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“Fazer todo bem que Se poSSa, amar Sobretudo a liberdade e, meSmo que SeJa por um trono, JamaiS renegar a liberdade”Ludwig van Beethoven

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EDITORIALgoSp lança primeira edição de revista

eXpediente

Jornalista Responsável: Roberto Souza (MTB: 11.408) • Editor-Chefe: Fábio Berklian • Editor: Rodrigo Moraes • Reportagem: daniella pina eLais Cattassini • Revisão: Paulo Furstenau • Projeto Gráfico: Luiz Fernando Almeida • Diagramação: leonardo Fial, luiz Fernando almeida e Willian FernandesFoto de capa: GOSP / Arquivo • www.rspress.com.br

Em latim, unĭtas. Em francês, unité. Em alemão, einheit. Em italiano, unità. Em inglês, unit. Seja qual for o idioma, a palavra ‘Unidade’ traz uma referência direta a tudo aquilo que não pode ser dividido. Tudo aquilo que não pode ser dissociado sem que sua respectiva essência seja destruída ou alterada.

É com esse propósito de união entre os Ma-çons e, principalmente, entre os Poderes, que a nova gestão do Grande Oriente de São Paulo (GOSP) irá legitimar a continuidade das nossas ações e objetivos. À frente desse caminho, estão o Grão-Mestre Estadual, o Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho, e o Grão-Mestre Estadual Adjunto, o Poderoso Irmão Kamel Aref Saab.

Como uma de nossas ações, temos a satis-fação de apresentar a todos os nossos Irmãos da Jurisdição a primeira edição da Revista Luzes, que passa a ser veiculada bimestralmente. Trata-se de um projeto editorial sólido, com informações relevantes e fontes de inestimado conhecimen-to, apresentadas em um projeto gráfico elegante e ao mesmo tempo moderno. A publicação tem

formato digital e, sendo assim, pode se difundir pelos quatro cantos do País de maneira ágil e inteligente.

Confira nesta primeira edição uma entrevista exclusiva com o GME. Nela, nosso Eminente Ir-mão fala sobre a importância do momento vivido pelo GOSP e pela Maçonaria Paulista, bem como apresenta algumas das estratégias e desafios que permeiam nossas atividades ao longo dos pró-ximos tempos. “É chegada a hora de os Maçons deixarem a plateia para serem protagonistas no processo de evolução da sociedade.”

Veja ainda uma reportagem especial sobre os 94 anos de história do GOSP, celebrados em 29 de julho, e passeie pelo tempo a partir do Museu Maçônico José Bonifácio (MMJB).

As demais editorias trazem o valoroso traba-lho de Obreiros, a mensagem da Poderosa As-sembleia Estadual Legislativa (PAEL), ações de Lojas Maçônicas e as atividades das Paramaçônicas.

Tenham todos uma ótima leitura.

Unidade

Poderoso Irmão reInaldo lázaro ruas

Grande Secretário Estadual de Comunicação e Imprensa

Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho • Grão-Mestre EstadualAdjunto do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Poderoso Irmão Kamel Aref Saab • Grande Secretário Estadual de Comunicação eImprensa (GSCI): Poderoso Irmão Reinaldo Lázaro Ruas (Jornalista Responsável GOSP: MTB 42.742) • Poderosos Irmãos SecretáriosEstaduais Adjuntos da GSCI: Sérgio ayres da Silva Filho e antônio Francisco mascarenhas

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Luzes4 julho/agosto 2015

ENTREVISTA O Eminente Irmão Be-nedito Marques Ballouk Filho acumula 32 anos de Ordem Maçônica, tendo passado por todos os cargos da Loja Retidão e Prudência, número 2.143, onde foi iniciado, além de postos de destaque como Presidente da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa (PAEL) e Grão-Mestre Estadual Adjunto. Ele é também advogado especializado em direito do trabalho, professor universitário e conselheiro estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nes-ta entrevista exclusiva concedida à Revista Luzes do GOSP, ele fala sobre os principais desafios e o futuro do GOSP. Como será seu mandato até 2019? Qual tônica deve estar presente, marcando sua gestão?Um dos eixos de princi-pal destaque é a reapro-ximação do GOSP com as Lojas da jurisdição. É importante que o Grão--Mestrado fique mais perto dos nossos Venerá-veis Mestres, na manu-tenção dos princípios iniciáticos e para que a administração das Lojas seja auxiliada por todas as Secretarias do GOSP.

às ‘pseudomaçonarias’, que hoje já passam de 140 entidades que pro-movem um verdadeiro comércio. Pretendemos combatê-las fortalecen-do a relação com nossas Lojas e com a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (GLESP) e, ainda, dificultando que os Irmãos vindos des-sas ‘Lojas comerciais’ mantenham os graus que tiverem nestas.Outro ponto é, mais uma vez, incentivar o Instituto Acácia de Res-ponsabilidade Social

grão-meStre eStadual Fala Sobre oS deSaFioSda geStão e o Futuro da maçonaria goSpiana

É chEgada a hORa dE OS MaçONS dEixaREM

a plaTEia paRa SEREM pROTagONiSTaS NO

pROcESSO dE EvOluçãO da SOciEdadE

Outra ferramenta de aproximação será a construção do parque de informática, que permitirá que todos os Irmãos possam inte-ragir em nossos siste-mas. Cada um terá seu e-mail próprio, além de um ambiente social pa-recido com o Facebook, para que a comunicação seja bastante efetivada.

