ANO XXVIII | N 227 | set - Out/2014 BÔNUS DA PREVI · o nome do diretor regional que cons-ta no...

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ANO XXVIII | N O 227 | SET - OUT/2014 BÔNUS DA PREVI Conheça o posicionamento da Diretoria Executiva sobre o pagamento do Bônus de Remuneração Variável e o que as entidades representantes do funcionalismo estão fazendo a respeito FUNCIONÁRIO DO BB Conheça a história de Mauro Sérgio Fernandes EDUCAÇÃO FINANCEIRA Até quando dar mesada aos filhos? ENCARTE SEMINÁRIOS ANABB: REPENSANDO ESTRATEGICAMENTE O BANCO DO BRASIL

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ANO XXVIII | NO 227 | set - Out/2014

BÔNUS DA PREVIConheça o posicionamento da Diretoria Executiva sobre o pagamento do Bônus de Remuneração Variável e o que as entidades representantes do funcionalismo estão fazendo a respeito

FUNCIONÁRIO DO BBConheça a história de

Mauro Sérgio Fernandes

EDUCAÇÃO FINANCEIRAAté quando dar mesada aos filhos?

ENCARTE SEMINÁRIOS ANABB: REPENSANDO ESTRATEGICAMENTE O BANCO DO BRASIL

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jornal AçãoCARtAs À ReDAÇÃO

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser

editadas e serão publicadas apenas as selecionadas pela ANABB. Envie comentários, sugestões e

reclamações para [email protected] ou para SCRS 507, Bl. A, Lj. 15 – CEP: 70351-510 – Brasília/DF.

CARtA DO PResIDeNteRiede, parabéns pela excelente Carta do Presidente, intitulada “Como ma-nipular dizendo a verdade” (edição nº 226 do jornal Ação). Se soubesse e se tivesse oportunidade, seria exata-mente o que gostaria de escrever. Osmar BarbosaBrasília – DF

AÇÃO FGtsCom grande prazer e alegria, agra-deço a essa Associação, especial-mente a seu corpo jurídico, mais um resultado positivo que me foi propor-cionado na ação do FGTS. Isso com-prova o brilhante trabalho que vem sendo desenvolvido, há tanto tempo, em benefício dos associados. Since-ros agradecimentos.Jair da Rocha AraújoBelo Horizonte – MG

AtuAÇÃO DA ANABBParabéns pela iniciativa e pelas in-formações do site, distinguindo e le-gitimando a ANABB, que desponta como representante dos funcionários. Esperamos a continuidade dessas atitudes, inclusive judiciais, corrigin-do convênios de cessão e alterações do Plano de Benefícios e clarificando o Teto de Benefícios. Buscamos infor-mação e comunicação para manter a atual mobilização, momento ímpar do associativismo. Tenham certeza do apoio dos associados.João Pompilio Neves PólvoraPorto Alegre – RS

DesIGuALDADe NA CAssITendo lido as cartas do presidente, considero-o uma pessoa de singular competência e indiscutível idoneida-de. Por isso, gostaria de saber a opi-nião dele a respeito da Cassi. O trata-mento dado pela Cassi aos associados é muito desigual, pois, enquanto os que moram nas capitais usufruem

dos Centros de Atendimento Médico da Cassi, os que moram no interior só se podem valer de credenciados, que estão se descredenciando por baixa remuneração. No meu entender, em vez de existirem atendimentos espe-ciais em algumas cidades, verdadei-ros “cabides de emprego”, dever-se-ia pagar melhor os prestadores de ser-viços médicos. Assim, teríamos bons profissionais acessíveis a todos.Pedro RochaGuarapari – ES

eRRAMOs• Na página 12 do jornal Ação nº 226, o nome do diretor regional que cons-ta no item “8º colocado” foi publicado incorretamente. Em vez de Carlos Fer-nando Pamplona, o correto é Carlos Francisco Pamplona (Direg SC-52). • Na entrevista do diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi, William Mendes, divulgada na pá-gina 24, o significado da sigla Cipa está incorreto. Cipa significa “Comis-são Interna de Prevenção de Aciden-tes”. • Na matéria da página 16, intitulada “Resolução CGPC nº 26 – Discussões continuam no Congresso Nacional”, vale destacar as seguintes informa-ções que foram omitidas, involuntaria-mente: a presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensio-nistas do Banco do Brasil (Faabb), Isa Musa, fez parte da mesa e foi pales-trante, a convite do Senado, na Audiên-cia Pública que discutiu o tema na Co-missão de Assuntos Econômicos (CAE), realizada no dia 2 de junho de 2014. Ressalta-se que Isa Musa é conselhei-ra deliberativa da ANABB. Também fez parte da mesa Ruy Brito, vice-pre-sidente para Assuntos Previdenciários da Associação de Aposentados e Pen-sionistas do Banco do Brasil (AAPBB) e presidente do Conselho Deliberativo da Unamibb.

DIRetORIA eXeCutIVA

CONseLHO DeLIBeRAtIVO

seRGIO RIeDePresidenteReINALDO FujIMOtOVice-Presidente Administrativo e FinanceiroDOuGLAs sCORteGAGNA Vice-Presidente de ComunicaçãoteRezA GODOyVice-Presidente de Relações FuncionaisFeRNANDO AMARALVice-Presidente de Relações Institucionais

João Botelho (Presidente)Ana Lúcia LandinAugusto CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoClaudio Nunes LahorgueDenise ViannaEmílio Santiago Ribas RodriguesGilberto Matos SantiagoGraça MachadoIlma Peres Causanilhas RodriguesIsa MusaJosé BranissoLuiz Antonio CareliLuiz Oswaldo Sant’Iago Moreira de SouzaMaria Goretti Fassina Barone FalquetoMário Tatsuo MiyashiroMércia PimentelNilton BrunelliPaula Regina GotoWilliam Bento

CONseLHO FIsCALVera Lúcia de Melo (Presidente)João Antonio Maia Filho Maria do Céu Brito Anaya Martins de Carvalho (suplente) Antonio José de Carvalho (suplente) Marco Antonio Leite dos Santos (suplente)

