Ano CXIV R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista ... · ‘Amem os seus inimigos e ... do...

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 45 Domingo, 09.11.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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1o jornal batista – domingo, 09/11/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 45 Domingo, 09.11.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

2 o jornal batista – domingo, 09/11/14 reflexão

E D I T O R I A L

Durante o período em que eu estava aprendendo a usar o computador, co-

mecei a ficar preocupado com o barulho que vinha dele. Parecia que ele estava trabalhando, embora nada estivesse mudando na tela. Liguei imediatamente para o representante, preocupado, e ele me respondeu: “Não se preocupe, provavelmente o computador está trabalhando em uma das funções por trás

da tela e você não pode ver”.Comecei a pensar então

na frase “por trás da tela” e a perceber como eu era orien-tado visualmente, preocupa-do por não ver o que estava acontecendo. Aí então eu lembrei do meu relaciona-mento com Deus e quão dependente eu sou de ver os resultados da sua atuação. Quando não vejo os resul-tados esperados, quando “nada” acontece, eu assumo que Deus não está fazendo

nada. Mas ele muitas vezes trabalha por trás da “tela da vida”. Se eu em determina-dos momentos não vejo a mão de Deus atuando, me protegendo, guiando, eu posso estar seguro de que ele está trabalhando a meu favor por trás da cena do cotidiano.

Existe uma situação na sua vida hoje que você não está vendo a ação de Deus? Tal-vez as circunstâncias da sua vida estejam resistindo qual-

quer tentativa de mudança que você já fez. Apesar de você ter a impressão de que nada está acontecendo, não desanime e busque a Deus, pois ele não está parado, mas está “trabalhando por trás da tela da vida a seu fa-vor”. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e ele tudo fará” (Sl 37.5).

Luiz Roberto Silvado,presidente da Convenção

Batista Brasileira

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

3o jornal batista – domingo, 09/11/14reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

Por natureza, o sal-vo por Jesus Cristo deveria ser alegre. A salvação é fonte de

alegria. O sentir-se perdoado e amado pelo Senhor gera contínua felicidade. O conví-vio com outros irmãos é fonte de perene contentamento. Aprender a aceitar o irmão di-fícil, compreendê-lo e ajudá--lo a desenvolver seus dons e talentos estimula a alegria do servir. Cada culto é um con-vite a alegrar-se no Senhor. O estudo sistemático da Bíblia e a mensagem de salvação que alcança os pecadores são geradores normais de alegria espiritual. Saber que os an-jos se alegram ante o trono divino quando um pecador se arrepende e permite que o Espírito Santo o conduza a Cristo, é mais do que alegria. A Bíblia contem vários textos que nos convidam a alegria perene. “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1).

Manoel de Jesus The, colaborador de OJB

O mundo de hoje recebe muitos desafios e apelos. Temos o desafio

da preservação da natureza, o desafio dos direitos huma-nos, o desafio da fome, que assola quase todas as nações, algumas chegando ao insu-portável de contemplar-se. No Brasil, de modo particu-lar, temos o desafio da saúde e o da educação.

É interessante notarmos que a Bíblia não coloca tais desafios a nós, cristãos, e tampouco aos humanos, em geral. Ela nos coloca um de-safio só, e este desafio é um mandamento. Chamamos de desafio o mandamen-to maior porque esse é o maior de todos os desafios. Esse mandamento é o amor ao próximo. Temos esse mandamento de modo di-

O apóstolo Paulo insistiu com os cristãos, em Filipos, a cultivar a alegria. “Regozijai--vos sempre no Senhor” (Fp 4.4). Quando os 70 discí-pulos voltaram da primeira “trans” da história, estavam tão alegres, que Jesus preci-sou adverti-los para a alegria maior: a alegria de terem seus nomes escritos no Livro da Vida (Lucas 10.17-20). A euforia dos discípulos atingiu Jesus. Lucas registra: “Naque-la mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo” (Lc 10.21). Alegria gera alegria e produz gratidão. O salvo alegre é grato e contamina os demais com o reconheci-mento de que tudo procede do Pai.

Esta alegria que deveria in-tegrar a vida e o labor dos salvos está morrendo. São muitos os motivos que estão contribuindo para o arrefe-cimento da alegria na vida dos salvos na atualidade. Os cultos em si não desafiam

reto, tanto no Velho, como no Novo Testamento. Em Mateus lemos: “Vocês ou-viram o que foi dito: ‘ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: ‘Amem os seus inimigos e orem por aqueles que vos perseguem’” (Mt 5.43). O amor ao próximo, contido nas entrelinhas de outros mandamentos, surge várias centenas de vezes na Bíblia.

No mundo de hoje, há um desafio oriundo do humanis-mo, derivado do existencia-lismo. É o desafio de con-fiarmos em nosso próximo. Em Jeremias lemos: “Assim diz o Senhor: ‘maldito é o homem que confia nos ho-mens’” (Jr 17.5). Confiar é uma troca. Se a pessoa em quem você confiou falha, não há outro remédio senão o amor. Quando você confia, fica a expectativa de que ela corresponda, e se não houver correspondência, aquele que

a alegria dos que cultuam. As mensagens dos púlpitos são pobres quanto à Palavra de Deus. É o último item na ordem do culto, com tempo limitado e auditório cansado. As músicas e o denominado louvor é praticado por um grupo pequeno, que não con-segue levar os salvos à verda-deira alegria da adoração. A maior parte do auditório se contenta em aplaudir, bater palmas, mas sem cantar. A ginga do corpo é cansativa e desestimula a concentração geradora da alegria. Os temas desenvolvidos pelo púlpito são estranhos à realidade vi-venciada pelo auditório na segunda-feira. A comunhão entre os que cultuam inexiste; ninguém conhece ninguém. O drama do irmão que está sentado na poltrona ao lado não me alcança. Não há in-teração entre os adoradores. O culto, que deveria ser cole-tivo, torna-se individualista e exclusivista. A expressão “ale-

confiou se decepciona. Só o amor resolverá a mágoa que ficou.

A sociedade brasileira apre-goa que as principais falhas do nosso sistema é a falta de investimento na saúde e na educação. A esperança que colocam de que tal investi-mento trará retorno pleno é falsa. Essa esperança está baseada na crença do ho-mem no homem. De nada adianta se investir na saúde se os brasileiros continuarem alcoólatras, sendo usuários das drogas e fumantes desbra-gados como são. Na educa-ção, por exemplo: para que a educação produza resultados, é preciso que haja mudança de sentido de vida. Um pai investe a mesma quantia, tan-to em dinheiro como energia, na educação dos filhos, per-gunto: o resultado é o mesmo em todos os filhos? Raríssimas famílias alcançam tais resul-tados. Descendentes de algu-

grai-vos comigo” (Lc 15.6;9) não mais existe em nossas igrejas. A cada novo dia a igreja cede lugar às pequenas comunidades, onde a alegria do culto e a comunhão do ser igreja inexiste.

Os mesmos problemas que atormentam a sociedade sem Deus integra a vida da igreja. Não conseguimos, como Igreja, estabelecer ou apon-tar caminhos para o mundo sem Cristo. Os assuntos que são contrários à Bíblia são impostos pelos ateus como válidos e a Igreja insiste em permanecer na trincheira em vez de lutar em campo aberto. Acossada pela socie-dade corrupta, corrompida, adúltera e perversa, a Igreja se encolhe na sua fragilida-de. Contenta-se em fugir em vez de atacar. A expressão de Jesus no sermão de des-pedida: “Eu venci o mundo” (Jo 16.33) soa invertida aos olhos dos cristãos. Na tristeza dos salvos persiste a mudan-

mas etnias correspondem me-lhor, mas, para vermos como os adolescentes brasileiros encaram a educação, bas-ta frequentarmos um dia de aula, em classes de primeiro e segundo grau. Tenho certeza que os professores que estive-rem lendo essa avaliação con-cordarão conosco. O saudoso educador Ruben Alves, dizia: “Temos que transformar a educação numa alegria!”. Ele tinha razão. Nossos adoles-centes, raríssimas exceções, odeiam estudar.

Ao homem, crer no homem é enganar-se a si mesmo. Traz a ilusão de que está conser-tando o mundo. O empresá-rio ganancioso fica satisfeito com sua consciência porque julga promover o progresso, emprego, divisas para o país. O comunismo promovendo a igualdade; ledo engano. O sistema foi sustentado pela mais inflexível elite que já existiu, e matou milhões para

ça do sujeito da frase. Em lugar do “eu venci o mundo”, a realidade grita: “o mundo nos venceu”.

