Antigo Testamento FOCO e Desenvolvimento No Antigo Testamento

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Antigo Testamento FOCO e Desenvolvimento no Antigo Testamento Carlos Osvaldo Cardoso Pinto www.hagnos.com.br © 2006 por Carlos Osvaldo Cardoso Pinto Revisão João Guimarães Regina Aranha 1ª edição – julho - 2006 Gerente editorial Juan Carlos Martinez Todos os direitos desta edição reservados para: Editora Hagnos Av. Jacinto Julio, 27 04815-160 - São Paulo, SP (11) 5668-5668 [email protected] www.hagnos.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso Foco e desenvolvimento no Novo Testamento / Carlos Osvaldo Cardoso Pinto. – São Paulo : Hagnos, 2008. ISBN 85-89320-83-9 Bibliografia. 1. Bíblia. A. T. - Crítica e interpretação

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o A T e seu foco e desenvolvimento

Transcript of Antigo Testamento FOCO e Desenvolvimento No Antigo Testamento

Antigo Testamento FOCO e Desenvolvimento no Antigo Testamento

Carlos Osvaldo Cardoso Pinto

www.hagnos.com.br

2006 por Carlos Osvaldo Cardoso Pinto

Reviso

Joo Guimares

Regina Aranha

1 edio julho - 2006

Gerente editorial

Juan Carlos Martinez

Todos os direitos desta edio reservados para:

Editora Hagnos

Av. Jacinto Julio, 27

04815-160 - So Paulo, SP

(11) 5668-5668

[email protected]

www.hagnos.com.br

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso

Foco e desenvolvimento no Novo Testamento / Carlos Osvaldo Cardoso Pinto. So Paulo : Hagnos, 2008.

ISBN 85-89320-83-9

Bibliografia.

1. Bblia. A. T. - Crtica e interpretao

2. Bblia. A. T. - Teologia

3. Bblia. A. T. Pentateuco - Teologia I. Ttulo

05-7034 CDD-221.6

ndices para catlogo sistemtico:

1. Antigo Testamento : Teologia 221.6

agradecimentos

Como muitos estudantes de teologia, minha percepo dos livros do Antigo Testamento durante os anos iniciais de estudo, era fragmentria e fragmentada.

A ateno era voltada para passagens especficas (geralmente extradas a frceps de seus contextos maiores) e raramente se estendia a mais do que um breve tema genrico quando se tratava do assunto dos livros sagrados. Os estudos para o mestrado em teologia no Seminrio Teolgico de Dallas me despertaram para a percepo do conceito de gnero intrnseco de peas literrias. Diretamente responsvel por isso foi o Dr. Elliott E. Johnson, que me apresentou aos livros de Edward D. Hirsch - fundamentais para solidificar a crena na unidade e no propsito literrio-teolgico de cada livro das Escrituras. Muito obrigado, Dr. Johnson, pelo investimento e pela pacincia com que suportou meus apartes e questionamentos.

Os estudos para o doutorado, tambm em Dallas, me apresentaram a duas lendas vivas da exposio bblica, J. Dwight Pentecost e Stanley D. Toussaint. Esses queridos mestres trabalharam e moldaram minhas tentativas ainda inseguras de macro-exposio de livros inteiros (tanto no Antigo quanto no Novo Testamento). Devo a eles o impulso de concentrar nessa rea a minha ateno durante os estudos no doutorado. Muito obrigado, mestres, pelo desafio que suas vidas representam.

Na preparao de minha dissertao de doutorado, o Professor Donald R. Glenn me desafiou a investigar mais a fundo a questo da estrutura literria dos livros do Antigo Testamento, particularmente Isaas. Por indicao dele encontrei nos artigos e no livro de David A. Dorsey - The Literary Structure of the Old Testament 1 - o mpeto para investigar e valorizar a estrutura como parte da mensagem de cada livro do Antigo Testamento. Obrigado, Prof. Glenn por me questionar constantemente e me aperfeioar em raciocnio e concluso.

Por fim, minha querida famlia merece minha constante gratido. Pais que me permitiram o estudo, esposa que encorajou nas horas de desnimo com a lentido do processo autoral, e filhas que alegraram o ambiente (e me massagearam os ombros enquanto enfrentava o computador), vocs todos so bnos de Deus em minha vida.

Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Ph.D.

Natal 2005

prefcio

O autor deste volume oferece ao estudante srio das Escrituras uma riqueza de material com o qual aprofundar seu estudo, de modo a compreender o que cada autor bblico queria comunicar a seus leitores.

Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento oferece a seus leitores material de apoio de tal ordem que o livro estudado pode ser bem entendido em seu contexto histrico e literrio. A seguir, desenvolve o pensamento do autor em vista a mensagem que ele desejou comunicar a seus leitores. Oferece a seguir um esboo sinttico de cada livro; esse esboo de tal modo detalhado que o leitor pode, com facilidade, seguir a linha de raciocnio do autor bblico.

Fruto de anos de estudo e ensino do Antigo Testamento, Foco e Desenvolvimento, traz as marcas de investigao cuidadosa e de uma compreenso acurada tanto da forma quanto da mensagem e da teologia da revelao inicial de Deus.

Este volume oferecer os alicerces de um estudo constante do texto do Antigo Testamento. Conquanto no seja um comentrio das Escrituras, conduz o leitor a um conhecimento mais integral da Palavra de Deus, e complementa os comentrios j existentes. Eu recomendo Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento como uma ferramenta valiosa para o estudo da Bblia Sagrada.

J. Dwight Pentecost

Professor Catedrtico Emrito de Exposio Bblica

Seminrio Teolgico de Dallas

introduo

Esta obra fruto de muitas influncias e de uma viso de vida - equipar expositores. Ela rene caractersticas de obras de introduo, de histria bblica, e de comentrios. Sua nfase no resumir em um esboo temtico cada livro do Antigo Testamento, e sim oferecer uma percepo de como cada mensagem foi estruturada e desenvolvida.

nesse sentido que a palavra Argumento foi usada nesta obra. Alm disso,inclu nos argumentos de alguns livros, uma breve exposio de como Deus ali apresentado.

O leitor logo descobrir que alguns livros foram objeto de ateno especial, recebendo tratamento teolgico mais completo. Isso reflete nfases particulares em meu ministrio de ensino no Seminrio Bblico Palavra da Vida. Dediquei mais espao ao livro de Salmos, para o qual ainda espero publicar um complemento, por assim dizer, com os esboos sintticos de cada um dos poemas hebraicos.

O objetivo de Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento no o plpito (i.e., no um livro de esboos de sermo), mas o escritrio, particularmente aquelas longas horas em que buscamos, como expositores, tornar nossas a histria em que cada livro se insere e a mensagem que ele comunica.

Assim, Foco e Desenvolvimento dedicado aos homens e mulheres que, em contextos de igreja, lar ou escola, buscam expor a Palavra de Deus com integridade e esmero, para a salvao de vidas e a edificao da Igreja.

Abreviaturas

AB Anchor Bible

ARA Verso Revista e Atualizada de Almeida, Sociedade Bblica do Brasil

BASOR Bulletin of the American Society of Oriental Research

BDB F. Brown, S. R. Driver, and C. A. Briggs, Hebrew and English Lexicon of the Old Testament

BHS Biblia Hebraica Stuttgartensia

BKCOT Bible Knowledge CommentaryOld Testament

BSac Bblia Sacra

DITAT Dicionrio Internacional de Teologia do Antigo Testamento

EBC Frank E. Gaebelein (ed. geral) Expositors Bible Commentary

GKC Gesenius Hebrew Grammar, ed. E. Kautzsch, tr. A. E. Cowley

GTJ Grace Theological Journal

HALOT Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament

JBL Journal of Biblical Literature

JETS Journal of the Evangelical Theological Society

JSOT Journal for the Study of the Old Testament

JSOTSup Journal for the Study of the Old TestamentSupplement Series

KJV Verso Autorizada Inglesa de 1611.

LXX Septuaginta, verso grega do Antigo Testamento

NCB New Century Bible

NICOT New International Commentary on the Old Testament

NIDOTTE Wilhelm van Gemeren (ed. geral) New International Dictionary of Old Testament Theology and Exegesis

NVI Nova Verso Internacional

OTL Old Testament Library

SCB Srie Cultura Bblica

TDOT G. J. Botterweck and H. Ringgren (eds.), Theological Dictionary of the Old Testament

TM Texto Massortico

VT Vetus Testamentum

WBC Word Biblical Commentary

WTJ Westminster Theological Journal

ndice

agradecimentos

prefcio

introduo

abreviaturas

Uma abordagem teolgica do pentateuco

O argumento de Gnesis

Esboo sinttico

O argumento de xodo

Esboo sinttico

O argumento de Levtico

Esboo sinttico

O argumento de Nmeros

Esboo sinttico

O argumento de Deuteronmio

Esboo sinttico

O argumento de Josu

Esboo sinttico

O argumento de Juzes

Esboo sinttico

O argumento de Rute

Esboo sinttico

O argumento de 1 Samuel

Esboo sinttico

O argumento de 2 Samuel

Esboo sinttico

O argumento de Reis

Esboo sinttico

O argumento de Crnicas

Esboo sinttico

O argumento de Esdras

Esboo sinttico

O argumento de Neemias

Esboo sinttico

O argumento de Ester

Esboo sinttico

O argumento de J

Esboo sinttico

O argumento de Salmos

Lamento do indivduo (LI)

Lamento da nao (LN)

Louvor declarativo do indivduo (LDI)

Louvor declarativo da nao

Salmos de louvor descritivo

Salmos didticos

O argumento de Provrbios

Esboo sinttico

O argumento de Eclesiastes

Esboo sinttico

O argumento de Cntico dos cnticos

Esboo sinttico

O argumento de Isaas

Esboo sinttico

O argumento de Jeremias

Esboo sinttico

O argumento de Lamentaes

Esboo sinttico

O argumento de Ezequiel

Esboo sinttico

O argumento de Daniel

Esboo sinttico

O argumento de Osias

Esboo sinttico

O argumento de Joel

Esboo sinttico

O argumento de Ams

Esboo sinttico

O argumento de Obadias

Esboo sinttico

O argumento de Jonas

Esboo sinttico

O argumento de Miquias

Esboo sinttico

O argumento de Naum

Esboo sinttico

O argumento de Habacuque

Esboo sinttico

O argumento de Sofonias

Esboo sinttico

O argumento de Ageu

Esboo sinttico

O argumento de Zacarias

Esboo sinttico

O argumento de Malaquias

Esboo sinttico

Bibliografia

1 Este livro permeia toda a investigao de Foco e Desenvolvimento, de tal modo que mais prtico registrar aqui minha dvida para com Dorsey, do que citar, a cada livro, a sua influncia sobre esta obra. Apesar de discordncias ocasionais, recomendo fortemente The Literary Structure of the Old Testament a todo estudante das Escrituras.

Pinto, C. O. C. (2006; 2010). Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento (IV). Editora Hagnos; So Paulo.

Uma abordagem teolgica do

PENTATEUCO

Importncia do assunto

O Pentateuco aparece em primeiro lugar em todos os arranjos do cnon do Antigo Testamento. Isto confirma a premissa de que esses cinco livros so fundamentais para o estudo e a compreenso de todos os demais. A teologia presente nas narrativas, prescries e discursos desses cinco documentos oferece padres ou modelos (no moldes) pelos quais as estruturas teolgicas dos demais livros devem ser observadas e formuladas.