DIRetORes ReGIONAIsRegional AC-01: Julia Maria Matias de OliveiraRegional AL-02: Ivan Pita de AraújoRegional AP-03 : Samuel Bastos MacedoRegional AM-04: Ângelo Raphael Celani PereiraRegional BA-05: José Easton Matos NetoRegional BA-06: Jonas Sacramento CoutoRegional BA-07: Paulo Vital LeãoRegional BA-08: Maruse Dantas XavierRegional CE-09: Maria José Faheina de OliveiraRegional CE-10: Erivanda de Lima MedeirosRegional DF-11: Hélio Gregório da SilvaRegional DF-12: Marcos Maia BarbosaRegional DF-13: Francisco Mariquito CruzRegional DF-14: Carlos Nascimento MonteiroRegional DF-15: Messias Lima AzevedoRegional ES-16: Sebastião CeschimRegional GO-17: Saulo Sartre UbaldinoRegional GO-18: José Carlos Teixeira de QueirozRegional MA-19: Camilo Gomes da Rocha FilhoRegional MT-20: Daniel Ambrosio FialkoskiRegional MS-21: Valdineir Ciro de SouzaRegional MG-22: Luiz Carlos FazzaRegional MG-23: Eustáquio GuglielmelliRegional MG-24: Matheus Fraiha de Souza CoelhoRegional MG-25: Amir Além de AquinoRegional MG-26: Aníbal Moreira BorgesRegional MG-27: Maria Rosário Fátima DurãesRegional PA-28: Fábio Gian Braga PantojaRegional PB-29: Maria Aurinete Alves de OliveiraRegional PR-30: Aníbal RumiattoRegional PR-31: Luiz Carlos KappRegional PR-32: Moacir FinardiRegional PR-33: Carlos Ferreira KraviczRegional PE-34: Sérgio Dias César LoureiroRegional PE-35: José Alexandre da SilvaRegional PI-36: Francisco Carvalho MatosRegional RJ-37: Antônio Roberto VieiraRegional RJ-38: Maurício Gomes de SouzaRegional RJ-39: Carlos Fernando S. OliveiraRegional RJ-40: Mário Magalhães de SouzaRegional RJ-41: Sérgio Werneck Isabel da CruzRegional RJ-42: Eduardo Leite GuimarãesRegional RN-43: Hermínio SobrinhoRegional RS-44: Celson José MatteRegional RS-45: Valmir CanabarroRegional RS-46: Edmundo Velho BrandãoRegional RS-47: Oraida Laroque MedeirosRegional RS-48: Enio Nelio Pfeifer FriedrichRegional RS-49: Saul Mário MatteiRegional RO-50: Sidnei Celso da SilvaRegional RR-51: José Antônio RibasRegional SC-52: Carlos Francisco PamplonaRegional SC-53: Moacir FogolariRegional SC-54: Alsione Gomes de Oliveira FilhoRegional SP-55: Rosângela Araújo Vieira SanchesRegional SP-56: Dirce Miuki MiyagakiRegional SP-57: Adelmo Vianna GomesRegional SP-58: Reginaldo Fonseca da CostaRegional SP-59: Adilson Antonio MeneguelaRegional SP-60: José Antônio da SilvaRegional SP-61: José Roberto LemeRegional SP-62: José Antonio Galvão RosaRegional SP-63: Jaime BortolotiRegional SP-64: Juvenal Ferreira AntunesRegional SE-65: Almir Souza VieiraRegional TO-66: Pedro Carvalho Martins

ANABB: SCRS 507, Bl. A, Lj. 15 – CEP: 70351-510 – Brasília/DF Atendimento ao associado: (61) 3442 9696 | Site: www.anabb.org.br | E-mail: [email protected] | Coordenação: Fabiana Castro | Redação: Tatiane Lopes, Godofredo Couto, Josiane Borges, Marilei Ferreira e Elder Ferreira | Colaboração: Elizabeth Pereira | Anúncios: Luiz Sérgio Mendonça | Ilustração: Cibele Santos | edição: Ana Cristina Padilha | Revisão: Cida Taboza | editoração: Zipo Comunicação | tiragem: 96 mil | Banco de imagem: Shutterstock | Impressão e CtP: Gráfica Positiva Os textos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da ANABB

A Gráfica e Editora Positiva é licenciada pelo IBRAM - Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF - sob o nº 072/2010.Todo o papel utilizado na impressão do Jornal Ação é oriunda de reflorestamento ecologicamente correto.

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CARtA DO PResIDeNte

figura retórica. Em muitos casos, alguns indivíduos de-sejam mesmo a morte de quem pensa diferente. É só conferir isso nas redes sociais.

O que esse tema tem a ver com a atuação da ANABB? Nos casos que descrevemos no início deste texto, muita coisa.

Não é porque alguém tem críticas à atuação do BB ou de seus dirigentes que ele deva desejar o fim do Ban-co. Aliás, o fim da instituição seria um enorme prejuízo para a sociedade, além de que significaria também o fim de todas as entidades representativas de funcioná-rios que se uniram pelo fato de trabalharem na mesma instituição que admiram e que julgam ser importante para toda a sociedade brasileira. Mesmo que o diagnós-tico sobre a atuação do BB seja extremamente negativa, sempre se pode pensar em formas de contribuir para que essa atuação seja melhor, inclusive em relação aos funcionários, e as entidades como Previ e Cassi.

Conformar-se com a situação presente sem fazer nada para mudar as coisas é desistir de um futuro melhor. Pen-sar que a gente salva os participantes da Previ e da Cassi abandonando o BB à sua própria sorte é, no mínimo, inge-nuidade. Isso sem falar na importante discussão sobre o papel do Banco do Brasil para a sociedade brasileira, que foi feita no seminário, nos dias 4 e 5 de setembro, como pode ser constatado nas páginas do encarte especial. O seminário foi realizado sem nenhum prejuízo para as de-mais atividades da ANABB em defesa dos interesses de seus associados, porque não são ações excludentes.

Com relação às críticas à Carta do Presidente, os as-sociados não explicitaram um argumento sequer para contestar os fatos descritos naquele texto. Não levaram em conta os trechos em que o autor reconhece os pro-blemas do país e ressalta o direito (e o dever) de a im-prensa divulgar as coisas erradas, mas sem sonegar o direito de os leitores terem acesso a informações sobre coisas positivas que acontecem.

Quando se fala em caráter ideológico do texto e da impossibilidade de se publicar uma opinião que não seja a do conjunto dos associados, ficam algumas dúvi-das: será que os críticos imaginam que o conjunto dos associados tem um pensamento único sobre todas as coisas? Ou será que entendem que o autor estaria proi-bido de trazer à tona fatos que contrariem o ponto de vista (ou seria a ideologia?) de quem critica?

Boa leitura a todos!

Há algumas semanas, chegaram à ANABB dois ques-tionamentos interessantes de associados. Um deles dizia respeito ao Seminário ANABB – Repensando Estrategica-mente o Banco do Brasil. Outro foi em relação à Carta do Presidente da edição nº 226 do jornal Ação.

Sobre o seminário, foi pedido que a ANABB deixas-se de “bajular o BB, nosso atual inimigo”, e passasse a focar sua atuação em assuntos de “real interesse dos associados”, como Cassi e Previ.

Quanto ao texto “Como manipular dizendo a verda-de”, três ou quatro associados o classificaram como indesculpável “manifestação ideológica” e acusaram o autor de estar “a serviço do governo”. Disseram que o conteúdo não os representa e que o jornal da ANABB não deveria ser “usado para expressar uma opinião que não é a do conjunto dos associados”.

Para refletir sobre esses questionamentos, recorro ao pensamento de Zygmunt Baumann, autor polonês radicado na Inglaterra, que escreveu diversas obras so-bre o que ele chama de “modernidade líquida”.

Para Baumann, “modernidade líquida” é uma ex-pressão que retrata o mundo atual: as ideias e as ações não têm mais bases sólidas. As pessoas moldam seus pontos de vista e orientam suas atitudes de acordo com as circunstâncias, assim como fazem os líquidos em re-lação aos recipientes que os acolhem.

Nesse sentido, segundo Baumann, as pessoas não constroem mais relacionamentos; elas fazem cone-xões. E quem apenas se conecta pode se desconectar a qualquer momento. Basta perder a paciência. Isso explicaria a perda do sentimento de pertencimento a grupos de qualquer espécie por um tempo razoável, sejam partidos políticos, clubes esportivos, entidades religiosas, associações, sindicatos, sejam mesmo rela-cionamentos afetivos.

