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UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO CRISTIANE DE OLIVEIRA PEDRO ANDREO “ESTUDO COMPARATIVO DE DROGAS ANTIINFLAMATÓRIAS NÃO-ESTERODAIS (NIMESULIDE, CETOPROFENO E DICLOFENACO POTÁSSICO) EM PÓS- OPERATÓRIOS DE TERCEIROS MOLARES INFERIORES MÉSIO-ANGULARES” BAURU 2007

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UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

CRISTIANE DE OLIVEIRA PEDRO ANDREO

“ESTUDO COMPARATIVO DE DROGAS

ANTIINFLAMATÓRIAS NÃO-ESTERODAIS

(NIMESULIDE, CETOPROFENO E

DICLOFENACO POTÁSSICO) EM PÓS-

OPERATÓRIOS DE TERCEIROS MOLARES

INFERIORES MÉSIO-ANGULARES”

BAURU

2007

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UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

CRISTIANE DE OLIVEIRA PEDRO ANDREO

“ESTUDO COMPARATIVO DE DROGAS

ANTIINFLAMATÓRIAS NÃO-ESTERODAIS

(NIMESULIDE, CETOPROFENO E DICLOFENACO

POTÁSSICO) EM PÓS-OPERATÓRIOS DE

TERCEIROS MOLARES INFERIORES MÉSIO-

ANGULARES”

Dissertação apresentada à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, na Universidade do Sagrado Coração, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de mestre no Programa de Mestrado em Biologia Oral. Orientador (a): Prof.a Dr.a Ana Claudia Bensuaski de Paula Zurron.

BAURU

2007

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Aos meus pais, exemplos de honestidade, dignidade e respeito. Agradeço a vocês por tudo,

em especial por todo estímulo e por terem sempre acreditado em mim. Vocês são o

exemplo a ser seguido. Obrigada com muito amor e reconhecimento.

À minhas irmãs, Ana Claudia e Ana Beatriz, por todo carinho e paciência nesses anos

todos. Obrigada por toda ajuda!

Ao meu companheiro de jornada, Renilson Henrique, pelo ombro acolhedor e amor sem

limites. Que Deus te mantenha sempre essa pessoa maravilhosa!

A Deus, por toda as bênçãos recebidas. Não tenho palavras para agradecer.

Aos amigos, Paulo Gonçalves Filho, Marco Antonio Certo e Maria de Fátima Correia Dias.

Sem a ajuda de vocês, eu não teria conseguido. Obrigada de coração.

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Agradecimentos À minha orientadora, Professora Doutora Ana Claudia Bensuaski de Paula Zurron, pelo

carinho, estímulo, extrema competência e dedicação. Uma pessoa iluminada, mostrando

que as coisas são possíveis, mesmo naqueles momentos enevoados. Um agradecimento

muito sincero, desejando a você apenas coisas boas em sua jornada.

Ao grande amigo, exemplo de pessoa humana e colaborador, Jesus Carlos Andreo. Uma

pessoa correta, prestativa e que serve de exemplo. Que Deus te conserve sempre esse

“mestre”, assim como Ele criou.

Ao amigo de longa data, Milton Carlos Kuga, que muito me ajudou, aconselhou e me

acompanhou em todos esses anos. Um profissional ímpar e uma pessoa diferenciada. Muito

obrigada!

Aos colegas e hoje amigos, Diogo Souza Ferreira Rubim de Assis e Gustavo Cavalcanti de

Albuquerque, companheiros de todo esse processo. Muito obrigada pelo profissionalismo e

dedicação. Vocês tornaram tudo mais divertido.

À Professora Doutora Ivete Mattias Sartori, pela amizade e acolhimento. Uma profissional

que dispensa comentários e uma pessoa ainda melhor. Obrigada!

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Ao Professor Doutor Eduardo Sanches Gonzales, pela ajuda no desenvolvimento desse

trabalho e pela grande oportunidade que me proporcionou.

À Professora Doutora Mariza Akemi Matsumoto, pela boa vontade e atenção especial

dedicada a esse projeto.

Ao Professor Doutor Luiz Casati Álvares, pelo carinho e boa vontade em ajudar.

A todos os professores da Clínica de Cirurgia da Universidade do Sagrado Coração,

obrigada pela paciência e pelo carinho com o qual me receberam.

As funcionárias da Clínica de Cirurgia dessa faculdade, em especial à D. Cida e a Vanilza,

pelo bom acolhimento e por toda ajuda dispensada.

Aos funcionários da Clínica de radiologia dessa instituição, por todo trabalho realizado.

Aos pacientes participantes desse estudo pela confiança, disponibilidade e respeito. Sem

vocês, nada teria sido realizado.

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“Ando devagar, porque já tive pressa... Levo esse sorriso porque já chorei demais...

Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe... Só levo a certeza de que muito pouco eu sei

Eu nada sei...”

Almir Sater

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RESUMO Edema, dor e perda da função são manifestações inflamatórias pós-operatórias geradas por injúria tecidual durante procedimentos cirúrgicos. Estratégias farmacológicas para minimizar essas manifestações clínicas são direcionadas para bloquear a formação ou inibir os efeitos dos mediadores da inflamação aguda. O manejo da dor e da inflamação é um componente importante no cuidado pós-operatório do paciente. Clínicos prescrevem drogas antiinflamatórias não esteroidais (DAINES) em sua rotina básica para variados tipos de dor. As drogas antiiflamatórias não esteroidais como o diclofenaco e o cetoprofeno são prescritas rotineiramente em clínicas de odontologia. A respeito desses fármacos, sabe-se que são bem aceitos por possuírem baixo custo, alta eficácia, baixa toxicidade e mecanismo de ação semelhante; seu incoveniente é a formação de lesões no trato-gastrointestinal devido à inibição da síntese de prostaglandinas (pela ação na COX-1). O nimesulide é um antiinflamatório não esteroidal com ação seletiva na COX-2, o qual não apresenta esses mesmos efeitos adversos. Sabendo que diclofenaco potássico, cetoprofeno e nimesulide são drogas antiinflamatórias e analgésicas comumente usadas em tratamento odontológico pós-operatório, o objetivo de nosso estudo foi verificar a eficácia de drogas antiinflamatórias em pacientes que passaram por procedimento cirúrgico de extração de terceiro molares inferiores. Dor, qualidade de repouso noturno, dificuldade de mastigação, efeito adverso do medicamento, trismo e edema foram os parâmetros analisados em nosso trabalho. Foi possível verificar que o nimesulide mostrou-se eficaz em reduzir de maneira significativa a dor pós-operatória (p<0,05) quando comparado aos pacientes tratados com cetoprofeno e diclofenaco. Quando analisada a qualidade de repouso noturno dos pacientes submetidos à extração dos 3os molares inferiores, foi possível verificar que aqueles tratados com nimesulide tiveram uma menor interferência na qualidade do sono (p<0,05) após 24 e 72 horas decorrentes da cirurgia. Foi possível observar também que todos os pacientes operados mostraram dificuldades de mastigação após o tratamento com as drogas antiinflamatórias, sem apresentarem diferenças estatísticas entre os grupos. Todos os medicamentos apresentaram efeitos colaterais, no entanto não houve diferença estatística nos diferentes tratamentos. Também não houve diferença estatística com relação ao trismo dos pacientes. O nimesulide não conseguiu minimizar o edema causado pelo trauma da cirurgia, e se mostrou menos efetivo que o cetoprofeno (p<0,05). Assim, o antiinflamatório nimesulide mostrou uma melhora do quadro pós-cirúrgico de pacientes submetidos à extração de 3º molares inferiores.

Palavras chaves: Antiinflamatórios não esterioidais, Dor, Edema, Nimesulide, Pós-operatório, Terceiros molares inferiores.

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ABSTRACT Swelling, pain and loss of function are postoperative manifestations of inflammation due to tissue injury during surgical procedures. Pharmacologic strategies for minimizing the clinical manifestations are conducted to block the formation or inhibiting the effects of the mediators of acute inflammation. The management of pain and inflammation is a critical component of postoperative patient care. Clinicians prescribe nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDS) to their patients on their routine basis for various types of pain. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs as the diclofenac and the ketoprofen are routinely prescribed in oral clinics. Regarding to these medicine, is known that they are well accepted for their low cost, high effectiveness, low toxicity and similar action mechanism; their inconvenient is the formation of the gastrointestinal injuries due to inhibition of the synthesis of prostaglandin (for action in the COX-1). The nimesulide is a nonsteroidal anti-inflammatory with selective action in the COX-2, wich doesn´t present the same side effects. It´s aware that potassic diclofenac, ketoprofen and nimesulide are anti-inflammatory and analgesic drugs usually used in postoperative surgical oral treatment. The purpose of this study was check the effectiveness of anti-inflammatory drugs in patients who underwent by surgical removal of lower third molars procedure. Pain, quality of sleep, difficulty on chewing, side effects, trismus and swelling were the parameters evaluate in our study. It was possible to verify that the nimesulide proved effectiveness to reducing with importance the postoperative pain (p< 0,05) when it was compared to patient who were treated with ketoprofen and diclofenac. When analysed the quality of sleep of the patients who underwent by surgical removal of lower third molars procedure, it was possible to verify that patients treated with nimesulide had a slightest damage in theirs quality of sleep (p< 0,05) after 24 and 72 hours of the oral surgery. Also was possible to verify that all patients underwent by surgical procedure showed difficulty on chewing after the treatment with this anti-inflammatory drugs, without they presented statistics difference between the groups. All medicines showed side effects, however, there wasn t́ statistics difference in these various treatments. There´s no statistics difference in relation to patient’s trismus either. The nimesulide couldn´t minimize the patient’s swelling caused by surgery trauma and showed less effective that ketoprofen (p< 0,05). Therefore, the anti-inflammatory nimesulide showed an improvement of the postoperative symptoms of patients who underwent by surgical removal of lower third molars procedure. Key words: nonsteroidal anti-inflammatory drugs, lower third molars, nimesulide, pain, postoperative, swelling.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Radiografia Panorâmica de dentes impactados mesioangularmente, de acordo

com a classificação de Winter (1926) e Pell & Gregory

(1942)...............................................................................................................................25

