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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 04 Domingo, 25.01.2015 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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Ano CXIVEdição 04 Domingo, 25.01.2015R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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E D I T O R I A L

Os Dez Mandamen-tos refletem o ca-ráter de Deus. No primeiro, aprende-

mos sobre a essência da vida: adorar a Deus e a Deus apenas – “Não terás outros deuses além de mim” (Ex 20.3). Mui-tos ao lerem esse mandamento pensam em idolatria. Porém, a idolatria não é tratada nesse mandamento, ele vai além de se fazer ídolos. O primeiro mandamento trata do equilí-brio interior de cada um. O pecado causa o desequilíbrio, levando ao exagero, colocando outras coisas ou pessoas no lu-gar de Deus. É necessário que nossa essência esteja ajustada. Quando Deus é prioridade na nossa vida, as demais coisas se encaixam no lugar certo. “Onde estiver o seu tesouro aí estará o seu coração” (Mt 6.21).

O que é um “deus”? É algo ou alguém que está no centro

da sua existência. Uma pessoa egocêntrica tem a si mesma como deus. Tudo funciona em torno dela, que não admite a necessidade ou o direito do próximo. Na sociedade atual de entretenimento, o lazer tem se transformado em deus de muitos. Transformaram o lazer na essência de sua existência.

Há pessoas que fazem do dinheiro o seu deus. Outros adoram o esporte. Sempre vivemos em função do nosso deus.

É comum na juventude, fase em que se descortina um uni-verso de oportunidades, a ênfase aos prazeres da vida. A nossa sociedade “vende” mui-to bem a ideia hedonista, esti-mulando o desejo de vivermos intensamente tudo o que a vida oferece, sem perder nada a qualquer custo. Os sonhos e as ambições profissionais as-sumem uma dimensão muito

forte no jovem adulto. Ambi-ção não é errada, enquanto não assume o lugar de Deus. Viver somente para alcançar estes alvos também é quebrar o primeiro mandamento. Na meia idade, o adulto busca a segurança (poupança, bom salário, casa própria, seguro, aposentadoria, etc.) e a estabi-lidade. O querer experimentar tudo da juventude contrasta agora com o que fazer com o que já conheço. Na terceira idade, não falamos do hoje ou do amanhã, com facilidade ficamos presos ao passado glo-rioso ou ao remorso pelo que se fez ou pelo que poderia ter sido. Isso pode nos levar a um discurso profundo e marcante de fé ou nos tornar ateus na prática. Enquanto estamos vivos, lutamos com esse man-damento.

Quem é ou o que é o seu deus? O que ocupa o cen-

tro da sua atenção? O que acontece na sua alma, mente e coração, que o impede de amar a Deus de toda a sua alma, força e entendimento? O apóstolo Paulo declarou este propósito para a vida da seguinte maneira: “Para mim o viver é Cristo” (Fp 1.21a). Confesse agora que Jesus é o Senhor e Salvador da sua vida e você conseguirá cumprir este mandamento porque o Espírito Santo de Deus o capacitará. Nós devemos adorar a Deus, e somente a Deus. Jesus é a razão da nossa existência. “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Esta é a única maneira de en-contrarmos uma vida cheia de significado e propósito. Você quer esta vida?

Luiz Roberto Silvado, presidente da Convenção

Batista Brasileira

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

Primeiro Mandamento: um só Deus – Parte II

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bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

O título pode suge-rir, erroneamen-te, que aqueles que não são ca-

sados não são felizes. Nem todos nasceram para casar. Jesus coloca esta verdade de modo claro em Mateus 19. 10-12, ao discutir o divórcio com seus discípulos. Após a resposta que Jesus deu aos fariseus, os discípulos con-cluíram que se o divórcio não integra o plano original de Deus para o casamento, é melhor não casar. Jesus não concordou com a posição dos discípulos. Acrescentou que nem todos são obrigados a casar. Casamento é uma escolha consciente que a pessoa faz. Os motivos da escolha podem diferir de pessoa para pessoa. Mas, o motivo correto, é cumprir o projeto original de Deus para suas criaturas. E isto significa:

Carlos Eliseu D. Rocha, pastor da Igreja Batista do Bom Retiro - SP

Com certeza, educar é papel dos pais. Mas, não podemos confundir educar

com ensinar, há diferenças entre os dois termos.

Ensinar: é ensinar uma ma-téria, dar noções cívicas, de etiqueta, de vestimentas e etc. Estes papéis, normalmente, são exercidos por escolas e professores, mas, sem dúvidas, qualquer um ao lado pode ajudar, desde que saiba como e tenha iniciativa para tal.

Educar: é dar valores mo-rais, éticos, espirituais e de cidadania aos filhos. É dizer

1. Viver em harmonia a dois, o que não é nada fácil. Somos diferentes, pecadores e maus por natureza.

2. Gerar filhos e assim perpe-tuar a raça. Nada fácil também. Muitos casais querem tudo, menos filhos. Não desejam ge-rar filhos. Quebram o princípio estabelecido por Deus. Termi-nam a vida infelizes. Querem boa vida, casa, carro, viagens, relacionamentos sem compro-missos. Creem que os filhos atrapalham tais projetos. Subs-tituem os filhos por cachorros ou gatos, embora custem mais.

3. Compartilhar com outra pessoa, de sexo diferente, a beleza da relação conjugal, tendo como alvo fazer o ou-tro feliz. Isso exige dedicação exclusiva e capacidade per-manente de perdoar.

Quando o casal consegue compreender o projeto ela-borado por Deus, a felicidade

“não”, e “sim” também, tudo dependendo do momento. Com esses pequenos ensinos, os filhos entenderão que há limites a serem obedecidos. Ensinar a ter amor e respeito pelo próximo e pelo que é do próximo, respeito por ambientes estranhos, como, igreja, casa de alguém ou ambientes públicos. Ensinar a não roubar, a não ficar com o que não lhes pertencem ou a executar tarefas simples, como jogar lixo no lixo. Os pais precisam ser modelos para os filhos no honrar a palavra dada, no pagar o que se deve, em não mentir ou desonrar alguém, em não ser preconceituosos. A transmis-são desses papéis educativos

é consequência natural na vida a dois. Na felicidade da pessoa amada, realizo a minha felicidade. É o mistério profundo do amor.

Isto não significa que o casamento é algo milagroso, onde não há dificuldades. Não. O milagre está e ocorre quando trabalhamos incan-savelmente este objetivo: fazer o outro feliz. Problemas existem e sempre existirão. Dificuldades surgem a cada etapa da vida a dois. Os de-safios são diários e precisam ser encarados com naturali-dade. Existem obstáculos a serem vencidos. Deus une duas pessoas diferentes em muitos aspectos e as desafia a construir uma família feliz.

Aprendemos a compreen-der o outro e aceitá-lo como dádiva divina. Desafia-nos a crescer juntos. Cedemos parte da nossa liberdade, interesses

e muitos outros aos filhos, pertencem aos pais.

O grande problema hoje é que alguns pais querem que “outros” participem do pro-cesso de educação dos seus filhos, e educar não é papel de “outros”. Querem que professores, pastores, minis-tério infantil, escolinhas, avós eduquem, mas estão errados.

A situação até piora, pois é possível encontrarmos pais que nem educam mais os seus filhos. Basta dar uma olhadi-nha por onde passamos que perceberemos filhos de todas as idades, alguns praticamen-te nas fraldas, malcriados, rebeldes, que mexem naquilo que não lhes pertencem, ir-reverentes, não respeitam as

pessoais, prioridades, até mes-mo alguns sonhos, quando os filhos chegam, para trabalhar um alvo comum: a felicidade a dois. O impulso desse agir chama-se AMOR. Não aquele amor dos filmes, das nove-las imorais da TV, que mata o objeto amado e diz que foi por amor. Não. O amor que traz felicidade ao casal é feito de pequeninas coisas. Aquele olhar penetrante que faz tremer a alma. O abraço reconfortador, após um dia de labuta. O ouvir o lamento do objeto amado, sem recri-minar. Ser solícito sempre, compreender a linguagem apaixonada, sem palavras, que ocorre no beijo sem mal-dade. É dar-se sem esperar retorno. Amo porque decidi amar, apesar das diferenças. “O Amor é, na verdade, uma longa série de pequeninas coi-sas que você faz por alguém

autoridades, os ambientes, os mais velhos, são sínicos, com comportamentos diferencia-dos, tudo dependendo dos ambientes onde estão ou com quem estão.

A pergunta é: por que os pais estão, cada vez mais, abrindo mão de algo tão prazeroso que é educar os seus próprios filhos? As respostas poderiam ser várias, como: falta de tem-po; as novas configurações familiares; a autoridade deles cada vez menor; o crescimen-to da geração “y”, que não aceita lideranças, e etc.

Não é tão simples encon-trar uma única resposta para esse fenômeno. Contudo, uma delas é certa: educar dá trabalho, por isso, alguns pais

por nenhum motivo aparente, a não ser para fazer o melhor. Porque você ama e quer agra-dar essa pessoa tão querida”. Um exemplo simples: abrir mão de outros compromissos para participar de um encon-tro de casais, visando o bem--estar da sua (seu) amada (o). Esse investimento rende ao casal momentos agradáveis que perdurarão por longos anos, com recordações ale-gres e a certeza de que sere-mos felizes para sempre.