Na “modernidade líquida”, predominam a artificialida-de, a superficialidade e o mundo virtual. As informações raramente chegam à forma de conhecimento, as conclu-sões são precipitadas, predomina o individual sobre o co-letivo e há intolerância agressiva a opiniões divergentes.

Talvez isso explique o fato de algumas pessoas tra-tarem quem pensa diferente delas como inimigo mor-tal. Quando falo mortal, infelizmente não é apenas uma

MODeRNIDADe LíquIDA e A ANABBSergio Riede – Presidente da ANABB

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CAPA

Em 2014, diversas decisões políticas afetaram a vida dos participantes da Previ. Uma delas foi a sus-pensão do pagamento do Benefício Especial Temporá-rio (BET), antes do prazo estabelecido pela Caixa de Previdência, e o retorno das contribuições pessoais e patronais. Milhares de associados foram obrigados a mudar o estilo de vida para minimizar os impactos des-sa decisão. O ano ainda não terminou e mais uma notí-cia gerou apreensão entre os participantes: o Conselho Deliberativo da Previ aprovou, com o voto de Minerva do presidente do conselho, Robson Rocha, o pagamen-to de bônus de remuneração variável a seus diretores executivos.

A decisão caiu como uma bomba entre os partici-pantes, que questionam a legalidade e a legitimidade do pagamento do bônus. Isso porque ainda se encon-tra em debate o teto de contribuição dos diretores es-tatutários do BB, extensivo aos diretores da Previ, que passaram a receber verbas acumuladas.

Na função de legítima defensora dos interesses do funcionalismo, a ANABB tomou várias providências. A primeira delas foi solicitar esclarecimentos à Diretoria Executiva, aos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Pre-vi e a cada um dos membros desses órgãos, inclusive àqueles que também integram os órgãos diretivos da ANABB. As cartas foram encaminhadas entre os dias 11 e 15 de agosto.

Outra iniciativa foi reunir os membros das entidades de representação nacional do funcionalismo do BB, e de outras entidades de Brasília, para debater propos-tas sobre a decisão do Conselho Deliberativo da Previ. A reunião aconteceu no dia 14 de agosto, na sede da ANABB, em Brasília. Além dos membros da Diretoria da ANABB, participaram da reunião: Arnaldo Fernandes, Cláudio Barbirato, José Mariano Neto e Paulo Eduar-do (Afabb/DF); Célia Larichia e Felinto Amorin (AAFBB); Rafael Zanon (Seeb/DF); Gilberto Antonio Vieira e José Augusto Cordeiro (Contec); Wagner Nascimento (Con-traf); e Isa Musa (Faabb).

As propostas aprovadas como sugestões para todas as entidades representativas do funcionalismo do BB, ativos e aposentados, foram as seguintes:

1. Estimular seus associados a redigir cartas para a Previ apoiando o voto contrário ao pagamento

Em meio à crise financeira de muitos participantes da Previ que tiveram o Benefício Especial Temporário suspenso fora do planejado, dirigentes da entidade podem receber um bom dinheiro a título de bônus de remuneração variável. Entenda o que as entidades de funcionalismo estão fazendo sobre o assunto e o porquê disso

DOIs PesOs, DuAs MeDIDAs?

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de bônus aos diretores da entidade, proferido pelos conselheiros deliberativos eleitos.

2. Solicitar à Previ, com base na Lei nº 109/2001, na Resolução MPS nº 23/2006 e na Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação, acesso aos documentos perti-nentes ao caso, tais como: Regimento Interno da Previ em vigor; contrato de cessão em vigor firmado entre o Banco do Brasil e a Previ; ata do Conselho Deliberativo de 15/8/2008; nota Dirad 2008/03; decisão da Diretoria Executiva 2008/441; notas Dirad que subsidiaram a cria-ção, a regulação ou a implantação da remune-ração variável aos dirigentes da Previ; atas da Diretoria Executiva que tratam do tema “bônus”; atas do Conselho Deliberativo da Previ nas par-tes em que tratam do tema “bônus”; programa-ção orçamentária com previsão de gastos admi-nistrativos com pagamento do bônus.

3. Solicitar à Previ divulgação de todos os crité-rios e indicadores aprovados na reunião de 31/7/2014 e utilizados para concessão do bô-nus.

4. Defender que nenhum critério de remuneração seja aprovado com validade retroativa na Previ.

5. Defender que nenhuma vantagem adicional criada pelo BB (a exemplo do bônus variável) seja estendida aos dirigentes cedidos à Previ.

6. Acionar de imediato as assessorias jurídicas das entidades para que estudem e analisem quais medidas judiciais são cabíveis ao caso.

DOIs PesOs, DuAs MeDIDAs?

7. Realizar campanha envolvendo todas as entida-des representativas do funcionalismo do BB, da ativa e aposentados, pelo fim do voto de Minerva.

Apesar do clamor dos associados para que as coisas sejam esclarecidas e divulgadas com transparência, tanto os dirigentes eleitos como os indicados pelo BB informam não poder disponibilizar as notas técnicas da Previ nem as atas e os registros de votos, por se tra-tar de matéria classificada pela Previ como CONFIDEN-CIAL. O Código de Ética da Caixa de Previdência prevê, inclusive, a possibilidade de perda de mandato para quem descumprir as determinações desse normativo.

ReuNIÃO COM A PReVIEm 18 de agosto, a ANABB participou de audiência

com o presidente do Conselho Deliberativo da Previ e vi-ce-presidente de Gestão de Pessoas e Desenvolvimen-to Sustentável do Banco do Brasil, Robson Rocha. Es-tiveram presentes na reunião o presidente da ANABB, Sergio Riede; o vice-presidente de Relações Institucio-nais, Fernando Amaral; e o diretor do BB e conselhei-ro deliberativo suplente da Previ, Carlos Eduardo Leal Neri.

O presidente do Conselho Deliberativo da Previ in-formou que o assunto teria entrado em pauta daque-le conselho em abril de 2008, quando foi tomada a decisão, pelo BB, de transformar seus dirigentes (pre-sidente, vice-presidentes e diretores) em estatutários. Naquela época, teria sido aprovada por unanimidade a revisão do convênio de cessão de funcionários do BB para a Previ.

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Esse novo convênio, vigente até hoje, prevê que o Banco do Brasil e a Previ reconhecem que os funcio-nários cedidos para a Previ, inclusive os que ocupam cargos de diretores, fazem jus a receber todas as ver-bas que receberiam do Banco, caso nele ainda conti-nuassem trabalhando (inclusive PLR), devendo a Previ ressarcir ao Banco os montantes pagos aos cedidos. Assim, o entendimento é de que os diretores eleitos da Previ devem receber, a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a mesma quantidade de salários que os dirigentes do BB recebem. Essa infor-mação foi confirmada pelos conselheiros eleitos que conversaram com a ANABB.

Ainda segundo esclarecimentos prestados pelo pre-sidente do conselho, desde 2008, estava previsto no Banco do Brasil o pagamento de até três remunerações brutas por semestre (seis remunerações brutas por ano) para os dirigentes estatutários, caso fossem atingi-das as metas globais do Banco. Segundo os dirigentes eleitos Rafael Zanon, Haroldo Vieira e Célia Larichia (ex-conselheira), essa informação também procede.

