Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ......

15
www.paroquiasantateresinha.com.br Um Tipo Inesquecível Dom Joaquim Justino Carreira pág. 5 Ler e Viver a Bíblia: uma forma de oração Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 Festa da Padroeira Confira a programação completa pág. 12

Transcript of Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ......

Page 1: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

www.paroquiasantateresinha.com.br

Um Tipo InesquecívelDom Joaquim Justino Carreira

pág. 5

Ler e Viver a Bíblia:uma forma de oração

Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013

Festa da PadroeiraConfira a programação completa

pág. 12

Page 2: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 2

“Sempre participei da Igreja desde muito criança e jovem. Casei em 1991 e morei 10 anos no Jardim São Paulo, onde frequentava a Igreja Nossa Senhora da Salete. Em 2000, vim morar neste bairro e comecei a participar da Igreja Santa Teresinha. Em 2004, já era membro e meu filho fez a primeira comunhão. Em 2006 com minha esposa fomos convidados pelo Pe. Francisco a participar como casal piloto na Cate-quese Familiar quando começamos a visitar as famílias, ir de encontro a elas, trazer os pais para a Igreja e acender a luz do Espírito Santo no coração deles. Foi através da Catequese que consegui galgar alguns degraus espirituais porque aqui nossa fé vai sendo massageada pelos irmãos. Nossa Igreja é maravilhosa.

Santa Teresinha abriu as portas pra mim. Por Santa Teresinha conhe-ci a Ordem Beneditina. Um dos nossos casais pilotos estava interessado em alguns encontros contemplativos com monges. Não tinha ideia do que é ser beneditino. Fomos visitar no Paraná um mosteiro masculino e lá tomei conhecimento que existiam oblatos. Quando voltei fui visitar o mosteiro feminino aqui do Tremembé. A Irmã Marta Maria me con-vidou para fazer a experiência em São Paulo. Em uma caminhada de três anos, assinei minha carta de oblação, hoje sou oblato beneditino, Irmão Paulo, Obl OSB, e desenvolvo esta espiritualidade com orações sete vezes ao dia. Tudo isso veio de Santa Teresinha porque essa Igreja me proporcionou essa abertura. Sinto-me realizado cada vez mais!”

Pedro de Arruda Monteiro Junior

Foi ela que abriu as portas para mim

IndicamosPara praticar a oração

Com a proposta de ajudar o cristão a praticar a oração de uma forma mais eficaz e consistente é que o livro “Lectio Divina: Encontrar Deus na sua Palavra”, de Enzo Bianco (R$10,00), foi lançado pelo Editora Dom Bosco. O livro pode ser comprado por meio do site www.edbbrasil.org.br

Caro Leitor, , após nossa edição especial da Jornada Mundial da Juventude, que trouxe desde um novo for-mato e nova diagramação ao nosso jornal, retornamos agora com nossos colunistas e assuntos que demandavam uma conclusão, como por exemplo, a coluna de nosso amigo Dr. Aloísio de Oliveira sobre a redução da maio-ridade penal, que agora então vem apresentada na página 11. Esta edição

tem também o objetivo de, a propósito do mês da Bíblia, no qual estamos, apresentar a todos uma prática da Igreja que nos orienta sobre como ler a Bíblia, a prática da Lectio Divina, que não se reduz a um simples treinamento de leitura do livro mais publicado do mundo, mas traz a possibi-lidade de melhor refletir a respeito da Palavra de Deus, e diante dessa reflexão, conduzir nossa vida dentro de preceitos cristãos por excelência. Nossa paróquia tem um dos mais tradicionais grupos de exercício da Lectio Divina, que se reúne semanalmente para esse estudo e você pode conhecer um pouco mais desse grupo nesta edição. Mas este mês não traz para nós somente uma oportunidade de nos preparar para uma correta leitura da Bíblia. Traz também a grande alegria de nos prepararmos com uma novena bem celebrada em homenagem á nossa padroeira Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, cuja comemoração abre o mês de outubro. Nossa novena contará com a alegria de ter sua abertura oficial, solene e festiva na missa presidia por Dom Sérgio de Deus Borges, nosso bispo da Região Santana, na missa das 11h00 do dia 22. O res-tante da programação dessa grande festa, você pode conferir detalhadamente na página 12. Mas a

vida é feita de contradições; enquanto nos alegramos com a presença de nosso atual bispo regional, lembramo-nos com tristeza do falecimento de seu anteces-sor, o grande amigo Dom Joaquim, a quem prestamos, com as palavras de nosso também amigo Dc. Francisco, da Região Santana, uma justa homenagem que você pode ler na página 5. Enfim, esta é uma edição que retorna ao seu formato editorial, mas que ainda respi-ra ares da JMJ, que nos proporcionou grandes amizades, como demonstra uma singela mensagem recebida pelo Facebook, que você confere na ima-gem à esquerda. Desejamos a todos então neste mês de setembro uma boa leitura de nosso jornal e, princi-palmente da Bíblia.

SC Carlos R. Minozzipascom@paroquiasantateresinha.

com.br

Expediente

O Jornal Santa Teresinha Em Ação reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Capa: Setembro, mês da Bíblia

Santa Teresinha Em Ação Publicação da Paróquia Santa Teresinha – Arquidiocese de São Paulo – Região Episcopal SantanaDistribuição interna, sem fins lucrativos.

Paróquia: Praça Domingos Correia da Cruz, 140,Santa Terezinha - Cep.: 02405-060 – São Paulo – SPTel.: (11) 2979-8161Site: www.paroquiasantateresinha.com.brDiretor: Pe. Camilo Profiro da Silva, SDBJornalista responsável: Daya Lima - MTb - 48.108Egom Editora e Comunicação (11) 3263-1124Colaborador: Rafael Carreira

Arte e diagramação: Toy Box IdeasPesquisa: PASCOMRevisão: PASCOMFotos: PASCOM e Banco de ImagensImpressão: Gráfica AtlânticaTel. (11) 4615-4680Tiragem: 3.000 exemplaresemail:[email protected]

Eu Sou Igreja

Page 3: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 3

Há muitas pessoas que leem a Palavra de Deus quase diariamente; outras, uma vez na semana ou esporadicamente e, muitas outras, somente a ouvem durante a celebração litúrgica.

Dessas, muitas têm dificuldade de com-preender o texto que estão lendo e aplicá--lo à vida diária e tê-lo como sustento da caminhada. Afirmam que não conseguem se adaptar à linguagem bíblica, que as pa-lavras são difíceis, ou que não conseguem compreender as parábolas ou retirar uma mensagem para a própria vida.

Nós podemos transformar essa realidade, a fim de que mais fiéis possam experimen-tar a força do Evangelho, assumindo com coragem a terceira urgência do 11º Plano de Pastoral da nossa Arquidiocese: “Igre-ja – comunidade animada pela Palavra de Deus”.

A comunidade de fé,animada pela Palavra de Deus, é convidada a proporcionar a to-dos os seus membros um caminho seguro no encontro com a Palavra, facilitando sua leitura, compreensão e, sobretudo, aplica-ção à vida do dia-a-dia. Não basta apenas vender Bíblia mais barata para as pessoas da comunidade, pois algumas até a compram e pedem para o padre abençoá-la, mas a co-locam como enfeite em cima de uma mesa.

A comunidade animada pela Palavra, além de colocar a Bíblia nas mãos do povo, auxilia-o a ter um contato profundo e viven-cial com ela, isto é, ajuda o povo de Deus a ler a própria vida à luz da Palavra e, assim, empenhar-se por colocá-la em prática efeti-vamente (Cf. 11º Plano, 32).

Isso deve ser realizado através da anima-ção bíblica da pastoral, através de retiros, cursos, encontros, subsídios para a leitura individual, familiar e em pequenos grupos (p. 32-33). Um método bonito, que leva à

oração a partir da Bíblia, que poderia existir em todas as comunidades, é a leitura orante da Palavra, a lectio divina.

Nossas paróquias têm salas, capelas, pes-soas profundamente enraizadas na Palavra de Deus que podem assumir com garra esta urgência. Caso a paróquia não tenha pesso-as preparadas no método da leitura orante da Bíblia, deve pedir ajuda à Região Episco-pal, pois na Escola de Teologia temos o cur-so de leitura orante, com boa participação de membros das comunidades.

