Antonio Gilberto - a bíblia através dos séculos.pdf

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    http://ebooksgospel.blogspot.com/

  • Antonio Gilberto

    A histria e formao do Livro dos livros

  • Todos os Direitos Reservados. Copyright 1986 para a lngua portuguesa da Casa Publicadora das Assemblias de

    Deus.

    220.61 Silva, Antnio Gilberto da, 1929 - 5586b A Bblia atravs dos sculos : uma introduo / Antnio Gilberto da Silva. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das Assemblias de Deus, 1986. 1. Bblia - Introduo. 2. Bblia - Cronologia. 3. Bblia - Geografia. I. Ttulo. CDD - 220.61

    Cdigo para Pedidos: EB-119 Casa Publicadora das Assemblias de Deus

    Caixa Postal 331 20001, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    15a Edio 2004

  • ndice

    1. Consideraes preliminares

    2. A Bblia como livro

    3. A Bblia como a Palavra de Deus

    4. O Cnon da Bblia e sua evoluo histrica

    5. A preservao e a traduo da Bblia

    6. A seqncia da histria bblica

    7. Cronologia bblica

    8. Geografia bblica

    9. Vida e costumes dos povos bblicos

    10. Dificuldades da Bblia

  • Apresentao

    A Casa Publicadora das Assemblias de Deus tem a grata satisfao de apresentar aos seus milhares de leitores mais uma obra do pastor Antnio Gilberto, intitulada A Bblia atravs dos sculos. Trata-se, sem dvida alguma, de um livro que interessa ao estudante das Sagradas Escrituras, pois descreve, em linguagem simples, particularidade do autor, assuntos por demais sugestivos, tais como 0 Cnon da Bblia e sua evoluo; A preservao e a traduo da Bblia; A seqncia da Histria Bblica; Cronologia Bblica; Geografia Bblica; Vida e Costumes dos Povos Bblicos; Dificuldades da Bblia, etc.

    Conforme o prprio autor declara, este compndio um estudo introdutrio do Livro Santo, para melhor compreenso do leitor. Temos a certeza de que todos os que adquirirem a presente obra, por certo agradecero a Deus pelo privilgio de possurem um manual que os ajudar a entender melhor o Livro dos livros.

    Diretoria de Publicaes

  • 1 Consideraes preliminares

    I. INTRODUO BBLICA OU BIBLIOLOGIA O nosso assunto o estudo introdutrio e auxiliar das Sagradas Escrituras, para sua

    melhor compreenso por parte do leitor. tambm chamado Isagoge nos cursos superiores de teologia. Este estudo auxilia grandemente a compreenso dos fatos da Bblia. Um ponto saliente nele a histria da Bblia mostrando como chegou ela at ns. A necessidade desse estudo que, sendo a Bblia um livro divino, veio a ns por canais humanos, tornando-se, assim, divino-humana, como tambm o a Palavra Viva - Cristo -, que se tornou tambm divino-humano (Jo 1.1; Ap 19.13).

    Pela Bblia, Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entend-lo. Por essa razo, a Bblia faz aluso a tudo que terreno e humano. Ela menciona pases, montanhas, rios, desertos, mares, climas, solos, estradas, plantas, produtos, minrios, comrcio, dinheiro, lnguas, raas, usos, costumes, culturas, etc. Isto , Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bblia da nossa linguagem, bem como do nosso modo de pensar. Se Deus usasse sua linguagem, ningum o entenderia. Ele, para revelar-se ao homem, adaptou a Bblia ao modo humano de perceber as coisas. Destarte, o autor da Bblia Deus, mas os escritores foram homens. Na linguagem figurada dos Salmos e das diversas outras partes da Bblia, Deus mesmo descrito e age como se fosse homem. A Bblia chega a esse ponto para que o homem compreenda melhor o que Deus lhe quer dizer. Isto tambm explica muitas dificuldades e aparentes contradies do texto bblico.

    II. O MBITO DESTE ASSUNTO A Bibliologia estuda a Bblia sob os seguintes pontos de vista: 1. Observaes gerais sobre sua leitura e estudo. 2. Sua estrutura, considerando sua diviso, classificao dos livros, captulos,

    versculos, particularidades e tema central. 3. A Bblia considerada como o Livro Divino, isto , como a Palavra escrita de

    Deus. 4. O Cnon sagrado: sua formao e transmisso at ns. 5. A preservao e traduo do texto da Bblia. Isto aborda as lnguas originais e os

    manuscritos bblicos. 6. Inclui ainda elementos de histria geral da Bblia, inclusive o Perodo Interbblico

    ou Intertestamentrio, e de auxlios externos no estudo da Bblia: geografia bblica, usos e costumes antigos orientais, sistemas de medidas, pesos e moedas; cronologia bblica geral, histria das naes antigas contemporneas; estudos das personagens e dos livros da Bblia, e das dificuldades bblicas.

    III. A RAZO DA NECESSIDADE DAS ESCRITURAS Deus se tem revelado atravs dos tempos por meio de suas obras, isto , da criao

    (SI 19.1-6; Rm 1.20). Porm, na Palavra de Deus temos uma revelao especial e muito maior. dupla esta revelao: a) na Bblia, que a PALAVRA DE DEUS ESCRITA, e b) em Cristo, que PALAVRA DE DEUS VIVA (Jo 1.1). Esta dupla revelao especial, porque tornou-se necessria devido queda do homem. 10

  • IV. A NECESSIDADE DO ESTUDO DAS ESCRITURAS Isto est implcito em Salmo 119.130; Isaas 34.16; 2 Timteo 2.15; 1 Pedro 3.15, e

    nos conduz a dois pontos de suma importncia: a) porque devemos estudar a Bblia, e b) como devemos estudar a Bblia.

    Estudar mais que ler; aplicar a mente a um assunto, de modo sistemtico e constante.

    1. Porque devemos estudar a Bblia a. Ela o nico manual do crente na vida crist e no trabalho do Senhor. O crente

    foi salvo para servir ao Senhor (Ef 2.10; 1 Pe 2.9). Sendo a Bblia o livro texto do cristo, importante que ele a maneje bem, para o fiel desempenho de sua misso (2 Tm 2.15). Um bom profissional sabe empregar com eficincia as ferramentas de seu ofcio. Essa eficincia no automtica: vem pelo estudo e prtica. Assim deve ser o crente com relao ao seu manual - a Bblia. Entre as promessas de Deus nesse sentido, temos uma muito maravilhosa em Isaas 55.11. Deus declara a que sua Palavra no voltar vazia. Portanto, quando algum toma tempo para estudar com propsito a Palavra de Deus, o efeito ser glorioso quanto edificao espiritual e ao engrandecimento do reino de Deus.

    b. Ela alimenta nossas almas (Jr 15.16; Mt 4.4; 1 Pe 2.2). No h dvida de que o estudo da Palavra de Deus traz nutrio e crescimento espiritual. Ela to indispensvel alma, como o po ao corpo. Nas passagens acima, ela comparada ao alimento, porm, este s nutre o corpo quando absorvido pelo organismo. O texto de 1 Pedro 2.2 fala do intenso apetite dos recm-nascidos; assim deve ser o nosso desejo pela Palavra. Bom apetite pela Bblia sinal de sade espiritual.

    Como est o seu apetite pela Bblia, leitor? c. Ela o instrumento que o Esprito Santo usa (Ef 6.17). Se em ns houver

    abundncia da Palavra de Deus. o Esprito Santo ter o instrumento com que operar. preciso, pois. meditar nela (Js 1.8; SI 1.2). preciso deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida. nossos pensamentos, nosso corao e, assim, molde todo o nosso viver dirio. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus.

    Um requisito primordial para Deus responder s nossas oraes estarmos saturados da sua Palavra (Jo 15.7). Aqui est, em parte, a razo de muitas oraes no serem respondidas: desinteresse pela Palavra de Deus. (Leia o texto outra vez.) Pelo menos trs fatos esto implcitos aqui: a) Na orao precisamos apoiar nossa f nas promessas de Deus, e essas promessas esto na Bblia, b) Por sua vez, a Palavra de Deus produz f em ns (Rm 10.17). c) Devemos fazer nossas peties segundo a vontade de Deus (1 Jo 5.14), e um dos meios de saber-se a vontade de Deus atravs da sua Palavra.

    Na vida crist, e no trabalho do Senhor em geral, o Esprito Santo s nos lembrar o texto bblico preciso, se de antemo o conhecermos (Jo 14.26). - possvel o leitor ser lembrado de algo que no sabe? Pense se possvel! Portanto, o Esprito Santo quer no somente encher o crente, mas tambm encontrar nele o instrumento com que operar a Palavra de Deus.

    Ter o Esprito e no conhecer a Palavra, conduz ao fanatismo. Pessoas assim querem usar o Esprito em vez de Ele us-las. Conhecer a Palavra e no ter o Esprito conduz ao formalismo. Estes dois extremos so igualmente perigosos.

    d. Ela enriquece espiritualmente a vida do cristo (SI 119.72). Essas riquezas vm pela revelao do Esprito, primeiramente (Ef 1.17). O leitor que procurar entender a Bblia somente atravs do intelecto, muito cedo desistir do seu intento. S o Esprito de Deus conhece as coisas de Deus (1 Co 2.10). Um renomado expositor cristo afirma que h 32.000 promessas na Bblia toda! Pensai que fonte de riqueza h ali! Entre as riquezas

  • derivadas da Bblia est a formao do carter ideal, bem como a moldagem da vida crist como um todo. a-Bblia a melhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora do carter. Os princpios que modelam nossa vida devem proceder dela.

    A falta de uma correta e pronta orientao espiritual dentro da Palavra de Deus. especialmente quanto a novos convertidos, tem resultado em inmeras vidas desequilibradas, doentes pelo resto da existncia. Essas, s um milagre de Deus pode reajust-las. Pessoas assim, ferem-se a si mesmas e aos que as rodeiam.

    A Bblia a revelao de Deus humanidade. Tudo que Deus tem para o homem e requer do homem, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus quanto sua redeno, conduta crist e felicidade eterna, est revelado na Bblia. Deus no tem outra revelao escrita alm da Bblia. Tudo o que o homem tem a fazer tomar o Livro e apropriar-se dele pela f. O autor da Bblia Deus, seu real intrprete o Esprito Santo, e seu tema central o Senhor Jesus Cristo. O homem deve ler a Bblia para ser sbio, crer na Bblia para ser salvo, e praticar a Bblia para ser santo.

    2. Como devemos estudar a Bblia a. Leia a Bblia conhecendo seu autor. Isto de suprema importncia, a melhor

    maneira de estudar a Bblia. Ela o nico livro cujo autor est sempre presente quando lida. O autor de um livro a pessoa que melhor pode explic-lo. A Bblia um livro fcil e ao mesmo tempo difcil; simples e ao mesmo tempo complexo. No basta apenas ler suas palavras e analisar suas declaraes. Tudo isso indispensvel, mas no basta. preciso conhecer e amar o Autor do Livro. Conhecendo o Autor, a compreenso ser mais fcil.

    Faamos como Maria, que aprendia aos ps do Mestre (Lc 10.39). Esse ainda o melhor lugar para o aluno! b. Leia a Bblia diariamente (Dt 17.19). Esta regra excelente. Presume-se que 90fr dos crentes no lem a Bblia diariamente: no de admirar haver tantos crentes frios nas igrejas. No somente frios mas anos, raquticos, mundanos, carnais, indiferentes. Sem crescimento espiritual, Deus no nos pode revelar suas verdades profundas (Mc 4.33; Jo 16.12; Hb 5.12). de admirar haver pessoas na igreja que acham tempo para ler, ouvir e ver tudo, menos a Palavra de Deus. Motivo: Comem tanto outras coisas que perdem o apetite pelas coisas de Deus! justo ler boas coisas, mas, imprescindvel tomar mais tempo com as Escrituras. tambm de estarrecer o fato de que muitos lderes de igrejas no levam seus liderados a lerem a Bblia. No basta assistir aos cultos, ouvir sermes e testemunhos, assistir a estudos bblicos, ler boas obras de literatura crist: preciso a leitura bblica individual, pessoal. H crentes que s comem espiritualmente quando lhes do comida na boca: a colher do pastor, do professor da Escola Dominical, etc. Se ningum lhes der comida eles morrero de inanio.