É triste verificar que o de-nominado país “cristão”, ao ouvir o discurso de gratidão da vencedora das últimas eleições para presidente, em nenhum momento reconhe-ceu a soberania divina sobre os povos. O “eu” enfático avisa que o que nos espera no futuro são tristezas e mais tristezas por ver a sociedade sem o temor de Deus agin-do como pequenos deuses orgulhosos, incrédulos e ar-rogantes.

Como salvos, resta-nos o consolo do lamento profé-tico: “Não vos comove isto a todos vós que passai pelo caminho? Atendei e vede se há dor igual a minha dor” (Lm 1.12). Por isso, integro a multidão dos salvos tristes que aguardam com ansieda-de um avivamento que nos traga de volta a alegria.

manter-se no poder. Dá para crer no homem? Orígenes, sábio do século II, dizia: “Pe-car é fazer a escolha errada”. O homem escolhe errado seduzido pelo prêmio que a escolha errada oferece. Já imaginaram inventarem um deus que eu precise defendê--lo matando todo mundo que pensa diferente de mim? Duvida? Isso acontece por-que a humanidade atual está no estado definido por Jesus como “grandes trevas”. Ele afirmou: “Se a luz que em ti há são trevas, quão grande serão tais trevas” (Mt 6:23b). Se duvida, assista a um jornal midiático ou leia um jornal impresso. Não creia no ho-mem, ame o homem como teu próximo, esse é o manda-mento que Deus nos deixou no Velho Testamento e que Jesus reafirmou em o Novo Testamento. Essa é a missão do cristão, amar o próximo como a si mesmo.

4 o jornal batista – domingo, 09/11/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

É necessário esvaziar-se

reflexão

“Mas esvaziou-se a si mes-mo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7)

A Bíblia está repleta de verdades espiri-tuais que, simples-mente, desafiam

nosso raciocínio lógico. Uma delas se refere ao autoesva-ziamento de Cristo. “Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando--se, assim, igual aos seres humanos” (Fp 2.7).

Se não houvesse, na his-tória humana, uma perso-nalidade chamada Jesus de Nazaré, não teríamos cristia-nismo. O humilde “filho do carpinteiro” se apresentou ao nosso mundo, ao completar 30 anos, como o Filho Uni-gênito de Deus. Diante do escândalo e incredulidade gerados por sua revelação, ele começou a fazer mila-gres, que o evangelista João chamou de “sinais” – evi-dências da sua divindade, como Cristo. Como já estava

programado, desde “antes da criação do mundo”, Jesus Cristo foi rejeitado e morto. A crucificação foi mais uma manifestação de quão neces-sitados somos nós, humanos, da intervenção curativa e aperfeiçoadora de Deus.

O apóstolo Paulo foi es-colhido pelo Pai para nos explicar sua divina estratégia de recuperação dos humanos possuidores do potencial de serem “salvos”, de receberem a capacidade de se tornarem filhos de Deus, como diz João 1.12. Saber que Cristo se esvaziou de suas prerro-gativas divinas por amor de nós, pecadores, no mínimo, deveria nos levar a pensar mais nas necessidades do nos-so próximo. O ato poderoso e altruísta do Cristo deveria nos esvaziar de nossa própria pos-tura egoísta, diante da miséria humana que nos cerca. Foi o que Paulo nos aconselhou: “Ele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos” (II Co 5.15). Esvaziar-se continua sendo necessário.

Antonio Luiz Rocha Pirola, colaborador de OJB

Jesus contou a parábola da ovelha perdida, narra-da em Mateus 18.10-14, para expressar o valor de

cada indivíduo e a importân-cia de buscar aqueles que es-tão afastados ou perdidos. Na parábola, a centésima ovelha é aquela que se perdeu e o pastor desejou reencontrá-la. Entretanto, faz-se necessário refletir sobre as razões pelas quais ela se perdeu, ainda que a ênfase do texto não esteja voltada para este tema. Vamos especular um pouqui-nho acerca deste assunto?

É possível que a centésima ovelha tenha se perdido por ter tomado a atitude de se afastar do Supremo Pastor, aquele que dá a vida pe-las ovelhas, como diz João 10.11. No Velho Testamento lemos que o povo de Israel endureceu a sua cerviz, re-jeitou os estatutos e a aliança com Deus, e seguiu o exem-plo das nações ao redor,co-mo está escrito em II Reis 17.14-77, bem diferente da ovelha do Salmo 23, que afirmou o seu desejo de viver na casa do Senhor por longos dias (v.6).

Pode ser também que a centésima ovelha tenha se perdido por ter se afastado gradualmente do convívio do rebanho. Observe que quan-do ela se perdeu, as outras estavam juntas no monte, e o pastor entre elas. Não havia

falta de pasto ou pastoreio, ela simplesmente decidiu trocar o aprisco de Deus pela farra mundana. A orientação divina é que ninguém deve se afastar da comunhão da igreja. Não devemos dei-xar a nossa congregação, como alguns têm feito, como descreve Hebreus 10.15. O exemplo da Igreja Primitiva continua sendo válido: “E perseverando unânimes to-dos os dias no templo, e par-tindo o pão em casa, comiam juntos, com alegria e singele-za de coração” (At 2.46).

É possível ainda que a centésima ovelha tenha se perdido por ter desconsi-derado os marcos antigos. Ela mexeu nas estacas fin-cadas por Deus, ultrapas-sou os limites traçados pelo Supremo Pastor, e foi se embaraçar em um arbusto espinhoso bem longe do convívio do rebanho. Pau-lo disse a Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em jus-tiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfei-tamente instruído para toda a boa obra” (II Tm 3.14-17).

E, finalmente, uma última hipótese, talvez a centésima tenha se perdido por ter pre-ferido satisfazer suas necessi-dades em “terras estranhas”. Não devemos nos esquecer de que quando ela se per-deu, as outras 99 ovelhas estavam no pasto de Deus, se alimentando da comida do Senhor. A Bíblia diz que a alegria do Senhor é a nossa força. Jesus disse à mulher samaritana: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (Jo 4.13-14). Devemos satisfazer nossas necessidades na presença de Deus, a exemplo dos salmis-tas: “Assim como o cervo bra-ma pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42-2). “O Senhor é o meu pastor e nada me fal-tará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma” (Sl 23).

É verdade que a centésima ovelha, quando foi achada, trouxe grande alegria para o seu pastor, mas é bom refle-tirmos sobre a dor e tristeza provocada por ocasião do seu afastamento. Eu creio sin-ceramente que existem triste-zas que podem ser evitadas.

Carlos Henrique Falcão, colaborador de OJB

Muita gente vibrou no domingo, dia 19/10, quando a chuva começou

a cair na região onde se lo-caliza o Sistema Cantareira, uma das fontes de abasteci-mento de água da cidade de São Paulo. Foram 23,9 mm de chuva, quantidade 80% menor que a média para esta época do ano, que fica em 130,8 mm, de acordo com dados da Revista “Veja”. A chuva é sempre uma bênção, mas, neste domingo, não cumpriu com o propósito de encher os reservatórios que, apesar da água que caiu do céu, ficou mais vazio 1%, ainda segundo a revista. Com a esperança de ver o Sistema

Cantareira transbordando, muitas pessoas se alegraram com o pouco de água. Não foi o suficiente; as torneiras continuam secas.

No Velho Testamento, a ausência ou a abundância da chuva está relacionada com o pecado ou a obediência a de Deus. Várias vezes vemos que a ausência da chuva está relacionada com o pecado do povo. Na oração de consa-gração do templo, Salomão pediu para Deus ouvir a ora-ção do povo e enviar a chuva perdida por causa do pecado, como relata I Reis 8.35-36. Algumas vezes, Israel estava tão distante que se recusava a “Temer o Senhor Deus; aque-le que dá as chuvas do outo-no e da primavera no tempo certo, e assegura as semanas certas da colheita” (Jr 5.24).

Mas Deus convida o povo ao arrependimento dizendo que ele mesmo apascentará com justiça as ovelhas de Israel. Disse que “Porá sobre elas um pastor, o seu servo Davi, e ele cuidará pessoalmente delas” (Ez 34.15-24). Nesta época, com governo de Jesus sobre os salvos, haverá chu-vas abundantes, mas chuvas de bênçãos, de acordo com Ezequiel 34.26. Com as chu-vas, há fartura de alimento e o gado engorda por causa do pasto farto. As bênçãos de Deus sempre são prometidas de forma abundante, como a chuva que enche os reser-vatórios e faz crescer o fruto da terra.

