alimentos para acomunidade Pantanal

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m programa de computadorque evita prejuízos causados porintempéries, e também ajuda o

produtor rural a melhorar sua produtivi-dade. Desde abril, a Etec Astor de MattosCarvalho, em Cabrália Paulista, contacom o Sistema de Monitoramento eAlerta a Desastres Naturais (Sismaden),fornecido pelo Instituto Nacional dePesquisas Espaciais (Inpe). O projetocontará com a participação de alunose professores. Estagiários dos cursostécnicos em Informática, Agropecuáriae Ensino Médio poderão alimentar osistema, sob o olhar atento dos docentes.O software começou a funcionar na uni-dade, em caráter experimental, cobrin-do sete municípios – Agudos, Duartina,Lucianópolis, Paulistânia, Piratininga,Ubirajara e Cabrália Paulista. Desta forma,a cidade, localizada a 40 km de Bauru,torna-se referência no monitoramentometeorológico no Estado de São Paulo.

Um banco de dados criado peloSismaden servirá para que o Inpe desen-volva estudos sobre o clima. A partirdessas informações, será possível alertara Defesa Civil de cada município paraevitar ou minimizar tragédias causadaspor furacões, granizo, enchentes, desliza-mentos de terra ou fogo devido à seca.

Na prática, o programa possibilitaprojetar se uma determinada quantida-de de chuva provocará enchente ou sea escassez dela possibilitará incêndios.Detectada a proximidade de desastrenatural, o sistema gera um alerta,transmitido para e-mails e celulares.A agilidade na comunicação, em temporeal, das ocorrências permite diminuiro impacto dos acidentes.

“Coletamos dados como velocidadedo vento e umidade em cada município.O sistema faz a análise das informações:conforme a variação climática, a cor domunicípio muda na tela do computadoraté indicar a chance de desastre natural.Nesse caso, podemos avisar a cidadecom até 48 horas de antecedência”,explica Evandro Cavarsan, coordenadorda Defesa Civil de Cabrália Paulista.

A partir de junho, uma base de ope-rações da Defesa Civil será instalada emum prédio na Etec, construído em par-ceria entre o Centro Paula Souza, o Inpe,a Defesa Civil Estadual (Regional deBauru) e a Prefeitura de Cabrália Paulista.Quando terminar a inserção de dados,o sistema passa a operar plenamente,monitorando 39 municípios. O Sismadenem Cabrália Paulista inicia a implantaçãodo sistema no Estado de São Paulo.

RELEVÂNCIA ECONÔMICA

Não apenas os órgãos de defesa sebeneficiam das informações coletadas emuma região onde vendavais, granizo eincêndios florestais são comuns em certasépocas do ano. Para Lourenço MagnoniJúnior, diretor da Etec, “o Sismaden, alémde poupar vidas, dará maior capacidadede planejamento para o setor produtivo”.

Cavarsan, da Defesa Civil, exemplifica:“Digamos que um produtor agrícola pla-nejou uma pulverização aérea e ocorreuum vendaval. Imagine o prejuízo com odefensivo que voou para longe da plan-tação, no custo do piloto, no aluguel doavião... Se o produtor for avisado doisdias antes, pode adiar ou mesmo mudara ação”. Com isso, há economia.

Sempre alertaEm Cabrália Paulista, um sistema de monitoramento de desastresnaturais, instalado na Etec, avisa a Defesa Civil em caso de risco detragédias. Além disso, o estudo do clima traz benefícios ao agricultor

Clima

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1. Por meio de um módulode aquisição de dados, o sistemabusca informações sobre chuvadisponibilizadas por radares

meteorológicos, imagensde satélites e outras ferramentas

de monitoramento. Esses arquivos entramna base de dados geográficos.

MÓDULO DE ANÁLISE

2. O módulo de análisecruza as informações dabase de dados com os planosde risco, que determinam anecessidade de gerar alerta de desastres naturaisem determinada cidade ou região.

ALERTA

3. Quando o sistemaprevê uma situação de risco,a Defesa Civil do local

recebe antecipadamenteo alerta via e-mail ou celular.

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turbulência financeira mundialreduziu sensivelmente a ativida-de econômica, o que afeta toda

a cadeia produtiva – incluindo o setorlogístico. Como resultado, as empresas,de maneira geral, recorrem às demis-sões. Entretanto, é justamente em ummomento como esse que o profissionalinovador e criativo vê crescerem suasoportunidades na carreira. Na área dalogística, por exemplo, o tecnólogocontribui para as empresas driblarema crise planejando a redução de custode transporte, a melhora do armazena-mento dos seus estoques e dos roteirosde distribuição, calculando tributos efazendo a simulação dos custos logís-ticos em toda cadeia de suprimentos,entre outras muitas possibilidades[leia mais sobre o assunto nareportagem da pág.12].

Hoje, os trabalhadores do setorpodem atuar em diversas áreas alémdo transporte. Cito apenas alguns exem-plos: controle de produção, gestão decompras, gestão de estoques, movimen-tação e armazenamento de cargas e pla-nejamento estratégico logístico. Alémdo mercado empresarial, há chances deemprego nas prefeituras. Atualmente,a maioria dos municípios brasileirosainda não conta com especialistas naárea para a gestão do transporte público,que afeta a vida da maioria dos cidadãos.