  • c. Ler a Bblia com a melhor atitude mental e espiritual. Isto de capital importncia para o xito no estudo bblico. A atitude correta a seguinte: a) Estudar a Bblia como a Palavra de Deus, e no como uma obra literria qualquer, b) Estudar a Bblia com o corao, em atitude devocional, e no apenas com o intelecto. As riquezas da Bblia so para os humildes que temem ao Senhor (Tg 1.21). Quanto maior for a nossa comunho com Deus, mais humildes seremos. Os galhos mais carregados de frutos so os que mais abaixam! preciso ler a Bblia crendo, sem duvidar, em tudo que ela ensina, inclusive no campo sobrenatural. A dvida ou descrena, cega o leitor (Lc 24.25).

    d. Leia a Bblia com orao, devagar, meditando. Assim fizeram os servos de Deus no passado: Davi (SI 119.12,18); Daniel (Dn 9.21-23). O caminho ainda o mesmo. Na presena do Senhor em orao, as coisas incompreensveis so esclarecidas (SI 73.16,17). A meditao na Palavra aprofunda a sua compreenso. Muitos lem a Bblia somente para estabelecerem recordes de leitura. Ao ler a Bblia, aplique-a primeiro a si prprio, irmo, seno no haver virtude nenhuma.

    e. Leia a Bblia toda. H uma riqueza insondvel nisso! a nica maneira de conhecermos a verdade completa dos assuntos nela contidos, visto que a revelao de Deus que nela temos progressiva. - Como o leitor pensa compreender um livro que ainda no leu do princpio ao fim? Mesmo lendo a Bblia toda, no a entendemos completamente. Ela, sendo a Palavra de Deus, infinita. Nem mesmo a mente de um gnio poderia interpret-la sem erros. No h no mundo ningum que esgote a Bblia. Todos somos sempre alunos (Dt 29.29; Rm 11.33,34; 1 Co 13.12). Portanto, na Bblia h dificuldades, mas o problema do lado humano. O Esprito Santo, que conhece as profundezas de Deus, pode ir revelando o conhecimento da verdade, medida que buscamos a face de Deus e andamos mais perto dele. Amm.

    QUESTIONRIO 1. Que Bibliologia ou Introduo Bblica? 2. Que linguagem e modo de pensar usa Deus em sua Palavra? 3. Mencione alguns dos assuntos estudados em Bibliologia. 4. Por que tornou-se necessrio a revelao especial de Deus pela Bblia? 5. Cite dois motivos por que devemos estudar a Bblia, segundo o estudo

    apresentado. 6. Cite trs maneiras como devemos estudar a Bblia. 7. Qual a maneira de conhecermos a verdade completa sobre determinado assunto

    bblico? 8. Por que no podemos entender a Bblia toda?

  • 2 Bblia como livro

    I. OS LIVROS ANTIGOS A Bblia um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolos (Jr 36.2). Eram

    feitos de papiro ou pergaminho. O papiro uma planta aqutica que cresce junto a rios, lagos e banhados, no Oriente Prximo, cuja entrecasca servia para escrever. Essa planta existe ainda hoje no Sudo, na Galilia Superior e no vale de Sarom. As tiras extradas do papiro eram coladas umas s outras at formarem um rolo de qualquer extenso. Este material grfico primitivo mencionado muitas vezes na Bblia, exemplos: xodo 2.3; J 8.11; Isaas 18.2. Em certas verses da Bblia, o papiro mencionado como junco; de fato, um tipo de junco de grandes propores. De papiro, deriva-se a nossa palavra papel. Seu uso na escrita vem de 3.000 a.C.

    Pergaminho pele de animais, curtida e polida, utilizada na escrita. material grfico melhor que o papiro. Seu uso mais recente que o do papiro. Vem dos primrdios da Era Crist, apesar de j ser conhecido antes. tambm mencionado na Bblia, como em 2 Timteo 4.13.

    A Bblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos, que, a princpio, os livros sagrados no estavam unidos uns aos outros como os temos agora em nossas Bblias. O que tornou isso possvel foi a inveno do papel no Sculo II, pelos chineses, bem como a do prelo, de tipos mveis, inventada em 1450, pelo alemo Gutemberg. At ento era tudo manuscrito pelos escribas de modo laborioso, lento e oneroso. Quanto a este aspecto da difuso de sua Palavra, Deus tem abenoado maravilhosamente, de modo que hoje milhes de exemplares das Escrituras so impressos com rapidez e facilidade em muitos pontos do globo. Tambm, graas aos progressos alcanados no campo das invenes e da tecnologia, podemos hoje transportar com toda comodidade um exemplar da Bblia, coisa impossvel nos tempos primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das Escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas.

    II. O VOCBULO "BBLIA" Este vocbulo no se acha no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas na capa. -

    Donde, pois, nos vem? -Vem do grego, a lngua original do Novo Testamento. derivado do nome que os gregos davam folha, de papiro preparada para a escrita - "biblos". Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado "biblion" e vrios destes eram uma "bblia". Portanto, literalmente, a palavra bblia quer dizer "coleo de livros pequenos". Com a in-veno do papel, desapareceram os rolos, e a palavra biblos deu origem a "livro", como se v em biblioteca, bibliografia, biblifilo, etc. consenso geral entre os doutos no assunto que o nome Bblia foi primeiramente aplicado s Sagradas Escrituras por Joo Crisstomo, patriarca de Constantinopla, no Sculo IV.

    E porque as Escrituras formam uma unidade perfeita, a palavra Bblia, sendo um plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando o LIVRO, isto , o Livro dos livros; O Livro por excelncia. Como Livro divino, a definio cannica da Bblia "A revelao de Deus humanidade".

    Os nomes mais comuns que a Bblia d a si mesma, isto , os seus nomes cannicos, so:

    Escrituras (Mt 21.42) 18

  • Sagradas Escrituras (Rm 1.2) Livro do Senhor (Is 34.16) A Palavra de Deus (Mc 7.13; Hb 4.12) Os Orculos de Deus (Rm 3.2)

    III. A ESTRUTURA DA BBLIA Estudaremos neste ponto a estrutura ou composio da Bblia, isto , a sua diviso

    em partes principais e seus livros quanto classificao por assuntos, diviso em captulos e versculos e, certas particularidades indispensveis.

    A Bblia divide-se em duas partes principais: ANTIGO e NOVO TESTAMENTO, tendo ao todo 66 livros: sendo 39 no AT e 27 no NT. Estes 66 livros foram escritos num perodo de 16 sculos e tiveram cerca de 40 escritores. Aqui est um dos milagres da Bblia. Esses escritores pertenceram s mais variadas profisses e atividades, viveram e escreveram em pases, regies e continentes distantes uns dos outros, em pocas e condies diversas, entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isto prova que um s os dirigia no registro da revelao divina: Deus.

    A palavra testamento vem do termo grego "diatheke", e significa: a) Aliana ou concerto, e b) Testamento, isto , um documento contendo a ltima vontade de algum quanto distribuio de seus bens, aps sua morte. Esta a palavra empregada no Novo Testamento, como por exemplo em Lucas 22.20. No Antigo Testamento, a palavra usada "berith" que significa apenas concerto. O duplo sentido do termo grego nos mostra que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliana, garantindo-nos toda a herana com Cristo (Rm 8.17; Hb 9.15-17).

    O ttulo Antigo Testamento foi primeiramente aplicado aos 39 livros das Escrituras hebraicas, por Tertuliano, e Orgenes.

    Na primeira diviso principal da Bblia, temos o Antigo Concerto (tambm chamado pacto, aliana), que veio pela Lei, feito no Sinai e, selado com sangue de animais (x 24.3-8; Hb 9.19,20). Na segunda diviso principal (o NT), temos o Novo Concerto, que veio pelo Senhor Jesus Cristo, feito no Calvrio e selado com o seu prprio sangue (Lc 22.20; Hb 9.11-15). pois um concerto superior.

    Nas Bblias de edio da Igreja Romana, o total de livros 73. Os 7 livros a mais, so chamados apcrifos. Alm dos livros apcrifos, as referidas Bblias tm mais 4 acrscimos a livros cannicos. Trataremos disto no captulo que estudar o cnon das Escrituras.

    1. O Antigo Testamento Tem 39 livros, e foi escrito originalmente em hebraico, com exceo de pequenos

    trechos que o foram em aramaico. O aramaico foi a lngua que Israel trouxe do seu exlio babilnico. H tambm algumas palavras persas. Seus 39 livros esto classificados em 4 grupos, conforme os assuntos a que pertencem: LEI, HISTRIA, POESIA, PROFECIA. O grupo ou classe poesia tambm conhecido por devocional.

    Vejamos os livros por cada grupo. a. LEI. So 5 livros: Gnesis a Deuteronmio. So comumente chamados o

    Pentateuco. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei, e do estabelecimento da nao israelita.

    b. HISTRIA. So 12 livros: de Josu a Ester. Ocupam-se da histria de Israel nos seus vrios perodos: a) Teocracia, sob os juzes, b) Monarquia, sob Saul, Davi e Salomo, c) Diviso do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Jud e Israel, este levado em cativeiro para a Assria, e aquele para Babilnia, d) Ps-cativeiro, sob Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporneos.

  • c. POESIA. So 5 livros: de J a Cantares de Salomo. So chamados poticos, no porque sejam cheios de imaginao e fantasia, mas devido ao gnero do seu contedo. So tambm chamados devocionais.

    d. PROFECIA. So 17 livros: de Isaas a Malaquias. Esto subdivididos em: Profetas Maiores: Isaas a Daniel (5 livros). Profetas Menores: Osias a Malaquias (12 livros). Os nomes maiores e menores

    no se referem ao mrito ou notoriedade do profeta mais ao tamanho dos livros e extenso do respectivo ministrio proftico.

    A classificao dos livros do AT, por assunto, vem da verso Septuaginta, atravs da Vulgata, e no leva em conta a ordem cronolgica dos livros, o que, para o leitor menos avisado, d lugar a no pouca confuso, quando procura agrupar os assuntos cronologicamente. Na Bblia hebraica (que o nosso AT), a diviso dos livros bem di-ferente.

    Nas Bblias de edio catlico-romana, os livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis so chamados 1,2,3 e 4 Reis, respectivamente. 1 e 2 Crnicas so chamados 1 e 2 Paralipme-nos Esdras e Neemias so chamados 1 e 2 Esdras. Tambm, nas edies catlicas de Matos Soares e Figueiredo, o Salmo 9 corresponde em Almeida aos Salmos 9 e 10. O de nmero 10 o nosso 11. Isso vai assim at os Salmos 146 a 147, que nas nossas Bblias so o de nmero 147. Deste modo, os trs salmos finais so idnticos em qualquer das verses acima mencionadas. Essas diferenas de numerao em nada afetam o texto em si, e no poderia ser doutra forma, sendo a Bblia o Livro do Senhor!