Necessidades deste estudo

necessrio ao estudante de teologia do Antigo Testamento possuir um conhecimento mnimo do contexto histrico e da forma literria dos documentos que o compem. Idias pr-concebidas sobre o Pentateuco e divulgadas tanto na esfera popular quanto na acadmica tornam ainda mais imperioso tal conhecimento.

Contexto histrico

A Bblia afirma direta e indiretamente que seus cinco primeiros livros foram escritos por Moiss (cf. x 17.14; Nm 33.1, 2; Dt 31.9; 2 Rs 21.8; Mt 19.7). Israel estivera escravizado no Egito por mais de 400 anos e fora submetido a uma massacrante lavagem cerebral politesta. Nada, a no ser a revelao divina, seria capaz de quebrar a crosta de paganismo que envolvia no apenas a histria do povo israelita, mas a prpria cosmogonia e uma filosofia da histria.

Os livros receberam sua forma mosaica final nas campinas de Moabe, por volta do ano 1445 a.C., pouco antes de Israel entrar na terra de Cana e assumir sua plena condio como nao independente.

Sem dvida, Moiss foi mais que um autor. Ele foi o sintetizador de tradies orais (e quem sabe escritas) que remontavam ao tempo dos patriarcas. Seus cinco livros deram a Israel a perspectiva divina sobre o surgimento do universo e da nao israelita, bem como sobre o papel que ela desempenharia no plano de Deus. Tais noes eram fundamentais na hora crtica em que Israel se defrontaria com a mais idlatra e imoral das antigas culturas do Oriente Mdio.

Forma literria

Apesar de constituir uma unidade em seu propsito fundamental de instruir o povo israelita quanto a suas origens e razo de ser (conferir o nome hebraico dado coleo, Lei , tr, os cinco livros de Moiss so muito mais do que simples lei. A parte estritamente legal do Pentateuco limita-se a pores de xodo 2040, Levtico e pores de Nmeros. Deuteronmio, embora contendo material legislativo, formalmente identificado com os tratados de suserania do segundo milnio a.C., que continham (como acontece com Deuteronmio) uma seo de preceitos pactuais.1 O restante narrativa didtico-teolgica. O fim desse material didtico-teolgico fornecer a Israel uma viso do mundo e uma filosofia de histria.

Pressuposies deste estudo

A respeito de Deus

necessrio pressupor a existncia de Deus como ser eterno, independente e coerente em Seu carter e propsito. Deus se comunicou de forma inteligvel, coerente e compatvel com a condio humana (isto cultural e historicamente localizado, apesar de supra-histrica em sua validade).

A respeito da revelao

A revelao tem como propsito dar a conhecer Deus e Seu propsito. Esta revelao proposicional, pois necessrio criatura mais do que perceber o evento (ou o ciclo de eventos), mas entender seu verdadeiro significado; necessrio criatura saber mais do que o nome de seu Criador, mas tambm entender Seus propsitos. Por essa razo, o Pentateuco contm narrativa (evento) e interpretao (lei ou discurso).

A respeito de um centro

H dcadas os telogos bblicos contendem com a idia de um centro teolgico que abranja toda a teologia do Antigo Testamento (os mais famosos so aliana e promessa).2 Sem pretender lanar uma nova idia que suplante todas as demais, esta obra entende que mais sensato seguir o exemplo de Georg Fohrer e propor no um nico centro (como num crculo), mas dois focos (como numa elipse) que sirvam como lentes para o estudo da teologia vtero-testamentria. Fohrer props os conceitos de domnio de Deus e comunho com Deus como seus focos.

Os focos que proponho nesta obra so semelhantes, e enfatizam uma preocupao com o conceito do reino mediatrio de Deus na histria. Assim, conforme o grfico abaixo, os focos so a restaurao da soberania mediada de Deus e o bem estar da criatura debaixo da autoridade de Deus para a Sua glria.

Estes conceitos so amplos o suficiente para englobar as idias de promessa e aliana, bem como outras de carter especfico (e.g., Yahweh, o Deus guerreiro, proposto por Tremper Longman) e outras mais gerais (a idia tradicional do dispensacionalismo, a glria de Deus, e a do calvinismo, salvao).

Antigo Testamento

Recuperao da soberania mediada

Bem estar da criatura sob a autoridade e para glria de Deus

Esta idia reflete a prioridade lgica e cronolgica do relato da criao em Gnesis 1 e 2,3 bem como o conceito importantssimo da autoridade mediada que permeia todo o Antigo Testamento. Sob este guarda-chuva teolgico se enquadram quatro linhas de ao (um modus operandi divino) que sero examinadas particularmente nos livros histricos do Antigo Testamento.

1. A Permisso do Mal

2. O Juzo contra o Mal

3. Libertao do Juzo para/por os Eleitos

4. Bno dos Eleitos

O argumento de

GNESIS

Questes introdutrias

Ttulo

O ttulo portugus do livro derivado do ttulo adotado pela verso grega do Antigo Testamento, a chamada Septuaginta (genesis), palavra encontrada em Gnesis 2.3, (biblos ts geneses, livro da gerao). Os israelitas, por sua vez, usam como ttulo a primeira palavra do livro, (bers, no princpio).

Gnesis, a despeito de no ser um ttulo abrangente para a totalidade do contedo do livro, serve razoavelmente bem ao propsito do livro, pois este pretende ser um livro de origens. Primeiramente, apresenta a origem do mundo; depois, a origem da raa humana e de seu conflito com o mal; por ltimo, embora muito importante, a origem da linhagem eleita de Abrao, por meio da qual todas as naes do mundo seriam finalmente abenoadas.

Data e autoria

A autoria mosaica de Gnesis (na verdade, de todo o Pentateuco) foi indisputvel at a segunda metade do sculo 18, quando Jean Astruc detectou o que considerou ser duas fontes literrias distintas, rotuladas de J (que representava o Jahvista) e E (que indicava o Elohista) devido incidncia de diferentes palavras hebraicas para referir-se a Deus.

Uma estratificao crescente produziu um grande nmero de teorias com respeito origem do Pentateuco, com o acrscimo de outras duas fontes claramente definidas nos 100 anos que se seguiram proposta de Astruc. Essas outras duas fontes receberem os rtulos de D (que representava o Deuteronomista) e P (que indicava a fonte Sacerdotal [do alemo priesterlich]).

A ordem particular em que esta hiptese das fontes ou Hiptese Documentria estabeleceria seu domnio sobre a moderna erudio foi iniciada por K. H. Graf em 1866 (Ph, E, J, D, Pl), depois modificada de modo a dar a P sua forma unitria e a J sua prioridade cronolgica por A. Kuenen (1869), e depois popularizada por Julius Wellhausen, em 1876, em uma obra que combinava a teoria documentria com uma viso evolucionista da religio de Israel.

Refutaes da hiptese documentria vieram no apenas de eruditos conservadores, mas tambm de estudiosos de persuaso liberal. Um dos mais influentes foi o trabalho de Hermann Gunkel, na rea da crtica da forma, no qual deu-se mais nfase ao desenvolvimento de cada unidade oral at a chegada a sua presente forma escrita, bem como a formas literrias paralelas na literatura do Oriente Mdio antigo. A combinao dessas nfases fez diminuir a distino entre os supostos documentos J, E, D e P.

Argumentos conservadores contra a hiptese documentria incluem:

(1) seu raciocnio circular em presumir a impossibilidade de revelao sobrenatural e usar a prpria pressuposio para negar as evidncias de tal revelao;

(2) a evaso de textos que contrariam a hiptese proposta, usando o artifcio de atribuir a redatores posteriores ou a interpolaes aquelas passagens que conflitam com a teoria;

(3) sua rejeio deliberada do Antigo Testamento como evidncia arqueolgica, mesmo quando a arqueologia de maneira constante confirma afirmaes bblicas outrora contestadas (a existncia de Belsazar, dos heteus [hititas], dos horeus [hurrianos]);

(4) sua negao de que um autor israelita qualquer pudesse usar vrios nomes para referir-se a Deus, quando em todo o Oriente Mdio antigo divindades sumrias, egpcias e cananitas eram designadas por dois ou mais nomes diferentes sem qualquer sugesto de multiplicidade de autores em tais textos;

(5) uma recusa obstinada em aceitar a possibilidade de que um homem educado na corte mais sofisticada de sua poca pudesse ler e escrever, quando escravos semitas trabalhando nas minas egpcias de turquesa, no Sinai, gravavam seus registros nas paredes de seu local de trabalho; e

(6) particularmente em Gnesis, as muitas referncias a costumes arcaicos que seriam conhecimento natural para um autor no segundo milnio a.C., mas os quais um autor no primeiro milnio a.C. dificilmente poderia conhecer, mesmo se privilegiado por uma notvel tradio oral durante um perodo de mais de mil anos (e.g. gerao de filhos por meio de uma serva, a validade de testamentos orais pronunciados no leito de morte, o direito de herana para o filho que tivesse a posse dos dolos domsticos).

Tais fatores, com arcasmos significativos de vocabulrio e indicaes de conhecimento pessoal da geografia, da cultura e do vocabulrio do Egito,4 apontam para a autoria mosaica do Pentateuco, e de Gnesis em particular. Significativamente, os autores do Novo Testamento e o Senhor Jesus Cristo afirmam unanimemente Moiss como o autor do Pentateuco (cf. Mt 19.4-8; Mc 12.26; Jo 7.19; At 3.22; Rm 10.5). Negar essa autoria equivale a atribuir erro a Jesus e a Seus apstolos.

Assim, a autoria de Gnesis atribuda a Moiss, mais provavelmente durante a jornada do Egito para Cana, com o uso de fontes que tivesse disposio, quer orais quer escritas, debaixo do ministrio orientador do Esprito de Deus

Caractersticas literrias

Forma

Moiss certamente endossaria a idia de que o meio a mensagem, pois Gnesis comunica tanto por meio de sua forma quanto por meio de seu contedo.

No que diz respeito forma, esse livro de origens contm os relatos do trato de Deus com dez grupos ou entidades diferentes. Esses relatos so marcados pelo uso da palavra hebraica [tlet] (cf. 2.4; 5.1; 6.9; 10.1;11.10; 11.27; 25.12; 36.1, 9; 37.2). Cada uma dessas sees relata o que aconteceu (s) pessoa(s) mencionada(s), ou a seus descendentes (e.g., o dos cus e da terra [2.4] descreve o que finalmente aconteceu ao universo recm-criado; o de Tera [11.27] trata particularmente de seu filho Abrao).

Os primeiros cinco formam o que comumente chamado de histria primeva, que se estende da criao do universo chamada de Abrao (2.411.26), quando Yahweh definiu mais claramente o foco de Sua obra redentora (e restauradora de Sua soberania), ao trazer luz o povo de Sua aliana.

Os outros cinco tratam da histria patriarcal, o desenvolvimento histrico da aliana inicial entre Yahweh e Abrao por intermdio das linhagens escolhidas de Isaque e Jac (11.2750.26).

