USE INTERMUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETOBrodowski, Cajuru, Cravinhos, Dumont, Guatapará, Jardinópolis, Luís Antônio, Pontal, Pradópolis, Ribeirão Preto, Santa Cruz da Esperança,

Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho.

Ano XXXV - Nº 414 - Julho de 2020

Em julho, o tema abordado pelos expositores da USE RP será “As Parábolas do Tesouro Escondido e da Pérola.As palestras serão transmitidas no facebook da USE RP, nas segundas - feiras, às 20 horas. (pág. 5 )

“Sobre o declínio do movimentoespírita francês após Kardec” Artigo deMarco Milani é destaque desta edição.

Página 12

90 ANOS DO CENTROESPÍRITA BATUÍRA

Conheça sua histórianas páginas 6 e 7

Notícias do MovimentoEspírita local, regional

e estadualPágina 10

2 Julho de 2020

ExpedienteVeículo de divulgação do Movimen-to Espírita de Ribeirão Preto e regiãoEditado pela União das SociedadesEspíritas Intermunicipal de RibeirãoPreto CNPJ 54.171.038/0001-56Órgão da União das SociedadesEspíritas do Estado de São PauloRegistro Civil de Pessoa Jurídica doJornal - nº 32.007.

Conselho Editorial e ConsultivoComissão Executiva da USE RPJornalista ResponsávelEdnir da Silva MalvestioRegistro 0017633/SPDiagramação: Ney ToscaCorrespondências:Rua Jorge Velho 59CEP: 14050-280 - Ribeirão Preto SP.e-mail: jornalverdadeeluz@gmail.comTelefone:s (16) 3610-1120(16) 92000 3870 (whatsapp)Artigos recebidos: Serão publica-dos apenas as matérias queestiverem de acordo com o objetivoe a orientação doutrinária do jornal.

Comissão Executiva da USE2018-2021

PresidenteMário Gonçalves Filho1º Vice-presidenteAna Maria de Souza2º Vice-presidentePascoal Antônio BovinoSecretário GeralAdilson dos Santos Araújo1º SecretárioAna Rita Roque Fernandes2º SecretárioPriscila Helena de AndradeTesoureiro GeralAntônio Malvestio1º TesoureiroIvanir Fernandes Passos2º TesoureiroAbraão Guevara Weigert CletoPatrimônioGilmar de Jesus Persona

Mensagem da Comissão Executiva

REUNIÃO MENSALDA USE RP

A reunião doConselho Deliberativoda USE RP será virtual,

no dia 11 de julho,às 15 horas.

esta edição encontra-seuma série de artigosque trazem interessan-

tes e relevantes reflexões, asquais podem ser aplicadas adiversos ângulos da vida, inclu-sive ao que passa a humanida-de nestes dias de pandemia.

De repente o isolamento so-cial, imposto pelo novo coronavírus, fez repensar o que real-mente importa para a vida doEspírito, ser imortal, destinado aoprogresso contínuo e infinito.

Na página 5 encontramos oartigo de Edegar Tão, discorren-do sobre as parábolas “do tesou-ro escondido” e “da pérola” con-tadas por Jesus quando compa-

Educação e felicidade para o Espíritorou o Reino do Céu a um tesou-ro escondido, convidando a to-dos a se desfazer de velhos há-bitos, filhos do orgulho e egoís-mo, e a desenvolvermos a fra-ternidade e a solidariedade.

Virtudes estas que com cer-teza levarão para um estado demaior felicidade, sentimentoeste que a humanidade procu-ra incansavelmente, e que aencontrará ao seguir a dicaapontada no texto de Lara Ar-rais Bortolin, na página nove.

Allan Kardec diz, em seucomentário à questão 685 deO Livro dos Espíritos, que aeducação consiste na arte deformar caracteres e incutir há-

bitos. Aprofundando este con-ceito, Nilza Pelá, na página 4,apresenta um estudo sobreeducação, em pontos em queo tema é tratado em O Evan-gelho Segundo o Espiritismo.

Marcia Pacciulio, na página3, faz um minucioso estudosobre o porquê da pandemia,ressaltando que “o Espiritismopode oferecer apontamentos degrande valor a todos os que de-sejam compreender mais pro-fundamente a questão, para for-talecer-se diante dos sofrimen-tos e dificuldades que a pande-mia nos trouxe”.

A equipe do Departamentode Evangelização Infantil da

USE de Ribeirão Preto, arrema-ta as reflexões relembrando aimportância do núcleo familiar,como um lugar seguro para ofortalecimento de cada pessoaem sua busca pelo aprimora-mento moral.

Ainda nesta edição temos asnotícias do movimento espíri-ta, com destaque especial aos90 anos do Centro Espírita Ba-tuíra. Confira a história destainstituição nos artigos de LedaMarques Bigheti e Marina Co-lli, respectivamente nas páginas6 e 7.

Boa leitura!

Mário Gonçalves Filho

N

Julho de 2020 3

Artigo

esde o momento emque a Pandemia provo-cada pelo Coronavírus

foi anunciada pela OMS, mui-tas pessoas vêm se pergunta-do: Por quê?

Do ponto de vista físico, aCiência conhece as causas dapandemia e tem utilizado todoo conhecimento adquirido atéaqui para minimizar a propaga-ção e as consequências da pan-demia.

O Espiritismo pode oferecerapontamentos de grande valora todos os que desejam com-preender mais profundamentea questão, para fortalecer-sediante dos sofrimentos e difi-culdades que a pandemia nostrouxe.

Em primeiro lugar, aprende-mos com a Doutrina Espíritaque somos Espíritos! Logo, so-mos imortais, porque o Espíri-to é imaterial e só o que é ma-terial está sujeito às Leis daMatéria. Somente nossos cor-pos são atingidos pelas trans-formações materiais, pelo en-velhecimento e pelas doenças.E quando a morte (cessaçãodas atividades orgânicas vitais)nos acomete, nós nos despren-demos das vestes materiais que

já não nos servem e retorna-mos para a Pátria Espiritual,nossa realidade de origem edestino eterno.