    2. O Novo Testamento Tem 27 livros. Foi escrito em grego; no no grego clssico dos eruditos, mas no do

    povo comum, chamado Koin. Seus 27 livros tambm esto classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem: BIOGRAFIA, HISTRIA, EPSTOLAS, PROFECIA. O terceiro grupo tambm chamado DOUTRINA.

    a. BIOGRAFIA. So os 4 Evangelhos. Descrevem a vida terrena do Senhor Jesus e seu glorioso ministrio. Os trs primeiros so chamados Sinpticos, devido a certo pa-ralelismo que tm entre si. Os Evangelhos so os livros mais importantes da Bblia. Todos os que os precedem tratam da preparao para a manifestao de Jesus Cristo, e os que se lhes seguem so explicaes da doutrina de Cristo.

    b, HISTORIA. o livro de Atos dos Apstolos. Registra a histria da igreja primitiva, seu viver, a propagao do

    Evangelho; tudo atravs do Esprito Santo, conforme Jesus prometera. c. EPSTOLAS. So 21 as epstolas ou cartas. Vo de Romanos a Judas. Contm a

    doutrina da Igreja. 9 so dirigidas a igrejas (Romanos a 2 Tessalonicenses) 4 so dirigidas a indivduos (1 Timteo a Filemom) 1 dirigida aos hebreus cristos 7 so dirigidas a todos os cristos, indistintamente (Tiago a Judas) As ltimas sete so tambm chamadas universais, catlicas ou gerais, apesar de duas

    delas (2 e 3 Joo) serem dirigidas a pessoas. d. PROFECIA. o livro de Apocalipse ou Revelao. Trata da volta pessoal do

    Senhor Jesus Terra e das coisas que precedero esse glorioso evento. Nesse livro vemos o Senhor Jesus vindo com seus santos para: a) destruir o poder gentlico mundial sob o reinado da Besta; b) livrar Israel, que estar no centro da Grande Tribulao; c) julgar as naes; e d) estabelecer o seu reino milenar.

    Oh! como desejamos que Ele venha!

  • Os livros do Novo Testamento tambm no esto situados em ordem cronolgica, pelas mesmas razes expostas ao tratarmos do Antigo Testamento.

    IV. O TEMA CENTRAL DA BBLIA Jesus o tema central da Bblia. Ele mesmo no-lo declara em Lucas 24.44 e Joo

    5.39. (Ler tambm Atos 3.18; 10.43; Apocalipse 22.16). Se olharmos de perto, veremos que, em tipos, figuras, smbolos e profecias, Ele ocupa o lugar central das Escrituras, isto alm da sua manifestao como est registrada em todo o Novo Testamento.

    Em Gnesis, Jesus o descendente da mulher (Gn 3.15). Em xodo, o Cordeiro Pascoal. Em Levtico, o Sacrifcio Expiatrio. Em Nmeros, a Rocha Ferida. Em Deuteronmio, o Profeta. Em Josu, o Capito dos Exrcitos do Senhor. Em Juzes, o Libertador. Em Rute, o Parente Divino. Em Reis e Crnicas, o Rei Prometido. Em Ester, o Advogado. Em J, o nosso Redentor. Nos Salmos, o nosso socorro e alegria. Em Provrbios, a Sabedoria de Deus. Em Cantares de Salomo, o nosso Amado. Em Eclesiastes, o Alvo Verdadeiro Nos Profetas, o Messias Prometido. Nos Evangelhos, o Salvador do Mundo. Nos Atos, o Cristo Ressurgido. Nas Epstolas, a Cabea da Igreja. No Apocalipse, o Alfa e o mega; o Cristo que volta para reinar. Tomando o Senhor Jesus como o centro da Bblia, podemos resumir os 66 livros em

    cinco palavras referentes a Ele, assim: PREPARAO - Todo o AT, pois trata da preparao para o advento de Cristo. MANIFESTAO - Os Evangelhos, que tratam da manifestao de Cristo. PROPAGAO - O Livro de Atos, que trata da propagao de Cristo. EXPLANAO - As Epstolas, que so a explanao da doutrina de Cristo. CONSUMAO - O Livro de Apocalipse, que trata da consumao de todas as coisas preditas, atravs de Cristo. (Dr. Cl. Scofield).

    Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Fsica sem a matria ou a Matemtica sem os nmeros.

    V. ALGUNS FATOS E PARTICULARIDADES DA BBLIA Antes, a Bblia no era dividida em captulos e versculos. A diviso em captulos foi

    feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A diviso em versculos foi feita de duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bblia (Vulgata Latina) dividida em captulos e versculos em 1555. O AT tem 929 captulos e 23.214 versculos. O NT tem 260 captulos e 7.959 versculos. A Bblia toda tem 1.189 captulos e 31.173 versculos. O nmero de palavras e letras depende do idioma e da verso. O maior captulo o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versculo est em Ester 8.9; o menor, em xodo 20.30. (Isso, nas verses portuguesas e com exceo da cha-

  • mada "Traduo Brasileira", onde o menor Lucas 20.30). Em certas lnguas, o menor Joo 11.35. Os livros de Ester e Cantares no contm a palavra Deus, porm a presena de Deus evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. H na Bblia 8.000 menes de Deus sob vrios nomes divinos, e 177 menes do Diabo, sob seus vrios no-mes.

    A vinda do Senhor referida direta e indiretamente 1.845 vezes, sendo 1.527 no AT e 318 no NT. - No esse um assunto para sria meditao? O Salmo 119 tem em hebraico 22 sees de 8 versculos cada uma. O nmero 22 corresponde ao nmero de letras do alfabeto hebraico. Cada uma das 22 sees inicia com uma letra desse alfabeto, e, dentro, de cada seo, todos os versculos comeam com a letra da respectiva seo. Caso semelhante h no livro de Lamentaes de Jeremias. Ali, em hebraico, os captulos 1,2,4, tm 22 versculos cada um, compreendendo as 22 letras do alfabeto, de lefe a tau. Porm o captulo 3 tem 66 versculos, levando cada trs deles, a mesma letra do alfabeto.

    H outros casos assim na estrutura da Bblia. Isso jamais poderia ser obra do acaso. A frase "no temas" ocorre 365 vezes em toda a Bblia, o que d uma para cada dia do ano! O captulo 19 de 2 Reis idntico ao 37 de Isaas. O AT encerra citando a palavra "maldio"; o NT encerra citando a expresso: "a graa do Nosso Senhor Jesus Cristo." A Bblia foi o primeiro livro impresso no mundo aps a inveno do prelo; isso deu-se em 1452, em Mogncia, Alemanha. Os nmeros 3 e 7 predominam admiravelmente em toda a Bblia. O nome de Jesus consta do primeiro e do ltimo versculos do NT. As tradues da Bblia (toda ou em parte) at 1984, atingiram a 1796 lnguas e dialetos. 24

    Restam ainda cerca de 1.000 lnguas em que ela precisa ser traduzida. - Que est o irmo fazendo para difundir a Bblia - o livro que o salvou?

    VI. ALGUMAS OBSERVAES TEIS E PRTICAS NO MANUSEIO E ESTUDO DA BBLIA

    1. Apontamentos individuais Habitue-se a tomar notas de suas meditaes na Palavra de Deus. A memria falha

    com o tempo. Distribua seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e des-tacados uns dos outros. Use, para isso, um livro de folhas soltas (livro de argola) com projees e ndice. Se no houver organizao nos apontamentos, eles pouco serviro.

    2. Aprenda a ler e escrever referncias bblicas O sistema mais simples e rpido para escrever referncias bblicas o adotado pela

    Sociedade Bblica do Brasil: duas letras sem ponto abreviativo para cada livro da Bblia. Entre captulo e versculo pe-se apenas um ponto. No ndice das Bblias editadas pela SBB pode-se ver a lista dos livros assim abreviados.

    Exemplos de referncias por esse sistema: 1 Jo 2.4 (1 Joo captulo 2, versculo 4) J 2.4 (J captulo 2, versculo 4) 1 Pe 5.5 (1 Pedro captulo 5, versculo 5) Fp 1.29 (Filipenses captulo 1, versculo 29)

    Fm v. 14 (Filemom, versculo 14) 3. Diferena entre texto, contexto, referncia, inferncia a. Texto so as palavras contidas numa passagem. b. Contexto a parte que fica antes e depois do texto que estamos lendo. O contexto

    pode ser imediato ou remoto. c. Referncia a conexo direta sobre determinado assunto. Alm de indicar o livro,

    captulo e versculo, a referncia pode levar outras indicaes como: - "a", indicando a parte inicial do versculo: (Rm 11.17a). - "b", indicando a parte final do versculo: (Rm 11.17b).

  • - "ss", indicando os versculos que se seguem at o fim ou no do captulo: (Rm 11.17ss).

    - "qv", significando que veja. Recomendao para no deixar de ler o texto indicado. Vem da expresso latina quod vide = que veja.

    - "cf", significando compare, confirme, confronte. Vem do latim confere. - "i.e.", significando isto . Vem do latim id est. As referncias tambm podem ser

    verbais e reais. As primeiras so um paralelismo de palavras; as segundas, de assuntos ou idias.

  • d. Inferncia uma conexo indireta entre assuntos. uma ilao ou deduo. 4. Siglas das diferentes verses em vernculo O uso dessas siglas poupa tempo e trabalho. - ARC = Almeida Revisada e Corrigida. a Bblia de Almeida antiga, impressa pela

    Imprensa Bblica Brasileira. - ARA = Almeida Revisada e Atualizada. a Bblia de Almeida revisada e publicada

    pela Sociedade Bblica do Brasil, completa, a partir de 1958. - FIG as Antnio Pereira de Figueiredo. Atualmente impressa pela Sociedade

    Bblica Britnica e Estrangeira, Londres. - SOARES = Matos Soares. Verso popular dos catlicos brasileiros. - RHODEN as Huberto Rhoden. Verso particular desse ex-padre brasileiro. - CBSP = Centro Bblico de So Paulo. Edio catlica popular da Bblia, So

    Paulo. - TRAD. BRS. Traduo Brasileira, 1917 5. O tempo antes e depois de Cristo indicado pelas letras: - a.C. = antes de Cristo, isto , antes do nascimento de Cristo. - d.C. = depois de Cristo, isto , o tempo depois do nascimento de Cristo. Tambm

    aparece em algumas obras, "AD", que vem da expresso latina: "Anno Domini", ou seja, ano do Senhor, em aluso ao nascimento de Cristo.

    6. Manuseio do volume sagrado Obtenha completo domnio do manuseio da Bblia, a fim de encontrar com rapidez

    qualquer referncia bblica, Jesus fazia assim. Em Lucas 4.17 diz que Ele "achou o lugar onde estava escrito". Ora, naquele tempo, isso era muito mais difcil do que hoje com o progresso da indstria grfica. 7. Abreviaturas bblicas.

    As abreviaturas dos livros consistem de duas letras sem ponto abreviativo. Procure memoriz-las de vez.

    ANTIGO TESTAMENTO LIVRO LIVRO Gnesis Gn Eclesiastes Ec xodo x Cantares Ct Levtico Lv Isaias Is Nmeros Nm Jeremias Jr Deuteronmio Dt Lamentaes de

    Jeremias Lm

    Josu Js Ezequial Ez Juizes Jz Daniel Dn Rute Rt Osias Os 1 Samuel 1 Sm Joel Jl 2 Samuel 2 Sm Ams Am 1 Reis 1 Rs Obadias Ob 2 Reis 2 Rs Jonas Jn 1 Crnicas 1 Cr Miquis Mq 2 Crnicas 2 Cr Naum Na Esdras Ed Habacuque Hc Neemias Ne Sofonias Sf

  • Ester Et Ageu Ag J J Zacarias Zc Salmos Sl Malaquias Ml Provrbios Pv

    NOVO TESTAMENTO LIVRO LIVRO Mateus Mt Atos At Marcos Mc Romanos Rm Lucas Lc 1 Corntios 1 Co Joo Jo 2 Corntios 2 Co Glatas Gl Hebreus Hb Efsios Ef Tiago Tg Filipenses Fp 1 Pedro 1 Pe Colossenses Cl 2 Pedro 2 Pe 1 Tessalonicenses 1 Ts 1 Joo 1 Jo 2 Tessalonicenses 2 Ts 2 Joo 2 Jo 1 Timteo 1 Tm 3 Joo 3 Jo 2 Timteo 2 Tm Judas Jd Tito Tt Apocalipse Ap Filemom Fm

    QUESTIONRIO 1. Que forma tinha um livro antigo? 2. De que materiais eram feitos esses livros? 3. Que era papiro? Cite-o na Bblia. 4. Que era pergaminho? Cite-o na Bblia. 5. Desde quando foi usado o papiro? e o pergaminho? 6. Quando foi inventado o prelo? e o papel? 7. Que nome davam os gregos folha de papiro j preparada para a escrita? 8. D a origem do nome "Bblia", e o que significa, literalmente. 9. Por que, sendo "Bblia" um plural, passou a ser singular? 10. D a definio cannica de Bblia. 11. Quem primeiro aplicou o nome "Bblia" s Sagradas Escrituras? 12. Quais os nomes ou ttulos mais comuns que a Bblia d a si mesma? 13. Quantas partes principais tem a Bblia? Cite-as. 14. Quantos livros tem toda a Bblia? e s o AT? e s o NT? 15. Quanto tempo levou a Bblia para ser escrita? 16. Cerca de quantos escritores teve ela? 17. D o duplo sentido da palavra testamento como usada no NT e que significado

    tem para o cristo. 18. Quem primeiro aplicou o ttulo Antigo Testamento aos 39 livros da Bblia

    hebraica? 19. D o total de livros das Bblias de edio catlico-romana. 20. Como so chamados esses livros a mais nas Bblias de edio da Igreja Romana? 21. Quantos acrscimos a livros cannicos tm as Bblias de edio romana?