No Novo Testamento, as promessas de bênçãos são sempre fartas. Em Cristo es-tão reservadas aos salvos

“todas” as bênçãos espirituais (Ef 1.3). Em Filipenses 4.19 temos também a promessa de que Deus pode suprir “todas” as nossas necessida-des, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus. Como diz Efésios 5.18, somos exortados também a buscarmos estar cheios do Espírito Santo gradativamen-te, para que estejamos com-pletos, “Até que cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cris-to” (Ef 4.13).

Como a chuva, o Espírito Santo e as bênçãos precisam ser suficientes para produzi-rem o fruto que Deus deseja. Ele mesmo disse em Isaias 55.10-11 que sua Palavra produz o fruto certo como a chuva abundante sobre a terra. Por isso, não é possí-

vel compreender que alguns crentes se alegrem com chu-viscos da vida cristã. Chegam atrasados ao culto e dizem: “Pelo menos deu pra aprovei-tar um pouco”. Ouvem músi-cas evangélicas e dizem que estão louvando, mesmo sem viver a vida cristã. Leem por-ções da Bíblia, não meditam nelas e pensam terem cumpri-do com a sua obrigação diá-ria. Fazem orações religiosas que não mostram intimidade com o Pai Celestial. Não se alegre com o pouco. Não se constrói vida cristã com chuviscos. É preciso encher o reservatório para que haja abundância do Espírito e de bênçãos celestiais na vida. Se o seu reservatório está vazio, o chuvisco não fará diferença. Você continuará seco e vazio. Como está a sua Cantareira?

5o jornal batista – domingo, 09/11/14reflexão

2. Instalações: Uma visto-ria responsável nas instala-ções da igreja deverá verificar se a lei de acessibilidade de cadeirantes está sendo obser-vada. A maioria das igrejas construiu seus templos antes dessa lei. O prazo legal para adaptação já se esgotou, mas, vou arriscar, 90% das igrejas não têm acesso ao templo para cadeirantes, nem insta-lações sanitárias adequadas para portadores de necessida-des especiais. Não é somente por causa da lei, mas por causa do amor de Cristo que a igreja deve pensar nos 18 milhões de brasileiros que são portadores de necessida-des especiais. Há algum tem-po fui pregar em uma igreja. Ao visitar as instalações sani-tárias, que horror. Os trincos das portas estavam quebra-dos, as papeleiras vazias, a descarga não funcionava e pia para lavar as mãos, “só no banheiro feminino”, explicou-me um irmão. O cheiro do local me lembrou o banhei-ro da rodoviária. A cantina também estava carecendo de uma boa faxina. Nessa Igreja estava faltando uma urgente autovistoria.

3. Imóvel e veículos: Como está o telhado do templo? Calhas não entupidas? Como estão as instalações hidráuli-cas? E as instalações elétricas, sem riscos? As tomadas ao alcance das crianças estão com o devido protetor? Não há lâmpadas queimadas? As janelas do templo estão todas com os vidros? Os filtros do bebedouro estão dentro da validade? Os veículos da igreja estão com o IPVA em dia? Não estão precisando de revisão nem com pneus carecas? A placa com o nome da igreja na fachada do tem-plo não está desbotada? Os horários dos cultos que dela constam estão corretos? E a sala dos pequeninos: têm cadeiras e mesas adequadas para todas as crianças?

4. Organizações: Uma au-tovistoria eclesiástica há de verificar também se as orga-nizações estão funcionando a contento. Que programas es-tão sendo desenvolvidos? Há pontualidade nas reuniões? Como podemos melhorar o seu funcionamento?

5. Tesouraria da igreja: está em dia e em ordem? As ofertas designadas têm sido encaminhadas ao seu destino pontualmente? O Plano Coo-perativo está em dia? Como esperar que os crentes este-jam em dia e sejam liberais para com a igreja se a igreja está omissa na sua contribui-ção denominacional, dando mau exemplo?

Quando a Igreja Batista de Água Santa - RJ ficou sem pastor, fui pregar lá em um domingo pela manhã. Con-versando com o vice-presi-dente, perguntei como es-tava o processo sucessório e ele me respondeu que havia sido convidado o pas-tor Josias Cardoso Machado. Respondi àquele irmão: pois saiba que ele vai pôr a casa em ordem. Em seis meses, todos os documentos da Igreja estarão em ordem, catalogados em pastas nu-meradas, a biblioteca estará perfeitamente organizada, as organizações estarão es-truturadas e funcionando, e a Igreja crescerá. Não deu outra. Algum tempo depois da posse do pastor Josias, encontrei-me com o vice-presidente e perguntei: “E aí, como vai a Igreja?”. Ele me respondeu: “Foi exata-mente como o irmão falou. O pastor colocou tudo em ordem e em dia do jeito como o irmão disse: escritu-ras, estatuto e regimento, rol de membros e a Igreja está crescendo”. A organização e o bom funcionamento de uma igreja dependem muito do pastor. Se ele for metó-dico, organizado, tudo na igreja será bem estruturado, inclusive a pontualidade dos trabalhos. Do contrário, autovistoria anual, por favor, por uma comissão muito bem escolhida, que tenha, pelo menos, um contabilista, um advogado; se possível, uma senhora que goste de tudo limpo e organizado, um eletricista e um encanador. Após a autovistoria, a comis-são dará seu relatório à igre-ja, que deverá considerá-lo item por item e programar, dentro dos recursos dispo-níveis, a correção de tudo o que for necessário, pois o nosso Deus “Não é Deus de confusão, mas sim de paz como em todas as igrejas”.

Sandra Natividade, jornalista, colaboradora de OJB

Como Igreja de Cris-to temos o dever de cooperar e par-ticipar ativamente

do Plano Cooperativo, uma ferramenta eficiente a serviço dos batistas brasileiros, para abençoar a obra gigantesca do Evangelho aqui na terra. O Plano Cooperativo é dever de todos porque seu nasce-douro vem da liberalidade e fidelidade do povo de Deus através do dízimo de cada um. Ao sair das mãos do membro fiel, o Plano trans-forma-se em socorro, sendo direcionado a áreas variadas da evangelização; é com-promisso inarredável com a Obra redentora e expansio-nista do Senhor Jesus Cristo. Como mordomos, confiamos plenamente que a igreja, ins-tituição divina, que propugna e corrobora com a proclama-ção do Reino de Deus, seja célere em enviar para a con-venção local e esta, por sua vez, encaminhará ao órgão maior da denominação - a Convenção Batista Brasilei-ra - seu gesto cristão, misto de fidelidade, amor e dever à Causa.

Sejamos cuidadosos, acom-panhando com zelo o per-curso do Plano Cooperativo em nossas igrejas, não dei-xando de contribuir nem um mês sequer. Qualquer atraso no envio dos recur-

sos, compromete as ações da Missão evangelizadora, discipuladora e resgatadora da denominação no Brasil e, por consequência, no mun-do. Valorizemos as sessões ou cultos administrativos, eles são o nosso fórum. Ali observamos, entre outras ações, que a oferta dedica-da ao Plano Cooperativo já não está na igreja local e, sim, na convenção Estadual de origem. Nas convenções estaduais, o Livro do Mensa-geiro deve ser considerado como norteador; mostra com detalhes necessários o traba-lho desenvolvido em prol de cada campo, como também as possíveis igrejas e congre-gações com performances atí-picas às mais participativas. O Plano Cooperativo para nós, batistas, é sinônimo de fidelidade.

Não entendemos quando os relatórios apresentados nas assembleias locais - à tabela indicativa - mostra al-guns meses sem a devida contribuição. Não queremos entender a falta do preen-chimento, então tentamos explicar em solilóquio, que o valor não chegou a tempo de constar naquele documento. Essa é uma explicação plau-sível, quiçá verdadeira. Na assembleia anual da CBB fo-lheamos atentamente o Livro do Mensageiro e observamos a fidelidade da maioria das igrejas do nosso país. Às ve-zes não entendemos mesmo os claros existentes nas ta-

belas do Plano Cooperativo, sabe por quê? Porque não se trata de mais uma entrega, mas a devolução do “dízimo dos dízimos” de cada igreja/congregação batista. Plano Cooperativo é dever da igre-ja local com seu organismo fraterno, sua denominação.