Moiss, em ambas as divises, usou o artifcio literrio de alistar primeiro a linhagem ou genealogia do indivduo ou grupo que fora, por uma razo ou outra, deixado de lado no processo revelatrio, restaurador e redentor de Yahweh. Assim, a genealogia de Caim (4.17-24) precede a de Sete (4.25, 26); as linhagens de Jaf e Co (10.1-8) aparecem antes da de Sem (10.21, 22); a genealogia de Ismael (25.12-15) antecede a de Isaque (25.19), e a de Esa (36.1-10) precede a de Jac (37.2). Este arranjo deliberado e harmonioso uma evidncia notvel de unidade de composio.

Estilo

O livro de Gnesis , primariamente, narrativa em prosa, com passagens poticas ocasionais, das quais a bno de Jac (49.2-27) a mais elaborada. A prosa exibe ritmo e paralelismo (como no relato da criao, no captulo 1), quiasma (como na narrativa da Queda, em que o pecado, o questionamento e o juzo seguem-se em ordem inversa; ou na estrutura espelhada do relato da torre de Babel, no captulo 11, em que encontramos narrativa, discurso, verso eixo, discurso, narrativa), e vrios exemplos de paronomsia (e.g., Caim destinado a ser um errante [, n em hebraico] e acaba se estabelecendo na terra de Node [, n, que significa vagar, errar em hebraico]. Encontram-se ainda em Gnesis diversos exemplos de etimologias populares (os trocadilhos contidos nos nomes de pessoas, como Jac e Perez).

Outra caracterstica literria marcante a predominncia do nmero sete e seus mltiplos. Os 7 dias da criao, as sete geraes da genealogia de Caim, os 70 descendentes dos filhos de No, a promessa stupla a Abrao, os 7 anos de abundncia e escassez no Egito e os 70 membros da famlia de Jac ilustram amplamente este fato. O nmero 10 tambm parece ser importante, j que h dez e dez geraes nas genealogias dos captulos 5 e 11.

Todos estes detalhes de estilo refletem uma elaborao cuidadosa, no o trabalho aleatrio de composio a partir de fontes diversas e contraditrias, conforme proposto pelos crticos documentais e da forma.

Mensagem

quase um ato de atrevimento tentar resumir um livro de cinqenta captulos em um nico pargrafo, mas tal resumo da mensagem do livro importante como ferramenta para trabalhar com passagens isoladas sem perder a noo do todo.

Reconhecendo que qualquer tentativa hermenutica aberta a crticas e melhorias, fica aqui a mensagem proposta por este autor para o livro de Gnesis:

A eleio e separao de Israel como povo pactual de Deus deram-se em um contexto de conflito entre o propsito benevolente do Criador e a vontade rebelde das criaturas, a quem Ele pune em justia e restaura em amor.

A teologia de Gnesis

A pessoa e o carter de Deus

Deus poderoso

O poder e a majestade de Deus manifestam-se primeiramente em Seu trabalho de criar, ordenar o universo e torn-lo habitvel para o homem (caps. 1 e 2). Seu poder tambm se evidencia nas foras cataclsmicas que Ele rene e desencadeia para julgar a humanidade pecadora (caps. 68), na maneira simples, mas engenhosa, pela qual Ele dispersa a gerao ps-diluviana devido desobedincia ordem divina para que se espalhassem e enchessem a terra (cap. 11).

O poder de Deus mais sutilmente demonstrado na capacitao a Abrao e Sara para que, mediante a f, gerassem a semente prometida depois de ambos haver passado o estgio reprodutivo (caps. 18, 21).

Em contraste com isso, v-se o poder devastador da ira de Deus no juzo contra Sodoma e Gomorra (cap. 19). As palavras de Jos para seus irmos em Gnesis 50.19-21 demonstram o ponto de vista mosaico sobre o poder de Deus luz da histria da nao. O que o homem pecador tenciona para o mal, Yahweh mais do que capaz de suplantar para Seus propsitos de bno e bem-estar para o povo de Sua aliana.

Deus justo

A justia de Yahweh reflete-se no tanto em declaraes sobre Seu carter quanto nos meios simples e diretos pelos quais Ele julga a falta de conformidade do homem com o padro de conduta prescrito pelo Criador. Tal o caso com Seu padro de avaliar o relacionamento do homem com Ele no jardim (2.16), no julgamento imediato contra a rebelio do homem (3.8-19), em seu trato severo (mas paciente) com o crime de Caim e as justificativas pessoais apresentadas por este (4.1-16), no juzo do Dilvio contra um mundo cuja inclinao e aes estavam em flagrante violao de Seu carter (6.1-7), na destruio de Sodoma e Gomorra por sua depravao e seu estilo de vida egosta (19.1-29), assim como em juzos individuais contra homens como Er e On (38.6-10).

Deus gracioso

A graa de Deus lana uma luz brilhante sobre algumas das pginas mais sombrias da histria humana. Quando Sua bondade original foi desprezada no jardim do den em troca da independncia que as criaturas queriam Dele, foi Deus quem tomou a iniciativa de buscar o homem (3.8, 9), de prometer a vitria definitiva sobre a serpente pela semente da mulher (3.15) e de remediar a nudez e a vergonha do primeiro casal (3.21).

Quando a corrupo engolfou a humanidade, No [..] achou graa aos olhos do Senhor (6.8), e quando as guas do Dilvio ameaavam destruir os sobreviventes, Deus lembrou-se de No (8.1).

A graa intensifica-se quando o pacto de Yahweh com a humanidade se focaliza em Abrao e sua linhagem. L preservado pela graa (19.1-31), Isaque poupado pela graa (cap. 22), Jac escolhido por graa (25.19-23; cf. Rm 9.11, 12), assim como toda a famlia patriarcal libertada da corrupo e miscigenao em Cana pela proviso graciosa que Yahweh lhes faz de Jos como vice-regente do Egito (caps. 37-50).

Deus singular

H muito que se reconhece em Gnesis uma forte veia polmica. Israel, depois de 430 anos no Egito, com seu politesmo grosseiro, e a caminho para Cana, com sua cosmogonia perversa e religio imoral, precisava entender seu Deus corretamente para no cair presa do animismo e da idolatria.

Assim, Gnesis 1 e 2 apresentam Yahweh como o Deus transcendente que existia antes do universo e dele no dependia para coisa alguma. Ele senhor absoluto das foras do universo como o sol e a lua, as guas caticas do oceano primevo, sobre as fontes e cursos de gua, e mesmo sobre os grandes animais marinhos. Todos esses elementos tinham alguma conotao mitolgica entre os povos do Oriente Mdio antigo, particularmente entre os sumrios e os cananeus.

A narrativa do Dilvio, que tem paralelos nos picos sumrios de Gilgams e Atrahasis, estende o tom polmico ao descrever no um deus caprichoso e vingativo, que destri a humanidade devido ao desconforto e falta de sono causados pelo barulho dos homens, mas Yahweh, um Deus cujo carter santo e propsitos benevolentes para com o homem eram menosprezados e violados pela conduta pecaminosa da humanidade. Alm disso, revela um Deus cuja sabedoria permite ao homem escapar ao juzo por meio de uma embarcao realmente capaz de suportar as intempries do Dilvio, em contraste com outras verses antigas do evento, que descrevem embarcaes totalmente incapazes de navegar e preservar a vida.5

A singularidade de Yahweh aparece em cores ainda mais brilhantes no fato de que Ele um Deus que, apesar de transcendente e todo-poderoso, busca um relacionamento com Suas criaturas e a elas Se revela. Ele estabelece alianas (cf. 9.8-17; 15.9-21; 17.1-27) e garante seu cumprimento ao prover e proteger milagrosamente a semente que havia prometido (18.13-15; 22.15-18; 25.21).

A administrao dos propsitos de Deus

O plano de Deus na histria inclui Seu decreto de permitir o mal, Sua promessa e/ou ao de julgar o mal, o livramento do mal por meio de uma semente escolhida e o decreto de abenoar os eleitos a quem libertou. O livro de Gnesis a sementeira de todas essas idias nas Escrituras, e elas encontram expresso genuna nesse livro em que as grandes divises da humanidade so estabelecidas de acordo com seu relacionamento para com o Deus que Se auto-revela.

O decreto de permitir o mal

foroso admitir que esse decreto uma inferncia das narrativas de Gnesis. No entanto, preciso admitir que embora Deus jamais aceite responsabilidade pela prtica do mal, Ele implicitamente afirma ser o autor da possibilidade do pecado pelo simples fato de ter oferecido ao homem uma condio de obedincia (2.8, 9, 15-17) pela qual a santidade de que o homem era dotado como criatura pudesse ser exercida e desenvolvida. A presena de um animal que se rebela contra sua posio na Criao e permite tornar-se um agente de uma vontade oposta de Deus indicao de que o mal espreitava porta da perfeita criao divina, mas no fora de Seu conhecimento ou autoridade (cap. 3).

Assim, um conflito se estabelece, o qual envolver perenemente a semente da mulher e a semente da serpente. Caim e Abel e, depois, Caim e Sete so parte deste conflito, que se alarga e aprofunda a ponto de incluir toda a humanidade em Gnesis 6. Depois do Dilvio, o conflito irrompe uma vez mais na linhagem da semente, originando a maldio sobre os cananeus.

Em ltima anlise, este um conflito entre a vontade rebelde das criaturas e a vontade soberana do Criador, conforme evidenciado na torre de Babel, em que o orgulho humano procura suplantar as intenes divinas para a humanidade na terra.

O fator de desapontamento, que Moiss sem dvida queria que seus leitores percebessem para lev-los a depender de Yahweh, demonstra-se na maneira pela qual o mal se insinua na linhagem escolhida, primeiro com o incidente de Agar, depois com as trapaas de Jac e a alienao de Esa, e finalmente com os vrios incidentes de perverso moral, de desonestidade e de dio dentro do cl de Jac. Por meio de todas essas circunstncias, Yahweh apontava para Si mesmo como a nica esperana de vitria sobre o mal, pois os patriarcas, na tarefa de dominar o mal, haviam sido to falhos quanto Ado, Caim e No (cf. Gn 4.7).

A promessa/ao de julgar o pecado

Esta linha do plano mestre de Deus encontra seu incio no chamado proto-evangelho de Gnesis 3.15. Exegeticamente falando, todavia, pode-se argumentar que a prpria criao, conforme descrita em Gnesis 1, um ato de juzo e redeno.

O triunfo prometido da semente da mulher o tema central, cujo cumprimento sempre aguardado no desenvolvimento do livro e, no entanto, jamais se realiza, mesmo quando as possibilidades de escolha da semente se limitam a uma das famlias no cl de Jac.

O juzo de Deus contra o pecado aparece em todo o livro, desde as maldies pronunciadas no jardim do den at disciplina criativa imposta por Jos a seus irmos trapaceiros. Tal juzo, todavia, sempre temperado com a misericrdia restauradora de Yahweh, por meio da qual Suas criaturas cadas encontram graa e esperana.

Libertao do juzo para os/pelos eleitos

Vrios incidentes em Gnesis ilustram esta parte do programa divino na Histria. O nascimento de Sete (4.25) em substituio a Abel aparece como o primeiro exemplo, resultando na preservao do verdadeiro culto a Deus no contexto de uma civilizao pag desenvolvida pelos descendentes de Caim (4.16-24).

