antecedentes

6
Antecedentes Em 1928 como todos sabem Salazar foi nomeado ministro das finanças, conseguiu melhorar as situações económicas, por isso não é de estranhar que tenha sido nomeado presidente do conselho de ministros. Em 1932 foi aprovado um único partido político autorizado no país, a União Nacional / Acção Popular. Nessa altura não havia liberdade, existia censura na actividade política. Associativa e sindical eram quase nulas e controladas pela polícia política. Havia presos políticos (construíram-se prisões), a Constituição não garantia os direitos dos cidadãos, Portugal mantinha uma guerra colonial e por isso encontrava-se isolado da comunidade internacional. A informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a imprensa, o cinema, o teatro, as artes plásticas, a música e a escrita. Não havia liberdade!! A actividade política estava condicionada, não existiam eleições livres. A oposição ao regime da UNIÃO NACIONAL, era perseguida pela polícia política (PIDE / DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio. Os oposicionistas, sob acusação de pensarem e agirem contra a ideologia e práticas do Estado Novo, eram presos em Colónias Penais (TARRAFAL - em Cabo Verde, entre outros) . Não havia Democracia !! A Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho e à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação. As manifestações eram proibidas por lei. Portugal estava envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique, o que gerou protestos de milhares de jovens e se transformou num dos temas dominantes da oposição ao regime, com especial realce para os estudantes universitários. Não havia Paz ! Acontecimentos da Revolução No dia 25 de Abril de 1974, pelas 00 horas e 20 minutos, a transmissão da canção "Grândola Vila Morena" de José Afonso, no programa "Limite" da Rádio Renascença, é a senha escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), como sinal confirmativo de que as operações militares se encontram em marcha e eram irreversíveis. Na véspera, dia 24 de Abril, a canção "E Depois do Adeus", interpretada por Paulo de Carvalho, transmitida aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, pelas 22h 55m, marcava o início das operações militares contra o regime. No dia 25 de Abril de 1974, pelas 00 horas e 30 minutos são ocupadas as instalações da Rádio Televisão Portuguesa, da Emissora Nacional, da Rádio Clube Portuguesa, do Aeroporto de Lisboa, do Quartel General, do Estado Maior do Exército, do Ministério do Exército, do Banco de Portugal e da Marconi, locais estratégicos considerados fundamentais. Pelas 4 horas e 20 minutos, é difundido pelo Rádio Clube Português, o primeiro comunicado ao país do Movimento das Forças Armadas (MFA).

description

jhklhl

Transcript of antecedentes

Page 1: antecedentes

AntecedentesEm 1928 como todos sabem Salazar foi nomeado ministro das finanças, conseguiu melhorar as situações económicas, por isso não é de estranhar que tenha sido nomeado presidente do conselho de ministros.Em 1932 foi aprovado um único partido político autorizado no país, a União Nacional / Acção Popular.  Nessa altura não havia liberdade, existia censura na actividade política. Associativa e sindical eram quase nulas e controladas pela polícia política. Havia presos políticos (construíram-se prisões), a Constituição não garantia os direitos dos cidadãos, Portugal mantinha uma guerra colonial e por isso encontrava-se isolado da comunidade internacional.A informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a imprensa, o cinema, o teatro, as artes plásticas, a música e a escrita. Não havia liberdade!!A actividade política estava condicionada, não existiam eleições livres. A oposição ao regime da UNIÃO NACIONAL, era perseguida  pela polícia política (PIDE / DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio.Os oposicionistas, sob acusação de pensarem e agirem contra a ideologia e práticas do Estado Novo, eram presos em Colónias Penais (TARRAFAL - em Cabo Verde, entre outros) . Não havia Democracia!!A Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho e à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação. As manifestações eram proibidas por lei.Portugal estava envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique, o que gerou protestos de milhares de jovens e se transformou num dos temas dominantes da oposição ao regime, com especial realce para os estudantes universitários. Não havia Paz!

Acontecimentos da Revolução 

No dia 25 de Abril de 1974, pelas 00 horas e 20 minutos, a transmissão da canção "Grândola Vila Morena" de José Afonso, no programa "Limite" da Rádio Renascença, é a senha escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), como sinal confirmativo de que as operações militares se encontram em marcha e eram irreversíveis.Na véspera, dia 24 de Abril, a canção "E Depois do Adeus", interpretada por Paulo de Carvalho, transmitida aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, pelas 22h 55m, marcava o início das operações militares contra o regime.No dia 25 de Abril de 1974, pelas 00 horas e 30 minutos são ocupadas as instalações da Rádio Televisão Portuguesa, da Emissora Nacional, da Rádio Clube Portuguesa, do Aeroporto de Lisboa, do Quartel General, do Estado Maior do Exército, do Ministério do Exército, do Banco de Portugal e da Marconi, locais estratégicos considerados fundamentais.Pelas 4 horas e 20 minutos, é difundido pelo Rádio Clube Português, o primeiro comunicado ao país do Movimento das Forças Armadas (MFA).Duas horas depois, Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, estacionam no Terreiro do Paço.Às 13 horas e 30 minutos, as forças paramilitares leais ao regime, começam a render-se. A Legião Portuguesa é a primeira.Pelas 14 horas, inicia-se o cerco ao Quartel do Carmo. Dentro do Quartel estão refugiados Marcelo Caetano, Presidente do Conselho e dois Ministros do seu gabinete.No exterior, no Largo do Carmo e nas ruas vizinhas, juntam-se milhares de pessoas.Às 16 horas e 30 minutos, terminado o prazo inicial para a rendição, anunciado por megafone pelo Capitão Salgueiro Maia, oficial que comandava o cerco e após algumas diligências feitas por mediadores civis, Marcelo Caetano faz saber que está