Entretanto, em 2011, a Comissão de Valores Mobili-ários (CVM) teria publicado resolução com orientação para que os valores pagos pelas sociedades anônimas (caso do BB), a título de PLR para seus dirigentes, fos-sem feitos parte em espécie e parte em ações, em vez de tudo em dinheiro, ou seja, uma orientação restritiva ao pagamento em espécie.

O Banco do Brasil, para cumprir essa orientação, elevou o valor máximo da PLR de seus dirigentes de seis remunerações brutas por ano para dez remunera-ções brutas por ano.

Assim, o BB continuou a pagar seis remunerações brutas por ano em espécie e passou a pagar mais qua-tro remunerações brutas por ano em ações. Essa parte paga em ações é que ficou denominada de Bônus de Remuneração Variável. Isso valeu para 2011 e 2012.

Em 2013, a parte paga em ações passou a ser de até seis remunerações brutas anuais.

O contrato de cessão de funcionários do BB para a Previ, aprovado em 2008, previa que a remuneração dos dirigentes do BB cedidos como “diretores estatu-tários” da Previ teria como referência os valores pagos a diretores e vice-presidentes do Banco do Brasil, a qualquer título. Portanto, no entendimento dos con-selheiros indicados pelo Banco, isso contemplava au-tomaticamente o direito dos dirigentes executivos da Previ de receber, além da PLR, que é uma verba paga a todos os funcionários, o Bônus de Remuneração Variável, criado no BB em 2011 somente para os diri-gentes estatutários. No entender dos conselheiros da Previ, indicados pelo Banco, Robson Rocha, Alexandre Corrêa Abreu e Paulo Roberto Lopes Ricci, não havia o que interpretar ou deliberar a respeito. Ainda segundo esses conselheiros, o objeto de discussão no Conselho Deliberativo, quando do uso do voto de Minerva, em 31/7/14, era apenas os critérios e os indicadores para este pagamento. Para eles, a questão de ser direito ou não já havia sido aprovada pelos conselheiros por una-nimidade nas reuniões anteriores.

Entretanto, esse não foi o entendimento que os con-selheiros deliberativos eleitos expressaram na reunião com a ANABB e na nota pública que divulgaram para esclarecer o voto contrário dado na reunião do Conse-lho Deliberativo da Previ de 31/7/2014.

De acordo com o presidente do conselho, os conse-lheiros deliberativos da Previ, ainda em 2011, firma-ram entendimento unânime de que o Bônus de Remu-neração Variável seria devido. Porém, para ser pago aos diretores executivos da Previ, deveria ser calculado com base em critérios de desempenho da gestão da Previ, e não com base em critérios de desempenho do Banco do Brasil.

Nesse sentido, Robson Rocha enfatizou seu entendi-

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A ANABB promoveu o encontro com entidades de representação nacional do funcionalismo para debater propostas sobre o polêmico assunto

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mento de que, na reunião do Conselho Deliberativo da Previ de 31/7/2014, esteve em discussão e foi aprovado apenas o conjunto de indicadores que devem balizar a avaliação de desempenho dos dirigentes da Previ e, con-sequentemente, o pagamento do Bônus de Remunera-ção Variável. Isso porque o Conselho Deliberativo, em sua totalidade, nunca teria colocado em dúvida o direito dos dirigentes executivos da Previ de receber essa parte da remuneração variável, já prevista na Política de Gestão de Pessoas da Previ e no contrato de cessão com o Banco do Brasil.

Tanto os conselheiros eleitos quanto os indicados que conversaram com a ANABB afirmaram que os critérios de avaliação do desempenho dos dirigentes da Previ, aprovados na citada reunião, como parte da política de remuneração destes, prevista a qual está no contrato de cessão dos funcionários do Banco do Brasil, teriam validade de 2011 a 2013 e seriam rees-tudados de 2014 em diante. Robson Rocha e Carlos Neri disseram que o BB está aberto para rediscutir os termos do referido contrato/convênio.

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Tendo em vista a importância do assunto, a ANABB apresenta as ideias que defende para transparên-

cia da Previ e benefício de todos os participantes.

• Com base na Lei de Acesso à Informação, foram solicitados à Previ todos os documentos que em-

basaram as decisões sobre o Bônus de Remuneração Variável desde 2008 até 31/7/14.

• Defendemos que a cessão de funcionários do BB à Previ é uma prática saudável, que contribui para

o bom desempenho dessa entidade, e que tais funcionários, incluídos os dirigentes executivos da

Previ, podem receber as mesmas verbas que recebem todos os trabalhadores do BB.

• O Bônus de Remuneração Variável criado pelo BB em 2011 para seus dirigentes estatutários foi

uma forma de descumprir a Resolução CMN nº 3921/2010, que aparentemente tinha caráter res-

tritivo, sem reduzir o valor pago em espécie a esses executivos.

• Não é razoável transportar obrigações definidas pelo Banco do Brasil em função de seu resultado

para uma entidade de previdência complementar, sem fins lucrativos.

• A remuneração equivalente a de diretor do BB para os diretores da Previ, e a de vice-presidente do

BB para o presidente da Previ, sempre foi mais do que suficiente para atrair quadros qualificados

para a Caixa de Previdência, que já atingiu o patrimônio de R$ 170 bilhões, sem necessidade de

usar recursos de contribuições de todos para pagamento de verbas específicas para alguns. Quem

não quiser trabalhar na Previ com esta remuneração, que fique no BB ou que não se candidate.

• É inaceitável que se aprovem indicadores de desempenho dos dirigentes que não incluam os indi-

cadores de desempenho da Previ, de forma a permitir-se pagar integralmente o Bônus de Remune-

ração Variável aos dirigentes executivos da Previ no mesmo período em que a entidade argumenta

que teve de cortar o BET porque seus resultados não foram suficientes para mantê-lo. Em outras

palavras, é insustentável dizer que a Previ vai bem para pagar bônus para seus executivos, mas vai

mal para manter o BET.

• A partir das afirmações feitas pelos conselheiros eleitos e indicados ouvidos pela ANABB, defen-

demos enfaticamente que a revisão do contrato de cessão seja feita com urgência, impedindo

que qualquer mecanismo adicional de remuneração variável, atual ou futuro, criado pelo BB para

seus executivos (a exemplo do Bônus de Remuneração Variável), possa ser transportado para os

executivos da Previ e, além de tudo, com critérios escolhidos para permitir o pagamento retroativo

e a reavaliação posterior.

• A ANABB coloca-se ao lado de todas as entidades dispostas a lutar, de forma concreta e conse-

quentemente, pelo fim do voto de Minerva na Previ.

POsICIONAMeNtO DA DIRetORIA eXeCutIVA DA ANABB

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eDuCAÇÃO FINANCeIRA

As CRIANÇAs CResCeM...Por Álvaro Modernell, especialista em Educação Financeira e Previdenciária

Até quando os pais devem dar mesada aos filhos? Esse é outro dilema da educação financeira. Mais

uma vez, invocamos o bom senso e abolimos o uso de regras rígidas. Não existe momento ou situação única a ser aplicada a todos os casos, mas existem parâmetros a considerar para essa tomada de decisão, que precisa, ao mesmo tempo, estimular a independência, evitar a sensação de desamparo e ponderar a capacidade e as necessidades dos pais, dos filhos e dos demais depen-dentes da família.