As Leis Divinas representama vontade do Criador junto àCriação, uma espécie de rotei-ro evolutivo inexorável à quetudo e todos estamos subme-tidos.

Dentre essas Leis, queremosdestacar a Lei de Progresso. Deacordo com essa Lei, tudo pro-gride incessantemente, tudo setransforma para melhor. Os Es-píritos, valendo-se de seus es-forços e da contribuição dotempo, estão em ininterruptoprogresso, bem como está emprogressiva transformação osseus corpos físicos e a nature-za dos planetas que lhes ser-vem de morada (animais eplantas, inclusive).

Sendo assim, fica mais fácilentendermos por que a Reen-carnação também é uma lei di-vina e natural. Se o Espírito fos-se criado no momento do seunascimento no corpo físico, te-ria que aprender tudo do co-meço e, dessa forma, o pro-gresso não se cumpriria. Mas,já existindo antes do seu nas-cimento na carne, o Espírito traz

o conhecimento e o aprendiza-do moral já adquiridos e tem aoportunidade do recomeço.Desse modo, a Lei de Progres-so se cumpre para ele e, depen-dendo de seus esforços, a suaevolução será mais rápida oumais lenta.

Além disso, a ProvidênciaDivina se vale de outros instru-mentos para impulsionar onosso progresso coletivo, poisnão existe nada na Criação quenão tenha uma finalidade útil.

Assim, podemos observarque após as calamidades na-turais (terremotos, tsunamis,erupções, etc.) ou aquelasprovocadas pelos homens(guerras, mudanças climáti-cas, etc.), a mobilização dospovos e o empenho nas pes-quisas científ icas são capazesde promover grandes avançospara a humanidade em geral.Somos dotados de inteligên-cia e nossa capacidade de su-peração e aprendizado sãoinfinitos.

Mas, embora a evolução dahumanidade seja contínua, elase faz em ciclos. E, ao términode cada ciclo evolutivo, nos va-lemos do aprendizado adquiri-do na fase anterior para iniciar-

mos um novo ciclo, com novasmodalidades de provas e expe-riências edificantes.

Na atualidade, a humanida-de terrena passa por uma fasede transição entre um ciclo deaprendizado que vai se conclu-indo e outro que se aproxima,gradativamente, para que pos-samos nos adaptar às mudan-ças necessárias. Nos últimosséculos, um inquestionávelprogresso intelectual vem seestabelecendo, porém, poucoavançamos moralmente.

O surgimento dessa Pande-mia é mais um convite da Pro-vidência Divina para que, aosesforços científicos, possamosacrescentar esforços morais,quais sejam: a solidariedade, afraternidade e a caridade. Ahumanidade se perdia em meioaos vícios físicos e morais, emdetrimento das conquistas es-pirituais que constituem o seuverdadeiro tesouro. Permitimosque o Materialismo se imiscu-ísse em nossas vidas pessoaise em nossas instituições, esta-belecendo valores e paradig-mas ilusórios, que nos distan-ciaram da real compreensão davida e dos instrumentos que elanos oferece para sermos verda-

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Pandemia! por quê?deiramente felizes.

Nesse momento, mais doque a vitória sobre o vírus,precisamos conquistar a vitó-ria sobre nós mesmos! Paraessa empreitada, o Evangelhode Jesus terá um papel pre-ponderante e deve ser vistocomo um roteiro de condutaedif icante para todos e nãoapenas como um livro de con-teúdo místico.

Os ensinamentos do Cristo,quando bem compreendidos esentidos, nos oferecem um ro-teiro seguro para a nossa espi-ritualização e para a conquistados valores imorredouros daalma, alavancando o nosso pro-gresso moral e minimizando osnossos sofrimentos, por nostornar mais conscientes e atu-antes perante a Vida e o nossosemelhante! Disse o Mestre:“Conhecereis a verdade e a ver-dade vos libertará”.

Então, voltemos à pergun-ta inicial: por que a Pandemia?Responderemos: Para nossoaprendizado moral e nossoprogresso espiritual, mais doque para qualquer outro va-lor!

Márcia Pacciulio

D

4 Julho de 2020

A palavra educação em o evangelhosegundo o espiritismo

Nilza Teresa Rotter Pelá (ropela.nilza @gmail.com)uito se fala de “educação” como fator importante no processo evolutivo do Espírito imortal e a literatura espírita é rica de obras que se dedicam a essatemática. Como esse termo aparece em O Evangelho segundo o Espiritismo e com que significado ele é usado foi o objeto de nossa busca.

Apresentamos no quadro a seguir onde localizamos a palavra educação, por quem foi usada e com qual significado a ela atribuído.

CAPÍTULO / TEMA AUTOR CONTEÚDO

III - MUNDOS DE SANTO AGOSTINHO Os selvagens são Espíritos recém-saídos da infância que estão na Terra para umEXPIAÇÃO E PROVAS curso de educação

IX – AFABILIDADEE DOÇURA LÁZARO Usa a palavra educação significando procedimento refinado

XII - O DUELO AGOSTINHO Os duelistas, via de regra, pertencem às classes mais cultas. “Criaturas sem educaçãocom imperfeitas noções do bem e do mal”

XIV-A INGRATIDÃO DOS SANTO AGOSTINHO Responsabilidade dos pais de dar aos filhos “educação que lhes auxiliem seu aperfeiçoamento eFILHOS E OS LAÇOS seu bem estar futuro...” eliminar pela educação os maus princípios inatos de existênciasDE FAMÍLIA anteriores”.

XIX - A FÉ RELIGIOSA. KARDEC Há pessoas nas quais a fé é inata, essas “já creem e compreendem, trazem ao renascerem aCONDIÇÃO DA FÉ intuição do que souberam, estão com a educação feita” ...outras “tudo tem que aprender, estãoINABALÁVEL com a educação a fazer”.