O evento seguinte a chamada de No do meio de uma gerao incuravelmente corrupta, para que fosse o agente da preservao da raa humana do juzo universal do Dilvio (6.8).

Quando a populao da terra ps-diluviana se recusa a obedecer aos mandamentos de Deus e julgada com a diviso das lnguas, a chamada de Abrao (11.2712.3) oferece uma nova fase no plano redentor de Yahweh, que desenvolvido por meio de Isaque e Jac, cuja descendncia salva da miscigenao corruptora com os cananeus pagos por meio do agente final de libertao em Gnesis, Jos (a quem o prprio Fara reconhece como um homem capacitado por Deus [41.38]).

Uma vez que o livro termina com o registro da morte de Jos e de seu sepultamento no Egito, Moiss tencionava que seus leitores percebessem que a saga da Semente da mulher ainda no acabara e que a tarefa de libertar o mundo do mal seria passada a outros instrumentos, at que a verdadeira Semente surgisse na Histria.

O decreto de abenoar os eleitos

Gnesis comea com uma progresso do caos (Gn 1.2) bno, medida que toda a criao divina pronunciada boa, e o homem, como governante mediatrio de Deus, abenoado com vitalidade e fertilidade com as quais deve encher a terra e desfrutar Deus e Sua criao (1.28-31).

A partir da Queda, bno e maldio coexistem, nunca pacificamente, e o mal progride a ponto de quase eliminar a possibilidade de bno. A essa altura, Yahweh intervm graciosamente e seleciona No como o canal pelo qual a bno divina fluir para uma humanidade renovada (apesar de ainda corrupta).

Gradativamente, o decreto de abenoar vai adquirindo forma mais definida. Sem declarado herdeiro de um relacionamento especial com Yahweh (9.26), e sua linhagem escolhida para receber e mediar a bno. Essa linhagem passa por ber a Ter, e deste a Abrao (11.20-26). A essa altura, chega-se a um ponto culminante, e uma promessa especfica de bno anunciada (12.1-3); essa promessa depois ampliada como uma aliana de concesso real (15.9-21) e uma aliana de suserania e vassalagem (17.1-27), que prendem a bno de Yahweh semente de Abrao, primeiro como recipiente, e depois como canal (cf. 12.3).

Argumento bsico

Desenvolvimento

Devido natureza do livro de Gnesis, em que uma narrativa altamente estruturada parte integrante da mensagem do livro, esta seo ser breve, deixando a parte mais substancial do desenvolvimento para o prprio esboo sinttico.

Gnesis verdadeiramente um livro de origens. Moiss tinha como objetivo oferecer aos israelitas no apenas um conhecimento de seu passado nacional, mas uma percepo de como esse passado se conectava histria primeva da humanidade e at mesmo origem do universo. O propsito do livro promover confiana em Yahweh, o Deus da aliana, demonstrando como a nao devia ao Seu fiel amor sua existncia e preservao ao longo dos sculos como o veculo pelo qual o conflito bsico, iniciado no jardim do den, finalmente terminaria, e a humanidade seria abenoada.

O elemento chave no desenvolvimento de Gnesis a expresso (hebraico para geraes ou relato), em torno da qual as narrativas e seus temas teolgicos so estruturados.

O registro da histria primeva da humanidade indica como a Criao caiu de uma posio de bno e acabou sob maldio e juzo divinos, estando em contnua necessidade de redeno do pecado.

A criao do cosmos a partir do caos primevo revela Yahweh como o soberano Deus Criador, cujos propsitos benevolentes para com o homem incluem comunho com Ele e governo sob Sua autoridade (1.1 2.3).

Quando o homem rejeitou sua posio de criatura moralmente dependente sob a autoridade de Deus, sofreu alienao do Criador e trouxe a maldio divina sobre toda a Criao (2.4 3.24).

A histria da civilizao reflete uma crescente degenerao da conduta humana no conflito entre as duas sementes. Tal degenerao acabou por provocar um juzo divino de dimenses planetrias, no qual apenas a graa de Deus preservou um remanescente (4.1 9.17).

O relato dos descendentes de No revela como a humanidade uma vez mais abandonou uma posio de bno pactual sob a autoridade de Deus e colocou-se em uma condio de degradao, rebeldia e maldio (9.18 11.26).

O registro da histria patriarcal de Israel indica como Yahweh selecionou uma linhagem dentre a humanidade e comprometeu-Se com ela em aliana com o propsito de trazer a lume, por meio dessa linhagem, a redeno do pecado que prometera no jardim do den.

A narrativa dos descendentes de Ter descreve como o estabelecimento da Semente prometida por Deus foi marcado por um conflito com o mal, no qual Deus finalmente triunfou medida que Abrao aprendeu a confiar no Deus das promessas (11.27 25.11).

A genealogia de Ismael apresenta o desenvolvimento da promessa divina de que Abrao teria uma descendncia inumervel (25.12-18).

O relato dos descendentes de Isaque reflete o crescimento do mal dentro da famlia escolhida medida que o engano toma o lugar da f como sua caracterstica principal (25.19 35.29).

A seguir, o relato dos descendentes de Esa indica como ele foi abenoado enquanto ainda estava em Cana, e como seu cl cumpriu a predio de Isaque ao conquistar a terra de Seir (36.1-43).

O relato dos descendentes de Jac indica como a graa de Yahweh preservou a famlia pactual da corrupo externa e da dissenso interna por intermdio de Jos e de sua peregrinao para o Egito (37.1 50.26).

Assim, o livro registra a histria do homem desde o seu glorioso princpio no den at a narrativa bem pouco elogiosa da famlia escolhida, que deve enfrentar o conflito com o mal, mas que com mais freqncia derrotada pelo mal do que o derrota. Moiss incorporou ao seu livro tanto uma sensao de frustrao quanto um sentimento de esperana de que surja algo ou algum capaz de enfrentar adequadamente e, por fim, vencer o mal, sendo, desse modo, capaz de cumprir as promessas da aliana.

Ele ofereceu tambm o contexto da necessidade de um meio de regular a vida sob a promessa, um tema que ser retomado em xodo e Levtico.

Esboo sinttico

Mensagem

A eleio e separao de Israel como povo pactual de Deus deram-se em um contexto de conflito entre o propsito benevolente do Criador e a vontade rebelde das criaturas, a quem Ele pune em justia e restaura em amor.

Parte I Histria primeva (1.1 11.26)

O registro da histria primeva da humanidade mostra como a criao caiu de uma posio de bno para estar sob maldio e julgamento divinos, em constante necessidade de redeno do pecado.

I. A criao do cosmos a partir do caos primevo revela Yahweh como o soberano Deus Criador, cujos propsitos benevolentes para com os homens incluem a comunho com Ele e o domnio sob Sua autoridade (1.1 2.3).

A. Deus soberanamente traz o cosmos existncia a partir do caos primevo (1.1, 2).

1. O ato de criao de Deus resumido (1.1).

2. O ato de criao de Deus foi assegurado por Seu Esprito, a despeito da presena do caos (1.2).

B. Deus soberanamente cria um universo habitvel por meio de Sua poderosa palavra de criao (1.3-31).

1. Deus soberanamente d ordem e forma o universo nos trs primeiros dias de Sua obra (1.3-13).

Deus soberanamente cria a luz e a separa das trevas [primeiro dia] (1.3-5).

Deus soberanamente cria a atmosfera terrestre e faz separao entre as guas da atmosfera e a hidrosfera [segundo dia] (1.6-8).

Deus soberanamente cria dois habitats distintos para a vida, formando os mares e a terra seca [terceiro dia] (1.9-13).

2. Deus soberanamente traz a plenitude e a harmonia ao universo nos ltimos trs dias de Sua obra (1.14-31).

Deus soberanamente cria os luminares celestes para regular o tempo e as estaes na terra [quarto dia] (1.14-19).

Deus soberanamente cria a vida animal no mar e nos ares, e a abenoa com fertilidade [quinto dia] (1.20-23).

Deus soberanamente cria a vida na terra e a vida humana como sua expresso mxima, abenoando-as com a fertilidade [sexto dia] (1.24-31).

Deus soberanamente cria os animais terrestres, de acordo com suas espcies (1.24, 25).

Deus soberanamente cria o Homem como Seu governante representativo na terra e abenoa a humanidade com a fertilidade e com provises em abundncia (1.26-31).

C. Deus soberanamente celebra Sua obra completa e abenoa a criao com o descanso, medida que separa para Si mesmo o stimo dia (2.1-3).

II. A rejeio pelo homem de sua posio de criatura moralmente dependente de Deus d lugar alienao do Criador e maldio divina sobre toda a Criao (2.4 3.24).

A. Resumo - Esse o relato do que aconteceu perfeita criao de Deus (2.4).

B. O homem criado por Deus e suprido com condies ideais nas quais deve servir como governante representativo de Yahweh (2.5-17).

1. A terra, embora j abenoada com a fertilidade, ainda no havia desenvolvido todo seu potencial quando Deus criou o homem (2.5, 6a).

2. O homem criado da terra e recebe sua existncia distinta do soberano Deus (2.7-14).

O homem colocado em condies ideais para cumprir seu papel de governar sobre a criao de Deus em Seu lugar (2.8-14).

O jardim do den possua um ecossistema perfeito de suporte vida, incluindo a rvore da vida (2.8, 9).

O jardim do den foi colocado em uma regio rica e produtiva (2.10-14).

3. A vida do homem como governante representativo de Deus no den deveria ser governada pela obedincia a um simples mandamento, que ofereceria uma vida significativa e impediria a morte (2.15-17).

C. As condies ideais do homem so coroadas pela proviso divina de comunho que nivelam sua esfera de existncia como criatura (2.18-25).

1. Deus permite que o homem descubra que a autoridade sem a comunho no Seu ideal para a humanidade (2.18-20).

2. Deus oferece comunho ao formar da prpria substncia humana uma companheira que o homem reconhece como perfeitamente adequada para partilhar de sua vida de servio a Deus (2.21-23).

3. O ponto culminante da Criao a unio ntima do Homem e da Mulher sem medo ou remorsos (2.24, 25).

D. O homem, devido violao do mandamento de Deus, passa da perfeita comunho e servio para um medo e sofrimento paralisante (3.1-7).

1. A serpente apresentada como contraste inocncia do primeiro casal (3.1a; cf. 2.25).

2. A escolha do homem crer nas insinuaes da serpente acerca das motivaes de Deus e agir em rebelio contra Ele (3.1b-6).

A serpente levanta perguntas provocativas acerca do mandamento de Deus (3.1b).

A mulher responde de forma imprecisa pergunta (3.2, 3).

A serpente nega abertamente a realidade da penalidade e a racionalidade do preceito (3.4, 5).

O primeiro casal age em rebelio ao comer o fruto, conforme proposto pela serpente (3.6).

3. As conseqncias imediatas da aquisio do conhecimento do bem e do mal foram o medo e a culpa consciente, que o homem e a mulher tentaram eliminar por seus prprios recursos (3.7).

E. O confronto entre o soberano Criador e a criatura rebelde resulta em tentativas humanas de justificao de si mesma e justos julgamentos divinos, que combinam a maldio no presente e a libertao no futuro (3.8-19).