O primeiro ponto a se pensar é o conceito de me-sada: uma grana módica, voluntária, que se dá aos filhos, enquanto dependentes e estudantes, visando dotar-lhes de certa autonomia financeira e conceder-lhes oportunidades para aprender sobre gestão das finanças pessoais, por meio da experimentação, até o momento de ganharem o próprio sustento. O razo-ável é que a mesada exista enquanto os filhos ainda não tenham condições de trabalhar e obter a própria renda, combinada a uma situação de não necessida-de da família para que os filhos colaborem com os gastos da casa. Não existe idade fixa ou um ponto de chegada, mas hoje se observa que uma má tradição latina, que precisa ser interrompida, ampliou-se no

Brasil: filhos vivendo na aba dos pais muito além do esperado, o que não é nada saudável para a família, para o país e menos ainda para o futuro dos que re-cebem mesada.

O sinal amarelo deve aparecer quando algumas dessas situações acontecerem, em conjunto ou isola-damente: maioridade (21 anos); graduação concluída ou interrompida voluntariamente; comodismo em re-lação à busca de emprego, de estágio ou de aprofun-damento nos estudos; exigências e hábitos de adulto e posturas de adolescente; relacionamento sério e duradouro; imaturidade ou dependência incompatível com a idade; situação financeira da família precisan-do de reforço; consumismo exagerado; paternidade ou maternidade prematura; simplesmente comodis-mo com a situação.

Nada obstante, o fato de o jovem conseguir uma atividade remunerada, como um estágio ou um em-prego módico, não deve ser motivo taxativo para o fim da mesada, pois muitas vezes essa remuneração é pouca, mas é muito significativa. Além disso, o risco da perda da mesada não deve desestimular a busca pela independência financeira.

Nesse período de transição, o que pode ser feito é os pais combinarem uma redução do valor, ou direcio-narem parte da mesada para incentivar cursos com-plementares, viagens culturais, estudo de idiomas, formação de poupança, previdência e outros investi-mentos, ou apoiarem iniciativas empreendedoras que exigem certo tempo de maturidade, antes de iniciar o retorno do investimento. Trocar a regularidade da me-sada por apoios financeiros eventuais e indicar, com sinalizadores concretos, a proximidade do fim dessa regalia também ajudam a fazer a transição.

O mais importante, nessa e nas fases anteriores, não é o valor da mesada, e sim a educação financeira. É esta que ajuda, ao mesmo tempo, a valorizar a independên-cia e a fazer bom uso do dinheiro, seja ele ganho com a mesada, seja com o suor do próprio trabalho e esforço.

A hora da partida precisa chegar ou a permanência do pássaro no ninho passa a ser tão perigosa à sua sobrevivên-cia quanto o ato de arriscar os primeiros voos e o de enfrentar seus próprios desafios.

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As CRIANÇAs CResCeM...

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CARLOs AuGustO VIDOttODoutor em Ciências econômicas“Essa iniciativa da ANABB foi bastante feliz pela oportuni-dade que tivemos de debater os rumos do desenvolvimen-to do nosso país. Fiquei surpreso pela reedição de ideias antigas travestidas de novas, o que cria um desafio e even-tual risco ao Banco do Brasil. Novas propostas puderam ser apresentadas e confrontadas, e penso que este debate de ideias é fundamental.”

CARLOs eDuARDO LeAL NeRIDiretor de Relações com Funcionários e entidades Patrocinadas do BB“Debater o BB em um momento de processo eleitoral nos dá a oportunidade de mostrar o papel do Banco. Isso é motivo de orgulho, pois o Banco do Brasil está em um pe-ríodo de fomento e as discussões só vão nos ajudar nesse crescimento. Parabenizo a ANABB pela qualidade dos pa-lestrantes que estiveram presentes.”

RAFAeL VIeIRA De MAtOsConselheiro de Administração do BB, eleito pelosfuncionários“Sou grato pelo convite da ANABB para participar de um evento tão importante como este, pois é em momento de discussão em que nós funcionários temos a oportunidade de apresentar nossas preocupações e discutir qual Banco do Brasil queremos.”

Luís CLáuDIO LAuXeN De sOuzAFuncionário do BB“Tenho um histórico familiar dentro do Banco do Brasil e admiro a instituição. Participar deste seminário foi muito interessante, pois pude conhecer temas com os quais não tenho contato diário, além de assimilar a importância do BB para a economia do país. Conhecer a atuação do Banco na agricultura familiar, tema abordado em um dos painéis, foi muito proveitoso.”

GRAÇA MACHADOConselheira Deliberativa da ANABB“Promover este seminário foi uma iniciativa excelente da ANABB em um momento muito oportuno em que o país clama por mudanças. O evento trouxe temas à luz do que

CONFIRA DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTESprecisamos pensar para o futuro do país e para o futuro do Banco do Brasil.”

CéLIA LARICHIAPresidente da AAFBB“Quero parabenizar toda a Diretoria da ANABB pela cora-gem de trazer para discussão temas tão importantes em um momento como este. Acompanhei todos os debates e tive oportunidade de presenciar discussões relevantes para a estabilidade econômica do país.”

HuGO PeNA BRANDÃOGerente executivo da uniBB“Acho muito salutar a iniciativa da ANABB de promover esta discussão sobre temas muito relevantes, como a participação dos funcionários nas estratégias e nas práti-cas do BB. No seminário, pudemos discutir, expor nossas ideias e recolher subsídios para cada vez mais aprimorar nossas práticas.”

sANDRA MIRANDAPresidente da Apabb“Parabenizo a ANABB e espero que cada participante refli-ta sobre o papel do BB, até porque em breve teremos uma mudança estrutural na instituição, em que a maioria dos funcionários serão pós-98 e terão a responsabilidade de defender o BB.”

ODeD GRAjewPresidente emérito do Instituto ethos“É importante debater a sustentabilidade neste seminário em um momento tão crucial para toda a humanidade e para o país. Discutir, no âmbito do BB, é muito importante, pela dimensão e história dessa instituição bancária e pela quantidade e qualidade dos funcionários.”

sóCRAtes BALGA MeNDes júNIORex-gerente do BB em tóquio, consultor e aposentado do BB“A discussão veio em um momento oportuno em que se fala de uma série de mudanças de modelo. Está na hora de o BB também mudar seu modelo. Temos de criar coisas novas, buscar novos clientes no mercado interna-cional. Somente a ANABB poderia pensar em trazer este tema para debate.”

REPENSANDO ESTRATEGICAMENTE O BANCO DO BRASIL

CONVeRsA De BAstIDOR

10 | Set-Out/2014 | Jornal AÇÃO

ReGIstROs HIstóRICOs

Existem associados que acompanharam importantes momentos da ANA-BB ao longo dos mais de 28 de existência da Associação. Participaram de debates, encontros políticos, fóruns regionais, entre diversos outros eventos que aconteceram por todo o Brasil. A ANABB já possui vários registros histó-ricos sobre sua atuação como defensora dos direitos do funcionalismo do BB, mas muita coisa ainda pode estar guardada com os associados. Se você possui vídeos que contemplem a participação da Associação em mo-mentos da história do BB e da própria política brasileira, envie um e-mail para [email protected]. Eles podem contribuir para a história da entidade, compondo importante arquivo sobre nossa atuação. A ANABB foi feita pelos associados e para o bem dos associados. Sendo assim, você faz parte dessa história e pode ajudar a mantê-la viva.