XXXVIII PRECE PELOS KARDEC “é preciso levar o Espírito perverso a renunciar aos seus maus desígnios; é preciso fazer nascerOBSEDIADOS (Prefácio) nele o arrependimento e o desejo do bem, com a ajuda de instruções habilmente dirigida,

nas evocações particulares feitas com vistas à sua educação moral”.

Agostinho, referindo-se aos duelistas, faz uma importante diferenciação entre cultura e educação moral, apontando que embora, na maioria das vezes, os duelistastenham cultura, mas não tem educação por portar falsa noção do bem e do mal. De alguma forma Lázaro também aponta que procedimento refinado necessariamentenão indica bagagem moral de respeito ao próximo, uma vez que pode significar apenas disfarce para ocultar seu verdadeiro caráter.

Educação

Santo Agostinho aponta que o processo educativo envolve osprocessos de evolução e aprendizado com a extinção dos “mausprincípios inatos de existência anteriores”.

Kardec no prefácio da prece pelos obsidiados apresenta a com-plexidade do processo educativo dos Espíritos que ainda nãoaprenderam a perdoar, fala sobre instruções habilmente conduzi-das quando se pretende educar moralmente esses espíritos. Jo-anna de Ângelis nos ajuda com sua assertiva no livro Vida: desa-fios e soluções (capítulo 5) quando diz: “a educação é um ato deamor e não um meio de intimidar e descarregar problemas”.

M

Julho de 2020 5

inda hoje, as histórias eaventuras em torno detesouros e seus mistéri-

os povoam o imaginário de cri-anças e adultos, estimulando acriatividade e a fantasia. São paisque escondem os ovinhos dapáscoa brincando com os seusfilhos para que os encontrem; es-critores que narram suas históri-as em torno de piratas e conquis-tadores, escolas que fazem gin-canas utilizando-se de brincadei-ras de “caça ao tesouro”, filmes edocumentários que apresentama obsessão que muitos homense mulheres tratam sobre o assun-to. O que vemos é que em todasas épocas da humanidade otema sempre foi permeado pormistérios, aventuras, conquistase ambição.

Jesus também se utilizariadesta temática bastante popular,em uma de suas parábolas e,neste caso em especial, compa-rando o Reino dos Céus a umtesouro escondido.

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Tema do mês

As parábolas do Tesouro Escondido e da Pérola

O que o homem não tem fei-to para encontrar e conquistar osseus tesouros?

Sabendo, entretanto, que ohomem ainda tem se debatidonas conquistas exclusivas da Ter-ra e que não tem medido esfor-ços para alcançar a riqueza, osucesso, a fama, o destaque so-cial, o poder e a autoridade e tan-tas outras aquisições passageiras,circunscritas apenas à condiçãotemporária de sua existência ter-rena, Jesus propõe uma nova edefinitiva conquista para a cria-tura humana. Apresenta-lhe umoutro tipo imperecível de tesou-ro, cujas riquezas extrapolam emtudo o que existe de transitórioe efêmero, porque tal tesouro osladrões não roubam e tampou-co as traças e ferrugem corroem.

Trata-se do tesouro celeste.É neste sentido que a pará-

bola se desenvolve. Reconhecen-do a importância desse tesouroceleste indestrutível o homemigualmente mobilizaria todos os

seus recursos e potencialidadesa fim de conquistá-lo. Venderiatudo o que tivesse - no sentidode despojar-se, desapegar-se - afim de se dedicar exclusivamen-te à conquista do tesouro defi-nitivo: o Reino dos Céus.

Em belíssima e reflexivamensagem trazida pelo espíritoPascal, encontrada no item 9 docap. 16 de O Evangelho segun-do o Espiritismo, vemos: “O ho-mem só possui em plena propri-edade aquilo que lhe é dado le-var deste mundo. Do que encon-tra ao chegar e deixa ao partirgoza ele enquanto aqui perma-nece. Forçado, porém, que é aabandonar tudo isso, não temdas suas riquezas a posse real,mas, simplesmente, o usufruto.Que é então o que ele possui?Nada do que é de uso do corpo;tudo o que é de uso da alma: ainteligência, os conhecimentos,as qualidades morais; isso o queele traz e leva consigo, o que nin-guém lhe pode arrebatar, o quelhe será de muito mais utilidadeno outro mundo do que neste;depende dele ser mais rico aopartir do que ao chegar, vistocomo, do que tiver adquirido embem, resultará a sua posição fu-tura.”

Jesus, já sabendo disso, pro-cura despertar a consciência hu-mana exatamente para essa di-

ferenciação e importância, esti-mulando que todos possam afe-rir o que é indispensável e fun-damental para suas vidas.

O tesouro passa a ser a ple-nitude das conquistas celestes, asvirtudes edificadas na intimida-de do ser imperecível, as bem-aventuranças, a felicidade de serútil e tantas outras aquisições doespírito.

Para tanto, contudo, “vender”o velho para adquirir o “novo”;despojar-se do egoísmo e do or-gulho, ver-se livre de todas suasmazelas e imperfeições serão aúnica maneira de ver-se habili-tado a “comprar o campo” onde

“Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu;e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.”

“Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas;E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.”

Mateus 13:44-46

o tesouro está “escondido”. Nãocuriosamente Jesus afirmará queoriginalmente o tesouro estavaescondido e, depois de encon-trado pelo homem que o escon-de novamente. É porque o ho-mem, já criado em potencial di-vino, precisa redescobrir essaspotências da alma e crescer emverdade e luz.

Nós, que agora já encontra-mos os verdadeiros valoresexistenciais da vida, somos con-tinuamente convidados a cul-tivar nossas “pérolas de gran-de valor”, acumulando em nos-sas almas as riquezas moraisimorredouras.