Figura 2 - Foto para medida da área de edema após extração de 3º molar inferior, em 72

horas................................................................................................................................ 32

Figura 3 - Avaliação da intensidade de dor de paciente submetidos à extração dos 3os

molares inferiores e posterior tratamento com drogas antiinflamatórias não esteroidais por

24 e 72 horas.............................................................................................................37

Figura 4 - Qualidade de repouso noturno de pacientes submetidos à extração dos 3os

molares inferiores e posterior tratamento desses pacientes com drogas antiinflamatórias

após 24 e 72 horas decorrentes da cirurgia......................................................................38

Figura 5- Dificuldade de mastigação de pacientes submetidos à cirurgia de extração de 3os

molares inferiores e posterior tratamento com antiinflamatórios não esteroidais após 24 e 72

horas decorrentes da cirurgia..............................................................................39

Figura 6- Relato dos efeitos adversos dos antiinflamatórios nimesulide, cetoprofeno e

diclofenaco em pacientes submetidos à extração de 3os molares

inferiores..........................................................................................................................40

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Figura 7- Formação de edema pós-cirúrgico em pacientes submetidos à remoção cirúrgica

de 3os molares inferiores tratados com nimesulide, cetoprofeno e diclofenaco após 24 e 72

horas decorrentes da cirurgia......................................................................41

Figura 8-Efeito do nimesulide, cetoprofeno e diclofenaco sobre o trismo de pacientes

submetidos à extração de 3os molares inferiores, em até 72 horas pós-

operatórias.......................................................................................................................42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição das drogas antiinflamatórias administradas aos pacientes uma hora

antes do procedimento cirúrgico e mantidas por cinco

dias...................................................................................................................................26

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AINE Antiinflamatório não esteroidal AMPc Adenosina mono-fosfato cíclico ATP Adenosina tri-fosfato Ca2+ Cálcio COX-1 Enzima cicloxenase 1 COX-2 Enzima ciclogenase 2 DAINES Drogas antiinflamatórias não esteroidais IL Interleucina IP3 Trifosfato de inositol LTB 4 Leucotrieno NMDA N-Methyl D-aspartato PGE2 Prostaglandina E2 PGI2 Prostaciclina SNC Sistema Nervoso Central TNF Fator de necrose tumoral TXA 2 Tromboxano

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 13

1.1.Definição de Dor _______________________________________________________ 14

1.2 Eicosanóides e o processo doloroso. ________________________________________ 15

1.3 Drogas antiinflamatórias não esteroidais (DAINES) e a dor_____________________ 16

1.4 A pesquisa com DAINES ________________________________________________ 18

2- OBJETIVOS _______________________________________________________ 24

3- MATERIAIS E MÉTODOS____________________________________________ 25

3.1 Amostra______________________________________________________________ 25

3.2 Divisão da amostra em grupos ____________________________________________ 27

3.3 Protocolo de cirurgia____________________________________________________ 28

3.4 Técnica cirúrgica_______________________________________________________ 28

3.5 Coleta de dados ________________________________________________________ 30

3.6 Controles fotográficos do edema __________________________________________ 31

3.7 Períodos de avaliação ___________________________________________________ 33

3.8 Avaliação dos sinais e sintomas clínicos _____________________________________ 34

3.9 Análise estatística ______________________________________________________ 35

4. RESULTADOS _____________________________________________________ 36

5- DISCUSSÃO _______________________________________________________ 44

6-CONCLUSÃO_______________________________________________________ 54

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS____________________________________ 55

8. ANEXOS __________________________________________________________ 63

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1-INTRODUÇÃO

1.1.Definição de Dor

A dor é definida como "uma experiência sensorial e/ou emocional desagradável, que

pode estar associada a uma destruição tecidual", segundo a Associação Internacional do

Estudo da Dor (Siddall & Cousins, 1995).

Dor, edema, perda da função e hipertermia são manifestações inflamatórias pós-

operatórias geradas por injúria tecidual, durante procedimentos cirúrgicos. Estratégias

farmacológicas para minimizar essas manifestações clínicas são direcionadas para bloquear

a formação ou inibir os efeitos dos mediadores da inflamação aguda (Roszkowski et al.,

2003). Os mesmos autores relatam que há vários mediadores químicos envolvidos no

processo inflamatório, como as cininas, as prostaglandinas, a histamina e a serotonina. As

bradicininas agem, tanto independentes quanto sinergicamente, com os produtos do ácido

araquidônico e produzem hiperalgesia e aumento da permeabilidade vascular. Já as

prostaglandinas modulam a inflamação e amplificam os efeitos dos outros mediadores.

Histamina, por sua vez, produzida pela degranulação dos mastócitos, exerce papel no

desenvolvimento da dor aguda e do edema. O envolvimento da serotonina na inflamação

aguda humana parece ser menor (Troullos et a.l., 1990), no entanto sabe-se que ela

participa na estimulação das terminações nociceptivas periféricas, assim como na excitação

ou inibição de neurônios do sistema nervoso central (SNC) (Cadden & Orchardson, 2001).

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1.2 Eicosanóides e o processo doloroso.

Sabe-se ainda que prostaglandinas E2 (PGE2) e leucotrienos B4 (LTB4) são

metabólitos do ácido araquidônico e produzem a injúria por meio de vias enzimáticas.

PGE2 e LTB4 têm contribuído com o processo pró-inflamatório incluindo hiperalgesia,

vasodilatação, extravasamento de plasma e quimiotaxia celular imunológica/inflamatória

(Roszkowski et al, 2003).

As PGs são uns dos principais mediadores da inflamação, edema, dor e febre (Vane

& Botting, 2003) e são originadas pela oxidação do ácido araquidônico e pela ação das

enzimas ciclooxigenase (COX-1 e COX-2) (Vane & Botting, 2003; Rowley et al., 2005).

Também vale ressaltar que as prostaglandinas e os leucotrienos exercem um papel

fundamental na gênese da dor e podem ativar diretamente os nociceptores durante

condições inflamatórias (Carvalho & Lemonica, 2000).

Já as prostaglandinas I2 (PGI2 ou prostaciclinas), juntamente com as PGE2, são

responsáveis pela dor e febre em sítios de ação periférica, quando ocorre a ação de

mediadores como a histamina e bradicinina. O resultado da interação entre prostaglandinas

e bradicinina/histamina em tecido muscular e subcutâneo, é a imediata inflamação e dor.

Ferreira (1979) já havia constatado que a prostaglandina produzia hiperalgesia; e

que a PGE e a PGI2 hipersensibilizam os nociceptores polimodais das fibras C a estímulos

mecânicos e químicos (Carvalho, 1990 a, b).

Vários mediadores produzidos ou liberados localmente no tecido danificado ou

inflamado podem ativar as terminações nervosas sensoriais periféricas, podendo agir

diretamente (H+, ATP, glutamato, serotonina, histamina, bradicinina) ou sensibilizando as

terminações nervosas: prostaglandinas, prostaciclina, citocinas e interleucinas (IL 1, IL 2,

16

IL 6, IL 8) e fator de necrose tumoral (TNF) para a ação de outros estímulos. Alguns

mediadores que ativam neurônios sensoriais fazem tanto pela ativação direta nos canais de

cálcio (H+, ATP, glutamato) como pela ação em receptores acoplados à proteína G ou

ainda ativando proteínas quinases via 2ºs mensageiros como AMPc, Ca2+, IP3 (Rittner et al.,

2005; Kellie & Vasko, 2005).

Os mediadores químicos agem juntos ou em sequência, amplificando a resposta

inflamatória inicial e influenciando sua evolução por regular as subseqüentes respostas

vascular e celular (Tracey & Warren, 2004).

1.3 Drogas antiinflamatórias não esteroidais (DAINE S) e a dor

O manejo da dor e da inflamação é um componente muito importante no cuidado

pós-operatório do paciente. Clínicos prescrevem drogas antiinflamatórias não esteroidais

(DAINES) em sua rotina básica para variados tipos de dor (Roszkowski et al., 2003).

A dor resultante da remoção cirúrgica de um ou mais dentes (3º molares

impactados) retrata uma metodologia de "modelo de dor", a qual é considerada um modelo

previsível e consistente. A dor tem início entre 1 e 3 horas após a cirurgia, com intensidade

considerada de moderada a severa (Kubitzek et al., 2003). A dor pós-operatória atinge seu

máximo no período de 3 a 6 horas e tem seu declínio após 12 horas. A metodologia do

"modelo de dor" é bastante usada no desenvolvimento de novos analgésicos,

proporcionando uma avaliação confiável dentro de uma população saudável, sendo o

procedimento cirúrgico relativamente uniforme (Cooper, 1988). Esse modelo é considerado

sensível e bem validado para análise de drogas em humanos (Chang et al., 2002). O trauma

cirúrgico é suficiente para produzir uma dor consistente em indivíduos jovens e sem uso de

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medicações de rotina (Hersh, 1990); sendo que o edema resultante desse trauma tem um

pico de atividade no período de 48 a 72 horas após a cirurgia.

DAINES são sempre a primeira escolha para tratamentos pós-cirúrgicos (Jimenez-

Martinez et al., 2004). Sabe-se que essas drogas diminuem o número e a severidade das

complicações pós-operatórias, com redução da dor e de possíveis efeitos colaterais. A pré-

medicação com a droga, uma hora antes da cirurgia (analgesia preemptiva), reduz a

resposta ao trauma e induz uma significante analgesia pós-operatória (Tai & Baker, 1992).

