Antonio Damasio

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A RAZÃO E A EMOÇÃO O caso de Phineas Gage e as neurociências António Damásio

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Apresentação introdutória sobre o caso de Phineas Gage, tratado pelo neurologista António Damásio.

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A RAZÃO E A EMOÇÃO

O caso de Phineas Gage e as neurociências

António Damásio

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António Damásio e Hanna Damásio

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O caso de Phineas Gage

Phineas Gage era um jovem supervisor de construção ferroviária em Vermont, nos EUA, no ano de 1848.

Durante o seu trabalho, uma explosão projetou uma barra metálica, com 2.5 cm de diâmetro e mais de um metro de comprimento, contra o seu crânio.

A barra entrou pela bochecha esquerda, destruindo o olho, atravessou a parte frontal do cérebro e saiu pelo topo do crânio.

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Reconstituição da lesão

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O caso de Phineas Gage

Gage perdeu a consciência imediatamente e começou a ter convulsões.

Porém, ele recuperou a consciência momentos depois e foi levado ao médico local. Perdeu muito sangue mas, inesperadamente, começou a falar e conseguia caminhar.

Recuperou e, aparentemente, estava bem.

Mas algo de diferente se passou…

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Análise da lesão

Área lesionada: área pré-frontal

Phineas Gage tornou-se um caso clássico nos livros de ensino de neurologia.

A parte do cérebro que ele tinha perdido, no lobo frontal, passou a ser

associada às funções mentais e emocionais, as

funções que ficaram alteradas nele.

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O caso de Phineas Gage nas palavras de António Damásio

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“Gage deixou de ser Gage”

«Gage podia tocar, ouvir, sentir, e nem os membros

nem a língua estavam paralisados. Tinha perdido a visão

do olho esquerdo, mas a do direito estava perfeita.

Caminhava firmemente, utilizava as mãos com destreza e

não tinha nenhuma dificuldade assinalável na fala ou na

linguagem. No entanto, o equilíbrio, por assim dizer, entre

as suas faculdades intelectuais e as suas propensões

animais fora destruído. As mudanças tornaram-se

evidentes assim que amainou a fase crítica da lesão

cerebral.

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Mostrava-se agora caprichoso, irreverente, usando por

vezes a mais obscena das linguagens, o que não era

anteriormente seu costume, manifestando pouca

consideração para com os colegas, impaciente

relativamente a restrições ou conselhos quando eles

entravam em conflito com os seus desejos, por vezes

determinadamente obstinado, outras ainda caprichoso e

vacilante, fazendo muitos planos para ações futuras que tão

facilmente eram concebidos como abandonados. (…)

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A sua linguagem obscena era de tal forma

degradante que as senhoras eram aconselhadas a não

permanecer durante muito tempo na sua presença, para

que ele não ferisse as suas sensibilidades. As mais severas

repreensões falharam na tentativa de fazer que o nosso

sobrevivente voltasse a ter um bom comportamento. (…)

Sofreu uma mudança tão radical que os seus amigos e

conhecidos dificilmente o reconheciam. Observavam

entristecidos que ”Gage já não era Gage”.

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Era agora um homem tão diferente que os patrões

tiveram de dispensá-lo pouco tempo depois de ter

regressado ao trabalho, porque ”consideravam a alteração

da sua mente tão acentuada que não lhe podiam conceder

o seu antigo lugar”. O problema não residia na falta de

capacidade física ou competência, mas no seu novo

carácter. (…)

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O caso de Phineas Gage

Pouco tempo depois, Phineas Gage começou a ter mudanças na personalidade:

humor instável; deixou de conseguir fazer planos para o

futuro; tornou-se extravagante, anti-social,

maldizente e mentiroso. (Como consequência, não conseguia manter-se num emprego por muito tempo);

não conseguia responder, emocionalmente, de forma adequada às situações.

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Conclusão de Damásio

As emoções são necessárias para o bom desempenho das tarefas cognitivas e, consequentemente, para o equilíbrio do organismo humano.

Todas as partes se interligam e complementam, funcionando como um todo.