A partir da leitura orante, evitaremos uma leitura individualista da Palavra de Deus, que não é própria de um católico,e

nos voltaremos ainda mais para a comuni-dade, lugar por excelência da leitura da Pa-lavra da Vida: “a Palavra de Deus nos é dada precisamente para construir comunhão, para nos unir na Verdade no nosso cami-nho para Deus. Sendo uma Palavra que se dirige a cada um pessoalmente, é também uma Palavra que constrói comunidade, que constrói a Igreja. Por isso, o texto sagrado deve-se abordar sempre na comunhão ecle-sial” (Bento XVI. Verbum Domini, 86).

Dom Sergio de Deus BorgesBispo Auxiliar de São PauloVigário Episcopal para a Região Santana

A Voz do Pastor

“É como a chuva que lava,É como o fogo que arrasa.Tua Palavra é assim, não passa por mimSem deixar um sinal”.

O que diz a música experimentamos na vida: a Palavra de Deus realmente deixa marcas no coração de quem crê. Na vida dos profetas foi assim. Jeremias, perseguido por causa de suas palavras, diz: “Não quero mais lembrar-me disso nem falar em nome Dele. Senti, então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo”. É im-possível calar quando Deus se manifesta. De modo semelhante, diz o profeta Amós: “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” De igual maneira, Paulo, ao dar conselhos a

Timóteo sobre sua conduta, escreve: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Assim, a pessoa que é de Deus estará capacitada e bem preparada para toda obra boa”. E o au-tor da carta aos Hebreus afirma: “a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes”.

O que lemos na Escritura vemos na vida dos santos, que são exemplos para nós. São Jerônimo amava de tal modo as Sagradas Escrituras que dizia que ignorá-las é igno-rar o próprio Cristo. Santo Ambrósio com-pôs para os salmos melodias que até hoje são cantadas em todas as Igrejas. Os santos monges do Egito, mesmo analfabetos, sa-biam o saltério de cor. São Francisco e São Domingos estavam tão penetrados pelas pa-

lavras do Evangelho que quando falavam os ouvintes tinham a impressão de estar escu-tando os próprios evangelistas. Isto, aliás, é a mãe Igreja quem afirma: a vida dos santos é uma bela ilustração, é manifestação viva da Palavra do Senhor.

Não podia ser diferente a nossa querida padroeira Santa Teresinha, que dizia que gostaria de ser sacerdote para estudar as línguas originais em que foi escrita a Bíblia. Mesmo sem ter este acesso, ela, entretanto, sabia de cor muitas páginas da Escritura, que escutava com atenção e meditava com profundidade através da liturgia.

São João Bosco, sempre atento ao bem dos jovens, escreveu para eles uma História Sagrada, na qual ele ilustrava e refletia sobre passagens importantes da história da sal-vação, de modo a torná-las mais acessíveis

ao seu público. Para os seus salesianos em formação, prescrevia um encontro semanal com o diretor, durante o qual se lia e refletia sobre uma passagem do Novo Testamento, de modo a trazer a Palavra para a vida.

Neste mês de setembro, façamos nós tam-bém o mesmo caminho: que a Palavra se tor-ne vida na nossa vida. A intercessão da Vir-gem Maria e de todos os santos nos ajudem neste esforço.

Um abraço carinhoso a todos

Pe. Camilo, Pároco

Palavra do Pároco

Fogo que arrasa!

Comunidade animada pela Palavra de Deus!

A Palavra de Deus nos é dada precisamentepara construir comunhão, para nos unir

na Verdade no nosso caminho para Deus.

Page 4: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 4

Família Salesiana

Dom Bosco e o EvangelhoNesse mês de Setembro, período rico para ref letirmos sobre as Sagradas Escrituras, vale lembrarmos de que nossa Família Salesiana tem um olhar especial para algumas partes específicas da Bíblia.

Nas constituições dos Salesianos de Dom Bosco (nossa regra de vida) encon-tramos a seguinte afirmação: “O espírito salesiano encontra seu modelo e fonte no próprio coração de Cristo, apóstolo do Pai”. Nesta perspectiva na leitura do evangelho, nossa família é mais sensível a certos traços da figura do Senhor Jesus: a gratidão ao Pai pelo dom da vocação divina a todos os homens e mulheres; a predileção pelos pequenos e pobres; a atitude do Bom Pastor que conquista com

mansidão e o dom de si o desejo de reu-nir os discípulos na unidade da comunhão fraterna.

Observemos que o Evangelho é o mes-mo e único para todos, mas que existe uma “leitura salesiana do Evangelho”. Dom Bosco dirigiu um olhar a Jesus para buscar assemelhar-lhe nos traços que mais correspondiam à sua missão. Viver o espí-rito salesiano é o nosso modo de viver o Evangelho, em conformidade com a voca-ção a que fomos chamados. Por isso nes-se mês de setembro inspirados no Cristo Bom Pastor, que dá a vida as suas ovelhas, possamos nós apresentar o Evangelho por palavras e atitudes à juventude que tanto necessita de vida e esperança.

Rafael Galvão Barbosa, sdb [email protected]

ela está sempre sob vigilância do magisté-rio eclesial que deve corrigir e valorizar as expressões que se inspirem na Escritura e estejam em sintonia com a liturgia res-peitando a ortodoxia doutrinária.mesmo se levando em conta as tradições e costumes do povo.

É preciso meditar sobre o esvaziamento de alguns exercícios de piedade que se pode observar em nosso tempo. Sem nenhum espírito saudosista, vale lembrar a máxima do tempo da Ação Católica, o tripé que en-tendia sustentar uma religiosidade madura: Estudo, Piedade e Ação.

Como dom do Espírito Santo a Piedade é um dom de intimidade e de mística, coloca--nos numa atitude de filho que busca um di-álogo profundo e íntimo com Deus. Acende o fogo do amor para com Deus e para com os irmãos. Devemos tratar com piedade tudo aquilo que nos faz aproximar de Deus, como: a visita ao Templo, o respeito para com os vasos sagrados e objetos litúrgicos, estar diante do Sacrário.

Durante visita feita a uma exposição de arte observa-se muito mais silêncio e res-peito do que nas visitas feitas ao Templo.

O murmúrio e a conversa fora de propósito não são privilégio nos atos sócio-religiosos como num casamento, comemoração de aniversário etc. No Templo Católico está presente a Eucaristia e grande parte das pessoas desconhece que havendo uma lam-parina ou uma luzinha vermelha ao lado do Tabernáculo significa que Jesus está pre-sente em seu Corpo e Sangue na Hóstia Consagrada. Muitas vezes as atitudes, se não desrespeitosas, demonstram certo des-caso, como se estivesse num salão de festas ou num campo esportivo. Este tipo de com-portamento não seria um dos motivos que justificam certo desinteresse em questões religiosas por parte das pessoas que não se preocupam com crescimento espiritual?

Ser piedoso não é só ter pena ou comi-seração de alguém, é também agir com res-peito e devoção diante de uma imagem, de um símbolo religioso com atitude sincera. É orar com confiança e agradecimento. É ler a Sagrada Escritura como o filho atento às palavras do pai. É ter fé!

Paulo [email protected]

Formação

Culto litúrgico e piedade popular Culto litúrgico é o culto oficial prestado pela Igreja Católica por Cristo e com Cristo a Deus.

A piedade popular não é contraditória com a liturgia sendo muitas vezes reco-mendada pela Igreja, mas ela não substitui a liturgia. Na piedade popular existe certo risco de desvios para supertição e por isso

Page 5: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 5

Vivemos tempos difíceis no campo da fé humana. A maneira como a qual o homem descobre e vivencia sua própria experiência de Deus, a pluralidade de oportunidades religiosas que falam de Deus carrega consigo um elemento fundamental: como vivenciar a paróquia nos dias de hoje?

