Antologia AMOR
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ANTOLOGIA POTICA: O AMOR CARNAL E DIVINO NO BARROCO, ROMANTISMO E MODERNISMO
Vs esse Sol de luzes coroado,Em prolas a Aurora convertida;Vs a Lua, de estrelas guarnecida;Vs o Cu, de planetas adornado?
O cu deixemos: vs, naquele prado,A rosa com razo desvanecida,A aucena por alva presumida,O cravo por gal lisonjeado?
Deixa o prado: vem c, minha adorada:Vs desse mar a esfera cristalinaEm sucessivo aljfar desatada?
Parece aos olhos ser de prata fina...Vs tudo isto bem? Pois tudo nada vista do teu rosto, Catarina.
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.A alma que estraga o amor.S em Deus ela pode encontrar satisfao.No noutra alma.S em Deus ou fora do mundo.As almas so incomunicveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas no.
A vs correndo vou, braos sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos,Que, para receber-me, estais abertos,E, por no castigar-me, estais cravados.A vs, divinos olhos, eclipsadosDe tanto sangue e lgrimas abertos,Pois, para perdoar-me, estais despertos,E, por no condenar-me, estais fechados.
A vs, pregados ps, por no deixar-me,A vs, sangue vertido, para ungir-me,A vs, cabea baixa p ra chamar-me.
A vs, lado patente, quero unir-me,A vs, cravos preciosos, quero atar-me,Para ficar unido, atado e firme.
Eu sei e voc sabe, j que a vida quis assimQue nada nesse mundo levar voc de mimEu sei e voc sabe que a distncia no existeQue todo grande amor
S bem grande se for tristePor isso, meu amorNo tenha medo de sofrerQue todos os caminhosMe encaminham pra voc
Assim como o oceanoS belo com luarAssim como a canoS tem razo se se cantarAssim como uma nuvemS acontece se choverAssim como o poetaS grande se sofrerAssim como viverSem ter amor no viverNo h voc sem mimEu no existo sem voc
Passava a lua pelo azul do espaoDe teu regaoA namorar o alvor!Como era tema no seu brando lume...Tive cimeDe ver tanto amor.
Como de um cisne alvinitentes plumasIam as brumasA vagar nos cus,Gemia a brisa perfumando a rosa Terna, queixosaNos cabelos teus.
Que noite santa! Sempre o lbio mudoA dizer tudoA suspirar paixoDe espao a espao um fervoroso beijoE aps o beijoE tu dizias "No!... "
Eu fui a brisa, tu me foste a rosa,Fui mariposa Tu me foste a luz!Brisa beijei-te; mariposa ardi-me,E hoje me oprimeDo martrio a cruz
E agora quando na montanha o ventoGeme lamentoDe infinito amor,Buscando debalde te escutar as jurasNo mais venturas...S me resta a dor.
Seria um sonho aquela noite errante?...Diz', minha amante!...Foi real... bem sei...Ai! no me negues... Diz-me a lua, o ventoDiz-me o tormento...Que por ti penei!
Quand la mort est si belle,Il est doux de mourir.V. HUGO
Amemos! quero de amorViver no teu corao!Sofrer e amar essa dorQue desmaia de paixo!Na tualma, em teus encantosE na tua palidezE nos teus ardentes prantosSuspirar de languidez!
Quero em teus lbios beberOs teus amores do cu!Quero em teu seio morrerNo enlevo do seio teu!Quero viver desperana!Quero tremer e sentir!Na tua cheirosa tranaQuero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,Minhalma, meu corao...Que noite! que noite bela!Como doce a virao!E entre os suspiros do vento,Da noite ao mole frescor,Quero viver um momento,Morrer contigo de amor!