Quais os principais desafios e como o Irmão espera superá-los?Temos inúmeros desa-fios. Destaco o combate

para que centralize o trabalho filantrópico da Maçonaria, servindo como elo direto entre os recursos privados e pú-blicos e as mais de 150 entidades filantrópicas mantidas atualmente pelas Lojas e Irmãos.Finalmente, enfrentare-mos também a evasão, que faz o GOSP perder membros que sem dúvida têm potencial. Isso será combatido não apenas mostrando nosso passado históri-co, mas falando sobre nosso futuro.

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Luzes 5julho/agosto 2015

ENTREVISTA

fadados a ser um clube de amigos. Essa união é fundamental para um futuro promissor. Nin-guém é tão bom quanto todos nós juntos. Qual será a importância dada em sua gestão para temas como tempo de estudo e formação ma-çônica? Os Encontros Regionais de Apren-dizes e Companheiros (ERACs) passam a ser subsidiados pelo GOSP. Como será isso?Cada Loja Maçônica é um centro de estudos tanto dos princípios iniciáticos quanto das discussões ideárias da sociedade civil. Isso já ocorre dentro de cada um desses micronú-cleos. Queremos fo-mentar os ERACs para trazer a esses membros nossos princípios ini-ciáticos e ouvi-los em nível regional. A rea-lização desses eventos sempre foi muito com-plicada para as Lojas, sobretudo em função do alto custo e do trabalho de organização neces-sário. O GOSP passa a patrocinar financeira, logística e institucional-mente esses encontros.

emInente Irmão benedIto marques ballouk fIlho tem 32 anos de ordem maçônIca

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Fale um pouco sobre a relação do Poder Exe-cutivo com os demais poderes constitucionais Maçônicos. Como essas forças institucionais se unem em prol da Maço-naria Gospiana?Podemos dizer que temos hoje uma relação completamente harmô-nica. Depois de muitos

problemas entre os três poderes, essa nova ges-tão da PAEL foi eleita em chapa única, o que demonstra essa harmo-nia, união e preparo de todos. Mostra também que todos temos cons-ciência de nossos desa-fios. Se não fizermos a Maçonaria dar um salto de qualidade, estamos

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Luzes6 julho/agosto 2015

ENTREVISTA

As nove Regiões Ma-çônicas receberão esse evento uma vez por ano e nós participaremos com cadastramento, diplo-mas, banners e até grade pedagógica. A política estadual também é marcada atualmente pela re-gionalização (criação de subsedes). Como isso facilita as Lojas e Obreiros? Que tipo de transformação está sendo alcançada?Nossa ideia é valorizar a identidade regional da Maçonaria. Pensar que uma instituição do ta-manho do GOSP é com-pletamente homogênea seria um erro. Existe um núcleo único, com moti-vações e objetivos iguais, mas regionalmente ele é permeado por inúmeras nuances e variáveis. O

A corrupção é o maior inimigo do Brasil atual-mente, matando milha-res de pessoas e atrasan-do o desenvolvimento do País. Nada como uma entidade interessada e comprometida com a Pá-tria para combater esse cenário. Acreditamos que a ação de influenciar a mudança do parlamen-to, tirando os corruptos e colocando em seu lugar homens de bem, é um caminho para isso.Os Maçons precisam estar envolvidos nisso. Não adianta sermos líderes e construtores sociais dentro de uma Loja Maçônica en-quanto deixamos o País continuar dessa forma. Vale frisar que a Ma-çonaria nunca fez nada pelo Brasil nesses 193 anos de história. Quem fez foram os Maçons, pessoas de carne, osso e muita boa vontade. Qual o papel da Maçonaria nesse meio?Nosso papel é fazer uma interface entre o Discurso Maçônico e a prática cidadã. Em duas horas semanais de Maçonaria, você apren-de Filosofia Maçônica e a edificação moral do homem. A grande ação

objetivo é deixar nascer dessa capilaridade o in-teresse que cada região tem pelo desenvolvi-mento dos temas.Um homem sentado em uma cadeira da rua São Joaquim 457 é incapaz de satisfazer a todas as expectativas de mais de 645 municípios. As Regiões Maçônicas já estão maduras para isso e vamos dar todo o apoio e incentivo necessários.Faremos um projeto--piloto nas regiões de Santos e Ribeirão Preto. O Brasil vive uma pro-funda crise econômica e social, influenciada por um problema estru-tural e político básico: a corrupção. Como a Maçonaria é impactada nesse contexto e age diante desse cenário de políticas malfeitas?

do Maçom está fora da Loja, na sociedade, nas 166 horas de semana que restam.É hora de os Maçons se aliarem às outras pessoas de bem. Dei-xando a plateia e se tornando protagonistas no processo de evolução da sociedade, por meio único e legítimo, no exercício da política. É uma revolução pacífica, um movimento cívico e democrático. Em vez de trabalhar apenas denun-ciando corruptos que são depois beneficiados pelo sistema arcaico de leis e aplicação da justiça e que resultam na impunidade, nós, do GOSP – pelo projeto do Grupo Estadual de Ação Política (GEAP) –, nos encarregamos de articu-lar um pacto social para buscar apoio de líderes e entidades a essa propos-ta. Uma grande aliança formada para disputar o espaço hoje ocupado pelos corruptos, colo-cando em seus lugares cidadãos de bem. Se há muitos anos os maçons foram operativos na construção de edifícios e plantaram as sementes da razão, hoje se dedi-cam à construção moral da sociedade.

