Antonio Jannuzzi Edificador de Templos

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MAIO 2015 O construtor Antonio Jannuzzi, desde a mais tenra idade, quando trabalhava com o pai Fioravante, em Fuscaldo, Calabria, Itália já demonstrava pendores para a profissão de seu pai, hábil escultor e construtor, que percebendo os dotes de Antonio o incentivava e lhe dava, cada vez mais, autonomia e responsabilidades nas obras que contratava. Em 1872 com 17 anos Antonio percebeu que em sua pequena vila não poderia satisfazer seus sonhos e sua ambição de grandes realizações, parte para Montevidéu, Uruguai, junto com o irmão Giuseppe, então com 15 anos e Ignazio e Giuseppe de Seta seus tios. Em Montevidéu as coisas não correram como ele esperava e depois de trabalhar dois anos como polidor de mármore, sem nenhuma perspectiva de conseguir o que pretendia parte para o Brasil em 1874. No Rio de Janeiro sua sorte começa a mudar, consegue uma vaga na empresa de Januário Candido, conceituado construtor daquela época, que em pouco tempo percebe em Antonio a perícia, capacidade e liderança na condução dos serviços a ele confiados. Januário o incentiva e a ele confia cada vez mais, trabalhos de maior responsabilidade. Em 1875 já reconhecido como profissional de grande capacidade e valor e com o pecúlio amealhado por sua incansável dedicação e inteligência, funda, com o irmão Giuseppe a empresa Antonio Jannuzzi, Fratello e Cia, iniciando uma carreira de 50 anos de trabalho ininterrupto que resultou em mais de 2.800 obras no Rio de Janeiro, Petrópolis e Valença. Entre as inúmeras e diversificadas obras realizadas em sua carreira a Jannuzzi e Fratello construiu alguns templos religiosos, quase todos em estilo neogótico. Neste breve texto iremos examinar estes templos que são os que até esta data conseguimos identificar e comprovar sua autoria. IGREJA METODISTA DO CATETE Um dos primeiros templos construídos pelos Jannuzzi foi o da Igreja Metodista do Catete, que até hoje adorna a Praça José de Alencar. Este templo foi construído ao lado da capela histórica, e foi inaugurado em 5 de Setembro de 1886, no pastorado do Rev. James L. Kennedy. O templo é de alvenaria de pedras, em estilo neoclássico com elementos do gótico inglês. A iniciativa da construção do templo do Catete cabe ao Reverendo Ransom quando residiu na capital e que, para isso, recorreu ao conceituado construtor Sr. Antônio Januzzi, a fim de lhe desenhar a planta. A execução da obra começou em 1885, no pastorado do Rev. J. L. Kennedy. Aconteceram muitos contratempos durante a construção devido principalmente a fachada que lembrava uma torre, na qual havia uma abertura circular com vitral, que talvez fosse usada para instalação de um sino, além d o s elementos góticos que davam ao edifício aspecto eclesiástico, o que era proibido por leis Imperiais e Municipais. Não é nada fácil construir em tais condições, dirigir duas congregações de línguas diferentes e enfrentar ainda a oposição do Catolicismo. No Rio de Janeiro as obras do templo prosseguiram bem até quase ao término, quando certos padres resolveram embargá-las. Vendo que uma platibanda alta se destacava da parede, dando aparência de igreja ao edifício, foram queixar-se ao Conselho Municipal, invocando a lei de Pedro I. Atendeu-os a autoridade, mandando paralisar a construção a vitória parecia favorável ao "inimigos" do Protestantismo. Kennedy sentiu-se conturbado, mas não se deu por vencido: chamou o colega Foto de Antonio Jannuzzi 1887 O Álbum ano 1 nº 1 Igreja Metodista do Catete foto Luiz Francisco 2005 Igreja Metodista do Catete Foto Luigi Musso início do século XX acervo Família Jannuzzi - Fuscaldo Itália Luiz Francisco Pesquisador e Guia de Turismo

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pequeno histórico da obras realizadas pelo Construtor Antonio Jannuzzi e sua empreza Jannuzzi e Fratello relacionada a construção de templos religiosos.