A

6 Julho de 2020

Homenagem

omenagem no seusignificado de admira-ção, respeito, tributo,

gratidão, só é passível de seprestar a algo ou alguém, se,por vias diretas ou indiretas, seconsegue ajuntar detalhes es-parsos que marcam valores.

O que se recordará aquiveio por esses meios, estóriascontadas aqui e ali, e que, porretroceder noventa anos notempo, pode muitas vezes pa-recer irreal, quase impossívelde ter acontecido.

Nesse pensar, imaginemosa Vila T ibério, que, grossomodo, se constituía de espaçoque ia desde o que conhece-mos como Rua Cel. Luiz da Cu-nha até a Alvares de Azevedocom suas “travessas” perpen-diculares. No sentido horizon-tal, de cima para baixo, vinham“ruas” mais ou menos desde aConselheiro Dantas até o cha-mado Barranco. Aliás, quase naesquina dessa rua, a Conse-lheiro, havia a Capela e nafrente dela um espaço que se-ria um jardim, mas que na rea-lidade era o campo de futebolda moçada.

Em meio a casario simplesde janelas e portas para rua,tudo era terra, muita terra, fofa,vermelha, empoeirando tudoem meio a calor abrasador.

Após a Pe. Feijó, na depres-são depois do Barranco, esta-belecia-se grande espaço pla-no no qual se assentavam ostrilhos da Companhia Mogia-na de Estradas de Ferro, impor-tante e praticamente únicomeio de transportes da épo-ca.

Acima da Mogiana como sehoje se dirigisse à cidade,“ruas” fechando-se a direita dequem sobe a Gal. Osório emmais um conglomerado de ca-sas ficava outro bairro, a “Re-

NOVENTA ANOS

Centro Espírita Batuírapública; algumas “ruas” acima,acima dela uma casinha, ohospital da cidade, hoje a Be-neficência Portuguesa e maispara cima o Cemitério, hoje aCatedral.

Em tese, era a Ribeirão Pre-to formada por imigrantes por-tugueses, espanhóis, italianosque moravam em torno da Es-tação de trens daqual eram empre-gados - os ferrovi-ários.

Em meio a isso,muitas, muitas es-tórias de medocom as quais oshabitantes quandoos “peões” das fa-zendas vizinhas vi-nham para a cida-de ou os hanseni-anos fazendo-seanunciar tocandoou batendo em ca-nequinhas. A po-pulação colocavana porta as oferen-das e se trancavamaté que fossemembora.

Por que, numahomenagem, vol-tar a essa realidade para mui-tos fantasiosa, utópica?

Exatamente para que sepossa imaginar o que ou comoera entendida uma casa quefazia reuniões espíritas ou al-guém que se dissesse espírita.

Que qualidade espiritual ti-nha o Sr. Romulo e Dona Si-nhaninha que ali na Rua PadreFeijó, número 14, realizavamreuniões mediúnicas? Um gru-po de homens, senhoras queduas vezes por semana, con-forme orientação dada por Es-píritos que ensinavam e diri-giam as sessões, recebiam,conversavam com quem jáhouvesse morrido?

Corria o ano de 1929 e che-ga, vindo do Desemboque,MG, uma família que tendo af ilha com situações difíceis,procura o grupo. Seu nome:América Martins, conhecidacomo Dona Pequena. Na fre-quência e sob cuidados des-ponta o mediunato.

Numa dessas reuniões,

“após as preces de estylo” (tex-tual da primeira ata), no diaprimeiro de julho de 1930,através de Dona Pequena semanifesta o Espírito GeraldoGomes da Silva que invoca onome de Batuíra, e transformaa atual “Corrente Batuíra” emCentro Espírita de agora emdiante a ser aberto ao públicoem geral. Ele, Espírito indica ospassos legais para essa trans-formação, escolhe a Diretoria,exige comprometimento coma estabilidade material e com-promisso com a divulgação doEvangelho de Jesus sob as di-retrizes da Doutrina Espírita.

As atas seguintes contam

da sua presença ativa concla-mando à simplicidade, semadornos, flores naturais ou ar-tificiais, retratos nas paredes,a não ser um do patrono, mó-veis, apenas os necessários easseio invejável.

Ao final do primeiro ano,tendo a sala ficado pequenapara receber o público habitu-

al, mudam para a Rua PadreFeijó número 3, ali no Barran-co. Permaneceram por trezeanos. O aluguel sobe para du-zentos cruzeiros mês. A Dire-toria se cotizava, as promoçõeseram de pouca renda. O mo-vimento é grande: duas ses-sões semanais e uma aos do-mingos quando recebem co-municado de que o imóvel se-ria vendido precisando entãoque fosse desocupado.

Incertezas, lutas, buscas, in-decisões até que um dos sóci-os, o Sr. João Batista Ferreira,propõe que ele, caso recebes-se carta branca da Diretoria,compraria um “lote”, construi-

ria um espaço e o Centro pa-garia, sem juros, como fossepossível.

Segundo a ata, o ofereci-mento causou “espanto, sur-presa e muita satisfação”. Em11 de junho de 1943, o Sr. Joãomostra o documento de com-pra do lote 33 da Rua Rodri-gues Alves pelo valor de cincomil e quinhentos cruzeirosmais seiscentos e dezessete.Nesse mesmo dia é lançada apedra fundamental perfazen-do total de seis mil cento edezessete cruzeiros em festana qual se fizeram presentesautoridades e companheirosdas outras duas casas espíritasjá existentes: a União Espíritae a Unificação Kardecista.

Em 30 de julho de 1944, aconstrução está pronta numcusto de vinte e sete mil, tre-zentos e vinte e oito cruzeirospagos em oito anos.

Detalhes curiosos, destemi-dos, dificuldades, preocupa-ções, foram as constantes des-ses anos e em nenhum dia oCentro fechou, f icando sematividade.

