Ao Longo Da História Da Filosofia II

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Ao longo da História da Filosofia, poucas foram às mulheres que tiveram espaço para manifestar suas opiniões, dentre elas, procuramos destacar a filósofa Hannah Arendt, a qual contribuiu grandemente para o pensamento acerca da dignidade humana. Partindo da obra mais difundida de Hanna Arendt, “As Origens do Totalitarismo” pretende-se analisar as teses do modelo politico totalitário e suas implicações para a questão dos direitos humanos, bem como estabelecer uma relação com sua outra obra “A Condição Humana” a fim de compreender os termos liberdade e igualdade, presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Segundo Arendt, a opressão política advinda do totalitarismo difere de todas as outras e sua compreensão só pode ser feita mediante uma nova análise distanciada da tradição, pois o que se notou nos campos de concentração alemães, verdadeiras fábricas de morte, foi algo nunca antes visto na história. Arendt pondera que os direitos humanos, declarados no século XVIII trouxeram consigo a possibilidade de emancipação do homem, antes oprimido por uma entidade divina ou clerical, e pelos costumes de seu povo, finalmente possui seus direitos assegurados, simplesmente porque pertence à espécie humana. Os direitos humanos definidos como inalienáveis, abrem brechas para certa espécie de individualidade, uma vez que não englobam a diversidade determinante para ação humana

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Filosofia e a Mulher

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Ao longo da Histria da Filosofia, poucas foram s mulheres que tiveram espao para manifestar suas opinies, dentre elas, procuramos destacar a filsofa Hannah Arendt, a qual contribuiu grandemente para o pensamento acerca da dignidade humana. Partindo da obra mais difundida de Hanna Arendt, As Origens do Totalitarismo pretende-se analisar as teses do modelo politico totalitrio e suas implicaes para a questo dos direitos humanos, bem como estabelecer uma relao com sua outra obra A Condio Humana a fim de compreender os termos liberdade e igualdade, presentes na Declarao Universal dos Direitos Humanos.Segundo Arendt, a opresso poltica advinda do totalitarismo difere de todas as outras e sua compreenso s pode ser feita mediante uma nova anlise distanciada da tradio, pois o que se notou nos campos de concentrao alemes, verdadeiras fbricas de morte, foi algo nunca antes visto na histria.Arendt pondera que os direitos humanos, declarados no sculo XVIII trouxeram consigo a possibilidade de emancipao do homem, antes oprimido por uma entidade divina ou clerical, e pelos costumes de seu povo, finalmente possui seus direitos assegurados, simplesmente porque pertence espcie humana. Os direitos humanos definidos como inalienveis, abrem brechas para certa espcie de individualidade, uma vez que no englobam a diversidade determinante para ao humana enquanto coletividade, o individuo ao estar isolado no compreende de fato sua identidade, em consequncia sua dignidade humana tambm ameaada, com a perca da dignidade ele se torna algum desimportante, pois somente nas relaes sociais que se estabelecem laos que permitem ao individuo reconhecer quem ele realmente em seu papel social.De acordo com Arendt os direitos humanos tidos como individuais ou universais, separam o homem da sua dignidade, ao no refletirem sobre a necessidade da pluralidade, onde o individuo na ausncia de contato no se percebe como possuidor de uma singularidade, aspecto o qual lhe possibilitar participao e ao politica. Os grupos de minorias repelidos da participao social sofrem com essa constante perca da dignidade humana, ao terem seu direito de envolvimento impedido passam a condio de objetos, seus direitos tornam-se meramente tericos, sem integrao social e politica no h possibilidade da garantia de direitos. preciso estabeler os direitos humanos em um campo mais slido que permita uma viso de coletividade onde todos so responsveis por suas aes e os reflexos dela na sociedade, partindo desse princpio a dignidade e vivencia humana transformam-se em ao poltica, pois inclui o ser humano em sua totalidade. O individuo caracteriza-se enquanto ser social efetivo, a partir de suas relaes humanas as quais validam sua existncia enquanto ser transformador.