  • 22. D o assunto dos quatro grupos de livros do AT, idem do NT. 23. Quantos livros tem a LEI? Cite-os. 24. Que outro nome tem o conjunto de livros da LEI? 25. Quantos so os livros histricos? Cite-os. 26. Quantos so os livros chamados poticos? Cite-os. 27. Por que so chamados poticos? 28. Quais so as principais lnguas originais da Bblia? 29. Que outro nome tm os livros poticos? 30. Quantos livros tem o grupo PROFECIA no AT? 31. Quantos e quais so os livros dos Profetas Maiores? e os dos Menores? 32. A que se referem as palavras "maiores" e "menores" com referncia aos

    profetas? 33. Como so chamados nas Bblias editadas pela Igreja Romana os livros 1 e 2

    Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crnicas, Esdras e Neemias? 34. Quantos e quais so os livros da seo Biografia, no NT? 35. Que nome tm os trs primeiros Evangelhos? Por qu? 36. Quantos livros tem a diviso Histria no NT? 37. A diviso Epstolas, quantos livros tem? Cite-os. 38. Qual o livro da diviso Profecia, no NT? 39. Cite referncias mostrando Cristo como tema central da Bblia. 40. Resuma os 66 livros da Bblia nas cinco palavras estudadas neste captulo. 41. Estude e domine os pontos V e VI deste captulo. 42. Cite, de memria, os nomes dos 66 livros cannicos e aprenda suas abreviaturas.

    3

  • A Bblia como o Palavra de Deus

    Em resumo, notam-se na Bblia duas coisas: o Livro e a Mensagem. No captulo anterior, estudamos a Bblia como livro; agora a estudaremos como a palavra ou mensagem de Deus. O estudo da Bblia tem por finalidade precpua o conhecimento de Deus. Isso visto desde o primeiro versculo dela, do qual se nota que tudo tem o seu centro em Deus. Portanto, a causa motivante de ensinar a Bblia aos outros deve ser a de lev-los a conhecer a Deus. Se chegarmos a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a Deus, erramos no nosso propsito, e tambm o propsito de Deus por meio do seu Livro seria baldado.

    Que as Escrituras so de origem divina assunto resolvido. Deus, na sua palavra, testemunha concernente-mente a si mesmo. Quem tem o Esprito de Deus deposita toda a confiana nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas nem argumentos. Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bblia no pode estar sujeita a provas e argumentos. Apresentamos algumas provas da Bblia como a Palavra de Deus, no para crermos que ela divina, mas porque cremos que ela divina. satisfao para ns, crentes na Bblia, podermos apresentar evidncias externas daquilo que cremos internamente, no corao.

    O presente sculo caracterizado por ceticismo, racionalismo, materialismo e outros "ismos" sem conta. A Bblia, em meio a tais sistemas, sempre sofre grandes ameaas. At h pouco tempo, a luta do Diabo visava destruir o prprio Livro, mas vendo que no conseguia isso, mudou de ttica e agora procura perverter a mensagem do Livro. Seitas e doutrinas falsas proliferam por toda parte coadjuvadas pelo fanatismo e ignorncia prevalecentes em muitos lugares. Nossa crena na Bblia deve ser convicta, slida e fundamental; no deve ser jamais um eco ou reflexo dos outros. Se algum lhe perguntar, leitor: "Por que voc cr que a Bblia a Palavra de Deus?" - saber voc responder adequadamente? Muitos crentes tm sua crena na Bblia desde a infncia, atravs dos pais, etc, mas nunca fizeram um estudo profundo e acurado para verificarem a realidade da origem divina da Bblia. Apresentamos agora algumas provas da origem divina da Bblia, as quais evidenciam esse Livro como a Palavra de Deus.

    I. A INSPIRAO DIVINA DA BBLIA (1 prova) O que diferencia a Bblia de todos os demais livros do mundo a sua inspirao

    divina (J 32.8; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). devido inspirao divina que ela chamada a Palavra de Deus. (Ver 2 Timteo 3.16 no original.) - Que vem a ser "inspirao divina"? - Para melhor compreenso, vejamos primeiro o que inspirao. No sentido fisiolgico, a inspirao do ar para dentro dos pulmes. pela inspirao do ar que temos flego para falar. Da o ditado "Falar flego". Quando estamos falando, o ar expelido dos pulmes: o que chamamos de expirao. Pois bem, Deus, para falar a sua Palavra atravs dos escritores da Bblia, inspirou neles o seu Esprito! Portanto, inspirao divina a influncia sobrenatural do Esprito Santo como um sopro, sobre os escritores da Bblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro.

    A prpria Bblia reivindica a si a inspirao de Deus, pois a expresso "Assim diz o Senhor", como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros; isso alm de outras expresses equivalentes. Foi o Esprito de Deus quem falou atravs dos escritores. (Ver 2 Crnicas 20.14; 24.20; Ezequiel 11.5). Deus mesmo d tes-temunho da sua Palavra. (Ver Salmo 78.1; Isaas 51.15,16; Zacarias 7.9,12). Os escritores, por sua vez, evidenciam ter inspirao divina. (Ver 2 Reis 17.13; Neemias 9.30; Mateus 2.15; Atos 1.16; 3.21; 1 Corntios 2.13; 14.37; Hebreus 1.1; 2 Pedro 3.2.)

    Teorias falsas da inspirao da Bblia

  • Quanto inspirao da Bblia, h vrias teorias falsas, que o estudante no deve ignorar. Umas so muito antigas, outras bem recentes, e ainda outras esto surgindo por a afora. Nalgumas delas, para maior confuso, a verdade vem junto com o erro, e muitos se deixam enganar. Vejamos as principais teorias falsas da inspirao da Bblia.

    a. A teoria da inspirao natural, humana, ensina que a Bblia foi escrita por homens dotados de gnio e fora intelectual especiais, como Milton, Scrates, Shakespeare, Cames, Rui, e inmeros outros. Isto nega o sobrenatural. um erro fatal de conseqncias imprevisveis para a f. Os escritores da Bblia reivindicam que era Deus quem falava atravs deles (2 Sm 23.2 com At 1.16; Jr 1.9 com Ed 1.1; Ez 3.16,17; At 28.25, etc.)

    b. A teoria da inspirao divina comum ensina que a inspirao dos escritores da Bblia a mesma que hoje nos vem quando oramos, pregamos, cantamos, ensinamos, an-damos em comunho com Deus, etc. Isto errado, porque a inspirao comum que o Esprito nos concede: a) Admite gradao, isto , o Esprito Santo pode conceder maior co-nhecimento e percepo espiritual ao crente, medida que este ore, se consagre e procure a santificao, ao passo que a inspirao dos escritores na Bblia no admite graus. O escritor era ou no era inspirado, b) A inspirao comum pode ser permanente (1 Jo 2.27), ao passo que a dos escritores da Bblia era temporria. Centenas de vezes encontramos esta expresso dos profetas: "E veio a mim a palavra do Senhor", indicando o momento em que Deus os to-mava para transmitir a sua mensagem.

    c. A teoria da inspirao parcial ensina que algumas partes da Bblia so inspiradas, outras no; que a Bblia no a Palavra de Deus, mas apenas contm a Palavra de Deus. - Se esta teoria fosse verdadeira, estaramos em grande confuso, por que quem poderia dizer quais as partes inspiradas e quais as no-inspiradas? A prpria Bblia refuta isso em 2 Timteo 3.16 (ARA). Tambm em Marcos 7.13, o Senhor aplicou o termo "A Palavra de Deus" a todo o Antigo Testamento. (Quanto ao Novo Testamento, ver Joo 16.12 e Apocalipse 22.18,19.)

    d. A teoria do ditado verbal ensina a inspirao da Bblia s quanto s palavras, no deixando lugar para a atividade e estilo do escritor, o que patente em cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigao de fatos conhecidos (Lc 1.4). Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras mquinas, que escreveram sem qualquer noo de mente e raciocnio. Deus no falou pelos escritores como quem fala atravs de um alto-falante. Deus usou as faculdades mentais deles.

    e. A teoria da inspirao das idias ensina que Deus inspirou as idias da Bblia, mas no as suas palavras. Estas ficaram a cargo dos escritores. - Ora, o que a palavra na definio mais sumria, seno "a expresso do pensamento"? Tente o leitor agora mesmo formar uma idia sem palavras... Impossvel! Uma idia ou pensamento inspirado s pode ser expresso por palavras inspiradas. Ningum h que possa separar a palavra da idia. A inspirao da Bblia no foi somente "pensada"; foi tambm "falada". (Ver a palavra "falar" em 1 Corntios 2.13; Hebreus 1.1; 2 Pedro 1.21.) Isto , as palavras foram tambm inspiradas (Ap 22.19). Dum modo muito maravilhoso, vemos a inspirao das palavras da Bblia, no s no emprego da palavra exata, mas tambm na ordem em que elas so empre-gadas; no original, claro. Apenas trs exemplos: J 37.9 e 38.19 (a palavra precisa); 1 Corntios 6.11 (ordem das palavras no seu emprego).

    A teoria correta da inspirao da Bblia a chamada Teoria da Inspirao Plenria ou Verbal. Ela ensina que todas as partes da Bblia so igualmente inspiradas; que os escritores no funcionaram quais mquinas inconscientes; que houve cooperao vital e contnua entre eles e o Esprito de Deus que os capacitava. Afirma que homens santos escreveram a Bblia com palavras de seu vocabulrio, porm sob uma influncia to

  • poderosa do Esprito Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de Deus. Explicar como Deus agiu no homem, isso difcil! Se, no ser humano, o entrosamento do esprito com o corpo um mistrio inexplicvel para os mais sbios, imagine-se o entrosamento do Esprito de Deus com o esprito do homem! Ao aceitarmos Jesus como Salvador, aceitamos tambm a Palavra escrita como a revelao de Deus. Se o aceitamos, aceitamos tambm a sua Palavra. A inspirao plenria cessou ao ser escrito o ltimo livro do Novo Testamento. Depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer servo de Deus pode ser chamado inspirado no mesmo sentido.

    Diferena entre "revelao" e "inspirao" (no tocante Bblia) Revelao a ao de Deus pela qual Ele d a conhecer ao escritor coisas

    desconhecidas, o que o homem, por si s, no podia saber. Exemplos: Daniel 12.8; 1 Pedro 1.10,11. (Quanto inspirao, j foi dada a sua definio no incio deste captulo.) A inspirao nem sempre implica em revelao. Toda a Bblia foi inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelao. Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos j conhecidos e escrever o Evangelho que traz o seu nome. (Ver Lucas 1.1-4). O mesmo se deu com Moiss, que foi inspirado a registrar o que presenciara, como relata o Pentateuco.