Alegro-me em promover en-contro de casais. Falar aos ca-sais é divertido, há retribuição ao ver os casais se abraçando e expressando o verdadeiro amor que permanece. Repetir a cada novo dia: “Eu sou do meu (minha) amado (a) e ele (a) me tem afeição” (Ct 7.10). Quem assim procede, pode dizer: somos casados, bem--casados, e felizes.

estão deixando de educar. Educar dá trabalho, então, é mais fácil dizer “sim” do que explicar o porquê do “não”. Educar dá trabalho, mas não educando, estare-mos, aos poucos, gerando monstros dentro das nossas casas. Alguém pagará esse preço amanhã e, muitas ve-zes, quem acabará “pagando o preço” não será o culpado pela criação do monstro, mas um inocente.

Os pais antigos falavam com o olhar, com gestos dis-cretíssimos, falavam no silên-cio e, os filhos, entendiam perfeitamente cada palavra não dita. Hoje é assim? Será mesmo que estamos evo-luindo?

Casados e felizes

De quem é o papel de educar?

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GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Sim, sim; não, não

reflexão

“Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de proce-dência maligna” (Mt 5.37).

Jesus criticou aqueles que juram irresponsavelmente. Ele disse: “Seja o vosso falar ‘sim, sim; não, não’. O que passar disso é de procedência maligna” (Mt 5.37).

Mentir passou a ser uma prática tão costumeiramen-te usada, que pouca gente ainda se indigna com o uso de informações falsas. Líderes mentem para ex-plorar seus liderados. Pais mentem porque não sabem educar corretamente seus f i lhos. Esposos mentem porque temem expressar sentimentos reais. Pastores mentem porque não mais acreditam nos princípios da Bíblia. Tudo isso, diz Jesus, é de procedência maligna.

A verdade é Jesus Cristo. Somos cristãos, porque nos encontramos com a Verda-de e nos entregamos para uma vida de testemunho daquilo que Ele faz pelos que O aceitam. Dar bom testemunho é viver uma vida coerente. Aquilo que falamos deve ser coerente com aquilo que vivemos. E isso somente conseguimos quando nos submetemos ao Espírito do Senhor, que habita em nós. O mundo odeia a verdade, mas Cris-to odeia a mentira. Ainda que tentemos, nunca po-deremos servir a dois se-nhores – porque ambos os senhores exigem submis-são total. Paulo, sabendo disso, fez a sua escolha – por isso, ele se apresen-ta como “Paulo, servo de Jesus Cristo”. “Sim, sim; não, não” – isso é de pro-cedência benigna.

Edvar Gimenes de Oliveira, pastor da Igreja Batista da Graça, Salvador - BA

(A propósito do atentado contra o Jornal francês Char-lie Hebdo)

“Porque assim é a vontade de Deus, que, fa-zendo bem, ta-

peis a boca à ignorância dos homens insensatos; como li-vres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus” (I Pd 2.15-16).“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gl 5.13). “Quem se-meia vento, colhe tempestade; quem semeia o mal, recebe maldade e perde todo o poder que possuía” (Pv 22.8).

Nesses últimos dias, o aten-tado ao Jornal satírico fran-cês Charlie Hebdo tornou-se manchete em toda a mídia do planeta. Com ele, o tema liber-dade voltou ao debate porque a razão do atentado teria sido uma reação de fundamenta-listas islâmicos às charges pu-blicadas pelo Jornal, visando conscientemente desmoralizar Maomé e a religião.

No Brasil, a mídia se apro-veitou do fato e enfatizou o viés “liberdade de expressão” como maneira de confundir a cabeça do povo brasilei-

ro. Digo confundir porque, segundo se publica, haveria dois interesses escondidos atrás desse discurso midiático aparentemente filosófico: 1) a elevada concentração das verbas publicitárias do país nas mãos de quatro ou cin-co famílias proprietárias de grandes conglomerados de comunicação; 2) o envolvi-mento de políticos detentores de mandato (senadores, de-putados, vereadores, gover-nadores e prefeitos), na con-dição de proprietários totais ou parciais de empresas de comunicação, contrariando dispositivo constitucional.

Percebe-se, então, que, por detrás do belo discurso “liberdade de expressão”, o que de fato existiria seria a defesa de interesses político--econômicos.

Assim sendo, a fim de não nos tornarmos “bois de pira-nha”, devemos observar que há, pelo menos, três motivos distintos por detrás do tema “regulamentação da mídia” no Brasil: recursos publicitá-rios, manutenção de poder político-econômico e o prin-cípio filosófico da liberdade de expressão.

Liberdade é tema caro aos batistas, primeiro, porque, na maioria das vezes que apare-ce no Novo Testamento, tal palavra está associada à sal-vação. Depois, porque ela foi uma das razões mais fortes ao surgimento desta denomina-

ção, no século XVII. Daí a importância, necessidade até, de nos mantermos vigilantes, em defesa dela.

É interessante que as mani-festações de solidariedade em favor do Jornal Charlie Hebdo foram massivas. A expressão francesa “Je suis Charlie” ga-nhou o mundo de maneira espontânea. Mas, mesmo em meio à dor de familiares, amigos e compatriotas dos 17 mortos em torno do aten-tado, alguns optaram por se posicionarem criticamente ao Jornal. Suas críticas giraram em torno da linha agressiva, ofensiva e desrespeitosa, ado-tada pelo veículo em relação, por exemplo, à religião em geral, especialmente à islâmi-ca, e ao homossexualismo, postura que teria alimentado tal barbárie.

Diante disso, percebemos que a grande questão em tor-no da qual nossas reflexões deveriam girar, diferentemen-te do que a mídia brasileira enfatizou, não seria em torno do direito à liberdade de ex-pressão, mas à forma, à moti-vação, à responsabilidade no uso da liberdade.

Curiosamente, justamente por não ter atentado para ensinos como os dos textos sagrados dos cristãos e do judaísmo, publicados no iní-cio, o Jornal teria recebido como retorno, de maneira brutal, aquilo que plantou; lamentavelmente.

Em defesa da liberdade,

mas...

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guns dias antes da sua morte atendi a ligação telefônica para uma conversa de orien-tação pastoral, mas a ênfase foi: “Pregue sempre o Cristo crucificado”. Com palavras simples que todos podiam entender, não perdia tempo com divagações filosóficas ou conteúdos que não levas-sem a compreensão sobre Jesus.

Aprendi a ser humilde. Não tinha interesse nos holofotes e nem nos assentos de desta-que. Dizia ele: “Sou pastor. O meu lugar é no meio das ovelhas”. Nunca esteve en-volvido em negociatas, em acordos ou em busca de visi-bilidade e destaque. Não fa-zia questão de ser premiado, embora tenha guardado todas as placas e registros dos re-conhecimentos públicos dos seus feitos. Quando precisou mudar sua residência de Ja-carepaguá para a Tijuca, saiu de uma casa de cinco quartos para um apartamento de dois quartos. Na mudança, se des-fez de muitas coisas, como a maior parte da biblioteca, ob-jetos que há muito não usava e também todas as placas. Sua maior alegria era receber uma ligação telefônica ou ser abordado nos corredores dos encontros denominacionais e ouvir: “Muito obrigado. Suas palavras mudaram minha vida”. Isso “não tem preço”.

Aprendi sobre a necessida-de da cooperação denomina-cional. Defensor intenso do Plano Cooperativo, se entris-tecia com pastores e Igrejas que seguiam carreira solo. Tinha em mão o Livro do Mensageiro da Convenção Batista Carioca (CBC) com o

relatório do Plano Coopera-tivo e orava citando o nome das igrejas e dos pastores que não estão envolvidos com este princípio de cooperação. A última vez que fez esta ora-ção foi na noite do dia 22 de dezembro de 2014, durante o culto doméstico que, dia-riamente, fazia com minha mãe, dona Zênia.

Sendo uma pessoa que bus-cou e viveu o controle de Deus em sua vida, ensinou que é possível agradar a Deus pondo em prática o ensino bíblico: “Em tudo dai graças” (I Ts 5.18). Este ensino não ig-nora a dor, não evita a frustra-ção, mas não impede o crente de viver com o coração grato a Deus. Tinha a convicção de que desfrutar da graça de Deus torna o cristão capaz de ser grato sempre.

Aprendi ainda a defender a família nos moldes da criação de Deus. Aprendi a olhar com carinho para as crianças e cui-dar delas na igreja. Aprendi a depender de Deus e buscar sua orientação. Aprendi mui-tas outras coisas, porque meu pai foi um cristão autêntico e sua vida, foi um exemplo vivo de que vale a pena servir a Jesus. Por isso, não tenho guardado os dados biblio-gráficos. Estava ocupado em analisar as marcas que o meu pai deixou em minha vida. E creio que é por isso que estou enfrentando este momento com mais tranquilidade do que imaginava. Sei que o meu pai fez o possível, porque o impossível deixou Deus fazer. Sei também que muitas outras pessoas poderiam contar o que aprenderam com sua vida. Isso o faria muito feliz.

