Aparelho Locomotor de Cães e Gatos

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA ALINE MIRANDA CAROLINA SANTOS GABRIEL SANDER MATEUS WATERLOO THOMÁS SOUZA WALESKA SILVA APARELHO LOCOMOTOR DE CÃES E GATOS Disciplina: Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Docente: Rosilda Maria Barreto Santos

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Trabalho completo sobre osteologia, miologia e artrologia de cães e gatos.

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA

ALINE MIRANDA

CAROLINA SANTOS

GABRIEL SANDER

MATEUS WATERLOO

THOMÁS SOUZA

WALESKA SILVA

APARELHO LOCOMOTOR DE CÃES E GATOS

Disciplina: Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos

Docente: Rosilda Maria Barreto Santos

RECIFE

2015

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INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir faz um estudo sobre o sistema locomotor de cães e gatos. O aparelho locomotor tem como função o trabalho mecânico. Compreende o estudo da osteologia (osso), da artrologia (articulações) e da miologia (músculos).

Osteologia

Parte da anatomia que é responsável pelo estudo dos ossos.

Ossos: Constituídos por tecidos conjuntivos mineralizados, são órgãos rígidos e formam o esqueleto. Esqueleto: Conjunto de ossos e tecidos cartilaginosos que se unem para proteger e sustentar o corpo.

Sistema esquelético: Divido em duas porções: esqueleto axial (ossos da cabeça, pescoço e tronco) e o esqueleto apendicular (membros torácicos e pélvicos). As duas porções são unidas através da cintura escapular e da cintura pélvica.

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Classificação dos ossos:

Ossos longos: Tem comprimento maior que a largura e a espessura. Podem ser chamados de ossos tubulares. Possuem duas epífises (extremidades), uma diáfise (corpo) e uma cavidade medular. Ex.: fêmur, úmero, ulna.

Ossos planos: Tem o comprimento e a largura equivalentes, mas maiores que a espessura. Pelo seu formato, também pode ser chamado de laminar. Ex.: escápula.

Ossos curtos: Tem o comprimento, a largura e a espessura equivalente. Ex.: Ossos do carpo e do tarso.

Ossos irregulares: Tem uma morfologia que não pode ser comparado a nenhuma figura geométrica. Ex.: vértebras.

Ossos pneumáticos: Apresentam cavidades, volume variável, contem ar no seu interior. Ex.: ossos do crânio, como maxilar e frontal.

Ossos sesamóides: São encontrados nas proximidades de uma articulação ou de um tendão. Ex.: patela.

Constituição de um Osso: É constituído pelo: periósteo (tecido conjuntivo fibroso que reveste a superfície externa do osso), endósteo (tecido conjuntivo que reveste as cavidades do osso), tecido ósseo esponjoso (delimitam os espaços intercomunicantes ocupados pela medula óssea), tecido ósseo compacto (massa sólida), medula óssea (preenche as pequenas cavidades do tecido esponjoso).

Células Ósseas:

Osteoblastos: Agem na síntese da matriz óssea Osteoclastos: Agem na reabsorção óssea Osteócitos: Células do osso maduro

Artrologia

Parte da anatomia que estuda os meios que os ossos se unem para formar o esqueleto.

Classificação das articulações:

Articulação Fibrosa: Quando a fenda articular é preenchida por tecido fibroso. Existem três tipos: sutura (ocorre nos ossos do crânio), gonfose (raiz do dente com o alvéolo), e sindesmose (articulação entre os metacarpos).

Articulação Cartilaginosa: Quando a fenda articular entre os ossos é preenchida por cartilagem. Existem dois tipos: sincondrose (constituído por cartilagem hialina, ex.: base do crânio e o osso hilóide) e sínfise (constituído

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por cartilagem fibrosa, ex.: entre os corpos das vértebras, os discos articulares).

Articulação Sinovial: Chamadas de conexões articulares verdadeiras possuem uma cavidade articular e um fluido articular no seu interior. Podem ser classificadas de acordo com o número de ossos que a formam:- Articulação simples: Dois segmentos ósseos participam (Articulação do ombro).- Articulação composta: Mais de dois ossos a formam (Articulação do carpo).

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Miologia

Parte da anatomia que estuda os músculos. Representa a parte ativa do sistema locomotor. São os músculos que fornecem a energia para o movimento esquelético. Os músculos são revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio.

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Classificação dos músculos:

Músculos lisos: São os músculos involuntários. Estão localizados na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor.

Músculos estriados: Sãs os músculos voluntários. Permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.

Forma do músculo:

Ação funcional do músculo

Os músculos podem ser extensores, flexores, adutores, abdutores, rotadores, esfinctéricos, dilatadores, elevadores e depressore

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CÃES

ESQUELETO AXIAL DOS CÃES

CRÂNIO

O crânio resulta de uniões de ossos pares que formam uma caixa oco rígida,

contendo o encéfalo, os olhos, a face, a orelha e os órgãos do equilíbrio, bem como

os do olfato e da gustação. Além disso, o crânio encerra o segmento proximal do

aparelho respiratório e digestório, e as superfícies ósseas livres servem como locais

de inserção e origem da musculatura da mastigação e facial. Os ossos ímpares da

cabeça são unidos uns aos outros principalmente por suturas no crânio superior;

dentre esses ossos, são móveis e apostos ao crânio a mandíbula e o osso hióide. A

abóbada craniana é toda formada por ossificação desmal (osso de revestimento).

Os ossos ímpares desenvolvem-se a partir de centros independentes de

ossificação, os quais são unidos, nos animais jovens, com frequência por tecido

conjuntivo e mais raramente por tecido cartilaginoso. Esse princípio de construção

permite uma adaptação dinâmica do crânio durante o desenvolvimento pós-natal.

1. OSSOS DO NEUROCRÂNIO (Ossa craanii)

Os ossos do neurocrânio circundam a cavidade craniana, a qual encerra o encéfalo com seus envoltórios e os vasos necessários para o seu suprimento. Essa parede óssea é formada por um grande número de unidades ósseas, que são, em parte, construídas de maneira bastante diferenciada nos diversos animais.