“A GRAnDE AçãO DO MAçOM EStá FORA DA LOJA, nA SOCIEDADE, nAS 166 hORAS DE SEMAnA quE REStAM. É hORA DE OS MAçOnS SE ALIAREM àS OutRAS PESSOAS DE bEM”

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ENTREVISTAPERfIL DO GRãO-MESTRE ADjuNTO,O PODEROSO IRMãO KAMEL AREf SAAbIniciado em 12 de no-vembro de 1998 na ARLS Fraternidade Paulistana 2309, o Poderoso Irmão Grão-Mestre Estadual Adjunto Kamel Aref Saab foi elevado em 18 de no-vembro de 1999 e exaltado no dia 17 de agosto de 2000. Foi instalado e em-possado Venerável Mestre em 6 de junho de 2004. Nessa Oficina, foi respon-sável pela arrecadação para construção pró-tem-plo, no período de 1999 a 2002. Também foi V M da ARLS Ézio Donatti, de 3 de junho de 2006 a 31 de maio de 2007.

Em Lojas, foi Tesou-reiro, Orador, membro e Presidente de Comis-sões Permanentes e de Comissões de Instalação e Posse, na qualidade de Presidente, 1º e 2º Vigilantes e Mestre de Cerimônias.

Eleito Deputado Estadual pela ARLS Fraternidade Paulistana para o período de 2007 a

31 de março de 2009, foi nessa época presidente da Comissão do Regi-mento Interno da PAEL. Ir Saab exerceu novo período parlamentar, de julho de 2009 a maio de 2011, desta vez pela ARLS Lealdade Paulis-tana 2920, ocasião em que foi eleito à presi-dência da Comissão de Relações com a Sobera-na Assembleia Federal Legislativa (SAFL).

Novamente eleito, dessa vez pela ARLS Ézio Donatti para o período de junho de 2011 a maio de 2015, Ir Saab foi esco-lhido por seus pares para Vice-Presidente da PAEL no biênio 2011/13 e, nos dois anos posteriores, eleito Presidente da PAEL, cujo mandato se encerrou em 20 de junho de 2015.

Iniciou nos corpos filosóficos em 13 de março de 2002, na Loja de Perfeição Paulistana, 20219. Atingiu o Grau 33 em 26 de junho de 2010

no Rito Escocês Antigo e Aceito. Ocupou, de 2004 a 2011, diversos cargos nos Corpos de Perfei-ção, Sublime Capítulo Bandeirantes, Conselho Kadosh e Consistório, como Orador, 1º Vigi-lante e T V P . Em 28 de outubro de 2014, teve reconhecimento do Grau 33 para o Rito Brasileiro.

Foi agraciado em janeiro de 2015 com a Medalha e Título do Mé-rito Cultural. Em abril recebeu a Medalha José Bonifácio, conferida pelo Grande Oriente de São Paulo (GOSP). No dia 23 de maio deste ano, rece-beu a Medalha MMDC,

honraria reconheci-da pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do decreto 40.087, de 14 de maio de 1962.

Graduou-se em 1977 na Superior Escola de Engenha-ria da Universidade Mackenzie, concluin-do pós-graduação em Engenharia de Higiene e Segurança Industrial em 1978. Uma década depois, concluiu o curso de bacharel em admi-nistração de em-presas pela mesma instituição de ensino superior.

conFira entreviSta eXcluSiva com o poderoSo irmão grão-meStre eStadual adJunto Kamel areF Saab na próXima edição da reviSta luzeS. veJa ainda reportagem Sobre o iluStre conSelho eStadual (ice), do qual o poderoSo ir.’. Saab é preSidente, no Site do goSp.

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LOJAS • Trabalho em todas as regiões do estado

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ESTRELA DE SANTOSFundada em 1937, a Loja Maçônica Estrela de Santos é a maior da América Latina, com cerca de 230 Irmãos que participam dos traba-lhos nesse Oriente, no litoral de São Paulo. Segundo o Venerável Mestre, Ir .’. Dirceu Agostinho, a Oficina realiza reuniões sema-nais às quartas-feiras, às 20h30, e trabalha no Rito Moderno.

A Loja é uma en-tidade cultural e filan-trópica, constituída com a finalidade de congregar homens livres e de bons costu-mes e imbuídos com os

“amor filial”, “reve-rência sobre as coisas sagradas”, “cortesia”, “companheirismo”, “fidelidade”, “pureza” e “patriotismo”. O Capítulo é presidido pelo Ir.’. Francisco Alexandre de Paula Ferreira.

A Loja também adota a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul – Unidade Estrela de Santos. “Esse trabalho é fundamental para a comunidade. Estou na Loja há 10 anos e cresci muito como ser humano. Apren-demos princípios e esses ensinamentos ajudam a Socieda-de a se desenvolver também”, afirma o Ir.’. Agostinho. “Vejo a importância da nossa Loja no dia a dia, como no apoio à Casa de Estar, no tra-balho das Cunhadas que visitam asilos e em como os Maçons procuram ajudar. Crescemos como cidadãos e seres hu-manos”, conclui.

melhores sentimentos de solidariedade. Para dar cumprimento a um dos seus objetivos, a Loja assumiu, em 1981, a entidade Associação Casa de Estar de Santos, que mantém até hoje. O espaço atende 96 crian-ças de forma integral, fornecendo alimentação e cuidados pedagógicos gratuitamente.