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MAIO 2015

O construtor Antonio Jannuzzi, desde a mais tenra idade, quando trabalhava com o pai Fioravante, em Fuscaldo, Calabria, Itália já demonstrava pendores para a profissão de seu pai, hábil escultor e construtor, que percebendo os dotes de Antonio o incentivava e lhe dava, cada vez mais, autonomia e responsabilidades nas obras que contratava. Em 1872 com 17 anos Antonio percebeu que em sua pequena vila não poderia satisfazer seus sonhos e sua ambição de grandes realizações, parte para Montevidéu, Uruguai, junto com o irmão Giuseppe, então com 15 anos e Ignazio e Giuseppe de Seta seus tios.

Em Montevidéu as coisas não correram como ele esperava e depois de trabalhar dois anos como

polidor de mármore, s e m n e n h u m a p e r s p e c t i v a d e c o n s e g u i r o q u e pretendia parte para o Brasil em 1874. No Rio de Janeiro sua sorte c o m e ç a a m u d a r, consegue uma vaga na empresa de Januário Candido, conceituado const ru tor daquela época, que em pouco tempo percebe em Anton io a per íc ia , capacidade e liderança

na condução dos serviços a ele confiados. Januário o incentiva e a ele confia cada vez mais, trabalhos de maior responsabilidade.

Em 1875 já reconhecido como profissional de grande capacidade e valor e com o pecúlio amealhado por sua incansável dedicação e inteligência, funda, com o irmão Giuseppe a empresa Antonio Jannuzzi, Fratello e Cia, iniciando uma carreira de 50 anos de trabalho ininterrupto que resultou em mais de 2.800 obras no Rio de Janeiro, Petrópolis e Valença.

Entre as inúmeras e diversificadas obras

realizadas em sua carreira a Jannuzzi e Fratello construiu alguns templos religiosos, quase todos em estilo neogótico. Neste breve texto iremos examinar estes templos que são os que até esta data conseguimos identificar e comprovar sua autoria.

IGREJA METODISTA DO CATETEUm dos primeiros templos construídos pelos

Jannuzzi foi o da Igreja Metodista do Catete, que até hoje adorna a Praça José de Alencar. Este templo foi construído ao lado da capela histórica, e foi inaugurado em 5 de Setembro de 1886, no pastorado do Rev. James L. Kennedy. O templo é de alvenaria de pedras, em estilo neoclássico com elementos do gótico inglês. A iniciativa da construção do templo do Catete cabe ao Reverendo Ransom quando residiu na capital e que, para isso, recorreu ao conceituado construtor Sr. Antônio Januzzi, a fim de lhe desenhar a planta. A execução da obra começou em 1885, no pastorado do Rev. J. L. Kennedy.

Aconteceram muitos contratempos durante a construção devido principalmente a fachada que lembrava uma torre, na qual havia uma abertura circular com v i t r a l , q u e talvez fosse usada para instalação de um sino, além d o s e l e m e n t o s góticos que d a v a m a o e d i f í c i o a s p e c t o eclesiástico, o q u e e r a proibido por leis Imperiais e Municipais. Não é nada fácil construir em tais condições, dirigir duas congregações de línguas diferentes e enfrentar ainda a oposição do Catolicismo. No Rio de Janeiro as obras do templo prosseguiram bem até quase ao término, quando certos padres resolveram embargá-las. Vendo que uma platibanda alta se destacava da parede, dando aparência de igreja ao edifício, foram queixar-se ao Conselho Municipal, invocando a lei de Pedro I. Atendeu-os a autoridade, mandando paralisar a construção a vitória parecia favorável ao "inimigos" do Protestantismo. Kennedy sentiu-se conturbado, mas não se deu por vencido: chamou o colega

Foto de Antonio Jannuzzi1887 O Álbum ano 1 nº 1

Igreja Metodista do Catetefoto Luiz Francisco 2005

Igreja Metodista do CateteFoto Luigi Musso início do

século XX acervo FamíliaJannuzzi - Fuscaldo Itália

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Ransom, de Juiz de Fora, e com o Sr. Januzzi dirigiram-se ao Conselho. Acontece que a planta e a respectiva platibanda tinham sido aprovadas e , a lém do ma is , explicou o construtor, não se tratava de uma torre e sim de simples extensão da parede a r r e m a t a d a p o r o r n a m e n t o s arquitetônicos, e quanto as janelas de estilo

gótico, esclareceu que até em residências particulares existiam casos semelhantes. E as obras puderam continuar.