    Exemplos de partes da Bblia que foram dadas por revelaes: a. Os primeiros captulos de Gnesis. Como escreveria Moiss sobre um assunto

    anterior a si mesmo? Se no foi revelao, deve ter lanado mo de escritores existentes. H uma antiga tradio hebraica que declara isto.

    b. Jos interpretando os sonhos de Fara (Gn 40.8; 41.15,16,38,39). c. Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o sonho que este havia esquecido, e em

    seguida interpretando-o (Dn 2.2-7,19,28-30). d. Os escritos do apstolo Paulo. Ora, Paulo no andou com o Senhor Jesus. Ele

    creu por volta do ano 35 d.C, porm, em suas epstolas, conduz-nos a profundezas de ensino doutrinrio sobre a Igreja, inclusive no que tange escatologia. Assuntos de primeira grandeza sobre a regenerao, justificao, paracletologia, ressurreio, glorificao, etc, so abordados por ele. - Como teve Paulo conhecimento de tudo isso? Ele mesmo no-lo diz em Glatas 1.11,12 e Efsios 3.3-7: por revelao! Nos seus escritos, h passagens onde essa revelao bem patente, como em 1 Corntios 11.23-26, onde ele diz: "Porque eu recebi do Senhor o que tambm vos ensinei..." Por sua vez, o captulo 15 de 1 Corntios, tambm por ele escrito, a passagem mais profunda e completa da Bblia sobre a ressurreio. Diferena entre declaraes da Bblia e registro de declaraes

    A Bblia no mente, mas registra mentiras que outros proferiram. Nesses casos, no a mentira do registro que foi inspirada, e sim o registro da mentira. A Bblia registra que o insensato diz no seu corao "No h Deus" (SI 14.1). Esta declarao "No h Deus" no foi inspirada, mas inspirado foi o seu registro pelo escritor. Outro exemplo marcante o do caso da morte do rei Saul. Este morreu lanando-se sobre sua prpria espada (1 Sm 31.4); no entanto, o amalequita que trouxe a notcia de sua morte, mentiu, dizendo que fora ele quem matara Saul (2 Sm 1.6-10). Ora, o que se deu a foi apenas o registro da declarao do amalequita, mas no significa que a Bblia minta. H muitos desses casos que os inimigos da Bblia aproveitam para desfazer dos santos escritos. A Bblia registra, inclusive, declaraes de Satans. Suas declaraes no foram inspiradas por Deus, e sim o registro delas. Sanso mentiu mais de uma vez a Dalila; a Bblia no abona isso, apenas registra o fato (Jz cap. 16). Durante a leitura bblica, preciso verificar: quem est falando, para quem est falando, para que tempo est falando, e em que sentido est falando.

    II. A PERFEITA HARMONIA E UNIDADE DA BBLIA (2 prova)

  • A existncia da Bblia at os nossos dias s pode ser explicada como um milagre. H nela 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um perodo de 16 sculos. Esses homens, na maior parte dos casos, no se conheceram. Viveram em lugares distantes de trs continentes, escrevendo em duas lnguas principais. Devido a estas circunstncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que j havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, sculos depois, outro completava-o, com tanta riqueza de detalhes, que somente um livro vindo de Deus podia ser assim. Uma obra humana, em tais circunstncias, seria uma babel indecifrvel!

    Consideremos alguns pormenores dessa harmonia. a. Os escritores foram homens de todas as atividades da vida humana, da a

    diversidade de estilos encontrados na Bblia. Moiss foi prncipe e legislador, alm de general. Josu foi um grande comandante. Davi e Salomo, reis e poetas. Isaas, estadista e profeta. Daniel, chefe de estado. Pedro, Tiago e Joo, pescadores. Zacarias e Jeremias, sa-cerdotes e profetas. Amos era homem do campo: cuidava de gado. Mateus, funcionrio pblico. Paulo, telogo e erudito, e assim por diante. Apesar de toda essa diversidade, quando examinamos os escritos desses homens, sob tantos estilos diferentes, verificamos que eles se completam, tratando de um s assunto! O produto da pena de cada um deles no gerou muitos livros, mas um s livro, poderoso e coerente!

    b. As condies. No houve uniformidade de condies na composio dos livros da Bblia. Uns foram escritos na cidade, outros no campo, no palcio, em ilhas, em prises e no deserto. Moiss escreveu o Pentateuco nas solitrias paragens do deserto. Jeremias, nas trevas e sujidade da masmorra. Davi, nas verdes colinas dos campos. Paulo escreveu muitas de suas epstolas nas prises. Joo, no exlio, na ilha de Patmos. Apesar de tantas diferentes condies, a mensagem da Bblia sempre nica. O pensamento de Deus corre uniforme e progressivo atravs dela, como um rio que, brotando de sua nascente, vai engrossando e au-mentando suas guas at tornar-se caudaloso. A mensagem da Bblia tem essa continuidade maravilhosa!

    c. Circunstncias. As circunstncias em que os 66 livros foram escritos tambm so as mais diversas. Davi, por exemplo, escreveu certas partes de seus trabalhos no calor das batalhas; Salomo, na calma da paz... H profetas que escreveram em meio a profunda tristeza, ao passo que Josu escreveu durante a alegria da vitria. Apesar da pluralidade de condies, a Bblia apresenta um s sistema de doutrinas, uma s mensagem de amor, um s meio de salvao. De Gnesis a Apocalipse h uma s revelao, um s pensamento, um s propsito.

    d. A razo dessa harmonia e unidade. Se a Bblia fosse um livro puramente humano, sua composio seria inexplicvel. Suponhamos que 40 dos melhores escritores atuais, providos de todo o necessrio, fossem isolados uns dos outros, em situaes diferentes, cada um com a misso de escrever uma obra sua. Se no final reunssemos todas as obras, jamais teramos um conjunto uniforme. Seria a pior miscelnea imaginvel! - Concorda o leitor? Pois bem, imagine isto acontecendo nos antigos tempos em que a velha Bblia foi escrita... A confuso seria muito maior! No havia meios de comunicao, nem facilidades materiais, mas dificuldades de toda a sorte. IMAGINE O QUE SERIA A BBLIA SE NO FOSSE A MO DE DEUS!

    No h na Bblia contradio doutrinria, histrica ou cientfica. Uma coisa maravilhosa que esta unidade no jaz apenas na superfcie; quanto mais profundo for o estudo, tanto mais ela aparecer. H, certo, na Bblia, aparentes contradies. Seus inimigos sustentam haver erros nela em grande quantidade. Mas o que acontece que es-tando algum com uma trave no olho (Mt 7.3-5), sua viso fica deformada. Um esprito

  • farisaico, ceticista e orgulhoso, sempre achar falhas na Bblia, geralmente porque j se dirige a ela com idias preconcebidas e falsas.

    H uma histria interessante de uma senhora que estava falando das roupas amarelas que sua vizinha punha a secar no varal, porm, na semana seguinte, lavando ela sua vidraa e olhando para fora, disse - a vizinha mudou muito; suas roupas esto alvas agora... Mas eram suas vidraas que estavam sujas! A diferena estava a.

    Se alguma falha for encontrada na Bblia, ser sempre do lado humano, como traduo mal feita, grafia inexata, interpretao forada, m compreenso de quem estuda, falsa aplicao aos sentidos do texto, etc. Portanto, quando encontrarmos na Bblia um trecho discrepante, NO PENSEMOS LOGO QUE ERRO! Saibamos refletir como Agostinho, que disse: "Num caso desses, deve haver erro do copista, traduo mal feita do original, ou ento -sou eu mesmo que no consigo entender..."

    Quanto unidade fsica da Bblia, ningum sabe ao certo como os 66 livros se encontraram e se agruparam num s volume. Isto foi obra de Deus! Sabemos que os es-critores no escreveram os 66 livros de uma vez, nem em um s lugar, nem com o objetivo de reuni-los num s volume, mas em intervalos, durante 16 sculos, e, em lugares que vo da Babilnia a Roma!

    Finalizando o estudo desta prova da Bblia como Palavra de Deus, reiteramos que a perfeita harmonia desse livro , para a mente humilde e sincera, uma prova incontestvel da sua origem divina. uma prova de que uma nica mente via tudo e guiava os escritores.

    Suponhamos que, na cidade onde moramos, um edifcio fosse ser construdo com pedras a serem preparadas em vrias partes do Brasil. Chegadas as pedras, ao serem colo-cadas, encaixavam-se perfeitamente na construo, satisfazendo todos os detalhes e requisitos da planta. - Que diria o leitor se tal fato acontecesse? - Que apenas um arquiteto dirigira os operrios nas diversas pedreiras, dando minuciosas instrues a cada um deles. o caso da Bblia - O Templo da verdade de Deus. As "pedras" foram preparadas em tempos e lugares remotos, mas ao serem postas juntas, combinaram-se perfeitamente, porque atrs de cada elemento humano estava em operao a mente infinita de Deus!

    III. A APROVAO DA BBLIA POR JESUS (3 Prova) Inmeras pessoas sabem quem Jesus; crem que Ele fez milagres; crem em sua

    ressurreio e ascenso, mas... no crem na Bblia! Essas pessoas precisam conhecer a atitude e a posio de Jesus quanto Bblia. Ele leu-a (Lc 4.16-20); ensinou-a (Lc 24.27); chamou-a "A Palavra de Deus" (Mc 7.13); e cumpriu-a (Lc 24.44).

    A ltima referncia citada (Lc 24.44) muito maravilhosa, porque a Jesus pe sua aprovao em todas as Escrituras do Antigo Testamento, pois Lei, Salmos e Profetas eram as trs divises da Bblia nos dias do Novo Testamento.

    Jesus tambm afirmou que as Escrituras so a verdade (Jo 17.17). Viveu e procedeu de conformidade com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi falou pelo Esprito Santo (Mc 12.35,36). No deserto, ao derrotar o grande inimigo, f-lo com a Palavra de Deus (Dt 6.13,16; 8.3).

    Nota - O ttulo "Sagradas Escrituras" ou "Escrituras" pode vir no plural ou singular, porm sempre com letra maiscula. Exemplos no plural: Mateus 21.42; Lucas 24.32; Joo 5.39. No singular: Joo 7.38,42; 19.36,37; 20.9; Atos 8.32. No singular e com minscula refere-se a uma passagem particular: Marcos 12.10; Lucas 4.21; Atos 1.16 -(todas no ARC: a ARA pe tudo em maisculas). "Sagradas Escrituras", ou "A Sagrada Escritura", o nome sagrado da revelao divina, assim como "Testamento" o seu nome de compromisso, e "Bblia", seu nome como livro.

  • O leitor poder dizer: - "Tratamos do Antigo Testamento, e, do Novo?" - Bem, quanto ao Novo Testamento, em Joo 14.26, o Senhor Jesus, antecipadamente, ps o selo de sua aprovao divina ao declarar: "O Esprito Santo... vos ensinar todas as coisas, e vos far lembrar de tudo quanto vos tenho dito". Assim sendo, o que os apstolos ensinaram e escreveram no foi a recordao deles mesmos, mas, a do Esprito Santo. No mesmo Evangelho, captulo 16.13,14, o Senhor disse ainda que o Esprito Santo os guiaria em "toda a verdade"; portanto, no NT temos a essncia da revelao divina. No versculo 12 do citado captulo, Jesus mostrou que seu ensino aqui foi parcial, devido fraqueza dos discpulos, mas ao mesmo tempo declarou que o ensino deles, sob a ao do Esprito Santo, seria completo e abrangeria toda a esfera da verdade divina.

    Diante de tudo que acabamos de dizer, quem aceita a autoridade de Cristo, aceita tambm as Escrituras como de origem divina, tendo em vista o testemunho que delas d o Senhor Jesus. - Quem pode apresentar argumentos? 40

    IV. O TESTEMUNHO DO ESPIRITO SANTO DENTRO DO CRENTE, QUANTO BBLIA (4 prova)

    Em cada pessoa que aceita Jesus como Salvador, o Esprito Santo pe em sua alma a certeza quanto autoridade da Bblia. uma coisa automtica. No preciso ningum ensinar isso. Quem de fato aceita Jesus, aceita tambm a Bblia como a Palavra de Deus, sem argumentar. Em Joo 7.17, o Senhor Jesus mostra como podemos ter dentro de ns o testemunho do Esprito Santo quanto autoria divina da Bblia: "Se algum quiser fazer a vontade de Deus..." Assim como o Esprito Santo testifica que ns, os crentes, somos filhos de Deus (Rm 8.16), testifica-nos tambm que a Bblia a mensagem de Deus para ns mesmos. Esse testemunho do Esprito Santo no interior do crente, no tocante s Escrituras, superior a todos os argumentos humanos! aqui que labora em erro a Igreja Romana, ao afirmar que, para se crer na origem divina da Bblia preciso deciso da referida igreja, como se a verdade de Deus dependesse da opinio de homens, como bem o disse o telogo e reformador Calvino.