Carlos Henrique Falcão, colaborador de OJB

No dia 23 de de-zembro de 2014, o meu pai, pastor João Falcão Sobri-

nho, foi morar com Jesus por toda a eternidade. Foi uma experiência triste pela perda de uma pessoa queri-da, presente e influente em nossas vidas. Também foi uma experiência gloriosa porque tivemos a oportuni-dade de continuar adorando e louvando a Deus, a quem ele sempre serviu. Além da emoção, o culto fúnebre na Primeira Igreja Batista de Ira-já - RJ no dia 24 de dezembro de 2014 foi um momento de grande impacto espiritual. À noite, neste mesmo dia, a família estava reunida para o culto de Natal, como sempre aconteceu. A ordem de culto que preparei e distribuí com a Igreja tinha como tema “Eu preciso”. A ideia era buscar em Jesus, a razão do Natal, tudo o que Ele veio nos dar - a paz de Deus, o amor de Deus, o perdão e dar glórias a Deus. Foi o que a família buscou e fez naquele mo-mento feliz.

Nestas poucas palavras quero expressar a gratidão pela vida do meu pai, mas não vou fazer um relato bio-gráfico. Nestes dias que suce-deram à morte do pastor Fal-cão, meu pai, já recebi mais detalhes da sua biografia do que tenho nos meus registros. Eu quero falar sobre o que eu aprendi com o meu pai durante os 60 anos de convi-vência. Aprendi a condenar o pecado e amar o pecador. O

pecador sem salvação tinha a atenção especial do meu pai, tanto que, em seu minis-tério, muitas pessoas foram alcançadas pelo Evangelho de Jesus. O pecador salvo também tinha uma atenção especial e personalizada. Ele era intransigente com o peca-do. Se a Bíblia condena, não existe meio termo, moder-nidade, “todo mundo faz”, “não me condena” e outros argumentos para viver aman-do o mundo e seus prazeres. Mas não evitava a pessoa por causa dos seus desvios, pelo contrário, andava junto, orava, aconselhava, até ver a pessoa com a vida restaurada e servindo ao Senhor.

Aprendi a investir na for-mação das pessoas para for-talecer o Reino de Deus. Era um defensor das ferramentas Batistas para a formação de líderes para a igreja. O con-junto de ações é ainda cha-mado, embora não tão usa-do, de “Educação Religiosa”. Por causa de novos modelos eclesiásticos com outras ên-fases, o treinamento bíblico é muitas vezes negligencia-do. Ultimamente, lamentava a falta de líderes leigos na denominação como reflexo da falta de treinamento nas igrejas. O seu objetivo como pastor da igreja ou como pro-fessor era capacitar os salvos para o exercício do ministé-rio cristão no Reino de Deus. Baseado nesta visão apoiou e incentivou o trabalho femini-no, que é de grande utilidade na capacitação das mulheres da igreja para exercerem o ministério cristão. O material produzido pela União Femi-nina é feito visando formar

líderes em nosso tempo sem perder a base bíblica.

Aprendi a amar as pessoas. Todos nós sabemos que qual-quer pessoa quando ocupa posição de liderança é alvo de críticas e, muitas vezes, de perseguição. Posso dizer com a autoridade de obser-vação de um filho que viveu nos bastidores da igreja e da denominação Batista, que o meu pai amou todos os que se levantaram contra ele. É fácil e gostoso amar algumas pessoas que são agradáveis, que se adaptam com facilida-de ao convívio e estão juntas buscando solução de proble-mas. Algumas outras pessoas, para serem amadas, requer um exercício espiritual inten-so para desenvolver o amor por elas. É preciso pedir a Deus, de forma específica, que encha o seu coração de amor para com esta pessoa. Aprendi que isso é possível e glorioso. Aprendi que não preciso viver com o coração amargurado e nem evitar pessoas que, humanamente falando, eu teria motivos para fazê-lo. Por isso, o meu pai cresceu e se fortaleceu espiritualmente e se tornou a referência espiritual que conhecemos.

Aprendi a pregar sobre Je-sus crucificado. Dizia ele que, qualquer mensagem, em qualquer texto da Bíblia, deveria terminar falando de Jesus. A vida cristã não é viável sem a cruz de Jesus. A sua preocupação era tão grande que o assunto virou uma revista de estudo com o título “Jesus - De Gênesis a Apocalipse”. Não sei se antevendo a sua partida, al-

Eu aprendi com o meu pai

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Manoel de Jesus The, colaborador de OJB

Encontro muita seme-lhança entre o rei de Judá (um rei do povo escolhido), e o carna-

val de nossos dias. Esse rei en-frentou perturbações de toda a espécie. Desde as perturba-ções naturais (falta de chuva), como perturbações políticas, sociais, e relacionais.

Uma coisa é ser bem-suce-dido materialmente, e outra é ser bem-sucedido espiri-tualmente. Acabe era um bom administrador, busca-va relacionar-se com gente

Evaldo Rocha, pastor da Primeira Igreja Batista em Seropédica - SP

A desnutrição é a con-sequência de uma dieta inapropriada que gera lmente

ocorre em países subdesen-volvidos, principalmente en-volvendo crianças. A desnu-trição está relacionada direta-mente à má alimentação ou à falta desta. Existem inúmeros motivos que trazem a des-nutrição: ausência de uma dieta adequada, problemas

importante dos seus dias, e aparecia sempre nas fotos dos eventos sociais.

Trocou Deus pelos deuses dos reinos ao seu redor. E mais, desfilou com a rainha da escola de samba mais famosa dos seus dias, a “so-cialite” Jezabel. Imediata-mente recebeu a visita do seu pastor. Resolveu acabar com o pastor promovendo um grande desfile. Aí, até um poderoso meio midiáti-co se aliou a ele. Seu pastor, chamado Elias, acabou com o desfile e com o próprio meio midiático. De nada adiantou a lição. Acabe con-

na absorção dos alimentos e problemas preexistentes.

A desnutrição espiritual - semelhantemente - é cau-sada por uma dieta espiritual inapropriada: falta de leitura bíblica e oração, afastamento da comunhão na família de Deus, dentre outras posturas que indicam ausência de hábitos espirituais da matu-ridade.

A desnutrição espiritual produz sintomas variados: desânimo e cansaço espiritu-al, falta de discernimento em relação a vida no cotidiano,

tinuou a aliar-se aos pode-rosos do seu tempo e, pior, passou a usar os esquemas de corrupção e violência dos seus dias para aumentar sua riqueza. Quantos tipos de Acabe temos em nosso Brasil, e como eles têm aca-bado como Acabe.

Certo dia, o rei Acabe disse ao seu orientador espiritual: “Já me achaste, ó inimigo meu?” A resposta foi: “Achei--te; porque te vendeste para fazeres o que é mau peran-te o Senhor”. Quantos se-melhantes a este rei há em nossos dias. Recentemente, li a biografia de um famoso

decisões equivocadas, e um desequilíbrio ameaçador, que geralmente traz compli-cações sérias que poderíamos chamar de enfermidades es-pirituais.

A desnutrição espiritual não faz parte do projeto divi-no. Entretanto, pode se ma-nifestar na vida de qualquer pessoa que deixa o projeto de uma vida saudável indica-do por Deus. Significa que a desnutrição espiritual é uma consequência de um desleixo pessoal e um comportamento espiritual irresponsável.

Acabe, o carnavalesco

carnavalesco. Se os cães lam-beram o seu sangue não sei, mas morreu vítima de uma moléstia transmitida entre os praticantes da prostituição. A rainha de sua escola de mal-dade, Jezabel, teve a morte mais desonrosa daqueles dias. Seus restos serviram de pasto aos cães.

Concluindo: se Deus é o mesmo ontem e hoje, quão tristes dias o futuro reserva à nossa nação. Oremos por ela, para que não acabe como um filho do povo escolhido aca-bou, e cujo nome era Acabe. Em uma das Igrejas que tive o privilégio de ser pastor, o

A desnutrição espiritual tem neutralizado a missão daquele que um dia assumiu o com-promisso com Deus e com a Igreja de Cristo. Ela tem trazido um mal-estar fazendo com que muitas pessoas não sintam mais o sabor da comunhão na comunidade de Deus. Ela tem adoecido tantos que pode-riam viver em uma dinâmica abençoadora, mas que estão distantes do propósito divino.

A desnutrição espiritual pode ser combatida inicial-mente através do autoexame. Ela pode ser combatida atra-

Carnaval foi separado para a evangelização de uma cidade sem Igreja Batista. Ao final de 12 anos, 12 novas Igrejas Ba-tistas. Não é o Carnaval que deve acabar com o crente, é o crente que deve acabar com o Carnaval, como acon-teceu na cidade de Maracaí. Não houve desfile nem na segunda, nem na terça, o povo foi ao ginásio assistir a peça musical “O Messias Ver-dadeiro”. Naquele Carnaval tivemos 151 decisões, e, ao mesmo tempo, levantamos o templo da atual Igreja. O fes-tival do diabo falhou naquele Carnaval.

vés da boa alimentação: leitu-ra bíblica sistemática, através do relacionamento sincero com Deus por meio da ora-ção e com pessoas maduras na fé, através da valorização da comunhão na família de Deus e através da confissão de pecados como sinal de quebrantamento diante da-quele que tudo pode.