ReuNIÃO COM A PReVIC

A ANABB realizou, no dia 26 de agosto, uma visita de cortesia para o novo diretor da Superintendên-cia Nacional de Previdência Complementar (Previc), Carlos Alberto de Paula, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês. A reunião teve como ob-jetivo apresentar a ANABB para o novo superinten-dente e debater assuntos prioritários para o funcio-nalismo do BB que envolvem a Previc. Participaram da reunião o presidente Sergio Riede, o vice-presi-dente de Comunicação, Douglas Scortegagna, e a vice-presidente de Relações Funcionais, Tereza Godoy. Também esteve presente o diretor de Aná-lise Técnica da Previc, José Roberto Ferreira. Um dos assuntos questionados pela ANABB foi o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O novo dirigente afirmou que, pelo pouco tempo em que está à fren-te da Previc não foi possível se inteirar de todos os assuntos a ela pertinentes, muitos dos quais são altamente relevantes. Ele considera o TAC, assim como o Teto dos Estatutários, assunto de grande importância que, por isso mesmo, exige mais co-nhecimento para eventual tomada de posição.

seMANA De ReuNIões

A primeira semana de setembro foi bastante produtiva para a ANABB. No dia 2, os membros dos Grupos de Assessora-mento Temáticos (GATs) reuniram-se para debater propos-tas de melhorias das ações da ANABB. Já no dia 3, acon-teceu o encontro nacional com os diretores regionais (foto) para alinhamento das estratégias e troca de experiências, e a reunião mensal dos conselheiros deliberativos. Os dirigen-tes aproveitaram a estadia em Brasília para acompanhar o Seminários ANABB – Repensando Estrategicamente o BB, que aconteceu nos dias 4 e 5 de setembro.

10 | Set-Out/2014 | Jornal AÇÃO

CONVeRsA De BAstIDOR

Jornal AÇÃO | Set-Out/2014 | 11 Jornal AÇÃO | Set-Out/2014 | 11

VAMOs MeLHORAR O estAtutO DA ANABB

Em outubro de 2009, o Estatuto da ANABB foi revisado pela última vez. De lá para cá, têm surgido demandas que apontam para a necessidade de mudanças para a melhoria do Estatuto. Atento ao dia a dia da Associa-ção, o Conselho Deliberativo criou, em seu âmbito, a Comissão Temporária para Revisão e Indicação de Melhorias do Estatuto Social da ANABB. Essa comissão coletará sugestões dos conselheiros deliberativos e fiscais, dos diretores executivos e regionais e dos demais associados, com vista ao aperfeiçoamento e à melhoria do mais importante documento da entidade. A comissão, formada pelos conselheiros deliberativos José Branisso (coordenador), Ilma Peres (relatora), Cláudio Lahorgue, Graça Machado e William Bento, conta com efetiva participação do corpo social para a melhoria do Estatuto. Para isso, a comissão criou um espaço para que os associados, que são os verdadeiros donos da ANABB, com toda liberdade e de forma democrática, encaminhem ideias, sugestões e contribuições sobre o que entendem ser relevante para o futuro de nossa Associação, não se esquecendo de apontar partes do Estatuto que merecem ser alteradas. As propostas devem ser enca-minhadas, até o dia 3 de novembro de 2014, para o e-mail [email protected] ou enviá-las pelo Correio para a Sede da ANABB, destinando-a para a Comissão Temporária para Revisão e Melhoria do Estatuto da ANABB. O trabalho do grupo será o de coletar ideias, sugestões e contribuições e, em seguida, analisar minuciosamente as sugestões recebidas – estas formuladas com base no atual Estatuto, que se encontra disponível para consulta e impressão no site da ANABB – e elaborar uma minuta de Estatuto que será encaminhada ao plenário do Conselho Deliberativo. Os conselheiros deliberativos da ANABB, após receberem a minuta da comissão, poderão apontar novas modificações nesse documento, com vista a seu aperfeiçoamento. Somente quando o plenário do Conselho Deliberativo aprovar aquela que será a minuta final, esgotando, portanto, todas as possibilidades de melhoria, é que o projeto será submetido à votação pelo corpo social, que, então, apro-vará, ou não, o futuro Estatuto da ANABB. A comissão, por decisão unânime de seus integrantes, assumiu o compromisso de incorporar na minuta a ser apresentada ao conselho que qualquer alteração estatutária que implique mudanças nas regras do processo eleitoral existente só passará a vigorar a partir de 16/01/16, quando todos os dirigentes da nova gestão (2016-2019) já terão tomado posse.

NA DúVIDA? PROCuRe A ORIeNtAÇÃO juRíDICA DA ANABB

Está com problemas de inventário, previdência complemen-tar, pagamento de tributos e quer receber atendimento de advogado? A ANABB inaugurou o Serviço de Orientação Jurídica para tirar todas as dúvidas dos associados. Basta ligar gratuitamente para 0800 023 1542 e (21) 3553 4760 ou enviar e-mail para [email protected]. A equipe de advogados vai esclarecer os questionamentos sobre os mais diversos assuntos. Em funcionamento há cinco me-ses, o Serviço de Orientação Jurídica da ANABB já atendeu 1.766 associados de março até julho deste ano.

ANABB GANHA DestAque NA MíDIA

A ANABB teve grande destaque na imprensa nacional com a realização do Seminários da ANABB: Repensando Estra-tegicamente o Banco do Brasil, que foi realizado nos dias 4 e 5 de setembro. Jornalistas de diversos veículos de co-municação do país publicaram notas e matérias citando a ANABB e os palestrantes do evento. O primeiro painel do Seminário, por exemplo, foi divulgado em 11 jornais. A pauta foi a presença dos economistas Alexandre Ran-ds Barros, Marcio Pochmann e Mansueto Almeida, que fazem parte da campanha eleitoral dos principais candi-datos à Presidência da República. No site da ANABB, você pode conferir a repercussão do Seminários da ANABB na imprensa brasileira.

12 | Set-Out/2014 | Jornal AÇÃO

VíDeOs ANABB

A ANABB disponibilizou em seu site vídeos dos prin-cipais eventos realizados pela entidade. Os asso-ciados podem assistir a diversos eventos, como o debate e as entrevistas com os diretores candida-tos nas eleições Cassi e Previ 2012, e a íntegra do Seminários ANABB que discutiu a Previdência Com-plementar, a sustentabilidade da Caixa de Assis-tência dos Funcionários e o Banco do Brasil. Fique ligado, pois a seção é sempre atualizada. Acesse www.anabb.org.br e clique na aba “Vídeos ANABB”, localizada no menu à direita no site.

teRMO De AjustAMeNtO De CONDutA

A ANABB recebeu, no dia 13 de agosto, correspondência da Diretoria de Relações com Funcionários e Entidades Patroci-nadas (Diref) do Banco do Brasil, em resposta à carta enviada pela Associação sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Na correspondência, o Banco informou que o assunto está sob avaliação dos órgãos competentes. Já a Previ infor-mou, em correspondência datada de 14 de agosto, que “ado-tou as providências cabíveis com relação ao que determinou o Ofício nº 5.398/2013/DIFIS/PREVIC, de 27/12/2013, não havendo medidas pendentes relacionadas ao assunto”. Isso significa que a pendência está no Banco do Brasil, por conta da “avaliação dos órgãos competentes”.