O Capítulo Santos da Ordem DeMolay também é uma Enti-dade Paramaçônica patrocinada pela Loja Estrela de Santos. Nele, jovens são orientados para que tenham os mesmos princípios de

Fundada em 1869, a Loja Maçônica Perseverança III, em Sorocaba, tem sua história intimamente ligada ao desenvolvimento social do País. Vinte e qua-tro membros abolicionistas da Oficina sorocabana Constância decidiram abrir a própria Loja baseada em princípios da liberdade e educação do homem. A instituição arrecadava dinheiro entre os Irmãos, comprava escravos e os libertava. “A Loja também criou uma escola para aten-der esses negros”, conta o Grande Secretário de Cul-tura e Educação Maçônica e Membro da Loja, Poderoso Irmão João Carlos Wey.

A Loja mantém, por meio da Fundação Ubaldino do Amaral, o jornal Cruzeiro do Sul e responde pela Fundação Cultural Cruzeiro do Sul, mantenedora da Rádio Jornal Cruzeiro do Sul FM. Entre os projetos sociais apoiados, estão a Fundação Educacional Politécnica de Sorocaba; a Associação Protetora dos Insanos de Sorocaba; o Lar Escola Monteiro Lobato, entre outros.

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ObREIROS

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atuação dos irmãos laelso Rodrigues e Bento Oliveira Silva

do Instituto Próvisão, com a proposta de prestar atendimento gratuito para pessoas do interior com doenças oculares, deficiência visual, surdocegueira e múltipla deficiência sensorial. A iniciativa evoluiu e resultou na fundação do Hospital Oftalmológico, em uma colaboração entre o Grande Oriente de São Paulo (GOSP), Grande Oriente do Brasil (GOB), Poder Público e iniciativas privadas nacional e internacional. O centro de referência realiza atual-mente 30 mil consultas por mês.

Os anos de dedicação às obras filantrópicas e à Maçonaria renderam uma trajetória que passou por funções como Venerável Mestre, Deputado Federal e participação no Ilustre Conselho Estadual do GOSP. Atualmente, o Irmão Oliveira desempenha a função de Membro do Ilustre Conselho Federal do GOB.

O Irmão Laelso Rodrigues foi iniciado em 27 de abril de 1957 na Loja Perseverança III, nº 0199, no Oriente de Sorocaba, acumulou funções que foram de Hospitaleiro a Deputado Federal. Entre seus di-versos cargos, foi Soberano Grão-Mestre-Geral do Grande Oriente do Brasil em dois mandatos e tem a honra de ser Grão-Mestre-Geral de Honra do GOB.

Contador por formação, atuou a vida inteira na indústria, passando pelas áreas têxtil e automobi-lística. A experiência foi fundamental para que o Irmão Rodrigues fizesse parte decisiva na indus-trialização de Sorocaba, ocupando o cargo de Presi-dente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Industrial. Seu trabalho ajudou na modernização do parque industrial e na construção da cidade como é conhecida hoje.

Atualmente aposentado, dedica seu tempo apoiando e promovendo as entidades mantidas pela ARLS Perseverança III: Fundação Cultural Cruzeiro do Sul, Vila dos Velhinhos, Associação Protetora dos Insanos, Liga Sorocabana de Combate ao Cân-cer e Lar Escola Monteiro Lobato. Indiretamente, a Loja também auxilia o Serviço de Obras Sociais e a Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba.

Natural de Piquerobí, o Irmão Bento Oliveira Sil-va é advogado trabalhista e atua há mais de 30 anos em seu próprio escritório. Foi iniciado em 21 de no-vembro de 1987 na Loja Duque de Caxias, nº 1.357, no Oriente de São José dos Campos, desenvol-vendo diversas funções dentro da Maçonaria.

Entre suas principais realizações, está a criação

irmãoS quedeSenvolvem

trabalhoSreconhecidoS,

aJudando a mol-dar a maçonaria

noS âmbitoS eSta-dual e nacional

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REPORTAGEM

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Fundado em 29 de julho de 1921,gOSp acumula história e conquistas

grande oriente de São paulo completa94 anoS

ObjETOS ExPOSTOS NO MuSEu MAçôNIcO AjuDAM A cONTAR A hISTóRIA DO GOSP Go

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REPORTAGEM

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REPORTAGEM

12 Luzes juLho/agosto 2015

1832 na capital, é a segunda mais antiga da qual se tem informação. Nessa época, a Maçonaria crescia à medi-da que chegavam novos estudantes à cidade, princi-palmente os alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, que chegavam já iniciados em Lojas de outros estados. O grande número de Maçons que passaram a morar na capital justificou a formação de outras Lojas Maçônicas, que reuniram nomes aboli-cionistas como Rui Barbosa e Luiz Gama.