Quando as igrejas cum-prem seu compromisso fra-ternal, estão dando ao Plano Cooperativo aval de trabalho profícuo, subsidiando a ins-tituição que o administra a investir com vigor na obra missionária através das juntas evangelizadoras e manuten-ção dos seminários. Enfim, entendemos que o Plano Cooperativo é o braço que move a ação social, educa-ção e evangelização, para só citar esses, mas o traba-lho empreendido pelo Plano Cooperativo vai além do que podemos nominar, é a mão de Deus que, extraordinaria-mente, direciona o avanço da obra missionária, levantan-do novas frentes e suprindo as carências que não são poucas. Que Deus, Senhor absoluto da obra missiona-ria, tenha misericórdia dos que ainda dormem preferin-do desconhecer o alvorecer tão visível e que, o mesmo Deus, continue abençoando aqueles que caminham a passos largos na direção certa orando, fazendo diferença, contribuindo com o desen-volvimento e crescimento da obra missionária em todo o tempo.

6 o jornal batista – domingo, 09/11/14 notícias do brasil batista

José Octávio dos Santos, presidente da Associação dos Diáconos Batistas do Brasil (ADBB)

O 2º domingo de novembro é des-t inado, no ca-lendário batista

brasileiro, às celebrações do Dia do Diácono. A Associa-ção dos Diáconos Batistas do Brasil (ADBB ) tem recomen-dado que as igrejas batistas celebrem esse dia com grati-dão a Deus pela vida desses servos que, de forma tão salutar, têm dedicado as suas vidas ao serviço do Senhor, prestando serviço a outros.

O Novo Testamento men-ciona apenas duas classes de oficiais da Igreja: os pastores

Lilia Barros - ES

Os batistas capixa-bas realizaram o 1º Congresso para Surdos no esta-

do no dia 04 de outubro, às 19h30, na Igreja Batista da Praia do Suá, em Vitória - ES, com a presença de 300 pes-soas. O preletor foi o pastor surdo, Flávio Castellar, e a programação incluiu louvores com dinâmica e apresentações de teatro e luz negra, apresen-tados pelos próprios surdos. Ao final do evento, um surdo entregou sua vida a Jesus.

Toda organização do even-to foi feita pela convenção Es-tadual, na direção do pastor Osvaldo Moura. Os Ministé-rios Sinais da Esperança (IB de Bela Aurora), Ministério Sons do Silêncio e de Louvor (PIB Bento Ferreira) abrilhan-taram a celebração inédita em nível denominacional.

A ideia do Congresso nas-ceu no coração da Priscilla Demoner, líder do Ministério de Libras na IB do Ibes. “Em encontros com intérpretes de igrejas identificamos a necessidade de nos unir-mos e solicitarmos, por meio da convenção, um contato com todas as igrejas para identificar quais tinham mi-nistérios atuantes e, assim,

e diáconos. Paulo reconhece ser a função do diácono de muita honra e de muita con-fiança, essenciais ao trabalho da igreja. Infelizmente, hoje muitas igrejas não dão o de-vido valor a este ofício. Po-rém, o fato é que o exercício saudável da diaconia é fonte de grandes benefícios para a igreja. Os diáconos servem a mesa dos órfãos, das viú-vas, da Ceia do Senhor e do pastor, sempre com o objeti-vo de doação, obedecendo ao chamado para o serviço, reconhecendo ser este um ofício divino.

Na qualidade de presidente da Associação dos Diáconos Batistas do Brasil, tenho me preocupado em, através da ADBB, cooperar com cada

pudéssemos nos encontrar com o povo batista para com-partilhar conhecimento e experiências vividas em cada região. Dessa busca surgiu o Congresso, cujo objetivo é justamente essa integra-ção. Começamos com cinco ministérios, mas creio que muitos outros virão para hon-ra e glória do nosso Deus. Formamos um único minis-tério com um único objetivo: alcançar os surdos”, diz.

Dados do IBGE de 2010 revelam que 5.110 pessoas se declararam com defici-ência auditiva no Espírito Santo por não conseguirem ouvir de modo algum. Po-rém, há uma diferença entre deficiente auditivo e surdos, pois estes, conforme decreto 5626/2006 que regulamen-ta a Lei 10436/2002, traz a seguinte definição: “consi-dera-se pessoa surda aquela

membro individual e com os respectivos corpos diaconais de nossas igrejas, a fim de buscarmos exercer a nossa função com zelo, dedicação e de forma irrepreensível, como recomenda o apóstolo Paulo. Somos gratos a Deus por per-cebermos o desenvolvimento do trabalho diaconal nas di-versas regiões do nosso país e uma maior conscientização das implicações desta função.

que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experi-ências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua de Sinais – Libras”. Ou seja, o universo é bem maior que o número da amostra do IBGE.

Para Priscilla, o apoio da convenção é primordial. “Nossa CBEES é o elo que liga todas as nossas igrejas. Essa iniciativa trará um novo tempo para o Ministério com Surdos em nosso esta-do”, diz, acrescentando que as igrejas batistas ainda têm uma caminhada importante a percorrer neste ministério.

“Inclusive para àquelas igrejas que já possuem o ministério com surdos, a ca-pacitação e reciclagem é im-prescindível, considerando que os surdos hoje, através da Libras, tem acesso a semi-

Dirijo-me aos queridos di-áconos batistas de todo o Brasil louvando ao Senhor por suas vidas e pela maneira com que temos desempe-nhado a nossa função como servos fieis, prontos a agir de acordo com a sabedoria que vem do alto, buscando desempenhar bem o diaco-nato, nunca desprezando o cumprimento dos deve-res que Deus atribui a cada um de nós, escolhidos seus diáconos. Aproveito para desafiá-los a se fazerem pre-sentes em nossa Assembleia na cidade de Gramado - RS, no dia 04 de fevereiro do próximo ano. Daremos início a uma nova ênfase, baseados no tema da CBB, tendo adap-tado para a nossa ADBB como

nários, cursos, faculdades, o que antes não acontecia com tanta força. Precisamos ca-pacitar a liderança para que a mensagem seja realmente pregada, de forma que o sur-do não saia das igrejas vazio e, sim, com um forte conhe-cimento e principalmente en-tendimento Bíblico”, finaliza Priscilla.

O Diretor Geral da CBEES, pastor Diego Bravim, parabe-niza a iniciativa dos irmãos batistas. “Este é um campo missionário que precisa da nossa atenção. Nossas igre-jas estão se preparando para atender a essa demanda”.

Historicamente, as insti-tuições religiosas tiveram grande relevância no uso e difusão da Língua de Sinais. Aqui no Espírito Santo, temos trabalho realizado nas igrejas batistas que sempre oferta-ram cursos livres com vistas

“Diáconos desafiados a ser padrão de submissão a Cris-to”, com divisa em Romanos 6.22. Assim, vamos vencendo os desafios e sendo abençoa-dos em nossos propósitos.

Rogo a Deus abençoar as suas vidas, possibilitando a cada diácono o crescimento que necessitamos para cum-prir com diligência a preciosa missão que do Senhor herda-mos. Recebam o meu abraço fraternal, cheio de gratidão a todos os diáconos batistas do Brasil, pedindo que vocês continuem orando pela dire-ção da ADBB.

“Mas sede fortes, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a obra que vocês estão realizando terá recom-pensa” (II Cr 15.7).

a capacitar pessoas para atu-ação no ministério. Atual-mente, é possível ressaltar a participação ativa de alguns surdos que realizaram um trabalho forte de Evangelismo em nosso estado a exemplo do irmão Sandoval - surdo - membro da Igreja Batista da Praia do Suá. Há tem-pos, os intérpretes têm ora-do buscando uma estratégia para resgatar esse trabalho de maneira integrada, com a participação ativa dos surdos e, principalmente, unindo os ministérios para ganhar mais força dentro e fora das igre-jas. Desse momento de ora-ção surgiu o Congresso, com vistas a reunir os surdos e intérpretes batistas para que, juntos, possam aprimorar o trabalho de interpretação e estratégias de evangelização, abrangendo os surdos no Espírito Santo.

Diáconos Batistas celebram o seu dia

Batistas capixabas realizam Congresso para Surdos

7o jornal batista – domingo, 09/11/14missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

A cidade de Patu - RN foi impactada mais uma vez por meio de uma ação evange-

lística, que alcançou pessoas em escolas, praças e ruas. Por meio do 5º Impacto “Jesus, luz para Patu - RN”, os missioná-rios Luzinaldo e Graça Tomaz também promoveram ação social, caminhada na avenida principal da cidade, palestras, entre outras atividades.

Como parte da ação social, foram oferecidos serviços

Redação de Missões Nacionais

Realizado por Mis-sões Nacionais, na Igreja Batista do Ba-cacheri, em Curitiba

- PR, o Congresso Multiplique reuniu pastores e líderes em uma programação que durou quatro dias. Ao todo, 600 pessoas, de diversos estados brasileiros, participaram do evento. Cada momento foi marcado pela comunhão e celebração ao Senhor, além do aprendizado.