Não há receitas prontas, mas ler bem a re-alidade nos ajuda a entender certos pontos e dar alguns passos mais firmes. Estamos em um quadro de mudança de época onde mui-tas questões que anteriormente não afetavam o andamento da vida eclesial começam agora a fazer pensar. Sobre estes pontos desejo dis-cernir com vocês:

O primeiro passo a ser dado é uma toma-da de consciência da própria fé. Ensinar a fé com clareza com uma catequese, mas sólida e exigente. As pessoas que procuram a igreja pedindo os sacramentos precisam receber na sua totalidade o sentido desses sacramentos como um todo. Aliado a este passo, trazer os católicos afastados novamente ao seio da Igreja oferecendo uma Igreja toda ministerial, onde o leigo exerce com clareza e consciência o seu ministério laical. A Igreja ainda é a insti-tuição secular que a sociedade mais confia. A imagem do Padre, configurado pelo pároco,

ainda tem uma força ímpar no seio da socie-dade, por isso as paróquias e novas comuni-dades não podem se isolar em si mesmas, mas devem buscar um encontro com todos, em especial com a diocese na qual está inserida.

O drama social é a falta de identidade e per-sonalidade, o individualismo e o subjetivismo e a busca de uma religião rápida e “self ser-vice” na qual a quebra de valores essenciais como a unidade familiar e a negação da pró-pria transmissão da fé feita em tempos pelas famílias, acarretam uma grande dificuldade da Igreja em suas paróquias nos dias atuais.

Em decorrência de uma falta de clareza da própria fé a unidade familiar está fragilizada. Há falta de consciência do matrimônio en-quanto sacramento e tendo como fim último a felicidade da família humana, homem e mu-lher e mesmo o sentido procriativo no qual a vontade de ter filhos acarrete um sentido mais completo de família. As paróquias devem acolher as famílias que estão monomarentais e casais em segunda união, pai e filhos, mães e filhos, avós e netos, pois constituem um gran-de elemento a colhê-los e dar-lhes a mesma atenção.

Em tempos de facilidade de locomoção e grandeza de informações pelas redes sociais, as dificuldade econômicas em relação a mora-dia e salários fazem com que os fieis podem escolher sua “paróquia afetiva” podem mo-

ram em um determinado território e partici-par da vida de uma outra comunidade por uma série de fatores:a acolhida do pároco e vigá-rios, acolhida da comunidade, resposta rápida e eficaz às dúvidas e dificuldades de fé. Uma eucaristia bem preparada e celebrada, acolhi-da das secretarias paroquiais, clareza dos re-cursos econômicos etc.. são fatores que fazem com que algumas comunidades acolham mais fiéis que outras e que os fiéis se sintam parte da Comunidade de fé.

Duas consequências desta falta de trans-missão da fé aos fiéis geraram o relativismo e o fundamentalismo. O relativismo é quando eu não busco compreender na sua essência o que a Igreja, enquanto Corpo místico de Cristo fala sobre os principais temas da Doutrina da Igreja: o Credo, Os mandamentos, Os sacra-mentos, O pai nosso. A história da Igreja e a importância dos documentos da Igreja, ficam apenas no mundo do “achismo” e não são aprofundados. Isso faz com que certas pesso-as tenham um catolicismo “à sua moda” e não na sua essência.

O fundamentalismo é quando somente busco um ponto para interpretação seja da Palavra seja da Doutrina. Quando não olho o texto dentro do contexto. Este estilo de abordagem pastoral afasta muitas pessoas e ao mesmo tempo não gera uma reflexão siste-mática e madura sobre a fé.

No cenário social pós-cristão, a pobreza, em contraponto aos avanços tecnológicos faz os estados a buscarem um país laico, no qual a religião e a fé não precisem ocupar espaço em várias vertentes políticas. Esta forma de pen-samento vem sendo cada vez mais difundida pela cultura de morte e gera uma verdadeira crise em todos. O pluralismo cultural desfrag-mentou o pensar da fé tornando-a um mito, gerando um problema de consciência onde outros católicos acabem visitando outras tra-dições e culturas religiosas. Há um grupo que ainda pensa que a paróquia perdeu o seu espa-ço dentro do todo.

Certamente uma renovação é fundamental que parta de uma tomada de consciência da missão: pastores e fiéis leigos, lendo a rea-lidade, construindo uma nova mentalidade pautada na acolhida de todos, na preparação fecunda dos catecúmenos, no fortalecimento da fé dos irmãos principalmente na Eucaristia bem preparada e bem celebrada, onde Assem-bléia, os vários ministérios e principalmente a pregação dominical encontre o seu papel e corrobore no processo de conversão do hu-mano.

Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, [email protected] da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Paulo

Novos contextos: desafios à paróquiaIgreja em Ação

Na minha juventude eu me de-leitava em ler, na antiga revista Seleções do Reader’s Digest, uma coluna chamada “Meu tipo

inesquecivel”. Os autores narravam pessoas que traziam na memória que, de uma forma ou outra, marcaram suas vidas como perso-nagens inesquecíveis. Dom Joaquim, para mim, foi esse tipo inesquecível.

Desde o momento que iniciamos nossos contatos e por força do meu trabalho na

Região Santana cuidando da comunicação, esses diálogos se amiudaram e foi nascendo em mim, além da admiração pela sua vida espiritual, uma grande amizade. Lembro--me de um dia, cansado de realizar visitas pastorais, Dom Joaquim sentou-se à mesa da minha cozinha, e confessou-me a paz que tinha naquele momento por poder estar entre amigos. Senti a grande solidão que o poder impinge às pessoas de comando e isso me marcou, pois nem sempre pude propor-

cionar a este amigo novos momentos de paz.“Fomos criados por amor e para amar” e

“Eu só posso ser feliz, fazendo o outro fe-liz”. Duas frases que ele sempre repetia e que eram expressão de sua vida e que car-rego para sempre na memória. E como disse Adélia Prado: “o que a memória ama, fica eterno”

Adeus, meu amigo e pai. Não, não é adeus, pois sei que estarás na arquibancada nos incentivando a combater, no campo, o bom combate. Até já!

Dc. Francisco de Assis Gonçalves, respon-sável pela Pascom Região Santana

Especial

Dom Joaquim, um tipo inesquecível

“Eu só posso ser feliz, fazendo o outro feliz.”

“Dom Joaquim Justino Carreira, bispo de Guarulhos e ex-vigário episcopal da Arquidiocese de São Paulo para a Região Santana, faleceu no final da noite de domingo, 1o de setembro de 2013, no Hospital A. C. Camargo.”

Page 6: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

“Quando Israel era criança eu o conduzia pela mão... eu o aconchegava junto ao meu rosto como a mãe faz com o seu pequenino”.... diz o profeta.

“Jerusalém, Jerusalém.... quantas vezes quis reunir teus filhos junto a Mim como a galinha faz com seus pintainhos...” sussurrou Jesus contemplando a cidade eleita! “Quando Eu for erguido, atrairei todos a Mim... e sereis um só rebanho (povo!) e um só Pastor!”

A palavra bíblica, indicando o estilo de ação educativa de Deus para com seus filhos adoti-vos – que somos todos nós – é, na verdade, pa-lavra escrita com as fibras do coração d’Aquele que é o Criador e o supremo Educador de suas criaturas.

Conduzir pela mão, aconchegar à própria face, reunir, atrair... são gestos que brotam do coração, são gestos delicados de amor!

De fato só o amor é capaz de atrair sem do-minar; é capaz de apontar caminhos sem forçar a escolha; é capaz de congregar em comunhão no respeito à liberdade, à autonomia pessoal e à diversidade!

Este amor divino, rico de ternura paternal não é, porém, expressão de paternalismo ou de permissividade como muitas vezes aconte-ceu entre educadores ao longo da história.

Para Dom Bosco “educação é coisa do co-ração” em um duplo sentido: a) é ação metó-dica e sistemática que brota do coração rico de “bondade e de firmeza” do educador; b) é ação que procura atingir não só a mente mas, também, o coração do jovem que está em bus-ca de afetividade, de bem querer, de compre-ensão, de amor manifestado, de valorização de suas potencialidades.

Na Estreia 2013 Dom Pascual Chávez nos dirige sérios questionamentos a este respei-to: “jovens e adultos de hoje adentram ou podem adentrar o coração do educador(a) salesiano(a)? O que vão aí encontrar?” ... “uma humanidade rica, completa e animada pela Graça de Jesus Cristo no Corpo Místi-co...?”

Oxalá seja este o “espaço amoroso”, o “es-paço receptivo” que os jovens possam encon-trar em nossos corações de pais, de professo-res, de educadores, de catequistas, plasmados pela visita do Espírito que nos faz semelhantes à humanidade de Jesus Cristo, o Verbo Encar-nado! Ele, de fato é o Homem Novo, é o Ho-mem perfeito, do jeito que Deus sonhou (Jo. 1, 1-14). Ele é o “rosto humano de Deus e o rosto divino do homem” (João Paulo II, Ecclesia in America nº 67) .