Pelos exemplos deixados,coragem, exortação que dei-xaram para as Diretorias quese processaram nos anos se-guintes, esses destemidosEspíritos merecem homena-gem, tributo, gratidão porsaberem manter, tornar f irmeo ideal de semear com f irme-za a certeza na Imortalidade,Jesus como guia a ser vividosob as explicações da Doutri-na Espírita, e na súplica paraque continuem a amparar aCasa de Batuíra, para que elase insira na comunidadecomo luzeiro de amparo eacolhimento à encarnados edesencarnados.

Leda Marques Bighetti

H

Julho de 2020 7

Homenagem

Centro Espírita Batuíra,fundado em 12 de ju-lho de 1930, originou-

se de um grupo de pessoas in-titulado “Corrente Batuyra”, se-gundo o site da Instituição. Noinício eram feitas sessões me-diúnicas semanais na casa damédium América GonçalvesMartins, apelidada de DonaPequena, e mãe do ator LimaDuarte.

O Centro, que atualmenteestá na 27ª formação de suadiretoria, teve a primeira delasinstituída pelo Espírito GeraldoRamos da Silva. Sua comunica-ção se dava pelas faculdadesmediúnicas de Dona Pequena,distribuindo os cargos entre ospresentes na reunião. Foi Geral-do quem orientou a formaçãodas atividades do Centro emseu início.

Iracema Giorgini, atual pre-sidente da Casa, explica que“no primeiro ano, o novo cen-tro passou a funcionar à RuaMartinico Prado, nº 3, pagan-do aluguel, onde f icou atétransferir-se para sua sede pró-pria, que é a atual, em 22 dejaneiro de 1944”. Ela conta que“Jorge Correia Gomes fez a pro-posta, que foi aceita por una-nimidade, da fundação de umestudo sobre a Doutrina para

Ao longo do tempo: 90 anos do Centro Espírita Batuíraadultos e outra de catecismopara crianças. O CathecysmoEspírita Batuyra foi o primeiroa existir em Ribeirão Preto echegou a ter, ainda na décadade 1930, perto de 100 crianças”.

No ano de 1937 a socieda-de aderiu à Federação EspíritaBrasileira (FEB). Em 1945, foi umdos centros a fazer parte da cri-ação da Confraternização Espí-rita de Ribeirão Preto, que pos-teriormente adotou o nome deUnião Municipal Espírita (UNI-ME), que com o tempo passoua integrar a União das Socieda-des Espíritas (USE), criada em1947.

Hoje o Centro conta com“Departamentos de OrientaçãoDoutrinária, de Mocidade, deEvangelização, de Divulgação,de Assistência Espírita e de Pa-trimônio”, descreve ela.

No dia “12 de janeiro de1941 começou a funcionar oauxílio aos necessitados, atéchegar ao Atendimento Assis-tencial Espírita que hoje distri-bui cestas básicas e ofereceenxovais de bebê para o Hos-pital das Clínicas (HCRP)”, con-ta Iracema. Entre os dias 11 deoutubro de 1959 e 1 de outu-bro de 1975, funcionou em re-gime de comodato no prédiodo Centro Espírita Batuíra, o

Instituto Paulo deTarso.

Iracema fala que“em 14 de fevereirode 1981 foi criado oDepartamento deDifusão Doutrináriacom a compra deuma máquina offsetpara impressão demensagens”. O tra-balho evoluiu, rece-bendo no ano se-guinte “a doação demáquinas do Institu-to de Difusão Espíri-ta (IDE), em Araras. Iniciou-se agráfica Batuíra, uma empresacomercial subordinada ao Cen-tro Espírita, que funcionou atéabril de 1991”, continua a pre-sidente.

No dia 25 de março de 2004foi criada a Batuíra Editora e Li-vraria Espírita (BELE), tendo seuprimeiro título lançado em 15de abril de 2005. Foi este, Rela-ções Fraternas de Leda MarquesBighetti. Até hoje já foram lan-çados 12 títulos e a perspecti-va é aumentar: “nós temos maisdois livros com lançamentoprogramado, sendo dois da sé-rie Jesus e Convites - que tam-bém têm vídeos disponibiliza-dos na internet - e o Atendi-mentos a Desencarnados, vo-lume 3”, conta Iracema.

O Coral do Centro EspíritaBatuíra começou a sua forma-ção em uma apresentação dedia das mães com as criançasda Evangelização em 1994, re-gido por Maria Alice Maciel Pi-zzato. No ano seguinte, houvea primeira apresentação, se-guindo com as atividades até osdias atuais.

Em 20 de agosto de 2005 oCentro Espírita adquiriu terre-no anexo, contribuindo para aampliação física do centro. Nodia 22 de dezembro de 2008,foi registrada em ata a aprecia-

ção do projeto de expansão dasede.

Iracema conta que há noCentro uma diversidade de es-tudos: “nós temos cursos e es-tudos de formação de trabalha-dor para atendimento fraternoa encarnados e desencarnados,educação mediúnica, expositorespírita, passe,”. Além deles, hánovos estudos: “recentementefoi instituído um trabalho ‘Aosque amam os suicidas’ e estáem preparação para ser insta-lado posteriormente um proje-to para atender as famílias dossuicidas”.

Antes mesmo do início dapandemia, conta a Presidente,“as reuniões públicas aos do-mingos já eram transmitidas aovivo, desde outubro de 2016,publicadas nas rede sociais, eestão disponíveis no sitewww.cebatuira.org.br, lançadoem 2001. Neste site, mensal-

mente no dia 12, são disponi-bilizados novos estudos se-quenciais das obras básicas,além de temas analisados à luzdo Espiritismo, constituindoacervo acessado e estudadopor brasileiros e estrangeiros.Em relação aos trabalhos deassistência, “estamos levandoas cestas nas residências paranão haver aglomeração, e con-tinuando as nossas tarefas”.

Ao longo dos 90 anos dehistória, as atividades do cen-tro continuam firmes em seupropósito independentementedas intempéries do tempo. Otrabalho segue constante esempre se adaptando às neces-sidades de cada época.