Durante a preleção de aber-tura, o pastor Roberto Silvado, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), falou sobre a importância de pro-mover os relacionamentos por meio da Evangelização Discipuladora nos Peque-nos Grupos Multiplicadores. “Quem não pensa em crescer

Redação de Missões Nacionais

Realizada no Estádio do Democrata, a Cruzada Jesus Trans-forma Governador

Valadares - MG contou com a ministração do conferen-cista norte-americano pastor Sammy Tippit, que tem reali-

como aferição de pressão arterial, oficinas alimentar e bucal, aplicação de flúor, em parceria com a secretaria Municipal de Saúde. Profis-

não sabe o que está dizendo. Não fomos criados por Deus para o isolamento da monta-nha. O PGM é estratégico no relacionamento com outras pessoas”, enfatiza.

Durante a plenária da ma-nhã do primeiro dia, os con-gressistas foram impactados pela ministração do pastor Fa-brício Freitas, gerente execu-tivo de Evangelismo da JMN. Abordando o tema “Cristãos comprometidos gerando Igre-jas Multiplicadoras”, ele falou

zado grandes Cruzadas pelo mundo.

“Foram dias de muitas bên-çãos!”, disse o pastor Fabrí-cio Freitas. Com alegria, ele relatou que mais de 100 pessoas entregaram a vida a Jesus. “Isso foi resposta de orações. Louvamos a Deus por você e pelo seu amor em interceder por essas vidas

sionais, como nutricionistas, dentistas, psicólogos, médi-cos, professores de educação física e cabeleireiros realiza-ram atendimentos gratuitos,

sobre o entendimento que precisamos ter a respeito da direção de Deus sobre nossa vida.

“Muitas vezes a nossa falta de visão nos limita e limita o que Deus quer fazer em nós. Deus tem desafios extraor-dinários para nós. Enquanto Paulo pensava em chegar a apenas uma cidade, Deus queria dar um continente para ele alcançar”, explica.

Testemunhos sobre o traba-lho desenvolvido a partir da

que não conheciam a Jesus, mas que agora o proclamam como Senhor e Salvador”, declarou.

A Cruzada Jesus Transfor-ma Governador Valadares foi realizada pela Associação Batista Central Riodocense e contou com o apoio da Convenção Batista Mineira e Missões Nacionais.

beneficiando boa parte da população.

Nas escolas e praças, o gru-po Palhaços Urbanos com-partilhou o Plano de Salvação

e distribuiu brindes. Como resultado, crianças e adoles-centes aceitaram a Jesus.

A missionária Graça ex-plica que no terceiro dia de programação, a caminhada de oração e as mensagens teatrais também impactaram a população. “As pessoas, de suas casas, oravam, cho-ravam e outras até pediam ajuda. Neste ano, o evento recebeu destaque e foi apro-vado no calendário oficial da cidade. Vidas estão sendo transformadas e agradecemos ao Senhor pelas vitórias”, conclui Graça.

Missionários promovem 5o Impacto “Jesus, luz para Patu - RN”

Igreja proclamou a Palavra pelas ruas da cidade Evangelismo em uma das escolas

Congresso Multiplique desperta participantes para a geração de

igrejas multiplicadoras

Cruzada Jesus Transforma Governador Valadares - MG: mais de 100 vidas rendidas ao Senhor Jesus

Evento reuniu pastores e líderes de vários estados brasileiros Momento de clamor

visão de Igreja Multiplicadora fizeram parte da programa-ção. O pastor Renato Florên-cio, missionário da JMN que atua em Gramado - RS, com-partilhou a experiência que a igreja nesta cidade tem expe-rimentado.

Uma noite de grande cele-bração entre o povo de Deus, demonstrada por meio da comunhão, adoração e louvor conduzido pelo pastor Atilano Muradas, da Igreja Batista da Lagoinha. “Só pela primeira

noite já valeu a pena ter vindo a este Congresso”, declara o pastor Hudson Galdino, líder da Associação Batista Lito-rânea, filiada à Convenção Batista Fluminense - RJ.

Na noite do penúltimo dia, o pastor Paschoal Piragine, da Primeira Igreja Batista de Curi-tiba - PR, afirmou que “A obra de Deus não é uma estratégia, nem uma metodologia. É o agir do Espírito Santo na vida das pessoas”.

Cada palavra inspirada por Deus impactou o coração dos participantes, que afirmam ter a certeza do plano de Deus para sua vida, assumindo o compromisso de colocar em prática os ensinamentos mi-nistrados. Para muitos, por meio do evento ficou claro que não é tempo de recuar, mas de continuar firme no ministério confiado por Deus a cada um.

Corações quebrantados e vidas salvas

8 o jornal batista – domingo, 09/11/14 notícias do brasil batista

Visão Cristocêntrica do ensino (II)

9o jornal batista – domingo, 09/11/14notícias do brasil batista

10 o jornal batista – domingo, 09/11/14 notícias do brasil batista

Daniel e Deborah - SP

Um grupo de cris-tãos da Igreja Ba-t i s ta Memoria l de Osasco - SP,

inconformados com o gran-de número de famílias de-sestruturadas, de crianças e adolescentes nas ruas sem atividade construtiva para ocupar seu tempo, evasão escolar e o envolvimento precoce com o mundo das drogas, decidiram constituir a “Comunidade Impacto” com a missão de fortalecer a primeira e mais importante comunidade: a família.

Iniciou-se, assim, a pere-grinação para acesso as cer-tificações necessárias (CMAS, CMDCA, DRADS e MDS)

Márcia Gomes, coordenadora de Educação Infantil da Igreja Batista do Fonseca - RJ

A realização do 1º Encontro de Crian-ças da Igreja Batis-ta do Fonseca, em

Niterói – RJ partiu do desejo de proporcionar às crianças de 4 a 12 anos atividades em que elas que pudessem reconhecer o amor de Deus em suas vidas.

Começamos o dia ofere-cendo um delicioso café da manhã, seguido de cânti-cos e história bíblica com a mensagem da salvação. Ao longo do dia, as crianças participaram de três oficinas: culinária, musicalização e teatro, todas com o objetivo de vivenciarem o amor de Deus em suas vidas.

Terminadas as oficinas, foi proporcionado a elas um momento muito especial, que foi o encontro na sala de oração, onde as crianças puderam reconhecer os seus pecados e também entregar seus pedidos e tristezas a

e busca por parcerias. No inicio, houve concessão de espaço pela Prefeitura de Osasco para atividades com adolescentes, fato que ocor-reu de 2010 a 2013. Com o cenário político, a parceria foi suspensa. Não podendo mais voltar atrás, decidimos, mesmo com 65 membros na Igreja, buscar atividades interessantes e com cunho re-ligioso para ser ofertado para crianças que já estávamos atendendo e algumas outras do Conselho Tutelar.

Acessando a internet, en-tramos no site da Convenção Batista Brasileira (CBB), na página do Departamento de Ação Social, e identificamos o Projeto Espaço Voar. Entra-mos em contato e realizamos

a capacitação no Rio de Ja-neiro. O bom foi que o pastor da Igreja pôde também parti-cipar. E, em março de 2014, implantamos o Projeto. No início, começamos atendendo as crianças dos responsáveis que, semanalmente, recebem o Kit alimento. Depois, a de-manda do Conselho Tutelar e, atualmente, estamos com 23 crianças e mais a deman-da reprimida, pois não temos recursos para atender todos. Ofertamos, além da ativida-de proposta na apostila do Espaço Voar, aulas de judô e artesanato.

Esse ano nos trouxe muito mais resultados concretos do que os anos anteriores. Te-mos depoimentos de mães, como por exemplo, esta: “Fui

na reunião do meu filho e os professores falaram que ele melhorou o comportamento e está fazendo as lições ago-ra”, diz a mãe.

A situação que mais nos marcou foi de duas crianças de dez anos encaminhadas pelo Conselho Tutelar com a justificativa de roubo e demais comportamentos ina-dequados. No começo foi difícil. Falavam muitos pala-vrões, não eram alfabetiza-das, se metiam constante em brigas com os colegas, além de tentarem levar brinquedos embora e desestruturarem a equipe. Após três meses, o grupo passou a aceitar essas crianças. Elas, por sua vez, estão controlando o palavrão, estão na fase silábica, e já são

as organizadoras da sala.Os serviços ofertados de

atividades socioeducativas para crianças, distribuição de kit alimento e os encontros bimestrais com as famílias têm proporcionado aos mem-bros da Igreja um desperta-mento, uma certeza cada vez maior que a nossa obra social é pela fé. Quantas vezes não tínhamos o que oferecer de lanche para as crianças e Deus providenciava de forma magnífica e sem imaginarmos que seria possível.