As paredes da cavidade craniana são compostas, em todas as espécies domésticas, por diferentes ossos:

- O assoalho

Do osso ímpar occipital com sua parte basal; Do osso ímpar esfenoide ;

- A parede nucal

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Do osso ímpar occipital com a sua porção escamosa e com sua parte lateral;

- As paredes laterais

Do ossos pares temporal;

- O teto

Dos osso pares frontais; Dos osso pares parietais; Do osso ímpar interparietal;

- A parede nasal

Do osso ímpar etmoidal.

OSSO OCCIPITAL (Os occipitale)

O osso occipital compõe a parede nucal do crânio, e nele pode ser diferenciado o corpo basal, a parte escamosa e as duas porções laterais. O occipital circunda o grande orifício magno(For.magnum), que é a saída da cavidade craniana para o canal vetebral

OSSO ESFENOIDE (Os sphenoidale)

O osso esfenoide forma os segmentos anteriores do assoalho da cavidade craniana e é composto por duas partes semelhantes: o osso pré-esfenóide nasal e o osso basisfenóide nucal. Ambos são compostos pelo corpoe lateralmente pelas asas, respectivamente. Nos seres humanos, esses dois ossos unem-se nos anos iniciais de vida em um só osso esfenóide. Nos animais domésticos, incialmente se mantêm separados através de uma sutura cartilagínea, a qual, mais tarde, ossifica-se.

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O processo pterigoide contém um canal alar na sua base em carnívoros e em equinos, o qual se inicia com o forame alar caudal e termina como forame alar rostal. Ele contém a artéria maxilar.

OSSO TEMPORAL (Os temporale)

O osso temporal origina-se da fusão de várias unidades ósseas, as quais ainda se encontram separadas. Entre elas, podem ser diferenciadas:

- A porção escamosa do temporal

- A porção petrosa com um processo mastoideo

- Uma porção timpânica

Escamosa: colabora na formação da parede lateral da cavidade craniana com sua face cavitária craniana e limita-se, por meio de suturas ósseas, com o osso parietal, com o osso frontal e com o esfenóide.

Petrosa: é também designada como a parte timpânica como pirâmide petrosa e, apesar de fusionar-se nos carnívoros e bovinos com a porção escamosa, permanece separada desse osso nos outros animais domésticos.

Processo mastoideo: este é normalmente aumentado em forma de tubérculo nos equinos, sendo mais discreto nos outros animais domésticos.

Porção timpânica: situada em sentido rostroventral à base do osso temporal, contém na bula timpânica, a cavidade timpânica da orelha média.

OSSO FRONTAL (Os frontale)

O osso frontal posiciona-se de ambos os lados entre o parietal e o nasal, unido na sutura interfrontal. Cada frontal contém um ou mais seios frontais, os quais se diferenciam nas espécies animais. Conforme o local de cada um dos segmentos.

OSSO PARIETAL ( Os parietale)

O osso parietal é par, formando entre o occipital e o frontal superfícies do teto e laterais. O processo tentorial sobressai-se na cavidade craniana e forma, nos cães, o tentório ósseo do cerebelo com os processos occipital e interparietal.

OSSO INTERPARIETAL (Os interparietale)

O osso interparietal também é par e posiciona-se medianamente entre os ossos parietais e o ossos occipital. Esse osso fusiona-se posteriormente com o occipital e o parietal.

OSSO ETMOIDE (Os ethmoidale)

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O osso etmoide posiciona-se na base do nariz entre as cavidades orbitárias, e é constituído pela lâmina tectória, dirigida rostralmente pelas lâminas orbitais pares, pela lâmina orbital e pela lâmina basal, as quais, unindo-se em uma disposição tubular, formam a lâmina externa.

2. OSSOS DA FACE (Ossa faciei)

Os ossos da face formam a cavidade nasal, cujas superfícies ventrais formam, ao mesmo tempo, o teto da cavidade bucal que tem por base a mandíbula e o hióide. Inserido profundamente na base do nariz, o osso etmoide separa a cavidade nasal da cavidade craniana. Desde o osso etmoide, as conchas nasais projetam-se rostralmente na cavidade nasal como endoturbinália I e II, juntamente com a concha nasal ventral. Um septo nasal mediano divide a cavidade nasal em uma cavidade direita e outra esquerda.

OSSO NASAL (Os nasale)

O osso nasal forma a base óssea do dorso do nariz e mostra uma face externa plana, côncava como uma abóbada pouco profunda, podendo ser um pouco convexa no gato, no suíno e em equinos com cabeça de perfil convexo. Nos carnívoros, o processo septal projeta-se para o interior, sendo tal processo parte da linha divisória nasal.

OSSO LACRIMAL (Os lacrimale)

O osso lacrimal é um osso pequeno, próximo ao ângulo medial do olho, em parte na parede lateral da face e em parte situado na órbita óssea, e une-se com os ossos frontal, zigomático e maxilar. Para os carnívoros existe adicionalmente margens de contato com o osso palatino.

OSSO ZIGOMÁTICO (Os zyhomaticum)

O osso zigomático posiciona-se ventrolateralmente ao osso lacrimal. Ele auxilia na formação da cavidade orbitária e no arco zigomático. Este arco é composto pelo processo temporal do osso zigomático e pelo processo zigomático do osso temporal.

OSSO MAXILAR (Maxila)

O osso maxilar é par e forma a base óssea de grande parte da superfície facial; forma as paredes laterais da face, a cavidade nasal e bucal, o teto do palato, unindo-se aos outros osso da face.

OSSO INCISIVO (Os incisivum)

O osso incisivo par consiste de um corpo, do processo alveolar, com exceção dos ruminantes, nos quais não existe, e do processo nasal. Estes segmentos formam uma parede óssea na extremidade do esqueleto facial, estabelecendo uma divisão da entrada da cavidade nasal e do teto palatino. Para o homem, é possível reconhecer

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os incisivos como ossos separados somente até o quarto ano de vida. Após essa idade, ele se funde com o maxilar.

OSSO PALATINO (Os palatinum)

O osso palatino par, posicionado entre o maxilar, o esfenóide e o pterigoide, participa, por uma lâmina horizontal, na formação do palato duro e, com sua lâmina perpendicular, na formação da parede lateral e do teto do meato nasofaríngeo, bem como na coana. Posicionado profundamente no esqueleto da face, o osso palatino une a cavidade nasal sobre o meato nasofaríngeo à coana.