Lembre-se de que Deus de-seja tratar daqueles que estão desnutridos espiritualmente e que sem saúde espiritual nin-guém pode fazer diferença neste mundo.

Desnutrição Espiritual

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Redação de Missões Nacionais

Diante da neces-sidade de conti-nuarmos nossos esforços, a fim de

expandir o número de vidas salvas por Cristo no Sul de nosso país, mais uma opera-ção Jesus Transforma aconte-ceu na região, entre os dias 10 e 25 de janeiro.

Para iniciar o trabalho foi realizado o culto de comis-sionamento na Igreja Batista Central de Porto Alegre - RS, que reuniu todos os envolvi-dos com a programação. O pastor Walter Azevedo foi o orador na ocasião e o irmão Egon, executivo da Conven-ção Batista do Rio Grande do Sul, deu a palavra de boas vindas.

O pastor Fernando Brandão, diretor-executivo da JMN, falou aos voluntários através de um vídeo apresentado durante o comissionamen-

to. A programação de início ainda contou com a presença do pastor Gilnei, missionário de Alianças Estratégicas, que motivou os participantes com uma bela palavra.

Ao todo foram mais de 400 voluntários com o mes-

mo propósito de ganhar vidas para Deus, divididos em 30 bases espalhadas por grande parte da região sul. Interceda para que esta operação tenha causado im-pacto relevante para a glória de Deus.

Operação Jesus Transforma reúne mais de 400 voluntários no Sul

Equipe da frente de Santa Maria orando pelos voluntários que atuarão em Rosário do Sul

Redação de Missões Nacionais

A turma de jiu-jitsu do Projeto Novos Sonhos realizou a cerimônia de con-

cessão de grau e troca de fai-xa. Meninos e meninas que vivem em áreas próximas à cracolândia de São Paulo participam da turma Gold Team Cristolândia, e têm a oportunidade de praticar atividades físicas e também conhecer a Palavra de Deus.

O Projeto Novos Sonhos, que faz parte da Cristolândia São Paulo, é um trabalho de prevenção ao uso de drogas, que visa atender crianças que

moram no entorno da cra-colândia. O Projeto alia es-porte, cultura e a mensagem de Cristo, buscando dar no-vos rumos aos pequeninos, através de aulas de ballet, música, futebol, alfabetiza-ção, entre outras atividades.

Por meio do trabalho so-cioeducativo, muitas crianças têm tido suas histórias de vida transformadas, como duas meninas que foram selecio-nadas para pleitear uma vaga na melhor escola de ballet do mundo, o Ballet Bolshoi. A história destas crianças foi acompanhada e transmitida pelo programa Fantástico, da Rede Globo de televisão, no dia 19 de outubro de 2014.

Pregação do Evangelho e jiu-jitsu

no Projeto Novos Sonhos

Parte da equipe de voluntários da Trans Sul no culto de comissionamento na Igreja Batista Central, em Porto Alegre - RS

Líderes da JMN enviando os voluntários

Cerimônia de concessão de grau e troca de faixa dos alunos

Meninos e meninas conhecem a Palavra de Deus através do esporte

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10 o jornal batista – domingo, 25/01/15 notícias do brasil batista

Ademir Clemente, coordenador Nacional das Sociedades Missionárias de Homens Batistas da União Missionária de Homens Batistas do Brasil

“Grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres” (Sl 126.3)

Janeiro é um mês de fes-ta para as organizações DENASMHOB - Departa-mento Nacional de Socie-

dade Missionária de Homens Batistas do Brasil -, Denagam - Departamento Nacional de Grupo de Ação Missionária - e UMHBB - União Missionária de Homens Batistas do Brasil -, pois é um mês onde cada organização completa o seu aniversário.

Eu costumo falar que o nos-so histórico como organização é uma bênção de Deus para os Homens Batistas Brasileiros, pela razão que começou e, principalmente, pela neces-sidade que existia naquela ocasião em evangelizar. A primeira organização mascu-lina batista do Brasil foi criada em 04 de junho de 1916 na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, com a presença de 11 homens. Após isso, muitos grupos de homens funciona-vam em várias Igrejas com diversos nomes: União de Ho-mens, Sociedade Cooperadora de Homens, Departamento Masculino de Evangelização, Gideões, etc. Lembramos com gratidão a Deus pela vida e dedicação dos pioneiros do trabalho batista no Brasil, quando saíam evangelizando pessoalmente, pregando o Evangelho ao ar livre, distri-buindo literatura evangélica de casa em casa, organizando e mantendo pontos de pregação, congregações e novas igrejas. O resultado foi a repetição da história da Igreja Primiti-va: “Acrescentavam-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47).

Em 15 de janeiro de 1944, Francisco Manoel do Nas-cimento, secretário-geral e tesoureiro da União Geral das Sociedades Cooperadoras de Homens, lançava através da Casa Publicadora Batista, o Pequeno Manual das So-ciedades Cooperadoras de Homens com o apoio dos homens das Igrejas Batistas do Rio de Janeiro, dos pastores José de Miranda Pinto, doutor António Neves de Mesquita e Nelson Miranda. Em 1947, o Departamento Masculino de Atividades Missionárias foi transformado em Divisão Masculina de Atividades Mis-

sionárias, sendo chefiado pelo pastor Edson José Machado. Em 1963, os homens adultos sonhavam com uma organi-zação missionária e com a ampliação do trabalho mas-culino. Foi então oficializada a Sociedade Cooperadora de Homens e preparada a primeira edição do Guia do Cooperador pelos pastores William Alvin Hatton e Ed-son José Machado, contendo orientação para as SCH. Foi--lhe dado o nome de “Manual das Sociedades Cooperadoras de Homens”.

Em 1970, na Convenção em Salvador-BA, foi realiza da a 1º Assembleia de Homens Batis-tas do Brasil, marco histórico do inicio de nosso trabalho, sob a direção do irmão Alci-des Cunha, hoje pastor. Em 23 de janeiro de 1978, a 60ª Assembleia da Convenção Ba-tista Brasileira (CBB), reunida em Recife - PE, criou a UMM-BB, cujo primeiro presidente foi o doutor Ophir Pereira de Barros e secretário-geral, o irmão Dirceu Amaro.

Com a criação da União Masculina Missionária Batista do Bra sil, atendeu-se ao dese-jo dos homens batistas de ter uma organiza ção com uma estrutura própria que pudesse, sob a égide da Con venção Batista Brasileira, realizar um trabalho dinâmico e que con-gregasse, de fato, todos os homens batistas do Brasil. Com isso, as organizações, Embaixadores do Rei (que estava sob a responsabilidade da JUERP) e o Grupo de Ação Missionária (que na época pertencia e Coordenadoria de Educação Religiosa da CBB) passaram a fazer parte da UMMBB.

Histórico do DENASMHOB

Em 1992, com o crescimen-to da UMMBB, concluiu-se que na época a SMM - Socie-dade Masculina Missionária - deveria ser um departamento, assim como Embaixadores do Rei (DENAER) e Grupo de Ação Missionária (Denagam) e não uma União. Este sonho virou uma realidade na As-sembleia Anual da UMMBB, realizada no dia 21 de janeiro de 1994, em Aracaju - SE, quando se acatou a sugestão da secretaria-executiva da UMMBB para criar o Depar-tamento Nacional de Socieda-des Masculinas Missionárias, sob a sigla Denasom. Nesta mesma ocasião foi trabalhado o nome de um coordenador para estar, assim, coordenan-do este trabalho. O primeiro coordenador deste Depar-

tamento foi o irmão Oziel Alves Lírio, depois passaram os seguintes irmãos: Antônio Claudino Rodrigues, Edson Ramos de Souza, Jorge Itararé Maravalha (interino), Cláudio Santos e o pastor Nivaldino Cipriano Bastos. Atualmente, o irmão Ademir Clemente ocupa a função de coorde-nador deste Departamento desde maio de 2002.

O objetivo da criação deste órgão é dar suporte à SMHB de sua igreja local, através do DCSMHOBs - Departamento Convencional de Sociedade Missionária de Homens Ba-tistas - e DASMHOBs - De-partamento Associacional de Sociedade Missionária de Homens Batistas – pois, assim, como o DENAER tra-balha junto aos ERs de todo o Brasil, e o Denagam com os GAMs, o DENASMHOB tem esta função, de trabalhar com esses Departamentos (conven-cional e associacional) para a sua SMHB, em sua igreja local, através dos DASMHOB, que tem a responsabilidade em trabalhar com as SMHBs de igrejas pertencentes a sua associação e o DCSMHOB, que tem a responsabilidade em trabalhar com os DAS-MHOBs. Louvamos a Deus pela visão na criação deste Departamento, pois tem sido, ao longo deste ano, uma im-portante ferramenta para o desenvolvimento das SMHBs de nossas Igrejas Batistas em todo o Brasil. Outra vitória nossa é saber que o trabalho de SHB vem crescendo de tal maneira que, em algumas regiões do nosso país, tem sido criado UHB em nível de região, a exemplo do Sudeste, Nordeste, Centro-oeste e Sul do Brasil, inclusive temos todo ano encontros anuais com os líderes dessas orga-nizações.