A eficácia das DAINES na redução da dor, resulta da sua propriedade inibitória

sobre as enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2), enzimas chaves na biossíntese de

prostaglandinas (PGs) e de outros prostanóides (Ferreira & Vane, 1974). Outros

mecanismos de ação das DAINES têm sido propostos recentemente, como a inibição

intracelular de fosfodiesterases, a inibição dos níveis de bradicinina e o desacoplamento da

interação de proteínas de membrana com a proteína G (Swift et al., 1993; Cashman, 1996).

Alguns estudos têm sugerido que o mecanismo de ação analgésico para as DAINES se dá

através de um mecanismo central, enquanto a maioria dos mecanismos antiinflamatórios

ocorrem em sítios periféricos de ação de drogas (Malmberg & Yaksh, 1992).

A síntese periférica e central das PGs contribui para o desenvolvimento da dor. O

aumento de prostaglandinas E2 (PGE2), no local da injúria, tem um papel importante na

sensibilização periférica das terminações nervosas (nocioceptores). As PGE2 periféricas

provocam a cascata de reações inflamatórias, levando a um aumento da excitabilidade e

redução do limiar de dor. Assim, os efeitos anti-hiperalgésicos das DAINES são

tradicionalmente atribuídos à inibição da formação das PGs, mecanismo intimamente

associado à atividade antiinflamatória dessas drogas (Burian et al., 2003).

18

1.4 A pesquisa com DAINES

As DAINES estão entre as drogas mais prescritas e usadas no mundo. Essas drogas

exercem suas ações através da inibição da ciclooxigenase (COX), a enzima chave que

catalisa a conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas e tromboxanos.

Apresentam-se como isoformes COX-1 (constitutivamente expressa nos tecidos) e COX-2

(induzida em células e tecidos envolvidos com o processo inflamatório) (Carvalho et al.,

2004).

O diclofenaco é considerado uma droga antiinflamatória não esteroidal (DAINE)

muito usada e estudada durante anos. Quimicamente, ele é classificado como ácido

fenilacético (derivado da classe dos ácidos carboxílicos), o qual possui meia vida de 1 a 2

horas sendo eliminado pela urina e excreção biliar (Roelofse et al, 1996). Sabe-se também

que o diclofenaco é uma droga de ação farmacológica não seletiva, que inibe tanto a COX-

1 como a COX-2. Seu uso se dá em doenças reumáticas degenerativas, tanto no tratamento

agudo como no crônico, evidenciado pela dor e inflamação.

Acredita-se que o diclofenaco possua mais de uma forma de ação, além da ação sobre

as cicloxigenases. Essa droga também deprime a atividade nociceptora, diminuindo o

estado de hiperalgesia já instalado, agindo bloqueando a entrada de cálcio e diminuindo os

níveis de AMPc nos nocioceptores. Dessa forma, o diclofenaco tanto preveniria a

sensibilização dos nocioceptores, quanto deprimiria sua atividade após sensibilização dos

mesmos. Esses mecanismos poderiam explicar sua superioridade no controle da dor já

instalada (Tonussi & Ferreira, 1994). Vale a pena salientar que, além do diclofenaco, a

dipirona também apresenta esse mecanismo de ação analgésica (Andrade, 2002).

19

O diclofenaco (droga antiinflamatória não-esteroidal mundialmente prescrita) é

considerado um medicamento de rotina por cirurgiões-dentistas, principalmente aqueles

que trabalham no Serviço Público, onde a droga é distribuída gratuitamente ou no próprio

consultório particular, devido a seu baixo custo, eficácia comprovada e baixa toxicidade no

sistema cardiovascular (Chang et al., 2002). Sabe-se ainda que o diclofenaco é indicado por

ser bem tolerado em condições pós-operatórias e pós-traumáticas, sendo considerado um

potente analgésico para uma variedade de condições dolorosas, como osteoartrites e artite

reumatóide.

Ainda é relatado por Kantor (1986) que o diclofenaco promove um significativo

efeito analgésico, após cirurgia dental ao avaliar o trismo e o edema.

Relatos mais recentes demonstram que o diclofenaco é eficaz no alívio da dor pós-

cirúrgica dental na dose de 50 mg, três vezes ao dia (Kubitzek et al., 2003), sendo seu efeito

considerado significativo quando comparado ao paracetamol (1000mg).

Em outro estudo comparativo, o diclofenaco mostrou ação bastante similar ao

ibuprofeno (Jimenez-Martinez et al., 2004). Já quando comparado ao tenoxicam, uma

DAINE seletiva da COX-2, sua ação foi inferior nas 3 a 4 horas pós-operatórias e a partir

do 3º dia (Roelofse et al., 1996). Em relação ao rofecoxibe de 50 mg, também um inibidor

seletivo da COX-2, o diclofenaco apresentou-se menos efetivo na diminuição de todos os

fenômenos inflamatórios (Chang et al., 2002).

Outra droga antiinflamatória não-esteroidal (derivada do ácido propiônico),

pertencente à classe do ibuprofeno, fluebiprofeno e naproxeno é o cetoprofeno. Este

fármaco tem um ínicio de ação mais rápido, de 15 a 20 minutos (na grande maioria dos

pacientes) e um potente efeito analgésico.

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O cetoprofeno possui duas formas de ação: periférica, através da redução da

excitabilidade dos receptores nocioceptivos periféricos e por ação central, quando ocorre o

aumento de substâncias antagonistas do NMDA (N-methyl D-aspartato), um

neurotransmissor com papel chave na percepção da dor (Mc Crory & Fitzgerald, 2005).

Vale ressaltar que o cetoprofeno possui uma meia-vida de 2 a 4 horas, e é excretado

na urina (Cailleteau, 1988), sendo indicado na dose de 50 mg, 3 vezes ao dia. Também tem

sido demonstrado que aquele medicamento é eficaz no alívio da dor pós-cirúrgica dental

numa dose de 50 mg (Kubitzek et al., 2003).

Em estudos anteriores, o cetoprofeno (75mg) mostrou efeito superior ao ibuprofeno

400mg (Cooper, 1988), e também ao paracetamol na dose de 1000 mg, tanto com relação

ao alívio de dor como na diminuição do edema (Bjornsson et al., 2003). Em outro trabalho,

o cetoprofeno apresentou-se mais efetivo que o ibuprofeno apenas nas primeiras horas,

sendo superado pelo mesmo, após 6 horas de tratamento (Jimenez-Martinez et al., 2004).

Num estudo comparativo ao diclofenaco, ambos os medicamentos foram efetivos no

controle de dor e formação de edema, havendo uma tendência de melhor controle da dor

com o cetoprofeno (Tai & Baker, 1992). Porém, num estudo de Shah et al., em 2003, o

cetoprofeno apresentou-se superior ao diclofenaco, devido, provavelmente, a seu duplo

modo de ação.

De fato, os efeitos adversos gastrointestinais das DAINES estão associados à

supressão da expressão da COX-1, resultando em lesão gástrica, hemorragia e ulceração.

Há décadas, desde que se conhece a toxicidade das DAINEs (indometacina, naproxeno,

piroxicam, diclofenaco, entre outros) sobre a mucosa do tato digestivo, buscaram-se novas

drogas anti-inflamatórias com menor toxicidade gastrointestinal (Aabakken et al., 1992;

Oddsson et al., 1990).

21

No final dos anos 90, surgiram os primeiros trabalhos (Friesen et al., 1998)

divulgando o aparecimento de antiinflamatórios potencialmente desprovidos de toxicidade

gástrica, nos quais se depositou uma enorme esperança (Hawkey, 1999): os chamados

inibidores seletivos da COX-2.

A descoberta das duas iso-enzimas ciclooxigenase (COX-1 e COX-2) levou ao

desenvolvimento de novos medicamentos, os inibidores seletivos da COX-2. Deles, por

muitos anos se esperou menor toxicidade e manutenção da eficácia antiinflamatória

(Stichtenoth & Frolich, 2003) os quais demonstram redução dos efeitos secundários

gastrointestinais.

O uso dos coxibs difundiu-se rapidamente e ganharam o estatuto de terapêutica

antiinflamatória "standard" (Helin-Salmivaara et al., 2005), apesar do seu elevado custo em

comparação com os antiinflamatórios não seletivos.

Os estudos divulgados comprovaram o melhor perfil da segurança dos "coxibs"

(Yuan & Hunt, 2003), em termos de tolerância gastrointestinal, mas o seu perfil geral de

segurança passou mais recentemente a ser questionado pelo fato de haver indícios de que,

alguns deles, poderiam aumentar o risco de acidentes cardiovasculares (riscos trombóticos e

aumento da pressão arterial (Sowers et al., 2005)); levando inclusive a empresa produtora a

retirar do mercado mundial o rofecoxibe no ano de 2004 (Mukherjee et al., 2001; Solomon

et al., 2004).

Já no ano de 2005, a retirada do mercado de alguns "coxibs" induziu incerteza e

insegurança a médicos e doentes. De acordo com os mecanismos de ação que lhes são

atribuídos, e nomeadamente com os efeitos conhecidos dos inibidores seletivos da COX-2

na fisiopatologia vascular e no balanço entre a prostaglandina I2 (PGI2 ou prostaciclina) e o

tromboxano A2 (TXA2), é altamente provável que o risco de fenômenos trombóticos seja,

22

de fato, um efeito de classe inerente aos "coxibs" (Krotz et al., 2005). Também os

inibidores específicos da COX-2 como Celebra®, Vioxx® e outros medicamentos da classe

dos "coxibs" (celecoxibe, rofecoxibe) demonstraram maior risco de desenvolvimento de

eventos cardiovasculares trombóticos, incluindo infarto do miocárdio, angina instável,

trombos cardíacos, morte súbita, ataques isquêmicos (Mukherjee et al; 2001).