As atividades de logística desta-caram-se no Brasil especialmente naúltima década. Ganharam importânciaas qualidades do profissional que podepropiciar benefícios às empresas,

sempre em busca de superar seusobjetivos financeiros e mercadológicos.Apesar desse crescimento, trabalhadoresna área ainda carecem de conhecimentoaprofundado em algumas disciplinas,como é o caso de matemática financeira,análise de investimento, pesquisa opera-cional e estatística aplicada à logística.

Para suprir essa carência, existemos bons cursos tecnológicos, que com-binam de maneira ideal o conhecimen-to teórico necessário e a visão práticapara aplicação dessa teoria.

Artigo – Valter de Sousa

Atualmente, encontram-se emandamento algumas adequaçõesnos currículos de logística das Fatecs.Estas mudanças visam, principalmente,à melhor adaptação dos egressos dessasfaculdades em um mercado de trabalhoem constante transformação. Pode-sedestacar o aumento na carga horáriadedicada ao aprendizado de idiomas(com ênfase para o inglês, e em seguidaao espanhol), fator de fundamentalimportância para a inserção dos profis-sionais neste cenário globalizado.

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Pelo exposto, percebe-se que umaquestão de fundamental importância ésaber se os cursos existentes preparamos profissionais que as empresas bus-cam. Qual o papel do agente formadorpara o setor produtivo e para os jovens?Nesse caso, temos no Estado de SãoPaulo um protagonista na formação deprofissionais com alto nível de qualida-de. O curso de Tecnologia em Logísticae Transportes, oferecido pelas Fatecs, trazem seu projeto pedagógico a preocupa-ção em atender aos anseios das empre-sas, preparando tecnólogos atualizadose capacitados para elaborar análises eprover soluções adequadas à realidadeespecífica de cada corporação.

Os cursos de Tecnologia fazemparte de uma das soluções possíveispara os problemas encontrados no Brasilde hoje, no que se refere às necessida-des das empresas e da sociedade, queprocuram uma formação profissionalde qualidade e gratuita.

VALTER DESOUSA é

coordenadordo curso de

Tecnologia emLogística e

Transporte naFatec São José

dos Campos

“Atualmente, encontram-se em andamento algumas adequaçõesnos currículos de logística das Fatecs. Estas mudanças visamà melhor adaptação dos egressos ao mercado de trabalho”

Tecnólogos em Logística devem dominarmatemática financeira, estatística e análise de investimento

para superar o aperto econômico. É o caso dos egressos das Fatecs

driblar a criseSoluções paraSoluções para

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Entrevista – Yolanda Silvestre

Pensar

eliberar sobre propostasorçamentárias, fazer prestaçãode contas, elaborar planos de

desenvolvimento, encaminhar convê-nios com instituições, resolver questõesdo regimento e propor medidas paraaprimorar a política educacional dainstituição. Essas e outras decisõesessenciais para o Centro Paula Souzapassam pelo Conselho Deliberativo,presidido desde maio de 2008 porYolanda Silvestre – reconduzida aocargo em 20 de março de 2009.

Formada em Filosofia e pós-gra-duada em Filosofia da Educação pelaUniversidade de São Paulo (USP), desde2004 Yolanda integra o Conselho, doqual já foi presidente entre 2005 e 2006.Nessa entrevista ela fala sobre a trajetóriado Centro Paula Souza e o papel doConselho na instituição.

Qual sua avaliação sobre a trajetóriado Centro Paula Souza?

Como funcionária da Secretariade Desenvolvimento, acompanho deperto as atividades da instituição há maisou menos 15 anos. No início dos anos90, muitas Escolas Técnicas Estaduaisenfrentaram dificuldades na área peda-gógica. Isso ocorria principalmente comaquelas unidades de áreas rurais, porconta da complexidade de administraras fazendas e da insuficiência de verbade custeio. Foi uma década que exigiuum esforço grande das diretorias dasunidades e do próprio Centro PaulaSouza. Naquela época, as diretrizesda instituição e das unidades foram

adaptadas com base em normas antigas,com mais de três décadas.

Essa etapa foi superada?Sim, porque ocorreram as mudan-

ças que se faziam necessárias na décadade 90. Em particular, devido ao fato deque o Governo do Estado passou aolhar com mais atenção e cuidado parao ensino profissional. Posso assegurarque a expertise em gestão da professoraLaura Laganá [diretora superintendentedo Centro Paula Souza] foi fundamentalpara essa transformação. Participei deencerramentos anuais de trabalhos

nas Fatecs e Etecs e pude perceber oreconhecimento dos diretores em rela-ção aos avanços da administração doCentro Paula Souza nos últimos anos.

Qual o papel do Conselho paraestruturar e fortalecer a instituição?