VÔMER (Vomer)

O osso vômer ímpar posiciona-se profundamente no esqueleto do crânio, atravessando a cavidade nasal, e descansa no plano longitudinal mediano da cavidade nasal sobre a crista nasal. Com sua lâmina do assoalho, o vômer está unido sobre a crista nasal com a lâmina horizontal do palatino, e caudalmente na crista do vômer.

OSSO PTERIGOIDE (Os pterygoideum)

O osso pterigóide par está posicionado como um osso plano entre o esfenóide e a lâmina perpendicular do palatino e forma o teto, ou seja, a parede lateral do meato nasofaríngeo.

MANDÍBULA(Mandibula)

A mandíbula desenvolve-se de forma par e origina-se no local do primórdio do primeiro arco branquial e funde-se medialmente em um plano longitudinal mediano no ângulo mentoniano através de uma sínfise intermandibular. Para os carnívoros e ruminantes pode ocorrer uma sinostose mais tarde, mas pode ou não existir.

OSSO HIÓIDE, CONJUNTO HIÓDEO ( Apparatus hyoideus – Os hyoideum)

O osso hióide surge, em parte, do segundo e terceiro arcos branquiais, cujas unidades cartilaginosas se ossificam muito cedo, unindo-se estreitamente umas às outras, posicionando-se entre os ramos da mandíbula, tendo raiz da língua em sentido rostral. O hióide articula-se com o osso temporal. Podem ser diferenciados dois segmentos: o hióide, em um sentido restrito, posicionado lateralmente à língua, e o aparelho de sustentação.

Seios paranasais (Sinus paranasales)

Os seios paranasais representam cavidades pneumatizades entre as lâminas externa e interna dos ossos do crânio, cujos óstilos ocorrem através das cavidades nasais.

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Vista lateral esquerda do crânio

Vistas dorsal e ventral do crânio

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COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral ou espinha faz parte do esqueleto axial e compreende a base do crânio até a ponta da cauda. É composta por ossos (as vértebras) que são unidas umas às outras pelos discos intervertebrais e ligamentos, que proporcionam estabilidade mesmo não sendo rígida, trazendo o fortalecimento do eixo do corpo e mantendo a postura do animal.

Tem a função de envolver e proteger a medula espinhal e as estruturas do canal central. Protege as estruturas do pescoço, tórax, abdome e pelve. São ossos irregulares, que são preenchidos centralmente por uma substância esponjosa e são envolvidos por uma substância compacta na superfície. As vértebras da coluna recebem o nome de acordo com o local que está localizada. Nos cães seguem a formula: C7(7 cervicais), T13(13 torácicas), L7(7 lombares), S3(3 sacrais). A quantidade de vértebras caudais varia de animal para animal.

1. VÉRTEBRAS 1.1CERVICAIS

Composta por sete ossos: o atlas, o áxis e mais cinco vértebras. Servem de base ao pescoço do animal.

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ATLAS

È a primeira vértebra cervical, auxilia no movimento de rotação da cabeça com o auxilio do áxis e das articulações atlanto-occipital e atlantoaxial. O atlas serve de inserção das musculaturas flexoras, ventral e dorsal, da cabeça. É articulado cranialmente com os côndilos do occipital e caudalmente com o áxis (segunda vértebra cervical). É uma vértebra atípica, pois no lugar do corpo apresenta duas massas laterais e dois arcos (dorsal e ventral) e o processo espinhoso foi substituído pelo tubérculo dorsal.

O atlas é composto por um arco dorsal com um tubérculo dorsal, um arco ventral com um tubérculo ventral. Projetado dorsalmente temos o processo transverso (asa do atlas), cranialmente temos a incisura alar, ao seu lado temos o forame vertebral lateral. Caudalmente a asa do atlas temos o forame transverso. No arco ventral existem as faces articulares craniais (que faz a articulação com os côndilos do occipital), caudalmente existe a fóvea do dente e lateralmente de ambos os lados temos as facetas articulares caudais que se une ao processo articular cranial do áxis.

Vista dorsal da primeira vértebra cervical (Atlas)

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AXIS

É a segunda vértebra cervical e junto com o atlas auxilia no movimento de rotação da cabeça. É caracterizado por seu comprimento (é a vértebra mais longa) e pelo seu processo espinhoso. Apresenta um dente que permite que se articule

cranialmente com o atlas através da fóvea do dente e caudalmente com a terceira vértebra cervical. Seu corpo é cilíndrico e é composto pelo dente, pelo processo articular cranial, pela ampla incisura vertebral cranial, pelo processo espinhoso (larga superfície plana que se estende do arco vertebral nos sentidos cranial e caudal). Na parte caudal do processo espinhoso existe o processo articular caudal, abaixo dele temos a incisura vertebral caudal. Existe também o processo transverso que é atravessado pelo forame transverso (serve para a passagem da artéria, a veia e o nervo vertebrais) e ventralmente apresenta a crista ventral.

Vista lateral da segunda vértebra cervical (Axis)

TERCEIRA À SETIMA VÉRTEBRAS CERVICAIS

A terceira, a quarta e a quinta vértebras cervicais têm a mesma morfologia. Elas possuem a forma de cubo e aumentam á medida que vão à direção caudal. Até a quinta vértebra existe na superfície ventral uma crista ventral, que marca as posições dos discos intervertebrais. A partir da sexta vértebra, essa crista é muita pequena ou inexistente. Os processos espinhosos aumentam em altura e em inclinação cranial. Os processos transversos e articulares são desenvolvidos. Com exceção da sétima vértebra, os processos transversos são atravessados na sua base pelo forame transverso. O processo transverso é dividido em tubérculo cranioventral e em caudodorsal, eles agem como um processo transverso de uma vértebra torácica.

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Os processos articulares craniais e caudais são conformados e ficam na horizontal. O arco vertebral mostra uma incisura cranial e caudal nas margens, que formam forames intervertebrais amplos com as vértebras. O canal vertebral estreita-se no meio da região cervical. O tubérculo ventral é ausente na sexta vértebra cervical. A sétima vértebra cervical possui algumas características diferenciadas, ela possui um processo espinhoso pontiagudo e não tem o forame transverso.