uM ANO DO INstItutO VIVA CIDADANIA

No dia 4 de setembro de 2013, foi criada a Associação Bra-sileira para o Exercício da Plena Cidadania, conhecida como Instituto VIVA CIDADANIA. Desde então, o instituto passou a ser o braço da ANABB responsável exclusivamente pelas ações de responsabilidade social, um canal para que famí-lias carentes sejam beneficiadas com contribuições recebi-das de toda parte do país. Essa nobre causa merece ser pa-rabenizada sempre. Os projetos apoiados pelo Instituto VIVA CIDADANIA possibilitam o combate à desigualdade social, o desenvolvimento educacional e profissional, além da inser-ção social de crianças, jovens e adultos. As ações também incentivam o empreendedorismo, o voluntariado e a oportu-nidade social, de emprego e de renda. Para o presidente do instituto e vice-presidente de Comunicação da ANABB, Dou-glas Scortegagna, este primeiro ano de existência tem uma representatividade muito grande. “Ele surgiu para manter a cidadania sempre viva, principalmente entre os voluntários do BB. Ver pessoas carentes sendo beneficiadas nos dá a certeza de que estamos desempenhando nosso papel”, afir-ma. Acesse o site www.vivacidadania.com.br e veja como participar e fazer sua contribuição.

12 | Set-Out/2014 | Jornal AÇÃO

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A paixão pela escrita fez com que o mineiro Mauro Sérgio Fernandes se mudas-se para Brasília para construir sua história no Banco do Brasil

“Agora ninguém te segura, meu filho!” A frase dita pelo pai do funcionário aposentado do Banco do Brasil Mauro Sérgio Fernandes, em 1974, estava certa. Foi o que disse quando o filho contou que havia sido escolhido pelo BB para trabalhar em Brasília (DF), na revista Desed, veículo de comunicação interna do BB à época. “O Banco enviava circulares para to-dos os funcionários do país comunicando sobre as seleções que iria realizar. Assim, todos tinham chances de se candi-datar. Foram selecionados 13 candidatos para participar do curso de treinamento e, ao fim, cinco foram classificados. Eu fui o primeiro colocado entre estes”, conta Mauro Sérgio.

Além de aposentado do BB, Mauro Sérgio também é escri-tor e já publicou cinco livros, com mais dois em fase de lança-mento. “Sempre tive o jornalismo no sangue. Minha intenção não era me tornar um gerente do Banco. Queria fazer o que mais gostava: escrever. E a oportunidade para trabalhar na revista Desed tornou isso possível. Fomos para Brasília, eu e minha família, e tudo que tenho hoje devo ao Banco.”

Formado em Direito, Mauro Sérgio foi advogado, professor de português e jornalista em Cataguases (MG), sua cidade natal. Iniciou sua carreira no Banco do Brasil em 1965, aos 26 anos, na cidade de Ubá (MG). Tempos depois, solicitou transferência para Leopoldina, cidade próxima de Catagua-ses, onde morava com sua esposa e filhos.

Anos antes de ser transferido para Brasília, Mauro Sérgio fundou uma escola de educação infantil, de tempo integral, juntamente com sua esposa, em sua cidade natal. “Nossa intenção não era ganhar dinheiro, mas sim apresentar uma forma diferenciada de educação para as crianças. O método de ensino da escola era baseado no modelo de educação de Jean Piaget, cientista suíço que revolucionou o modo de encarar a educação de crianças, ao mostrar que elas não pensam como os adultos. Nove anos após sua posse, Mauro Sérgio estava de mudança para a Capital federal para ingres-sar na revista Desed.

No BB em Brasília, também foi secretário de Gabinete da Presidência para Área Internacional, Assessor de Imprensa da Presidência e Coordenador de Comunicação da Funda-ção Banco do Brasil. Ganhou bolsa de estudos sobre Finan-ciamento do Desenvolvimento no Japan Development Bank,

em Tóquio, Japão, onde trabalhou no Banco do Brasil no tempo em que esteve no país.

Foi requisitado pelo governo federal para o Gabinete Pessoal do Presidente da República, durante o mandato do então presidente Fernando Collor de Mello, e para a área de Comunicação Social de vários ministérios. Também tra-balhou na Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), em que foi autor do primeiro Programa Nacional de Turismo. Lá, compôs a equipe inicial da Comissão Pró-Olimpíada do governo federal para a disputa das Olimpíadas de 2000.

Em 1995, Mauro Sérgio aposentou-se e, juntamente com seus filhos, criou uma empresa de comunicação e marketing em Brasília. “Um dia após minha aposentado-ria, fomos, eu e um filho, a um shopping de Brasília e com-pramos uma sala comercial. Tudo começou bem devagar”, conta. Hoje, o empreendimento se tornou um grupo, com-posto por empresas que atuam no ramo e que são admi-nistradas por seus quatro filhos.

No campo da literatura, Mauro Sérgio arca com todas as despesas para publicar seus livros. “Minha intenção não é ganhar dinheiro com minhas obras, mas sim doá-las a escolas públicas. Tenho visitado escolas do Distrito Federal e feito doações. Leio e brinco com as crianças”, afirma.

Atualmente, o escritor está desenvolvendo um projeto chamado Leitura Planta Solidariedade. O objetivo é fazer doações de suas obras. “Com o projeto, empresários com-prariam os livros e os repassariam para escolas públicas. O dinheiro arrecadado seria encaminhado para a Abrace, que oferece assistência social para crianças e adolescen-tes com câncer e doenças do sangue. Isto é o que me sa-tisfaz e sei que vou chegar lá”, afirma, entusiasmado.

LIVROs PuBLICADOs POR MAuRO séRGIO:• O menino mutante – já transformado em filme

curta-metragem e animação, cujo lançamento está previsto para o fim deste ano.

• Comquem,afinal,Pinóquiosecasou?• Conversando com Quintana.• Poeminhas com uma letra só (de “A” a “Z”).• Criatividade do absurdo.

NA tRILHA DO jORNALIsMO

FuNCIONáRIO DO BB eM DestAque

Por Marilei Birck Ferreira

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14 | Set-Out/2014 | Jornal AÇÃO

Funcionários do BB relembram com saudosismo histórias marcantes

LONGe DA teCNOLOGIAEntrei no Banco do Brasil em 1957 por meio do concurso

para auxiliar, que era um cargo isolado criado pelo Banco em caráter precário. Na prova de datilografia, escolhi a máquina L.C. Smith & Corona, em vez da Underwood. Fui o segundo dos 18 colegas aprovados a tomar posse e o primeiro nissei a trabalhar no Banco do Brasil em Londrina (PR). Como era em caráter precário, fomos gentilmente apelidados de “pre-cários”. Era “precário” daqui, “precário” dali o tratamento re-cebido por nós.

Naquela época, o cliente que fosse descontar um cheque no Banco tinha a seguinte rotina: entregava o cheque no bal-cão, recebia uma chapa numerada e ficava aguardando a chamada do número de sua chapa pelo caixa do Banco que estava dentro da “gaiola”, sem formar fila perto do caixa. O funcionário encarregado lançava o cheque manualmente e o passava para o responsável do setor de contas-correntes, a fim de conferir formalidade, contraordem, assinatura e, principalmente, se havia saldo suficiente para o pagamento. Depois, encaminhava o cheque, através do escaninho, ao caixa para este proceder o pagamento ao legítimo portador, chamando pelo número da chapa.