Chamados à nobre e difícil missão de educar a partir do coração para atingir o co-

Santa Teresinha em Ação 6

Estreia

Uma educação do coraçãoPara refletir!

Para que o entendimento vá além do proposto, Dom Pascual sugere algumas indagações sobre o tema. De acordo com ele, só respondendo essas

perguntas, a Família Salesiana saberá se está praticando o sistema conforme lhe solicitado.

“Os jovens e os adultos adentram ou podem adentrar hoje o coração do educador salesiano?

O que descobrem nele? Um tecnocrata, um comunicador hábil, mas vazio, ou uma

humanidade rica, preenchida e animada pela graça de Jesus Cristo, no Corpo Místico etc.?

Se não descobrirem nele tudo isso, Dom Bosco talvez pudesse repetir mais ou menos estas

palavras: “Quando não se encontrar a riqueza e a profundidade da graça de Cristo no coração do salesiano, a Congregação e a Família Salesiana

terão concluído o seu curso”.

Certa vez, quando estagiava numa editora cristã, isto há muitos anos, costumava explicar aos vi-sitantes o conteúdo dos livros, de

acordo com o que procuravam. Isso acontecia com tal frequência, que por questão de justi-ça, recomendava o livro certo, independente do preço, sempre focando as necessidades e inquietações dos clientes, respeitando sem-pre o nível de compreensão e faixa etária de cada um.

Todos que ali entravam tinham sede de Jesus, de acordo com suas buscas. Alguns queriam conhecer o Jesus do coração, to-mados por momentos de grande afetividade. Outros o Jesus mestre, buscando algumas lições para repassar aos familiares, alunos,

catequizandos. Outros, um Jesus doutrinal, aquele interpretado a partir dos testemunhos da tradição cristã. Outros ainda o Jesus pro-feta, como que tomado por ansiedade, talvez encontrasse ali uma profecia reveladora para sua vida, ou até sobre os acontecimentos futuros. Ainda outros um Jesus sacerdote, como aquele que anuncia o Reino de Deus, tornando-se nosso alimento na eucaristia. E outros, um Jesus criança, pela pureza de coração...E por aí seguiam as buscas, todos buscavam por vários caminhos, realidades e situações um sentido para o mais profundo encontro com Jesus.

Certo dia porém entrou na loja uma senho-ra, buscando uma tela sobre Jesus. E, como era tempo de quaresma, mostrei-lhe uma tela

de Jesus sofrido pela coroa de espinhos. Ao que aquela senhora contrariou-se dizendo que não era aquele o Jesus que ela conhecia. E, para não entristecê-la, mostrei-lhe outra tela, de papel couchê, brilhante, com um Jesus de cabelos loiros e longos, com olhos azuis irradiantes, ao que ela prontamente respondeu: “Este sim é o meu Jesus.” Inde-pendente de nosso grau de compreensão, de nossa maturidade cristã e de nossa vontade, não é Jesus que tem que se moldar a nós. Mas, nós quem devemos nos moldar Nele.

Aquele que está na face do inusitado, do excluído, do esquecido. Dos pequeninos que precisam de ajuda, que não sabe o que é famí-lia, se tem ou quem é o pai ou a mãe.

Se queremos descobrir a verdadeira face de Jesus, coloquemo-nos primeiro em pron-tidão e a serviço daqueles que mais precisam.

Façamos por merecer. Certamente seremos surpreendidos com uma ilustre visita!

Grande abraço

Caiá [email protected]

Nosso Oratório

A face de Jesus no Oratório

ração – sede das decisões – e transformá-lo segundo o desígnio de Deus, somos também chamados(as) a contemplar a face do Homem Deus, deixar-nos encantar e transformar por Ele para nos tornarmos uma “humanidade de acréscimo” à sua Santa Humanidade e, por ela e nela, plasmar na liberdade outras humani-dades chamadas a atingir “a altura, a profun-

didade, a largura e a grandeza da estatura de Cristo, nosso Salvador”.

É esta certamente a educação “via coração” que o Sistema Preventivo nos propõe e que Dom Bosco tão bem soube atuar!

Ir. Célia Apparecida da Silva, FMADiretora do Instituto Mazzarello

Page 7: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Em nossas próximas “conversas” aqui no Santa Teresinha em ação, quero propor um olhar sobre a ju-ventude a partir daquilo que a CF

2013 chama de fenômeno juvenil, ou seja um olhar sobre as transformações (“atuali-zações”) juvenis que marcam o novo modo de ser (ou os novos comportamentos) da juventude.

As reflexões trazidas pela CF 2013 nos fazem refletir sobre a f luidez e fragmenta-ção da sociedade atual, características mar-cantes de uma sociedade em transformação que marcam, de maneira incisiva, os novos comportamentos juvenis e, diria até, ge-ram novas maneiras de ser – estão criando, verdadeiramente, novas juventudes!

Vejamos alguns exemplos:A sociedade hodierna marcada pelas lu-

tas de independência e libertação para vá-rios grupos e camadas sociais (lutas justas e honestas!), envolve e encanta o universo juvenil; ativa e participante nestas lutas, vemos surgir uma juventude marcada por um novo olhar sobre as pessoas e sobre as relações, uma juventude mais livre e aberta em suas relações, muitas vezes menos mar-cada pelo preconceito e pelas divisões de classes. No contraponto desta abertura que

traz muitas riquezas - enquanto diminui as divisões e supera toda forma de discrimina-ção, vemos o perigo de uma juventude mo-vida pela paixão e pelo “calor” do grupo, sem conseguir, muitas vezes, discernir as verdadeiras motivações e valores de certas lutas e reivindicações.

Outro aspecto que tem marcado muito a juventude de hoje é a valorização de deter-minadas características e/ou aptidões e a acentuação da vivência destes gostos, costu-

mes ou ideologias em pequenos grupos. Ve-mos assim surgir o fenômeno das “tribos”, das “redes” e outras formas, onde os jovens se conhecem e reconhecem, muitas vezes dando a estes grupos o papel e/ou o valor que antes era atribuído à família, à escola, à igreja. Mais uma vez, vemos aqui perigos e forças: o perigo do desligamento e da desva-lorização dos relacionamentos familiares/sociais/eclesiais basilares na formação hu-mana e social, mas por outro lado, a capaci-

dade de associacionismo e de abertura para trabalhos em grupo tão necessários em uma sociedade cada vez mais egoísta.

Em nossas próximas “conversas” fala-remos de outros destes fenômenos mar-cantes na juventude de hoje e espero, com isso, despertar nossa comunidade para a reflexão, que gera abertura e compromisso com o universo juvenil.

Pe. André Cunha de Figueiredo Torres, SDB

Fenômeno Juvenil

Santa Teresinha em Ação 7

Campanha da Fraternidade

Uma jornada diferenteNeste texto sobre a CF 2013 não há como não remeter-se ao que aconteceu no Brasil, mais precisamente, no Rio de Janeiro, durante o mês de julho. Certeza que muitos ainda vivem os resquícios da Jornada Mundial da Juventude que fez história sendo uma das maiores do mundo. Não há como não lembrar do carisma

juvenil de Papa Francisco e de como ele conseguiu “atrair” até o não-cristão para perto da festa.

Com uma cobertura jornalística digna de um grande evento, a todo momento se mostravam tribos e tribos de jovens, vindo de todas as partes do mundo, para juntos divulgarem o amor de Cristo. Nas entrevistas,

o que se ouvia deles era isso: “Somos a juventude de Cristo; Somos movidos pela fé; Não estamos desacreditados, temos força”.

Essa força, essa fé, essa motivação vai ao encontro com a Campanha da Fraternidade 2013, que pede esse olhar mais humanista e verdadeiro para o jovem. Que os considere, que os instigue a ser

protagonistas de suas vidas. Como disse Papa Francisco, “Cristo bota fé nos jovens” e, seguindo nesta linha, porque a Igreja não botaria?