De uma forma geral, o Conselhotem a função de pensar as diretrizes paraa instituição e para as unidades, levandoem conta a vocação regional das escolas.Temos seis conselheiros representantesdos mais variados setores – de empresas,de universidades, da sociedade civil e dopróprio Centro Paula Souza. O Conselhonão acata uma proposta da administra-ção sem antes discutir e analisar profun-damente todos os detalhes. O governoestadual tem sido receptivo às nossasresoluções, que são encaminhadaspela Superintendência.

Em sua opinião, quais foram os pontosaltos da atuação do Conselho naúltima gestão (2004 - 2008)?

Muitas ações precisam passar peladecisão do Conselho Deliberativo eos integrantes do Conselho têm acom-panhado, por exemplo, todo o desen-rolar do Plano de Expansão. Passar de16 Fatecs para 45 e de 105 Etecs para151 é uma das principais realizaçõesda gestão. Outro resultado positivo foidefinir o Plano de Carreira, que vinhasendo discutido desde 2001. O Conse-lho também analisou os novos regimen-tos das Fatecs e Etecs. Foi um trabalhoexaustivo, que levou muitos anos, masque avançou mesmo entre 2004 e 2008.

diretrizes

Essa é uma das principais missões deYolanda Silvestre, reconduzida à presidência

do Conselho Deliberativo do Centro Paula Souza.Filósofa de formação, ela acompanha o ensino

profissional no Estado desde os anos 90

“O Conselho tem a função de pensaras diretrizes para a instituição e

para as unidades, levando em contaa vocação regional das escolas”

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para a instituição

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Questão delogística

Arranjos Produtivos

evantamento do Instituto dePesquisa e Pós-Graduação emAdministração de Empresas da

Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), de março deste ano, mostra que91% das maiores empresas do Brasilterceirizam serviços de logística e trans-portes, nível semelhante ao dos EUA eda Europa. Em 81% dos casos, segundoo estudo, o objetivo é reduzir custos.Nesse contexto, o tecnólogo em Logís-tica e Transportes desempenha papelfundamental, pois ajuda a controlar asdespesas desde a cadeia de suprimentos,passando por armazenagem de estoquese planejamento de rotas de distribuição.

“Em momentos de contração daeconomia, é importante a atuação dessetrabalhador especializado, bem formado,como são os vindos das Fatecs”, afirmaMilton Lourenço, diretor da Fiorde Logís-tica Internacional, de São Paulo. “Hoje osetor tem significado muito importante,por isso a demanda é grande”, garanteLuciano Rocha, presidente da AssociaçãoBrasileira de Empresas e Profissionaisde Logística (ABEPL).

Joaquim Olímpio de Oliveira Filho,aluno da Fatec Americana, comprova:“Apesar da situação econômica, o mer-cado está se abrindo”. Contratado esteano pela Secretaria Municipal de Trans-portes de Hortolândia, é técnico emAdministração, acumula experiênciade dez anos na área de trânsito

e várias habilitações no Departamen-to Nacional de Trânsito (Denatran).“A Fatec me dá noção de conjuntopara a especialidade que quero seguir:treinamento de trânsito. Aplico notrabalho muitas das ferramentasque aprendo na faculdade”.

GESTÃO E CÁLCULO INTEGRADOS

O curso superior de Tecnologiaem Logística e Transportes está em dozemunicípios onde a atividade logística éestratégica, como Carapicuíba, Jundiaí,Jaú, Santos, São José dos Campos eSão Paulo (Zona Leste e Zona Sul).

A formação começa com disciplinasbásicas: matemática, português, esta-tística, direito. Depois equilibra conteú-dos de gestão – marketing, administra-ção, empreendedorismo – e os de exa-tas como métodos de simulação, paratransformar cenários em números.“O projeto pedagógico está muito bemequacionado, esse é nosso diferencialem relação a outras instituições deensino superior”, observa Valter Joãode Sousa, coordenador do cursona Fatec São José dos Campos.

Sobre o perfil do profissional,Daniela Marchini, coordenadora docurso na Fatec Americana, indica: “Deveser dinâmico, e preferencialmente comraciocínio lógico”. A professora apontaa tendência de melhorar a ligação

na cadeia de suprimentos. Por exemplo,um fio que segue para 20 empresastêxteis deve despender o menos possívelem estoque e transporte – o que exigenoção de processos, de conjunto.

Em busca dessa visão, empresaspedem consultoria às Fatecs. É o casoda Fazenda Brasil, que cria 800 porcos,compra insumos e vende os animaisvivos. “Para aumentar a eficiência noprocesso, vamos priorizar a manutençãoe a gestão da frota de caminhões. Alémdisso, verificaremos a possibilidade deofertar o produto processado”, diz Irineude Brito Júnior, docente responsável pelapesquisa na Fatec São José dos Campos.

Outros projetos, como o de ViniciusMinatogawa, da Fatec Americana,devem beneficiar milhares de pessoas:“Vou desenvolver a melhor rota paravans que levam crianças à escola,diminuindo custos e emissões de gasespoluentes. Com o progresso dessapesquisa, pretendo racionalizar as rotaspara o transporte público da cidade”.

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Profissional da área apresenta soluçõespara controle de gastos na cadeia produtiva,

desde os suprimentos à distribuição, e porisso se torna estratégico no cenário atual

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