Marina Colli

Fontes: www.cebatuira.org.bre livro “Contando à Nova Geraçãoa História do Espiritismoem Ribeirão Preto”.

Coral do Centro Espírita Batuíra

O

Salão de eventos Biblioteca

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“Conquanto seja o lar a escola por excelência, [...] (os pais) ja-mais deverão descuidar-se de aproximá-los dos serviços da evan-gelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a forma-ção espiritual da criança e do jovem diante do porvir.”

Bezerra de Menezes (1982, Sublime Sementeira, FEB, 2012)

A família, sem qualquer dúvida, é bastão seguro para a criatu-ra resguardar-se das agressões do mundo exterior, adquirindo osvaliosos e indispensáveis recursos do amadurecimento psicológico,do conhecimento, da experiência para uma jornada feliz na socie-dade. [...] a família é o alicerce sobre o qual a sociedade se edifica,sendo o primeiro educandário do espírito, onde são aprimoradasas faculdades que desatam os recursos que lhe dormem latentes. Afamília é a escola de bênçãos onde se aprendem os deveres funda-mentais para uma vida feliz e sem cujo apoio fenecem os ideais,desfalecem as aspirações, emurchecem as resistências morais. Oser humano é estruturalmente constituído para viver em família, afim de desenvolver os sublimes conteúdos psíquicos que lhe jazemadormecidos, aguardando os estímulos da convivência no lar, paraliberá-Ios e sublimar-se.

Divaldo P. Franco (2012, Constelação familiar, LEAL, 2012)

[...] inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, sefielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cadamãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?

Santo Agostinho (KARDEC, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV, 9)

Evangelizemos nossos lares, meus filhos, doando à nossa família a bênção de hospedarmos o Cristo de Deus em nossas casas. A oração em conjunto torna o lar umsantuário de amor onde os Espíritos mais nobres procuram auxiliar mais e mais, dobrando os talentos de luz que ali são depositados.

Bezerra de Menezes (1979, Sublime Sementeira, FEB, 2012)

Portanto, senhores Pais, orientem seus filhos a participarem dos momentos de Evangelização, hoje online, dialogando, mostrando, acompanhando. E tambéminiciem ou mantenham a prática do Evangelho no Lar.

Campanha do Agasalho na EvangelizaçãoO Inverno chegou e ainda sem data definida para retornar aos encontros presenciais. Vamos incentivar nossas crianças a praticarem a

caridade? Sugerimos uma Campanha do Agasalho entre as Evangelizações ou Creches.Todas as crianças estão reclusas em suas casas, umas mais quentinhas e outras desprotegidas para as baixas temperaturas.Seria interessante imprimir no coração das crianças o ato de doar. Elas poderiam separar os agasalhos que não mais lhe servem ou

estão com abundância e os Evangelizadores, em parceria com os pais, fariam as coletas e utilizando as redes sociais, fariam contato comas outras instituições para que pudessem distribuir as crianças de suas comunidades assistidas.

Es Evangelizadores seriam a ponte entre o frio e o calor, resultando em corações duplamente aquecidos...Agitem e se houverem dificuldades para esta ponte, utilizem o WhatsApp dos Evangelizadores USERP.

Pela Família

Julho de 2020 9

Ei Jovem!No dia 6 de junho de 2020 aconteceu o “Ei Arte”, primeiro Sarau On-line de Jovens de Ribeirão Preto, no qual

tivemos apresentações de canções, interpretação, dança, textos, fotos e desenhos, conectando a juventude Espíritade Ribeirão Preto com o bem.

Agradecemos a participação de todos e, abaixo, apresentando um pouco de como foi o Sarau, temos o texto daLara Arrais Bortolin, do Centro Espírita Joanna de Angelis, a foto da Isabella Assis, do Grupo Espírita Chico Xavier, edesenho do Marcelo Oliveira, do Centro Espírita Anjo Ismael.

Que possamos nos encontrar no próximo evento, os jovens todos conectados!

complicado pensar “onde a feli-cidade se encontra?”, e para issoprecisamos descobrir o que é afelicidade. Acredito que a felicida-

de possa ser descrita de infinitas formas,de uma sensação de alívio e esperança,a uma animação presente no nosso co-tidiano.

A felicidade é uma mistura mara-vilhosa de muitos sentimentos, entreeles orgulho, confiança, segurança e,acima de tudo, amor por alguém oualgo. A mesma é presente em umanotícia, em uma pessoa, em um atode carinho ou uma conquista, e sem-pre, em todos os casos, é muito alme-jada por todos.

Ao meu ponto de vista, essa sensa-ção se encontra em um abraço, um bei-jo, qualquer outro gesto de afeto, umsorriso, um reencontro, uma paixão, umadescoberta, um apoio, uma amizade,uma família.

Em minha opinião, a felicidade exis-te em uma música, um timbre, uma voz

e em palavras, esse sentimento forma-do por muitos outros se encontra nosmais diversos lugares, nós apenas pre-cisamos achá-lo e descobri-lo, assim for-maremos um mundo muito melhor dese viver.

Departamento de Mocidades

Onde a felicidade se encontraA felicidade se encontra na graça de

viver, em momentos únicos e especiais,como aquela mensagem da pessoaamada, e quando menos percebemos,já estamos abrindo aquele pequeno sor-riso e pensando “Como eu queria estar

perto dela agora...”.No resumo de tudo, a felicidade se

encontra dentro de nós mesmos, e sócabe a nós encontrá-la.