Uma outra droga pertencente à classe dos antiinflamatórios não esteroidais (AINES)

cada vez mais presente na rotina do cirurgião-dentista, são os derivados da sulfonanilida,

como o nimesulide, que é considerado um inibidor seletivo da enzima COX-2 (Andrade,

2002). Por sua ação preferencial naquela via enzimática, o nimesulide apresenta menos

efeitos colaterais, principalmente gástricos. Porém, possui uma hepatotoxicidade maior que

as DAINES, sendo esta mais acentuada em mulheres idosas. Vale salientar que, para essas

possíveis manifestações tóxicas, são necessários tratamentos mais longos, de pelo menos 62

dias. Em cirurgia oral menor, os riscos são pequenos devido ao curto período de uso e ao

fato de os pacientes, em sua maioria, serem jovens e saudáveis (Bracco et al, 2004).

Assim, o nimesulide é quimicamente diferente dos outros AINES, pois apresenta

boa tolerabilidade gástrica e renal, inibindo de forma seletiva a formação da PGE2, mais no

exsudato inflamatório do que na mucosa gástrica (Solimei et al., 1989).

Os mesmo autores relatam que o nimesulide neutraliza o radical superóxido

(liberado durante o início do processo inflamatório), o qual danifica diversas estruturas

biológicas através da despolimerização de macromoléculas, desnaturação oxidativa de

proteínas e lipídeos e ainda peroxidação lipídica na membrana celular. Esse radical possui

uma ação pró-inflamatória, direta e indireta, aumentando a permeabilidade vascular,

estimulando a quimiotaxia de neutrófilos, danificando a estrutura celular e amplificando a

síntese de prostaglandinas e leucotrienos.

23

O nimesulide, por sua vez, inibe também a síntese de prostaglandinas e modula a

atividade do centro termorregulador. É um medicamento bem tolerado pelo paciente e

proporciona uma melhora da sintomatologia pós-operatória, quando usado na odontologia

(Solimei et al., 1989).

Num estudo comparativo ao cetoprofeno, o nimesulide demonstrou grande eficácia

e seu efeito terapêutico foi obtido mais rapidamente. Já com relação ao naproxeno 500 mg,

sabe-se que o mesmo mostrou um efeito mais potente (Parabita et al., 1993). Em outro

trabalho, o nimesulide mostrou-se mais eficaz que o flurbiprofeno e que o diclofenaco e

também com ação mais rápida que os mesmos (Amodeo et al., 1992). Quando comparado

ao ibuprofeno, o nimesulide mostrou um melhor efeito analgésico em relação àquela droga

(Mc Crory & Fitzgerald, 2005). Já quando comparado ao rofecoxibe 50 mg (um inibidor

específico da COX-2, não mais comercializado), o nimesulide apresentou efeito inferior ao

mesmo (Bracco et al., 2004).

Sabendo que as drogas antiinflamatórias em estudo relatam um significativo e

seguro efeito analgésico, buscou-se analisar seu efeito comparativo em pacientes

submetidos à extração de 3º molares inferiores.

24

2- OBJETIVOS

Sabendo que diclofenaco potássico, cetoprofeno e nimesulide são drogas

analgésicas comumente usadas em tratamento odontológico pós-operatório, o objetivo deste

estudo é verificar a eficácia dessas três drogas em pacientes que passaram por

procedimento cirúrgico de extração de 3º molares inferiores e compará-las. Será analisado o

alívio das manifestações dolorosas e inflamatórias ao administrar esses medicamentos em

doses e situações adequadas.

25

3- MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Amostra

Foram estudados 18 pacientes saudáveis, sem distinção de idade, gênero ou raça,

com indicação para extração de terceiros molares inferiores mésio-angulares, selecionados

entre aqueles da Clínica de Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade do

Sagrado Coração (USC-Bauru, SP, Brasil), mediante exames clínico e radiográfico. A

média de idade dos participantes foi de 21 anos, sendo 5 homens e 13 mulheres.

Os critérios para inclusão foram:

- pacientes sem sensibilidade prévia ao uso de drogas antiinflamatórias não-esteroidais

(DAINES);

- pacientes sem histórico médico de problemas hepáticos ou renais;

- pacientes não gestantes;

- pacientes com dentes impactados mesioangularmente, simétricos quanto à classificação de

Winter (1926) e Pell & Gregory (1942);

- pacientes com radiografias panorâmicas recentes e de boa qualidade;

- pacientes que assinaram o Termo de Consentimento para participar da pesquisa, após

explicação clara da autora (anexo A), segundo o protocolo prescrito do Comitê de Ética

nº103/2005 (anexo B);

Os pacientes inscritos na Clínica de Cirurgia para extração de seus terceiros

molares foram selecionados através da análise das radiografias panorâmicas ou após

consulta ambulatorial. Depois de realizada a anamnese e exame clínico, pediu-se nova

radiografia panorâmica (quando necessário). Uma vez enquadrado nos critérios de inclusão,

o paciente foi informado sobre a pesquisa e assinou o Termo de Consentimento.

26

Figura 1 – Radiografia Panorâmica de dentes impactados mesioangularmente, de acordo

com a classificação de Winter (1926) e Pell & Gregory (1942);

27

3.2 Divisão da amostra em grupos

Os pacientes foram divididos em 3 grupos, de acordo com a droga a ser ministrada.

Cada um dos grupos tinha 6 pacientes, com um dente a ser extraído cada, totalizando seis

dentes por grupo.

Tabela 1: Distribuição das drogas antiinflamatórias administradas aos pacientes uma hora

antes do procedimento cirúrgico e mantidas por cinco dias.

GRUPO DROGA

DOSAGEM PERIODICIDADE DOSE

DIÁRIA

TOTAL

1 Nimesulide

(Nimesilan

Eurofarma)

100 mg 2x/DIA 200 mg

2 Cetoprofeno

(Farmácia Véritas)

50 mg 3x/DIA 150 mg

3 Diclofenaco

Potássico

(FURP)

50 mg 3x/DIA 150 mg

O antiinflamatório escolhido foi tomado uma hora antes do procedimento cirúrgico

e mantido durante 5 dias. Os 3 grupos de pacientes receberam, também, o antibiótico

Amoxicilina 500 mg ( FURP), de 8 em 8 horas (1500 mg/ dia) durante 7 dias, para

profilaxia de infecção (iniciado também 1 hora antes da cirurgia), segundo protocolo da

clínica de cirurgia da Universidade do Sagrado Coração. Esses indivíduos tomaram, ainda,

40 gotas de Dipirona, de 6 em 6 horas, por 3 dias, para auxiliar no alívio da dor.

28

3.3 Protocolo de cirurgia

A cirurgia seguiu o protocolo padrão da Clínica de Cirurgia da Universidade do

Sagrado Coração (USC) e foi realizada sempre por uma mesma dupla de alunos do curso de

Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial desta Universidade, os

quais se revezaram, totalizando 9 pacientes operados por cada aluno, sendo 3 de cada

grupo.

A droga antiinflamatória ministrada foi escolhida e prescrita ao paciente na véspera

da cirurgia, de forma que a distribuição foi aleatória e os grupos tiveram 6 amostras

operadas pela dupla ( 3 por aluno pós-graduando).

O procedimento cirúrgico teve um tempo médio de 50 minutos, variando de 30 a 60

minutos. Dos 18 dentes extraídos, 4 encontravam-se parcialmente inclusos e 14 totalmente

inclusos. Em 10 das 18 cirurgias realizadas, foi necessária a realização de odontossecção

com brocas nº 4138 em alta rotação.

3.4 Técnica cirúrgica

Todas as consultas pré-operatórias, procedimentos cirúrgicos e controles pós-

operatórios foram realizados nas dependências da Clínica de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial

da Universidade do Sagrado Coração.

Os pacientes foram submetidos à procedimentos cirúrgicos para exodontia dos

terceiros molares seguindo o protocolo cirúrgico preconizado pela Disciplina de Cirurgia e

Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da USC. Os pacientes ainda estavam cientes e de

29

acordo com a inclusão nesta pesquisa (anexo A), não apresentando alterações fisiológicas

que pudessem interferir na condução do caso ou no seu prognóstico.

Os instrumentais e campos cirúrgicos foram esterilizados através da autoclave pelo

calor úmido, sendo seguidas a rigor as manobras de biossegurança. Vale salientar que os

pacientes iniciaram a medicação (antibiótico e antiinflamatório) uma hora antes do início

do procedimento cirúrgico.

Após paramentação do profissional e montagem da mesa, foi realizada a antissepsia

com PVPI aquoso tópico, iniciando na face e posteriormente na cavidade oral do paciente.

Finalizando-se, assim, a montagem do campo operatório.

Para exodontia dos terceiros molares inferiores, o paciente foi submetido a anestesia

local através do bloqueio regional dos nervos bucal, lingual e alveolar inferior e terminais

infiltrativas sub-periostal por vestibular. A solução anestésica utilizada foi cloridato de

mepivacaína 2% com noradrenalina 1: 200.000 (média aproximada de 3 tubetes).

Com uma lâmina de bisturi no15 montada em um cabo número 3 realizou-se uma

incisão tipo Archer, iniciando na região retromolar, de vestibular para lingual e distal para

mesial, extendendo-se sucularmente até a distal do primeiro molar inferior, onde foi

confeccionada uma incisão relaxante, envolvendo a papila interproximal, estendendo-se de

forma divergente para o fundo de sulco vestibular. Iniciou-se o descolamento mucoperiostal

rebatendo o retalho total lateralmente com um destaca-periósteo, sendo este mantido

estabilizado, para possível acesso a loja cirúrgica, com um afastador de Minnesota.