Page 2: antecedentes

disposto a render-se e pede-se a comparência no Quartel de um oficial do MFA de patente não inferior ao coronel.Uma hora depois, o General Spínola, mandatado pelo MFA, entra no Quartel do Carmo para negociar a rendição do Governo.O Quartel do Carmo iça a bandeira branca.Marcelo Caetano rende-se às 19 horas e 30 minutos.A chaimite BULA, entra no quartel para retirar o Presidente do Conselho e os Ministros que o acompanham, conduzindo-os à guarda do MFA ao Posto de Comando do Movimento, no Quartel da Pontinha.Meia hora depois, alguns elementos da PIDE/DGS disparam sobre manifestantes que começavam a afluir à sua sede, na Rua António Maria Cardoso, fazendo 4 mortos e 45 feridos.No dia 26 de Abril, à 1 hora e 30 minutos, a Junta de Salvação Nacional apresenta-se ao país perante as câmaras da RTP.Pelas 7 horas da manhã, por ordem do Movimento das Forças Armadas, cujo Posto de Comando se encontra instalado no regimento de Engenharia 1, na Pontinha, o Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, o Presidente da República, Américo Tomás e outros elementos ligados ao antigo regime, são enviados para a Madeira.Às 9 horas e 30 minutos, a PIDE/DGS rende-se, após conversa telefónica entre o General Spínola e Silva Pais, director daquela polícia política.No dia seguinte, 27 de Abril, são libertados os presos políticos das cadeias de Caxias e Peniche.É apresentado ao País o Programa do Movimento das Forças Armadas.No dia 29 de Abril, regressa a Portugal, à estação de Stª. Apolónia, o líder do Partido Socialista (PS), Dr. Mário Soares.No dia seguinte, regressa a Portugal, ao Aeroporto de Lisboa, o líder do Partido Comunista (PCP), Dr. Álvaro Cunhal.A manifestação do primeiro de Maio, dia do Trabalhador, reúne em Lisboa cerca de 500.000 pessoas. Outras grandes manifestações decorreram nas principais cidades do país. No dia 16 de Maio dá-se a tomada de posse do 1º Governo Provisório presidido pelo Dr. Adelino da Palma Carlos. Deste governo fazem parte, entre outras figuras, o Dr. Mário Soares, o Dr. Álvaro Cunhal e o Dr. Francisco Sá Carneiro, líder do Partido Popular Democrático (PPD).As primeiras eleições livres, realizaram-se a 25 de Abril de 1975. Num acto eleitoral com uma taxa de participação de 91.7%, os portugueses elegeram a Assembleia Constituinte, incumbida de elaborarem e aprovar a Constituição da República.A 2 de Abril de 1976, a Assembleia Constituinte aprovou a Constituição da República.

O Pós 25 de Abril Muita coisa se alterou com o 25 de Abril de 1974.Mas, a mudança não se efectuou num dia. Foi preciso algum tempo, empenho, coragem e sacrifícios de muitas pessoas para construir um país diferente onde pudesse existir Liberdade, Solidariedade e Democracia.Para chegarmos aos dias de hoje, foi necessário aprendermos a viver em Democracia e a saber o significado de Tolerância. Passo a passo, dia a dia, como acontece connosco, Portugal foi mudando.