Lara Arrais Bortolin

É

10 Julho de 2020

CICLO DE PALESTRAS – USE REGIONAL DE RIBEIRÃO PRETO - RELAÇÃO DOS PALESTRANTES E TEMAS - JULHO 2020DATA TEMA NOME FUNÇÃO EM FEDERATIVA1 O Amor como forma de Aprendizagem na evolução do Espírito. Cristina Maria Sousa Miranda Presidente da FEPIAUI2 As potencias da alma Adriano Greca Vice-Presidente da FEP3 “Amor, alimento da Alma” Luciano Klein Presidente da FEEC4 Terra - planeta da Educação Darcy Neves Moreira Diretora de Unificação do CEERJ6 Egoísmo e Caridade – O Mal e o Remédio Eficaz Marcia Pacciulio Oradora da USE RP7 Liderança Espírita Gabriel Nogueira Salum Presidente da FERGS8 Eu e Jesus - Como Estamos? Paulo Maia Costa Presidente da FEDF9 Paulo e o Trabalhador Espírita Eden Ernesto da Silva Lemos Presidente da FERN10 “Apascenta minhas ovelhas” João, 21:17 Mary Jane da Silva Morais Presidente da FEEAL11 Perdão e Reconciliação Volmar Julson Buffi Presidente da FER13 Origem e Destino Espiritual do Brasil Esther Freggossi Gonzalez Presidente da FEC14 A educação do espírito Silvio Costa Diretor da USE SP15 A Ofensa e o Perdão José Eurípedes Garcia Orador da USE Interm. Alta Mogiana16 Estamos no escuro? Edgar Miguel Diretor da USE I Bauru17 Livre arbítrio e liberdade Roberto Watanabe Presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo - FEESP18 Determinismo e Livre Arbítrio como instrumentos da Vida. Otaciro Rangel Orador da USE Interm. de São Carlos20 Da Assistência Social à Ação Social Arquimedes Brumati Presidente da USE Interm. de Lins21 Espiritismo e Educação André Luiz Peixinho Presidente da FEEB22 Cultivar a Espiritualidade Ana Rosa Airão Barboza Diretora da Área de Educação do CEERJ23 Chico Xavier e a Unificação Alisson Pontes de Souza Presidente da União Espírita Mineira24 Fome e Sede de Justiça Eduarado Croys Feltre Ex-presidente da USE Interm. de Barretos25 Jesus, o psicoterapeuta. Elzita de Melo Quinta Vice-presidente da FEEG27 Espiritismo transformador Edegar Tão Diretor da USE Interm. Ribeirão Preto28 O Passe Espírita Olavo Undiciatti Orador da USE Interm. de Araraquara29 Perdão José Luiz Marchesan Ex-Presidente da USE Interm. de Matão30 As dores da alma Leila Ramos Presidente da FEETINS31 O que é o espiritismo? Novos rumos? Cristina Pires Presidente da FEP1/8 Para que sejamos todos um. Júlio Cesar Presidente da FEES

USE Regional de Ribeirão Preto convida você a participar do Ciclo de Palestras “Falando sobre Espiritismo”, com palestras virtuais proferidas todos os dias(exceto aos domingos), às 20 horas. Este novo Ciclo tem início no dia 01 de julho de 2020 e término em 01 de agosto, contado com a participação de oradorestrabalhadores de Centros Espíritas e integrantes de entidades federativas do Brasil. Os temas das palestras são embasados nos princípios fundamentais da

Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. As palestras serão transmitidas ao vivo, gravadas e disponibilizadas nos canais de comunicação da USE.Convidamos todas as pessoas interessadas em Espiritismo, Trabalhadores de Centros Espíritas e Dirigentes Espíritas a acompanhar esta Programação

Curso Virtual - Gestão de Centros Espíritas

Notícias

O Curso de Gestão de Centros Espíritas (GCE) apresentará metodologias e práticas de gestão para melhorar efortalecer as casas e o movimento espírita, principalmente neste momento em que os Centros permanecem fecha-dos, e de como planejar o retorno às atividades.

O Curso será desenvolvido com exposições e oficinas valorizando as vivências dos participantes. Este curso foioriginalmente desenvolvido pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira.

Seus objetivos são:•Entender questões básicas que envolvam a administração dos recursos materiais e dos colaboradores que com-

põem o centro espírita;•Compreender os processos administrativos em geral e, especificamente, os relacionados com a organização

espírita; e•Obter uma visão atualizada da gestão de pessoas e da administração focada em resultados, sejam estes avaliados

a curto, médio e longo prazos.Conteúdo - O Curso Gestão de Centros Espíritas será desenvolvido em seis módulos: (I) O centro espírita e a

sustentabilidade do Centro Espírita; (II) O movimento espírita ; (III) Liderança Espírita; (IV) O dirigente espírita e oscolaboradores; (V) O dirigente espírita e o seu processo de trabalho; (VI) Aspectos jurídicos do centro espírita.

Planejamento - A proposta do curso prevê sua realização em um mês com reuniões virtuais utilizando a platafor-ma Google Meet, às sextas-feiras das 19h30 às 21h30 e aos sábados das 15h30 às 17h30.

Data - Este curso, iniciará no dia 31de julho de 2020 e encerrará em 29 de agosto de 2020; as inscrições (gratuitas)poderão ser feitas no site da USE (http://www.usesp.org.br) ou pelo link: https://forms.gle/qXjAEbHBExja2Pe86, apartir do dia 1º de julho de 2020.

Indicado aos dirigentes e trabalhadores das Instituições Espíritas

A

Julho de 2020 11

Rádio

PROGRAMAÇÃO

OUÇAM! DIVULGUEM!Os programas inéditos são apresentados no domingo

e repetidos durante a semana.Podcasts dos programas que já foram ao ar estão

disponíveis no site da Web Rádio.