Com o crescimento da Maçonaria na região e em todo o Brasil, a comissão com delegação dos Ve-neráveis das Lojas da capital de São Paulo enviou, em 5 de abril de 1898, a proposta da descentraliza-ção administrativa da Maçonaria de cada estado, como já acontecia com a organização do Poder Executivo da República. Por isso, em 1900 foram suspensos os cargos de Delegados Gerais e criados os Grandes Orientes Estaduais.

No período entre 1901 e 1920, segundo a histo-

A MAçonAriA eM São PAulo Antecede A criAção doGrAnde oriente de São PAulo (GoSP).A PriMeirA lojA de que Se teM reGiStro no eStAdo é A lojA MAçônicA inteliGênciA, de Porto Feliz, FundAdA eM 1831. A Loja Maçônica Amizade, fundada em

riadora e assistente do Museu Ma-çônico José Bonifácio, Elizabeth do Val, São Paulo chegou a ter o Grande Oriente Estadual de São Paulo, po-rém, a Maçonaria Paulista precisava de mais autonomia em suas decisões jurisdicionais. Algumas mudanças na constituição do Grande Oriente Esta-dual levaram à formação do GOSP.

A fundação do Grande Oriente de São Paulo teve representantes das Lojas Maçônicas de São Paulo e, como primeiro Grão-Mestre Estadual, o Emi-nente Irmão José Adriano Marrey Jú-nior. Os primeiros membros do GOSP formaram uma Assembleia Consti-tuinte, que elaborou os artigos da Carta Magna Gospiana. Marrey Júnior dirigiu a Maçonaria paulista por 21 anos.

Ao longo de seus 94 anos de his-tória, o Grande Oriente de São Paulo foi presidido por 20 Grão-Mestres, que enfrentaram momentos históricos im-portantes e pavimentaram o caminho para a força da Maçonaria no Brasil.

José Adriano Marrey Júnior – 1921/1942Benedito Pinheiro Machado Tolosa – 1942/1960Luiz Meira – 1960/1962Aurélio de Souza – 1962/1964José Menezes Júnior – 1964/1969Danylo José Fernandes – 1969/1973José Camilo de Andrade – 1973/1974Paulo Breda Filho – 1974/1979Dionísio Ferreira Souza – 1979/1982Januário Sylvio Pezzotti – 1982/1983Ézio Donatti – 1983/1987Francisco Murilo Pinto – 1987/1987Décio Azevedo – 1987/1991Rubens Barbosa de Mattos – 1991/1995Romeu Bonini – 1995/1999José Baptista Morais de Oliveira – 1999/2003Claudio Roque Buono Ferreira – 2003/2007Mario Sergio Nunes da Costa – 2011/2015Benedito Ballouk Filho – 2007/2011 – 2015/2019

Galeria dos Grão-Mestres Estaduais

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REPORTAGEM

13LuzesjuLho/agosto 2015

Marrey Júnior enfrentou períodos em que o governo brasileiro perseguiu a Maçonaria. Duran-te o governo de Getúlio Vargas, os trabalhos das Lojas Maçônicas precisaram ser suspensos. Após o mandato de Marrey Júnior, quem assumiu foi o Eminente Irmão Benedito Pinheiro Machado To-losa, que respondeu pela direção do GOSP de 1942 a 1960. Tolosa foi médico e professor universitário, tendo sido cofundador da Maternidade Pró-Matre Paulista. Como médico, prestou serviços durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Foi durante esse período que se iniciou a construção do Edifício-Sede do Grande Oriente de São Paulo, localizado à rua São Joaquim, 457, no bairro da Liberdade, em São Paulo (SP). Tolosa

trabalhou para arrecadar o dinheiro necessário para a construção do templo e, em 1950, o Grande Oriente do Brasil se comprometeu com uma doa-ção para o término das obras. O espaço foi inau-gurado em 25 de janeiro de 1955 e recebeu o nome Benedito Pinheiro Machado Tolosa, em homena-gem ao então Grão-Mestre.

Entre 1974 e 1979, o GOSP foi conduzido pelo Eminente Irmão Paulo Breda Filho, advogado e jornalista que trabalhou para reintegrar as Lojas e o patrimônio do Grande Oriente de São Paulo. O empenho de Breda foi continuado pelo Eminente Irmão Dionísio Pereira de Souza, que entre 1979 e 1983 esforçou-se para aumentar o número de Lojas

no estado, criando novas e resgatando as inativas. Hoje, existem cerca de 800 Lojas Maçônicas e 25 mil Obreiros traba-lhando em quase 400 Orientes da Jurisdição.

Foi o Eminente Ir.’. Ezio Donatti quem reestruturou o Museu Maçônico durante sua gestão, entre 1983 e 1987. O Museu (ver box) fun-ciona no terceiro andar do Palácio Maçônico e a

DA ESq. PARA A DIR.: buSTO DE LuIz GAMA; cóPIA

DA bíbLIA DE MARTINhO LuTERO; SíMbOLO DA SAbEDORIA

SãO ALGuNS DOS DESTAquES DO MuSEu MAçôNIcO jOSé

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visitação é gratuita. O espaço é dedicado à preservação da cultura e da história do GOSP e da Maçonaria Pau-lista. “É importante preservar a memória. Qualquer instituição que não tem memória, não tem futuro, não tem presente e não tem passado. A história, para ser preservada, deve ser conhecida. Para ser conhecida, deve ser difundida”, observa o Eminente Grão-Mestre Estadual do GOSP, Benedito Marques Ballouk Filho.