    V. O CUMPRIMENTO FIEL DAS PROFECIAS DA BBLIA (5 prova) O Antigo Testamento um livro de profecias (Mt 11.13). O Novo Testamento, em

    grande parte, tambm o . Referimo-nos aqui, evidentemente s profecias no sentido preditivo. H, no Antigo Testamento, duas classes dessas profecias: as literais, e as expressas por tipos e smbolos. Destas h inmeras no Tabernculo (Hb 10.1). Muitas profecias da Bblia j se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total; muitas outras cumprem-se em nossos dias, e muitas outras ainda se cumpriro no futuro. As profecias sobre o Messias, proferidas sculos antes de seu nascimento, cumpriram-se literalmente e com toda a preciso quanto a tempo, local e outros detalhes. Por exemplo: Gnesis 49.10; Salmo 22; Isaas 7.14; 53 (todo); Daniel 9.24-. 26; Miquias 5.2; Zacarias 9.9 etc. Outro ponto saliente nas profecias bblicas o referente nao israelita. A Bblia prediz sua disperso, seu retorno, sua restaurao e seu progresso material e espiritual. Exemplos: Levtico 26.14,32,33; Deuteronmio 4.25-27; 28.15,64; Isaas 60.9; 61.6; 66.8; Jeremias 23.3; 30.3; Ezequiel 11.17; 36; 37.

    Em Ezequiel 37, est uma das mais claras profecias sobre o despertamento nacional e espiritual do povo israelita. O cumprimento dessas profecias est em marcha perante nossos olhos. H inmeros outros casos de famosas profecias bblicas. Ciro, o monarca persa, Deus chamou-o pelo nome atravs do profeta Isaas, 150 anos antes do seu nascimento! (Is 44.28). Josias, rei de Jud, tambm foi chamado pelo nome 300 anos antes do seu

  • nascimento. (Ver 1 Reis 13.2 com 2 Reis 23.15-18.) Os ltimos quatro imprios mundiais - Babilnia, Prsia, Grcia e Roma, so admiravelmente descritos muitos anos antes de eles surgirem no horizonte do cenrio mundial. (Ver Daniel captulo 2 e 7). Tambm, com uma preciso incrvel, a histria de toda a raa humana descrita em forma proftica (isto , a histria no sentido natural), em Gnesis 9.25-27.

    O cumprimento contnuo das profecias da Bblia uma prova de sua origem divina. O que Deus disse suceder (Jr 1.12). Graas a Deus por to sublime e glorioso Livro!

    VI. A INFLUNCIA BENFICA DA BBLIA NAS PESSOAS E NAES (6? prova)

    O mundo hoje melhor devido influncia da Bblia. Mesmo os prprios inimigos da Bblia admitem que nenhum livro em toda histria da humanidade teve tamanha influncia para o bem; eles reconhecem o seu efeito sadio na civilizao. Milhes de pessoas antes de conhecerem, amarem e obedecerem a este Livro, eram escravos do pecado, dos vcios, da idolatria, do medo, das supersties, da feitiaria. Eram mundanas, vaidosas, iracundas, desconfiadas, etc. Mas, depois que abraaram este Livro, foram por ele transformadas em criaturas salvas, alegres, libertas, felizes, santificadas. Abandonaram todo o mal em que antes viviam e tornaram-se boas pessoas para a famlia, para a sociedade e para a ptria. Mostrem-me, se for possvel, outro livro com o poder de influenciar e transformar beneficamente, no s indivduos, mas regies e naes inteiras, conduzindo-os a Deus!

    Disse o grande comentador devocional da Bblia, Dr. F. B. Meyer: "O melhor argumento em favor da Bblia o carter que ela forma".

    Vejamos um pouco da condio moral de alguns povos sem a Bblia: a. Os gregos. Dentre os povos antigos, os gregos foram os mais cultos e doutos nas

    letras. Seus filsofos e literatos foram os maiores de todos os tempos. No entanto, a grande cultura grega e seus livros sem conta, nunca detiveram a onda de licenciosidade, impureza e idolatria que sempre prevaleceu no mundo grego. Em Corinto, por exemplo, havia, no templo de Vnus, mil mulheres devotas que traziam ao seu tesouro os lucros de sua impureza. Scrates fazia da moral o assunto nico da sua filosofia, e mesmo assim, recomendava a adivinhao, e ele prprio se entregava fornicao. Plato, o grande discpulo de Scrates, ensinava que mentir era coisa honrosa. A sabedoria deles e seus milhares de livros no os conduziu salvao desses e outros males. Estes dois, Plato e Scrates, foram homossexuais ativos, como relata o historiador romano Suetnio.

    b. Os romanos foram os mais famosos como legisladores, guerreiros, oradores e poetas. Sua legislao, em parte, era boa, porque em parte veio de Moiss (o maior legisla-dor). Muitas das leis brasileiras vm das leis portuguesas, que, por sua vez, vieram das romanas, hauridas, como j dissemos, do Pentateuco. No entanto, o padro dos costumes e da moral, foi dos mais baixos em Roma, como bem registra a Histria. Mesmo entre as famlias abastadas, civilizadas e regularmente constitudas, as descobertas arqueolgicas, gravuras e descries revelam fatos que o recato probe enumerar. Ccero, o maior orador romano, um espcime de excelncia dentre os romanos, defende a fornicao, e a recomenda, e, por fim, pratica o suicdio. Cato, o Censor, tido como o mais perfeito modelo de virtude, foi ru da prostituio e embriaguez; advogou, e, mais tarde, praticou o suicdio.

    Jlio Csar tinha encontros amorosos com o rei Nicomedes da Bitnia. O imperador Calgula (37-41 d.C.) viveu amasiado com sua irm Drusila (Suetnio). Nero, o famigerado imperador romano, viveu com sua irm Agripina. Viveu depois amasiado com dois

  • eunucos; o primeiro chamado Sporus, e o segundo Dorphorus (Suetnio). Messalina, a imperatriz, esposa de Cludio, imperador de 41-54 d.C. foi extremamente depravada (Juvenal).

    Se isto era assim entre a classe alta, o que no acontecia na classe baixa? somente a Bblia que nos faz ser diferentes desses povos. Sem ela, ns nos

    tornaramos semelhantes a eles. O nosso mundo orgulha-se hoje de ter atingido os pncaros do saber e de haver produzido os mais importantes e melhores livros, entretanto a onda de pecado e mal avassala a humanidade como um rolo compressor. Comparemos tudo isso com o carter, a formao, a personalidade ideal dos verdadeiros seguidores da Bblia!

    Todo homem que vive a Bblia, pautando sua vida pelos seus santos ensinos, tambm ama a Deus e vive para Ele. Por outro lado, todos os que se opem Bblia e rejeitam sua autoria divina, vivem para si mesmos; so obstinados, cruis, desumanos, instveis, prepotentes; mpios, acima de tudo. Em suma, quanto mais o homem cr em Deus, mais aproxima-se da Bblia. como disse certa senhora crente a um moo, nos Estados Unidos: "Este livro te guardar do pecado, ou o pecado te guardar deste livro!"

    Quanto educao, no h filosofia educacional segura se no for alicerada sobre os ensinos fundamentais da Bblia. A educao moderna reconhece que a formao do carter a suprema finalidade de seu trabalho, mas, isto no ir muito longe, a menos que se reconhea que a nica base do verdadeiro carter a Bblia. F na Bblia a maior fora de qualquer moo ou moa na prossecuo da vida e da carreira educacional. A mocidade precisa saber disso. A tragdia que, professores aos milhares em todo o mundo, saturados e narcotizados por falsa dialtica e filosofia vil, desencaminham os jovens, desde a mais tenra idade. Saiba-se, portanto, que a Bblia o livro mais maravilhoso do mundo, e que seus ensinos to simples e ao mesmo tempo profundos, serviro de guia para a sua vida mais feliz e mais bem sucedida, sendo sempre a base segura e nica para encontrarmos o nosso Criador na eternidade.

    Considerando tudo que acabamos de dizer quanto influncia poderosa da Bblia e seu poder transformador, evidenciado tanto nos indivduos como em naes inteiras, perguntamos: - Donde vem tal livro, seno de Deus?

    VII. A BBLIA SEMPRE NOVA E INESGOTVEL (7 prova) O tempo no afeta a Bblia. o livro mais antigo do mundo e ao mesmo tempo o

    mais moderno. Em mais de 20 sculos o homem no pde melhor-la... Se a Bblia fosse de origem humana, claro que em dois milnios, ela de h muito estaria desatualizada. Uma vez que o homem moderno se jacta de tanto saber, era de esperar que j tivesse produzido uma Bblia melhor! Realmente isto uma evidncia da Bblia como a Palavra de Deus! Tendo em vista o vasto progresso alcanado pelo homem, especialmente nos dois ltimos sculos, s podemos dizer que, se ele no produziu um livro melhor, para substituir a Bblia, porque no pde. Muitos tambm reclamam por no ser estritamente cientfica a linguagem da Bblia. Ora, a Bblia trata primeiramente da redeno da humanidade. Alm disso, termos cientficos mudam ou ficam para trs, medida que a cincia avana. Sempre temos termos novos na Cincia.

    A Bblia nunca se torna um livro antigo, apesar de ser cheio de antigidades. Ela to hodierna como o dia de amanh. Sua mensagem milenar tanto satisfaz a criana como o ancio encanecido. A Bblia pode ser lida vezes sem conta sem se poder encontrar suas profundezas e sem que o leitor perca por ela o interesse. - Acontece isso com os demais livros?! Quem j se cansou de ler Salmo 23; Joo 3.16; Romanos 12; 1 Corntios 12? que cada vez que lemos essas passagens (para no falar nas demais), descobrimos coisas que

  • nunca tnhamos visto antes. Depois de quase 2.000 anos de escrito o ltimo livro da Bblia, a impresso que se tem que a tinta do original est ainda secando...

    At o fim dos tempos o velho e precioso Livro continuar a ser a resposta s indagaes da humanidade a respeito de Deus e do homem. Nos seus milhares de anos de leitura, a Bblia nunca foi esgotada por ningum.

    VIII. A BBLIA FAMILIAR A CADA POVO OU INDIVDUO EM QUALQUER LUGAR (8 prova)

    Atravs do mundo inteiro, qualquer crente, ao ler a Bblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita diretamente para ele. Nenhum crente tem a Bblia como livro alheio, estrangeiro, como acontece aos demais livros traduzidos. Todas as raas consideram a Bblia como possesso sua. Por exemplo, ao lermos "O Peregrino" sabemos que ele ingls; ao lermos "Em Seus passos que Faria Jesus?" sabemos que norte-americano, porque seus autores so oriundos desses pases. - assim com a Bblia? - No! Ns a recebemos como "nossa". Isso acontece em qualquer pas onde ela chega. Ningum tem a Bblia como livro "dos outros". Isto prova que ela procede de Deus - o Pai de todos!

    - Qual a pessoa que, ao ler o Salmo 23, acha que ele foi escrito para os judeus? Aos que vivemos no Brasil, a impresso que temos que ele foi escrito diretamente para ns. A mesma coisa diro os irmos dos demais pases. A mensagem da Bblia a mesma em todas as lnguas. Nisto vemos que ela diferente de todos os demais livros do mundo. Se fosse produto humano, no se ajustaria s lnguas de todas as naes. Nenhum outro livro pode igualar-se Bblia nessa parte. mais uma prova da sua origem divina.