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Quinta vértebra, vista lateral. 6- processo espinhoso 7- processo

articular caudal 8- processo transverso 9- corpo 10- processo

articular cranial 11- posição do forame vertebral

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Vista dorsal das vértebras cervicais

1.2 VÉRTEBRAS TORÁCICAS

Essas vértebras se unem por articulações com as cabeças e os tubérculos das costelas, por isso, o número de vértebras torácicas é o mesmo que o das costelas. No cão, existem 13 vértebras torácicas. Elas possuem um corpo vertebral curto, processos articulares curtos, processo espinhoso longo e situado no arco vertebral, lateralmente a base do arco vertebral são formadas duas superfícies articulares nas extremidades caudais e no processo transverso, para a articulação das cabeças das costelas e para a tuberosidade costal, respectivamente, e espessos processos articulares posicionados juntos. Apresentam incisuras vertebrais, sendo as craniais rasas e as caudais profundas. O forame vertebral permite a passagem dos nervos espinhais e dos vasos sanguíneos. A décima vértebra é chamada de vértebras torácicas diafragmáticas – vértebras anticlinais. Os processos mamilares são curtas projeções dorsais dos processos transversos e os processos acessórios surgem da margem caudal do pedículo.

Vista caudal da décima terceira vértebra torácica

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1.3 VÉRTEBRAS LOMBARES

No cão, a coluna é composta por sete vértebras lombares. Elas apresentam corpo mais extenso e uniforme, é caracterizado por longos e achatados processos transversos que se orientam cranioventralmente, por processos espinhosos mais baixos e caudocranial. Os processos mamilares são fundidos com os processos articulares craniais na região lombar. Os processos articulares são enganchados. Os processos transversos e espinhosos oferecem uma superfície ampla para a musculatura do abdômen, dos membros e da pelve. O espaço que existe entre a ultima vértebra lombar e a primeira sacral é chamado de espaço lombossacral (usado para aplicação de injeções e punções).

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1.4 VÉRTEBRAS SACRAIS

O cão apresenta três vértebras sacrais. As vértebras sacrais são ossificadas junto com os discos intervertebrais no osso sacro. Essa fusão impossibilita a movimentação da região sacral, traz estabilidade à cintura pélvica. O osso sacro está localizado entre as asas do ílio e tem o formato quadrangular. É composto por uma base óssea (cranialmente), duas porções laterais (onde estão localizadas as asas do sacro). A superfície dorsal da asa, chamada de face auricular é unida as asas do ílio através de uma articulação. Na face dorsal apresenta processos espinhosos, que servem como superfície para a inserção para a musculatura ilíaca. A face ventral é lisa e côncava. Existem os forames sacrais ventrais e os forames sacrais dorsais, que servem para a passagem dos nervos do plexo lombossacral desde o canal vertebral. A junção da face ventral com a extremidade cranial forma o promontório. Dorsalmente, encontramos os processos articulares craniais que são pouco desenvolvidos.

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1.5 VÉRTEBRAS CAUDAIS

As vértebras caudais variam de animal para animal e vão diminuindo de tamanho na direção da extremidade caudal. Essa diminuição também vem acompanhada de perda de algumas características, como a perda do arco e dos processos. Existe a formação de um processo hemal, que pode fechar-se em um arco hemal, são responsáveis por receber os vasos caudais.

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Discos intervertebrais

Está presente em todos os espaços intervertebrais, com exceção do espaço entre o atlas e o áxis. Ele ajuda na flexibilidade da coluna e na distribuição da pressão que atua na coluna. Problemas nos discos intervertebrais acarretam em vários outros problemas.

2. OSSOS DO TÓRAX

O tórax é composto pelas vértebras torácicas, as costelas e o esterno.

2.1COSTELAS

O cão possui 13 pares de costelas. Elas formam a parede óssea lateral da cavidade torácica, são dispostas em pares, é encurvada e entre elas existem os

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Discos intervertebrais

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espaços intercostais. Cada costela tem uma parte dorsal (que se articula com a coluna vertebral) e uma parte cartilaginosa ventral (que se articula diretamente com o esterno). Elas se encontram na articulação costocondral. As cartilagens costais das costelas “falsas” se combinam e formam o arco costal. A primeira costela se articula diretamente com o manúbrio esternal. Na juntura do esterno com as costelas, após a cartilagem costal, temos um encurvamento que origina o joelho da costela.

Classificação das costelas

- Costelas verdadeiras ou esternais: São conectadas diretamente com o esterno pelo seu prolongamento cartilaginoso distal. - Costelas falsas ou asternais: Encontram conexão com o esterno pelas cartilagens costais. - Costelas flutuantes: A cartilagem da ultima costela não se articula com sua vizinha, ficando esse ultimo par livre.

A costela é composta pela cabeça que fica na extremidade proximal, acima do colo da costela, possui uma face articular cranial e outra caudal. Essas duas faces são separadas por uma área de superfície irregular que se conecta com o disco intervertebral. Existe uma depressão na superfície que é chamada de sulco da cabeça. Próximo a cabeça tem o tubérculo da costela que fica articulado com o processo transverso da vértebra torácica. O corpo da costela tem uma superfície que serve de inserção para os músculos do tronco, na sua margem caudal existe o sulco costal que serve de leito para os vasos e nervos intercostais.

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2.2ESTERNO

O esterno é composto por três partes que se juntam por causa da ossificação da cartilagem juntacional.

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- Parte cranial: Manúbrio. Apresenta o formato de um bastão e está localizado na parte cranial do esterno. Tem uma fossa articular para o primeiro par de costelas. - Corpo do esterno: Apresenta o formato cilíndrico, constituído por seis estérnebras. Na margem dorsolateral apresenta incisuras costais para articulação das cartilagens costais das costelas. - Processo xifoide: Cartilagem achatada que é mais projetada entre as partes mais baixas dos arcos costais. Ela é responsável por suportar a parede abdominal ventral.

ESQUELETO APENDICULAR

1. MEMBRO TORÁCICO

O membro torácico dos cães é formado pela cinta torácica (clavícula e escápula),

braço (úmero), antebraço (rádio e ulna) e mão (carpos, metacarpo, falanges e ossos

sesamóides).

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1.1 CINTA TORÁCICA

CLAVÍCULA

Placa óssea ou cartilaginosa, fina e irregular que não se articula ao resto do

esqueleto. Está encaixada no m. braquiocefálico.

