Anomalias Sistemas Imp. Cob. Planas

200
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA Área Departamental de Engenharia Civil ISEL Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas JOÃO PEDRO CAPÍTULO FIGUEIREDO Licenciatura em Engenharia Civil Relatório de Estágio para obtenção do grau de Mestre em Engenharia na Área de Especialização em Edificações Orientador (es): Licenciado Jorge Manuel Grandão Lopes, Equip. Prof. Adjunto (ISEL) Licenciado João Paulo Silva Caldas (Isolfrei). Júri: Presidente: Doutor João Alfredo Ferreira dos Santos, Prof. Coordenador (ISEL) Vogais: Mestre Maria Manuela da Silva Eliseu Ilharco Gonçalves, Prof. Adjunto (ISEL) Licenciado Jorge Manuel Grandão Lopes, Equip. Prof. Adjunto (ISEL) Licenciado João Paulo Silva Caldas (Isolfrei) Dezembro 2012

description

anomalias coberturas planas

Transcript of Anomalias Sistemas Imp. Cob. Planas

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA rea Departamental de Engenharia Civil ISEL Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas JOO PEDRO CAPTULO FIGUEIREDO Licenciatura em Engenharia Civil Relatrio de Estgio para obteno do grau de Mestre em Engenharia na rea de Especializao em Edificaes Orientador (es): Licenciado Jorge Manuel Grando Lopes, Equip. Prof. Adjunto (ISEL) Licenciado Joo Paulo Silva Caldas (Isolfrei). Jri: Presidente: Doutor Joo Alfredo Ferreira dos Santos, Prof. Coordenador (ISEL) Vogais: Mestre Maria Manuela da Silva Eliseu Ilharco Gonalves, Prof. Adjunto (ISEL)Licenciado Jorge Manuel Grando Lopes, Equip. Prof. Adjunto (ISEL) Licenciado Joo Paulo Silva Caldas (Isolfrei) Dezembro 2012 INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA rea Departamental de Engenharia Civil ISEL Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas JOO PEDRO CAPTULO FIGUEIREDO Licenciatura em Engenharia Civil Relatrio de Estgio para obteno do grau de Mestre em Engenharia na rea de Especializao em Edificaes Orientador (es): Licenciado Jorge Manuel Grando Lopes, Equip. Prof. Adjunto (ISEL) Licenciado Joo Paulo Silva Caldas (Isolfrei). Jri: Presidente: Doutor Joo Alfredo Ferreira dos Santos, Prof. Coordenador (ISEL) Vogais: Mestre Maria Manuela da Silva Eliseu Ilharco Gonalves, Prof. Adjunto (ISEL)Licenciado Jorge Manuel Grando Lopes, Equip. Prof. Adjunto (ISEL) Licenciado Joo Paulo Silva Caldas (Isolfrei)

Dezembro 2012Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas I RESUMO Ascoberturasplanassoumdosprincipaiselementosconstrutivosde umaedificao,necessitandoporissodemateriaiscomqualidadee certificadospororganismoscompetentes,bemcomodeumaconceoe execuo minuciosas. Em Portugal, osestudossobreasanomaliasrealmenteobservadasem coberturasplanassoaindabastantereduzidos.Nessembito,opresente trabalho teve como objetivo, efetuar o levantamento e a anlise estatstica das principaisanomaliasecausasidentificadasemcoberturasplanasde75 edifcios,permitindoassimaelaboraodeumestudoquepossacontribuir paraaprevenodessasanomaliasequeindiquetambmasmedidas necessrias reparao e os respetivos custos associados. Asanomaliasforamanalisadasatravsdaobservao"insitu"das coberturas o que conduziu ao preenchimento de fichas de obra com os dados recolhidos. Daanliseestatsticaefetuadaaosedifcios,verificou-sequeas principaisanomaliasdetetadasestorelacionadascomperfuraese fissuraesdosistemaimpermeabilizante,resultantesdafaltade conhecimentodosutilizadores.Foipossvelverificarerrosdeexecuode rematesempontossingularesdacobertura,porfaltadepormenores construtivos desses pontos ou erros de execuo por parte do aplicador. Emmuitosdoscasosestudados,nofoidetetadanenhumaanomalia, porqueseconsiderourazovelconsiderarqueosistemaimpermeabilizante tenha atingido o fim de vida til. Ocustomdiopormetroquadradoassociadoreabilitaodeuma coberturaplanainfluenciadoprincipalmentepordoisfatores:reae acessibilidadedacobertura.Otipodeanomaliae/ouasuacausano determinaram o custo por metro quadrado da reparao efetuada, pois esta foi sempre de caracter integral e nunca pontual. Palavras-chave:Sistemasdeimpermeabilizao,coberturasplanas, anomalias, causas, infiltraes. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas II ABSTRAT Theflatroofsareoneofthemainconstructiveelementsofabuilding, requiringthereforethematerialswithqualityandcertifiedbycompetent authorities, as well as a detailed conception and execution. In Portugal, studies on anomalies in flat roofs are practically inexistent. In thiscontext,thepresentstudyaimedtocarryoutthesurveyandstatistical analysisofthemaincausesandanomaliesidentifiedintheflatroofsof75 buildings,allowingthepreparationofastudythatmayhelptopreventthese anomaliesandalsoindicatewhatmeasuresarenecessarytorepairandtheir respective costs. Theanomalieswereanalyzedbyobservation"insitu"oftheflatroofs that led to the filling of work sheets with the data collected. Statisticalanalysisperformedonbuildings,allowedtoverifythatthe majoranomaliesdetectedarerelatedwithperforationsandcrackingofthe waterproofing system, resulting from lack of knowledge of users. It was possible to verify errors of execution of trim on singular points of the roof, due to lack of construction details of these points or errors of execution by the applicator. Inmanyofthecasesstudied,noanomalywasfound,becausethe waterproofing system was considered to have reached the end of its useful life. The average cost per square meter associated with the rehabilitation of a flatroofismainlyinfluencedbytwofactors:coverageareaandaccessibility. The type of anomaly and / or its cause have no influence on the cost per square meter of repair performed, because this is always integral and never of punctual character. Keywords: Waterproofing systems, flat roofs, anomalies, causes, infiltrations. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas III AGRADECIMENTOS A realizao do presente relatrio de estgio e do prprio estgio s foi possvelcomacolaboraoeapoiodediversaspessoas.Sinto-menodever de expressar aqui o meu sincero agradecimento. Ao Sr. Engenheiro GrandoLopes,professordoISEL, agradeo atotal disponibilidadepelaorientaocientfica,portodos meiosdisponibilizadoseo apoio na realizao dos diversos passos que conduziram este trabalho. Ao Sr. Engenheiro Joo Caldas, Diretor Comercial da Isolfrei (Casa dos Asfaltos), meu co-orientador neste trabalho, pela disponibilidade demonstrada, pelo aconselhamento e pelo conhecimento tcnico disponibilizado e transmitido, para a realizao do trabalho e para o meu crescimento profissional. AoSr.GonaloCastroNunes,AdministradordaIsolfrei(Casados Asfaltos),pelosmeiostcnicosdisponibilizados,pelasexperinciase conhecimentos transmitidos, pela sinceridade na crtica e por ter acreditado nas minhascapacidadeseapostadoemmimcomoseucolaborador,permitindoo meu crescimento como profissional. AtodososcolaboradoresdaIsolfrei(CasadosAsfaltos),peloapoioe fora transmitidos diariamente. Telma,peloAmor,Amizade,portodaaajudaeaconselhamentona realizao do presente trabalho, pelo apoio constante e incondicional, nos bons e maus momentos, por toda a fora transmitida neste longo caminho percorrido. AomeuIrmo,minhaCunhadaeminhasobrinha/afilhada,por estaremsemprepresentesnosmomentosimportantes,pelaforatransmitida, incentivo e pelos bons momentos de descontrao passados. Atodosos meus amigosecolegas davida acadmica, pelaamizadee pelo companheirismo demonstrado. AosmeusPais,quemeensinaramaserhumildenasvitriaseesto sempre comigo nas derrotas. A todos, muito obrigado! Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas IV NDICE DE TEXTO 1.INTRODUO .................................................................................................................... 1 1.1.Objetivos do TFM ....................................................................................................... 1 1.2.Enquadramento do tema ........................................................................................... 1 1.3.Metodologia ................................................................................................................. 2 2.CARACTERISTICAS GERAIS DE COBERTURAS PLANAS ..................................... 3 2.1.Exigncias Funcionais ............................................................................................... 3 2.2.Classificao de Coberturas Planas ........................................................................ 7 2.2.1.Acessibilidade ..................................................................................................... 7 2.2.2.Camada de proteo da Impermeabilizao ................................................. 7 2.2.3.Localizao da camada de isolamento trmico ............................................. 8 2.2.4.Pendente .............................................................................................................. 8 2.2.5.Estrutura Resistente ........................................................................................... 8 2.2.6.Sistema de Fixao ............................................................................................ 9 2.3.Camadas constituintes de coberturas planas ........................................................ 9 2.4.Solues Construtivas de Coberturas Planas ..................................................... 11 3.MEMBRANAS DE IMPERMEABILIZAO OBJETO DE ESTUDO ........................ 17 3.1.Membranas de betume-polmero APP .................................................................. 18 3.2.Membranas de betume-polmero SBS .................................................................. 19 4.ANOMALIAS EM IMPERMEABILIZAES................................................................. 20 4.1.Pontos singulares ..................................................................................................... 20 4.1.1.Soleiras .............................................................................................................. 20 4.1.2.Sadas de escoamento de guas pluviais .................................................... 22 4.1.3.Elementos emergentes .................................................................................... 26 4.1.4.Juntas de dilatao .......................................................................................... 30 5.DESCRIO DOS EDIFICIOS OBSERVADOS ......................................................... 32 5.1.ANOMALIAS VERIFICADAS ...................................................................................... 35 5.2.CAUSAS DE ANOMALIAS ......................................................................................... 38 5.3.GRUPOS DE CAUSAS DE ANOMALIAS ................................................................ 47 6.REABILITAO DAS COBERTURAS .......................................................................... 49 6.1.Reparaes ............................................................................................................... 49 6.2.Custos associados ................................................................................................... 52 6.2.1.Custo em funo da acessibilidade ............................................................... 53 Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas V 6.2.2.Custo em funo da utilizao ou no de isolamento trmico .................. 54 6.2.3.Custo em funo da rea da cobertura ......................................................... 55 6.2.4.Custo em funo dos restantes parmetros estudados ............................. 55 7.CONCLUSES ................................................................................................................. 57 8.PERSPETIVAS DE DESENVOLVIMENTOS FUTUROS .......................................... 58 9.REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS .............................................................................. 59 ANEXOS A ................................................................................................................................... A-1 Tabela Global da estatstica efetuada sobre a amostra ............................................................ 1 ANEXOS B ................................................................................................................................... B-1 Fichas de Obra ........................................................................................................................... 1 NDICE DE FIGURAS FIGURA 2.1 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DE UMA COBERTURA DE ACESSIBILIDADE LIMITADA (TRADICIONAL) [4] .............................................. 13 FIGURA 2.2 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DE UMA COBERTURA DE ACESSIBILIDADE LIMITADA (INVERTIDA) [4] ................................................... 13 FIGURA 2.3 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DE UMA COBERTURA ACESSVEL CIRCULAO E PERMANNCIA DE PESSOAS (TRADICIONAL) [4] ............... 14 FIGURA 2.4 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DE UMA COBERTURA ACESSVEL CIRCULAO E PERMANNCIA DE PESSOAS (INVERTIDA) [4] .................... 14 FIGURA 2.5 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DE UMA COBERTURA ACESSVEL CIRCULAO E PERMANNCIA DE VECULOS (TRADICIONAL) [4] .............. 15 FIGURA 2.6 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DE UMA COBERTURA ACESSVEL CIRCULAO E PERMANNCIA DE VECULOS (INVERTIDA) [4] ................... 15 FIGURA 2.7 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DE UMA COBERTURA AJARDINADA[4] .................................................................................................. 16 FIGURA 2.8 - EXEMPLO DE ERRO DE PROJETO - ALTURA INSUFICIENTE PARA A EXECUO DO CORRETO REMATE DA SOLEIRA. ..................................... 21 FIGURA 2.9 - PORMENOR CONSTRUTIVO DO CORRETO REMATE DE UMA SOLEIRA.[4] ........................................................................................................ 21 FIGURA 2.10 - EXEMPLO DA CORRETA APLICAO DA SOLEIRA SOBRE O NOVO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE. ........................................................... 21 FIGURA 2.11 - EXEMPLO DE REBAIXAMENTO DA CAMADA DE FORMA NA ZONA DA EMBOCADURA. ............................................................................................ 23 FIGURA 2.12 - PORMENOR CONSTRUTIVO DA CORRETA EXECUO DE REMATE A SADA DE ESCOAMENTO.[4] .......................................................... 23 FIGURA 2.13 - EXEMPLO DA CORRETA EXECUO DE UM REMATE DE SADA DE ESCOAMENTO. ............................................................................................ 24 FIGURA 2.14 - PORMENOR CONSTRUTIVO DA CORRETA EXECUO DE REMATE COM AS GRGULAS. [4] .................................................................... 25 FIGURA 2.15 - EXEMPLO DA CORRETA EXECUO DE UM REMATE COM GRGULAS. ........................................................................................................ 25 Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas VI FIGURA 2.16 - EXEMPLO DE DESCOLAMENTO DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE NUM PARAMENTO VERTICAL. .................................... 26 FIGURA 2.17 - EXEMPLO DA OCORRNCIA DE DESLIZAMENTO DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE NUM PARAMENTO VERTICAL. .................................... 27 FIGURA 2.18 - EXEMPLO ONDE O SISTEMA IMPERMEABILIZANTE NO FOI REMATADO A PELO MENOS 15CM DO PAVIMENTO. ..................................... 27 FIGURA 2.19 - EXEMPLO DE RECOBRIMENTO DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE SOBRE O PARAMENTO HORIZONTAL DE MURETE PERIFRICO ....................................................................................................... 28 FIGURA 2.20 - PORMENOR CONSTRUTIVO DA CORRETA EXECUO DE REMATE COM ELEMENTO EMERGENTE PELO EXTERIOR. [4] ..................... 29 FIGURA 2.21 - EXEMPLO DE CORRETO REMATE DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE COM ELEMENTOS EMERGENTES (CHAMINS) COM APLICAO DE PERFIL METLICO. ................................................................. 29 FIGURA 2.22 - PORMENOR CONSTRUTIVO DA CORRETA EXECUO DE REMATE COM ELEMENTO EMERGENTE PELO INTERIOR. [4]....................... 30 FIGURA 2.23 - EXEMPLO DE CORRETA EXECUO DE REMATE DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE COM O PARAMENTO VERTICAL. ................................ 30 FIGURA 2.24- PORMENOR CONSTRUTIVO DE REMATE DE JUNTA DE DILATAO EM SUPERFCIE CORRENTE. [4] ................................................. 31 FIGURA 2.25 - PORMENOR CONSTRUTIVO DE REMATE DE JUNTA DE DILATAO SOBRELEVADA. [4] ....................................................................... 31 FIGURA 5.1.1 - EXEMPLO DE UM SISTEMA IMPERMEABILIZANTE QUE ATINGIU O SEU TEMPO DE VIDA TIL. ........................................................................... 37 FIGURA 5.1.2 - COBERTURA "ACIMA INDICADA" APS REABILITAO. ............. 38 FIGURA 6.1 - EXEMPLO DE EXECUO DE UM TESTE DE ESTANQUIDADE NUMA COBERTURA. .......................................................................................... 52 NDICE DE TABELAS TABELA 2.1 - EXIGNCIAS DE SEGURANA ............................................................ 4 TABELA 2.2 - EXIGNCIAS DE HABITABILIDADE ..................................................... 5 TABELA 2.3 - EXIGNCIAS DE DURABILIDADE ........................................................ 6 TABELA 2.4 - EXIGNCIAS DE ECONOMIA ............................................................... 6 TABELA 5.1 - SISTEMA IMPERMEABILIZANTES UTILIZADOS EM PORTUGAL. .... 32 TABELA 5.2 - CARACTERIZAO DA AMOSTRA SEGUNDO A NATUREZA DO EDIFCIO. ............................................................................................................ 33 TABELA 5.3 - CARACTERIZAO DA AMOSTRA SEGUNDO O ANO DE CONSTRUO. .................................................................................................. 33 TABELA 5.4 - CARACTERIZAO DA AMOSTRA SEGUNDO O TIPO DE SISTEMA IMPERMEABILIZANTE. ....................................................................................... 34 TABELA 5.5 - CARACTERIZAO DA AMOSTRA SEGUNDO O TIPO DE ACESSIBILIDADE. .............................................................................................. 34 TABELA 5.6 - CARACTERIZAO DA AMOSTRA SEGUNDO O TIPO DE PROTEO DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE. ........................................... 35 TABELA 5.7 - CARACTERIZAO DA AMOSTRA SEGUNDO A UTILIZAO OU NO DE ISOLAMENTO TRMICO. .................................................................... 35 Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas VII TABELA 5.1.1 - TIPOS DE ANOMALIAS IDENTIFICADAS NA AMOSTRA ................ 36 TABELA 5.2.1 - ANOMALIAS E RESPETIVAS CAUSAS IDENTIFICADAS NA AMOSTRA. .......................................................................................................... 39 TABELA 5.2.2 - DESCRIO DOS VRIOS DE TIPOS DE CAUSAS ASSOCIADAS A ANOMALIAS RELACIONADAS COM PONTOS SINGULARES. ......................... 40 TABELA 5.2.3 - DESCRIO DOS VRIOS DE TIPOS DE CAUSAS ASSOCIADAS A ANOMALIAS RELACIONADAS COM PERFURAES E FISSURAES. ....... 41 TABELA 5.2.4 - DESCRIO DOS VRIOS DE TIPOS DE CAUSAS ASSOCIADAS A ANOMALIAS RELACIONADAS COM DESCOLAMENTOS. ................................ 43 TABELA 5.2.5 - DESCRIO DOS VRIOS DE TIPOS DE CAUSAS ASSOCIADAS A ANOMALIAS RELACIONADAS COM PENDENTES. .......................................... 44 TABELA 5.2.6 - DESCRIO DA ANOMALIA TIPO E. .............................................. 45 TABELA 5.2.7- DESCRIO DOS VRIOS DE TIPOS DE CAUSAS ASSOCIADAS A "OUTRAS" ANOMALIAS...................................................................................... 45 TABELA 6.1 - RELAO ENTRE O TIPO DE ACESSIBILIDADE DA COBERTURA E O CUSTO POR METRO QUADRADO. ............................................................... 53 TABELA 6.2 - RELAO ENTRE O TIPO DE PROTEO DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE E O CUSTO POR METRO QUADRADO........................ 54 TABELA 6.3- RELAO ENTRE REA DA COBERTURA E O CUSTO POR METRO QUADRADO. ....................................................................................................... 55 NDICE DE GRFICOS GRFICO 5.1.1 - CARACTERIZAO DA AMOSTRA SEGUNDO O TIPO DE ANOMALIA OBSERVADA. .................................................................................. 36 GRFICO 5.2.1 - IDENTIFICAO DAS DIFERENTES CAUSAS ASSOCIADAS ANOMALIA A (PONTOS SINGULARES) NA AMOSTRA. ................................... 41 GRFICO 5.2.2 - IDENTIFICAO DAS DIFERENTES CAUSAS ASSOCIADAS ANOMALIA B NA AMOSTRA. ............................................................................. 42 GRFICO 5.2.3 - IDENTIFICAO DAS DIFERENTES CAUSAS ASSOCIADAS ANOMALIA C NA AMOSTRA. ............................................................................. 43 GRFICO 5.2.4 - IDENTIFICAO DAS DIFERENTES CAUSAS ASSOCIADAS ANOMALIA D NA AMOSTRA .............................................................................. 44 GRFICO 5.2.5 - IDENTIFICAO DAS DIFERENTES CAUSAS ASSOCIADAS ANOMALIA F NA AMOSTRA. .............................................................................. 46 Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas VIII LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS Eng.: Engenheiro ISEL: Instituto Superior de Engenharia de Lisboa LNEC: Laboratrio Nacional de Engenharia Civil PVC: Policloreto de vinilo RSA: Regulamento de Segurana e Aes RCCTE:RegulamentodasCaractersticasdeComportamentoTrmicodos Edifcios. RGEU - Regulamento Geral das Edificaes Urbanas UEAtc - Union Europenne pour l'Agrment Technique dans la Construction APP - polmero de polipropileno atctico (APP, do ingls Atactic Polypropylene)SBS - polmero de estireno-butadieno-estireno (SBS, do ingls Styrene-Butadiene-Styrene) LER Lista Europeia de Resduos RIB Resduos Industriais Banais. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 1 1.INTRODUO 1.1. Objetivos do TFM Opresentetrabalhotevecomoprincipalobjetivocontribuirparaa adoodemedidasnecessriasprevenodeanomaliasnossistemasde impermeabilizao de coberturas planas. Paratal,foifeitaaanliseestatsticadasprincipaisanomalias,esuas causas, observadas num nmero significativo de edifcios. Nasequnciadasobservaessotambmindicadasasmedidas consideradas adequadas reabilitao das coberturas e os respetivos custos. 1.2. Enquadramento do tema EmPortugal,osestudossobreasanomaliasquemaisfrequentemente ocorremnossistemasimpermeabilizantesemcoberturasplanas,tambm designadascoberturasemterrao,edasrespetivascausassopraticamente inexistentes. Mas,ummelhorconhecimentodascausasdestasanomaliasconduzir seguramentesuadiminuio.Porisso,estetrabalhotemvertente multidirecionalpoissertilparaProjetistas,EmpreiteiroseDonos-de-Obra/Utilizadores,namedidaemquesepretendequetodossejam sensibilizadosparaestatemtica.OsProjetistasnaconceodaobra, escolhendoosmateriaisesistemasconstrutivosmaisapropriados,os Empreiteiros na correta colocao desses materiais e sistemas e os Donos-de-Obra/Utilizadores nos cuidados a ter na utilizao da cobertura. Acresceindicarqueotrabalhofoidesenvolvidonumaticadeestudode causa/reparaodeanomaliasdecoberturasplanascomosseuscustos inerentes. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 2 1.3. Metodologia Otrabalhorealizadoapartirdecasosreais,foipossvelnombitodo trabalhodesenvolvidonumaempresalderdemercadonosetordas impermeabilizaes.Oscasos foramanalisadosatravsdaobservaovisual "insitu"dascoberturasepreenchimentodefichasdeobra,elaboradasno mbitodestetrabalho,tendoemcontaosseguintesparmetros:anode construo, ano de deteo da anomalia, natureza do edifcio, tipo de sistema impermeabilizante,tipodeproteodosistemadeimpermeabilizao,dotipo de isolamento trmico, quando existe, e rea da cobertura.Asfichasdeobra,constamnoanexoB,sendo,oanexoAumquadro global com os dados de todas as fichas. Algumasdascoberturasplanasanalisadasforamalvodeinterveno, tendosidoassimpossvel,duranteareabilitaodaimpermeabilizao, identificar as camadas constituintes do sistema e confirmar a causa subjacente anomalia encontrada no diagnstico inicial. Asconclusesdoestudoincidemsobreacausadaanomalia,a reparao a realizar e os custos associados mesma. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 3 2.CARACTERISTICAS GERAIS DE COBERTURAS PLANAS Acoberturaplana,tambmdesignadaporcoberturaemterrao, definidacomooconjuntodetodososelementosestruturaiseintermdios desdeotetosuperfcieexpostasintempriessendoconstitudaporum conjuntodecamadasdispostasquasequehorizontalmente(poisdevem apresentarinclinaode1-2%at8-15%consoanteospaseseasua legislao),camadasestasquepelasuaconstituiopermitemsatisfazeras suasprincipaisexignciasfuncionais.Sendoascoberturasplanasumdos principais elementos construtivos de um edifcio, a sua conceo e construo deveteremconsideraoaelevadaexposiointemprie,asamplitudes trmicas registadas e outros agentes agressivos. Estetipodecoberturatemvindoaganharoseuespaoaolongodo tempoemPortugal,damesmaformaqueossistemasimpermeabilizantesse tmdesenvolvido,diversificadoemelhoradosignificativamenteassuas caractersticas em termos de durabilidade.Contudo, o comportamento deficiente de algumas das coberturas planas derivaemgrandepartedefalhasdeconceodosistemae/oudedescuidos na sua aplicao em obra, o que tem levado ao seu indevido desprestigio. 2.1. Exigncias Funcionais Sendo a parte superior de uma edificao, compete cobertura a funo de proteger o ambiente interior dos agentes externos. neste elemento que se fazemsentircommaiorintensidadeasincidnciasdosol,chuva,nevee granizo que, aliados ao do vento, tentam infiltrar-se no interior do edifcio.Amanutenodenveisadequadosdedesempenhodascamadasque constituemacoberturasergarantidaatravsdasatisfaodeexigncias funcionais,quedemodogeralpodemserdivididasemquatrogrupos: Segurana, Habitabilidade, Durabilidade e Economia. Astabelasqueseindicamdeseguida,apresentam,paraasexigncias funcionais, as regras de qualidade e as Normas e Regulamentos aplicveis. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 4 Tabela 2.1 - Exigncias de Segurana Exigncias de Segurana Descrio Normas e Regulamentos Segurana Estrutural Dimensionamentoparacombinaesdeaes envolvendoopesoprprioeaesdecargas variveis(punoamento,choquesacidentais, agentes atmosfricos, etc.) RSA NP EN 12310-1 NP EN 12311-1 NP EN 12691 NP EN 12730 NP EN 13583 Segurana contra incndios Projetarcomointuitodeevitarpropagaode incndiosegarantirtemposparaocombateaos mesmos e evacuao de ocupantes RSCIED ENV 1187-1 NT ANPC Segurana contra intruses Projetar de modo a evitar o acesso s coberturas e,atravsdelas,aointeriordoespaocoberto porpessoaseanimaisindesejados,assimcomo garantirousodemateriaissuficientemente resistentes a atos de vandalismo e intruso. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 5 Tabela 2.2 - Exigncias de Habitabilidade Exigncias de Habitabilidade Descrio Normas e Regulamentos Estanquidade Temcomopremissaevitaratransposiode guadoambienteexteriorparaointerior.Deve seranalisadosegundoduasvertentes:ade funcionamentoglobaldacoberturaeade funcionamentoindividualdoselementos constituintes da cobertura. NP EN 1928 Conforto Higrotrmico Consoanteasexignciasdoespaocoberto, deve-seatenderasquestesdeisolamento trmico,proteosolarecontrolode condensaesparaosperodosmais desfavorveis do ano. RCCTE RSECE NP EN 1931 NP EN 13970 Conforto Acstico Consoanteasexignciasdoespaocoberto, deve-seatenderasquestesdeisolamento sonoro contra rudos areos e de percusso. RGR NP ISO 1996 Conforto Visual Dimensionamentodemodoatirarpartidoda iluminaonaturaleareduzirarefletividadeda camada de proteo. Aspeto De cariz puramente esttico, deve-se garantir que oselementosconstituintesconservema uniformidadedecoretexturaassimcomoa conservaodessascaractersticasaolongodo tempo NP EN 12039 Geomtricas e de estabilidade dimensional Estabelecem-selimitesdevariaode coeficientesdeplaneza,retilinearidadee homogeneidadeassimcomoasvariaesde comprimentoelarguraadmitidasparacada elementoconstituintedacoberturacomointuito demelhoraratrabalhabilidadeeo comportamento. NP EN 1107-1 NP EN 1848-1 NP EN 1849-1 Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 6 Tabela 2.3 - Exigncias de Durabilidade Exigncias de Durabilidade Descrio Normas e Regulamentos Conservao das caractersticas dos materiais Escolhademateriaiscommximodetempode vida til e que se adequam ao ambiente de forma aresistiracomportamentosdegelo-degelo, ataquesqumicosesuscetibilidadearadiao solar e aos raios ultravioletas. NP EN 1108 NP EN 1297 Limpeza, manuteno e reparao (LMR) Projetarcomosentidodefacilitarasoperaes deLMRemespecialnospontossingulares,nos dispositivosdedrenagemenoscaminhosde circulao. Tabela 2.4 - Exigncias de Economia Exigncias de Economia Descrio Normas e Regulamentos Processo construtivo Procurarsoluesdecoberturassatisfatrias paraodonodeobra,quesejampoucoonerosas edefcilimplementaoparaaspartes envolvidas no processo construtivo. Ambiental Seleode solues de cobertura minimizadoras daproduodegasesdeefeitoestufa associadosaproduo,construoe funcionamentodoedifcioequeconduzamao aproveitamentodaspotencialidadessolarese elicas,minimizemoscustosdedemolioe maximizem a reutilizao e reciclagem. RSECE RCCTE Limitao do Custo Global Procurarosmnimoscustosdeconstruo, conservao,manutenoereparao cumprindo as exigncias atras referidas. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 7 2.2. Classificao de Coberturas Planas Aclassificaodecoberturasplanaspodeserefetuadasegundo diversascaractersticas,epretendecontemplarosprincipaisparmetrosater em conta na sua conceo e execuo. 2.2.1.Acessibilidade CoberturasdeAcessibilidadeLimitada-apenasadmitemacirculao pontual de pessoas para execuo de tarefas de manuteno na cobertura. CoberturasAcessveisCirculaoePermannciadePessoas- permitem a circulao de pessoas sem qualquer restrio. CoberturasAcessveisCirculaoePermannciadeVeculos-alm de permitirem a circulao de pessoas admitem ainda grandes cargas pontuais e a circulao de veculos ligeiros e pesados. CoberturasEspeciais-aquiinserem-seascoberturasajardinadase coberturas que albergam grandes equipamentos industriais. 2.2.2.Camada de proteo da Impermeabilizao Semproteo-constituemascoberturasemqueaimpermeabilizao fica aparente, sem qualquer camada aplicada sobre esta. Comproteoleve-sosubdivididasemdoisgrupos:autoproteode fbrica, constituda por materiais de natureza mineral ou metlica e proteo "in situ" constituda por pintura ou materiais granulares. Comproteopesada-tambmsubdivididasemdoisgrupos:de camadargida,ondeseincluemasbetonilhasarmadasouno,placaspr-fabricadasematerialcermico,edemateriaissoltos,ondeestoincludos materiais como o godo, o calhaueoseixorolado.Todososmateriaisque formam a proteo pesada so aplicados em obra. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 8 2.2.3.Localizao da camada de isolamento trmico Comisolamentotrmicosobosistemaimpermeabilizante(cobertura tradicional); Comisolamentotrmicosobreosistemaimpermeabilizante(cobertura invertida). 2.2.4.Pendente EmPortugal,paraascoberturasplanas,oRGEU(artigo43.2) estabelece em 1% o limite inferior das suas pendentes, em superfcie corrente. ContudoosistemadeclassificaoadotadoporDiretivasdaUnio Europeia para Apreciao Tcnica da Construo (UEAtc) (cit. in Lopes, 1994) especificam quatro classes de coberturas, descritas da seguinte forma: Classe I - a pendente origina estagnao de gua e permite aplicao de proteo pesada; Classe II - a pendente permite o escoamento de gua e a aplicao de proteo pesada; ClasseIII-apendentepermiteofcilescoamentodaguamasno aceita a aplicao de proteo pesada; Classe IV - a pendente impe medidas especiais na aplicao das suas camadas. 2.2.5.Estrutura Resistente Estruturaresistentergida-aquelascujadeformabilidadeno significativa para o vo e soluo corrente dessa mesma estrutura. As estruturas rgidas podem ainda ser subdivididas em contnuas (lajesmaciasoualigeiradas)edescontnuas(pranchasvazadas),conforme sejamexecutadassemjuntasoucomjuntasdistribudasdeformaregulare com espaamento reduzido. Estruturaresistenteflexvel-soaquelasquerelativamentesua deformabilidadeapresentamdeformaessignificativaspara ovoesolues Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 9 que apresentam. As estruturas flexveis so, geralmente, descontnuas (chapas metlicas nervuradas ou pranchas de madeira). 2.2.6.Sistema de Fixao Relativamenteaotipodefixaoaosuporte,ossistemas impermeabilizantes podem ser agrupados em quatro tipos diferentes, Aderente-amembranasoldadaatravsdefusodematerialao suporte(chamademaarico),quedeverestarpreviamenteimpregnadocom umprimriobetuminosonaszonasdecolagem,podendotambmserusado betumevertidoaquente,especialmentequandoosuporteforaglomeradode cortia expandida. Semiaderente-aligao da primeiracamada dosistema aosuporte executada por pontos ou bandas regularmente espaadas atravs de fuso de materialou debetumevertido aquente. Se osistema for deduplacamada, a segundacamadatemdesertotalmentesoldadacomaprimeiraatravsde fuso do material. Independente-asmembranassosoldadasentresiatravsdefuso dematerialeligadasaosuportenaszonasdeconcordnciaentreplanos horizontais e verticais e nos pontos singulares, sendo aplicado primrio apenas nas zonas de colagem. Fixosmecanicamente - so utilizados parafusos, afastados entre si da ordem dos 0,20m a 0,40 m, apertados contra uma anilha (fixaes pontuais) ou contraumelementolinearrgido(geralmenteumabarrametlica)colocado sobre o sistema de impermeabilizao (fixaes lineares). 2.3. Camadas constituintes de coberturas planas As coberturas planas apresentam na sua constituio diversas camadas que permitem garantir as exigncias funcionais requeridas.Ainflunciaquecadacamadaapresentanumsistemaconstrutivo, concebido para uma cobertura plana, de tal ordem importante, que uma falha Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 10 numadascamadasconstituintespodecomprometertodoosistema preconizado. EstruturaResistente:Osistemaconstrutivodascoberturasplanasapoia-se numelementoestrutural,designadoporlajedecobertura,quetemcomo funo suportar os diversos tipos de cargas que ocorrem nestas. Camada de forma: Camada que confere as pendentes da cobertura, de modo agarantiroencaminhamentodaguaparaassadasdeescoamento.O sistemaimpermeabilizantepodeseraplicadodiretamentesobreacamadade forma, no caso desta se encontrar devidamente regularizada. Camadaderegularizao:Estacamada,depequenaespessura,stem razo de existir se a camada de forma apresentar rugosidades e necessidade dearegularizar,demodoagarantiraperfeitaadernciadosistema impermeabilizante. Barreirapra-vapor:Camadaqueimpedeapassagemdevapordegua ascendente,prevenindoaocorrnciadecondensaes.Localiza-seentrea camada de forma e o isolamento trmico. SistemadeImpermeabilizao:Sistemaquetemcomoprincipalfunoa proteodaconstruocontraapassagemdefluidos,oassegurarda salubridade dos ambientes, com vista a segurana e conforto do utilizador por formaasergarantidaaestanquidadedoselementosconstrutivos subsequentes. IsolamentoTrmico:Tmcomoprincipalfunocontribuirparaasatisfao dasexignciasdeconfortotrmicodosespaossubjacentes,atravsda reduo das trocas de calor entre o ambiente exterior e o interior. Camadadedessolidarizao:Esta camada garante a independncia entre o sistemadeimpermeabilizaoeacamadadeproteo,evitandoassima transmisso de movimentos diferenciais. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 11 Camadadeproteo:Garanteaproteodosistemaimpermeabilizanteda exposio a condies climatricas adversas que aceleram a sua deteriorao. Esta camada concede o acabamento final da cobertura. Onmerodecamadaseasuadisposiopodemsofreralteraesde acordo com o tipo de utilizao da cobertura. 2.4. Solues Construtivas de Coberturas Planas Naexecuodeumacoberturaplana,podemserdefinidosdiferentes tipos de soluo construtiva, de acordo com o tipo de utilizao pretendida.Deacordocomalocalizaodoisolamentotrmico,quepodeser colocadosobosistemaimpermeabilizante,denominandoacoberturacomo "tradicional"(Figura2.1,2.3e2.5)ousobreosistemaimpermeabilizante, sendo considerada a cobertura como "invertida" (Figura 2.2, 2.4 e 2.6). Emcoberturasplanastradicionais,odesgastedosistema impermeabilizante mais acentuado, pois da sua aplicao sobre o isolamento trmicoresultaemchoquestrmicosdiriosesazonais,danosmecnicos, degradaoporradiaoultravioleta(senoforprotegida)eadeteriorao das membranas por humidade proveniente de precipitao que ocorre durante a fase de execuo, da condensao intersticial e da humidade dos materiais. Comaexecuodecoberturasinvertidas,osefeitosprejudiciaisatrs descritos, so em grande parte reduzidos, pois com a aplicao de isolamento trmicosobreosistemaimpermeabilizanteasvariaesdetemperaturaso inferiores s verificadas em coberturas tradicionais. Autilizaoderevestimentosassentesembetonilhasouargamassas comoproteopesadargidadasplacasisolamentotrmicoexigeum importanteconjuntodecuidados(Figura2.4).Efetivamente,autilizaode camadas contnuas sobre as placas de isolamento trmico no recomendvel, semautilizaodeumacamadadedispersodevaporentreasplacasde isolamentotrmicoeaargamassadeassentamentodorevestimento.Esta Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 12 camada poder ser constituda por uma camada de seixo ou brita, com 20 mm deespessura;ouporumamantadrenante,quenoconstituabarreirapra-vapor,tenharesistnciacompressosuficienteparasuportaracamadade argamassaoubetonilhaequeconstituazonapreferencialdedispersode vapor de gua.Aindevidaaplicaodeumsistemadeproteopesadargida,agrava esta tendncia de fissurao, dadas as aes a que estar sujeito por via dos diferenciais de temperatura.DeacordocomoDH779doLNEC,aaplicaodeproteopesada solta (seixo rolado, lajetas) sobre as placas de isolamento trmico a soluo maisaconselhvel.Aslajetasdeverosercolocadassobreossuportes formandojuntasabertasentresi,demodoapermitirqualquerdilataoe facilitaradrenagemdagua,assimcomopermitirtambmaventilaodo espao de ar sob as referidas lajetas. Emalternativa,poderoserconsideradaslajetasassentesnuma camadade20mmdegravilhaaplicadasobreumfeltrosintticono-tecido com100a150g/m2,oulajetasdebetoprovidasderasgosnafaceinferior que permitam o fcil escoamento das guas pluviais. Aproteoaefetuaraosistemaimpermeabilizanteeotipode acessibilidade,tambmcondicionamascamadasdosistemaconstrutivoa executar. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 13 Figura 2.1 - Esquema representativo de uma cobertura de acessibilidade limitada (Tradicional) [4] Figura 2.2 - Esquema representativo de uma cobertura de acessibilidade limitada (Invertida) [4] Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 14 Figura 2.3 - Esquema representativo de uma cobertura acessvel circulao e permanncia de pessoas (Tradicional) [4] Figura 2.4 - Esquema representativo de uma cobertura acessvel circulao e permanncia de pessoas (Invertida) [4] Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 15 Figura 2.5 - Esquema representativo de uma cobertura acessvel circulao e permanncia de veculos (Tradicional) [4] Figura 2.6 - Esquema representativo de uma cobertura acessvel circulao e permanncia de veculos (Invertida) [4] Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 16 Figura 2.7 - Esquema representativo de uma cobertura ajardinada[4] Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 17 3.MEMBRANAS DE IMPERMEABILIZAO OBJETO DE ESTUDO Estecaptulotemcomoobjetivodaraconhecerasprincipais caractersticasdasmembranasdeimpermeabilizao,consideradasna reabilitao das coberturas planas estudadas. Asmembranasdebetume-polmeroAPPeSBS,assumemumpapel importante no mercado nacional. Contudo Portugal um pas maioritariamente consumidordemembranasAPPemdetrimentodemembranasSBS.Esta situaodever-se-,emmuito,aofactodosfabricantesnacionaisproduzirem fundamentalmente membranas APP. Asmembranasdebetume-polmerosoconstitudasporumamistura betuminosamodificadaporumaresina,plastomricaouelastomrica.Nestas membranas,amisturabetuminosa,derecobrimentodeumaoudeambasas facesdaarmadura,modificadaporumpolmerodepolipropilenoatctico (APP,doinglsAtacticPolypropylene)ouporumpolmerodeestireno-butadieno-estireno (SBS, do ingls Styrene-Butadiene-Styrene). As membranas de betumes-polmeros APP e SBS podem ser integradas emsistemasaderentes,semiaderentesouindependentesdosuporte. Relativamente ao suporte, este dever ser escolhido mediante a acessibilidade previstaparaacoberturaeatendendoaomtodopreconizadoparaasua ligao. A obteno de um betume modificado por polmeros resulta da interao entreumbetumeeumagentemodificanteopolmero.Damisturaentreo betumeeospolmerosresultamtrocasnosistemacoloidal,ocorrendo modificaodepropriedades.Naescolhadopolmerodeveratender-sea aspetoseconmicoseaosresultadosfinaispretendidos.Amodificao dependedotipodepolmero,composiodaestruturadobetumetradicional, rcio betume/polmero e processo de fabrico. A utilizao de polmeros permite melhorar o desempenho dos betumes relativamenteaprodutostradicionaiscomoobetumeoxidado,pois,como surgimentodatecnologiadamodificao,asprincipaiscaractersticas (penetrao,pontodeamolecimentoeviscosidade)dobetumeoxidadoso Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 18 assimfrancamentediferentes.Destemodo,evita-seumenvelhecimentomais acentuado.Comoresultado,obtm-seumamaiorlongevidadedosprodutos modificados,quandocomparadoscomostradicionais.Oprocessode modificaoassentanadispersodepolmerosnobetumeocorrendo,entre estes,ligaesdenaturezaqumicaouapenasligaeselectroestticas intermoleculares. Sob os efeitos da temperatura, constata-se que em geral as membranas SBS tm um melhor comportamento mecnico a baixas temperaturas e um pior comportamento ao calor, relativamente s membranas APP. 3.1. Membranas de betume-polmero APP Nasmembranasdebetume-polmeroAPP,osconstituintesprincipais, betumeepolmeroAPP,estoaproximadamentenaproporodeumpara dois,respetivamente.Usualmente,ascargassodeorigemmineral,com granulometriareduzida,oudetipofibroso.Dosaditivossalientam-seos produtos repelentes de razes de plantas, utilizados no caso de coberturas em terrao-jardim,eoscopolmerosdeetileno-propileno.Correntemente,as armadurasutilizadasnaconstituiodasmembranasAPPsofeltrosde polister ou de fibra de vidro. Osacabamentospossveisparaasfacesdasmembranasdebetume-polmeroAPPpoderoseremgranuladomineralaplicadonafacesuperior, folhadealumnioaplicadanafacesuperioroufolhasdepolietilenooude polipropileno aplicadas em ambas as faces. Quantosprincipaiscaractersticasdimensionaiseponderais,a espessuranominalcorrentede4mm,comumavariaode1mm,aque correspondeumamassaporunidadedesuperfciecompreendidaentre3e5 kg/m2. A comercializao destas membranas feita em rolos, tipicamente com 1 m de largura e 10 m de comprimento, cuja massa varia entre 30 e 50 kg. No queconcerneamembranasautoprotegidascomgranuladomineraloufolhas de alumnio, esta proteo dever, preferivelmente, ser interrompida nas zonas de ligao entre membranas. Quantoscaractersticasmecnicas,aresistnciatraonadireo longitudinal de fabrico geralmente superior verificada na direo transversal, Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 19 havendo similaridade dos valores da extenso de rotura registados em ambas as direes. Verifica-se ainda que o tipo de armadura condiciona a resistncia aorasgamentodamembrana.Estasarmaduraspodemserdepolietilenoou constitudas por feltros de fibra de vidro ou de polister e, a resistncia trao usualmente superior para armaduras em polister do que para armaduras em fibra de vidro. 3.2. Membranas de betume-polmero SBS Asmembranasdebetume-polmeroSBSsoconstitudasporum betume,umpolmeroelastomricodeestireno-butadieno-estireno,cargas minerais e aditivos. Entre os aditivos incluem-se plastificantes, antioxidantes e repelentes de razes de plantas em membranas utilizadas em terraos jardins. TalcomonasmembranasAPP,correntementeasarmadurasutilizadasna constituio das membranas SBS so feltros de polister ou de fibra de vidro. Quanto s caractersticas dimensionais, a espessura nominal corrente de 4 mm, existindo membranas com espessuras entre 2 e 5 mm. Quantoscaractersticasmecnicas,aresistnciatraonadireo longitudinaltambmemgeralsuperiordadireotransversal,sendoa extensoderoturaequivalenteparaambasasdirees.Porsuavez,a resistncia ao rasgamento nitidamente influenciada pelo tipo de armadura. No que respeita a questes ambientais, as membranas betuminosas so consideradas resduos industriais banais e no contm alcatro: Cdigo 170 302 "Mistura Betuminosa no contendo Alcatro. Este cdigo faz parte da LER Lista Europeia de Resduos e classifica os materiais como RIB Resduos Industriais Banais. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 20 4.ANOMALIAS EM IMPERMEABILIZAES Umacoberturacomumrevestimentodeimpermeabilizaodeve compreendertodososmateriaiscomponenteseacessriosessenciaispara criarumabarreiraestanquegua,nosemsuperfciecorrentecomo tambm nos seus pontos singulares, devendo nestes ltimos, serem colocados os detalhes necessrios para proteger os elementos emergentes e imergentes. Verifica-se, na realidade, muitas anomalias nos pontos singulares. 4.1. Pontos singulares Ospontossingulares, vulgarmenteidentificados,sosoleiras,zonasde escoamento de guas pluviais, elementos emergentes e juntas de dilatao. Apresenta-se,deseguida,umadescriodospontossingularesedas anomaliasaelesassociados.Indica-setambm,eattulodeexemplo, algumas das fichas de obra onde esto identificados.4.1.1.Soleiras O remate do sistema impermeabilizante sob soleiras so pontos crticos das coberturas planas, quer ao nvel de projeto, quer de execuo. tendncia correntenosobre-elevardemasiadoasoleiradasportasrelativamente superfciedacobertura,resultandonecessariamenteorematedosistema impermeabilizanteserexecutadocomalturainferiorcotadasoleira.Assim, torna-se indispensvel prolongar o remate da impermeabilizao sob a soleira, onde posteriormente ser efetuado o meio fio em argamassa, sobre a qual ser assente a soleira (Figura 2.9). (Fichas de Obra 13 e 46) Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 21 Figura 4.1 - Exemplo de erro de projeto - altura insuficiente para a execuo do correto remate da soleira. Figura 4.2 - Pormenor construtivo do correto remate de uma soleira.[4] Figura 4.3 - Exemplo da correta aplicao da soleira sobre o novo sistema impermeabilizante. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 22 4.1.2.Sadas de escoamento de guas pluviais oTubos de Queda Osprincipaiscasosdeanomaliasobservadasnestaszonassingulares da cobertura resultam: obstrues criadas ao escoamento da gua; defeitos de ligao da impermeabilizao em superfcie corrente com os dispositivos de escoamento de gua. (Ficha de Obra 52) Sofatoresquecondicionamocorretoescoamentodasguaspluviais dacobertura,originandoaestagnaodasguassobreosistema impermeabilizante, so: aacumulaodedetritosdiversosjuntosembocadurasdostubosde queda;ainadequadaconformaodependentesnaszonascircundantesdas embocaduras;a obstruo das prprias embocaduras.A inexistncia de ralos sinfonados nas embocaduras dos tubos de queda contribui para a fcil obstruo dos mesmos, situao que se agrava quando a secodotubodeescoamentodasguaspluviaisinsuficientetendoem conta a rea da cobertura e o volume de gua a escoar. A conformao das pendentes na zona das embocaduras tem a ver com anecessidadedeserefetuadoumrebaixamentodacamadadeformanessa zona,demodoaevitarasobrelevaodosistemaimpermeabilizante,que condiciona o correto escoamento das guas pluviais. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 23 Figura 4.4 - Exemplo de rebaixamento da camada de forma na zona da embocadura. As infiltraes de gua atravs da ligao do sistema impermeabilizante com as embocaduras do tubo de queda so, em grande parte, devidas a falhas na conceo ou incorreta execuo do remate do sistema impermeabilizante com esse elemento. Osremates dasembocadurasemsadasdeguapluviais, deveroser executadossemprequepossvelcomacessriospr-fabricados,quedevero ficar intercalados entre as duas membranas (Figura 2.12). Figura 4.5 - Pormenor construtivo da correta execuo de remate a sada de escoamento.[4] Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 24 Figura 4.6 - Exemplo da correta execuo de um remate de sada de escoamento. oCaleiras Asprincipaisanomaliasidentificadasnestespontossingularesda cobertura foram: Descolamento de juntas de sobreposio. (Ficha de Obra 44) Fissuraes do sistema impermeabilizante. (Ficha de Obra 45) Paraaprimeirasituaomencionadacontribuemfatorescomo,a reduzidalarguradejuntasdesobreposio,osentidosegundooqualfoi aplicadoosistemaimpermeabilizante,areduzidapendentedacoberturaea deficiente execuo da colagem. Emcaleiras,osentidodeaplicaodasmembranasaindamais importante que na superfcie corrente, visto que nestas, que se concentram e deslocamasmaioresquantidadesdegua.Asmembranasdevemser aplicadasdasadadeescoamentoparaopontodecotamaiselevadada caleira,demodoaqueasjuntasdesobreposionofiquemdiretamente sujeitas ao contacto com a lmina de gua. Nocasodasfissuraes,estasocorremfundamentalmentepor envelhecimentoprecoce,devidoaaesmecnicasdedesgastedemaior intensidadedoquenarestantereadacobertura.Oaparecimentode fissuraes no sistema impermeabilizante em caleiras, de comum ocorrncia, nazonadeligaoentreacaleiraeasuperfciecorrenteemcoberturas Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 25 acessveiscirculaoepermannciadepessoas.Estasituaoresultade movimentosdecorteoriginadosnainterrupodaproteopesadada superfcie corrente com o bordo superior da caleira. Figura 4.7 - Pormenor construtivo da correta execuo de remate com as grgulas. [4] Figura 4.8 - Exemplo da correta execuo de um remate com grgulas. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 26 4.1.3.Elementos emergentes Soexemplosdeelementosemergentesdeumacoberturaplana: chamins,platibandas,vigasinvertidas,tubagemdeventilao,paredesde caixa de escada. Os tipos de anomalia mais recorrentes nestes elementos so: Descolamento de remates em paramentos verticais. (Ficha de Obra 59) Estasituaopodeserrelacionadacomdiversosfatores,entreelesa falta de qualidade da superfcie do reboco/suporte onde foi aplicado o sistema impermeabilizante,aconfiguraodoelementoouodifcilacessoque impossibilita a correta execuo dos remates. Figura 4.9 - Exemplo de descolamento do sistema impermeabilizante num paramento vertical. Fluncia ou deslizamento dos remates. (Ficha de Obra 16) Relacionada com a inexistncia de uma fixao mecnica complementar dorematedosistemaimpermeabilizante,cujodesenvolvimentoemaltura demasiado elevado. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 27 Figura 4.10 - Exemplo da ocorrncia de deslizamento do sistema impermeabilizante num paramento vertical. Insuficiente altura dos remates. (Ficha de Obra 20) De forma a no comprometer a eficcia do sistema, o remate do sistema impermeabilizantedeveserefetuadocomalturamnimade15cmacimada ltima camada da superfcie da cobertura. Figura 4.11 - Exemplo onde o sistema impermeabilizante no foi rematado a pelo menos 15cm do pavimento. Fissurao dos remates Aocorrnciadestapatologia,temcomoprincipaiscausas,ano execuo de meia-cana entre pavimento e paramento vertical; a inexistncia ou insuficientenmerodejuntasdedilataonaproteopesadargida;e movimentosdiferenciaisacentuadosentreaestruturaresistenteeoelemento emergente. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 28 Ausncia de capeamento. (Ficha de Obra 33) A entrada de gua pelo tardoz do sistema de impermeabilizao, ocorre devido inexistente proteo do topo da platibanda, especialmente quando so executadas em alvenaria de tijolo vazado ou por blocos de beto. Em alguns casos, o sistema impermeabilizante no recobre o paramento horizontaldaplatibanda,comprometendoaeficciadosistema.(Fichade Obra 64) Figura 4.12 - Exemplo de recobrimento do sistema impermeabilizante sobre o paramento horizontal de murete perifrico Demodoaprevenirestassituaes,deveserexecutadoorematedo sistemaimpermeabilizanteaterminarnotopodaplatibandaeefetuado capeamento apropriado, com recurso a rufos metlicos ou peas em cantaria. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 29 Figura 4.13 - Pormenor construtivo da correta execuo de remate com elemento emergente pelo exterior. [4] Figura 4.14 - Exemplo de correto remate do sistema impermeabilizante com elementos emergentes (chamins) com aplicao de perfil metlico. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 30 Figura 4.15 - Pormenor construtivo da correta execuo de remate com elemento emergente pelo interior. [4] Figura 4.16 - Exemplo de correta execuo de remate do sistema impermeabilizante com o paramento vertical. 4.1.4.Juntas de dilatao As principais anomalias que ocorrem em juntas de dilatao revelam-se, geralmente, em deslocamentos das juntas de sobreposio dos remates ou em fissuraoeenrugamentodessesremates.Assuascausasesto fundamentalmente relacionadas com defeitos de conceo.Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 31 Arealizaodosrematesdasjuntasdedilataosobrelevados relativamentesuperfciecorrentedacobertura(Figura2.25)apresenta vantagensrelativamenteaosexecutadosaonveldasuperfcie(Figura2.24) por ficarem sujeitos a aes mecnicas de menor intensidade. Emcoberturasacessveis,aexecuodacamadade proteopesada rgidaseminterruposobreajuntadedilatao(atravsdaexecuoduma juntadelarguraidnticaquela),motivoparaaeventualocorrnciade fissurao nos remates em questo, resultante de movimentos diferenciais dos doiscorposdoedifcio,oudosdoisedifciosquedefinemessajunta.Esses movimentos,podemsertransmitidosaosrematesdeimpermeabilizao atravs da camada de proteo, conduzindo fissurao dos mesmos quando a sua capacidade de deformao excedida. (Ficha de Obra 14) Figura 4.17- Pormenor construtivo de remate de junta de dilatao em superfcie corrente. [4] Figura 4.18 - Pormenor construtivo de remate de junta de dilatao sobrelevada. [4] Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 32 5.DESCRIO DOS EDIFICIOS OBSERVADOS Os 75 edifcios analisados neste estudo correspondem a solicitaes de reparaodecoberturasplanas,efetuadasaumaempresalderdosectorde reabilitao e impermeabilizao em Portugal.Com o intuito de mostrar a diversidade da amostra estudada, os edifcios foramagrupadossegundoascaractersticasapresentadas:naturezada construo,anodeconstruo,tipodesistemaimpermeabilizante, acessibilidade, tipo de proteo do sistema de impermeabilizao e existncia ou no de isolamento trmico. Naamostraestudadade75edifcios,nemtodasascoberturastinham sidointervencionadasdatadarealizaodopresenteestudo,porissoa referencia ao sistema construtivo e sistema impermeabilizante resulta de dados fornecidos pelo Dono-de-Obra e/ou Projetistas. Em situaes onde no foi possvel recolher qualquer informao acerca do sistema impermeabilizante existente nas coberturas, foi considerado o mais vulgarmenteutilizadoemPortugaldatadaconstruodoedifciodeacordo com a tabela 5.1. Tabela 5.1 - Sistema impermeabilizantes utilizados em Portugal. Aps anlise dos dados recolhidos, verifica-se que 81,33% dos Edifcios analisadossodehabitaocoletiva,sendo10,67%apercentagem correspondenteahabitaesunifamiliares.Estesdoistiposdehabitao correspondemamaisde91%dosedifciosanalisados,restando4,00%para Centros Comerciais, 2,67% para Armazns Industriais e 1,33% para escritrios. Sistema de Impermeabilizao At anos 70Anos 80/inicio 90Anos 90Ano 2000 at hoje Betumes vazados a quente Membranas betuminosas oxidadas Membranas modificadas polimerizadas Membranas de betumes modificados APP/SBS Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 33 Tabela 5.2 - Caracterizao da amostra segundo a natureza do edifcio. Natureza do Edifcio ColetivaUnifamiliarArmazm IndustrialEscritriosC.Comercial Valor Absoluto (N)618213 Percentagem (%)81,3310,672,671,334,00 Amaioriadoscasosestudadoscorrespondeaedifciosdadcadade oitentaenoventa(34,67%),seguindo-seosedifciosdadcadadesetenta (18,67%). A percentagem de edifcios da primeira dcada do Sculo XXI situa-senos9,33%eapenas2,67%tmcomoanodeconstruoadcadade sessenta. Tabela 5.3 - Caracterizao da amostra segundo o ano de construo. Ano Construo 1960-19691970-19791980-19891990-19992000-2009 Valor Absoluto (N)21426267 Percentagem (%)2,6718,6734,6734,679,33 Relativamenteaotipodesistemaimpermeabilizanteexistentenas coberturasobservadas,52%dascoberturasestudadaspossuiduplacamada demembranasbetuminosas,28%duplacamadademembranasbetuminosas oxidadas,4%correspondemabetumesvazadosaquenteepinturas impermeabilizantes,sendoapenasde1,33apercentagemdecoberturascom membranadePVC.Coberturassemsistemaimpermeabilizanterepresentam 2,67%eaaplicaodemaisdeumtipodesistemaimpermeabilizanteaps interveno de reabilitao (mistos) 8%. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 34 Tabela 5.4 - Caracterizao da amostra segundo o tipo de sistema impermeabilizante. Tipo de Sistema Impermeabilizante Dupla camada membranas betuminosas Dupla camada membranas betuminosas oxidadas Betume vazado a quente Pintura Imper. Membrana de PVC InexistenteMistos Valor Absoluto (N) 392133126 Percentagem (%)52,0028,004,004,001,332,678,00 Quanto ao tipo de acessibilidade, 33,33% das coberturas planas so de acessibilidadelimitada,54,67%deAcessveisCirculaoe Permannciade pessoas,9,33%AcessveisCirculaoePermannciadeVeculose2,67% de Coberturas Ajardinadas. Tabela 5.5 - Caracterizao da amostra segundo o tipo de acessibilidade. Acessibilidade Limitada Acessveis Circulao e Permanncia de Pessoas Acessveis Circulao e Permanncia de Veculos Coberturas ajardinadas Valor Absoluto (N) 254172 Percentagem (%)33,3354,679,332,67 Amaioriadascoberturasapresentaproteopesadasobreosistema impermeabilizante,correspondendoaumtotalde65,33%.utilizaode proteolevecorrespondeumapercentagemde32%eapenas2,67%de sistemas impermeabilizantes no possui qualquer tipo de proteo. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 35 Tabela 5.6 - Caracterizao da amostra segundo o tipo de proteo do sistema impermeabilizante. Proteo do Sistema Impermeabilizante PesadaLeves/ Proteo Valor Absoluto (N)49242 Percentagem (%)65,3332,002,67 Quantoexistnciadeisolamentotrmicoconstatou-sequeapenas 12,00% dos edifcios continha isolamento trmico nas camadas constituintes do sistema impermeabilizante, contra os 88% inexistentes. Tabela 5.7 - Caracterizao da amostra segundo a utilizao ou no de isolamento trmico. Isolamento Trmico SimNo Valor Absoluto (N)966 Percentagem (%)12,0088,00 5.1. ANOMALIAS VERIFICADAS Aaplicaodossistemasimpermeabilizantesdevecumprir determinadoscritriosdeexignciaparagarantirasuaestanquidadee durabilidade, devendo apenas ser realizada por tcnicos especializados. Almdacorretaaplicao,amaioroumenordurabilidadedosistema impermeabilizante,dependetambmdaperiodicidadecomquerealizadaa manuteno do mesmo, de modo a evitar desgastes desnecessrios. As anomalias em coberturas planas podem no ser apenas resultado de um erro especfico, mas de um conjunto de diversos fatores que originam, em grande parte, infiltraes de gua nas camadas subjacentes.Olevantamentorigorosodasprincipaisanomaliasverificadasna amostra permitiu agrup-las em seis grandes grupos, de modo a possibilitar o tratamento de dados e a anlise estatstica (Tabela 5.1.1). Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 36 Tabela 5.1.1 - Tipos de anomalias identificadas na amostra Anomaliasrelacionadas com Quantidade, N APontos Singulares25 BPerfuraes e fissuraes28 CDescolamentos7 DPendentes4 E No consideradas (Fim de vida til da impermeabilizao) 21 FOutros11 No seguimento da anlise estatstica realizada amostra, verifica-se que asprincipaisanomaliasidentificadasocorremmaioritariamenteatravsde perfuraes e fissuraes do sistema impermeabilizante - Anomalias tipo B. Asanomaliasempontossingulares-AnomaliatipoA,juntamentecom asanomaliasnoconsideradas-AnomaliastipoE,ondeosistema impermeabilizanteatingiuofimdevidatil,soidentificadascomoasduas anomalias com maior grau de ocorrncia. Grfico 5.1.1 - Caracterizao da amostra segundo o tipo de anomalia observada. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 37 Aelevadaprevalnciadeanomaliasrelacionadascomperfuraese fissuraes devida incorreta utilizao por parte dos utilizadores. A falta de conhecimentosobre oscuidadosatercom osistemaimpermeabilizantepode em parte justificar esta situao. Ospontossingulares,comojreferido,sozonascrticasdas coberturasondeserefletemperdasdeestanquidadedosistema impermeabilizante.Compresenaobrigatriaemtodasascoberturas,estes pontosnemsempresotratadoscomaimportnciadevida,refletindo pormenorizaesomissasoudeficientesrematesnassingularidadeseafalta de conhecimento tcnico, por parte de quem os executa. Emgrandepercentagemdosedifciosanalisadosnofoiverificada nenhuma anomalia especfica que comprometesse a estanquidade do sistema, observando-se apenas que o sistema impermeabilizante chegou ao fim do seu tempodevidatil.Estefactojustificvelcomaidadedosedifcios observados e a falta de manuteno dos mesmos, ultrapassando muitas vezes em larga escala o limite da durabilidade do sistema impermeabilizante. Dosdiferentestiposdeanomaliasverificadas,26%correspondema anomaliasempontossingulares-TipoA-e74%correspondemaanomalias em superfcie corrente - Tipo B, C, D, E, F. Figura 5.1.1 - Exemplo de um sistema impermeabilizante que atingiu o seu tempo de vida til. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 38 Figura 5.1.2 - Cobertura "acima indicada" aps reabilitao. Amenorocorrnciadasanomaliasrelacionadascomdescolamentose pendentes,deve-seaofactodeestaremdiretamenteligadasaotrabalhodos aplicadores.Oconhecimentoeaexperinciadestestcnicosjustificama menor frequncia destas anomalias. No ponto seguinte sero verificadas e analisadas as principais causas das anomalias agora identificadas. 5.2. CAUSAS DE ANOMALIAS Ascausasquecontribuemparaoaparecimentodeanomaliasem coberturasplanas,apresentamumaenormediversidade,podendoomesmo tipodeanomaliatercomoorigemdiferentescausas.Estaspodemocorrer subdivididasemtrsfasesdistintas,afasedeconceo/projeto,fasede execuo e fase de utilizao. Apesardeseremfasesdistintasqueocorrememespaosdetempo diferentes, so indissociveis, pois uma falha na primeira fase pode ter graves consequncias nas fases subsequentes. fundamentalparagarantirosucessodeumareparao,acorreta anlise das anomalias "in situ", de modo a determinar com maior certeza a sua respetiva causa e permitir assim a sua eliminao definitiva. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 39 Aanliseefetuadaamostra,possibilitouaelaboraodoquadro seguinte (Tabela 5.2.1), onde a cada anomalia identificada no captulo anterior foram associadas diversas causas. Tabela 5.2.1 - Anomalias e respetivas causas identificadas na amostra. AnomaliaN%CausaN% A25(1)26,04 A.113,45 A.2310,34 A.3931,03 A.4310,34 A.5620,69 A.613,45 A.726,90 A.8310,34 A.913,45 B2829,17 B.1517,86 B.213,57 B.31657,14 B.427,14 B.5310,71 B.613,57 C77,29 C.1228,57 C.2114,29 C.3114,29 C.4228,57 C.5114,29 D44,17 D.1250,00 D.2250,00 E2121,88E.121100,00 F1111,46 F.1218,18 F.2327,27 F.3218,18 F.4327,27 F.519,09 (1) - Das 25 anomalias, duas, tinham duas causas e uma, trs causas. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 40 Tabela 5.2.2 - Descrio dos vrios de tipos de causas associadas a anomalias relacionadas com pontos singulares. Causas das anomalias do tipo A - Pontos Singulares A.1 Osuporteondefoiaderidoosistemaimpermeabilizantenoestava devidamenteregularizado,originandodescolamentospontuaisdosistema impermeabilizante.A.2 O sistema impermeabilizante aplicado no dobrou para dentro do tubo de queda interior. A.3 Osistemaimpermeabilizanteaplicadonoapresentavaodesenvolvimento suficiente para o interior do tubo. A.4 Devido aplicao de novo sistema impermeabilizante sobre o existente sem a remoo das respetivas camadas, no ficou garantida a altura necessria entre orevestimentoimpermeabilizanteeasoleiradaportadeacessoaoterrao, para ser executado o seu correto remate, originando infiltraes. A.5 O sistema impermeabilizante foi soldado na base da soleira, no existindo nem alturanemdesenvolvimentosuficienteparaumcorretoremateda impermeabilizao na soleira. A.6 Umadasvertentesdoterraoencaminhavaaguaparaumasadade escoamento,quepornegligncia,foianulada,originandoaguasestagnadas queaceleraramadegradaodosistemaimpermeabilizantenaquelazonado terrao. A.7 MovimentosprpriosdoEdifcioqueostubosdequedanoconseguiram acompanhar, originando fissuras nos mesmos. A.8 Desenvolvimentoinsuficientedosistemaimpermeabilizantenoparamento vertical, de platibandas e/ou paredes emergentes. A.9 Osistemaimpermeabilizantefoisoldadopordebaixodasgrgulas,nosendo executadorematepordentrodocanaldeescoamento,oqueoriginou passagem de gua entre o sistema impermeabilizante e o corpo da grgula. Conformeseobservanogrfico5.2.1,aprincipalcausadaanomalia relacionadacomospontossingularesoinsuficientedesenvolvimentodo sistemaimpermeabilizanteparaointeriordotubo.Aocorrnciadestafalha, deve-se a falhas do aplicador. Segue-seodeficienterematedosistemaimpermeabilizantecoma soleira,ondenogarantidonemaalturanemodesenvolvimentosuficiente dosistemaimpermeabilizantesobasoleira.Estasituaodeve-seaerrosde projeto,porfaltadepormenorizaoconstrutivadoremateaexecutare tambmporsereminsuficientesasdiferenasdecotasentreopavimento interioreoexterior,quenopermitemgarantirocorretorematedosistema Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 41 impermeabilizantecomestepontosingulardacobertura.Emalgunscasos podem estar relacionados com falha do aplicador. Comfrequnciaintermdianestetipodeanomalia,surgemascausas A.2, A.4, A.8 (10,34%) e A.7 (6,9%). CommenorfrequnciasoidentificadasascausasA.1,A.6eA.9 (3,45%)relacionadas,respetivamente,comdeficinciasnarealizaode trabalhosacessriosdeconstruocivil,neglignciaporpartedoutilizadore falhas do aplicador. Grfico 5.2.1 - Identificao das diferentes causas associadas anomalia A (Pontos singulares) na amostra. Tabela 5.2.3 - Descrio dos vrios de tipos de causas associadas a anomalias relacionadas com perfuraes e fissuraes. Causas das anomalias do tipo B - Perfuraes e fissuraes B.1 Deficiente utilizao da cobertura, utilizada como cobertura acessvel. B.2 FixaodepoleiasdesuportedeunidadeexteriordeACemparamentos verticais. B.3Fixao de estruturas metlicas ao pavimento. B.4 IncapacidadedoSistemaImpermeabilizanteemacompanhardeslocamentos do suporte. B.5 Movimentosdecorteoriginadosnainterrupodaproteopesadada superfcie corrente com o bordo superior da caleira B.6 As razes das plantas existentes perfuraram o sistema impermeabilizante. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 42 Noestudodaanomaliareferenteaperfuraesefissuraes, denominadaanomaliaB,destaca-secomoprincipalcausa,afixaode estruturasmetlicasnopavimento.Estacausaestrelacionadacomerro humano, em muitas situaes derivadas por falta de conhecimento do utilizador, originando perfuraes do sistema impermeabilizante. Adeficienteutilizaodacobertura,asegundacausademaior ocorrncia desta anomalia, contribuindo para este resultado o indevido uso da cobertura por parte dos seus utilizadores.Asrestantescausasidentificadas,apresentamumgraudeocorrncia muito inferior s duas causas j identificadas, por estarem relacionadas com as caractersticas dos materiais em resistir a agentes externos. Grfico 5.2.2 - Identificao das diferentes causas associadas anomalia B na amostra. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 43 Tabela 5.2.4 - Descrio dos vrios de tipos de causas associadas a anomalias relacionadas com descolamentos. Causas das anomalias do tipo C - Descolamentos C.1 Atemperaturadeaplicaodas membranasbetuminosasno foisuficiente de modoagarantiraperfeitaadernciaaosuporte.Comaaodoventoas membranas acabaram por descolar do suporte. C.2 Inexistente perfil de remate sobre o sistema impermeabilizante no bordo exterior do murete perifrico e a fachada. C.3 Deficienteexecuodorematenazonadocapeamentodaplatibanda.Esta situao pode ter como causa o difcil acesso zona de remate.C.4 Atemperaturadeaplicaodas membranasbetuminosasno foisuficiente de modo a garantir a perfeita aderncia ao paramento vertical. C.5 Nofoiefetuadaaaberturaderoonoparamentoverticalparaosistema impermeabilizante ser encastrado no seu interior. NoseguimentodeestudoefetuadoscausasdaanomaliaC,pode-se observaratravsdogrfico5.2.3,queasdemaiorfrequncia,tmcomo origemfalhasaonveldaaplicaodosistemaimpermeabilizante,comoo insuficiente aquecimento das membranas com chama de maarico por no ter sido efetuado durante o tempo necessrio para garantir a correta aderncia do sistema impermeabilizante ao suporte. As causas C.2, C.3 e C.5, com 14,29% de ocorrncia, devem-se a falhas de projeto e trabalhos acessrios de construo civil. Grfico 5.2.3 - Identificao das diferentes causas associadas anomalia C na amostra. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 44 Tabela 5.2.5 - Descrio dos vrios de tipos de causas associadas a anomalias relacionadas com pendentes. Causas das anomalias do tipo D - Pendentes D.1 Abetonilhaderegularizaosobreaqualfoiaplicadoosistema impermeabilizanteencontrava-sedenvel,noexistiamdeclivespara encaminhar a gua para as sadas de escoamento. D.2 Abetonilhaderegularizaosobreaqualfoiaplicadoosistema impermeabilizanteencontrava-secomdeclivesincorretos,queno encaminhavam a gua para as sadas de escoamento. As causas da anomalia D, relacionada com a camada de forma sobre a qualfoiaplicadoosistemaimpermeabilizante,soemtodososcasos relacionadas com falhas de execuo por parte da equipa de construo civil. daresponsabilidadedestasagarantiadequeaspendentesexecutadasna camadadeformaseencontramdevidamentedirecionadasparaassadasde escoamento de guas. Grfico 5.2.4 - Identificao das diferentes causas associadas anomalia D na amostra Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 45 Tabela 5.2.6 - Descrio da anomalia tipo E. Causas das anomalias do tipo E - No consideradas E.1Fim de vida til do sistema impermeabilizante existente. Esta causa encontra-se destacada das restantes e no foi englobada na categoria F (Outros), pois deve ser-lhe dada a devida importncia.Emmuitosdoscasosestudados,ondeposteriormentefoiefetuadaa reabilitaodacobertura,foipossvelobservarquetodosospontoscrticos, ondeaocorrnciadeperdasdeestanquidadedemaiorfrequncia,se encontravam executados de acordo com as boas normas da arte. A perda de estanquidade observada s ser justificvel com a chegada do sistema impermeabilizante aplicado ao seu fim de vida til. Tabela 5.2.7- Descrio dos vrios de tipos de causas associadas a "outras" anomalias. Causas das anomalias do tipo F - Outros F.1 Aplicaodiretadapinturaimpermeabilizantesobreasmembranas betuminosas oxidadas, sem efetuar a sua remoo.F.2A inexistncia de camada de dessolidarizao. F.3Ausncia de qualquer tipo de sistema impermeabilizante. F.4Ausncia de sistema de impermeabilizao nos muretes perifricos.F.5 Amembranabetuminosanofoisoldadaataobordoinferiordalajede cobertura. AscausasconsideradasnaanomaliaF,denominadapor"Outros", devem-seacasospontuaisdetetadosnoestudodaamostra,noexistindo ligao com as restantes anomalias. Aausnciadeimpermeabilizaodemuretesperifricosfoiumadas causascommaiorfrequnciadeobservaonestegrupodeanomalias.Esta situao deve-se principalmente a erros de projeto, que no contemplam a sua impermeabilizao. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 46 Comigualnmerodeocorrnciassurgetambmainexistncia aplicaodecamadadedessolidarizao,quepodeserumgeotxtilouum filmedepolietileno.Aausnciadestacamadaacelerouadegradaodo sistemaimpermeabilizanteaplicado,atravsdatransmissodosmovimentos dacamadadeproteopesada.Deve-seessencialmenteafalhahumana, durante a execuo da impermeabilizao da cobertura. Asrestantescausasapresentamumgraudeocorrnciamenordoque asrestantes,espoderoserjustificadascomafaltadeconhecimentos acercadascaractersticasdeaplicaodosmateriaisedasboasnormasda arte, por parte dos aplicadores e Donos de Obra. Grfico 5.2.5 - Identificao das diferentes causas associadas anomalia F na amostra. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 47 5.3. GRUPOS DE CAUSAS DE ANOMALIAS O estudo efetuado nos captulos anteriores permitiu a criao de quatro grupos de causas das anomalias ligadas aos seguintes casos: Erro de Projeto Neste ponto consideram-se que os erros encontrados provm de falhas naescolhadosistemaconstrutivomaisadequadoacadasituaese/ouna falta de pormenores construtivos em pontos singulares da cobertura. A responsabilidade recai sobre o Projetista. Erros de Execuo Os erros de execuo considerados esto diretamente ligados a dois tipos de equipas,oEquipadeaplicadoresdosistemaimpermeabilizante,ondeforam observadasfalhasaonveldadeficienteadernciadosistema impermeabilizanteao suporte ena execuodeficientedosremates em pontos singulares. oEquipa de construo civil, onde foram detetadas erros na execuo daspendentesdascamadasdeforma,porestasseencontrarem sem declives ou com declives incorretos e a deficiente regularizao do suporte em paramentos verticais. Esta situao da responsabilidade do Empreiteiro. Erros de utilizao Nos casos analisados foi possvel verificar como anomalia recorrente, a perfurao do sistema impermeabilizante pelos utilizadores das coberturas. Naorigemdestasituao esta faltadeconhecimentodosutilizadores sobreofuncionamentodosistemaimpermeabilizantenumacoberturaplana. Foiusualverificarafixaodeestruturasnopavimentoenosparamentos Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 48 verticais,atravsdaperfuraodosistema,quedesdelogocomprometea estanquidade da cobertura. Foramdetetadassituaesnasquaisexistiumodificaodotipode utilizaodacobertura,provocandoumdesgastesuperioraoesperado. Exemplo:umacoberturadeacessibilidadelimitada,comproteoleve,no estpreparadaparaumautilizaofrequente,comoacirculaodiriade pessoas. Erros no considerados Nestepontoestoincludos,nosassituaesemqueosistema impermeabilizantechegouaofimdevidatilesituaesondenoexistia qualquer tipo de sistema impermeabilizante aplicado. Para alm destes pontos, o presente relatrio no incide sobre erros de fabrico dos materiais aplicados, pois no foi percetvel que tivessem verificado nas coberturas analisadas. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 49 6.REABILITAO DAS COBERTURAS 6.1. Reparaes Nosedifciosanalisadosexistiramvriostiposdeanomaliascom diferentes causas que comprometeram a eficcia do sistema impermeabilizante. Independentemente do tipo e da causa da anomalia, a reparao executada foi sempredecaracterintegral,nuncatratandoapenasazonaidentificadacomo responsvel pela infiltrao detetada. Existemdiversosfatoresquecontraindicamarealizaodereparaes pontuais: Existncia de outras causas para a anomalia identificada.Causas impossveis de identificar "in situ". Impossvel garantir a longo prazo a estanquidade do "remendo" efetuado, especialmentequandoosistemaexistentetemjumtempodevida prolongado. Assim, a reparao aconselhada a efetuar sempre de caracter integral, poisscomaaplicao deum novosistemaimpermeabilizante, devidamente testadodepoisdeaplicado,possvelgarantiraestanquidadedacobertura intervencionada. Otipodeintervenoaexecutaremcoberturasdeacessibilidadelimitada, consiste nos seguintes passos: a) Remoo e transporte a vazadouro do sistema impermeabilizante existente. b) Abertura de roos em paramentos verticais para encastramento do sistema de impermeabilizao. c)Execuodemeiascanasnaligaodalajecomparamentosverticais necessrios correta execuo dos trabalhos. d) Eventual retificao de pendentes com uma inclinao mdia de 1,5%. e)Aplicaodesistemadeimpermeabilizaoconstitudoporduas membranassendoaprimeiracomarmaduradefibradevidrode3,0kg/m2 Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 50 revestida por betume polmero e acabamento a polietileno numas das faces e a segunda de 4,0 kg/m2 auto-protegida na face superior por granulado de xisto, com armadura de polister e acabamento a polietileno na face inferior, colados a chama de maarico sobre demo de emulso betuminosa. f) Refechamento de roos com argamassa no retrctil. g)Fornecimentoeassentamentodeisolamentotrmicoempoliestireno extrudido com 40 mm de espessura. h) Fornecimento e aplicao de elemento separador e drenante em geotxtil. i) Fornecimento e assentamento de camada de godo com 5cm de espessura. j)Pinturaimpermeabilizantedemuroseparamentosverticais,como fornecimento e aplicao de duas demos de membrana elstica sobre demo de primrio selante. ouemalternativaalneaj)poderserefetuadaaimpermeabilizaodos muretes/platibandas com,j.1)Fornecimentoeaplicaodeumaimpermeabilizaoconstitudaporuma membranabetuminosade4,0kg/m2auto-protegidanafacesuperiorpor granulado de xisto, com armadura de polister revestida por betume polmero e acabamentoapolietilenonafaceinferior,coladoacalordemaaricosobre demo de emulso asfltica, em muretes perifricos/platibandas. Naintervenoaexecutaremcoberturasacessveiscirculaoe permanncia de pessoas/veculos, consideram-se os seguintes passos: a) Remoo e transporte a vazadouro do revestimento existente. b) Abertura de roos em paramentos verticais para encastramento do sistema de impermeabilizao. c) Remoo e despejo a vazadouro dos sifes existentes, incluindo a execuo de bacia na camada de forma que circunda o tubo de queda. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 51 d)Execuodemeiascanasnaligaodalajecomparamentosverticais necessrios correta execuo dos trabalhos. e)Corteeafinaodacaixilhariadaportadeacessoaoterrao,incluindoo fornecimento e aplicao de nova soleira, colada com argamassa apropriada. f) Eventual retificao de pendentes com uma inclinao mdia de 1,5%. g)Aplicaodesistemadeimpermeabilizaoconstitudoporduas membranasdebetumepolmero,uma3,0kg/m2comarmaduradefibrade vidroeacabamentoapolietilenonumasdasfaceseoutrade4,0kg/m2com armaduradepolistereacabamentoapolietilenonafaceinferior,coladaa chama de maarico h) Fornecimento e aplicao de elemento separador e drenante em geotxtil. i) Refechamento de roos com argamassa no retrctil de ligao. j)Fornecimentoeassentamentodeisolamentotrmicoempoliestireno extrudido com 40 mm de espessura. k)Fornecimentoeassentamentodelajetasdebetosimples,apoiadassobre apoios plsticos. ou alternativa ao ponto k:k.1)Fornecimentoeassentamentodemosaicocermicosobreargamassade cimentoeareiaaotrao1:3,incluindoesquartelamentoeposterior betumagem.(Tal como se apresenta na Figura 2.4) l)Pinturaimpermeabilizantedemuroseparamentosverticais,com fornecimento e aplicao de duas demos de membrana elstica sobre demo de primrio selante. Estes passos podem sofrer alteraes, por indicao do Dono-de-Obra, comoporexemplo,aaplicaodeisolamentotrmiconacobertura,oupela existncia de cota suficiente de modo a garantir a correta soldadura do sistema impermeabilizanteemsoleirasnoseverificandoanecessidadedeefetuar cortes de caixilharias e aplicao de novas soleiras. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 52 Apsaplicaodonovosistemaimpermeabilizanteefetuadoum ensaiodecarga(testedeestanquidade).Ostubosdequedadeveroser devidamentetamponadoseacoberturainundadademodoaquefique completamentesubmersaaumacotainferiorcotadobordosuperiordo rematedosistemaimpermeabilizante.Assimsedevermanterdurantepelo menos 48 horas, a fim de se verificar a existncia de alguma deficincia. Figura 6.1 - Exemplo de execuo de um teste de estanquidade numa cobertura.