O segmento da UMHBB é responsável pelo desenvol-vimento geral da SMHB em nível nacional, pelo cadas-tramento dos DCSMHOBs convencionais e DASMHOBs associacionais e SMHB das igrejas locais. Responsável, também, pela formação e trei-namento de líderes, cursos de capacitação de lideres de SMHB e desenvolvimento da revista da Homem Batista, pela elaboração de atividades especiais, pela realização de acampamentos, congressos e outras atividades orientadas ou solicitadas pelo secretário--geral da UHBB. Realiza todo ano encontros convencionais de coordenadores de DCS-MHOBs, onde tem como meta o planejamento dos trabalhos

por parte de cada coordenador convencional. Apoia e mobili-za os DCSMHOBs convencio-nais em atividades estaduais e nacionais. Promove a unidade do trabalho de Sociedade de Homens Batistas em todo o país, relacionando-se com as Igrejas sem, contudo, interferir nas atribuições convencionais e associacionais. Na direção do DENASMHOB está o co-ordenador Nacional, indicado pelo diretor-executivo e ho-mologado pelo Conselho da UMHBB, a quem deve prestar relatórios e informações do Departamento.

O que é o Denagam?

O Grupo de Ação Missioná-ria é uma organização batista missionária para jovens de 18 a 35 anos, solteiros, mem-bros de uma Igreja Batista. Entretanto, é permitido aos não batizados frequentar suas programações, contudo, sem assumir atribuições. O objeti-vo principal é fazer missões e ação social dentro da igreja, bem como cooperar com os trabalhos associacionais.

Tudo começou em 1967, em atendimento a uma su-gestão do DMAM - Depar-tamento Masculino de Ati-vidades Missionárias – para a criação do GAM. Em tem-po, também foi lançada a 1ª edição do Guia do GAM, elaborado por Edson José Machado, Willian Alvin Hat-ton e Antonio Melo Santos. Com a divulgação do Guia do GAM e a promoção efe-tuada, o trabalho organiza-do com os moços desper-tou o interesse de muitas igrejas, principalmente no estado do Rio de Janeiro. O primeiro GAM foi orga-nizado em 21 de janeiro de 1968, na Primeira Igreja Ba-tista daTaquara, no Rio de Janeiro, outros, porém, foram organizados em seguida em várias Igrejas. Em fevereiro de 1968, foi realizado o 1º Acampamento de Moços, no

Sítio do Sossego, no Rio de Janeiro. E, com o entusiasmo dos seus participantes, novos GAMs foram organizados em vários estados. Por falta de um planejamento mais ousado e talvez por falta de promoção, as atividades dos GAMs ficaram restritas apenas às igrejas que já conheciam a organização, resumindo--se em algumas centenas de GAMs espalhados pelo Brasil.

Com o passar do tempo, a organização foi se tornando insatisfatória a ponto de al-gumas pessoas, não satisfeitas com a estrutura denomina-cional em relação ao progra-ma de educação religiosa da CBB, votarem a extinção da mesma na 70ª assembleia da CBB, realizada em For-taleza – CE, em janeiro de 1989. Dessa forma, o GAM foi eliminado do programa de educação religiosa.

Sem deixar abater-se pelo desânimo e sem contrariar a decisão da CBB, o Conselho de Administração e Coorde-nação da União Masculina Missionária Batista do Brasil – UMMBB, reunido no dia 03 de abril de 1989, decidiu solicitar à CBB, a reconside-ração do assunto e entregou a seu secretário-geral, irmão José Silas Portieri, a responsa-bilidade de promover novos estudos na faixa etária dos moços e preparar o material necessário para a sua promo-ção em larga escala, inclusive a elaboração de um Manual da organização; o que efeti-vamente foi feito no exercício de 1989. A 71ª Assembleia da CBB, realizada em janeiro de 1990, na cidade de Belo Ho-rizonte – MG reconsiderou a proposta de extinção do GAM e votou a sua reorganização.

Louvamos a Deus pelas nos-sas organizações, que tem lu-tado e permanecido firmes no trabalho masculino de nossos departamentos dentro de suas faixas etárias, abençoando e sendo abençoados nas mais diversas igrejas de nosso país.

UMHBB, DENASMHOB e Denagam completam aniversário de organização

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11o jornal batista – domingo, 25/01/15missões mundiais

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

A etnia marka, uma das principais de Burkina Fasso, país na África Ociden-

tal, ainda é considerada não alcançada, apesar de Mis-sões Mundiais já ter missio-nários atuando entre esse povo. E os primeiros frutos já surgiram. Missionários da JMM no país participaram de um culto com pessoas de várias aldeias. Durante a cerimônia, 83 pessoas foram batizadas. Os primeiros ba-tismos foram realizados pe-los pastores Jean e Jacques, pioneiros da etnia marka.

“Foi uma alegria ver o pas-tor Jean e o pastor Jacques, que se formaram no passa-do no Seminário Teológi-co Batista, fazerem os seus primeiros batismos”, conta a missionária Cristiane Oli-veira. “No momento, temos mais dois irmãos no Seminá-rio e, até outubro, teremos mais seis. Glória a Deus”, acrescenta.

O fim de ano da equi-pe missionária em Burkina Fasso foi bastante movi-mentado. Uma das várias atividades desenvolvidas foi o evangelismo no bairro onde fica a Igreja Batista Wend Benedo, na capital Uagadugu.

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

Um espaço de inte-ração, comunhão e muita informa-ção sobre o que

Deus está fazendo no mun-do. Assim será o estande de Missões Mundiais na Assem-bleia da Convenção Batista Brasileira, que este ano acon-tecerá em Gramado-RS, entre os dias 06 e 10 de fevereiro. Uma grande e funcional es-trutura foi projetada para que os convencionais estejam conectados aos campos mis-sionários através da JMM.

A agência missionária da CBB para o exterior também marcará presença com a par-ticipação de seus líderes nas reuniões de todas as organi-zações da denominação, na Câmara Setorial de Missões, a ser realizada no sábado, dia 07, e durante a Noite Missionária, que acontecerá na segunda-feira, dia 09.

A grande expectativa para este ano é o lançamento dos livros de dois grandes íco-

nes de missões transcultu-rais. Analzira Nascimento apresentará sua mais recente publicação: “Evangelização ou Colonização?”. Nele, a missionária mostra que é pos-sível mudar e ousar “jeitos de fazer” missão. E o mais antigo missionário ainda a serviço de Missões Mundiais, pastor

Antonio Galvão, lançará o seu primeiro livro: “Antolo-gia Missionária”. Na obra, o autor fala das suas principais experiências ao longo de mais de quatro décadas em campos como Moçambique, a antiga Rodésia (atual Zim-bábue), Espanha, Argentina e Paraguai.

Outro destaque será a Cam-panha 2015 de Missões Mun-diais: “Meu Chamado, Voz de Deus às Nações”. Toda a identidade visual do nosso estande terá a temática da Campanha. O uso da vocação de cada um para anunciar o Evangelho de Cristo aos povos será massificado nas mensagens dos nossos líderes.

“Inúmeras vezes a Bíblia nos mostra que Deus nos vocacionou como um povo para louvá-lo, mas princi-palmente para fazer a Sua mensagem avançar entre as nações. Queremos, nesta campanha, fazer com que os cristãos reflitam que todos nós temos um chamado e, por isso, devemos nos permi-tir ser usados por Deus”, co-menta o pastor João Marcos Barreto Soares, diretor-exe-cutivo de Missões Mundiais.

Missionários vindos direta-mente dos seus respectivos campos para esta Assembleia falarão e mostrarão através de fotos e vídeos como têm sido voz de Deus junto àqueles que clamam por amor, paz,

“Foi muito especial ver o agir de Deus. Muitas pes-soas manifestaram o desejo de seguir a Jesus, porém, apenas duas apareceram no domingo na Igreja para con-firmar a decisão. Uma delas apresentou ao pastor todos os ídolos que tinha e os des-truiu, quebrando assim seu vínculo com as trevas e ini-ciando uma nova vida com o Senhor Jesus”, relata a mis-sionária Cristiane. “Ore por essas duas novas irmãs, para que se firmem mesmo diante das provas que enfrentarão”, acrescenta.

Para este ano, a missionária deixa uma palavra de espe-rança:

“Ao olharmos o mundo ao redor, somos tentados a nos desencorajar, mas, apesar dos conflitos externos e in-ternos que nos cercam, po-demos confirmar que Deus, através do Seu Santo Espíri-to, encherá o nosso coração de alegria e paz, nos fazendo enxergar o futuro com espe-rança e fé de que Ele está e sempre estará no controle de todas as coisas”, diz.

“Muito obrigada a todos que me acompanharam em 2014 através de oração e ofertas. Entramos em 2015 com muitos desafios na cer-teza de que Deus vai à frente, nos fortalecendo e nos dando vitória”, conclui.

igualdade e justiça. O casal Ael e Bel, que está no Sudes-te da Ásia, falará aos conven-cionais sobre a experiência de falar de Cristo em um país de grande concentração de povos não alcançados e onde a missão de evangelizar pode representar sérias complica-ções. Lá eles desenvolvem ações como o Projeto Bíblias para Ásia.