O Eminente Irmão Ballouk, que assumiu a direção do GOSP pela primeira vez em 2007, foi res-ponsável pelo projeto Reinserção Política da Maçonaria do Estado de São Paulo, com o objetivo de combater a corrupção. Ballouk foi o primeiro GME a unir as Obediências Maçônicas Paulistas.

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REPORTAGEM

14 Luzes juLho/agosto 2015

A história do GOSP se confunde com a história brasileira. De acordo com Elizabeth, o GOSP se fez presente principalmente em projetos educacionais. “O GOSP foi representado pelas Lojas que traba-lhavam em prol da educação de base para crianças e operários desde a segunda metade do século 19. Esse movimento em prol da educação se estendia também aos orfanatos criados e mantidos pela Maçonaria Paulista, que igualmente contribuíram para o crescimento da cidade por meio da instrução popular”, avalia.

O Eminente Ir.’. Ballouk salienta que não é a Maçonaria que participa ativamente de processos históricos, mas os Maçons. “A Maçonaria jamais irá se posicionar politicamente. São os Maçons que, por meio de ensinamentos e da filosofia ma-çônica, trabalham para a construção social.”

“A história do GOSP é bastante presente na vida política do estado de São Paulo. Os Maçons

. é importante

. preServar a me-mória. qualquer inSti-tuição que não tem me-mória, não tem Futuro, não tem preSente e nãotem paSSadoeminente ir.’. BaLLouk

bENEDITO PINhEIRO TOLOSA fOI O IDEALIzADOR DO PALácIO DO GOSP E ARREcADOu fuNDOS PARA A cONSTRuçãO DA SEDE Go

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REPORTAGEM

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têm uma participação muito grande nos movimentos sociais do estado e também em eventos políticos”, completa o Podero-so Ir.’. João Carlos Wey, Grande Secretário Estadual de Cultura e Educação Maçônica do GOSP.

Durante a Revolução de 1932, por exemplo, Maçons ilustres como o Irmão Ibrahim Nobre tra-balharam em hospitais e contri-buíram para os bancos de sangue do estado. “O Grande Oriente de São Paulo trabalhou pela união da sociedade e para defender a li-berdade de pensamento em todas as correntes religiosas, sociais e filosóficas”, observa Elizabeth.

Assim como a história paulis-ta, a trajetória do GOSP continua por meio de trabalhos de Obreiros que levam adiante a Moral Ma-çônica. “Temos uma rica história nestes 94 anos de Fundação. São muitos Obreiros que se dedicaram à causa, à sociedade, às famílias, às sementes da razão, da virtude e da moral. Não podemos deixar de agradecer a cada um, cada homem livre e de bons costumes, que aju-dou a escrever essa rica história da Maçonaria Paulista, cujo destino está hoje em nossas mãos, de cada Obreiro, de cada Dignidade, de cada Oficial, de cada membro dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do GOSP. Precisamos trabalhar com entusiasmo para, de fato, deixar um legado que seja motivo de orgulho para as futuras gerações de Irmãos, assim como aquele que herdamos até aqui”, declara Ballouk.

nas paredes do museu maçônico José bonifácio (mmJb), a história do goSp é contada por meio de quadros, bandeiras, estandartes, selos, paramentos, medalhas e diversos outros objetos históricos da cultura maçônica. “o museu é a história viva desses 94 anos do goSp e 193 anos do gob”, conta o emi-nente ir.’. benedito marques ballouk Filho.Seja pelo simbolismo, seja pelo valor imaterial de seus itens, o espaço locali-zado no terceiro andar do goSp abriga peças que valem a visita, como o livro de ouro de 1948, a réplica da bíblia Sagrada de martinho lutero e os cadas-tros da ordem do gob e do goSp, que datam da década de 1920.Fundado em 28 de maio de 1955, na gestão do eminente grão-mestre benedito pinheiro machado tolosa, o espaço abriga itens de lojas paulistas, brasileiras e estrangeiras, doados por membros da ordem e acumulados desde então. por meio do decreto nº 236, instituído pelo eminente ir.’. tolosa, o museu começou a ganhar forma sob o plano de ser um cartão de visitas da maçonaria. em 1956, o ir.’. Ferdinand Krackowizer, então diretor do museu maçônico, começou a fazer contato com inúmeras potências a fim ampliar o acervo. em 1986, na gestão do gme, o eminente ir.’. ézio donatti, foi realizada a primeira etapa de catalogação dos objetos. pouco a pouco, o museu se estabeleceu e foi otimizando seu fun-cionamento, bem como a biblioteca e a hemeroteca, que conseguiram crescer rapidamente por meio da doação de livros e periódicos maçônicos. em 1997, durante a gestão do gme, eminente ir.’. romeu bonini, o museu ganhou o nome de museu maçônico José bonifácio (mmJb), como homena-gem ao mineralogista, estadista e poeta santista, patriarca da independência do brasil e primeiro grão-mestre do gob. em 2011, o projeto do museu virtual do goSp recebeu um prêmio pela parti-cipação no edital modernização de museus, do instituto brasileiro de museus (ibram). isso permitiu a catalogação do acervo. dessa forma, foi possível divul-gar o rico acervo para maçons, além de estudantes, pesquisadores e público em geral. “minha ideia é que, por meio da lei rouanet, nós possamos tornar o museu maçônico um museu público, frequentado, inclusive, por alunos das redes municipais e estaduais”, completa o eminente ir.’. ballouk Filho.

hISTóRIA VIVA

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FILOSÓFICAS

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aS boaS e aS máS línguaS

u m fabulista grego, nascido em fins do século 6 a.C. na cidade de Phrygia, na Ásia Menor, de nome Esopo, nos deixou muitas histórias. Esopo tinha um aspecto

feio, era corcunda e gaguejava, porém, era ao mesmo tempo dono de uma inteligência privilegiada, aliada a um espírito sutil e engenhoso. Foi escravo em Samos e morreu tragicamente executado em Delphos.