Não existe desculpa plau-sível para que a igreja não queira fazer a obra social. As dificuldades existem, mas nunca serão maiores do que o nosso Deus, como diz Efé-sios 2.10.

Deus. No decorrer do even-to, 12 crianças entenderam a mensagem recebendo a Jesus como seu salvador.

Após a passagem pela sala de oração, foi organizada uma grande roda com todas as crianças, que tiveram a oportunidade de “queimar” seus pecados em uma “píra”. Elas ainda puderam visua-lizar seus pedidos, simbo-licamente indo aos céus, dentro de bolas de gás, após oração feita pelo pastor Edu-ardo Luís de Carvalho Faria, pastor da Igreja Batista do Fonseca.

O evento foi finalizado com uma festa temática, onde as crianças puderam brincar livremente, pular, comer, divertir-se, reconhecendo que foi Deus quem proporcionou este momento tão especial. “Várias foram as dificuldades e obstáculos, mas entende-mos que quando nos colo-camos à disposição de Deus, ele mesmo soluciona os pro-blemas e faz aquilo que não conseguimos fazer”, afirma Márcia Gomes, coordenadora de Educação Infantil.

Crianças de Osasco - SP são assistidas pelo Projeto Espaço Voar

Igreja Batista do Fonseca - RJ realiza 1o Encontro de Crianças

11o jornal batista – domingo, 09/11/14missões mundiais

Caleb Mubarak – missionário da JMM no Norte da África

Durante esse tem-po de visitas às igrejas do Brasil, tenho sido ques-

tionado sobre o que é, e o que querem os militantes do tão falado Estado Islâ-mico ou ISIS. Acreditamos que essa curiosidade esteja relacionada ao destaque dado pela mídia nas últimas semanas. Tentarei explicar aqui as razões históricas, políticas e ideológicas que colaboraram para o surgi-mento desse grupo que tem feito com que minorias ét-nicas daquela região (norte do Iraque e partes da Síria e Turquia), principalmente as minorias cristãs, clamem a Deus assim como acontecia no tempo do profeta Haba-cuque: “Por que toleras a injustiça?” (Hc 1.3).

Razões muito antigasDesde o início do isla-

mismo (século VII) e logo após a morte do profeta Muhammed (Maomé), no ano 632 d.C., já havia um desejo de mudanças sociais e religiosas no novo sistema criado, e elas aconteceriam, em muitos casos, através do uso da espada. O primeiro grupo a surgir foi o dos Kha-rijitas (século VII e VIII), e seu desejo era promover a forma mais ortodoxa do islã, voltando às suas raízes. Depois surgiu o grupo deno-minado Hashshashin (sécu-lo XI), e seu nome significa, literalmente, “aqueles que fumam haxixe”. Durante os séculos XIII e XIV, sur-giu um movimento radical liderado por Ibn Taymiyya, quem enviou uma fatwa (um discurso radical religioso oficial) contra os mongóis. E no século XVIII, motiva-dos pelo mesmo desejo de retorno ao fundamentalismo islâmico original, surgiu o movimento do Wahha-bismo na Arábia Saudita, responsável também pela criação daquele Estado. Considerando esses dados, é possível observar que o desejo pelo fundamentalis-mo (ortodoxia) já pairava os “arraiais islâmicos” desde muito tempo.

Movimentos contemporâneos

A partir do século XIX, al-guns movimentos tomaram forma no mundo contem-porâneo e, diferentemente daqueles que surgiram em

tempos anteriores, passaram a fazer parte de uma revo-lução não tão silenciosa e não tão-somente localizada na Península Arábica. Seus reflexos podem ser vistos e sentidos ainda hoje em nosso mundo moderno. O primeiro dos movimentos modernos surgiu no Egito, onde, em 1928, foi criada a Irmandade Muçulmana. Essa mesma irmandade foi aquela que, com a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011, retomou o poder do Egito após décadas de es-pera, enquanto “na calada” influenciava e dava as dire-trizes às escolas islâmicas do país. Outro expoente dos movimentos radicais surgiu na Líbia, sob a liderança do ditador Muammar Kadafi, que tomou o poder do país em 1969 após um golpe mi-litar, e seus primeiros anos de governo demonstravam seu alto envolvimento com o terrorismo radical, tendo o islã como principal ban-deira para justificar tais atos.

Mas foi em 1979 que o mundo conheceu de fato, através da Revolução Islâ-mica do Irã, o grande dese-jo do mundo muçulmano de declarar sua indignação contra o Ocidente. Depois

disso, uma série de eventos passou a conduzir a história do radicalismo islâmico aos dias atuais: 1) Em 1989, os afegãos conseguem ex-pulsar os soviéticos de seu país e veem nisso a mão de Alá com eles; 2) No início dos anos 1990, surgem os talibãs e ouve-se falar tam-bém de uma organização terrorista chamada Al-Qae-da e seu principal homem (Osama bin Laden); 3) Em 2001, o mundo é abalado com os ataques ao World Trade Center, no país mais ocidental e capitalista do mundo (Estados Unidos), o que acarretou na invasão ao Afeganistão pelo Exérci-to americano em busca de Osama bin Laden; 4) Em 2003, ocorre a invasão ame-ricana ao Iraque contra o regime de Saddam Hussein, o que para a comunidade islâmica radical trouxe um enorme sentimento de hu-milhação à causa do islã; 5) De 2003 a 2013, o que se viu foi uma série de ataques e manifestações radicais em todo o planeta.

O Estado Islâmico do Iraque e do Levante

Com o g rande dese jo de ver a concretização do

retorno às raízes islâmicas do tempo do profeta do islã, somada à indignação e humilhação sofridas pe-los muçulmanos do mundo inteiro pelo Ocidente, sur-ge em uma região remota do planeta, um grupo in-ti tulado Estado Islâmico do I raque e do Levante (Islamic State in Iraq and Syria – ISIS), grupo que segue uma interpretação islâmica antiocidental ex-trema e que chama de infi-éis e apóstatas todo aquele que não está de acordo com suas interpretações. É um grupo motivado prin-cipalmente pelo desejo de reconquista das terras islâmicas (Iraque, Síria e Turquia) para a instalação do novo Califado Islâmico (califa seria a autoridade mundial sobre todos os muçulmanos do planeta). É um grupo também que tem como principais ca-racterísticas a instalação de uma bandeira negra no prédio mais alto da cidade, representando a reconquis-ta territorial; a conquista de mentes e corações de muçulmanos at ravés de serviços sociais em locais devastados pela guerra; a distribuição de pendrives

com cânticos jihadistas, v ídeos que mos t ram as conquistas do novo Esta-do e folhetos que pregam contra o Ocidente e a de-mocracia; a imposição gra-dual e uma interpretação estrita das leis islâmicas. O saldo negat ivo desse novo “Estado estabelecido” já pode ser visto e senti-do em todo o planeta. As minorias étnicas daquela região estão sendo literal-mente dizimadas, e entre elas estão algumas comu-nidades cristãs. Jornalistas ocidentais capturados fo-ram decapitados em uma demonstração para o mun-do de que eles não estão brincando.

Um clamorAs minorias étnicas que

hoje sofrem com as atro-cidades causadas por esse novo regime radical podem estar clamando da mesma maneira que a comunidade do tempo do profeta Haba-cuque: “Estamos cercados de des t ruição e v iolên-cia”. Isso é o que eles estão dizendo. Mas como isso pode mudar? Como evitar que jovens (entre eles al-guns ocidentais) parem de se alistar no exército desse Estado Islâmico e venham a morrer por uma causa t ão rad ica l e v io len ta ? Sem uma intervenção di-vina, dificilmente veremos esse quadro mudar. Porém, existe algo que move o co-ração de Deus: é quando o seu povo se coloca diante dele e clama por justiça, paz e prosperidade (essa última como aquela que nos garante um estado de sat is fação plena mesmo na adversidade) . Então, cabe a nós clamarmos por esse momento crítico vi-vido em nossos dias; dias esses que podem apresen-tar ao mundo, a qualquer momento, um regime que se for aceito por toda a comunidade muçulmana mundia l , poderá t razer sérias consequências para toda a humanidade. Ainda bem que temos a garantia de que as portas do infer-no não prevalecerão. Mas ainda há muitos povos que não sabem e nem podem desfrutar dessa verdade espiritual. Não deixe de clamar pelas minorias ét-nicas (cristãs e não-cristãs) que hoje sofrem naquela região sob o regime do Estado Islâmico. “A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5.16b).