Alinhada aos Objetivos do Milênio, definidos pela Organização das Nações Unidas, Missões Mundiais está comprometida em fazer a voz de Deus falar mais alto às nações, mudando histórias de vida. Visite nosso estande na Assembleia da CBB em Gramado ou acompanhe a transmissão pelo site www.batistas.com. Em nossa pá-gina no Facebook (www.facebook.com/MissoesMun-diais) e nosso site (www.missoesmundiais.com.br), você encontra a cobertura completa da participação de Missões Mundiais neste tradicional evento anual dos batistas brasileiros.

Pastores de etnia não alcançada realizam mais de 80 batismos em Burkina Fasso

Um chamado na Assembleia da CBBAo todo, 83 pessoas foram batizadas

Primeiros pastores da etnia marka, de Burkina Fasso, realizaram os primeiros batismos de seus ministérios

Pastores João Marcos Barreto Soares, executivo da JMM, e Sócrates Oliveira de Souza, diretor-executivo da CBB são presenças confirmadas na 95ª Assembleia da Convenção

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12 o jornal batista – domingo, 25/01/15 notícias do brasil batista

Maria de Oliveira Nery, colaboradora de OJB

“Seja sobre nós a g r a ç a d o Senhor nosso Deus e con-

firma sobre nós a obra de nossas mãos. Sim, confirma a obra de nossas mãos” (Sl 90.17).

O Jornal Batista é o ór-gão oficial da Convenção Batista Brasileira (CBB), semanário, confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. É o porta-voz de mensagens dos ensina-mentos bíblicos da Palavra de Deus, para que todos possam encontrar o cami-nho da salvação. O Jornal Bat i s ta ocupa um lugar de destaque nos meios de comunicação em todos os estados do Brasil levando not íc ias do t rabalho de evangelização dos Batistas Brasileiros.

O Jornal Batista foi fun-dado em 10/01 /1901 e e s t e ano de 2015 e s t á completando 114 anos de glórias. Foi fundado pelo inesquecível ilustre pas-tor doutor Willian Edwin Entzminger, de naciona-l idade norte americana, nascido no estado da Ca-rolina do Sul, nos EUA, em 25/12/1859. Era casa-do com a senhora Magie Grif f i th Entzminger, co-nhecida como dona Graça e , juntos , cont r ibuí ram muito para ganhar o Bra-sil para Cristo. O pastor W. E. Entzminger chegou ao Brasil em 1891 como missionário enviado pela Junta de Rechmond (Junta de Missões Amer icana) para colaborar na missão de evangelização do Bra-si l . A sua dedicação foi muito abençoada e, assim, prestou relevantes traba-lhos de evangelização em vários estados do Brasil.

Ele amava muito o Brasil e, de todas as suas realiza-ções, algumas merecem ser destacadas, como a organi-zação de igrejas. Pastoreou a Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ por dez anos

em quatro períodos e, em 1917, sentiu o desejo de merecidamente passar a Igreja para o inesquecível pastor doutor Manoel Ave-lino de Souza. Em 1901 fundou O Jornal Batis ta como um meio de comuni-cação evangélica e ocupou o cargo de diretor do Jornal por 19 anos (1901 – 1919). O Jornal Batista foi também dirigido por vários pastores históricos, como diretores efetivos e interinos, alguns brasileiros e outros ameri-canos.

Para demonstrar o seu amor pelo Brasil, ele dei-xou no Cantor Cristão vá-rios hinos de louvor (72 hinos), principalmente o de número 452, “Minha Pátria para Cristo”. Entre muitas qual idades que possuía como servo do Senhor, gos-tava de promover culto nas praças públicas, transmitin-do mensagens e cantando louvores com o propósito de atrair as pessoas para Jesus Cristo. Sentia-se mui-to feliz porque nasceu no dia 25 de dezembro, dia de Natal, e todos comemora-vam o aniversário de Jesus e o seu também. Gostava de dar uma oferta especial para as pessoas pobres da Igreja para comemorar o Natal, como também gos-tava de dar flores para sua esposa ornamentar a casa onde ele era muito feliz. O pastor W.E. Entzminger viveu 71 anos de glórias e faleceu em 1930 no Brasil, na cidade de Petrópolis – RJ, onde está sepultado.

A Deus demos glória por esta vida tão preciosa, as-s im como a Convenção Batista Brasileira, através do presidente, pastor Luiz Roberto Silvado, do dire-tor-geral, presado pastor Sócrates Oliveira de Souza e da redatora de O Jornal Batista, a jornalista Paloma Si lva Furtado, e demais funcionários, que vêm con-servando O Jornal Batis-ta com muita dedicação, proporcionando ao leitor muitas alegrias e prestigian-do os colaboradores. Aos

dois jovens gêmeos Ismail Vicente Ferreira e Ismael Vicente Ferreira Júnior que estão, por mais de 15 anos, colaborando na divulga-ção de O Jornal Batista na Igreja. Eles são membros da Primeira Igreja Batista de Niterói – RJ. O pastor Sócrates é diretor do Jornal

desde 2002 e, este ano de 2015, está completando 13 anos de dedicação ao OJB. Que Deus abençoe a todos que, tão bondosamente, co-laboram para que O Jornal Batista seja uma bênção. Ao fundador, pastor doutor Willian Edwin Entzminger ( In Memoriam ), pastor Luiz

Roberto Silvado e o pastor Sócrates Oliveira de Sou-za dedico esta mensagem bíblica:

“Bem-aventurado o ho-mem cuja a força esta em Ti, e em cujo o coração es-tão os caminhos aplanados” (Sl 84.5). A todos um feliz ano novo de 2015. Amém.

Ao vitorioso O Jornal Batista - 114 anos de glória

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Tempo de festa para os Batistas capixabas

13o jornal batista – domingo, 25/01/15ponto de vista

Marcos Vinicio Dias Ribeiro, assessor de imprensa do STBNF

Foi realizada no sábado, dia 13 de dezembro, a cerimônia de colação de grau da 26ª turma

de bacharel em Teologia do Seminário Teológico Batista do Noroeste Fluminense (STB-NF), no templo da Primeira Igreja Batista de Itaperuna, no noroeste Fluminense. O STBNF é referência no ensino teológico em Itaperuna e na região, bem como de parte da Zona da Mata de Minas Gerais e do sul do Espírito Santo. Também foi realizada a formatura de mais uma turma do Curso Técnico de Música Sacra. Os formandos homena-gearam a professora Kátia Luci Botelho da Silva Brum, dando--lhe o seu nome à turma.

O pastor Marcus Gomes Salomé, presidente da Asso-ciação Batista Extremo Norte Fluminense (ABENF), da Asso-ciação Batista Itaperunense de Educação Teológica (ABIET) e diretor interino do Seminário, falou em nome das 49 Igrejas Batistas da região abençoando a cada formando.

“Em nome da ABIET e da ABENF, quero dar os para-béns aos formandos, tendo a certeza de que Deus tem preparado um ministério para cada um. E que neste momen-to começa esta vida ministe-rial e tudo aquilo que Deus preparou e planejou para cada um de vocês”, disse o pastor Salomé.

O Paraninfo na solenidade foi o pastor Josué Pereira Brum, que é pastor da Igreja Batista do Loteamento Boa Fortuna, em Itaperuna - RJ, que proferiu o seu sermão baseado no chamado de Eli-seu com o tema: “Um santo homem de Deus deixa um rastro de santidade”.

Na mensagem, o pastor Jo-sué destacou a vida de Eliseu, sua relação com Elias, sua submissão à vontade de Deus e sua dependência da direção do Pai em seu ministério.

O aluno Raphael Guima-rães foi eleito o aluno mais bem aplicado no ano de 2014 no STBNF, conforme indicou a computação de seu aprovei-tamento nas matérias ministra-das em seu período. O orador da 26ª Turma do STBNF foi o aluno Ronaldo de Oliveira Motta, que destacou os de-safios, as lutas e vitórias do apóstolo Paulo como exem-

plo para seguir como cristãos e para quem foi chamado para o ministério da Palavra. Após a diplomação, os formandos fizeram o tradicional juramen-to no comando do seminarista Leanderson Zanon Nunes.

Após a solenidade de entre-ga dos diplomas a cada um dos formandos, foi dada a posse ao pastor Carlos Rober-to de Oliveira Jr., que assume a diretoria do STBNF. Os pastores presentes oraram e pediram as bênçãos de Deus sobre a vida do novo diretor. O pastor Ezequiel Pimentel de Mattos dirigiu a oração.

Um pouco da história do STBNF

Criado em 29 de junho de 1985, idealizado pelos pas-tores Gessy Frutuoso, Edmar Pereira da Silva e Heitor An-tônio da Silva para atender às igrejas evangélicas do noroeste Fluminense na formação de pastores, educadores e líderes para o trabalho eclesiástico, o Seminário nasceu como o nome de Faculdade Teológica Batista de Itaperuna (FATEBI), passou a se chamar Seminário Teológico Batista de Itaperuna (SETEBI) e, finalmente, por sua abrangência, se tornou o Se-minário Teológico Batista do noroeste Fluminense (STBNF) e tem se despontado no ensino teológico pelo compromisso com uma boa formação. Fa-zendo parte, assim, da Asso-ciação Batista Itaperunense de Educação Teológica (ABIET), que está inserida na Associa-ção Batista do Extremo Norte Fluminense (ABENF).