Uma passagem altamente marcante da vida do fértil fabulista e historiador é conhecida como As Línguas de Esopo. “Certo dia, Xanto, o último amo a quem Esopo serviu como escravo, querendo oferecer um suntuoso almoço, pediu a ele para comprar no mercado o que de melhor encontrasse.

Esopo comprou apenas línguas, que mandou co-zinhar de diversos modos. Os comensais logicamente se aborreceram e indagaram de Esopo sobre o signi-ficado daquilo, ao que prontamente ele respondeu: “Existe coisa melhor do que a língua?”.

“Ela é o vínculo da vida civil, chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Por meio dela, constroem-se e policiam-se as cidades. Instrui-se, persuade-se e domina-se nas assembleias. Cumpre-se o primeiro de todos os deveres, que é louvar a Deus.”

Xanto, tentando confundir e embaraçar seu es-cravo, mandou comprar no dia seguinte o que de pior houvesse no mercado. E novamente Esopo comprou línguas. Interpelado por seu amo, prontamente se expli-

IRMãO jOãO cARLOS WEy grande Secretário eStadual de cultura e educação maçônica

cou: “A língua é a pior coisa que há no mundo. É a mãe de todas as questões, de todos os processos, a fonte das discórdias e das guerras. Se ela é o órgão da verdade, é também o do erro e, pior ainda, da infâmia e da calúnia. Por seu intermédio, destroem-se as cidades e os seres humanos. Se por um lado louva os deuses e os podero-sos, por outro é o órgão da blasfêmia e da impiedade”.

Hoje a humanidade continua sendo servida de línguas. Quais têm prevalecido? As piores ou as me-lhores? As boas ou as más línguas?

Que sejamos sempre a boa-nova, a boa língua, aquela que ensina a encontrar soluções, aquela que forma, que educa, que apoia o sublime trabalho de lutar pela vida. Sejamos a língua que dignifica o ser humano, que se doa sem alardes, sem ostentação, que socorre um irmão necessitado, não praticando um ato de caridade, mas sim um dever de solidariedade. A caridade muitas vezes constrange quem a pratica e humilha quem a recebe. A solidariedade, ao contrário, dignifica quem dela se beneficia.

Sejamos a boa língua que defende a liberdade, que não aceita que mutilem, deformem ou suprimam os direitos fundamentais do ser humano. Somente o império da fraternidade universal vencerá a escravi-dão e imporá o respeito mútuo.

Sejamos a língua da virtude, do saber, do amar a liberdade, do defender a igualdade e do estimular a fraternidade.

Sejamos apenas Maçons.

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PAEL

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Poderes independentes unidospor um bem comumPresidente eleito da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa (PAEL), o Eminen-te Irmão Raimundo Hermes Barbosa fala sobre a relação entre Executivo e Legislativo em prol do avanço do GOSP. Com 34 anos de Ordem e uma carreira Maçonica em Lojas até a presidência da PAEL, o advogado fala dos principais desafios des-se momento histórico e do futuro da Maçonaria Estadual.

como é seu cotidiano como presidente da paEl?A PAEL é composta por cerca de 450 Veneráveis Irmãos Deputados com distintas ideias. Compe-te a mim e ao restante da Mesa Diretora, compos-ta por Primeiro e Segun-do Vice-presidentes, Orador e Secretário, coordenar os trabalhos da casa em direção a uma unanimidade ou o mais próximo possível disso. Essa tarefa nem sempre é fácil.

Quais os seus princi-pais desafios e como eles são superados?Além da condução dos trabalhos de forma harmônica, como disse, os desafios também envolvem a continuidade do trabalho desenvol-vido até agora e buscar aprimorá-lo com maior sintonia interna, com os outros poderes e com a Maçonaria Gospiana como um todo. Outro desafio à parte é auditar as contas da construção do Palácio Maçônico Benedito Pinheiro Ma-chado Tolosa, ajudando a viabilizar tão necessário projeto. Esse processo deve ter início em 2015.