Page 3: antecedentes

Ao longo deste caminho, construíram-se partidos e associações, foi garantido o direito de expressão e realizaram-se eleições livres, para que depois vivêssemos em Democracia.Terminou a guerra colonial, e as antigas colónias portuguesas tornaram-se independentes deu-se a Descolonização.Hoje, podemos falar livremente, dizer aquilo que concordamos e o que não apoiamos, integrar associações, viver num novo Espaço Europeu e ter acesso directo ao Mundo sem receio de censura ou perseguições.No seu conjunto, a sociedade portuguesa revelou uma grande flexibilidade e uma capacidade de adaptação que surpreendeu os que viam sobretudo a rigidez das estruturas e dos comportamentos. Esta espécie de plasticidade foi, por exemplo, demonstrada com o acolhimento, rápido e pacífico de umas poucas centenas de milhares de Africanos, Latino-americanos e Asiáticos que estabeleceram residência em Portugal ou adoptaram a nacionalidade. De igual modo, o derrube pela força mas sem violência, do regime autoritário, assim como a ultrapassagem democrática das tentativas anti-revolucionárias, igualmente feitas sem violência, foram sinais da maleabilidade da sociedade. Em contraste com o que se passava na era colonial, há alguns traços multiculturais, facilmente visíveis nas grandes áreas metropolitanas.Há vinte anos não havia passe social, nem salário mínimo nacional, nem contratos de trabalho com pagamento de 14 meses de salários, ou seja, o reconhecimento ao direito de subsídio de férias e de Natal. Os cônjuges casados segundo ritos da Igreja Católica não podiam requerer o divórcio aos tribunais civis. O casamento e o divórcio passaram a ser livres, dependendo apenas da responsabilidade individual.São conquistas do 25 de Abril de tal modo inseridas no quotidiano que mal se dá por elas.Após o 25 de Abril de 1974, houve transformações no papel da mulher na organização da família. Vencida a batalha da igualdade e conquistada a liberdade através do trabalho no exterior, a mulher reinventa o seu papel e impõe novas representações sociais. A mulher "moderna" apesar de rodeada de computadores, livros, papéis, telefones, telemóveis e reuniões, continua a ser uma mãe cuidadosa e atenta. Assumindo o poder político, a mulher ganha os instrumentos para fazer com que a condição de mãe deixe de ser uma limitação, uma especificidade feminina ao serviço dos homens e dos filhos.As mulheres foram reconhecidas como cidadãs de plenos direitos: têm acesso a todas as profissões, podem votar, ter contas bancárias, possuir passaporte e sair do país sem autorização escrita dos maridos, o que antes da revolução de 1974 era impensável.Já não é necessário uma licença de isqueiro, nem uma carta de conduzir bicicletas. A coca-cola interdita durante anos, bebe-se como se sempre tivesse feito parte dos nossos hábitos.Em pouco mais de uma década, Portugal e os portugueses tiveram de se habituar a viver em democracia para, a seguir, serem confrontados com uma aprendizagem acelerada de convivência e participação num espaço transaccional. De facto, a partir de 1986, a adesão às Comunidades Europeias implicou a alteração radical das regras de funcionamento.Do ponto de vista económico, esta adesão viabilizou parcialmente um processo de ajustamento modernizante de valores, estruturas, atitudes e comportamentos. Proporcionou também, após uma fase de instabilidade, a entrada num período de crescimento superior à média Europeia, por um elevado dinamismo revelado pelo investimento, uma aceleração da

Page 4: antecedentes

abertura global da economia. Orientou a economia e a sociedade para um continente do qual, mau grado lhe pertencer geograficamente, o país esteve relativamente afastado durante décadas. Esta mesma integração, ao abolir fronteiras comerciais, criou uma inédita vida de competição internacional, num país onde o proteccionismo e o ‘condicionamento’ foram quase sempre a regra.O facto da mudança social ter sido, como se disse, muito rápida, não deixou de criar problemas de alguma amplitude. Nas actividades económicas, por exemplo, a rapidez das transformações fez com que saíssem da agricultura centenas de milhar de activos e suas famílias, sem que tenha havido tempo, meios ou circunstâncias de reciclagem produtiva. Também nas indústrias se vivia uma necessidade histórica de modernização tecnológica, isto é, de mecanização e diminuição da força de trabalho.Por outro lado, a idade e as aptidões da população rural, não permitiam considerar a reconversão produtiva, nem a hipótese de emigração. De tal modo que, os novos condicionalismos de uma economia cada vez mais aberta, provocaram uma verdadeira destruição de economias locais, de subsistências rurais, de actividades semi- artesanais, de empresas familiares e de circuitos de troca e comércio rudimentares mas socialmente efectivos. Resultaram daí, sobretudo, duas consequências:

O alargamento muito significativo da massa de dependentes da Segurança Social.

  O crescimento considerável da população dos subúrbios das áreas

metropolitanas, em condições muito precárias.

 

ConclusãoHoje em dia é difícil imaginar como era Portugal antes do 25 de Abril de 1974.Mas, se pensarmos que por exemplo,  tínhamos salas e recreios separados para rapazes e raparigas, que muitos livros e discos eram proibidos, que existiam nas Rádios, listas de músicas que não se podiam passar, que durante algumas partes do filme de cenas eram cortadas, não havia acesso a muitas das coisas que hoje fazem parte do nosso dia-a-dia.O 25 de Abril é uma data histórica para todos nós , pois o salazarismo foi abolido e o povo Português sofreu uma grande mudança, alcançou a Liberdade, a Democracia e a Paz como foi desejado.Ainda hoje, todos os anos, celebra-se o feriado da liberdade do povo português. Nesse dia tão glorioso para Portugal, as pessoas, que viveram nessa época, recordam os amargos dias da sua vida antes do 25 de Abril de 1974 e festejam a Liberdade, a Democracia e a Paz.A Revolução de 1974 e os trinta anos que se seguiram trouxeram inúmeras novas realidades, rompendo definitivamente com o passado. Em três décadas, Portugal passou a ser uma sociedade plural, onde está agora incluindo na União Europeia.

Page 5: antecedentes

Após o 25 de Abril de 1974, foram inúmeras as mudanças que alteraram por completo a sociedade em que se vivia, atingindo todos os portugueses, como a possibilidade de falar livremente sem censura .