1. O temor da presena de Deus devido vergonha de estar nus faz Ado e Eva tentarem se esconder (3.8).

2. O homem e a mulher admitem sua culpa, mas no sem antes tentarem se escusar, ao transferir a culpa pelo ocorrido (3.9-13).

3. Deus lana um julgamento justo sobre as criaturas em uma combinao de maldio no presente com libertao no futuro (3.14-19).

O julgamento para a serpente foi sua degradao fsica e a promessa de que o conflito iniciado no den continuaria at o triunfo final da Semente da mulher (3.14, 15).

O julgamento para a mulher foi o aumento de suas dores e sofrimentos na gravidez e no casamento (3.16).

O julgamento para o homem foi uma maldio sobre a terra, que tornaria a proviso para a vida um processo doloroso que s terminaria com a morte (3.17-19).

F. A proviso divina para o pecado do homem inclua peles para cobrir sua vergonha e impedimento de chegar rvore da vida em um estado pecaminoso (3.20-24).

1. Ado, por meio do nome que deu a sua esposa, demonstra a f em Deus (3.20).

2. O Deus soberano prov (por meio de sacrifcio) peles de animais para substituir a tentativa ftil do homem de parecer justo diante de Deus e declarar-se inocente (3.21).

3. O Deus soberano toma providncias para evitar que o homem pecaminoso tenha acesso vida eterna enquanto debaixo de maldio (3.22-24).

III. A histria da civilizao reflete uma degenerao crescente do comportamento humano no conflito entre as duas descendncias que resulta em um julgamento divino sobre toda a terra, onde a graa preserva um remanescente (4.1 9.17).

A. A primeira gerao ps-Queda produz uma sociedade que to mpia quanto prspera (4.1-24).

1. O iniciador dessa gerao ps-Queda um indivduo renegado social e religiosamente, cujo corao cnico e cujas mos so sangrentas diante de Deus (4.1-16).

Caim desenvolve uma atitude socialmente vindicativa quando sua oferta rejeitada e a de seu irmo aceita por Yahweh (4.1-5).

Caim desenvolve uma atitude espiritualmente cnica medida que mata traioeiramente seu irmo, a despeito da clara advertncia de Deus contra o poder destrutivo do pecado (4.6-9).

Caim recebe uma punio justa de expulso da terra habitvel, combinada com uma proviso misericordiosa de proteo contra vingana de sangue (4.10-16).

2. O desenvolvimento da linhagem de Caim ocasiona um progresso social s custas do valor da vida humana (4.17-24).

Caim introduz a cidade como entidade social em desafio punio de Deus e em memria do filho que propagou sua linhagem (4.17, 18).

Lameque insere a primeira corrupo do casamento (bigamia) em uma sociedade que cresceu em tecnologia e em desprezo pela vida humana (4.19-24).

Lameque insere a prtica da bigamia (4.19).

Os descendentes de Lameque inserem avanos culturais bsicos que tornam a vida mais fcil (4.20-22).

Lameque mostra grande desprezo pela vida humana e vangloria-se de excessiva vingana (4.23, 24).

B. A segunda gerao ps-Queda produz uma linhagem cuja mais significativa reivindicao preservar a religio correta ao adorar a Yahweh (4.24-26).

C. O registro da linhagem de Ado por meio de Sete demonstra o efeito da maldio e a esperana de libertao da mesma, conforme ilustrada pelo traslado de Enoque e pelo nascimento de No (5.1-32).

1. Ado, feito imagem de Deus, gera um filho em sua imagem pecaminosa e morre (5.1-5).

2. A dominncia da morte marca os efeitos da maldio, at mesmo sobre a linhagem piedosa (5.6-20).

3. O traslado de Enoque antes da morte, devido comunho pessoal com Deus, demonstra a realidade da esperana de libertao da maldio (5.21-24).

4. Lameque, descendente de Enoque, demonstra esperana de libertao da maldio no nascimento de seu filho, a quem ele d o nome de descanso [No] (5.25-31).

5. Os filhos de No so citados por ltimo no relato, sem dados genealgicos, como indicativo do fim de um ciclo da histria humana (5.32; cf. tambm os trs filhos de Lameque na genealogia de Caim).

D. A reao de Yahweh difuso do mal na terra foi o julgamento universal do Dilvio, abrandado por Sua graa, por meio da qual uma famlia e animais representativos foram preservados para a continuidade de Sua promessa (6.1 9.17).

1. A disperso e a profundidade do mal sobre a terra alcanam tal limite, que Yahweh anuncia Sua deciso de exterminar a humanidade (6.1-8).

A forma exagerada e egosta com que a humanidade buscava o prazer e a fama trouxe tona o anncio da retirada da proteo de Deus sobre a humanidade (6.1-4).

A reao de Deus frente completa depravao da humanidade foi de tristeza e justo juzo, bem como de favor imerecido a um indivduo (6.1-8).

2. A destruio eficaz da vida terrena consumada por um Dilvio universal, a partir do qual uma famlia e animais representativos so salvos, de acordo com a graa de Deus, para reassegurar Seu domnio sobre a terra por meio do homem (6.9 8.22).

No, um homem justificado pela graa, foi divinamente instrudo para preparar uma arca luz da ameaa divina de destruir a humanidade corrupta e violenta (6.9-22).

O carter de No o distinguia da corrupo geral da raa (6.9-12).

As instrues de Deus a No foram para que preparasse uma grande embarcao e reunisse animais representativos para preservar a criao da completa extino no Dilvio que viria (6.13-22).

A destruio da terra ocorreu por meio da ao das guas atmosfricas, de superfcie e subterrneas, enquanto a graa de Deus preservou No dentro da arca (7.1-24).

No obedece s instrues de Deus ao colocar sua famlia e os animais dentro da arca (7.1-9).

Deus protege o remanescente dentro da arca, enquanto as guas em cima e embaixo exterminam toda a vida na terra (7.10-24).

A renovao do domnio de Deus sobre a terra consumada quando No obedece Sua ordem de sair da arca e repovoar a terra expurgada sob uma nova aliana (8.1-22).

Deus remove gradualmente as guas que utilizou para julgar a humanidade (8.1-5).

No espera pacientemente por indcios de que a terra estivesse novamente habitvel (8.6-14).

No obedece s instrues de Deus para esvaziar a arca e retomar a vida na terra (8.15-19).

A inteno de Deus de no destruir novamente a humanidade por meio das guas anunciada em resposta ao sacrifcio de adorao de No (8.20-22).

3. A instituio de uma nova ordem vem por meio de uma aliana entre Deus e No, pela qual eles tornam-se responsveis por povoar a terra e exercer domnio benevolente sobre ela, e Deus garante a preservao da terra (9.1-17).

Deus abenoa No e sua famlia e prescreve novas regras com respeito vida na terra (9.1-7).

No e seus filhos so abenoados com a fertilidade (9.1).

No e seus filhos recebem novas regras de alimentao (9.2-4).

Deus exige respeito pela vida humana feita Sua imagem, ao proibir o assassinato, instituindo a pena capital para tal crime (9.5-7).

Deus faz um pacto de nunca mais destruir a terra por meio das guas, e escolhe o arco-ris como Seu sinal (9.8-17).

IV. O relato dos descendentes de No revela como mais uma vez a humanidade passou de uma posio de aliana de bno sob a autoridade de Deus para um estado de degradao, rebelio e maldio (9.18 11.26).

A. O conflito entre as duas sementes irrompe de novo na famlia de No, medida que Cam desonra seu pai e traz uma maldio para sua linhagem, enquanto Sem e Jaf desfrutam a bno de No (9.18-29).

1. Uma descrio dos trs filhos de No os relaciona futura populao do mundo (9.18, 19).

2. A reao irreverente de Cam vergonha causada pela embriaguez de seu pai trouxe uma maldio sobre sua linhagem, de acordo com o carter que ele transmitiria a ela (9.20-25).

3. A resposta de No reao de reverncia de Sem e Jaf para com sua vergonha foi abeno-los com o domnio e um relacionamento especial com Yahweh (9.26, 27).

4. Um resumo da vida de No aps o Dilvio demonstra os efeitos sucessivos da maldio original [i.e., morte] (9.28, 29).

B. O relato dos filhos de No descreve como seus descendentes se dividiram na populao do mundo [partes desse captulo so cronologicamente subseqentes a 11.1-9] (10.1-32).

1. Uma trplice genealogia apresentada em uma referncia ao Dilvio (10.1).

2. Os jafetitas estabeleceram-se na Eursia (10.2-6).

3. Os camitas estabeleceram-se na frica, Arbia e Palestina, com uma presena tambm importante nos primeiros estgios de civilizao no Crescente Frtil (10.7-20).

4. Os semitas estabeleceram-se no Crescente Frtil e na regio prxima ao mar Cspio (10.21-31).

5. Um resumo da lista apresentado (10.32).

C. A tentativa unificada da humanidade de resistir ordem de Deus de se espalhar por toda a terra, por meio da construo de uma cidade para celebrar sua prpria glria, subvertida por Deus por meio da confuso da linguagem (11.1-9).

1. A humanidade estabelecera-se em uma nica regio, Sinear, e vivia unida por falar uma nica lngua (11.1).

2. O orgulho humano leva os homens a construir uma cidade grandiosa, com uma torre magnfica, de forma a ratificar que aquele local seria sua habitao imutvel e que seu destino pertencia a eles mesmos (11.2-4).

3. A resposta do Senhor ao perigo imposto pela unidade humana em rebelio e pelo orgulho a subverso de sua unidade, por meio da confuso do dilogo humano, e a disperso dos homens por toda a terra (11.5-8).

4. Babel foi o local onde Deus reduziu o orgulho humano a mero barulho, e a unidade humana, disperso (11.9).

D. O relato dos descendentes de Sem completa a genealogia revelacional de Sete [apresentada em 5.1] (11.10-26).

Parte II - Histria patriarcal (11.27 50.26)

O registro da histria patriarcal de Israel mostra como Yahweh escolheu uma linhagem de entre os homens e Se comprometeu com ela em uma aliana, para trazer, por meio dessa linhagem, a prometida redeno do pecado.

I. O relato dos descendentes de Ter descreve como a instituio da Semente prometida de Deus por intermdio de Abrao foi truncada pelo conflito com o mal, mas finalmente triunfou quando Abrao aprendeu a confiar no Deus das promessas (11.27 25.11).

A. O relato da mudana de Ter de Ur para Har introduz a famlia pela qual Yahweh estabeleceria a linhagem prometida (11.27-30).

B. A resposta de Abro ao chamado e s promessas de bno de Yahweh foi obedecer ordem e romper com sua famlia e com sua tradio pag (12.1-9).

1. As bnos prometidas por Yahweh a Abro exigiam o abandono de sua terra e famlia, e a viagem a uma terra desconhecida (12.1-3).

A exigncia de Yahweh uma clara ruptura com o passado de Abro, como um pr-requisito para a bno (12.1).

A promessa a Abro so grandes bnos pessoais que fariam dele uma bno para outros (12.2).

A promessa a Abro que ele ser o canal de bnos universais (12.3).