Para osteotomia, a qual foi realizada em todos os pacientes, utilizou-se instrumentos

rotatórios pneumáticos em baixa rotação e brocas cirúrgicas carbides esféricas (nº 4 e 6) ou

30

tronco-cônicas (nº 701 e 703) e toda manobra foi realizada com irrigação constante de soro

fisiológico 0,9%.

A odontossecção foi realizada em 10 dos 18 pacientes com broca diamantada nº

4138 em alta rotação, eliminando-se possíveis impactações da coroa dental ou para

separação das raízes, também sob irrigação constante de soro fisiológico 0,9%.

Procedeu-se à extração do dente propriamente dita com o uso de alavancas

extratoras.

3.5 Coleta de dados

Foram feitas duas fichas para cada paciente. A primeira, a ficha clínica padrão de

cirurgia (prontuário da própria faculdade), na qual constam dados do indivíduo, história

médica, exame clínico e todos os procedimentos realizados.

Os pacientes receberam junto com os cuidados pós-operatórios (também

padronizados pelo departamento de cirurgia) (anexo C), a segunda ficha que continha, além

dos dados pessoais e grupo ao qual o paciente pertencia, todos os dados a serem avaliados

na forma de diários (anexo D). Foram usadas escalas para sua própria avaliação sobre dor,

dificuldade de mastigação, qualidade de repouso noturno e efeitos adversos do

medicamento antiinflamatório nos 3 períodos analisados (0, 24, 72 horas).

Optou-se pelo uso de escalas analógicas visuais por serem um método sensível e

confiável (Berge, 1988; Huskisson, 1974: Salata et al, 1989). Foram feitas 4 escalas, uma

para cada variável a ser analisada e a pesquisadora explicou como e quando usá-las. Cada

escala analógica visual consistia numa reta vertical de 10 cm, com 10 divisões. O n° 0,

localizado na parte mais inferior, correspondia à ausência de dor. O nº 10, localizado na

31

porção mais superior, correspondia a pior dor possível sentida pelo paciente. Aos pacientes

foi pedido que fizessem suas marcações nessas escalas, seguindo os critérios descritos

acima. O espaço de 0 a 3 foi compreendido como dor leve, de 4 a 7, dor moderada e o

intervalo de 8 a 10, dor severa (anexo D).

No momento anterior à cirurgia foi medida pela autora a abertura inter-incisal. Foi

também realizada uma fotografia digital inicial do paciente, para visualização da área

possível de sofrer edema.

3.6 Controles fotográficos do edema

O edema pós-operatório foi documentado e avaliado através de fotografias digitais

padronizadas da face. As fotografias iniciais foram realizadas antes da cirurgia,

constituindo o controle de cada paciente. Depois foram feitas mais duas fotografias, no

primeiro dia pós-operatório (24 horas) e no terceiro dia (72 horas).

A câmera fotográfica usada nesse estudo foi a câmera digital Cyber-shot DSC-S40,

com 4.1 megapixels da Sony.

Para a realização da fotografia foi sempre usado o máximo do “zoom ótico”, onde

com o modo macro da câmera e o tipo “fine” de resolução da foto, ficando, assim, toda a

face do paciente enquadrada na fotografia digital. Para obter uma padronização das

fotografias, foi utilizado o cefalostato do ortopantomógrafo “Rotograph plus - modelo

82088100” (Villa Sistemi Medicali, Milano, Itália), na técnica usada para tomada de

telerradiografia de perfil, porém com o paciente voltado para frente e para a câmera,

permitindo a repetição das posições quando necessário.

32

O posicionamento da cabeça do paciente foi sempre constante, com o encaixe

auricular do aparelho. A distância da face até a câmera também foi sempre a mesma. A

altura da câmera variava de acordo com a altura do paciente.

A análise comparativa das fotografias digitais foi realizada pelo programa analisador

de imagens “Image-Pro plus”, versão 4.1. Já o protocolo fotográfico usado nessa avaliação,

com algumas variações, teve como base o modelo desenvolvido por Sa, em 2003.

Foram demarcadas duas linhas horizontais nas fotos, passando pelas comissuras

labiais e pelo ponto mais externo do mento, assim como também duas linhas verticais

correspondentes à linha média do paciente e ao ponto mais externo do inchaço. A área a ser

avaliada ficou compreendida entre essas quatro linhas e o contorno da face inferior do

paciente (área correspondente ao edema). O programa realizou a medida dessa área em cm².

Realizou-se uma comparação entre as medidas iniciais e as medidas em 24 e em 72

horas, através da diferença da área medida em cm² nesses 3 momentos. Mediu-se a possível

área do paciente de sofrer edema (conforme já explicada anteriormente) com o auxílio do

programa Image Pró-plus, nos 3 momentos fotografados. A medida da área no momento 24

horas foi subtraída da medida da área obtida no momento 0. Essa diferença foi

transformada em porcentagem, demonstrando o inchaço ou edema do momento inicial para

o momento 24 horas. Essa mesma comparação foi realizada entre o momento 0 e 72 horas.

Dessa forma o aumento da área em cm² correspondente ao edema foi dado em

porcentagem.

33

Figura 2: Foto para medida da área de edema após extração de 3º molar inferior, em 72

horas.

3.7 Períodos de avaliação

Os pacientes retornaram após 24 e 72 horas para aferição dos dados como medidas

de abertura inter-incisal e a realização de novas fotografias digitais para avaliação da

presença e progressão do edema. Quaisquer dúvidas foram esclarecidas nessas pós-

consultas.

34

3.8 Avaliação dos sinais e sintomas clínicos

A avaliação dos sinais e sintomas clínicos do processo inflamatório foi observada

pelo próprio paciente e revelado ao pesquisador:

- Dor;

- Qualidade do repouso noturno (aferida todas as manhãs, ao acordar);

- Dificuldade de mastigação (observada após alimentação diária);

- Efeitos adversos do medicamento (verificado se o medicamento usado causou: náusea

e/ou desconforto gástrico).

Características observadas e medidas pelo próprio pesquisador:

- Trismo (medido, em mm, com régua endodôntica, na abertura inter-incisal entre os dentes

11 e 41).

- Edema (análise de fotografias padronizadas digitalizadas da face do paciente através de

programa especificado acima).

35

3.9 Análise estatística

Os dados obtidos foram avaliados por testes não paramétricos de Kruskal Wallis

(compara grupos independentes) e de Freedman (usado para grupos pareados).

Esses testes são usados quando trabalhamos com amostras pequenas, como foi o

caso desse estudo, não podendo desta forma assegurar a normalidade da distribuição dos

dados, principalmente pelo uso de scores. A presença de um número pequeno de dados, não

possibilitou testar se a sua distribuição foi uniforme. Usou-se também o teste de Miller para

comparações individuais entre os grupos.

36

4. RESULTADOS

Após extração de 3os molares inferiores mediu-se a intensidade de dor de pacientes

recém-operados e foi possível verificar que o nimesulide mostrou-se eficaz em reduzir de

maneira significativa a dor pós-operatória (p<0,05) quando comparado aos pacientes

tratados com cetoprofeno (em tratamento inicial e após 24horas) e diclofenaco (72 horas)

(Figura 3).

Quando foi analizada a qualidade de repouso noturno dos pacientes submetidos à

extração dos 3os molares inferiores, foi possível verificar que aqueles tratados com

nimesulide tiveram uma menor interferência na qualidade do sono (p<0,05) após 24 e 72

horas, decorrentes da cirurgia (Figura 4). Também é possível notar uma tendência de

melhora na qualidade de repouso noturno de pacientes tratados com diclofenaco.

Outro aspecto analizado foi a dificuldade de mastigação de pacientes submetidos à

cirurgia de extração de 3os molares inferiores e posterior tratamento com antiinflamatórios

não esteroidais. Foi possível observar que todos os pacientes operados mostraram

dificuldades de mastigação e, mesmo após o tratamento com nimesulide, diclofenaco e

cetoprofeno não foram observadas diferenças estatísticas no período de 24 e 72 horas

depois da cirurgia. Somente foi notada uma tendência de melhora na mastigação de

pacientes tratados tanto com nimesulide como com o cetoprofeno e diclofenaco após 72

horas decorrentes da cirurgia (Figura 5).

A figura 6 analisa os efeitos colaterais decorrentes da administração de drogas

antiinflamatórias não esteroidais. É possível verificar que o nimesulide apresenta um menor

número de efeitos colaterais. No entanto, o tratamento estatístico não mostrou diferença

37

significativa entre os três medicamentos administrados logo após a cirurgia (0 hora) e com

24 e 72 horas.

Analizando a formação do edema causado pelo processo inflamatório pós-cirúrgico,

foi possível notar que o nimesulide não consegue minimizar o edema causado pelo trauma

da cirurgia, e se mostra menos efetivo que o cetoprofeno, o qual após 72 horas decorridas

da cirurgia de extração de 3os molares inferiores, mostra uma redução significativa do

edema quando comparado a outras DAINES (Figura 7, p<0,05).

Com relação ao trismo de pacientes submetidos ao processo cirúrgico, é possível

notar que nimesulide, cetoprofeno e diclofenaco apresentam resultados semelhantes, não

apresentando diferença estatística com 0, 24 e 72 horas de tratamento (Figura 8).

38

0 24 721 2 f 3 2 21 3 m 1 1 11 4 f 1 2 31 6 f 1 2 11 10 f 5 3 11 7 m 5 2 12 13 f 8 6 52 14 f 9 5 22 15 f 8 5 32 16 f 9 6 32 19 m 4 4 12 20 f 7 4 43 8 m 3 2 23 9 f 7 9 53 12 f 8 4 43 11 f 7 4 53 17 m 3 2 23 18 f 3 3 6

Grupo SexoPacienteNível de dor

Figura 3: Avaliação da intensidade de dor de pacientes submetidos à extração dos 3os

molares inferiores e posterior tratamento com drogas antiinflamatórias não esteroidais por

24 e 72 horas.