Em 1997 a Igreja Metodista no Catete foi reconhecida pelo Colégio Episcopal da Igreja Metodista como Catedral Metodista do Rio de Janeiro.História do Metodismo no Brasil - José Gonçalves Salvador Centro Editorial Metodista de Vila Isabel

IGREJA EVANGÉLICA FLUMINENSEO casal Robert Reid Kalley e Sarah Poulton

Kalley, chegaram à cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, em 10 de maio de 1855 para iniciar um trabalho que duraria 21 anos e 57 dias. O casal Kalley, chegado ao Rio, foi instalar-se em Petrópolis, numa casa conhecida como GERNHEIM, que significa, "Lar muito amado". Nessa mesma casa, em 19 de agosto de 1855, um domingo à tarde, Kalley e sua esposa instalaram a primeira classe de Escola Dominical, contando com cinco crianças, filhos de cidadãos americanos. Com o desenvolvimento do trabalho, Kalley escreveu a amigos e antigos companheiros que estavam em Ilinnois, convidando-os a virem auxiliá-lo no Brasil. O primeiro a chegar foi Wiliam Deatron Pitt, jovem inglês que havia sido educado por Sarah na Inglaterra. Pouco depois vierem três casais de madeirenses: Francisco da Gama, Francisco de Souza Jardim e Manoel Fernandes, com suas respectivas famílias.

O primeiro crente batizado pelo Dr. Kalley foi o português José Pereira de Souza Louro, em 8 de novembro de 1857. Mas foi em 11 de julho de 1858 que ele organizou a primeira igreja evangélica de regime congregacionalista no Brasi l . A Igreja Evangél ica Fluminense foi organizada com 14 membros tendo sido batizado naquele dia o Sr. Pedro Nolasco de Andrade, primeiro brasileiro batizado por Kalley. Kalley deixou um grande legado não só para as igrejas que se originaram de seu

ministério, mas também para todo o protestantismo brasileiro. Através de sua luta, em um período onde não havia liberdade religiosa, alcançou c o n q u i s t a s substanciais que p a s s a r a m a c o n s t i t u i r u m legado para todos os brasileiros não católicos e para a história do direito civil brasileiro. O casamento civil, a utilização de cemitérios públicos e o registro dos filhos de pessoas não católicas foram conquistas que realçaram a liberdade religiosa brasileira até os dias de hoje. Deixou também uma coleção básica de hinos para várias denominações comporem seus hinários.

Kalley voltou para a Escócia em 10 de julho de 1876, tendo deixado à Igreja Evangélica Fluminense uma súmula doutrinária composta por 28 artigos conhecida como "Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo" e João Manoel Gonçalves dos Santos foi seu substituto no pastorado da mesma Igreja. Uma das primeiras providências de João Manoel foi pleitear junto ao governo imperial o registro da Igreja Evangélica Fluminense como instituição jurídica. Em 22 de novembro de 1880 o Imperador assinou o decreto tornando a Igreja Evangélica Fluminense a primeira igreja evangélica nacional oficialmente registrada no Brasil.

Também por iniciativa do Reverendo João Manoel o templo da Igreja Evangélica Fluminense foi inaugurado em 04 de abril de 1886 na Rua Larga de São Joaquim, 186, hoje Marechal Floriano, em um culto que contou com a presença de mais de 2.000

pessoas. A igreja permaneceu neste endereço por 28 anos e em maio de 1914 o prédio foi tombado como patrimônio histórico do estado.A Bíblia no Brasil Império - Luiz Antonio Giraldi - Sociedade Bíblica do Brasil

IGREJA ANGLICANA DO RIO DE JANEIRO

O Regente George IV, do Reino Unido da Grã Bretanha, e os ingleses residentes no Rio de J a n e i r o l a n ç a r a m a p e d r a fundamental de sua capela, logo na entrada da Rua dos Barbonos (hoje Evaristo da Veiga), no pátio da casa que foi do bispo d. José Joaquim Justiniano de Mascarenhas Castello Branco. Foi simples a solenidade, tendo o primeiro capelão da igreja, rev. Robert Crane, pronunciado um pequeno discurso, em seguida ao