2. A resposta de Abro exigncia e s promessas de Yahweh o rompimento dos laos de famlia e a viagem para Cana, onde ele publicamente adora seu Deus recm-encontrado (12.4-9).

Abro muda-se com todos seus bens de Har para Cana (12.4, 5).

Abro peregrina em Cana, a terra que o Senhor promete lhe dar (12.6, 7).

Abro se identifica com Yahweh ao ador-Lo publicamente durante sua peregrinao (12.8, 9).

C. O compromisso de Abro de crer nas promessas de Yahweh colocado prova quando conflitos com o mal surgem em Cana (12.10 14.24).

1. A mentira de Abro a Fara, em virtude da beleza de Sarai, devido ao medo de morrer pe em risco a promessa, uma vez que ela teria sido tomada por Fara, exceto pela interveno de Yahweh (12.10-20).

A mudana de Abro para o Egito foi causada pela fome em Cana (12.10).

A falta de f e a preocupao consigo mesmo motivaram Abro a utilizar-se do engano para se proteger por causa da beleza de Sarai (12.11-13).

O plano humano de Abro fracassa quando Fara toma Sarai para seu harm, sem negociaes formais (12.14-16).

A interveno soberana de Yahweh evita a perda de Sarai para Fara e utiliza um rei estrangeiro para repreender a Abro (12.17-20).

2. A desavena de L com Abro pelos direitos de pastagem faz com que cresa a f do patriarca, quando este renuncia a seus direitos e recebe as promessas renovadas de Deus (13.1-18).

Abro volta do Egito bastante rico, mas ainda fiel em sua adorao e proclamao de Yahweh (13.1-3).

Os rebanhos de Abro e L crescem demais na terra, trazendo tenso e conflito entre seus servos (13.4-7).

Abro cresce em f ao abrir mo do direito de ter a primeira escolha na terra para L, que, de forma egosta, escolhe o Vale do Jordo (13.8-13).

Abro cresce em f e em seu testemunho de Yahweh ao receber a confirmao da promessa divina de dar-lhe Cana, como tambm uma descendncia incontvel (13.14-18).

3 A promessa divina de abenoar a Abro e aqueles que o abenoarem confirmada por meio da vitria sobre o conflito e a sbia escolha da bno espiritual em lugar das riquezas terrenas (14.1-24).

Um conflito internacional afeta a Abro, medida que seu sobrinho L capturado por reis da Mesopotmia que atacaram vassalos rebeldes na regio do Jordo (14.1-12).

Abro obtm uma grande vitria sobre os reis da Mesopotmia, libertando seu sobrinho e recuperando os despojos de guerra com a ajuda de seus aliados cananitas (14.13-16).

Ao ser confrontado com a escolha entre a bno espiritual de Melquisedeque, rei de Salm, e a recompensa material de Bera, rei de Sodoma, Abro opta pelas bnos espirituais, em reconhecimento fonte de sua vitria (14.17-24).

D. A f justificadora triunfa essencialmente na obedincia s exigncias da aliana de Deus, a despeito da perda de espao no conflito entre a engenhosidade humana e o adiamento soberano de Deus quanto Semente prometida a Abro (15.1 17.27).

1. Abro encorajado pela promessa e pela aliana de Deus, mesmo quando sua f justificadora vacilava luz da demora da Semente prometida (15.1-21).

A queixa de Abro acerca da incompatibilidade da bno de Deus e sua falta de filhos respondida por uma promessa renovada de que seu filho natural seria seu herdeiro e daria origem a uma descendncia incontvel (15.1-5).

A f real de Abro j o havia trazido a uma posio de justia diante de Yahweh (15.6).

A resposta de Yahweh ao pedido de uma prova por parte de Abro, aquele que creu, a concesso de uma aliana como garantia de que a promessa de herdar Cana seria cumprida depois de um perodo de provao em meio escravido, enquanto outros propsitos divinos so consumados em Cana (15.7-21).

Uma ordem divina para preparar-se para uma aliana solene a resposta ao pedido de uma prova do cumprimento da promessa por parte de Abro (15.7-11).

Um perodo de prova em meio escravido ocorrer para a semente de Abro enquanto outros propsitos de Deus so cumpridos em Cana (15.12-16).

Yahweh assume incondicionalmente a total responsabilidade pelo cumprimento das promessas da terra e define seus limites (15.17-21).

2. A confiana na promessa divina cede espao engenhosidade humana, medida que a f vacila no conflito entre a vontade de Abro e Sarai e o soberano adiamento da promessa de Yahweh, que impe a presena do fracasso na f na vida daqueles que deixaram de confiar completamente nEle (16.1-16).

A esterilidade prolongada de Sarai a induz a racionalizar a promessa e a encorajar Abro a formar para eles uma famlia por meio de sua serva egpcia Agar (16.1-4a).

A conseqncia da tentativa engenhosa de Sarai para evitar o adiamento da promessa divina o conflito na famlia da f (16.4b-6).

A volta de Agar ao servio submisso na casa de Abro, depois de ter sido abenoada por Yahweh, Sua forma de manter visvel o fracasso na f queles que deixaram de confiar completamente nEle (16.7-16).

3. A f justificadora triunfa sobre a demora prolongada da promessa por meio de uma aceitao obediente das mudanas e das responsabilidades contidas na aliana ampliada (17.1-27).

A responsabilidade de Abro para com Yahweh, medida que Ele confirma Sua promessa, a obedincia fiel ao Deus que muda o nome do patriarca como forma de garantia de cumprimento da promessa (17.1-8).

A forma de Yahweh avaliar a fidelidade de Abrao para com a promessa foi a instituio da circunciso (17.9-14).

A mudana especfica do nome de Sarai, feita por Yahweh, garante que ela e seu filho, no Ismael, seriam o canal da promessa divina, a despeito da bno de Yahweh sobre Ismael (17.15-22).

A circunciso de todos os homens na casa de Abrao em aceitao obediente ao mandamento da aliana mostra o triunfo da f (17.23-27).

E. As recompensas da f no cumprimento iminente da promessa e da comunho intercessria diante de Yahweh so contrastadas com as reprovaes causadas por atitudes de incredulidade em Sodoma e Gerar (18.1 20.18).

1. A visita de Yahweh a Abrao traz a recompensa de sua f, com o anncio da iminncia do nascimento de seu filho, por meio de Seu poder irresistvel, a despeito de um resduo de desconfiana em Sara (18.1-15).

2. A intercesso de Abrao a favor de L, seu sobrinho afastado, destaca a justia e a misericrdia de Yahweh e a posio privilegiada que a f conquistara para o patriarca (18.16-33).

3. O fim lamentvel da vida inspida de L por meio da destruio de Sodoma agravado pela completa vergonha inserida permanentemente nos descendentes de L em razo de sua origem impura [isto realmente serve como contraste para a pureza de Israel, cuja origem foi uma promessa divina] (19.1-38).

A manifestao de graa de Yahweh para com Sodoma veementemente recusada pelos habitantes licenciosos e aceita apenas de forma relutante por L, o homem sem convices (19.1-14).

A vergonha de Sodoma sobrevive nos descendentes de L, fruto da unio de filhas incrdulas com seu pai transigente (18.15-34).

4. O lapso egosta de Abrao ao recorrer ao engano em vez da f, quando confrontado novamente com uma possvel situao de perigo devido a Sara remediado por uma nova interveno divina em favor de Sara, em vista de seu status privilegiado perante Yahweh (20.1-18).

Abrao coloca em risco a promessa, de forma egosta, ao negociar sua esposa em busca de segurana pessoal (20.1, 2).

Yahweh providencialmente impede que Abimeleque cometa adultrio e prescreve ressarcimento ao profeta Abrao e a orao deste em favor do rei (20.3-7).

As desculpas pouco convincentes de Abrao recebem a repreenso merecida por Abimeleque, medida que o rei pago faz a restituio por Sara, e Deus cura toda sua casa, em resposta orao de Abrao (20.8-16).

F. A plena recompensa da f vem quando chega a Semente, que assume seu lugar de direito em um lar seguro, assimila uma lio sobre dependncia, adquire uma poro de terra em Cana e acha uma noiva (21.1 24.67).

1. A plena recompensa da f vem quando a Semente nasce de forma miraculosa e torna-se membro da famlia da promessa (21.1-7).

2. A plena recompensa da f vem quando a Semente assume seu lugar de direito por meio da expulso do filho concorrente, a quem Yahweh abenoa graas a Abrao, e por meio de um tratado de paz entre Abrao e os filisteus (21.8-21).

3. A plena recompensa da f vem quando a Semente assimila uma lio de dependncia quando Deus prova Abrao, pedindo o sacrifcio de Isaque no monte Mori (22.1-19).

4. A plena recompensa da f vem quando Abrao adquire um tmulo em Cana como prenncio de plena posse no futuro (23.1-20).

5. A plena recompensa da f vem quando Elizer, o servo, acha uma esposa para a Semente dentre os parentes de Abrao em Har (24.1-67).

A solene responsabilidade de prover continuidade para a famlia pactual em Cana confiada a Elizer, o servo de confiana de Abrao (24.1-9).

A direo de Deus, buscada em notvel f por Elizer, culmina com o encontro entre ele e Rebeca, em Har (24.10-27).

O relato de sua misso por Elizer recebe aprovao da famlia de Rebeca (24.28-54a).

A reao favorvel de Rebeca e a bno de sua famlia garantem o sucesso da misso de Elizer (24.54b-60).

Isaque e Rebeca encontram-se e casam-se (24.61-67).

G. A continuidade da bno prometida garantida por Abrao antes de sua morte, como tambm demonstrada pelo Senhor depois disso (25.1-11).

1. A promessa divina de que Abrao se tornaria pai de muitas naes cumpre-se em sua velhice por meio de Quetura, sua segunda esposa (25.1-4).

2. A linhagem prometida e a herana so designadas para Isaque, ao passo que os outros filhos recebem proviso e so encaminhados para outros lugares (25.5, 6).

3. A morte de Abrao em honra e paz e seu sepultamento por seus dois filhos coroam uma vida de crescimento na f (25.7-10).

4. Deus abenoa Isaque depois da morte de seu pai (25.11).

II. A genealogia de Ismael apresenta o desdobramento da promessa divina de uma semente inumervel para Abrao (25.12-18).

III. O relato dos descendentes de Isaque reflete o crescimento do mal dentro da famlia escolhida, medida que o engano toma o lugar da f como sua caracterstica principal (25.19 35.29).

A. A transferncia do direito de primogenitura de Esa para Jac conforme predito a Rebeca no foi obtida por meio de f, mas de oportunismo (25.19-34).

1. A famlia de Isaque estabelecida por f e seu desenvolvimento apresentado como revelao de Deus (25.19-26).

A orao de Isaque em favor de sua esposa garante a sucesso da linhagem da Semente (25.19-21).

A revelao divina quanto ao futuro da Semente que o filho mais novo ter precedncia sobre o mais velho (25.22, 23).

O nascimento e a concesso dos nomes aos gmeos refletem o pronunciamento soberano de Yahweh sobre o destino deles (25.24-26).

2. Jac, por meio de oportunismo, obtm o direito de primogenitura de seu irmo espiritualmente insensvel (25.27-34).

Uma diviso torna-se visvel na famlia medida que os filhos chegam idade adulta (25.27, 28).