Estado Islâmico: a ameaça às minorias étnicas

12 o jornal batista – domingo, 09/11/14 notícias do brasil batista

13o jornal batista – domingo, 09/11/14notícias do brasil batista

14 o jornal batista – domingo, 09/11/14 ponto de vista

Não sou pastor para entrar em disputas, mas para somar, facilitar, ajudar, co-

operar e encorajar em amor. Não preciso disputar minis-tério ou cargo com ninguém. Cada um tem o seu ministério para exercer com temor e tremor. Tem a sua vocação dada por Deus, por graça, e não por mérito pessoal, como diz I Coríntios 15.10. Somos o que somos somente pela graça de Deus. Por esta razão, o ministério pastoral deve ser exercido com graça, amor e misericórdia. Pastores que invejam, disputam, criam ani-mosidade, divisão, maledi-cência, discórdia, não são pastores, são apenas líderes e sem caráter. Quando deprecio o companheiro de ministério, quando o rejeito, não o honro como irmão e companheiro de jugo, ajo como um des-qualificado para o exercício de uma vocação tão sublime e tão rasa ao mesmo tempo.

O ministério pastoral é para poucos. É para aqueles que não se apegam às coisas ma-teriais, que consideram o mi-nistério uma vocação e não uma vacação. Está destinado àqueles que estão contidos no contentamento em Cristo Je-

Após a apuração dos votos no segundo turno para a presi-dência da República

notou-se que o Brasil está di-vidido, gerando um conjunto de sentimentos preocupan-tes para uma nação do porte continental como a nossa. Os movimentos de rua de junho de 2013 não voltaram às ruas, mas deixaram profundas mar-cas de descontentamento em uma nação que já teve tudo para deixar de ser um país de 3º mundo e um país em desenvolvimento.

As malhas de fiscalização se sofisticaram e alcançam o cidadão comum nas ruas, os radares de trânsito são coloca-dos aos milhares para alcançar nossos bolsos dentro, o des-respeito à vida se intensifica e cada um torce para não ter de ir para um hospital públi-co, que na sua maioria mais parece açougue ou depósito de gente, onde temos alguns poucos oásis de excelência, que assim continuarão se não caírem nas mãos de políticos

sus. O seu tesouro é o Senhor. Os seus bens são os tesouros conferidos por Cristo apenas por graça. Os tesouros do caráter de Cristo Jesus. A sua porção é o Senhor, como está escrito em Lamentações 3.24. A sua alegria está naquele que tudo pode. Ele pode dizer com convicção: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). O pastor não está interessado em luxo, ostentação e tietagem. Não depende de homens, mas de Deus. Não busca os seus inte-resses, mas os de Deus. Não faz conchavos, alianças políti-cas ou quaisquer arranjos para se promover, para se manter no cargo. O ministério não é para autopromoção, mas para a exaltação de Cristo Jesus.

O ministério não combina com popularidade, mas com não-popularidade. Não é fun-ção de destaque, de status, mas de recato, discrição. O pastor chamado por Deus não deseja aparecer, mas quer que Cristo apareça à semelhança de João Batista quando afir-mou em relação ao Senhor Jesus: “Importa que ele cresça e eu diminua” (Jo 3.30). O ministro do Evangelho é um homem simples, revestido da simplicidade de Cristo. Ele

corruptos. Muito menos dá para depender da aposenta-doria, que é verdadeira piada sem direito à isonomia, pois enquanto na iniciativa privada, depois de aposentado você ne-cessita continuar trabalhando, tendo sido do poder público, em geral, você vai viver das benesses da integralidade.

O que dizer da segurança? Em geral, ter que ir em uma delegacia é enfrentar situações humilhantes diante de um cartaz ameaçador sobre desa-cato de autoridade e a punição que o Código Penal prevê a isso, mas que deveria ter ao lado outro cartaz indicando a penalidade por abuso de auto-ridade que não é incomum no poder público.

O que dizer de educação pública? E mais ainda dos meios de transportes que vi-vem apinhados de gente? As estradas estão cada vez mais perigosas e inseguras. Pagamos impostos e muito impostos para obter tudo isso. Como disse um ex-presidente ao ser entrevistado: “Imposto

não tem nenhum interesse em negociar cargos, posições, poder ou quaisquer postulados meramente humanos e que só trazem prejuízos para o ministério e para a família. O seu prazer maior e inegociável é o Senhor.

É triste dizer que há poucos pastores, de fato, e muitos líderes. Há poucos homens de envergadura ministerial, mas muitos comprometidos com esquemas do mundo e sem nenhuma relevância no testemunho pessoal. Não são éticos. Apreciam os elogios, as bajulações e gostam dessas coisas. Há líderes de igreja, e não pastores, que estão tercei-rizando o ministério na igreja local. Elementos disputando cargos e não dispostos a le-var as cargas. Que ganham altos salários sem repartir, sem investir em gente neces-sitada, sem perceber que o salário dos crentes, a começar dos que pastoreiam, é social. Paulo ensina assim em suas epístolas. Ensina que é muito importante investirmos em pessoas, exercermos a libera-lidade amorosa.

Pastores na acepção da pa-lavra estão em extinção. Há bons líderes, inteligentes, jei-tosos, espertos, escorregadios,

é isto mesmo, imposto, não é voluntário!”. E quem vai impor ao governo que, em troca dos impostos, dê a todos de volta serviços decentes e respeitadores na saúde, edu-cação, transporte, segurança, estradas? Pagamos e não re-cebemos e ainda o Imposto de Renda foi apelidado de “Leão” há um tempo pelo próprio governo. Leão não existe para ser amigo, vem para devorar, destruir, perse-guir a sua presa. Parece-me que a metáfora é bem real a cada compra ou pagamento que fazemos.

Para obter tudo isso de volta - segurança, saúde, educação, transporte, estradas, etc - te-mos de pagar novamente para a iniciativa privada. E, ao pagar para ela, estamos novamente pagando impostos. Quem pagaria duas vezes pelo mes-mo serviço? Eu e você a cada instante, quando pagamos pedágio, plano de saúde, segu-rança privada, equipamentos de vigilância para nossas casas, escola particular, etc. E nem

políticos, mas poucos homens de Deus, destemidos, corajo-sos, intrépidos e que não são conduzidos pelo estômago, mas estão dispostos a serem enforcados por causa das suas convicções em Cristo, do seu amor ao Salvador, por causa do seu compromisso com a mensagem da cruz, seu amor à obra missionária, seu zelo pela doutrina da Palavra de Deus e seu amor à Igreja pela qual Jesus morreu, derraman-do o seu precioso sangue.

Deus não nos chamou como homens extraordiná-rios, mas nos chamou como homens comuns para realizar-mos um trabalho extraordiná-rio, sublime, impactante, po-deroso e transformador. Não preciso de honra, mas quero dar honra ao meu Senhor. Não desejo o pódio, mas o chão. Não desejo conforto físico, mas necessito do pre-cioso conforto do Espírito e dos meus irmãos. Não quero disputar lugar na fila das vai-dades. Ministério não existe para dar fama a ninguém. Ministério é para escravos do Senhor Jesus Cristo (em I Co 4.1, Paulo usa a palavra “hu-peretes”, remadores de baixa categoria, para se referir a nós, ministros). Fomos comprados

falamos em moralização da República. A corrupção corre solta no país.

Planos de distribuição de renda acabaram se tornando currais eleitorais. Incontáveis pessoas que recebem as benes-ses acabam se acomodando com a preguiça, sendo raros e pouco anunciados os casos de crescimentos pessoal e pro-fissional. Assim é fácil ganhar uma eleição. Quando nosso povo “carente” vai deixar de ser consumidor da realidade e acordar para ser participante da construção desta mesma realidade?

O país está mesmo dividi-do e vai ficar ainda mais se a igreja continuar deixando de lado sua missão profética de denunciar os abusos contra a vida, contra o direito, contra a retidão e justiça. Não há mais como esperar, cada igreja tem o compromisso de ser sal da terra e luz do mundo, não sal da Nova Jerusalém e luz das ruas de ouro dos céus. Nosso papel começa aqui, não ape-nas pregando que Cristo salva,

por grande preço e por esta razão a glória é daquele que nos comprou ou redimiu, como diz I Co 6.20. A honra é dele. Não estou interessado no estilismo, na aparência, mas em que o Senhor domi-ne o meu coração e a minha mente, tornando-me cativo à sua vontade. Não quero focar a aparência, mas desejo que o Senhor trabalhe o meu interior para que as minhas intenções, ações e reações glorifiquem o seu nome.