ESCÁPULA

É um osso plano preso à porção cranial da parede do tórax. Articula-se com o

Úmero distalmente.

Na face lateral, a espinha divide a face lateral em duas fossas, a supra-espinhosa e a infra-espinhosas. Essas fossas são ponto de origem dos músculos que levam o mesmo nome.

Na extremidade distal da espinha situa-se o acrômio, presente não apenas nos cães como também nos ruminantes. Mas apenas nos cães pode ser encontrado o Processo Hamato, saliência presente no acrômio.

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Face lateral da escápula esquerda

Na face medial, há uma depressão rasa chamada fossa subescapular. Cranialmente à ela encontra-se a face serrátil, área áspera que é inserção do m. serrátil ventral. Na extremidade distal da face medial da encontra-se a Cavidade Glenóide, onde ocorre a junção da escápula com o Úmero.

Face medial da escápula esquerda

1.2 BRAÇO

É formado por um único osso chamado Úmero. Este osso é longo e desempenha função importante no movimento do membro torácico, apresentando forte musculatura. Articula-se proximalmente com a Escápula e distalmente com o Rádio e a Ulna.

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A cabeça do úmero, nos cães, é dividida em Tubérculo maior, na direção craniolateral e em Tubérculo menor, no sentido crânio medial. Os tubérculos são separados pelo Sulco Intertubercular.

A Tuberosidade Deltoide situa-se lateralmente na metade proximal, onde o m. deltoide se insere.

Na extremidade distal encontra-se o Côndilo do úmero, onde ocorre a articulação com o Rádio e a Ulna. Proximalmente ao côndilo situa-se a fossa radial. Apenas nos cães existe o Forame supratroclear, localizado no interior dessa fossa.

Vista cranial do úmero esquerdo

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Vista cranial do úmero esquerdo

1.3 ANTEBRAÇO

É formado por dois ossos, o Rádio e a Ulna. São dois ossos longos que se articulam um com o outro em cada extremidade. O seus eixos são separados pelo espaço interósseo.

RÁDIO

Esse osso articula-se proximalmente, junto com a ulna, ao Úmero e distalmente aos ossos do carpo.

Sua extremidade proximal é formada pela cabeça do Rádio e pela Fóvea da cabeça do Rádio, que junto com a incisura troclear da Ulna e da superfície distal do Úmero, formam a articulação ulnar. A extremidade proximal também possui a tuberosidade radial, onde o m. bíceps braquial é inserido.

A face cranial do corpo do rádio é lisa e a caudal, é extensivamente fundida com a ulna, com o espaço interósseo entre os dois ossos.

A extremidade distal é mais larga que a proximal e em sua superfície forma-se uma tróclea, que se conecta com a face articular do carpo. Une-se distalmente com a ulna na superfície articular ulnar.

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Vista caudal do rádio (independente da ulna) esquerdo Vista craniolateral do Rádio e Ulna esquerdos

ULNA

Em sua extremidade proximal encontra-se o Olécrano e seu processo terminal (tuberosidade do olécrano). Esse processo está situado acima da superfície articular

com o úmero.

O olécrano apresenta uma incisura troclear na sua articulação com o úmero e também serve como inserção do músculo tríceps braquial.

O corpo da ulna é grande e tem formato triangular em seus dois terços proximais e é menor e mais arredondado distalmente. Posiciona-se caudalmente ao rádio.

A extremidade distal é pequena e possui o processo estiloide e a superfície articular distal que se articula com a fileira proximal dos ossos do carpo.

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Vista cranial da ulna esquerda Vista cranial do Rádio e Ulna esquerdos

1.4 MÃO

O esqueleto da mão é formado pelos ossos do carpo, ossos do metacarpo e pelas falanges. Esses ossos formam a extremidade dos membros torácicos e articulam-se proximalmente (fileira proximal dos ossos do carpo) com o Rádio e a Ulna.

OSSOS DO CARPO

O carpo é formado por duas fileiras

(proximal e distal), totalizando sete ossos. A fileira proximal articula-se proximalmente com o Rádio e a Ulna e distalmente com a fileira distal do carpo. Essa, por sua vez, articula-se distalmente com os ossos metacárpicos.

A fileira distal é formada pelos seguintes ossos (no sentido medial-lateral): osso cárpico primeiro, que é o menor e articula-se lateralmente com o cárpico segundo e distalmente com o osso metacárpico primeiro; osso cárpico segundo, cuja superfície distal é côncava e articula-se com o segundo osso metacárpico; osso cárpico terceiro, que se assemelha ao segundo e articula-se distalmente com o terceiro metacarpo; e o osso cárpico quarto, que é o maior da fileira e articula-se com o quarto e quinto metacarpos.

A fileira proximal possui um dedo a menos que a distal. Esse fato deve-se à fusão do osso radial com o osso intermédio, que juntos constituem um osso chamado intermédio-radial. Esse osso se articula com a superfície distal do rádio e com os ossos da fileira distal. O osso carpo ulnar é longo e articula-se proximalmente com o rádio e a ulna e palmarmente com o osso acessório do carpo. Ele também repousa

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distalmente no osso cárpico quarto e se prolonga para também articular-se com o quinto osso do metacarpo. O osso acessório posiciona-se na direção palmar e articula-se com a ulna e com o osso carpo ulnar.

Obs.: É possível identificar um osso sesamóide articulado à face medial do osso intermédio-radial.

A figura ao lado é uma representação esquemática dos ossos do carpo em uma mão esquerda.

> R: Rádio | U: Ulna

> a: Acessório | u: Carpo ulnar | r+i: intermédio-radial

> 1;2;3;4: ossos cárpicos da fileira distal

OSSOS METACÁRPICOS

Os cães apresentam os cinco metacarpos. Eles articulam-se proximalmente com o carpo e distalmente com as falanges e com os sesamóides frontais e palmares. O primeiro metacarpo, posicionado medialmente, é o mais curto e estreito. Os principais ossos metacárpicos são os intermédios (terceiro e quarto), que são mais longos que o segundo e quinto.

OSSOS DIGITAIS DA MÃO

Os ossos da mão são constituídos por cinco dedos. Cada um deles é formado por três falanges, exceto pelo primeiro, que é formado por duas. O primeiro dígito é bastante curto e não entra em contato com o solo. Os dígitos mais longos são os intermédios (terceiro e quarto).