Foto

: Ren

an

oli

vet

ti

Page 8: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação Santa Teresinha em Ação 8 9

Como praticarTradicionalmente, a Lectio Divina é para ser uma oração individual, mas também pode

ser feita em grupo, tal como é na paróquia Santa Teresinha, todas as segundas-feiras, a partir da 20h30, no salão Pe. Chico. O importante é rezar com a Palavra de Deus lem-brando o que dizem os bispos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tra-dição católica, de conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Monges diziam que a Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também de todo o cristão. O Papa Emérito Bento XVI fez a seguinte observação num discurso de 2005: “Eu gostaria, em especial recordar e recomendar a antiga tradição da Lectio Divina, a leitura assídua da Sagrada Escritura, acompanhada da oração que traz um diálogo ínti-mo em que a leitura, se escuta Deus que fala e, rezando, responde-lhe com confiança a abertura do coração”.

Para se aprofundar na espiritualidadeA prática da Lectio Divina vem ganhando adeptos no mundo todo; o grupo da paróquia Santa Teresinha existe desde 2003. Entenda o que é e como se pode praticar

Destaque

A prática cristã de Lectio Divina tem suas raízes e é alimentada pela oração de escuta da Palavra de Deus na Sagrada Escritura, especialmente nos Evangelhos e Salmos. Para quem quer participar, deve fazer uma oração evocante, tal como esta:“Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. – Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra. Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos reta-mente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém”. Além disso, precisa se atentar aos quatro passos: 1- Lectio (Leitura); 2- Medi-tatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4- Contemplatio (Contemplação). Uma corrente mais contemporânea, acrescenta mais um passo, ou seja, o quinto, que é a ação. De nada adianta a leitura, meditação, oração e contemplação se não causar mudança, a ação.

Eu pratico!

Gilson Marques (o segundo à direita na foto acima), paroquiano de Santa Teresinha, faz parte do grupo que existe desde 2003. Atualmente, eles se reúnem na paróquia todas às segunda, a partir das 20h30. De acordo com ele, foi a leitura orante da Bíblia que trouxe, além de respostas e serenidade, uma intimidade maior com Deus.

“Sempre fui da igreja, mas, procurava algo que me deixasse mais próximo do criador. Foi quando um padre, aqui da zona norte, chamado Romano, professor de Lectio Divina, apresentou-a para mim. Na hora aceitei fazer parte e começamos um grupo. Desde então, ou seja, há mais de 10 anos, pratico a Lectio e posso afirmar que ela mudou minha vida. Vim da Catequese Familiar, com Pe. Chico, e sentia a necessidade de crescer na fé, e foi com a Lectio que isso aconteceu.”

Marques afirma que a maior experiência com a Lectio Divina é entrar em sintonia com Deus. “Os passos que fazemos, não só nas reuniões de segundas, mas, todos os dias, como é proposto, nos faz ser mais serenos e enxergar, de uma forma mais clara e resolutiva, os problemas da vida. Praticar a oração do jeito que a Lectio propõe, nos deixa mais cheios de fé, confiantes na vida, mais corajosos e determinados”.

Praticar a oração é que muita gente tem feito pelo mundo há muitos anos. Para quem não sabe, e expressão Lectio Divi-

na vem do latim e tem, como significa-do, leitura divina, leitura espiritual ou, ainda, leitura orante da bíblia. A partir desta oração, conscientes do plano de Deus e a sua vontade, pode-se produzir os frutos espirituais necessários para a salvação e para a vida prática, em si.

Para ser ter uma ideia, a Lectio Divida tem seus primeiros registros por volta do ano 220, quando monges católicos praticavam a oração de um jeito mais aprofundado. A partir daí foi se propa-gando e, inclusive, Santa Teresinha era praticante. De acordo com ela, “quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, buscava, no Evangelho, o alimen-to de sua alma”.

A Paróquia Santa Teresinha tem um grupo que exercita a Lectio Divina, sob a direção espiritual de Pe. Francisco P. de Francischi, sdb (Pe. Chico), tendo inclusive, a pedido do saudoso Dom Jo-aquim, prestado orientação para outras paróquias da Região Santana formarem seus grupos.

A açãoMomento de colocar em prática tudo que se leu, meditou, orou.

São ações para a vida que, só com calma-ria e tranquilidade dá para enxergar. Tal como caridade, resolução de proble-mas, etc.

A contemplaçãoEm silêncio absoluto, depois de ter digerido a palavra, este é

o momento de entrega ao Senhor, de se colocar à disposição , para que ele haja da forma que quiser.

A meditaçãoÉ uma ruminação da palavra que foi entendida na leitura.

É um digerir da palavra de Deus de uma forma mais aprofundada, mais concen-trada.

A leituraO ideal é que seja feita com calma e atenção e que se leia quantas

vezes for necessária. Para as primeiras vezes, se indica pegar pequenos trechos do evangelho. Destacar uma mensagem se faz necessário também.

1 2 3 4

“A Lectio Divina nos deixa mais

cheios defé, confiantes na vida, mais corajosos e

determinados”

Você também é convidadoa fazer partedeste grupo.

Participe!

Page 9: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 10

Espaço Vicentino

Neste ano, quando comemoramos 200 anos do nascimento de An-tonio Frederico Ozanam, e 180 anos de criação da Sociedade de

São Vicente de Paulo, em Paris, na França, que se espalhou pelo mundo, tornando o Brasil o maior país vicentino, foi uma sa-tisfação indescritível participar do AVIV 2013, que aconteceu no dia 25/08/2013, das 09:00h às 13:00h, no Centro de Con-venções da Mata Atlântica, em São Vicente.

Sob a coordenação do Conselho Metropo-litano de São Paulo, que congrega os vicen-tinos da Região Metropolitana e da Baixada Santista, o Conselho Central de São Vicente organizou o AVIV deste ano. Com aproxi-madamente quatro mil participantes, foi um belo momento de espiritualidade e entrosa-mento entre os membros e amigos da SSVP.

Iniciou com a celebração da Santa Missa, por Dom Jacyr Francisco Braido, Bispo da Diocese de Santos. Em seguida, foram rea-lizadas abordagens pelos ex-presidentes do Conselho Metropolitano, Burin e Sideny, e mais dois palestrantes, tratando dos 200

anos do nascimento de Ozanam, sua vida, sua obra e nosso compromisso com a pro-moção das famílias assistidas.

A espiritualidade foi a tônica do AVIV, onde buscamos força para continuar na ca-minhada em prol de uma vida melhor para nossas famílias assistidas. Procuramos re-carregar as baterias, sob a luz do Espírito Santo, a fim de podermos lutar para fazer a diferença na vida destes filhos de Deus com maiores carências, que começam com a necessidade de alimento, de afeto ou de um ombro amigo.

Você faz parte de nossa equipe! Obrigado por participar conosco!

Graças ao apoio de colaboradores é que nós, os vicentinos, nestes 180 anos de ati-vidade, conseguimos promover a realização de aspirações e sonhos das famílias assisti-das, vindas em busca de auxílio.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Enio EliasVicentino

Avivamento 2013 – Espiritualidade: uma busca vicentina!

Salesianidade

Jesus lhe chama!

Com alegria iniciamos o mês de setembro, com tantas atividades já desenvolvidas e quanto ain-da temos que fazer. Gostaria de

lembrar um pensamento do Papa Francisco da Missa de envio da JMJ na praia de Copa-cabana: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: “Foi bom par-ticipar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais”. Je-sus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três pala-vras: Ide, sem medo, para servir. Esse legado fica para cada um de nós, anunciar com ale-gria o Evangelho de Cristo. Quanto bem fez a JMJ e a visita do Papa Francisco para o nosso País e para as nossas comunidades.

Com grande alegria, um grande grupo de jovens GAM, Voluntários, Educadores da nossa Comunidade, jovens da Paróquia, leigos, P. Camilo, P. Morgado e P. Thales, fizeram a experiência de conviver com os 100 espanhóis de Madrid que ficaram aqui em casa e de terem ido ao RJ para a vigília e a Missa de Envio da JMJ. Perguntem para eles como foi a experiência desse evento.

Em Aparecida, na Missa, o Papa propôs que sempre devemos conservar a esperan-ça; deixar-se surpeender por Deus e viver na alegria. Parece Dom Bosco recomendando a nós as orientações de vida.

Gostaria de desejar a todos um mês reple-to de realizações, boa colheita de trabalhos, projetos a serem ainda desenvolvidos e mui-ta disposição para fazer o bem que está ao nosso alcance.