Que o Senhor nos livre das disputas, da síndrome do pe-queno reino. Que nos liberte do egoísmo, da fama, da tie-tagem, do pódio e da imagem que gosta de ser admirada e ovacionada. Que sejamos desviados da feira das vaida-des. Que sejamos homens de Deus. Que o agrademos, que o honremos, que ele assuma o centro do nosso coração, que ele defina as nossas priorida-des, que ele seja, acima de tudo, a nossa prioridade. Aí não haverá disputas porque as minhas razões para vivenciá--las estão crucificadas com Cristo, nosso Pastor Supremo, que a si mesmo se humilhou e morreu em uma cruz como um marginal para nos tornar aceitos pelo Pai.

mas também mostrando como é que se vive a vida de salvo.

Um exemplo, vencida a elei-ção, o que o Governo Federal propõe? Um plebiscito para promover reforma política. Você não acha que devería-mos começar por uma reforma moral? A criação de um pacto ético para toda nação alcan-çando a iniciativa pública e a privada, governantes, políti-cos, empresários, empregados e cidadão comum?

Penso que esta deveria ser uma bandeira nossa como igreja neste momento. Não há mais como continuar divi-dindo o mundo em ímpios e pecadores, salvos e não salvos e ficar só nisso. Apesar da condição soteriológica de cada um, todos vivemos do mesmo ar, todos temos de pagar os mesmos impostos. Não pode-mos continuar vivendo como se estivéssemos construindo um mosteiro para aguardar a segunda vida de Jesus. Precisa-mos recuperar com urgência o ensino e a pregação dos profe-tas do Antigo Testamento.

OBSErvATórIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Brasil, e agora, para onde vamos?

Não sou pastor para disputar

15o jornal batista – domingo, 09/11/14ponto de vista

Vanderlei Alberto Schach, professor da Faculdade Batista Pioneira

Quase que diaria-mente a mídia apresenta algum noticiário envol-

vendo abuso ou exploração de crianças. Diante desta si-tuação, a sociedade precisa tomar medidas protetivas em favor da criança. Uma de-las pode ser a denúncia do criminoso. Para fazer uma denúncia e notificar as autori-dades competentes, a pessoa deve buscar informações no município. Cada município deve contar com um Con-selho Tutelar, que é o órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado

Joel Pereira dos Santos, colaborador de OJB

Como é cediço, os tempos religiosos de qualquer culto gozam de imuni-

dade tributária concedida pela Constituição Federal. O artigo 150 da Carta Mag-na, com clareza meridiana, dispõe que, “Sem prejuízo de outras garantias assegu-radas ao contribuinte, é ve-dado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto”.

No parágrafo 4º do mes-mo artigo ficou explicitado que as vedações expressas compreendem o patrimô-nio, a renda e os serviços, relacionados com as fina-lidades essenciais das en-tidades nelas menciona-das. É imperioso afirmar-se que templo não significa apenas a edificação, mas tudo quanto seja ligado ao

pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. A exploração sexual é uma situ-ação que viola os direitos das crianças e dos adolescentes, por isso a denúncia deve ser feita ao Conselho Tutelar, que encaminhará o caso para o Ministério Público ou Juizado e delegacias especializadas para que sejam tomadas as providências necessárias. O Disque Denúncia Nacional 100 (DDN) é um serviço de denúncia de violência via contato telefônico que enca-minha aos órgãos competen-tes para verificação e encami-nhamentos. Não é necessário se identificar e deve-se passar o máximo de informações sobre a vítima, podendo ser

exercício da atividade re-ligiosa. Logo, salas anexas ou dependências para reu-niões da membresia, casa de zelador, casa pastoral ou paroquial, prédio de edu-cação religiosa, convento, ou qualquer outro edifício utilizado para atividades re-ligiosas, ou para residência dos religiosos, todos esses componentes hão de ser compreendidos como um todo sobre o qual não pode haver incidência alguma, de qualquer tributo, por força do dispositivo constitucio-nal sobredito.

O Egrégio Tribunal de Jus-tiça do Estado do Rio de Ja-neiro, por meio de inúmeros de julgados, tem pontificado esse entendimento, afirman-do que a norma constitucio-nal confere imunidade tribu-tária às entidades referencia-das e alcança os imóveis de sua propriedade, como casa pastoral, paroquial, salas de catequese, de guarda de materiais, de diáconos, de

feitas denúncias também em casos de suspeita.

Para ajudar o município a implantar programas e servi-ços de atendimentos a estes casos, o educador deve pro-curar conhecer as ações do Conselho Municipal dos Di-reitos da Criança e do Adoles-cente (CMDCA) - órgão que formula políticas de proteção integral para crianças e ado-lescentes. Como esse tema é extremamente complexo e exige ações de vários profis-sionais e de diversos setores da sociedade, na perspectiva do trabalho em rede o educa-dor deve evitar agir sozinho e buscar a articulação interseto-rial e interdisciplinar.

O Disque 100 é um serviço eficaz, tanto no combate,

atendimento comunitário, não se podendo considerar nenhuma dessas destina-ções estranhas à atividade comunitário-religiosa.

Entende a Egrégia Corte de Justiça Fluminense que a referida imunidade tribu-tária alcança os imóveis de propriedade das entidades religiosas, ainda que loca-dos a terceiros, consideran-do que a renda produzida com esses bens é aplicada no custeio das atividades sociais, estando os mesmos vinculados às suas finalida-des essenciais.

Com base na jurisprudên-cia dos tribunais, o autor desta matéria (que não é po-lítico) realizou um estudo ju-rídico do caso, por meio do qual procurou convencer o poder municipal competente que seria cabível e de justiça que uma Lei Municipal fosse editada, onde expressamen-te se reconhecesse que a incidência de imunidade tributária concedida aos tem-

como na prevenção da ex-ploração sexual de crianças e adolescentes. A ligação é gratuita e o sistema funciona das 08 às 22 horas, inclusive em fins de semana e feriados, recebendo ligações com ga-rantia de anonimato. De fora do Brasil, as ligações podem ser feitas pelo número telefô-nico pago 55 61 3429-2800. Além das ligações, o serviço também recebe denúncias que podem ser enviadas para o endereço eletrônico: [email protected]

Para provar sua eficácia, o Disque 100 recebeu, de maio de 2003 até setembro de 2008, mais de dois milhões (2.080.303) de atendimentos, perfazendo uma média de 991 atendimentos/dia no pe-

plos de qualquer culto se estendesse também sobre casas pastorais, paroquiais, de zelador, convento, salas de catequeses, dependências anexas, ou qualquer outro edifício utilizado para ativi-dades religiosas. E mais: que houvesse o cancelamento de eventual débito existente, com extinção de procedi-mento judicial de cobrança executiva, se houvesse, em nome da entidade religiosa.

A pretensão externada sensibilizou o chefe do Po-der Executivo Municipal, o qual enviou mensagem à Câmara Municipal, que mereceu aprovação. Assim, adveio a Lei nº 577, de 09-06-2014, do Município de São Gonçalo - RJ, publicada no jornal “O São Gonçalo”, como órgão oficial, pág. 10, de 11-06-2014. A ementa da lei citada é a seguinte:

“Reconhece a incidência de imunidade tributária tam-bém sobre casas pastorais, paroquiais, de zelador, con-

ríodo, tendo recebido e enca-minhado 77.889 denúncias de todo o país, apresentando a média de 37 denúncias/dia no período de 2003 a 2008. Isso significa que, de alguma forma, 37 crianças e adoles-centes a cada dia tiveram algum tipo de proteção.

As ferramentas acima des-critas podem e devem ser usadas no combate à explo-ração sexual e outros crimes cometidos contra as crian-ças e adolescentes. É papel da igreja fazer a denúncia e proteção através de cada crente brasileiro. Se todos puderem fazer a sua parte, muitas crianças terão suas vidas protegidas de desgraças que poderão perdurar para o resto de suas vidas.

vento, salas de catequeses, dependências anexas, ou qualquer outro edifício utili-zado para atividades religio-sas, vinculadas a templos re-ligiosos de qualquer culto”.

No corpo da lei, foram incluídos, também, seminá-rios, conventos, centros de formação de rabinos, como igualmente alcançados pela imunidade tributária munici-pal. Trata-se de uma questão de justiça; direito que vem sendo reconhecido pelos tribunais do país. Logo, não é benesse ou favor algum às entidades religiosas.

Com esta matéria, concla-mo as igrejas em geral pelo país afora, que, através de suas associações ou outros organismos disponíveis, se mobilizem junto ao poder municipal local, a fim de que uma Lei Municipal ve-nha a ser editada nos mol-des daquela que beneficiou as entidades religiosas de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro.