Antagônicos

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O grande cientista Isaac Newton relata em sua terceira lei do movimento que, para cada ação, há uma reação de igual inrensidade e no sentido oposto. Da mesma forma, no corpo humano, cada movimento tem a sua oposição. Por exemplo, a ação de flexionar o cotovelo (primariamente realizado pelo bíceps) é o movimento oposto de estender o cotovelo (primariamente realizado pelo tríceps). No caso da flexão da articulação do cotovelo, como no exercício rosca direta, o bíceps é considerado o MÚSCULO AGONISTA ou MOTOR — ou seja, é ele quem realiza o trabalho. Neste caso, o tríceps é considerado o MÚSCULO ANTAGONISTA para o bíceps pelo fato dele resistir à ação de flexão, trabalhando para realizar exatamente o movimento oposto (extensão da articulação do cotovelo, como o exercício no pulley ou cabo). Todos os músculos no corpo humano possuem seu antagonista. Sendo que, algumas vezes, o próprio músculo pode ser antagonista dele mesmo, como no caso dos músculos abdominais nos movimenros de flexão lateral da coluna. Relembrando a anatomia dos feixes retos dos músculos abdominais, estas fibras possuem uma disposição lateralizada em relação ao eixo do movimento (a coluna vertebral). Sua inserção ocorre na linha Alba — faixa tendínea que se estende do processo xifoide à sínfese púbica — esta sim, alinhada à coluna vertebral. Devido a esta lareralização das fibras do reto abdominal e pelo fato de possuírem inervações distintas, as fibras dispostas ao lado direito da coluna vertebral são agonistas para o movimento de flexáo lateral para este mesmo lado, enquanto que as fibras deste mesmo músculo dispostas do lado esquerdo possuem uma ação antagônica limitando o movimento. Bem, nessa altura você deve estar se perguntando: e o que toda essa informação pode trazer em termos de benefícios ao meu corpo? Muitos culturistas, incluindo Arnold Schwarzenegger no seu apogeu, acreditam que treinar os músculos agonistas e antagonistas juntos é uma ótima maneira de aumentar a força

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Fisiculturismo, Hipertrofia, Musculação, Treino, Academia, Antagônicos

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O grande cientista Isaac Newton relata em sua terceira lei do movimento que, para cada ao, h uma reao de igual inrensidade e no sentido oposto

O grande cientista Isaac Newton relata em sua terceira lei do movimento que, para cada ao, h uma reao de igual inrensidade e no sentido oposto.

Da mesma forma, no corpo humano, cada movimento tem a sua oposio. Por exemplo, a ao de flexionar o cotovelo (primariamente realizado pelo bceps) o movimento oposto de estender o cotovelo (primariamente realizado pelo trceps).

No caso da flexo da articulao do cotovelo, como no exerccio rosca direta, o bceps considerado o MSCULO AGONISTA ou MOTOR ou seja, ele quem realiza o trabalho. Neste caso, o trceps considerado o MSCULO ANTAGONISTA para o bceps pelo fato dele resistir ao de flexo, trabalhando para realizar exatamente o movimento oposto (extenso da articulao do cotovelo, como o exerccio no pulley ou cabo).

Todos os msculos no corpo humano possuem seu antagonista. Sendo que, algumas vezes, o prprio msculo pode ser antagonista dele mesmo, como no caso dos msculos abdominais nos movimenros de flexo lateral da coluna. Relembrando a anatomia dos feixes retos dos msculos abdominais, estas fibras possuem uma disposio lateralizada em relao ao eixo do movimento (a coluna vertebral). Sua insero ocorre na linha Alba faixa tendnea que se estende do processo xifoide snfese pbica esta sim, alinhada coluna vertebral. Devido a esta lareralizao das fibras do reto abdominal e pelo fato de possurem inervaes distintas, as fibras dispostas ao lado direito da coluna vertebral so agonistas para o movimento de flexo lateral para este mesmo lado, enquanto que as fibras deste mesmo msculo dispostas do lado esquerdo possuem uma ao antagnica limitando o movimento.

Bem, nessa altura voc deve estar se perguntando: e o que toda essa informao pode trazer em termos de benefcios ao meu corpo?

Muitos culturistas, incluindo Arnold Schwarzenegger no seu apogeu, acreditam que treinar os msculos agonistas e antagonistas juntos uma tima maneira de aumentar a fora e o volume muscular. Os principais benefcios deste treinamenro so adicionar fora para o segundo exerccio.

Algumas pesquisas mostram que, quando realizado um exerccio para um grupo muscular e, em seguida, outro exerccio para o grupo muscular antagonista, o desenvolvimento de fora maior para o segundo exerccio.

Este fator ocorre devido a um sistema conhecido como propriocepo, que possui, dentre outras caractersticas, capacidade de diminuir os riscos de leses nas estruturas msculo-tendneas.

Neste caso, sua ao ocorre da seguinte maneira: quando gerada uma tenso elevada em um determinado grupo muscular, o sistema nervoso central emite um sinal para que este grupo muscular relaxe evitando que uma tenso excessiva ocasione leses potenciais nestes msculos. Ao mesmo tempo, enquanto os msculos agonistas recebem o estmulo propenso ao relaxamento, os msculos antagonistas recebem um estmulo pata bontrair-se melhorando o mecanismo contra leso (ou seja, o balano entre relaxamento e tenso leva ao equilbrio para evitar riscos de contuses).

Assim, quando realizamos, por exemplo, um exerccio para o trceps antes de executar um exerccio para o bceps, o primeiro torna-se mais propenso a relaxar e diminuir sua ao como msculo antagonista. Desta maneira, com o trceps mais relaxado devido ativao do mecanismo de propriocepo, o bceps conseguir exercer uma fora maior estando pr-ativado com o estmulo de contrao recebido pelo sistema nervoso central.

Atravs deste mecanismo, os msculos tornam-se mais hbeis em ativar suas unidades motoras. Isto contribui com o aumento da sobrecarga das sesses de treinamento, estimulando mais as fibras musculares a se adaptarem para o crescimento.

Outra vantagem deste tipo de treinamento que o tempo gasto na academia muito menor se comparado ao modo tradicional. Afinal, dois grupos musculares so treinados sequencialmente sem intervalos de descanso. Assim, menos tempo na academia resulta em mais tempo de repouso que, aliado a uma alimentao adequada, acelerar seu crescimento. Isso no timo?

SIGA NESTA DIREO

A partir de hoje seu programa rer uma nova diviso de sesses. As segundas e quintas-feiras voc dedicar seu treinamenro para os msculos do peito, costas, ombros e abdominais; teras e sextas-feiras sua dedicao ser para coxas, panrurrilhas, bceps, trceps e antebraos. Na segunda vez em que voc for treinar um grupo muscular, a ordem dos exerccios deve ser invertida. Por exemplo, na tera, se voc realizou o exerccio de bceps antes do exerccio de trceps, na quinta voc realizar o exerccio de trceps antes do exerccio de bceps.

Se possvel, procure definir exerccios que possuam ngulos de movimenros parecidos, ao invs de escolher, por exemplo, qualquer exerccio de bceps e em seguida realizar qualquer exerccio de trceps. Para ajudar, recomendamos seguir nosso programa de treino para msculos agonistas e antagonistas.

ATENO

Siga este plano de treinamento por 4 a 6 semanas e, ento, volte a sua rotina de treinamento.

E ateno. No repita o programa agnico-antagnico por pelo menos 8 semanas.