6.2. Custos associados Ocustomdiodeumaintervenogeralnumacoberturaplana,de acordo com a amostra estudada e independentemente das suas caractersticas, corresponde a cerca de 59,78/m2. O valor mnimo observado foi de 13,13/m2 e o mximo de 547,82/m2. (O desvio padro da amostra de 67,19) O custo mximo de reabilitao de uma cobertura da amostra estudada, apresentaumvalorde128.442,08,contraovalormnimoencontradode 262,56. Contudo,estescustospodemapresentarvariaessignificativas,em funo das caractersticas do sistema construtivo preconizado. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 53 6.2.1.Custo em funo da acessibilidade O tipo de acessibilidade um dos fatores que mais influencia o custo de reabilitao por metro quadrado de uma cobertura.Nocasodeumacoberturadeacessibilidadelimitadaocustomdio situa-senos27,25/m2,paraumacoberturaacessvelcirculaoe permannciadepessoasde80,97/m2contraos50,25/m2deuma cobertura acessvel circulao e permanncia de veculos. Esta discrepncia de valores pode dever-se, ao fato, do nmero de casos estudados na amostra decoberturasacessveisapessoas(41casos)sersignificativamentesuperior aonmerodecasosdecoberturasacessveisaveculos(7casos)eainda devidosreasdascoberturasacessveisaveculosserem,emgeral, manifestamente superiores. As coberturas ajardinadas tm um custo mdio por metro quadrado de 65,17. Tabela 6.1 - Relao entre o tipo de acessibilidade da cobertura e o custo por metro quadrado. Acessibilidade Limitada Acessveis Circulao e Permanncia de Pessoas Acessveis Circulao e Permanncia de Veculos Coberturas ajardinadas /m227,2580,9750,2565,17 Avariaoencontradanoscustospormetroquadradonosdiferentes tipos de acessibilidade relaciona-se maioritariamente com o tipo de proteo do sistema impermeabilizante.Noscasosdecoberturascomproteopesada,oscustosde reabilitaosomaiselevadoscomparativamenteacoberturasdeproteo leve.Paraestasituaocontribuianecessidadedeutilizarmaisrecursos materiais e de mo-de-obra. Ocustomdiodereabilitaodeumacoberturanaqualutilizada proteo leve - granulado mineral - do sistema impermeabilizante situa-se nos Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 54 27,02/m2.Seotipodeproteoautilizarforpesadargida,ocustode reabilitao aumenta para o valor mdio de 66,03/m2. Tabela 6.2 - Relao entre o tipo de proteo do sistema impermeabilizante e o custo por metro quadrado. Proteo do Sistema Impermeabilizante Pesada rgida Leve - granulado mineral /m266,0327,02 O tipo de acessibilidade de uma cobertura um determinante do tipo de proteoaserutilizada,jqueoacessoapessoase/ouveculosobrigaa aplicaodeproteopesada,deformaagarantiraintegridadedosistema impermeabilizante. Quanto a coberturas de acessibilidade limitada, o mesmo no se verifica, j que existe a possibilidade de utilizao de proteo leve como pesada, sem comprometer o sistema impermeabilizante. 6.2.2.Custo em funo da utilizao ou no de isolamento trmico Naamostraestudadaaaplicaoounodeisolamentotrmicoda cobertura depende exclusivamente do desejo do Dono-de-Obra. Do estudo da amostra verifica-se que o custo mdio por metro quadrado deumacoberturacomaplicaodeisolamentotrmicode123,30/m2, comparativamente aos 51,11/m2 da no aplicao do mesmo. Esta enorme discrepncia de valores pode no traduzir a realidade, visto queonmerodeedifciosestudadosnosquaisseprocedeuaplicaode isolamentotrmicofoimuitoinferior,aonmerodeedifciosondenofoi efetuado tratamento trmico da cobertura. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 55 6.2.3.Custo em funo da rea da cobertura Autilizaodocustopormetroquadradodaanliseefetuadaaos parmetros anteriores, teve como inteno retirar a influncia que o fator rea tem no custo final da reabilitao da cobertura.Contudo,aanlisedocustoemfunodareadacoberturacomoum parmetroindependente,demonstraqueestaapresentaumarelaoinversa com o custo por metro quadrado (Tabela 6.3). Tabela 6.3- Relao entre rea da cobertura e o custo por metro quadrado. rea (m2) at 6061 - 120121 - 180181 - 380381 - 580mais de 581 /m2135,8451,8247,3846,1534,9828,16 medida que a rea da cobertura aumenta, assiste-se a um decrscimo dovalordecustomdiopormetroquadrado,independentedasrestantes caractersticas da cobertura. Estarelaoinversaprende-seapenascomoajustedecusto conseguidosatravsdaotimizaoderecursosmateriaisedemo-de-obra, que tero de ser afetos obra. Assim,oscustoscalculadospormetroquadrado,emfunodos parmetros considerados anteriormente, esto afetados pelo fator rea total da respetiva cobertura. 6.2.4.Custo em funo dos restantes parmetros estudados Os restantes parmetros estudados neste relatrio: Ano de Construo Ano de deteo da anomalia Natureza da Habitao Tipo de sistema impermeabilizante existente Anomalia identificada Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 56 Estesparmetrosnocontribuemparaalteraesnocustopormetro quadrado,vistoqueasintervenesdereabilitaoconsideradassode carater integral, independentemente das caractersticas atrs descritas. Os custos referidos no tm IVA includo e referem-se data da visita respetiva obra. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 57 7. CONCLUSES Noseguimentodarealizaodopresenterelatriodeestgio,foi possvelchegaraconclusesefetivas,diretamenterelacionadascomas anomalias, as causas e o respetivo custo da reparao de uma cobertura plana. Daanliseestatsticaefetuadassetentaecincocoberturasplanas observadas, conclui-se: 1.Emmuitosdoscasosestudadosnofoidetetadanenhumaanomalia, emboraseverificassemproblemasdeestanquidadegua,porqueo sistema impermeabilizante atingiu o seu fim de vida til. 2.As principais anomalias detetadas esto relacionadas com perfuraes e fissuraesdosistemaimpermeabilizanteeerrosdeexecuode remates em pontos singulares da cobertura. a.Afixaodeestruturasmetlicasnopavimentosurgecomoa principalcausarelacionadacomaanomalia"perfuraese fissuraes",seguindo-seodeficienterematedosistema impermeabilizantecomassadasdeescoamentodeguas pluviais referente s anomalias em "pontos singulares". Naorigemdestascausasestprincipalmenteafaltade conhecimentonamanutenoeutilizaodequemusufruida cobertura, falhas ao nvel da conceo do projeto devido falta de pormenoresconstrutivosdospontossingularesdacoberturae errosdeexecuodessespontosporpartedoaplicador, justificvel por falta de experincia ou apenas por desleixe. 3.Ocustopormetroquadradomdioassociadoreabilitaodeuma coberturainfluenciadoprincipalmentepordoisfatores:rea(quanto maiorareadacoberturamenorocustopormetroquadrado)e acessibilidade (o custo por metro quadrado naturalmente mais elevado quanto maior o nmero de camadas a utilizar no sistema construtivo). Neste estudo o tipo de anomalia e a sua causa no influenciam o cu por metro quadrado da cobertura, pois o tipo de reabilitao que foi considerada foi sempre de caracter integral e nunca pontual. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 58 8.PERSPETIVAS DE DESENVOLVIMENTOS FUTUROS No seguimento do trabalho realizado, podem ser desenvolvidos diversos estudos.Como j referido, o levantamento de anomalias em coberturas planas praticamenteinexistenteemPortugal,porisso,torna-senecessrioo desenvolvimento de mais estudos semelhantes ao realizado. Oestudoagorarealizadoincidiusobretudoemcoberturasdeedifcios cuja localizao maioritariamente da zona da Grande Lisboa.Nomenosinteressanteserdesenvolverumestudoidnticoao existente,alterandoaprepondernciadalocalizaoparaoGrandePortoou Algarve. Poroutrolado,podeserefetuadoumtrabalhosemelhanteaoagora realizado,masanalisandosistemasimpermeabilizantesnoaderidosna reabilitao das coberturas. Com especial interesse pode ser desenvolvido um estudo no mbito da comparao de custos associados reabilitao de coberturas planas versus o custo de impermeabilizao de obras novas. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 59 9.REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS [1]LOPES,J.GrandoAnomaliasemimpermeabilizaodecoberturas em terrao. Lisboa, LNEC, 1998. Informao Tcnica de Edifcios, ITE 33. [2]LOPES,J.GrandoRevestimentosdeimpermeabilizaode coberturasemterrao.Lisboa,LNEC,1998.InformaoTcnicade Edifcios, ITE 34. [3]StiodaAssociaoPortuguesadeImpermeabilizadores(ASPIM): http://www.aspim.org/, visitado em 17/04/2012. [4]IMPERALUMProjetodeImpermeabilizao.Imperalum,Sociedade comercialderevestimentoseimpermeabilizaesS.A.,Montijo,2001. http://www.imperalum.com [5]WALTER,Ana;LOPES,J.Grando;BRITO,Jorgede; ImpermeabilizaesdeCoberturasemterrao.Anomaliasem superfcie corrente. In: Encore, 3, Lisboa, LNEC, 2003. [6]LOPES,J.Grando;Daqualidadedaaplicaoderevestimentosde impermeabilizao de coberturas em terrao. QIC, Lisboa, LNEC, 2006. [7]SANTOS, Carlos Pina; LOPES, J. Grando; Reabilitao do sistema de impermeabilizaoedaqualidadetrmicadecoberturasemterrao. Uma operao, dois benefcios. In: Encore, 3, Lisboa, LNEC, 2003. [8]SILVA,J.Mendes;GONALVES,PedroPatologiasfrequentesem coberturasplanasemPortugal.CongressoNacionaldaConstruo,Lisboa, IST, Dezembro 2001. [9]SERDIO,PauloCoberturasemterrao.Diapositivosdacadeirade tecnologia da construo de edifcios, Instituto Superior Tcnico, ano letivo de 2007/2008. [10]PENEDA,SusanaDiagnstico,patologiaereabilitaode impermeabilizaesdecoberturasemterrao.Diapositivosdacadeira detecnologiadaconstruodeedifcios,InstitutoSuperiorTcnico,ano letivo de 2007/2008. [11]PORTUGAL.Construlink.Circularinformativan12Coberturas planasdeedifcios:formulaoexigencial,classificaoeelementos constituintes. Oeiras: Construlink Press, 2003 [12]ROCHA,PedroTomda;AnomaliasemCoberturasdeTerraoe inclinadas.Lisboa:[s.n.],2008.Dissertaoparaobtenodograude Mestre em Engenharia Civil, apresentada ao Instituto Superior Tcnico. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas 60 [13]MARQUES, Joo Amlcar Rodrigues; Desempenho do granulado de autoproteodemembranasbetuminosas.Lisboa:[s.n.],2009. DissertaoparaobtenodograudeMestreemEngenhariaCivil, apresentada ao Instituto Superior Tcnico. Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas A-1 ANEXOS A Tabela Global da estatstica efetuada sobre a amostra Legenda: L - Acessibilidade Limitada AP - Acessveis Circulao e Permanncia de Pessoas AV - Acessveis Circulao e Permanncia de Veculos CA - Coberturas ajardinadas BV - Betume vazado a quente 2MB - Dupla camada de membranas betuminosas 2MBO - Dupla camada de membranas betuminosas oxidadas PI - Pintura Impermeabilizante PVC - Membrana de Policloreto de vinilo A-2 NmeroObra Ano de Construo Ano Deteo Anomalia Natureza da HabitaoAcessibilidade Tipo de Sis. Impermeabilizante 1Av. Almirante Reis n105 - Lisboa19742007ColetivaAPBV 2Av. Almirante Reis n124 - Lisboa19852011ColetivaAP2MBO 3Av. Columbano Bordalo Pinheiro n71 - Lisboa19842011ColetivaL2MB