Igreja Evangélica FluminenseFoto Luigi Musso início do

século XX acervo FamíliaJannuzzi - Fuscaldo Itália

Igreja Evangélica Fluminense Foto Luigi Musso início do século XX acervo Família

Jannuzzi - Fuscaldo Itália

Igreja Anglicana doRio de Janeiro autor e data ignorados

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q u a l f o i depositada, nos a l i c e r c e s d o t e m p l o , u m a garrafa contendo jornais ingleses do dia 14 de junho ( ú l t i m o s r e c e b i d o s ) , moedas da época, u m a l i s t a d e n a v i o s e u m e x e m p l a r d a "Gazeta do Rio de Janeiro", que era a folha oficial e o único jornal que aqui se publicava.

Dedicada a São Jorge e a São

João Batista, em homenagem ao Príncipe Regente da Grã-Bretanha e ao nosso augusto soberano D. João VI, deve-se a construção deste primeiro templo protestante no Rio de Janeiro à permissão contida no "Tratado de Amizade e Comércio" de 19 de fevereiro de 1810.

Dizem que, ao se submeterem os planos dessa capela ao exame de D. João VI, ele os modificou, pois achava que as janelas não se pareciam às de casa particular, como exigido no "Tratado do Comércio". A princípio, fora escolhido um excelente terreno, defronte ao Passeio Público, com fundos até à Rua dos Barbonos, onde foi depois o Cassino Fluminense e é hoje o Automóvel Clube. Não se sabe por que motivo foi o mesmo desprezado e construído o templo nas proximidades do antigo largo da Mãe do Bispo.

A capela conservou-se tal como fora inaugurada, até fins do século XIX, quando foi completamente remodelada, segundo os planos de Jannuzzi, desta vez apresentando forma exterior de templo, com janelas ogivais retangulares. Depois dessa grande reforma, cuja inauguração se deu no dia 9 de maio de 1899, sofreu a Igreja de Cristo em 1908, um recuo no seu gradil, para alargamento da Rua Evaristo da Veiga, que lhe diminuiu o pátio fronteiro, sem, contudo, afetar o prédio. Porém, com os planos de remodelação da cidade e a construção

de arranha-céus nas ruas do Centro, tornou-se evidente a impossibilidade de permanência do templo naquele local. O imóvel foi então vendido e com o produto adquirida a magnífica propriedade da Rua Real Grandeza n.º 99, onde foi erigida a nova igreja, realizando-se a cerimônia da pedra fundamental no dia 27 de maio de 1943 e a consagração a 29 de outubro de 1944.Charles Julius Dunlop no Livro Rio Antigo

IGREJA METODISTA DE PETRÓPOLISNo século XVIII, um grupo de estudantes da

Universidade de Oxford na Inglaterra, liderados pelos irmãos João e Carlos Wesley, resolveu orar e jejuar buscando em Deus a solução para as grandes crises que o país passava. Este grupo da Universidade buscava a santidade, orava, cumpria rígidos horários e mantinha uma disciplina bíblica. Por terem métodos para tudo, foram apelidados de Metodistas. Pregou a justificação pela graça, mas também insistia na santificação e encorajava a todos os metodistas a perseguirem a perfeição cristã. A grande experiência de João Wesley ocorreu no dia 24 de maio de 1738, q u a n d o a b a t i d o e triste foi a uma reunião de oração dos irmãos morávios, e na leitura de u m comentário de Lutero à c a r t a d e Paulo aos R o m a n o s , t e v e s e u " C o r a ç ã o Á q u e c i d o " pelo fogo do E s p í r i t o S a n t o e passou a ter certeza da salvação.