Jac usa o oportunismo para roubar o direito de primogenitura de seu irmo espiritualmente insensvel (25.29-34).

B. O conflito entre o engano e a f acha expresso na vida de Isaque apesar da confirmao divina da bno prometida (26.1-33).

1. O precedente do engano em lugar da f acha-se tambm na vida de Isaque, apesar de ter confiado nas promessas pactuais de Yahweh, ao receber a ordem de permanecer em Cana durante uma fome (26.1-11).

Yahweh reconfirma a Isaque Suas promessas pactuais e exige que ele permanea em Cana durante um perodo de fome (26.1-6).

Isaque recorre ao engano durante sua peregrinao em Gerar para proteger a si mesmo (26.7-11).

2. A f encontra vitria e traz as bnos pactuais de prosperidade e paz a despeito de oposio feroz por parte dos vizinhos de Isaque (26.12-33).

A bno de Yahweh repousa sobre Isaque, que se torna rico e forte a ponto de provocar a inveja dos que o cercam (26.12-14).

A confiana de Isaque em Yahweh, em uma disputa sobre terra e gua, demonstra a f pactual pela entrega de seus direitos (26.15-22).

A confiana de Isaque no Deus que Se revelou na aliana recompensada com um tratado de paz com os filisteus e com abundante proviso de gua em Beer-Seba (26.23-33).

C. A intruso do mal na famlia pactual fica evidente quando a bno patriarcal obtida no por meio de f, mas por meio de um engano que racha a famlia (26.34 28.9).

1. O intenso descaso de Esa para com a aliana demonstra-se no fato de ter tomado para si esposas cananitas (26.34).

2. A maldade instala-se na famlia pactual medida que Isaque tenta abenoar Esa em desafio ao orculo do nascimento, e Rebeca antecipa-se a Yahweh armando um esquema enganoso para que Jac receba a bno (27.1-45).

A determinao de Isaque em abenoar Esa manifesta-se quando o patriarca pensa que chegou o tempo de sua morte (27.1-5).

A determinao de Rebeca para que Isaque abenoe Jac faz que ela e Jac criem um plano enganoso para arrancar a bno de Isaque (27.6-17).

Jac recebe a bno ao enganar seu pai, mentindo para ele em palavra e ao (27.18-29).

Esa arranca de seu pai espantado uma antibno, enquanto se desespera pela nova mentira de Jac (27.30-40).

O conflito estabelece-se medida que Esa faz planos de matar Jac, e Rebeca traa uma estratgia para preservar seu filho favorito enviando-o para Har (27.41-45).

3. O subterfgio de Rebeca, quanto s esposas de Esa, oferece a Jac no apenas o escape da ira de seu irmo, mas tambm a plena bno da aliana abramica (27.46 28.5).

O subterfgio de Rebeca foi encobrir o conflito entre seus filhos com sua agonia em razo de suas noras cananitas (27.46).

A reao de Isaque ao problema apresentado por Rebeca foi enviar Jac a Har com a plenitude da bno abramica (28.1-5).

4. O arrependimento tardio de Esa, quanto ao seu estilo de vida profano, demonstra-se em sua tentativa de reconquistar o favor do pai casando-se com uma mulher do cl abramico (28.6-9).

D. A interveno soberana de Yahweh na vida de Jac garante o cumprimento das bnos abramicas, a despeito da fraqueza de sua f no conflito de sagacidade com Labo (28.10 32.2).

1. A manifestao pessoal de Yahweh, assim como Seu compromisso de abenoar Jac com a plenitude das bnos abramicas, traz uma resposta de adorao e f reticente, demonstrada quando Jac erige um memorial em Betel (28.10-22).

A manifestao de Yahweh acontece em uma viso em que anjos conectam o cu e a terra, e as promessas pactuais so garantidas pelo prprio Yahweh (28.10-15).

A resposta de Jac incluiu adorao reverente e um compromisso condicional de servir a Yahweh (28.16-22).

2. Yahweh soberanamente prepara situaes para que Jac aprenda que as bnos divinas so obtidas por f, e no por engano, ao coloc-lo em contato com o ardiloso Labo (29.1 31.55).

A chegada de Jac a Har soberanamente preparada para traz-lo a um contato imediato com sua parentela (29.1-14).

Jac prova de seu prprio remdio do engano quando os arranjos para seu ingresso na famlia de Labo pelo casamento so tingidos pelo engano e ele, inadvertidamente, casa-se com Lia, depois de ter trabalhado 7 anos por Raquel, e v-se forado a trabalhar ainda outros 7 por sua favorita (29.14b-30).

A divina promessa de fertilidade cumprida a Jac, ainda que em um contexto de cime e conflito, em que a f e a engenhosidade humana colidem freqentemente (29.31 30.24).

Yahweh estende misericrdia a Lia, a esposa desprezada, concedendo-lhe fertilidade, em contraste com a esterilidade de Raquel (29.31-35).

A competio ciumenta entre as duas esposas provoca o uso das respectivas servas como mes de aluguel, primeiro em favor de Raquel, e depois, de Lia (30.1-13).

Superstio e conflito distorcem a vida familiar de Jac medida que as duas esposas competem pela ateno do marido (30.14, 15).

Yahweh renova Sua misericrdia em favor de Lia, que aprendera a confiar em Deus em meio humilhao, concedendo-lhe outros filhos (30.16-21).

Yahweh concede misericrdia a Raquel quando ela abre mo de ardis e, em f, pede-Lhe um filho (30.22-24).

A promessa divina de prosperidade cumpre-se para Jac, ainda que em um contexto de conflito entre a determinao de Jac em ser bem-sucedido e a determinao egosta de Labo em continuar a tirar proveito de seu genro, as quais Yahweh controla de modo a cumprir Seus propsitos (30.25-43).

A frustrao de Jac com a falta de benefcios materiais em seu trabalho para Labo v-se em seu pedido para voltar a Cana (31.25, 26).

O desejo de Labo de beneficiar-se ainda mais de seu genro leva-o a fazer concesses aparentes ao pedido de reajuste salarial por parte de Jac (31.26-34).

A desonestidade de Labo destri as chances humanas de prosperidade para Jac, que recorre superstio para poder superar a esperteza de seu sogro (31.35-42).

O resultado do conflito foi a prosperidade de Jac e o declnio de Labo (31.1-43).

A promessa divina de proteo cumpre-se para Jac, mesmo quando sua prosperidade atraiu a suspeita e a ira de Labo e seus filhos (31.1-55).

A deciso de Jac de fugir secretamente de volta para Cana foi causada pela suspeita e ira de Labo e recebeu a aprovao de Yahweh (31.1-21).

Ressentimento crescente e aprovao divina do a Jac uma razo para sair de Har (31.1-3).

O apoio unnime de suas esposas encoraja Jac em seus planos (31.4-16).

A fuga de Jac envolve segredo e engano, pois Raquel ousadamente rouba os terafins, reivindicando para seu marido, Jac, a posio de legtimo herdeiro de Labo (31.17-21).

Yahweh soberanamente impede os desgnios assassinos de Labo contra Jac ao adverti-lo para no fazer mal a seu genro (31.22-24).

A incapacidade de Labo de provar suas acusaes contra Jac (graas mentira de Raquel) coloca-o em desvantagem, forando-o a aceitar um acordo de paz (31.25-55).

As acusaes de Labo contra Jac so culminadas com a acusao de roubo (31.25-30).

A mentira de Raquel impede que Labo encontre os valiosos terafins, salvando assim sua vida e a de toda a famlia (31.31-35).

Jac apresenta contra-acusaes de desonestidade e explorao, que teriam sido impedidas apenas pela interveno soberana de Yahweh (31.36-42).

Jac e Labo celebram um pacto igualitrio de no-agresso em que tomam Yahweh como testemunha (31.43-55)

3. A confirmao que Yahweh oferece de Sua bno sobre Jac, quando este retorna a Cana, uma nova apario de anjos (32.1, 2).

E. A volta de Jac para Cana, realizada sob a bno de Yahweh, ocorre enquanto o patriarca ainda luta contra os efeitos de escolhas antigas, de recorrer ao engano e no f, tanto na vida pessoal quanto na vida familiar (32.3 35.29).

1. A reao de Jac aparente ameaa de vingana por parte de Esa revela uma f ainda fraca e atormentada pela tendncia de recorrer ao suborno e ao engano para alcanar seus objetivos (32.3-21).

Jac primeiro reage em pnico quando sua mensagem a Esa parece provocar uma reao agressiva (32.3-8).

Jac recorre a uma orao pactual, reivindicando a proteo de Yahweh luz de Sua ordem para que voltasse a Cana (32.9-12).

Jac recorre ao suborno, que ele v como a maneira mais eficaz de apaziguar seu irmo (32.13-21).

2. A vitria pessoal da f sobre o engano na vida de Jac acontece quando, em sua luta contra o mensageiro divino, ele forado plena dependncia de Deus (32.22-32).

Sozinho junto ao ribeiro Jaboque, Jac enfrenta um inimigo inesperado que luta contra ele e o deixa aleijado, ao deslocar seu quadril (32.22-25).

O significado da luta de Jac contra o mensageiro divino a mudana de seu carter, de enganador em heri, cuja nova marca ser a dependncia de Deus (32.26-29).

O reconhecimento de que aquele que o atacara era Deus e que tinha escapado milagrosamente leva Jac/Israel a dar ao local o novo nome de Peniel (32.30, 31).

A associao religiosa do incidente oferecida pelo autor (32.32).

3. A reconciliao de Jac com Esa demonstra que Yahweh de fato lhe concedera proteo e que sua exagerada depreciao de si mesmo um resqucio de seu antigo padro enganoso de conduta (33.1-20).

Jac deprecia a si mesmo perante Esa, que oferece perdo sem assumir uma posio de superioridade ao apenas relutantemente aceitar o vultoso presente de Jac (33.1-11).

Jac recorre novamente aos ardis quando declina seguir com Esa at Seir, sem dvida em razo de ainda no conseguir crer que Deus mudara o corao de seu irmo (33.12-17).

O resultado final da chegada de Jac a Cana seu estabelecimento, mais uma vez, prximo a Siqum, onde ele compra um campo e constri um altar (33.18-20).

4. Engano e violncia apresentam-se como a marca registrada dos filhos de Jac medida que reagem exageradamente s ameaas de corrupo e miscigenao com os cananeus (34.1-31).

O estupro de Din por Siqum, um lder dos heveus, cria uma situao tensa para a famlia de Jac (34.1-3).

Engano e desvalorizao do sinal da aliana foram usados pelos filhos de Jac para vingar o estupro de sua irm e dar a impresso de que aceitavam a proposta dos heveus para uma unio dos dois cls (34.4-24).

O uso traioeiro da violncia contra os incapacitados siquemitas reverte a situao planejada por estes, mas torna Israel e sua famlia personae non gratae naquela regio (34.25-31).

F. A plena apropriao das bnos pactuais por Jac exige seu retorno a Betel, onde ele cumpre seu antigo voto, consagra sua famlia e experimenta tanto a alegria da chegada de um novo filho quanto a perda de sua amada esposa Raquel (35.1-29).