Que nesse mês de setembro, possamos ler, pelo menos alguns versículos da Bíblia

todos os dias e tirar sempre uma orientação para a nossa vida. Nossa Senhora nos acom-panha na nossa caminhada, como foi feita na Romaria a Aparecida, na casa da Mãe, que acolhe com carinho e orienta para ser sem-pre bons filhos e dedicados.

Dom Bosco, acredita muito em cada um de nós, nesse ano de preparação para os 200 anos de seu nascimento, nos orientamos pela sua Pedagogia e no Sistema Preventivo, para que tudo que fizermos na nossa vida, ter sempre a preocupação de prevenir, para que nada de ruím posso acontecer na nossa vida.

Bons trabalhos e atividades para todos com as bênçãos de Deus.

Pe. Aramis Francisco Biaggi, SDB

Pe. Aramis Francisco Biaggi

Você gostaria de ser um vicentino?Precisamos de novos membros... “a obra é grande, mas os operários

são poucos”... Ser Vicentino é uma Vocação! É um chamado de Deus! É um ato de

caridade e de amor ao próximo. Nós, Vicentinos, entendemos a nossa vocação de servir a Deus na

pessoa do Pobre como uma graça, um dom divino. É essa vocação que nos diferencia de tantos outros trabalhos assistenciais que existem e que são movidos por um sentido humano de solidariedade e responsa-bilidade social. O que nos move é o amor de Deus, do qual pretendemos ser portadores, e a gratidão por termos sido presenteados com o dom da caridade divina.

Venha conhecer as atividades vicentinas, na reunião semanal de nossa conferência, onde buscamos soluções para as famílias assistidas de nos-sa conferência. Participe de uma reunião, e descubra o valor de amar e servir aos Pobres em nome de Jesus Cristo, nosso Irmão.

Nossa reunião acontece todas as 2ª feiras, às 20:15h, sob o Salão Pa-roquial. Contamos com você, seja adulto ou jovem, homem ou mulher! Lembre-se: Deus não escolhe os preparados, prepara os escolhidos!

Page 10: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 11

Pastoral Familiar

Educação para a felicidade

As dolorosas consequências dos nossos pecados podem obscure-cer nosso horizonte, mas, cedo ou tarde, sentimos a falta da casa

e do amor do Pai do Céu. Acontece conos-co o que aconteceu com o filho pródigo da parábola: não deixou de ser filho quando foi embora da casa do pai e, por isso, apesar de todos os seus extravios, terminou sentindo um desejo irresistível de voltar. De fato, to-das as pessoas experimentam sempre a sau-dade de Deus.

Consciente desta realidade, a família cris-tã apresenta, ensina, fala, expressa a presen-ça de Deus no horizonte da vida dos seus filhos, que desde os primeiros momentos de sua existência respiram e assimilam essa presença misteriosa de amor.

A família é o lugar onde o filho é sempre

filho: quando bem comportado ou quando se desvia daquilo que é o sonho dos pais para ele. Essa certeza deve ser o que o trará de volta, caso tenha se afastado da família, isto os ajuda a descobrir e experimentar o amor acolhedor de Deus e, como consequência, os leva com entusiasmo aos sacramentos de iniciação cristã.

A família é a primeira experiência de Igre-ja de uma pessoa, pois nela recebe uma pri-meira e elementar iniciação à fé, recebe os sacramentos e experimenta a caridade.

A educação na centralidade do amor a Deus não pára nos sacramentos da inicia-ção cristã, mas continua a ser aplicada no dia a dia dos filhos: rezando em família nas refeições, estimulando nos filhos a gratidão a Deus pelos dons recebidos, recorrendo a Ele nos momentos de dor, participando na

missa dominical, acompanhando-os para re-ceber o sacramento da reconciliação.

Educar para o amor a Deus consequente-mente nos impulsiona no amor aos irmãos. A pergunta do doutor da Lei só incluía “Qual é o primeiro mandamento?”. Mas Jesus, ao responder-lhe, acrescentou o segundo, se-melhante a este: “Amarás o próximo como a ti mesmo” (Mt 22,39). O amor ao próximo, portanto, é o seu mandamento e o distinti-vo dos seus discípulos. “Se não amamos o próximo a quem vemos, como vamos amar a Deus, a quem não vemos?” (Jo 4, 20).

(Adaptação de uma das reflexões do livre-to “A Hora da Família, 2013”)

Ana Filomena e Luiz Fernando GarciaCoordenação Pastoral Familiar RESA

Direito

Após um breve intervalo vamos retomar a polêmica questão da maioridade penal, ou melhor , da revisão da maioridade penal. Vimos que existe previsão na Constituição Brasileira para aplicação de legislação específica em relação às crianças e adolescentes.

Observamos que a legislação aplicável é o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê penas às infrações cometidas por crian-ças e adolescentes. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifestou-se sobre. Veja parte da nota.

Nota da CNBB sobre a redução da maiori-dade penal

O debate sobre a redução da maioridade penal, colocado em evidência mais uma vez pela comoção provocada por crimes bárbaros cometidos por adolescentes, conclama-nos a uma profunda reflexão sobre nossa responsa-bilidade no combate à violência, na promoção da cultura da vida e da paz e no cuidado e pro-teção das novas gerações de nosso país.

A delinquência juvenil é, antes de tudo, um aviso de que o Estado, a Sociedade e a Família não têm cumprido adequadamente seu dever de assegurar, com absoluta prioridade, os

direitos da criança e do adolescente, confor-me estabelece o artigo 227 da Constituição Federal. Criminalizar o adolescente com pe-nalidades no âmbito carcerário seria maquiar a verdadeira causa do problema, desviando a atenção com respostas simplórias, inconse-quentes e desastrosas para a sociedade.

A campanha sistemática de vários meios de comunicação a favor da redução da maiorida-de penal violenta a imagem dos adolescentes esquecendo-se de que eles são também víti-mas da realidade injusta em que vivem. Eles não são os principais responsáveis pelo au-mento da violência que nos assusta a todos, especialmente pelos crimes de homicídio. De acordo com a ONG Conectas Direitos Huma-nos, a maioria dos adolescentes internados na Fundação Casa, em São Paulo, foi detida por roubo (44,1%) e tráfico de drogas (41,8%). Já o crime de latrocínio atinge 0,9% e o de homicí-dio, 0,6%. É, portanto, imoral querer induzir a sociedade a olhar para o adolescente como se fosse o principal responsável pela onda de violência no país.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao contrário do que se propaga in-justamente, é exigente com o adolescente em conflito com a lei e não compactua com a im-punidade. Ele reconhece a responsabilização

do adolescente autor de ato infracional, mas acredita na sua recuperação, por isso propõe a aplicação das medidas socioeducativas que valorizam a pessoa e lhe favoreçam condições de autossuperação para retornar a sua vida normal na sociedade. À sociedade cabe exigir do Estado não só a efetiva implementação das medidas socioeducativas, mas também o in-vestimento para uma educação de qualidade, além de políticas públicas que eliminem as desigualdades sociais. Junta-se a isto a neces-sidade de se combater corajosamente a praga das drogas e da complexa estrutura que a sus-tenta, causadora de inúmeras situações que levam os adolescentes à violência.

Não nos cansemos de combater a violência

que é contrária ao Reino de Deus; ela “nunca está a serviço da humanidade, mas a desuma-niza”, como nos recordava o papa Bento XVI (Angelus, 11 de março de 2012). Deus nos conceda a todos um coração materno que pul-se com misericórdia e responsabilidade pela pessoa violentada em sua adolescência. Nossa Senhora Aparecida proteja nossos adolescen-tes e nos auxilie na defesa da família.

Veja nota da íntegra em: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/11999-nota--da-cnbb-sobre-a-reducao-da-maioridade--penal

Aloisio Oliveira é [email protected]

Maioridade Penal – a posição da Igreja

Page 11: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 12

A Jornada Mundial da Juventude acabou e o que ficou, no coração de todos os jovens brasileiros e dos peregrinos, foi uma vontade imensa de continuar. Aliás, esse foi um dos pedidos mais latentes de Papa Francisco ao falar do poder do jovem, da sua missão. A próxima JMJ, que será realizada em Cracóvia, na Polônia, em 2016, já começou e é o rumo desses milhares de discípulos de Jesus.