As falanges proximais são as mais longas e se articulam proximalmente com os metacarpos correspondentes. Na porção distal possuem uma tróclea que se articula com a falange média. Esta, que é a faltante no primeiro dígito, se articula na falange distal. As falanges distais correspondem à forma das garras do cão

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Ossos sesamóides- há geralmente dez ossos sesamóides palmares e cinco sesamóides dorsais. Eles se articulam com a extremidade distal do osso metacárpico e com as facetas que as falanges possuem proximalmente.

Vista dorsal da mão direita

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Vista lateral da mão direita

2. MEMBRO PÉLVICO

O membro pélvico dos cães é formado pela cinta pélvica (ossos coxais e

sacro), coxa (fêmur), perna (tíbia e fíbula) e pés (tarsos, metatarsos, falanges e ossos

sesamóides).

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2.1 CINTA PÉLVICA

OSSO COXAL

O osso coxal é maior entre os ossos planos. Ele é formado por três ossos que

se fundem, são eles o ísquio, o ílio e o púbis. Os três ossos se unem no acetábulo,

uma cavidade profunda que se articula com a cabeça do fêmur.

ÍLIO

É a porção dorsocranial do osso coxal, formado por uma porção cranial, as

asas do ílio e uma porção caudal, o corpo do ílio.

Cada asa possui uma tuberosidade sacral, a qual apresenta duas espinhas

iíacas dorsais (cranial e caudal) e uma tuberosidade coxal, que apresenta espinhas

ilíacas ventrais (cranial e caudal). A superfície externa (face glútea) das asas é uma

região côncava onde há a inserção dos músculos glúteos. A superfície interna (face

sacropélvica) é uma região praticamente plana e em sua porção lateral há a inserção

dos músculos da coxa.

No corpo do ílio, a margem ventral prolonga-se na linha arqueada. Na porção

medial dessa linha eleva-se o tubérculo do m. psoas, onde esse músculo é inserido.

PÚBIS

É composto pelo corpo, pelo ramo acetabular cranial e pelo ramo caudal.

Identifica-se uma grande abertura, o forame obturado, por onde passa o nervo

obturador.

O ramo acetabular cranial forma o pécten do osso púbis e as eminências

iliopúbicas (lateral e medial), onde há a inserção da musculatura abdominal.

O púbis une-se ao ísquio através da sínfise pélvica (tecido conjuntivo

cartilagíneo). No púbis, identifica-se a porção púbica dessa sínfise, localizada no

segmento cranial deste osso.

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ÍSQUIO

É composto pelo corpo, pela tábua do osso ísquio e pelo ramo isquiático. O

corpo contribui na formação do acetábulo e forma uma espinha isquiática juntamente

com o ílio.

A tábua delimita o forame obturado e eleva-se caudolateralmente, formando

uma tuberosidade isquiática saliente. As duas tábuas do osso ísquio se unem no arco

isquiático, no limite caudal. Já o ramo forma a sínfise isquiática, segmento caudal da

sínfise pélvica.

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Vista ventral dos ossos coxais.

Vista lateral esquerda dos ossos coxais.

2.2 COXA

É formada por um único osso chamado Fêmur, que é o maior dentro todos os ossos longos. No esqueleto da coxa também são encontrados quatro ossos sesamóides, cujo mais conhecido é a Patela.

FÊMUR

Desempenha funções importantes no movimento e do suporte do peso. Pode ser divido em três segmentos: extremidade proximal, corpo do fêmur e extremidade distal.

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A extremidade proximal articula-se com o acetábulo do osso coxal através da cabeça do fêmur. Esta, por sua vez, tem formato esferoidal e posui uma área articular sem cartilagem, a fóvea da cabeça, onde se insere o ligamento da cabeça do fêmur. Ainda na extremidade proximal, encontra-se o trocanter maior, na região lateral, onde acontece a inserção do músculo glúteo médio. Na parte medial, situa-se o trocanter menos, onde há a inserção do m. Iliopsoas.

Na porção caudal do corpo do fêmur há a inserção da musculatura adutora e na extremidade distal (em sua porção caudal) encontram-se os côndilos lateral e medial, que se articulam com a tíbia. Entre esses côndilos há uma fossa intercondilar e acima deles, encontram-se os epicôndilos lateral e medial. Na porção cranial, há a tróclea do osso femoral, que possui duas eminências arredondadas e de tamanhos similares. Nessa extremidade ocorre a articulação do fêmur com a patela e a tíbia.

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Vistas cranial e caudal do fêmur esquerdo

Vista lateral

do fêmur esquerdo

PATELA

É um osso sesamóide longo e estreito. Sua superfície livre é convexa e situa-se sob a pele; já sua superfície articular, voltada para o fêmur, é convexa de lado a lado e côncava próximo-distalmente.

2.3 PERNA

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É formada por dois ossos, a tíbia e a fíbula. Assim como o rádio e a ulna, são dois ossos longos que se articulam um com o outro. A tíbia articula-se proximalmente com o fêmur e distalmente com o osso maleolar e com os ossos do tarso.

TÍBIA

Sua extremidade proximal tem um formato triangular e possui dois côndilos, lateral e medial que são separados por uma eminência intercondilar. Cada côndilo possui uma face articular lateral que se articula com os côndilos do fêmur e os meniscos. O côndilo lateral possui a face articular para a cabeça da fíbula.

Sua extremidade distal pode ser identificada pela cóclea da tíbia (que é articulada com a tróclea do talo) e pelos maléolos lateral e medial. O maléolo medial é o ponto de junção da tíbia com a fíbula..

FÍBULA

A fíbula é delgada e se estende por todo comprimento da tíbia da qual é separada por um grande espaço interósseo na parte proximal. Na região sua distal, a fíbula é achatada e sua extremidade se funde com a tíbia no maléolo lateral.

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Vistas cranial e caudal da tíbia e fíbula esquerdas.

Vista lateral da tíbia e

fíbula esquerdas

2.4PÉ

O esqueleto do pé é formado pelos ossos do tarso, ossos do metatarso e pelas falanges. Esses ossos formam a extremidade dos membros pélvicos e articulam-se proximalmente (fileira proximal dos ossos do tarso) com a tíbia e a fíbula.