    IX. A SUPERIORIDADE DA BBLIA EM RELAO AOS DEMAIS LIVROS, QUANTO COMPOSIO (9 prova)

    muito interessante comparar nalguns pontos os ensinos da Bblia com os de Zoroastro, Buda, Confcio, Scrates, Slon, Marco Aurlio e muitos outros autores pagos. Os ensinos da Bblia superam os desses homens em todos os pontos imaginveis. S dois pontos vamos destacar dessa superioridade.

    a. A Bblia contm mais verdades que todos os demais livros juntos. Ajuntem, se possvel, todos os melhores pensamentos de toda a literatura antiga e moderna; retirem o imprestvel; ponham toda a verdade escolhida num volume, e vero que este jamais substituir a Bblia! Entretanto, a Bblia no um volume grande. Pode ser conduzida no bolso do palet. Todavia, h mais verdades neste pequeno livro do que em todos os outros que o homem produziu em todos os sculos. - Como se pode explicar isso? - H somente uma resposta racional e judiciosa: este livro no veio do homem: veio de Deus!

    b. A Bblia s contm verdade. Se h mentiras, no so dela; apenas nela foram registradas. Ao passo que os demais livros contm verdade misturada com mentira ou erro. Reconhecemos que h jias preciosas nos livros dos homens, mas, como disse certa vez Joseph Cook: "So jias retiradas da lama!" Qualquer verdade encontrada em trabalhos humanos, seja do ponto de vista moral ou espiritual, acha-se em essncia no velho Livro. Comparemos alguns dos melhores ensinos desses famosos homens, especialmente dos decantados filsofos, com os da Bblia. De fato, seus ensinos contm jias de real valor, mas, estas, quer saibam eles quer no, so jias roubadas, e do Livro que eles ridicularizam!

    Poderamos incluir aqui tambm a superioridade da Bblia quanto aos demais livros, no que tange sua preservao em meio a tantos ataques, em todos os tempos.

    X. A IMPARCIALIDADE DA BBLIA (10 prova)

  • Se a Bblia fosse um livro originado do homem, ela no poria a descoberto as faltas e falhas dele. Os homens jamais teriam produzido um livro como a Bblia, que s d toda a glria a Deus e mostra a fraqueza do homem (J 14; 17.1; 27; SI 50.21,22; 51.5; 1 Co 1.19-25). A Bblia tanto diz que Davi era um homem segundo o corao de Deus (At 13.22), como tambm revela seus pecados, como vemos nos livros de Reis, Crnicas e Salmos. tambm o caso da embriaguez de No, da dissimulao de Abrao, de L, da idolatria e luxria de Salomo. Nada disto est escrito para nossa imitao, mas para nossa admoestao e para provar a imparcialidade da Bblia. ela o nico livro assim.

    S a Bblia ensina que o homem est em condies fsicas, mentais e morais decadentes e que, se deixado s, decair cada vez mais. Os livros humanos ensinam o oposto. Dizem que h no homem uma "Fora residente" que constantemente procura elev-lo. Este ensinamento agradvel ao homem, porque o homem adora crer que se est de-senvolvendo s suas custas, apesar dos milhares de sepulturas que so acrescentadas diariamente aos cemitrios. O homem jamais escreveria um livro como a Bblia, que pe em relevo as suas fraquezas e defeitos.

    Concluso sobre a origem da Bblia Deus o nico que pode ter sido o autor da Bblia, por que: a) Homens mpios jamais iriam produzir um livro que sempre os est condenando. b) Homens justos e piedosos jamais cometeriam o crime de escreverem um livro e

    depois fazerem o mundo crer que esse livro obra de Deus. c) Os judeus - guardies da Bblia, jamais poderiam ser os autores dela, pois ela

    sempre condena suas transgresses, pondo seus defeitos a descoberto. Tambm se eles ti-vessem podido mexer nela, teriam apagado todos esses males, idolatrias e rebelies contra Deus, nela registrados.

    QUESTIONRIO 1. Quais as duas coisas que, em resumo, notam-se na Bblia? 2. Qual a finalidade precpua do estudo da Bblia? 3. Qual deve ser a causa motivante do ensino da Bblia aos outros? 4. Se as provas que apresentamos da Bblia como a Palavra de Deus no so para

    crermos que ela divina, por que as apresentamos ento? 5. O que acontece Bblia em meio aos "ismos" sem conta, prevalecentes em nossos

    dias? 6. Quais as duas tticas apresentadas, usadas pelo Diabo contra as Sagradas

    Escrituras? 7. Como deve ser a nossa crena na Bblia? e como no deve ser? 8. Que diferencia a Bblia de todos os demais livros do mundo? Cite uma referncia

    bblica. 9. Por que a Bblia chamada "A Palavra de Deus"? 10. Como diz literalmente o original em 2 Timteo 3.16: "Toda a Escritura

    inspirada por Deus"? 11. Que "inspirao" no sentido fisiolgico? 12. D a definio de "inspirao divina" 13. Que revela a expresso "Assim diz o Senhor", to comum atravs da Bblia? 14. Mencione as 5 teorias falsas, estudadas, da inspirao da Bblia. 15. D a smula de cada uma das 5 teorias falsas apresentadas. 16. Como conhecida a teoria correta da inspirao da Bblia? Descreva essa teoria.

  • 17. Cessou ou continua a "inspirao plenria"? Se cessou, quando ocorreu isso? 18. Mostre a diferena entre "revelao" e "inspirao" no tocante Bblia. 19. Mostre a diferena entre declaraes da prpria Bblia e registros de declaraes

    de ou trem. 20. Considerando a prova da perfeita harmonia e unidade da Bblia, tea

    consideraes sobre: a) os seus escritores, b) as condies em que escreveram, c) as circunstncias em que escreveram, d) a razo da harmonia e unidade das Escrituras. 21. Se falhas forem encontradas na Bblia, donde procedem? Mencione algumas

    dessas possveis falhas. 22. Quanto prova da "Aprovao da Bblia por Jesus", mencione trs atitudes ou

    posies dele sobre a Bblia. 23. Qual a referncia bblica de Lucas, onde Jesus pe sua autenticao divina em

    todo o Antigo Testamento? 24. Qual a passagem de Joo onde Jesus, antecipadamente, aprovou todo o Novo

    Testamento? 25. A que superior o testemunho do Esprito Santo no crente, no tocante Bblia

    como a Palavra de Deus? 26. Quais as duas classes de profecias preditivas? Cite pelo menos 4 casos. 27. Qual a influncia da Bblia naqueles que a aceitam? Cite exemplos entre os povos

    que a desconhecem, mesmo os mais adiantados como foram os gregos, romanos e babilnicos.

    28. Mostre como o tempo no afeta a Bblia. 29. Quanto ao tempo, qual a impresso que se tem ao ler a Bblia? 30. D a smula da prova que apresenta a Bblia como familiar a cada povo ou

    indivduo que a aceita, em qualquer lugar. 31. D a smula da superioridade da Bblia em relao a todos os demais livros, nos

    dois pontos apresentados. 32. Descreva como se manifesta a imparcialidade da Bblia como prova de sua

    origem divina, isto , como a Palavra de Deus.

  • 4 O Cnon da Bblia e sua evoluo histrica

    Cnon ou Escrituras cannicas a coleo completa dos livros divinamente inspirados, que constituem a Bblia.

    Cnon palavra grega, e significa, literalmente, "vara reta de medir", assim como uma rgua de carpinteiro. No Antigo Testamento, o termo aparece no original em passagens como Ezequiel 40.5: "Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mo do homem, uma cana de medir, de seis cvados, cada um dos quais tinha um cvado e um palmo; ele mediu a largura do edifcio, uma cana, e a altura, uma cana."

    No sentido religioso, cnon no significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este sentido, a palavra cnon aparece no original em vrios lugares do Novo Testamento:

    "E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericrdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus" (Gl 6.16).

    "Ns, porm, no nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ao que Deus nos demarcou e que se estende at vs" (2 Co 10.13).

    "No nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios, e tendo esperana de que, crescendo a vossa f, seremos sobremaneira engrandecidos entre vs, dentro da nossa esfera de ao" (2 Co 10.15).

    "Todavia, andemos de acordo com o que j alcanamos" (Fp 3.16). A Bblia, como o cnon sagrado, a nossa norma ou regra de f e prtica. Diz-se dos

    livros da Bblia que so cannicos para diferen-los dos apcrifos. O emprego do termo cnon foi primeiramente aplicado aos livros da Bblia por Orgenes (185-254 d.C.)

    I. O CNON DO ANTIGO TESTAMENTO Na poca patriarcal, a revelao divina era transmitida escrita e oralmente. A escrita

    j era conhecida na Palestina sculos antes de Moiss; a Arqueologia tem provado isto, inclusive tem encontrado inmeras inscries, placas, sinetes e documentos antediluvianos. O Cnon do Antigo Testamento, como o temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, aps 445 a.C. Entre os judeus, tem ele trs divises, as quais Jesus citou em Lucas 24.44 -LEI, PROFETAS, ESCRITOS. A diviso dos livros no cnon hebraico diferente da nossa. Consiste em .24 livros em vez dos nossos 39, isto porque so considerados um s livro, cada grupo dos seguintes:

    -Os dois de Samuel....................................................... 1 -Os dois de Reis............................................................ 1 -Os dois de Crnicas..................................................... 1 -Os dois de Esdras e Neemias....................................... 1 -Os doze Profetas Menores........................................... 1 -Os demais livros do Antigo Testamento.................... 19 Total..........24

    A disposio ou ordem dos livros no cnon hebraico tambm diferente da nossa. Damos a seguir essa disposio dentro da trplice diviso do cnon, j mencionada (Lei, Profetas, Escritos). 1. LEI__________5 livros________Gnesis, xodo, Levtico, Nmeros, Deuteronmio. 52

  • 2. PROFETAS _ 8 livros________Divididos em: Primeiros Profetas: Josu, Juizes, Samuel, Reis. ltimos Profetas: Isaas, Jeremias, Ezequiel e os doze Profetas Menores.

    3. ESCRITOS _ 11 livros________Divididos em: Livros Poticos: Salmos, Provrbios, J. Os Cinco Rolos: Cantares, Rute, Lamenta-

    es, Eclesiastes, Ester. Livros Histricos: Daniel, Esdras-Neemias, Crnicas.

    Os Cinco Rolos eram assim chamados por serem separados, lidos anualmente em festas distintas:

    - CANTARES, na Pscoa, em aluso ao xodo. - RUTE, no Pentecoste, na celebrao da colheita, em seu incio. - ESTER, na festa do Purim, comemorando o livramento de Israel da mo do mau

    Ham. - ECLESIASTES, na Festa dos Tabernculos - festa de gratido pela colheita. - LAMENTAES, no ms de Abibe, relembrando a destruio de Jerusalm pelos

    babilnicos. No cnon hebraico tambm os livros no esto em ordem cronolgica. Os judeus no

    se preocupavam com um sistema cronolgico. Tambm pode haver nisto um plano divino. A nossa diviso em 39 livros vem da Septuaginta, atravs da Vulgata Latina. A

    Septuaginta foi a primeira traduo das Escrituras, feita do hebraico para o grego, cerca de 285 a.C. Tambm a ordem dos livros por assuntos, nas nossas Bblias, vem dessa famosa traduo.

    Nas palavras de Jesus, em Lucas 24.44, Ele chamou "Salmos" ltima diviso do cnon hebraico, certamente porque esse livro era o primeiro dessa diviso (ver a pgina anterior). Segundo a nossa diviso, o Antigo Testamento comea com Gnesis e termina em Malaquias, porm, segundo a diviso do cnon hebraico, o primeiro livro Gnesis e o ltimo Crnicas. Isto visto claramente nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de Abel est em Gnesis e o do filho de Baraquias est em Crnicas.

    A Formao do Cnon do Antigo Testamento O Cnon do Antigo Testamento foi formado num espao de mais de mil anos (+ -

    1046 anos) - de Moiss a Esdras. Moiss escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras entrou em cena em 445 a.C. Esdras no foi o ltimo escritor na formao do cnon do Antigo Testamento; os ltimos foram Neemias e Malaquias, porm, de acordo com os escritos histricos, foi ele que, na qualidade de escriba e sacerdote, reuniu os rolos cannicos, ficando tambm o cnon encerrado em seu tempo.