Sendo: a1 ≠ b1; a2 ≠ b2; a3 ≠ c3 (p<0,05); N=18.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

nimesulide cetoprofeno diclofenaco

drogas

Inte

nsid

ade

de d

or

0

24h

72h(a 3)

(a 1)

(b 1)

(b 2)

(c 3)

(a2)

39

1 2 f1 3 m1 4 f1 6 f1 10 f1 7 m2 13 f2 14 f 2 15 f2 16 f2 19 m2 20 f3 8 m3 9 f3 12 f3 11 f3 17 m3 18 f

Grupo SexoPaciente

0 24 722 22 11 11 12 1

10 410 99 38 28 77 47 62 15 21 22 32 28 5

Qualidade do repouso noturno

Figura 4: Qualidade de repouso noturno de pacientes submetidos à extração dos 3os molares

inferiores e posterior tratamento desses pacientes com drogas antiinflamatórias após 24 e 72

horas decorrentes da cirurgia.

Sendo: a2 ≠ b2; a3 ≠ b3 (p<0,05). N=18

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

nimesulide cetoprofeno diclofenaco

drogas

qual

idad

e de

rep

ouso

not

urno

(s

ono) 24 h

72h(a 2)

(b 2)

(a 3)

(b 3)

40

1 2 f1 3 m1 4 f1 6 f1 10 f1 7 m2 13 f2 14 f 2 15 f2 16 f2 19 m2 20 f3 8 m3 9 f3 12 f3 11 f3 17 m3 18 f

Grupo SexoPaciente

0 24 727 8 62 2 28 6 46 4 25 4 210 10 109 6 510 10 68 7 710 10 36 9 54 4 34 3 39 7 49 5 69 6 68 7 55 4 5

Dificuldade de mastigação

Figura 5: Dificuldade de mastigação de pacientes submetidos à cirurgia de extração de 3os

molares inferiores e posterior tratamento com antiinflamatórios não esteroidais após 24 e 72

horas decorrentes da cirurgia. Nimesulide, diclofenaco e cetoprofeno não apresentaram

diferenças estatísticas entre si. N=18.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

nimesulide cetoprofeno diclofenaco

drogas

dific

ulda

de d

e m

astig

ação

0

24 h

72 h

41

1 2 f1 3 m1 4 f1 6 f1 10 f1 7 m2 13 f2 14 f 2 15 f2 16 f2 19 m2 20 f3 8 m3 9 f3 12 f3 11 f3 17 m3 18 f

Grupo SexoPaciente

0 24 721 1 11 1 11 1 11 1 11 1 13 4 36 6 51 1 11 6 13 9 91 1 13 2 13 2 11 2 11 1 17 3 21 1 11 1 7

Efeitos adversos

Figura 6: Relato dos efeitos adversos dos antiinflamatórios nimesulide, cetoprofeno e

diclofenaco em pacientes submetidos à extração de 3os molares inferiores.

Não foi observada significância estastística entre os diferentres tratamentos. N=18

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

nimesulide cetoprofeno diclofenaco

drogas

Efe

itos

adve

rsos

do

med

icam

ento

0

24h

72h

42

1 2 f1 3 m1 4 f1 6 f1 10 f1 7 m2 13 f2 14 f 2 15 f2 16 f2 19 m2 20 f3 8 m3 9 f3 12 f3 11 f3 17 m3 18 f

Grupo SexoPaciente

0 24 7234.05 45.3613.66 37.0029.70 33.668.65 22.68

15.93 08.3422.07 5.2825.61 24.467.42 4.40

23,18 1,987.46 0.08.77 1.474.55 3.29

11.30 02.7714.21 10.227.67 9.591.63 10.47

16.92 5.126.31 8.83

Tamanho do edema (%)

Figura 7: Formação de edema pós-cirúrgico em pacientes submetidos à remoção cirúrgica

de 3os molares inferiores tratados com nimesulide, cetoprofeno e diclofenaco após 24 e 72

horas decorrentes da cirurgia.

Sendo a3 ≠ b3 (p<0,05, N=18)

0

5

10

15

20

25

30

nimesulide cetoprofeno diclofenaco

drogas

edem

a 24h

72h

(a 3)

(b 3)

43

1 2 f1 3 m1 4 f1 6 f1 10 f1 7 m2 13 f2 14 f 2 15 f2 16 f2 19 m2 20 f3 8 m3 9 f3 12 f3 11 f3 17 m3 18 f

Grupo SexoPaciente

0 24 7247 18 2142 31 4433 20 2636 20 2541 19 2236 22 2642 12 3446 16 2248 11 1247 26 3048 24 3245 26 2846 44 4439 13 2450 26 2746 18 2244 25 2641 23 30

Trismo (mm)

Figura 8: Efeito do nimesulide, cetoprofeno e diclofenaco sobre o trismo de pacientes submetidos à extração de 3os molares inferiores, em até 72 horas pós-operatórias. Não houve diferença estatística com 0, 24 e 72 horas de tratamento. N=18.

05

101520253035404550

nimesulide cetoprofeno diclofenaco

drogas

tris

mo 0

24h

72h

44

5- DISCUSSÃO De acordo com Shah e colaboradores (2003), a dor é considerada um mecanismo

protetor do organismo em reação ao dano tecidual.

Sabe-se que a dor após a extração de terceiros molares é considerada de moderada a

severa e seu controle é vital para o paciente. As drogas antiinflamatórias não esteroidais

(DAINES) são efetivas no período pós-cirúrgico, porém, quando administradas 1 hora antes

do início do procedimento (conforme realizado no nosso estudo) seu efeito é ainda mais

significativo (Roelofse et al., 1996).

A remoção cirúrgica de 3os molares na maioria das vezes gera desconfortos como

dor, trismo, inchaço e febre (Van Gool et al., 1977). Os mesmos autores relatam que essa

remoção cirúrgica causa maior dor durante os 5 primeiros dias da cirurgia.

Jimemez-Martinez et al., (2004) relatam que devido ao traumatismo decorrente de

cirurgias de extração de 3º molares, a medicação analgésica complementar se torna

necessária. Em nosso trabalho, os pacientes tomaram 40 gotas de dipirona, 4 vezes ao dia,

durante 3 dias, justamente para terem um maior conforto pós-cirúrgico.

Após o procedimento cirúrgico, os pacientes apresentam manifestações de

inflamação devido ao dano tecidual. Assim, estratégias farmacológicas são usadas para

minimizar as manifestações inflamatórias causadas pela cirurgia visando bloquear a

formação ou inibir os efeitos de mediadores inflamatórios (Troullos, et al., 1990). Também

Jimenez-Martinez e colaboradores em 2004 acrescentam que a dor pós-cirúrgica ocorre

como uma resposta para o dano tissular e como um fenômeno reparativo que o corpo inicia

em condições inflamatórias.

45

DAINES mostram-se efetivas no controle da dor após remoção de 3º molares

impactados, sendo seu uso essencial no tratamento da dor aguda após cirurgia oral

(Roelofse et al, 1996, Bjornsson et al., 2003). Ainda, essas drogas aliviam a dor pós-

cirúrgica por bloquear a formação de prostaglandinas (PGE2) (Shah et al., 2003) e

prostaciclinas (PGI2) (McCrory & Desmond, 2005), conduzindo a uma menor

sensibilização de terminais nervosos nociceptivos. A PGE2 periférica evoca uma cascata de

reações moleculares contribuindo com o processo nociceptivo (Burian et al., 2003). Os

mesmos autores relatam ainda que o aumento da PGE2 assegura a manutenção da

sensitização central por facilitar a liberação de transmissores de fibras nociceptivas da

medula e ativar diretamente receptores de PGs.

Prostaglandinas, agindo como um mediador inflamatório, causam dor e febre

(Kantor, 1986). Esse autor relata que, as prostaglandinas E2 e I2 são os mediadores que

primeiro agem em receptores periféricos de dor, para mais adiante agir histamina e

bradicinina. O resultado da interação entre prostaglandinas e bradicina ou histamina em

tecidos muscular ou subcutâneo é a imediata dor e inflamação.

Com relação à intensidade de dor após a remoção de 3os molares inferiores, foi

possível verificar em nosso trabalho que o nimesulide mostrou-se eficaz em reduzir de

maneira significativa a dor pós-operatória (p<0,05) quando comparado aos pacientes

tratados com cetoprofeno (em tratamento inicial e após 24horas) e diclofenaco (72 horas)

(Figura 3).

Dor intensa e prejuízo na mastigação são complicações freqüentes após cirurgias

dentais como resposta inflamatória ao trauma cirúrgico. Nimesulide é uma DAINE com

propriedades antiinflamatórias, analgésicas e antipiréticas, sendo bem tolerado em

46

humanos, amenizando várias condições clínicas de dor e de inflamação (Parabita et al.,

1993).

Em nosso estudo, foi analisada a dificuldade de mastigação de pacientes submetidos

à cirurgia de extração de 3os molares inferiores aliado ao tratamento com antiinflamatórios

não esteroidais. Todos os pacientes operados mostraram dificuldades de mastigação, e

mesmo após o tratamento com nimesulide, diclofenaco e cetoprofeno não foram observadas

diferenças estatísticas no período de 24 e 72 horas depois da cirurgia (Figura 5). Foi notada

nesta mesma figura uma tendência de melhora na mastigação de pacientes tratados com

nimesulide e cetoprofeno após 72 horas decorrentes da cirurgia. Já com o diclofenaco foi

observada uma certa melhora após 24 h.

Amodeo et al., (1992), comparando o nimesulide ao diclofenaco e ao flurbiprofeno

(droga da mesma classe do cetoprofeno), também observa que o nimesulide é superior às

demais drogas, melhorando a dor, proporcionando um melhor conforto durante o repouso

noturno, agindo mais rapidamente e sendo bem tolerado pelos pacientes.