No início, sob a direção do pastor Heitor Antônio da Silva, o STBNF teve como sede a Segunda Igreja Batista de Itape-runa - RJ, na Rua Jaime Porto, 292, bairro Niterói, e ali fun-cionou até o ano de 1990. Na-quele ano assumiu a direção o pastor Paulo Zarro de Freitas

e a sede foi transferida para a Primeira Igreja Batista de Ita-peruna - RJ à Avenida Cardoso Moreira, 691, no Centro da cidade. Ali contou com con-dições mais adequadas para aquela realidade, visto que, já contava com quatro turmas no curso de Teologia.

O STBNF posteriormente transferiu-se para a sua sede própria à Rua Thomáz Teixeira dos Santos, 148, bairro Cidade Nova, em Itaperuna - RJ, onde

Débora Cardoso, coordenadora do Ministério de Educação da Convenção Batista Capixaba

Os batistas capixa-bas celebraram com a legr ia a chegada do novo

diretor-geral no dia 19 de dezembro na Igreja Batista em Mata da Praia, em Vitória - ES. Na ocasião, o coro de homens cantores de Vitória contribuiu com adoração junto do ministério de ado-ração da AMBEES. A mensa-gem foi trazida pelo pastor Washington Pereira Viana, da Primeira Igreja Batista em Bento Ferreira - ES. Se fize-ram presentes representantes da Junta de Missões Nacio-nais e Mundiais, presidente da Juventude Batista Brasi-leira e diretor-executivo da Convenção Batista Carioca.

A condução do culto foi realizada pelo presidente da CBEES, pastor Doronézio Pedro de Andrade. Além do momento solene de pos-se, que reuniu mais de 200 pastores presentes, o novo diretor, pastor Diego Bra-vim, recebeu da Assembleia

se encontra até os dias de hoje com uma das melhores infraes-truturas de ensino teológico do estado do Rio de Janeiro.

O STBNF também foi dirigi-do pelo pastor Rômulo Vinicius Dias, que com o seu trabalho, conseguiu trazer a convalida-ção para bacharéis em Teologia e o mestrado, além de lançar o Congresso Regional de Teolo-gia para pastores e líderes.

Hoje o STBNF tem em seus quadros professores capacita-

dos, uma rica biblioteca para atender aos alunos, um com-pleto laboratório de informática para auxiliar ainda mais a capa-citação dos que ali ingressam e procura a cada dia se aperfei-çoar para oferecer aos seus aca-dêmicos e aos professores uma melhor estrutura de maneira a alcançar a excelência no ensino teológico. Para contatos com o STBNF: Tel (22-3823-8335) ou pelo email: [email protected].

Em Itaperuna - RJ, STBNF cola grau da 26a turma de bacharel em Teologia e

do Curso Técnico de Música Sacra

Legislativa, pelas mãos do deputado Esmael Almeida, a comenda Loren Reno. Ele foi o diretor-geral mais novo a receber esta homenagem pelos serviços prestados ao estado do Espírito Santo. O pastor Diego é capixaba e sua trajetória ministerial é re-

conhecida de forma legitima. O pastor foi presidente da Juventude Batista Brasileira, diretor-executivo da Juven-tude Batista Capixaba, pastor auxiliar na Primeira Igreja Batista em Bento Ferreira - ES e na Primeira Igreja Batista de Cachoeiro de Itapemirim - ES.

Alunos da 26ª turma de bacharel em Teologia do STBNF Pastor Carlos Roberto de Oliveira Jr. assumiu a direção do STBNF abençoado pelos pastores presentes na colação de grau

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14 o jornal batista – domingo, 25/01/15 ponto de vista

O dia 07 de janei-ro de 2015 fica-rá marcado na história como o

maior ataque à liberdade de imprensa. Doze pessoas fo-ram assassinadas, entre elas o diretor da Revista e quatro chargistas conhecidíssimos no mundo, que trabalhavam na Revista Charlie Hebdo, em Paris. Dois terroristas ligados a Al Qaeda entraram no pré-dio da Revista e executaram barbaramente os chargistas e outros funcionários da empre-sa. Sabemos que os extremis-tas islâmicos estão dispostos a matarem e morrerem por sua crença em um deus vingativo e déspota. A religião islâmica é extremada, impaciente e violenta. Atacam todos aque-les que “ferem” a sua crença. Há um trabalho muito intenso de “evangelizar” o máximo de pessoas em todo o mun-do e “convertê-las” ao isla-mismo. A religião islâmica é preconceituosa e implacável. Os países islâmicos não ad-mitem a liberdade de outros credos em seus territórios, mas querem liberdade nos territórios alheios para onde se dirigem seus “missioná-rios” e cidadãos que buscam trabalho. Os sunitas e os xiitas

No próximo mês de junho minha espo-sa e eu completare-mos 38 anos de mi-

nistério. Neste período temos servido a denominação por diversas formas, seja no minis-tério pastoral, seja na área ins-titucional ou denominacional.

Temos notado que ao longo do tempo tem havido alte-rações profundas na confi-guração do ministério, seja pastoral, seja em outras áreas. Já presenciamos pastores e famílias passando necessida-de sem o devido cuidado da igreja, como já vimos também pastores abusando de sua auto-ridade e avançando sobre ave-nidas que colocam em risco a credibilidade do ministério.

Em um caso, depois da posse do pastor, uma Igre-ja comunicou-lhe que o seu salário seria calculado por produtividade, como se fosse possível esta forma de cálcu-

são inimigos, lutam entre si, e de forma bárbara. Eles estão crescendo muito na Europa e já chegaram também na América Latina.

O ataque à Revista Charlie Hebdo é uma demonstração do que os extremistas islâ-micos são capazes de fazer, como acontece em áreas da Síria e do Iraque dominadas pelo Exército Islâmico, for-mado por homens sangui-nários que matam mulheres e crianças. Temos visto as atrocidades cometidas por esse exército aos cristãos e outros grupos que não profes-sam o seu credo. A religião é um sistema de escravidão, vingativo e destruidor. Ela enfatiza o mérito humano em detrimento da graça divina. O homem vale pelas obras que faz. O deus do islamismo é um deus legalista, intransi-gente e implacável. Alá é o deus do islamismo, o Corão é o seu livro-texto e Maomé o seu maior profeta. O Islamis-mo professa a “guerra santa” e o seu alvo é conquistar o mundo para Alá utilizando estratégias diversas.

A barbárie ocorrida na Re-vista Charlie Hebdo é uma demonstração da violência e do espírito assassino que

lo na atividade ministerial. Na época da CPMF, em vez de pagar o sustento com um cheque da tesouraria, uma Igreja pagava seu pastor com os cheques dos dízimos e con-tribuições. Indagado, o tesou-reiro afirmou que a Igreja não queria ter o prejuízo em ter de pagar a CPMF. Mas também soubemos de uma situação de quase despejo de uma esposa viúva de pastor cerca de 15 dias após o sepultamento de seu marido, por conta de uma pressão da Igreja para que ela desocupasse a casa pastoral. Claro que há líderes de igrejas que se incomodam também com pastores que ficam o dia todo na internet participando de listas ou enviando e-mails para amigos, ou quando seus pastores ainda estão de pijama ao meio-dia, ou mesmo com pastores que acabam tendo uma circularidade de liderança a cada dois ou três anos, pois

é fortíssimo no extremismo islâmico. A religião muçul-mana não admite qualquer brincadeira com Alá, o Corão e Maomé. Temos o exemplo de Salman Rushdie, escritor britânico de origem indiana, que, por causa dos versos satânicos (uma interpretação jocosa de alguns versos do Corão) foi condenado à mor-te pelo aiatolá Khomeini, do Irã. Até hoje ele vive escon-dido e protegido pela Polícia britânica. Esta atitude é de gente medíocre, extremada, preconceituosa, intolerante e com um espírito assassi-no. O Senhor Jesus Cristo, o Deus encarnado, em nenhum momento respondeu com violência as provocações, hu-milhações, sofrimento atroz, e, finalmente, a morte pelos judeus e romanos. Sendo Deus, se entregou por nós na cruz e nos ensinou a amar os nossos inimigos, a bendizer os que nos maldizem e aben-çoar os que nos amaldiçoam e a perdoar os que nos ofen-dem e nos odeiam, como relata Mateus 5.43-48.

O cristianismo autêntico está na contramão do islamis-mo em todas as suas formas. Nós, cristãos, não seguimos uma religião, mas seguimos e

ninguém aguenta trabalhar diante de sua arrogância, em-páfia ou autoritarismo.