OSSOS DO TARSO

O carpo é formado por três fileiras (proximal, intertarsal e distal), totalizando sete ossos. A fileira proximal articula-se proximalmente com a tíbia e a fíbula e distalmente com a fileira distal do tarso. Essa, por sua vez, articula-se distalmente com os ossos do metatarso.

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A fileira proximal é formada (no sentido medial-lateral) pelo talo e pelo calcâneo. O talo é caracterizado por um corpo compacto que se articula distalmente (através da sua tróclea) com a cóclea da tíbia. O calcâneo possui na sua extremidade livre uma tuberosidade calcânea, que é um ponto palpável do osso. Distalmente, possui o processo coracóide, que se articula com o quarto osso do tarso.

Na fileira intertarsal se encontra, medialmente, o osso central do tarso, que possui uma superfície proximal côncava adaptada para a cabeça do talo. Sua extremidade distal articula-se com o primeiro, segundo e terceiro ossos társicos, que são ossos pequenos localizados na fileira distal do tarso. O quarto osso társico é mais elevado que os outros; sua superfície proximal é articulada com o calcâneo e a distal se articula com o quarto e quinto ossos do metatarso. Medialmente, o quarto osso articula-se com o osso central do tarso.

A figura ao lado é uma representação esquemática dos ossos do tarso em um pé esquerdo.

> Tib: Tíbia | F: Fíbula

> T: Talo | C: Calcâneo

> c: Osso central do tarso

> 1;2;3;4: ossos distais do tarso

OSSOS DO METATARSO

Os cães apresentam os cinco metatarsos. Eles articulam-se proximalmente com o tarso e distalmente com as falanges e com os sesamóides frontais e plantares. O primeiro metacarpo, posicionado medialmente, é muito pequeno, podendo sofrer fusão com o primeiro osso do tarso em alguns casos. Os demais metatarsos têm características semelhantes aos ossos do metacarpo, sendo geralmente mais longos.

OSSOS DIGITAIS DO PÉ

Os ossos do pé têm características semelhantes aos ossos digitais da mão e são constituídos por três falanges cada, exceto pelo primeiro, dígito, que na maioria dos casos está ausente. Quando está presente é formado por duas falanges.

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Vista lateral da mão direita

Vista dorsal da mão direita

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ARTICULAÇÕES DO CRÂNIO

As articulações tem como função a proteção, inserção, alavanca, locomoção, angulação, torção ou deslocamento, etc.

O crânio é majoritariamente composto por sinartroses ou articulação por continuidade, pois são unidas por tecido fibroso, não apresentam cavidade articular, são temporárias e tendem a sinostose.

Tipos de articulações de continuidade encontradas no crânio:

Gonfose: existe pouquíssimo tecido; articulação do tipo pino e encaixe. Encontrada nos dentes e alvéolos dentários

Suturas: São caracterizadas pela proximidade entre os ossos; a maioria encontra-se na cabeça e existe pouco tecido conjuntivo separando os ossos. Existem 4 tipo de suturas: Serrátil, Escamosa, Plana e Folheada.- Serrátil: Bordas (dentículos) que se engrenam. Ex: Sutura interfrontal ou interparietal- Escamosa: Bordas em forma de Bisel, ficando superpostas. Ex: Entre a porção escamosa do temporal e parietal.- Plana: Margens ósseas planas e lisas ou levemente enrugadas. Ex: Sutura Nasal. - Folheada: Margens que se engrenam como folhas de dois livros. Ex: entre o nasal e o frontal do suíno.

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Vista lateral esquerda do crânio

ARTICULAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL

As articulações servem para proteger, unir os ossos firmemente e possibilitar a

livre movimentação. As vértebras formam dois conjuntos de articulações: cartilaginoso

e outro sinovial. Existem também ligamentos, que se estendem por muitas vértebras.

1. União do esqueleto do crânio com a coluna vertebral

Permite uma divisão funcional em uma união cranial entre a primeira vértebra

cervical e o occipital.

1.1Articulação atlanto-occipital:

Composta por duas articulações elipsóides. Formada entre os côndilos do

crânio e as concavidades correspondentes do atlas. Cada superfície articular é

envolta por uma cápsula articular, espessada por uma membrana ventral e outra

dorsal. Existem três ligamentos, presentes no canal vertebral, que auxiliam na

articulação. São eles: Ligamentos alares (unem a borda lateral do dente ao côndilo

occipital), ligamento apical do dente (une o ápice do dente ao osso basioccipital) e o

ligamento transverso do atlas. As membranas atlanto-occipital ventral e dorsal

servem de reforço conjuntivo da cápsula articular, elas passam dos arcos do atlas às

partes correspondentes da margem do forame magno. A primeira articulação realiza o

movimento de extensão e flexão.

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Articulação atlanto-occipital, vista dorsal.

1- crânio 2- cápsula da articulação atlanto-

occipital3- asa do atlas 3’- arco dorsal do

atlas4- cápsula da articulação

atlantoaxial 5- áxis 5’- espinha do áxis 6- dente 7- ligamento transverso do atlas8- ligamentos alares9- ligamento apical do dente 10- margem dorsal do forame magno

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1.2Articulação atlantoaxial

É uma articulação trocóide. É a conexão articular entre o dente do áxis e a

fóvea do dente do atlas. O ligamento atlantoaxial dorsal impõe pouca resistência. O

dente do áxis é seguro por ligamentos que se prendem á parte adjacente da

superfície dorsal do arco ventral do atlas. Encontramos também a fóvea articular

cranial do áxis e a fóvea articular caudal do atlas. Essas superfícies são envolvidas

por uma cápsula articular em comum, formando apenas uma cavidade articular. A

membrana atlantoaxial dorsal reforça a cápsula articular. O ligamento axial dorsal é

responsável por unir os arcos vertebrais. Os ligamentos alares que surgem do dente

do áxis e inserem-se na superfície medial dos côndilos. O ligamento transverso do

atlas, evita que o dente do áxis se movimente de encontro com o canal vertebral. A

segunda articulação é responsável pelo movimento de rotação.

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2. Conexões das vértebras entre si

As articulações intervertebrais combinam sínfises entre os corpos e

articulações sinoviais entre os processos articulares. São pouco flexíveis devido à

sínfise intervertebral com os discos intervertebrais.