Em 1835, o Metodismo chegou ao Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, e teve início com o Rev. Fountain E. Pitts, americano, onde fundou um pequeno núcleo. O trabalho permanente começou em 1861. A missão fundada expandiu-se, e em 1886 recebe a primeira visita episcopal. A primeira Igreja Metodista do Brasil, foi a do Catete, fundada em 1878.A igreja Metodista de Petrópolis é fundada em 1895. A presença evangélica em Petrópolis que se realizava desde a colonização avançou ao final do século XIX com a presença de diversos missionários que chegam a região para fundar os princípios de novas seitas já estabelecidas nos Estados Unidos. Assim sendo, é que vemos já em 1898, a inauguração do primeiro templo Metodista no numero 9 da então Rua Marechal Deodoro que teve sua construção finalizada em 1905 com a definitiva inauguração do prédio que foi

Igreja Anglicana do rio de Janeiro foto

Augusto Malta início do século XX

Igreja metodista de PetrópolisAutor e data ignorados

Igreja metodista de Petrópolis foto deLuigi Musso inicio

do século XX acervo Família Jannuzzi

Fuscaldo Itália

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derrubado nos anos 70 para a construção do novo templo.

No dia 2 de setembro de 1930 é assinada a autonomia da igreja Metodista do Brasil, que é continuação do Metodismo, iniciado na Igreja na Inglaterra por João Wesley no século XVIII. www.catedralmetodista.com

IGREJA PRESBITERIANA DE VALENÇAA Igreja Presbiteriana de Valença-RJ, teve a

fixação de seu trabalho na cidade, a partir de 1907 com a recepção por profissão de fé e batismo dos primeiros membros que fizeram parte da sua fundação, ligados à Igreja de Riachuelo que deu início aos trabalhos na cidade. Por algum tempo se reuniram nas casas das pessoas, de origem evangélica reformada, e daqueles que se tornaram membros da Igreja, dentre eles o Comendador Antonio Januzzi, que se tornou membro da Igreja, por transferência do Rio de Janeiro, e, de quem partiu a atitude de comprar um prédio na Rua Nilo Peçanha e doa-lo, para que tivessem assim um lugar próprio para se reunirem, este foi o primeiro local próprio de reuniões da Igreja, e, no dia 08 de abril de 1910 foi organizada oficialmente a Igreja Presbiteriana do Brasil em Valença, tendo na direção dos trabalhos da Igreja o Rev. Franklim do Nascimento, representante do Presbitério do Rio de Janeiro.

Com o desenvolvimento da Igreja, houve a necessidade de se construir um Templo maior, e d e p o i s d e d e c i d i d o , f o i adquirido terreno e construído o novo templo da Igreja, na Rua B e n j a m i m Guimarães, que teve início em 20 de setembro de 1 9 2 1 , c o m o lançamento da p e d r a fundamental e

contando com a presença das autoridades do município, o término da construção se deu em 18 de março de 1923. Com capacidade para 400 pessoas a igreja possui estilo gótico Lombardo e foi construída pela empresa do Comendador Antonio Januzzi, que doou o terreno e toda a construção à Igreja Presbiteriana.

Juntamente com a Igreja foi construída a casa pastoral, que serviria de morada para os futuros pastores, também, doada pelo Comendador Antonio Jannuzi. A Igreja de Valença já teve em sua história um Colégio - "Ateneu Valenciano", um orfanato e um Seminário que funcionou durante alguns anos. O templo mantém até hoje o estilo da década de 20 contando com pintura especial a base de barro e urucum, com detalhes em seus vitrais, forro todo de madeira, móveis originais, e utensílios de enfeites doados em razão de sua inauguração. Na parede do púlpito da Igreja encontra-se os dizeres: "Ao Senhor teu Deus adorarás e a Elle só servirás. Dizeres que foram escritos com tinta especial que parecem ter luz própria. O Templo da Igreja Presbiteriana e a casa

pastoral, foram tombadas pelo INEPAC e se constituem hoje, patrimônio histórico de Valença fazendo parte da histórias da cidade. Igreja Presbiteriana de Valença

IGREJA PRESBITERIANA DE BOTAFOGONo que diz respeito à obra presbiteriana na

então capital federal, um grande momento de transição foi o ano de 1897. Após uma longa série de pastorados breves, a igreja-mãe do presbiterianismo nacional, organizada pelo pioneiro Ashbel G. Simonton em 1862, recebeu um notável líder que ficaria à frente da mesma durante 28 anos, o Rev. Álvaro Reis. Esse ministro não só foi o instrumento para uma enorme expansão da igreja sede, que se tornou em seu pastorado a maior igreja evangélica da América Latina, mas ampliou extraordinariamente a presença presbiteriana na cidade do Rio de Janeiro, abrindo muitos pontos de pregação e congregações. No início do pastorado de Álvaro Reis, além da igreja-mãe havia apenas uma outra igreja organizada na cidade, a de Riachuelo (1894). Nos anos seguintes surgiram as de Botafogo, Ponta do Caju, Copacabana, Ramos, Tomás Coelho, Olaria e Madureira.