Acontece que a chapa de número nove havia sido extra-viada e, todas as vezes que entrava moça bonita no Banco, o caixa chamava essa chapa. Os colegas sabiam que “chapa nove” significava “moça bonita” e, quando utilizavam essa expressão, todos que estavam trabalhando dirigiam atenta-mente o olhar para o balcão para dar uma conferida na “cha-pa nove”, ou melhor, na “moça bonita”.

Em meados de 1964, chegou a máquina de contabilidade National, classe 31. O funcionário introduzia a ficha de conta--corrente do cliente, lançava o cheque a débito e o depósito a crédito, puxava o saldo e lançava o número correspondente. Ao fim de cada semestre, todos os funcionários eram convo-cados para calcular os juros a favor dos correntistas. Esses juros eram calculados na máquina Fácit. Ó, evolução!

Quando me aposentei, em 1985, o Banco já tinha com-putadores. Os lançamentos dos cheques, dos depósitos, dos pagamentos e dos recebimentos eram processados no Cesec e os relatórios eram encaminhados às agências. Portanto, nessa época, 29 anos atrás, não trabalhei com o computador pessoal. Taketoshi MiyamuraLondrina (PR)

só ACReDItO VeNDO!Era 1980. Casei-me no mês de janeiro. Naquele ano,

o Banco criou e instalou os postos avançados de crédito rural (Pavan) em pequenos municípios pertencentes à ju-risdição da agência.

O quadro funcional do Pavan era composto por um su-pervisor, um caixa executivo e dois postos efetivos, sendo um deles detentor de curso de caixa, além de uma faxi-neira e dois vigilantes.

Fui designado para atuar no posto, na condição de PE – caixa substituto, da cidade de Caibaté (RS). Não ha-via sala para alugar. Então, o Banco alugou um terreno e comprou e instalou uma casinha pré-fabricada. Logo após o curso, realizado no Cefor de Bento Gonçalves (RS), atuei por um período no caixa da agência.

Certo dia, apareceu um cliente e pediu informação sobre o valor de seu saldo em conta-corrente. Pronta-mente, fui buscar a ficha gráfica amarela (não havia DEB nem online) e informei-lhe que tinha Cr$ 1.250,00 (valor da época) em sua conta. “Então, passa o dinheiro para mim”, disse o cliente. Preenchi um cheque avulso, ele o assinou, conferi a assinatura e paguei o saque.

O gauchinho (como chamávamos carinhosamente nossos clientes) contou o dinheiro e, subitamente, olhou para mim. Fiquei preocupado, pensando que pudesse ter me enganado. O cliente me alcançou o dinheiro e disse: “Tá certo, pode guardá-lo de volta”.Gervásio José ReisSanta Rosa (RS)

uM BANCO De MuItAs HIstóRIAs

esta página é dedicada a histórias engraçadas sobre equipamentos ou materiais antigos usados no Banco

do Brasil. se você tem uma história dessas, envie-a,

se possível com foto, para [email protected].

túNeL DO teMPO

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uM BANCO De MuItAs HIstóRIAs

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ANA

BB

com ela, devolve-se ao pai, pede-se desquite. E o gover-no, quando é ruim, ele é quem briga conosco, ele é que nos põe na rua, tira o último pedaço de pão da boca dos nossosfilhosenosfazapodrecernacadeia.Equandoa gente não se conforma, nos intitula de revoltoso e dá cabo de nós a ferro e fogo.(...)Eagora,umconselhofinal,quepodeparecerummau conselho, mas no fundo é muito honesto.(...) Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum podero-so para sufragar este ou aquele candidato, não se pre-ocupe. Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez. Lembre-se de que o voto é secreto.(...) Se o obrigam a prometer, prometa. Se tem medo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha.(...) Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem medo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINA INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM SER LIVRE. Falte com a pa-lavra dada à força, e escute apenas a sua consciência. (...) Palavras o vento leva, mas a consciência não se muda nunca, acompanha a gente até o inferno.”

São observações importantes, feitas pela escritora, que devemos levar em consideração na hora de votar.

Voltando à nossa dura realidade, como vimos há poucos dias antes da Copa, dentro do prazo para regis-trar candidaturas e formação das coligações, a grande maioria dos partidos se transformou em um imenso balcão de negócios, em que a preocupação com o fu-turo dos cidadãos brasileiros foi deixada de lado para atender, primeiro, interesses pessoais e de pequenos grupos políticos, de intenções duvidosas, verdadeiros vendilhões à procura de um lugar para se locupletarem, impunemente, à custa da ingenuidade e da honra do cidadão comum.

Entretanto, sou brasileiro e não desisto nunca! Have-rá o dia em que o povo há de criar vergonha na cara, dar um “chega pra lá em políticos profissionais” e buscar al-ternativas para ter o direito de sonhar com um país livre da prepotência, da arrogância e da corrupção.

Dessa forma, as gerações que nos sucederem pode-rão gritar em alto e bom som: BRASIL CAMPEÃÃÃÃO! Na educação, na segurança, no transporte, na saúde e em todos os esportes.

O VOTO é nossa arma. Saiba atirar para acertar o alvo correto. Diante da grande missão cívica que nos foi reser-vada para este ano – as eleições gerais –, depois de uma angustiante espera pela conquista do hexacampeonato mundial de futebol, que acabou não acontecendo, deparei-me com um texto que, se não soubesse a data em que foi escrito, imaginaria tê-lo sido para o momento atual.

De autoria da escritora Rachel de Queiroz, o texto “Votar” foi publicado na extinta revista O Cruzeiro, em 11/1/1947. Há quase 70 anos, portanto. Por ser um pouco longo, destaco apenas algumas partes dele:“(...) Pelo voto não se serve a um amigo, não se com-bate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe,demaneiradefinitivaeirrecorrível,oindivíduoou grupo de indivíduos que nos vão governar por deter-minado prazo de tempo.(...) Escolhemos igualmente pelo voto aqueles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aqueles que irão esti-pular a quantidade desses impostos. Vejam como é grave a escolha desses “cobradores”. Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gota de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bolso.(...) Escolhem-se nas eleições aqueles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático.(...) E, circunstância mais grave e digna de todo o interes-se: dá-se aos representantes do povo que exercem o po-der executivo o comando de todas as forças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias.(...) E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar o voto para o Sr. Fulaninho que lhes fez um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser go-vernador, coitadinho, ou para o Beltrano que é tão amá-vel, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio – lembrem-se de que não vão proporcionar a esses sujeitos um simples emprego bem remunerado.(...) Votem, irmãos, votem. Mas pensem bem antes. Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto! Escolham com calma, pesem e meçam os can-didatos,commuitomaispaciênciaedesconfiançadoque se estivessem escolhendo uma noiva.(...) Porque, afinal, amulher quando é ruim, briga-se

Douglas scortegagnaVice-Presidente de Comunicaçã[email protected]

OPINIÃO

ElEiçõEs: um grandE balcão dE nEgócios

“Quando todas as armas forem propriedade do go-verno e dos bandidos, estes decidirão de quem serão

as outras propriedades.”Benjamin Franklin

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