Scolari e colaboradores, em 1990, compararam o nimesulide ao flurbiprofeno e

também comprovaram uma melhor eficácia do nimesulide, melhorando o quadro

inflamatório de maneira significativa quando comparado ao ibuprofeno (droga da mesma

classe do cetoprofeno), proporcionando alívio da dor pós-cirúrgica, melhora na qualidade

do repouso noturno e no conforto após a mastigação.

Na figura 4 é possível notar que a qualidade de repouso noturno dos pacientes

submetidos à extração dos 3os molares inferiores tratados com nimesulide foi superior à

daqueles que passaram pelo mesmo processo cirúrgico e foram tratados com diclofenaco e

cetoprofeno; proporcionando, assim, uma menor interferência na qualidade do sono desses

pacientes após 24 e 72 horas decorrentes da cirurgia (Figura 4, p<0,05). Na mesma figura é

47

possível notar uma tendência de melhora na qualidade de repouso noturno de pacientes

tratados com diclofenaco a partir de 24 horas decorrentes da cirurgia.

O nimesulide além de inibir a enzima COX-2, bloqueando a síntese de

prostaglandinas causadoras de dor, ainda neutraliza o radical superóxido (liberado durante o

início do processo inflamatório), o qual danifica diversas estruturas biológicas. Esse radical

possui uma ação pró-inflamatória, direta e indireta, aumentando a permeabilidade vascular,

estimulando a quimiotaxia de neutrófilos e amplificando a síntese de prostaglandinas e

leucotrienos (Parabita et al., 1993; Pierleoni et al., 1993). Ainda Pierleoni et al., 1993,

acrescentam que o nimesulide foi mais eficaz e exerceu seu efeito antiinflamatório mais

rapidamente que o cetoprofeno e essa superioridade pode ser atribuída à sua atividade

antioxidante.

O radical superóxido é um composto instável, altamente citotóxico e responsável

pela amplificação do dano celular. É produzido durante a oxidação enzimática do ácido

araquidônico e de neutrófilos e macrófagos durante a fagocitose (Amodeo et al., 1992).

O cetoprofeno foi introduzido na Europa em 1973 e desde então ele tem tratado

pacientes com dor aguda e crônica, febre e também com sintomas de artrite primária devido

às suas propriedades antiinflamatória e analgésica (Cooper, 1988; Sunshine et al., 1998;

Bjornsson, et al., 2003). O mecanismo de ação parece ser similar às outras DAINES e

inclui a inibição das enzimas ciclooxigenase e lipoxigenase, as quais estão envolvidas na

síntese de prostaglandinas e leucotrienos. Um mecanismo adicional envolve a inibição de

bradicinina, um importante mediador da dor e inflamação (Hersh, 1990). O mesmo autor

relata que o cetoprofeno também diminui a inflamação por estabilizar membranas

lisossomais.

48

Cooper e colaboradores, em 1998, relataram a eficácia analgésica do cetoprofeno

em cirurgia oral. Sunshine et al., (1998), também demonstrou que essa DAINE tem um

início de ação imediata, levando ao alívio da dor em pouco tempo.

Hersh, em 1990, mais uma vez atestou a segurança e a efetividade do cetoprofeno

em cirurgia de dentes impactados. O autor conclui que a dose de 50 mg (como usado no

nosso estudo), aumenta o pico analgésico da droga e sua duração, mantendo essa ação por 8

horas. Esses dados são confirmados por Cailleteau, em 1988.

O cetoprofeno possui, ainda, mais duas formas de ação: periférica, através da

redução da excitabilidade dos receptores nocioceptivos periféricos e por ação central, onde

ocorre o aumento de substâncias antagonistas do NMDA (N-methyl D-aspartate), um

neurotransmissor com papel chave na percepção da dor (McCrory & Desmond, 2005).

De acordo com Shah e colaboradores (2003), o cetoprofeno também mostrou maior

efetividade, com o início de sua ação analgésica mais rápida e com maior duração. O autor

relata que o cetoprofeno é um analgésico mais potente devido aos seus 2 modos de ação

(periférica e central), com efeitos colaterais mínimos. Dionne e colaboradores em 1999,

também sugerem esse duplo mecanismo de ação do cetoprofeno.

A efetividade analgésica das DAINES é a principal razão de sua popularidade em

condições inflamatórias, sendo essas drogas largamente utilizadas como agentes

terapêuticos. Essa efetividade, porém, não está associada à sua eficácia antiedema

(Bjornsson et al., 2003).

Segundo Troullos et al., (1990), o menor impacto das DAINES no edema seria pelo

fato das prostaglandinas não serem o fator primário no desenvolvimento do edema pós-

cirúrgico. O edema seria devido à combinação da ação dos mediadores inflamatórios

indutores da vasodilatação, os quais aumentam a permeabilidade vascular. As DAINES

49

inibiriam, primariamente, apenas a síntese de prostaglandinas. Dessa forma, essas drogas

teriam um efeito antiedema apenas moderado devido, provavelmente, à limitada ação das

PGs no aumento do fluxo sanguíneo nos tecidos e a inabilidade das DAINES de suprimir

mediadores que aumentam a permeabilidade vascular.

Em nosso trabalho, é possível notar na Figura 7 que o cetoprofeno foi a droga mais

efetiva em reduzir o edema causado pela cirurgia de extração de 3os molares em 72 horas

(p<0,05).

Ainda analizando a formação do edema causado pelo processo inflamatório pós-

cirúrgico, foi possível notar também que o nimesulide não consegue minimizar o edema

causado pelo trauma da cirurgia, e se mostra menos efetivo que o cetoprofeno num período

de 72 horas (Figura7).

Em estudos anteriores, o cetoprofeno (75mg) mostrou efeito superior ao ibuprofeno

400mg (Cooper, 1988), e também ao paracetamol na dose de 1000 mg, tanto com relação

ao alívio de dor como na diminuição do edema (Bjornsson et al., 2003). Em outro trabalho,

o cetoprofeno apresentou-se mais efetivo que o ibuprofeno apenas nas primeiras horas,

sendo superado pelo mesmo após 6 horas de tratamento (Jimenez-Martinez et al., 2004).

Num estudo comparativo ao diclofenaco, ambos os medicamentos foram efetivos no

controle de dor e formação de edema, havendo uma tendência de melhor controle da dor

com o cetoprofeno (Tai & Baker, 1992). Porém, no estudo de Shah, e colaboradores em

2003, o cetoprofeno apresentou-se superior ao diclofenaco, devido, provavelmente, ao seu

duplo modo de ação.

No ano de 1977, Van Gool e colaboradores compararam a complexidade e o tempo

de duração do trauma cirúrgico. A posição em que o 3º molar inferior se encontra e o

tamanho da coroa interferem na resposta pós-inflamatória. Dentes mésio-angulares (como

50

os do nosso trabalho) aumentam essa resposta, devido ao maior tempo cirúrgico para

extração dos mesmos. Quanto maior a coroa dental e se a mesma estiver recoberta por osso,

maior a dor. Quanto mais tempo levar a cirurgia, maior será o trismo e o edema

subseqüente. Estudos demonstram que o seccionamento dental, a posição e largura dos 3ºs

molares estão relacionados com maior edema, principalmente se a maior parte da coroa

dental estiver intra-óssea.

Com relação ao trismo (diminuição da abertura bucal) de pacientes submetidos ao

processo cirúrgico, é possível notar que nimesulide, cetoprofeno e diclofenaco apresentam

resultados semelhantes, não apresentando diferença estatística com 24 e 72 horas de

tratamento (Figura 8). Todos os pacientes tiveram uma diminuição da abertura bucal após o

momento zero (logo após a cirurgia), no entanto após 24 e 72 horas decorrentes da cirurgia,

nenhum medicamento mostrou-se eficaz em prevenir esta diminuição de abertura bucal.

No trabalho de Bjornsson et al., (2003), concluiu-se que o ibuprofeno (uma DAINE

da mesma classe do cetoprofeno) não foi estatisticamente efetivo na redução do edema e do

trismo após extrações de terceiros molares e nem proporcionou uma redução satisfatória na

dor. Num outro estudo dos mesmos autores, não houve dados estatísticos da superioridade

do cetoprofeno na abertura bucal (relacionada à perda de função). O mesmo autor acredita

que o trismo seja a variável menos útil na avaliação dos sintomas inflamatórios. Resultados

semelhantes foram obtidos em nosso trabalho (Figura 8).

O uso de DAINES após cirurgia oral diminui o número e a severidade das

complicações pós-operatórias. Seu uso promove menos dor e efeitos colaterais diminuídos.

Edema e trismo são as seqüelas mais comuns que podem persistir por mais dias. Estudos

demonstram que tanto o cetoprofeno como o diclofenaco são efetivos no controle da dor e

edema, apresentando um excelente alívio no período pós-operatório. Em um trabalho de Tai

51

& Baker em 1992, os benefícios dessas duas drogas foram similares. Houve a persistência

do trismo e edema, após 7 dias da cirurgia, apesar do uso dessas DAINES, como descrito

anteriormente.

Em nosso estudo também houve a persistência do trismo, não havendo diferenças

significativas no tratamento com as 3 drogas avaliadas conforme relatado anteriormente na

figura 8.

Em estudos iniciais com o diclofenaco, Kantor, em 1986, mostrou que essa droga é

efetiva no pós-operatório de dentes impactados, tanto no edema, como no trismo e que

promove grande alívio da dor. A dosagem usada foi de 50 mg, 3 vezes ao dia, iniciada antes

da cirurgia, como feito em nosso estudo. O autor também relata que essa medicação é bem

tolerada pelo paciente (Kantor, 1986, Kubitzek et al., 2003).