Como lidar com tudo isso? Digno é o trabalhador do seu salário, diz o apóstolo em I Timóteo 5.18 e, ao que tra-balha, o salário não deve ser considerado como favor, mas como dívida, de acordo com Romanos 4.4. Temos aqui uma relação de emprego em que de-vem ser considerados o vínculo entre quem trabalha e quem concede a oportunidade de trabalho. Claro que o ministério pastoral não é um emprego, mas, em termos gerais, há uma relação de emprego no sentido de compromissos acordados e a serem atendidos, um valor combinado em troca do traba-lho e dedicação, princípios que regem a admissão e finalização do atendimento ministerial; direitos acordados, tais como, plano de saúde, moradia, ver-bas adicionais, fundo de garan-

servimos a Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor – Aquele que voluntariamente morreu por nós na cruz, nos ensinou a amar, a tolerar os contrários e viver em paz com todos. Ele disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Aquele que nasceu de novo vive uma vida de amor e compaixão; solidariedade e serviço; ale-gria e contentamento; paz e convivência amistosa. Paulo sofreu perseguição, foi ataca-do, esbofeteado, chicoteado, mas não revidou. Para ele, sofrer por Cristo era um privi-légio, uma honra. Ele nunca promoveu extremismo, vio-lência, intolerância, vingança e nem agressão. A sua pregação consistia em testemunhar da Obra de Cristo na cruz e na ressurreição. O seu assunto era Jesus Cristo e este crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gregos (I Co 1.12; 2.1-5). Então, o Antigo e o Novo Testamento revelam um Deus de amor, que nos desafiou a amá-lO de todo o coração, alma, entendimento e com todas as forças, e ao próximo como a nós mesmos.

A verdadeira fé não agride, não mata, não age com into-lerância, não rejeita, não atua

tia de tempo ministerial, férias, reajustes periódicos dos valores recebidos, etc.

Mas também há de ser con-siderada a relação de trabalho que aqui representa as ações que caracterizam o atendimen-to ministerial, incluindo-se a atenção do ministro no serviço à sua igreja que identifica o fato e a natureza do ministério pastoral, educacional, musical, missionário, etc. Neste caso, espera-se a dedicação com qualidade e afinco, de modo que o ministro seja conside-rado dentro de um ambiente receptivo e de respeito. A rela-ção de trabalho inclui inevita-velmente a relação e emprego.

Qual deve ser a prioridade de um pastor ou ministro? Penso que as duas relações são impor-tantes e entendendo que a rela-ção de trabalho acabará sendo priorizada muitas vezes, pois é incalculável o valor do trabalho ministerial. Como mensurar

com preconceito, mas ama sempre apresentado a ver-dade que é Cristo Jesus, que liberta do jugo da religião. Lá da cruz, sofrendo dores terríveis por nós, que não suportaríamos, ele disse: “Pai, perdoa-lhes porque não sa-bem o que fazem”. O Mestre era cheio de amor, ternura e aceitação para com o perdido, devasso, maltrapilho e pródi-go. Ele não aceita as pessoas por mérito delas, mas pela graça mediante a fé no Seu sa-crifício na cruz. Cristãos genu-ínos, mesmo sendo criticados, vilipendiados, perseguidos pelos cartunistas de Paris ou qualquer outro grupo, jamais reagiriam como os terroristas islâmicos. Devemos barrar a intolerância pelo amor e pela aplicação da lei. Não pode-mos aceitar qualquer tipo de violência, de ataque aos que pensam diferente de nós. O ataque à Revista Charlie He-bdo deve ser condenado vee-mentemente pelas pessoas de bem. Os terroristas devem ser exemplarmente presos e con-denados pelas leis da França. Os nossos protestos devem ser pacíficos. Não devemos ser vingativos, mas vivermos em amor como Cristo Jesus, nosso Senhor.

em uma escala de valores todo atendimento (durante o dia e de madrugada) que é realizado por um pastor? E que muitas ve-zes deve ficar sob o manto do sigilo por conta do tratamento de assuntos pessoais e íntimos de membros das igrejas.

Quando um ministro enca-ra seu trabalho acima de sua relação de emprego estará pronto para ajudar a igreja, denominação e instituições a passar por momentos de transição e mesmo de crises. Aliás, são nestas horas que demonstramos nosso compro-misso com nosso Mestre, Rei e Proprietário, pois ser ministro em momentos de calmaria é até fácil. Afinal, as igrejas, o ministério e a denomina-ção necessita cada vez mais de ministros corajosos e que estejam dispostos a cimentar momentos cada vez melhores para nosso ambiente. Você está neste grupo de ministros?

OBSErvATórIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Uma reflexão à luz da barbárie na Revista Charlie Hebdo

Ministério: relação de emprego ou de trabalho?

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15o jornal batista – domingo, 25/01/15ponto de vista

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

O filho roqueiro, de 16 anos, de um pastor de uma de-terminada Igreja,

queria muito dirigir o carro do pai. Esperou o melhor momento e fez o pedido, alegando que os genitores dos seus colegas de escola permitiam breves passeios. Depois de refletir, o religioso responde: “Filho, vamos fa-zer o seguinte: você melhora suas notas na escola, estuda a Bíblia todos os dias e corta esses cabelos, que estão mui-to compridos, aí voltamos a conversar sobre esse assunto”.

Um mês depois, o rapaz volta a cobrar se pode dar uma vol-tinha de carro. O pastor, se-renamente, comenta: “Filho, estou realmente orgulhoso de você, pois dobrou suas notas no colégio e tem estu-dado com afinco a Palavra de Deus, mas reparei que não cortou os cabelos!”. O rapaz retruca, apresentando ótimo argumento: “Papai, lendo a Bíblia fiquei intrigado, pois Sansão usava cabelos longos e Noé, também. Até Jesus tinha cabelos compridos! E sei que todos eram boas pes-soas”. O genitor concluiu: “Puxa, meu garoto, você tem toda razão, e olha, todos eles andavam muito a pé”. O jo-

vem, meio sem jeito, baixou a cabeça, pegou os livros e foi para a escola.

Diante da narrativa do es-pecialista em segurança Jorge Lordello, ressalto duas coisas importantes que deixamos para trás na educação das crianças: a inteligência pesso-al e a sabedoria de Deus. No parâmetro enfocado hoje, é difícil dizer quem realmente manda em casa. A autorida-de já não é mais patriarcal, ou seja, não é ensinada pelo exemplo paterno, que evi-dentemente é quase nulo. A sociedade atual é a mais indulgente, a que mais tolera os abusos dos filhos desde a fundação do mundo. Sem dú-

vida, também, essa é a geração mais rica e que menos trabalha - pelos menos, no pesado – ao longo dos séculos. Quando eu era pequeno, levava o almoço do meu pai no seu honrado trabalho de pedreiro. Colocava em um embornal, amarrava na rabeira da bicicleta e partia. Hoje, a criança não pode nem lavar os pratos em casa que os pais podem ser presos. Estão sendo criadas leis esdrúxulas. Nenhuma geração teve tanto tempo para se divertir e jogar seu tempo no lixo como ago-ra. Exemplo: passam-se horas na frente de um computador, celular ou tablet, nem sempre se alimentado de coisas boas e edificantes; com vitaminas para a alma.

Os pais têm dado tudo para os filhos e, em contrapartida, eles continuam querendo mais e mais. Esse é o ponto de dese-quilíbrio. Desta forma, criou-se uma juventude rebelde, insa-tisfeita e acomodada - quase sempre mal-humorada -, e que tem quase tudo e ainda reclama. Como pais, ficamos abestalhados, dizendo: “Ah, a juventude é assim mesmo. Isso é normal”. Esse é outro erro que poucos admitem. Um filósofo contemporâneo diz que “Tudo é fruto das famílias pequenas”. Aqui no Brasil elas encolheram ao longo do tempo. Há 40 anos uma famí-lia, em média, era composta por pai, mãe e seis filhos. No começo deste século caiu para 1,6 filhos, segundo o IBGE. Ouvi um pastor dizendo em um sermão que nos anos 70 se ele estivesse sentado à mesa de jantar e dissesse: “Meu bife está duro, cheio de nervos”, meu irmão que estava do lado, dizia: “Passa pra cá!” e ele ficava sem comer. A refeição era feita de maneira igual para todos. Não tinha como a famí-lia se moldar a alguém. Hoje,

a mãe tem que fazer um ali-mento para um filho diferente do outro. Ela, a mãe, tem que se adequar às crianças egoístas e comodistas; tem que fazer coisas diferentes por causa de filhos manhosos.

A vaidade também tomou conta das “mamães”. Algumas chegam a admitir que não que-rem ter mais filhos “Porque a amamentação deixa os peitos caídos”. Pode? Não querendo ser machista, mas, vamos ser francos, a maioria só pensa em emagrecer e ficar bela, achando que um dia o espelho mentirá para elas, escondendo os pés-de-galinha. Voltemos aos jovens: eles vão ficando, ficando, achando que são os donos da casa do papai. As-sim, tem gente com 35 anos sem saber que profissão seguir, “encostada” nos “véios”. Mais adiante acaba quebrando a cara no serviço achando que a empresa em que “trabalha”, por exemplo, tem a obrigação de pagar tudo; tem que pintar até a parede do escritório de azul porque é a sua cor prefe-rida. Uma ousada suposição.

O mais admirável é o que tem acontecido quando al-guns destes jovens resolvem contrair matrimônio. Para espanto geral, tem novos ca-sais se separando porque um dos parceiros é viciado em videogames. Parece impos-sível, ridículo isso, mas está ocorrendo. Não é inusitado? Um casamento acabar porque maridos “esticam o chiclete” da adolescência e ficam horas jogando videogames. Não é demais?! É o fim da picada.

Sem limites, indisciplinados, egoístas. Assim, muitos jovens são vistos também nas escolas. Seus professores estão sendo ameaçados e até agredidos. Voltarei ao assunto porque isso incomoda o meu coração e, por certo, o de Deus também.

Autoridade dos filhos

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