Não tem como não sentir saudades. As tevês estavam repletas de boas notícias, se via o Papa Francisco o tempo todo, e o Bra-sil estava coberto por um manto de solida-riedade e caridade jamais visto. E, para que tudo isso não fique esquecido, a organiza-ção da JMJ Rio 2013 manteve seu site aber-to, com uma bela retrospectiva do evento. São centenas de fotos e vídeos mostrando cada atividade da JMJ, cada passo de Papa Francisco, fotos de participantes e pere-grinos, músicas, shows, etc.

O site traz também alguns artigos dos sa-cerdotes participantes e, atenção especial

para o de Dom Orani Tempesta, que fala sobre o jovem, protagonista de um novo mundo.

Ficou com saudades? Passa lá no site

www.rio2013.com e dá uma olhada. Homilias e discursos tam-bém estão disponíveis para consulta. Até a próxima JMJ, ou seja, até 2016!

Para matar a saudadeJuventude Salesiana

Page 12: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 13

Tá Ligado?

Estamos acompanhando o jeito simples e despojado do nosso amado Papa Francisco. Ele troca as sandálias vermelhas por sapatos comuns. Dispensa o tapete vermelho, dispensa as pompas e as regalias. Ele olha nos olhos, sorri, fala nossa língua, chega bem perto das pessoas: não chega só perto fisicamente, mas chega perto agindo como a gente age, sendo como nós somos.

Uma pessoa comum – e uma pessoa que está à serviço. A gente já conversou que embora nosso dia-a-dia esteja sempre atribulado e cheio de atividades, mesmo na escola, mesmo no cursinho, mesmo no ônibus, nós estamos à serviço. Quando precisamos enxergar nosso próximo com o mesmo respeito e atenção com que nós desejamos ser vistos, estamos à serviço. Quando renunciamos um jeito de agir – uma fofoca, por exemplo – e escolhemos a verdade, a justiça e a caridade, estamos à serviço. E estando à serviço, somos exem-plos. Sim, dá pra ser militante fora da Jor-nada Mundial da Juventude – ali é ponto de encontro, mas é importante levar nossa bandeira de paz, fraternidade e simplicida-de para fora dali, para que o mundo veja. O mundo não é o planeta: o mundo é aquele cara que está perto de você e precisa de um bom exemplo a seguir. Mas não foi pra falar disso que eu estou escrevendo. Estou es-crevendo pra falar de simplicidade, da sim-plicidade do Papa Francisco. Vou falar de mim, que agora estou às voltas pelo mundo da fotografia. Um mundo onde é preciso tomar cuidado pra não surtar, porque as coisas custam caro. Você começa queren-do uma lente x, depois quer um filtro, de-pois quer uma bolsa, depois quer um tripé, depois quer e quer e quer – e se não tomar

cuidado a cabeça pira. Nós agimos assim muitas vezes. O planeta está cada vez mais escasso de recursos, porque precisa pro-duzir taaaaaanto para taaaaanto consumo. Estamos querendo cada vez mais, consu-mindo mais e mais e haja! Mas se a gente parar pra pensar se de fato a gente preci-sa de tudo o que consome... o que sobra? Será que eu preciso ter 15 capinhas para celular? Será que eu preciso ter 10 pares de sapato? Nada disso é eterno. Não acho que nós precisamos andar com a roupa do cor-po e um chinelo de dedo. Mas acho, sim, que devemos primar pela simplicidade. Ter e desejar o necessário, nada em excesso. Sem ostentações. É o que o Papa Francis-co faz e é por isso que nos encanta. Não, não é pecado passar em frente à vitrine de uma loja e achar aquela sapatilha vermelhi-nha linda e comprá-la. Pecado é excesso, é escravização. A internet está fazendo isso com a gente. Acompanhamos blogs boniti-nhos e nestes blogs, há publieditoriais: os autores fazem propaganda de coisas. E a gente não percebe, mas se deixa manipular por isso no momento em que também tem que ter a mesma coisa que a outra pessoa tem. Vamos com calma? Vamos parar pra pensar onde a gente está gastando nosso dinheiro e depositando nossa atenção?

Quanto à mim e as minhas aventuras fotográficas, parei com a pasmaceira de querer infinitamente quando percebi as maravilhas que posso fazer com minha cinquentinha (50mm) e que o importante não é o equipamento, mas o olhar. Dá pra pensar assim. Afinal de contas as pessoas não vão gostar de você pelo que você tem ou pelo jeito que você se veste. O que fica no final é a diferença que você faz na vida de alguém - é aí que entra nosso Cristia-nismo.

Melissa Sliominas.facebook.com/melissasliominasbrandao

Sobre a simplicidade Papo de Criança

Ser coroinha

A vocação de coroinha é composta por jovens que realizam gestos e ações simples, mas que possuem um sentido mais profundo e sa-

grado. Ao servir o altar o coroinha não realiza funções sem sentido, muito pelo contrário, pois ao servir o altar o coroinha está a serviço do padre e, principalmente, de Deus.

Essa é uma vocação que necessita de muita disposição e vontade, afinal os coroinhas tem que estar sempre a postos para servir não só ao padre e à Deus, mas também servir a co-munidade, fazendo muito mais do que ajudar na missa.

Por conhecer um pouco mais sobre os ri-tos sagrados e os sentidos desses ritos, além de aprender a como transpor esses conhe-cimentos no seu dia a dia, de modo a reco-nhecer e permanecer no caminho divino. O coroinha é exemplo de vivência cristã não só na própria comunidade, mas também no dia a dia.

Entretanto para continuar no caminho cer-to tem que ter vontade de aprender sempre um pouco mais sobre a religiosidade, lendo corretamente os textos bíblicos, interpretan-do a mensagem principal e contextualizá-la em nossa vida.

Porém de que adianta saber reconhecer o caminho e guardar essa informação para si?

Por isso ser coroinha é ser missionário é levar esse aprendizado para as pessoas ao seu re-dor, é tentar trazer as pessoas para mais perto de Deus compartilhando suas experiências religiosas.

E como toda vocação requer sacrifícios e força para resistir às tentações, que não são poucas, pois o jovem é o foco de todas as in-fluências mundanas. Um dos sacrifícios mais difíceis é saber rejeitar sair com os amigos, às vezes até com a família, sair de festas mais cedo, ou chegar mais tarde, afinal os coroi-nhas tem que ter compromisso. Além de atu-rar ser chamado de careta e antiquado, ouvir dizer que não vale a pena, perder contato com alguns amigos por não sair tantas vezes, entre outras coisas.

Porém, ao presenciar de perto e ajudar a construir a Santa Missa, sentir Jesus a sua frente sabendo que você está ali a serviço Dele, faz você sentir uma paz interior revigo-rante, sem contar da incrível e indescritível sensação de bem estar ao receber um sorriso sincero de agradecimento. Essa é a motiva-ção para persistir no caminho certo e atender o chamado de Deus a essa vocação.

Augusto César Zago Alves foi coroinha desde os 9 anos e hoje, aos 20 anos, é Coordenador dessa Pastoral.

Não acho que nós precisamos andar com a roupa do corpo e um chinelo de dedo. Mas acho,

sim, que devemos primar pela simplicidade. Ter e desejar o necessário, nada em excesso.

Page 13: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

A Caravana contra a Hepatite C, parceria da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) com o laboratório Roche, vai acontecer em seis estações de metrô da capital paulista até 8 de novembro.

As ações serão realizadas em Santo Ama-ro, Tamanduateí, Palmeiras-Barra Funda, Prefeito Celso Daniel (Santo André), São Caetano e Brás, das 10h às 19h. A ideia é fazer testes e entregar materiais com infor-mações sobre prevenção contra a doença. A campanha é voltada para usuários entre 35 e 69 anos e o teste é feito por meio de uma picada em um dos dedos da mão. Os resul-tados saem entre 30 a 40 minutos. Caso o

exame tenha dado positivo, o paciente é en-caminhado a uma unidade de saúde para a confirmação do diagnóstico.