Apesar de ser extre-mamente importante, a PAEL e suas ações ainda precisam ser mais difundidas. Temos aproximadamente 800 Lojas, um número muito maior do que os 450 Deputados Estaduais. Isso é combatido no cotidiano, trabalhando em um recadastramento de todos os Irmãos para que o GOSP possa ter acesso às informações do que é discutido e votado na Poderosa Assembleia. Também faremos um resgate da história da PAEL. Esse levantamen-to precisa ser feito para que todos saibam de seu passado glorioso.

uma das principais tônicas no discurso do gME é a da união entre os poderes Ma-çônicos. como a paEl se enquadra nesse contexto?A chapa eleita com o Eminente Irmão Bal-louk e o Poderoso Irmão Kamel, assim como essa nova PAEL, foi marcada pela união. O discurso visto foi de resgate da dignidade, fraternida-de e união. Esses três poderes [incluindo o Judiciário] são comple-tamente independentes, mas não há uma guerra entre eles. Pelo contrá-rio, vivemos em um pe-ríodo de harmonia em que a insubordinação dá lugar à colaboração.Quando falamos da construção do novo Palá-cio, não estamos apenas falando de uma constru-ção física de pedra, mas do momento de União Fraterna que se descorti-na para benefício de toda a Maçonaria Gospiana.

Clique aqui e confira a íntegra da entrevista.

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PARAMAÇÔNICAS • Entidades disseminam ideais da Maçonaria

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Nos dias 18 e 19 de abril, foi realizado em São José do Rio Preto o 35º Congresso Estadual da Ordem DeMolay SP. Na presença de mais de mil jovens DeMolays e Maçons dos aproxima-damente 100 Capítulos instalados no estado, o evento apresentou a nova diretoria da orga-nização. Para o cargo de Grande Mestre Esta-dual, tomou posse o Ir.’. Samuel Aleixo Miguel; como Grande Mestre Estadual Adjunto, foi eleito o Ir.’. Renato da Silva Shishido, e como

Nova diretoria daOrdem deMolay Spparticipa de eventos

2º Grande Mestre Esta-dual Adjunto, o Ir.’. Reno Barroso Bezerra. A Entidade é patrocina-da pelo GOSP e mantém uma relação de fraterni-dade por meio de proje-tos voltados aos ideais e princípios maçônicos. Durante o Encontro de Paramaçônicas reali-zado em 9 de maio, no Palácio do GOSP, a Or-dem DeMolay estreitou esse laço, representada por seu Grande Mestre Estadual, pelo Mestre Conselheiro Estadual, pelo Oficial Executivo da 3a Região Administrati-

va e diversos Capítulos da 1ª Região Adminis-trativa do Grande Ca-pítulo do Estado de São Paulo. A diretoria da Ordem DeMolay tam-bém esteve presente na cerimônia de posse do GME do GOSP, o Emi-nente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho, quando recebeu um certificado de agradeci-mento e apoio do GOSP à Ordem DeMolay.

Além das atividades de relacionamento de líderes, os Jogos DeMolay Paulista movimentaram membros da Entidade. A 22ª edição do evento, em Sertãozinho (SP), reuniu mais de 600 DeMolays para dispu-tas esportivas. Ao todo, mais de 50 Capítulos es-taduais marcaram pre-sença, além das lideran-ças juvenil e adulta da Ordem DeMolay SP.

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bODES DO ASfALTODISSEMINAM fILANTROPIA SObRE DuAS RODASO barulho dos motores, as jaquetas de couro, as botas e os capacetes importados não passam despercebidos. Sempre que aparecem, os Bo-des do Asfalto roubam a cena, disseminando ideais maçônicos como a prática da filantropia e da benemerência. A Entidade Paramaçônica participa de diversos eventos, como o Porco à Paraguaia realizado no dia 31 de maio em Boituva, interior de São Paulo. O almoço bene-

ficente arrecadou mais de R$ 40 mil, que foram destinados ao Nos-so Lar São Vicente de Paulo, à Fundação Cres-cer Criança e ao Lions Clube de Boituva, orga-nizadores do evento. Os motociclistas também marcaram presença na 8ª Festa Junina do Instituto Ingo Hoffmann, no dia 13 de junho, em Campinas. A celebração tem como objetivo arrecadar fun-dos para manter o pro-jeto, além de promover

um dia de diversão às crianças em tratamento de câncer. De acordo com o Coordenador Estadual do GOB para os Bodes do Asfalto, Ir.’. Hugo Santana, o grupo representa um elo entre o GOB e o Moto Clube e tem como ideal di-vulgar a filantropia da entidade entre forma-dores de opinião.

Com apoio dos esco-teiros, os Bodes do Asfalto participaram ainda do desfile cívico de 9 de julho, realizado no Parque do Ibirapue-ra, em São Paulo. Fac-ções da capital e Gran-de São Paulo fizeram um belo desfile, que teve a participação de Irmãos e Cunhadas em 80 motos.

concentrados nos arredores do obelisco de São paulo, maior símbolo da revolução constitucionalista de 1932, membros do escotismo paulista homenagearam o histórico 9 de julho nos 83 anos do movimento. o desfile cívico-militar contou com 36 grupos de escoteiros, totalizando 1.500 membros. a atividade relembra o importan-te papel do escotismo nos tempos de revolução. durante os meses do movimento, os escoteiros prestaram os mais diversos serviços de apoio à causa revolucionária e aos combatentes, sobretudo ao manter o abastecimento e a distribuição de alimentos em várias cidades do estado. de acordo com o ir.’. luiz Ferrarezi, dos escoteiros do brasil, além da homenagem, o objetivo do desfile é apresentar os principais valores do escotismo através das práticas do civismo, como fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina.

DESfILE DE EScOTEIROS PRESTA hOMENAGEM àMEMóRIA DA REVOLuçãO DE 32

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