    A chamada Alta Crtica tem feito uma devastao com seu modernismo e suas contradies no que concerne formao, fontes de autenticidade do cnon, especialmente o do Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus livros. Em resumo, a Alta Crtica a discusso das datas e da autoria dos livros. Ela estuda a Bblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes do conhecimento humano. Por sua vez, a Crtica Textual, tambm conhecida por Baixa Crtica, estuda o texto bblico, e este somente, e, ao lado da Arqueologia, vem alcanando um progresso valioso, posto disposio do estudante das Escrituras. Por exemplo, a teoria de que a escrita era desconhecida nos dias de Moiss j foi destruda. E de ano para ano aumentam os achados nas terras bblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e fatos do Antigo Testamento. Mediante tais provas irrefutveis, os homens esto tendo mais respeito pelo Livro Sagrado! Toda a Bblia vem sendo con-

  • firmada pela p do arquelogo e pelos eruditos em antigidades bblicas. Coisas que pareciam as mais incrveis so hoje aceitas por todos, sem objees. O estudante das Es-crituras deve estar prevenido contra a Alta Crtica.

    A formao do cnon foi gradual. Houve, originalmente, a transmisso oral, como se v em J 15.18. J tido como o livro mais antigo da Bblia. Daremos em seguida a seqncia da formao gradual do cnon do Antigo Testamento. Convm ter em mente aqui que toda cronologia bblica apenas aproximada. J no Novo Testamento, h preciso de muitos casos. Essa cronologia vai sendo atualizada medida que os estudos avanam e a Arqueologia fornece informes oficiais:

    1. Moiss, cerca de 1491 a.C, comeou a escrever o Pentateuco, concluindo-o por volta de 1451 a.C. (Nmeros 33.2). Mais textos relacionados com Moiss e sua escrita do Pentateuco: xodo 17.14; 24.4,7; 34.27. As partes do Pentateuco anteriores a Moiss, como o relato da Criao, todo o livro de Gnesis e parte de xodo, ele escreveu, ou lanando mo de fontes existentes (ver 2.4; 5.1), ou por revelao divina. Gnesis 26.5 d a entender que nesse tempo j havia "mandamentos, preceitos e estatutos" escritos. H, certo, passagens do Pentateuco que foram acrescentadas posteriormente, como: xodo 11.3; 16.35; Deuteronmio 34.1-12.

    2. Josu, sucessor de Moiss (1443 a.C), escreveu uma obra que colocou perante o Senhor (Js 24.26).

    3. Samuel (1095 a.C), o ltimo juiz e tambm profeta do Senhor, escreveu, pondo seus escritos perante o Senhor (1 Sm 10.25). Certamente "perante o Senhor" significa que seus escritos foram depositados na Arca do Concerto com os demais escritos sagrados l depositados (x 25.21; Hb 9.4).

    4. Isaas (770 a.C.) fala do "livro do Senhor" (Is 34.16), e "palavras do livro" (Is 29.18). So referncias s Escrituras na sua formao.

    5. Em 726 a.C, os Salmos j eram cantados (2 Cr 29.30). O fato a registrado teve lugar nesse tempo.

    6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C, registrou a revelao divina (Jr 30.1,2). Tal livro foi queimado pelo mau rei Jeoaquim, em 607 a.C, porm Deus ordenou que Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu amanuense Baruque (Jr 36.1,2,28,32; 45.1).

    7. No tempo do rei Josias (621 a.C), Hilquias achou o "Livro da Lei" (2 Rs 22.8-10). 8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos "livros" (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados das

    Escrituras de ento. 9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que o precederam falaram da parte do

    Esprito Santo (7.12). No h aqui referncia direta a escritos, mas h inferncia. Zacarias foi o penltimo profeta do Antigo Testamento, isto , profeta literrio.

    10. Neemias, nos seus dias (445 a.C), achou o livro das genealogias dos judeus que j haviam regressado do exlio (7.5); certamente havia outros livros.

    11. Nos dias de Ester, o Livro Sagrado estava sendo escrito (Et 9.32). 12. Esdras, contemporneo de Neemias, foi hbil escriba da lei de Moiss, e leu o

    livro do Senhor para os judeus j estabelecidos na Palestina, de regresso do cativeiro babilnico (Ne 8.1-5). Conforme 2 Macabeus e outros escritos judaicos, Esdras presidiu a chamada Grande Sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, dessa maneira, o cnon das Escrituras do Antigo Testamento. (Ver Esdras 7.10,14.) Essa Grande Sinagoga era um conselho composto de 120 membros que se diz ter sido organizado por Neemias, cerca de 410 a.C, sob a presidncia de Esdras. Foi essa entidade que reorganizou a vida religiosa nacional dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao Sindrio,

  • cerca de 275 a.C. A Esdras atribuda a trplice diviso do cnon, j estudada. Foi nesse tempo, isto , no tempo de Esdras, que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne 13) levando consigo o Pentateuco, que at hoje a Bblia dos samaritanos. Isto prova que o Pentateuco era escrito cannico.

    13. Encontramos profeta citando outro profeta, do que se infere haver mensagem escrita. (Comparar Miquias 4.1-3 com Isaas 2.2-4.)

    14. Filo, escritor de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C) possua todo o cnon do Antigo Testamento. Em seus escritos ele cita quase todo o Antigo Testamento.

    15. Josefo, o historiador judeu (37-100 d.C), contemporneo de Paulo, diz, escrevendo aos judeus, no livro "Contra Appion": "Ns temos apenas 22 livros, contando a histria de todo o tempo; livros em que ns cremos, ou segundo geralmente se diz, livros aceitos como divinos. Desde os dias de Artaxerxes ningum se aventurou a acrescentar, tirar ou alterar uma nica slaba. Faz parte de cada judeu, desde que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos de Deus". Josefo foi homem culto e judeu ortodoxo de linhagem sacerdotal. Foi governador da Galilia e comandante militar nas guerras contra Roma. Presenciou a queda de Jerusalm. Foi levado a Roma onde se dedicou a escritos literrios.

    Ora, o Artaxerxes que ele menciona o chamado Longmano, que reinou de 465-424 a.C. Isso coincide com o tempo de Esdras e confirma as declaraes de outras peas da literatura judaica que ensinam ter Esdras presidido a Grande Sinagoga que selecionou e preservou os rolos sagrados para a posterioridade. Josefo conta os livros do Antigo Testamento como 22 porque considera Juizes e Rute como 1 (um) livro; Jeremias e Lamentaes tambm. Isto, para coincidir com o nmero de letras do alfabeto hebraico: 22.

    16. Nos dias do Senhor Jesus, esse livro chamava-se Escrituras (Mt 26.54; Lc 24.27,45; Jo 5.39), com as suas trs conhecidas divises: Lei, Profetas, Salmos (Lc 24.44). Era tambm chamado "A Palavra de Deus" (Mc 7.13; Jo 10.34,35). Note bem este ttulo aplicado pelo prprio Senhor Jesus! Outro fato notvel a citao feita por Jesus em Mateus 23.35 que autentica todo o Antigo Testamento!

    17. Os escritores do Novo Testamento reconhecem como cannicos os livros do Antigo Testamento, pois este a mido citado naquele, havendo cerca de 300 referncias diretas e indiretas. Os escritores do Novo Testamento referem-se ao cnon do Antigo Testamento como sendo orculos divinos. (Compare Romanos 3.2; 2 Timteo 3.16; Hebreus 5.12).

    Cremos que, comeando por Moiss, proporo que os livros iam sendo escritos, eram postos no tabernculo, junto ao grupo de livros sagrados. Esdras, como j dissemos, aps a volta do cativeiro, reuniu os diversos livros e os colocou em ordem, como coleo completa. Destes originais eram feitas cpias para as sinagogas largamente disseminadas.

    Data do reconhecimento e fixao do cnon do Antigo Testamento Em 90 d.C. Em Jmnia, perto da moderna Jope, em Israel, os rabinos, num concilio

    sob a presidncia de Johanan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o cnon do Antigo Testamento. Houve muitos debates acerca da aprovao de certos livros, especialmente dos "Escritos". Note-se porm que o trabalho desse concilio foi apenas ratificar aquilo que j era aceito por todos os judeus atravs de sculos. Jmnia, aps a destruio de Jerusalm (70 d.C.) tornou-se a sede do Sindrio - o supremo tribunal dos judeus. Livros desaparecidos, citados no texto do Antigo Testamento

    digno de nota que a Bblia faz referncia a livros at agora desaparecidos. (Veja Nmeros 21.14; Josu 10.13 com 2 Samuel 1.18; 1 Reis 11.41; 1 Crnicas 27.24; 29.29; 2 Crnicas 9.29; 12.15; 13.22; 26.22; 33.19.) So casos cujo segredo s Deus conhece. Talvez um dia eles venham luz como o MSS de Qmram, Mar Morto, em 1947.

  • II. O CNON DO NOVO TESTAMENTO Como no Antigo Testamento, homens inspirados por Deus escreveram aos poucos os

    livros que compem o cnon do Novo Testamento. Sua formao levou apenas duas geraes: quase 100 anos. Em 100 d.C. todos os livros do Novo Testamento estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento cannico, isto motivado pelo cuidado e escrpulo das igrejas de ento, que exigiam provas concludentes da inspirao divina de cada um desses livros. Outra coisa que motivou a demora na canonizao foi o surgimento de escritos herticos e esprios com pretenso de autoridade apostlica. Trata-se dos livros apcrifos do Novo Testamento, fato idntico ao acontecido nos tempos do encerramento do cnon do Antigo Testamento.

    A ordem dos 27 livros do Novo Testamento, como temos atualmente em nossas Bblias, vem da Vulgata, e no leva em conta a seqncia cronolgica. 58

    Livros desaparecidos, citados no Novo Testamento. H tambm livros mencionados no Novo Testamento at agora desaparecidos (1 Co 5.9; Cl 4.16).

    a. s Epstolas de Paulo. Foram os primeiros escritos do Novo Testamento. So 13: de Romanos a Filemom. Foram escritas entre 52 e 67 d.C. Pela ordem cronolgica, o primeiro livro do Novo Testamento 1 Tessalonicenses, escrito em 52 d.C. 2 Timteo foi escrita em 67 d.C, pouco antes do martrio do apstolo Paulo em Roma. Esses livros foram tambm os primeiros aceitos como cannicos. Pedro chama os escritos de Paulo de "Escrituras" - ttulo aplicado somente Palavra inspirada de Deus! (2 Pe 3.15,16).

    b. Os Atos dos Apstolos. Escrito em 63 d.C, no fim dos dois anos da primeira priso de Paulo em Roma (At 28.30).

    c. Os Evangelhos. Estes, a princpio, foram propagados oralmente. No havia perigo de enganos e esquecimento porque era o Esprito Santo quem lembrava tudo e Ele infalvel (Jo 14.26). Os Sinticos foram escritos entre 60 a 65 d.C. Marcos, em 65. Em 1 Timteo 5.18, Paulo, escrevendo em 65 d.C, cita Mateus 10.10. Joo foi escrito em 85. Entre Lucas e Joo foram escritas quase todas as epstolas. Note-se que Paulo chama Mateus e Lucas de "Escrituras" ao cit-los em 1 Timteo 5.18; o original dessa citao est em Mateus 10.10 e Lucas 10.7.

    d. As Epstolas, de Hebreus a Judas, foram escritas entre 68 e 90 d.C. Quanto autoria de Hebreus, s Deus sabe de fato. Agostinho (354-430 d.C), bispo de Hipona, frica do Norte, afirma que seu autor Paulo. As igrejas orientais atriburam-na a Paulo, mas as ocidentais, at o IV sculo recusaram-se a admitir isto. A opinio ainda hoje a favor de Paulo. Orgenes (185-254) - o homem mais ilustre da igreja antiga, e, anterior a Agostinho - afirma: "Quem a escreveu s Deus sabe com certeza".

    e. O Apocalipse. Escrito em 96 d.C, durante o reinado do imperador Domiciano. Muitos livros ant