Antonio Machado - Caminante No Hay Camino

download Antonio Machado - Caminante No Hay Camino

of 2

Transcript of Antonio Machado - Caminante No Hay Camino

  • P g i n a 1 d e 2

    A M I N A N T E N O H A Y C A M I N O

    A N T O N I O M A C H A D O *

    Todo pasa y todo queda, pero lo nuestro es pasar, pasar haciendo caminos, caminos sobre el mar. Nunca persequ la gloria, ni dejar en la memoria de los hombres mi cancin; yo amo los mundos sutiles, ingrvidos y gentiles, como pompas de jabn. Me gusta verlos pintarse de sol y grana, volar bajo el cielo azul, temblar sbitamente y quebrarse... Nunca persegu la gloria. Caminante, son tus huellas el camino y nada ms; caminante, no hay camino, se hace camino al andar. Al andar se hace camino y al volver la vista atrs se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar.

    Tudo passa e tudo fica porm o nosso passar, passar fazendo caminhos caminhos sobre o mar. Nunca persegui a glria nem deixar na memria dos homens minha cano eu amo os mundos sutis leves e gentis, como bolhas de sabo. Gosto de ver-los pintar-se de sol e gran voar abaixo o cu azul, tremer subitamente e quebrar-se... Nunca persegui a glria Caminhante, so tuas pegadas o caminho e nada mais; caminhante, no h caminho, se faz caminho ao andar. Ao andar se faz caminho e ao voltar a vista atrs se v a senda que nunca se h de voltar a pisar.

    C

  • A n t o n i o M a c h a d o C A M I N A N T E N O H A Y C A M I N O

    P g i n a 2 d e 2

    Caminante no hay camino sino estelas en la mar... Hace algn tiempo en ese lugar donde hoy los bosques se visten de espinos se oy la voz de un poeta gritar "Caminante no hay camino, se hace camino al andar..." Golpe a golpe, verso a verso... Muri el poeta lejos del hogar. Le cubre el polvo de un pas vecino. Al alejarse le vieron llorar. "Caminante no hay camino, se hace camino al andar..." Golpe a golpe, verso a verso... Cuando el jilguero no puede cantar. Cuando el poeta es un peregrino, cuando de nada nos sirve rezar. "Caminante no hay camino, se hace camino al andar..." Golpe a golpe, verso a verso.

    Caminhante no h caminho seno h marcas no mar... Faz algum tempo neste lugar onde hoje os bosques se vestem de espinhos se ouviu a voz de um poeta gritar "Caminhante no h caminho, se faz caminho ao andar"... Golpe a golpe, verso a verso... Morreu o poeta longe do lar cobre-lhe o p de um pas vizinho. Ao afastar-se lhe vieram chorar "Caminhante no h caminho, se faz caminho ao andar..." Golpe a golpe, verso a verso... Quando o pintassilgo no pode cantar. Quando o poeta um peregrino. Quando de nada nos serve rezar. "Caminhante no h caminho, se faz caminho ao andar..." Golpe a golpe, verso a verso.

    ____________ * A n t o n i o M a c h a d o Nasceu em 26 de julho de 1875 em Sevilha e aos oito anos mudou-se para Madrid. Poeta e prosista, pertenceu ao movimento literrio conhecido como "gerao de 98". Provavelmente, ainda o poeta mais lido de sua gerao. Em 1893 publicou seus primeiros escritos em prosa, enquanto que seus primeiros poemas apareceram em 1901. Em 1899, viajou Paris, cidade que voltaria a visitar em 1902, ano em que conheceu Rubn Daro, que seria seu grande amigo por toda a vida. Em Madrid, por essa mesma poca, conheceu Unamuno, Valle-Incln, Juan Ramn Jimenez e outros destacados escritores com os quais manteve uma estreita amizade. Foi catedrtico de francs, e se casou com Leonor Izquierdo, que morreu em 1912. Em 1927 foi eleito membro da Real Academia Espaola. Durante os anos vinte e trinta, escreveu teatro em companhia de seu irmo, tambm poeta, Manuel, estreando vrias obras entre as quais se destacam: La Lola se va a los puertos, de 1929 e La Duquesa de Benameji, de 1931. Quando estourou a Guerra Civil espanhola, estava em Madrid. Posteriormente mudou-se para Valencia e Barcelona, e em janeiro de 1939 exilou-se em Colliure, Frana, onde morreu em 22 de fevereiro do mesmo ano. Fonte: , 19 mar. 2009