1. Jac retorna a Betel por ordem de Yahweh e ali reconsagra a si mesmo e a sua famlia, experimentando proteo sobrenatural contra a indisposio de seus vizinhos (35.1-7).

2. A passagem da gerao pactual anterior indicada pela morte da ama de Rebeca (35.8).

3. A renovao da promessa de bnos pactuais a Jac por parte de Yahweh enseja a celebrao do ritual da aliana pelo patriarca naquele local (35.9-15).

4. A volta de Jac a Betel traz, ao mesmo tempo, a alegria de ver a complementao de sua famlia e os traumas da morte de Raquel e da usurpao de Rben (35.16-22a).

O nascimento de Benjamim completa a famlia de Jac (35.16-18).

A morte de Raquel marcada pela construo de uma coluna memorial prximo a Belm (35.19, 20).

A relao sexual de Rben com Bila significa sua tentativa de roubar de Jac a autoridade sobre a famlia (35.21, 22).

5. Os doze filhos de Jac formam a comunidade da aliana abramica (35.22a-26).

6. A transio da aliana consumada com a morte de Isaque e seu sepultamento por seus dois filhos (35.27-29).

IV. O relato dos descendentes de Esa indica como ele foi abenoado enquanto ainda estava em Cana e como seu cl cumpriu a predio de Isaque conquistando Seir (36.1-43).

A. Esa, ou Edom, tornou-se um cl rico e poderoso enquanto Jac vivia em Har, mas mudou-se para Seir quando Jac retornou a Cana (36.1-8).

B. A famlia de Esa, ou Edom, estabeleceu-se em cls na terra de Seir (36.9-19).

C. Chefes horeus e suas tribos foram conquistados pela famlia de Esa (36.20-29).

D. Uma dinastia real foi estabelecida em Edom muito antes da monarquia ser instituda em Israel (36.31-43).

V. O relato dos descendentes de Jac indica como a graa de Yahweh preservou a famlia pactual da corrupo externa e da dissenso interna por intermdio de Jos e de sua peregrinao para o Egito (37.1 50.26).

A. A famlia pactual reage negativamente s indicaes divinas de que um dia Jos se tornaria seu lder e receberia honrarias da parte deles (37.1-36).

1. Os irmos de Jos criam e cultivam um profundo dio a ele em razo da relao especial entre ele e seu pai (37.1-11).

Os irmos odeiam Jos porque ele passava a Jac informaes negativas a respeito deles (37.1, 2).

Os irmos odeiam Jos em razo do padro pactual de escolher o filho mais novo como favorito (37.3, 4).

Toda a famlia irrita-se com Jos em razo da impresso de superioridade comunicada pela descrio de seus sonhos (37.5-11).

O primeiro sonho de Jos sugere que seus irmos se prostraro perante ele (37.5-8).

O segundo sonho de Jos sugere que toda a famlia um dia lhe render homenagens (37.9-11).

2. O dio dos irmos de Jos culmina em uma conspirao bem-sucedida de vend-lo como escravo e enganar a seu pai, fazendo-o crer que Jos fora morto por um animal selvagem (37.12-36).

A circunstncia que desencadeou a conspirao foi outro relatrio de Jos a Jac (37.12-17).

A inteno assassina original foi desencorajada por Rben, que na verdade salvou a vida de Jos (37.18-24).

Engano e cobia decidem o destino de Jos, que acaba por ser vendido a uma caravana de ismaelitas, para desespero de Rben (37.25-30).

O engenhoso ardil arquitetado pelos irmos para enganar Jac convence o patriarca e causa-lhe contnua tristeza (37.31-35).

Jos colocado junto ao centro do poder no Egito (37.36).

B. A narrativa da vida familiar de Jud oferece um vislumbre da corrupo externa qual estava exposta a famlia pactual em seu contato com os cananeus, bem como da soberania de Yahweh em preservara Sua linhagem escolhida (38.1-30).

1. O isolamento de Jud da famlia pactual levou-o a casar-se com uma mulher cananita, em afronta aos padres da aliana (38.1-5).

2. A perversidade dos filhos de Jud impediu que gerassem uma descendncia por intermdio de uma mulher cananita chamada Tamar (38.6-10).

3. Jud engana Tamar, deixando de cumprir a promessa de dar-lhe seu terceiro filho em casamento (38.11-14).

4. O plano de Tamar para corrigir o mal que lhe fora feito alcana um fim justo por fins desonestos (38.15-26).

5. O nascimento dos filhos de Jud e Tamar reproduz o padro pactual de escolha da semente, com o filho mais novo recebendo precedncia sobre o mais velho [oferecendo assim um lembrete sobre Jos] (38.27-30).

C. O programa divino de abenoar a famlia pactual por intermdio de Jos permitiu que ele chegasse a uma posio de poder no Egito devido a sua fidelidade, mesmo em meio punio injusta e abandono (39.1 41.57).

1. A fidelidade de Jos como trabalhador honrada com a posio de administrador na casa de Potifar (39.1-6).

2. A fidelidade de Jos demonstra-se quando ele foge da tentao de cometer adultrio e, assim, violar a confiana de Yahweh e de seu senhor (39.7-12).

3. Uma falsa acusao de tentativa de estupro pela esposa de Potifar leva Jos priso onde a graa de Yahweh e Sua fidelidade lhe asseguram respeito e sucesso (39.13-23).

4. Os sonhos de dois servos reais, que estavam na mesma priso onde Jos estava, do a ele a oportunidade de demonstrar sua capacidade, que temporariamente esquecida por seu beneficirio, o copeiro real (40.1-23).

O padeiro e o copeiro de Fara so enviados para a priso, e Jos designado para servi-los (40.1-4a).

A resposta de Jos angstia dos oficiais em virtude de seus sonhos a certeza de que Deus pode oferecer a interpretao (40.4b-8).

A interpretao de Jos para os dois sonhos realiza-se, mas seu pedido de libertao ignorado pelo copeiro real (40.9-23).

5. Yahweh soberanamente eleva Jos a uma posio de liderana no Egito, quando este interpreta os sonhos de Fara e oferece conselhos sensatos quanto ao futuro (41.1-57).

Dois sonhos consecutivos de Fara para sua total frustrao, ficam sem interpretao na corte real, (41.1-8).

O chamado de Jos para interpretar os sonhos geminados de Fara (em resposta indicao do copeiro real) bem-sucedido e garante a ele o privilgio de tornar-se vizir, governador, do Egito (41.9-57).

A capacidade de Jos para interpretar sonhos mencionada a Fara pelo copeiro (41.9-13).

Jos vem da priso para o palcio, e Fara relata-lhe seus sonhos (41.14-24).

Jos interpreta os sonhos como revelao de Deus referente ao Seu plano para o Egito 7 anos de fartura seguidos por 7 anos de privao e aconselha Fara a encontrar um administrador para que este elabore um programa que possa salvar o Egito da extino (41.25-36).

Yahweh exalta Jos a uma posio de honra, inferior apenas de Fara, e prov-lhe uma famlia, cujos filhos tm nomes que refletem seu compromisso com Yahweh (41.37-52).

As sbias decises de Jos quanto ao estoque de gros asseguram alimento suficiente para o Egito e para as naes circunvizinhas nos anos de fome (41.53-57).

D. A interao entre Jos e seus irmos no Egito foi o meio pelo qual Yahweh expurgou da famlia pactual a contenda e o engano que prejudicavam sua unidade e ameaavam sua prpria sobrevivncia (42.1 45.28).

1. O contato inicial de Jos com seus irmos serviu para sensibilizar a conscincia deles quanto ao irmo vendido, fazendo-os pensar na justia retributiva (talinica) de Deus (42.1-38).

A fome afeta a famlia pactual de modo que os dez irmos so enviados ao Egito para comprar alimento (42.1-5).

O duro tratamento dispensado aos dez irmos por Jos, acusando-os de ser espies e exigindo a custdia de Simeo como garantia de seu retorno com Benjamim, produz neles a primeira percepo de culpa e de justia retributiva (42.6-26).

Jos acusa os dez irmos de ser espies e demanda que um deles fique como refm at seu retorno com Benjamim (42.6-20).

Sentimentos de culpa caem sobre os dez irmos com respeito a seu modo de tratar Jos anos antes (42.21-26).

A perplexidade domina os dez irmos quando percebem que seu dinheiro lhes fora devolvido e que Jac se mantinha irredutvel na exigncia de que Benjamim descesse ao Egito (42.27-38).

2. O segundo contato de Jos com seus irmos tem como propsito colocar prova sua lealdade mtua, especialmente sua devoo a Jac, revelada por meio de Benjamim (43.1 44.34).

A fome contnua em Cana fora Jac a ceder aos veementes apelos de Jud e permitir que Benjamim desa ao Egito (43.1-14).

O tratamento de honra dispensado por Jos aos irmos, no aceitando a devoluo da prata, restaurando Simeo e levando-os para a sua prpria casa, causa-lhes suspeitas (43.15-25).

A reverncia dos irmos perante Jos cumpre a predio contida no primeiro sonho, colocando Jos em posio de abenoar seu irmo mais novo (43.26-30).

O tratamento preferencial dispensado por Jos a Benjamim tem o propsito de intensificar a conexo entre seus casos e a prova a que submeter seu irmo (43.31-34).

A realidade do cuidado dos irmos por Benjamim provada na acusao forjada contra Benjamim, de que ladro, levando-os a reconhecer a mo de Deus em juzo contra eles (44.1-17).

A veemente defesa de Jud em favor de Benjamim convence Jos de que a inimizade terminara (44.18-34).

3. Quando Jos revela sua identidade a seus irmos, oferece-lhes a percepo clara de como a soberania de Yahweh superara seus maus propsitos contra ele e capacitara Jos a cumprir seu papel divinamente designado, o qual Jac convidado a conhecer de perto (45.1-28).

A emocionada revelao de Jos enfatiza a necessidade de perdo mtuo luz dos soberanos propsitos de Deus em lev-lo para o Egito (45.1-8).

A exigncia de Jos aos irmos um relatrio verdadeiro e completo a Jac, de modo que ele tenha motivao para vir ao Egito para ali enfrentar os 5 anos de fome restantes (45.9-15).

O relatrio e as provas materiais apresentadas pelos irmos convencem Jac a descer ao Egito (45.16-28).

E. A mudana da famlia pactual para o Egito garante sua sobrevivncia fsica, sua pureza racial e sua preservao espiritual (46.1 47.27).

1. A mudana de Jac para o Egito sancionada por Yahweh em uma viso em Beer-Seba (46.1-4).

2. Todo o cl de Jac desce ao Egito, em um total de setenta pessoas (46.5-27).

3. O encontro de Jac com Jos foi uma reunio alegre e emotiva (46.28-30).

4. As instrues de Jos a sua famlia sobre como se comportar diante de Fara visam a obter todos os benefcios que ele poderia lhes oferecer (46.31-34).

5. Jos apresenta seu pai e cinco de seus irmos a Fara e obtm os privilgios esperados por eles no Egito: boa terra, isolamento racial e preservao espiritual (47.1-12).

6. A sbia administrao de Jos no Egito garante a sobrevivncia do reino e a preservao de seu prprio cl (47.13-27).

F. Jac faz provises para a continuidade da aliana e sua ligao permanente com a terra de Cana (47.28 4