Diclofenaco é uma DAINE que além de inibir a via da enzima ciclooxigenase de

maneira irreversível e a ação de enzimas lisossomais (Amodeo et al., 1992), tem também

um mecanismo de ação analgésico adicional, que aumenta a concentração de β endorfina

no plasma (Tonussi & Fereira, 1994). O diclofenaco é considerado um medicamento

efetivo no controle da dor moderada e severa após cirurgia de 3os molares impactados

(Kubitzek et al., 2003); os mesmos autores relatam que a dor da cirurgia tem seu pico com

6-8 horas podendo durar 2-5 dias. Com o uso desta DAINE por um curto período de tempo,

não foi relatado efeito colateral significativo, reforçando o uso deste tipo de medicamento

após cirurgia dental.

Já com relação aos efeitos colaterais apresentados por DAINES, é bastante comum

o relato de desconforto gastrintestinal. De fato, os efeitos adversos gastrointestinais das

DAINES estão associados à supressão da expressão da enzima ciclooxigenase 1 (COX-1),

resultando em lesão gástrica, hemorragia e ulceração. Assim, buscou-se novas drogas

52

antiinflamatórias com menor toxicidade gastrointestinal, os chamados inibidores seletivos

da enzima ciclooxigenase 2 (COX-2) (Aabakken et al., 1992; Oddsson et al., 1990).

No entanto foi descoberto que esses mesmos medicamentos apresentavam um outro

problema, agora relacionado ao aumento do risco de acidentes cardiovasculares (riscos

trombóticos e aumento da pressão arterial), conforme relatado por Sowers e colaboradores

em 2005.

Em nosso estudo, a figura 6 relata os efeitos colaterais decorrentes da administração

de drogas antiinflamatórias não esteroidais. É possível verificar que o nimesulide apresenta

um menor número de efeitos colaterais, no entanto, o tratamento estatístico não mostrou

diferença significativa entre os três medicamentos administrados, logo após a cirurgia (0

hora) e com 24 e 72 horas.

O nimesulide é considerado um inibidor seletivo da enzima COX-2 (Andrade,

2002); por sua ação preferencial nesta via enzimática, o nimesulide apresenta menos efeitos

colaterais, principalmente gástricos. Danos hepatotóxicos apresentados em tratamento

crônico diminuem muito no tratamento após cirurgia oral, devido ao curto período de uso e

ao fato de os pacientes, em sua maioria, serem jovens e saudáveis (Bracco et al., 2004).

Os efeitos colaterais do cetoprofeno no trabalho de Cooper (1988) não foram

estatisticamente marcantes, apesar do risco já conhecido de irritação gastrointestinal do

cetoprofeno. Esse fato seria explicado pelo uso da droga por um curto período de tempo,

em pacientes saudáveis, diminuindo, assim, os efeitos colaterais dessa medicação (como

também aconteceu em nosso trabalho). Ainda Cooper, em 1988, avaliando 3 trabalhos

anteriores, concluiu que o cetoprofeno é considerado um analgésico eficaz e seguro para

dor aguda, com rápido início de ação e sem sérios efeitos colaterais. As principais reações

adversas ao cetoprofeno foram dor de estômago e náusea (Hersh, 1990). Esses também

53

foram os efeitos relatados pelos pacientes em nosso estudo, onde não houve diferença

estatística significativa entre as 3 drogas testadas (Figura 6).

Kubitzek et al., (2003) esclareceu que a utilização das DAINES após cirurgia dental

apresenta pequeno risco de efeitos colaterais, devido ao uso por períodos curtos e em

pacientes sem erosões gástricas pré-existentes.

Desta forma, as drogas antiinflamatórias em estudo mostraram-se eficazes no

controle de manifestações inflamatórias advindas da extração de 3os molares inferiores,

justificando seu uso constante em cirurgia oral. Essas drogas apresentam reduzido número

de efeitos colaterais, sendo administradas por um curto período de tempo. Esses dados

aliados ao baixo custo dos medicamentos tornam possível seu uso pela maioria da

população.

54

6-CONCLUSÃO

O nimesulide apresentou-se superior no controle da dor, na qualidade do repouso

noturno e propiciou melhor conforto à mastigação dos pacientes em relação à administração

de diclofenaco e cetoprofeno.

Com relação à diminuição de edema pós-traumático, o cetoprofeno apresentou uma

atividade significativa quando comparado ao diclofenaco e ao nimesulide.

Não houve diferença entre as 3 drogas com relação ao trismo e aos efeitos adversos

dos medicamentos, apesar da sugestiva superioridade do nimesulide em relação ao

cetoprofeno no relato dos efeitos adversos deste medicamento.

Assim, foi possível observar que neste estudo que o antiinflamatório nimesulide

mostrou uma melhora do quadro pós-cirúrgico de pacientes submetidos à extração de 3º

molares inferiores, quando comparado aos pacientes tratados com diclofenaco e

cetoprofeno.

55

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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63

8. ANEXOS

A - TERMO DE CONSENTIMENTO DO PACIENTE

B - PROTOCOLO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

C - ORIENTAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS

D - FICHA DE PACIENTES

64

Universidade do Sagrado Coração

Mestrado em Biologia Oral

ANEXO A-TERMO DE CONSENTIMENTO Avaliação comparativa de três drogas antiinflamatórias não-esterodais (Nimesulide, Cetoprofeno e Diclofenaco potássico) em pós-operatórios de terceiros molares inferiores mésio-angulares Cristiane de Oliveira Pedro Andrêo Endereço: Rua Machado de Assis, 15-50 apto 14 fone: 3227-1563 Clínica de Cirurgia – Faculdade de Odontologia -Universidade do Sagrado Coração – Bauru – SP Caro paciente, Será realizada a extração do seu(s) dente (s) do siso, aquele último dente na parte inferior (de baixo) da sua boca.A cirurgia será realizada pelos cirurgiões-dentistas que fazem especialização aqui na faculdade e eu irei dar a você um remédio antiinflamatório para diminuir a dor e ajudar no seu pós-operatório.Irei também avaliar a eficácia dessa medicação com a sua ajuda, através de questionários que você levará para casa, medição de sua abertura bucal e três fotografias suas em diferentes dias, conforme será explicado detalhadamente em todos os nossos encontros. Quaisquer problemas com a medicação deverão ser informados imediatamente, para sua suspensão ou esclarecimentos posteriores.Convém alertá-lo (a) que qualquer remédio pode causar efeitos colaterais. Não haverá custos adicionais a sua participação nesse estudo, pois a medicação anti-inflamatória será fornecida a você de graça. Eu, ____________________________________________________, entendo que, qualquer informação obtida sobre mim será confidencial. Eu também entendo que meus registros de pesquisa estão disponíveis para revisão dos pesquisadores. Esclareceram-me que minha identidade não será revelada em nenhuma publicação desta pesquisa; por conseguinte, consinto na publicação para propósitos científicos.

65

Eu entendo que estou livre para recusar minha participação neste estudo ou para desistir a qualquer momento e que a minha decisão não afetará adversamente meu tratamento na clínica ou causar perda de benefícios para os quais eu poderei ser indicado. Eu certifico que li ou foi-me lido o texto de consentimento e entendi seu conteúdo. Uma cópia deste formulário ser-me-á fornecida. Minha assinatura demonstra que concordei livremente em participar deste estudo. Assinatura do participante da pesquisa: __________________________________ Data: ________________ Eu certifico que expliquei a(o) Sr.(a) ______________________________________________, acima, a natureza, propósito, benefícios e possíveis riscos associados à sua participação nesta pesquisa, que respondi todas as questões que me foram feitas e testemunhei assinatura acima. Assinatura do Pesquisador Responsável: ________________________________ Registro no conselho: _________________________ Telefone: ___________________________________ Endereço: _________________________________________________________ Data: ________________

66

ANEXO B

67

ANEXO C

68

ANEXO D

Dra. Cristiane de Oliveira Pedro Andrêo Mestrado em Biologia Oral - Universidade do

Sagrado Coração

Paciente nº: Grupo:

Data da Cirurgia:

Nº do prontuário:

Sexo: Idade: Doença Prévia:

Medicação de Rotina:

Após acabar o efeito da anestesia (dia 0):

DOR MASTIGAÇÃO EFEITOS ADVERSOS

(a pior dor possível) (horrível) (graves)

(ausência de dor) (ótima) (ausência de efeitos)

Medida do edema: _______________________________________ Abertura inter-incisal: ____________________________________

Dor severa

Dor moderada

Dor leve

69

Após 24 horas:

DOR REPOUSO NOTURNO MASTIGAÇÃO

EFEITOS ADVERSOS

(a pior dor possível) (péssimo repouso) (horrível) (graves)

(ausência de dor) (ótimo repouso) (ótima) (ausência de

efeitos) Medida do edema: _______________________________________ Abertura inter-incisal: ____________________________________

70

Após 72 horas:

DOR REPOUSO NOTURNO MASTIGAÇÃO

EFEITOS ADVERSOS

(a pior dor possível) (péssimo repouso) (horrível) (graves)

(ausência de dor) (ótimo repouso) (ótima) (ausência de

efeitos) Medida do edema: _______________________________________ Abertura inter-incisal: ____________________________________

71

Andreo, Cristiane de Oliveira Pedro A559e Estudo comparativo de drogas antiinflamatórias não-

esterodais (nimesulide, cetoprofeno e diclofenaco potássio) em pós-operatórios de terceiros molares inferiores mésio-angulares / Cristiane de Oliveira Pedro Andreo -- 2007.

69f. Orientadora: Prof. Dra. Ana Claudia Bensuaski de

Paula Zurron Dissertação de Mestrado (Biologia Oral) -

Universidade do Sagrado Coração - Bauru - SP.

1.Antiinflamatórios não esteriodais 2. Dor 3. Edema 4. Nimesulide 5. Pós-operatório 6. terceiros molares inferiores I.Zurron, Ana Claudia Bensuaski de Paula II.Título.

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