1ª Igreja Presbiteriana emValença/RJ foto Extraída doLivro História de Valençade Luiz DamascenoFerreira 1924

2ª Igreja Presbiteriana em Valença/RJFoto de autor e data ignoradosacervo MariaGeralda Porto“Lere”

2ª Igreja Presbiteriana em Valença Foto Luiz Francisco2014

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No início da década de 1870, surgiram pontos de pregação em diversos bairros, inclusive em Botafogo, onde residiam alguns membros da igreja central. A primeira sede do trabalho foi a residência de Alfredo Pinto da Gama e sua esposa Inácia, na rua da Passagem, nº 37. Um dos colaboradores desse trabalho por muitos anos foi Pedro Perestrello da Câmara, o primeiro presbítero ordenado por Simonton, em 1866. O ponto de pregação evoluiu para escola dominical e depois para congregação, experimentando grande progresso durante o pastorado do notável Rev. Álvaro Reis, até a organização da igreja em 3 de julho de 1906.

A Igreja Presbiteriana de Botafogo nasceu em um período marcante da história da Igreja Presbiteriana do Brasil. Já havia se encerrado a fase pioneira, marcada pela predominância dos missionários norte-americanos. A denominação havia se tornado mais madura, mais brasileira, processo esse que não ocorreu sem traumas. Apenas três anos antes da organização da Igreja de Botafogo (03-07-1906), a igreja nacional havia experimentado uma dolorosa divisão, causada em parte por essa transição da fase missionária para a fase nacional (julho de 1903). Despertada pelo cisma, a Igreja arregimentou as suas forças para uma grande arrancada de crescimento nos anos seguintes, o que levou à organização da Assembléia Geral (Supremo Concílio) em 1910, no Rio de Janeiro, completando-se assim a estrutura eclesiástica da denominação.

Os ex-sacerdotes Constâncio Homero Omegna (1877-1927) e Antônio André Lino da Costa (1850-1913), que pastorearam a igreja entre 1909 e 1913, foram líderes de projeção na Igreja

Presbiteriana de Botafogo, o primeiro como educador, inicialmente em Valença (RJ) e depois no Seminário Presbiteriano, em Campinas.

Após uma série de pastorados curtos, a Igreja de Botafogo teve um ilustre pastor por dezoito anos na pessoa de Samuel Lenz de Araújo César (1884-1943), filho de um dos primeiros pastores presbiterianos brasileiros, Belmiro de Araújo César. Samuel dotou a igreja do seu primeiro templo, construído pelo comendador Antônio Jannuzzi e inaugurado em 4 de julho de 1926 na rua da Passagem, 91. Possuidor de grande talento e conhecimentos no âmbito da música, criou o coral da igreja e deu muitas contribuições nessa área através de jornais, do rádio e de outros veículos. Em 1940, foi sucedido no pastorado por Samuel de Souza do Ó. Este havia sido grandemente auxiliado pelo Rev. Samuel César nos estudos e foi seu auxiliar por breve tempo. Alderi Souza de Matos - Portal Mackenzie

PROJETO DE IGREJA PARA BELO HORIZONTEAlém das igrejas aqui registradas que foram,

comprovadamente, executadas pela empresa Jannuzzi e Fratello, depois Jannuzzi e Filhos e mais tarde Jannuzzi e Cia. existe um projeto para uma igreja em Belo Horizonte, que até a presente data não encontramos qualquer indício que haja sido executado. Assim como existe a Igreja do Riachuelo de 1904 que possui todas as característica dos templos projetados pela empresa, mas que ainda não descobrimos quem teria sido autor do projeto.

Igreja Presbiteriana de Botafogo foto LuizFrancisco 2015

Projeto para igreja em Belo Horizonte foto extraída do livro Il Brasile e Gli Italiani Edições Fanfula 1906