Porque participar?A maior proporção de casos de hepatite

C confirmados entre 1999 e 2010 encontra--se na faixa etária de 40 a 59 anos, que detém 54,4% dos eventos. Ao longo desse período, as taxas de detecção mais elevadas são aque-las correspondentes à faixa etária de 50 a 59 anos, seguida do grupo de 40 a 49 anos de idade. Acredita-se que a causa disso seja por-que, até 1993, quem precisou passar transfu-são de sangue não teve a seringa corretamen-te esterilizada. Além disso, por serem idosos, vão mais ao médico e obtêm o diagnóstico, conduta não muito comum nos mais jovens.

Santa Teresinha em Ação 14

Espaço Pet

Salvando vidasAssim como nós, cães e gatos também doam sangue para salvar vidas. A coleta de sangue para a doação é rápida, indolor e não causa prejuízo ao animal, que pode voltar para casa poucas horas depois da coleta.

Infelizmente, assim como na medicina humana, o doador é um fator limitante e a falta de divulgação faz com que o nú-mero de doadores ainda seja reduzido e os estoques baixos que não atendem a demanda dos pacientes que necessitam deste recurso diante de procedimentos ci-rúrgicos, anemias causadas por uma série de doenças, atropelamentos e outras. Para doar sangue o animal precisa ter entre 1 e 8 anos de idade, pesar mais de 25kg no caso dos cães e mais de 4kg no caso dos gatos, estar com vacinas e vermifugação em dia, assim como controle de pulgas e carrapatos, ser dócil, e fêmeas não de-vem estar no cio ou gestantes. As vanta-

gens de ser um animal doador são muitas, além de salvar vidas, recebem avaliação da condição física e exames laboratoriais (hemograma completo, perfil bioquími-co, sorologia para as principais doenças infecciosas transmitidas pelo sangue). Constatada a saúde do animal, o pet é cadastrado como doador, e pode fazer esse ato nobre a cada 40 dias. Segundo o Banco de sangue HOVET – Universidade Anhembi Morumbi, hoje existem cerca de 300 animais cadastrados, e 80 são do-adores frequentes. Atualmente existem alguns bancos de sangue veterinários em São Paulo, particulares e públicos como o Banco de sangue do HOVET da Facul-dade de Veterinária da USP. Quem quiser tornar seu animal um doador é só procu-rar na internet um banco de sangue vete-rinário e levá-lo para uma avaliação. Doe sangue, doe vida! O seu e agora o do seu animal de estimação também.

Raquel Fraga Raimondo é veterinária

Saúde

Campanha de Hepatite C é realizada em São Paulo; homens, de 40 a 69 anos, devem fazer o exame

Page 14: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Santa Teresinha em Ação 15

Aconteceu

anos 60 abrem Semana da Família. veja em http://goo.gl/HtgamU

oração e confraternização na Semana da Família. veja em http://goo.gl/cSqd4D

evangelho da alegria é levado à aparecida. veja em http://goo.gl/ahWv44

Rumo aos 200 anos de Dom Bosco: sua espiritualidadeveja em http://goo.gl/0cCovB

Page 15: Ano VII - Número 80 - Setembro de 2013 ww. paro quiasan ... · uma forma de oração Ano VII ... para educar conforme a justiça. ... que são exemplos para nós. São Jerônimo

Para rever o desespero

Santa Teresinha em Ação 16

EntrevistaPor Daya Lima

Viver em oração pode parecer algo impossível para muitos, entre-tanto, para os monges benediti-nos, isso é uma rotina. Para falar

um pouco sobre o dia a dia de um Mosteiro, falamos com Dom Hildebrando Miranda, que vive no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, há mais de 18 anos. Ele, que é monge e sacerdote deste 2001, também dá aula de teologia na faculdade do Mosteiro e para os noviços. Além disso, é assessor de imprensa e gerente da restauração da igreja. D. Hil-debrando nos conta um pouco sobre a sua rotina dentro de um lugar que foi feito para ficar à margem do mundo. Veja trechos.

STA - Dom Hildebrando, o que lhe fez ir morar no Mosteiro e se tornar mon-ge e, posteriormente, sacerdote?Dom Hildebrando - Fui visitar o Mos-teiro certa vez, como turista mesmo, e gostei muito. Me interesse pela vida monástica e fui saber o que tinha que fazer para estar lá dentro. Eu era dentista e tinha uma vida cor-rida como a da maioria dos paulistanos. En-tretanto, eu não estava contente com aquele estilo de vida. Foi minha maior motivação.

STA – Agora, há mais de 18 anos vi-vendo no Mosteiro, como é sua vida? Nos conte um pouco da sua rotina.Dom Hildebrando - É mais tranquila, de fato, mas, não com menos atividades. Todos os moradores do mosteiro acordam às 5 da manhã quando fazemos nossa pri-meira oração do dia. Essa para abençoar o dia que está começando. Depois temos a missa, aberta ao público, e depois cada um vai para as sua atividades. Antes do almo-ço temos outro momento de oração, sempre em coro, para pedir a Deus mais motivação para o dia, que ele termine bem. Almoçamos e temos um tempo de descanso. Voltamos ao trabalho dentro do Mosteiro e, no final do dia, temos nossa oração de agradecimento ao dia proporcionado. Jantamos e temos um intervalo, um momento de descontração. Depois temos uma vigília e, em seguida, so-mos convidados a ficarmos em silêncio, re-clusos em nossos quartos.

STA – Nesses momentos de oração, é um pedir para todos ou é algo mais particular?

Dom Hildebrando - Sim, para todos. A igreja tem essa missão. Pedimos para o bem de todos.

STA – O senhor, que tinha uma vida ativa fora do Mosteiro, como se adap-tou à vida dentro dele?Dom Hildebrando - De certa forma foi fácil. Não foi o meu caso, mas, a reclusão não é a parte mais difícil, é a obediência. As pessoas são educadas para serem indepen-dentes, e aqui se deve muita obediência aos mais velhos e a própria rotina do Mosteiro.

STA – Na sua opinião, quais são os be-nefícios práticos da oração. Existe ou é algo mais no campo espiritual?Dom Hildebrando - Não, é bem sim-ples e no prático mesmo. Quando a gente ora, a gente aprende a tirar aquela nossa angústia, nosso desespero. Temos a mania de achar que tudo é para ontem, que nosso relógio não pára e a única certeza é a morte. Isso nos aflige. E é aí que age a oração. Ela traz paz, calmaria, tranquilidade para, in-clusive, resolver esses problemas cotidianos. Deus nos mostra isso e nós também conse-guimos nos conhecer mais com a oração. É muito importante praticar para ter mais

controle da vida, no sentido de sabedoria, serenidade. Só com ela encontramos o cami-nho da paz.

STA – O senhor pode deixar uma mensagem para nossos paroquianos?Dom Hildebrando - Com todo prazer. Caros, nunca se desesperem. Cristo está na frente e ele não é nosso empregado. Apesar de não acreditarmos e, muitas vezes, não entendermos, o tempo dele é diferente do nosso e ele só nos atenderá quando estiver-mos prontos. Com certeza ele tem algo maior para nós, melhor do que estávamos pedin-do. Mas, é no tempo dele. Pratique a oração. Só ela traz esse entendimento necessário para viver as maravilhas de Cristo. Que a paz fique com todos.

Monge beneditino fala da rotina no mosteiro e de como a oração ajuda a driblar a correria do dia a dia

Me interessei pela vida

monástica e fui saber o

que tinha que fazer para

estar lá dentro. Eu tinha uma vida corrida e não estava

contente

Antes do almoço

temos outro momento de

oração, sempre em coro,

para pedir a Deus mais motivação

para o dia, que ele termine

bem

Dom Hildebrando Miranda vive no Mosteiro de São Bento

há mais de 18 anos

Caros, nunca se desesperem. Cristo está na

frente e ele não é nosso empregado

Apoiaram esta edição:Recolast Ambiental - 3437-7450

Bolos da Guria - 2978-8581

e outros 6 apoiadores

Horários das MissasSegundas-feiras, às 16h30 e 19h30De terça a sexta, às 8h e 19h30Aos sábados, às 8h e às 16hAos domingos, às 7h30, 9h30, 11h, 18h e 19h30

Adoração: todas as quintas, 8h e 19h30 e,nas primeiras sextas do mês, às 7h30

Horário da secretaria:De segunda à sexta, das 8h às 12h e das 13h às 19h30Aos sábados, das 8h ao 12h e das 13h às 18hTel. (11) 2979-8161