Estudando “O Livro dos Espíritos”- Basílio Leme -19h00

ESTUDOS DAS OBRAS BÁSICAS

Estudando “O Livro dos Médiuns”- Paulo Catanoze-17h00

O Evangelho e Você ( Estudo deO Evangelho segundo o espiri-tismo) - Edegar Tão -18h00

Estudando “O Céu e o Inferno” -Jorge Jossi Wagner-16h00

Estudando “A Gênese” - José LuizMaio -15h00

Conheça o Espiritismo - Estudo in-trodutório e sequencial do Espiri-tismo - Departamento de Estudosda USE RP - Coordenação de Ma-ria Amélia de Souza Nunes -11h00

06h00 – RecomeçarMúsicas, mensagens e reflexões para começar o dia - Gilberto Silva

07h00 - Para Não Esquecer…Relatos biográficos de personalidades do movimentoespírita regional- Fernanda Ripamonte

08h00 e 21h00 - Programa Verdade e LuzComentários doutrinários, evangélicos e notícias domovimento espírita Departamento de Comunicaçãoda USE RP - Coordenação de André Reis

09h00 - Estudando o Livro Fonte VivaReflexões baseadas no livro “Fonte Viva” de Emma-nuel - João Boresso

09h45 - O Livro EspíritaApresentação de lançamentos e clássicos da litera-tura- Departamento do Livro da USE RP - Coordena-ção de Mário Gonçalves

10h00 - Estudando o Livro “CaminhoVerdade e Vida”

Reflexões baseadas no livro “Caminho, Verdade e Vida” de Emmanuel -André Reis

12h00 e 20h00 - Programa O VerboPrograma de notícias e atualidades sob a ótica espí-rita -Marina Colli

13h00 e 22h00 - Programa Visão EspíritaEntrevistas com pessoas do movimento espírita na-cional -Sociedade Espírita Allan Kardec / Departa-mento de Comunicação da USE RP - Coordenaçãode André Zolla

14h00 - EntrevistasEntrevistas de Orson Peter Carrara com pessoas domovimento espírita nacional - Orson Peter Carrara

23h00 - Música na MadrugadaO melhor da música de todos os tempos Departamento de Comunica-ção da USE RP - Colaboração de Abel dos Santos, Gilberto Silva e JoãoBoresso

A equipe da Web Rádio conta também com a colaboração de Gilberto Silvae Márcio Gonçalves no suporte tecnológico e Cristine Luz na divulgação

12 Julho de 2020

Artigo

ma questão recorrentena pesquisa espírita é aidentificação dos fatos

cruciais que poderiam explicara fragilização e drástica redu-ção do número de adeptos doEspiritismo na França após adesencarnação de Allan Kardec.Um dos investigadores que ex-plora essa questão é AdrianoCalsone, o qual escreveu, em2015, uma interessante obrasobre esse período, intituladaEm nome de Kardec.

O prefácio deste livro é atri-buído ao Espírito Camille Flam-marion e oferece as primeiraspistas sobre a derrocada verifi-cada. Ao incitar aqueles que sedizem espíritas para que real-mente o sejam, dimensiona-sea responsabilidade que cabeaos adeptos conscientes con-tra o misticismo, as distorçõessincréticas e os desvirtuamen-tos em nome de uma pretensae subversiva modernização doEspiritismo. Nessas poucas li-nhas, captura-se o cerne do li-vro e abrilhanta-se a obra.

Com uma redação fluente eagradável, Calsone conduz oleitor por cerca de 280 páginasa uma instigante viagem ao fi-nal do século XIX, com ênfaseno período de 1873 a 1883.Descortinando fatos históricosfundamentados em adequadapesquisa bibliográfica, o autordescreve a infiltração das idei-as teosóficas de Blavatsky e deoutros místicos no movimento

Sobre o declínio do movimentoespírita francês após Kardec

espírita francês e os respectivosdesvios conceituais provoca-dos. Na era pós-Kardec, o en-volvimento com linhas ocultis-tas pelo editor da Revista Espí-rita, Pierre Gaétan Leymarie, fa-voreceu a disseminação deconceitos esdrúxulos e contri-buiu para macular a própria

identidade espírita dessa publi-cação em nome da tolerância àTeosofia e ao ecumenismo es-piritualista.

Calsone pontua a luta deAmélie Gabrielle Boudet, a res-peitável viúva do professor Ri-vail, para manter a integridadeda Revista Espírita. Nessa em-

preitada, a Sra.Kardec contoucom o apoio desua valorosa ecombativa ami-ga, Berthe Fropo,a qual publicouem 1883 um co-rajoso opúsculointitulado Beau-cup de Lumiére(Muita Luz), noqual denuncioua descaracteriza-ção da Revista Espírita e ques-tionou a lisura intelectual deseu editor, Leymarie, cada vezmais místico e adepto da de-turpação roustainguista.

Um dos argumentos habil-mente utilizados pelos místicospara justificar as adulteraçõesdoutrinárias foi uma supostanecessidade de atualização dosprincípios e informações apre-sentados pela equipe do Espí-rito da Verdade à Kardec. Se-gundo os místicos, em apenasuma década após a desencar-nação do Codificador, o Espiri-tismo deveria dar um passoalém e não se dogmatizarabrindo-se à modernidade re-presentada pela Teosofia. Esseargumento, entretanto, esbar-rava em uma contradição lógi-ca, pois os místicos queriamque os adeptos abraçassemantigos conceitos típicos deescolas orientalistas iniciáticascomo se fossem novos, justa-mente os ultrapassados e ne-

bulosos conceitos que a clare-za e a objetividade do Espiritis-mo haviam pulverizado!

A influência teosófica e deoutras linhas espiritualistas emdiferentes adeptos auxiliam oleitor a seguir as pistas que con-tribuíram, ainda que não exclu-sivamente, para dividir, enfra-quecer e esvaziar o movimen-to espírita francês.

Em uma época marcadapela enxurrada de lançamentoscom questionável conteúdodoutrinário, o livro Em Nome deKardec é bem-vindo, não so-mente pela ótima pesquisa his-tórica feita por Adriano Calso-ne de uma fase muito poucoestudada do Espiritismo, maspor colaborar diretamente paraa compreensão de seus refle-xos até hoje. Certamente, éuma leitura recomendada aospesquisadores e aos espíritasem geral.

Marco Milani

Marco Milani é Diretor do Departamento deDoutrina da União das Sociedades Espíritasdo Estado de São Paulo e Presidente da USERegional Campinas.

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