Discos intervertebrais

Está presente em todos os espaços intervertebrais, com

exceção do espaço entre o atlas e o áxis. Ele ajuda na

flexibilidade da coluna e na distribuição da pressão que

atua nela. Cada um dos discos intervertebrais é

composto de um núcleo pulposo envolvido por um anel

de fibras cartilaginosas.

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Discos intervertebrais

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Ligamentos da coluna vertebral

Ligamentos curtos: Unem apenas vértebras vizinhas.

Ligamentos entre os arcos: Atuam como uma lâmina elástica cobrindo os

espaços interarcos. Sustentam o peso do corpo.

Ligamentos interespinhais: Estão entre os processos espinhais, são

musculares na região torácica e lombar. Evitam o deslocamento dorsal do

corpo vertebral.

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Ligamentos intertransversais: Localizados entre os processos transversos das

vértebras lombares.

Ligamentos articulares sobrepostos longos:

Ligamento longitudinal dorsal: Localizado no canal vertebral, do dente do

áxis até o sacro.

Ligamento longitudinal ventral: Une-se da 8° vértebra torácica até o osso

sacro com a superfície ventral das vértebras e no disco intervertebral.

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Ligamento supra-espinhal: Segue sobre os ápices espinhosos das vértebras

torácicas e lombares. Se funde aos tendões dos músculos epaxiais. Uma

continuação cranial desse ligamento deixa os processos espinhosos mais alto

e segue pela rota mais curta até se fixar na superfície da nuca.

Ligamento nucal: Pequena faixa fibrosa. No cão, é formado um funículo

nucal. Surge no processo espinhoso do áxis e inserem-se nos processos

espinhosos das primeiras vértebras torácicas. Da primeira vértebra torácica em

diante, modifica-se para ligamento supra-espinhal.

3. Uniões das costelas com as vértebras:

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São funcionalmente articulações esferoidais, servem para ampliação e

estreitamento da cavidade torácica.

3.1 Articulação da cabeça da costela

Articulação costovertebral: Articulam-se as superfícies articulares da cabeça

da costela, cada uma com as facetas articulares de duas vértebras torácicas vizinhas.

A cavidade articular é dividida em dois compartimentos pelo ligamento intercapital,

que se origina da crista interarticular da cabeça da costela.

Articulação costotransversária: É do tipo deslizante, onde a superfície

articular do tubérculo da costela se articula com cada um dos processos transversos

da vértebra torácica. É envolvida por apenas uma cápsula articular. É sustentada por

um ligamento que passa entre o colo da costela e o processo transverso da vértebra.

Ligamentos das costelas com as vértebras

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Ligamento intercapital: Surge no sulco da cabeça da costela, divide a

cavidade articular em dois compartimentos, passa pelo forame intervertebral, cruza a

superfície do canal vertebral e insere-se na costela do outro lado. É separado do

Ligamento longitudinal dorsal por uma bolsa sinovial. Entre o ligamento intercapital e

o disco intervertebral existe uma bainha sinovial.

ARTICULAÇÕES DO TÓRAX

As articulações entre o esterno e as costelas são diretas, enquanto as

cartilagens das falsas costelas são encontradas em sequência caudoventral e são

unidos por tecido conjuntivo fibroelástico, construindo o arco costal.

Articulação costocondral: A parte óssea dorsal e uma parte cartilaginosa

ventral da costela se encontram na articulação costocondral.

Articulações costoesternais: São sinoviais, de conformação cilíndrica. A

cartilagem da costela verdadeira apresenta um côndilo articular e o esterno, a

cavidade articular. São envolvidas por uma cápsula articular bem ajustada.

Articulações intercondrais: Nas costelas asternais são sindesmoses de

natureza elástica.

Articulações interesternais: São as sindesmoses mais inconstantes.

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ARTICULAÇÕES DOS MEMBROS

1. MEMBRO TORÁCICO

1.1 ARTICULAÇÃO DO OMBRO

A articulação do ombro (escápuloumeral) une a escápula ao úmero do cão. A cavidade glenóide da escápula se articula com a cabeça do úmero com uma articulação do tipo esferoide. Ela proporciona os movimentos de adução, abdução, rotação, flexão e extensão

Trata-se de uma diartrose simples (entre dois ossos), discordante (contato incompleto entre os ossos) e independente.

Envolvendo as articulações, há uma ampla cápsula articular, que se aprofunda ao lado de duas evaginações craniais com uma extensão caudolateral.

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Vistas lateral e medial da articulação do ombro esquerdo (com bolsa articular).

Os ligamentos glenoumerais lateral e medial são reforços fibrosos colágenos e elásticos que atuam como suporte da parede da cápsula, estando localizados internamente a ela.

O ligamento transverso do úmero oferece suporte pra o tendão de origem do m. bíceps braquial. Esse tendão projeta-se na altura do sulco intertubercular e forma uma bainha sinovial intertubercular.

Vistas lateral e medial da articulação do ombro esquerdo.

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Vistas lateral e medial da articulação do ombro esquerdo (capsula articular extendidas).

1.2 ARTICULAÇÃO DO COTOVELO

A articulação do cotovelo une o úmero com o rádio e a ulna através de duas maneiras: da incisura troclear ulnar e da fóvea da cabeça do rádio. Logo, ela é composta pela articulação umeroulnar e da articulação umerorradial.

Trata-se de uma diartrose composta (entre mais de dois ossos), discordante e independente do tipo gínglimo. Ela proporciona apenas os movimentos de flexão e extensão.

A cápsula envolve ambas as articulações e também a cavidade articular da articulação radioulnar.

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O ligamento colateral lateral nasce do epicôndilo lateral do úmero e se insere no rádio com uma porção cranial forte; e na ulna com uma porção caudal mais fraca.

O ligamento colateral medial nasce do epicôndilo medial do úmero e se insere na tuberosidade do rádio com uma porção media; e na ulna com uma porção caudal.

O ligamento do olecrano também surge do epicôndilo medial do úmero e se estende até o processo ancôneo.

Articulações do rádio com a ulna

Existem duas articulações que ligam o rádio à ulna, são elas: articulação radioulnar proximal e a articulação radioulnar distal.

Na radioulnar proximal, a superfície articular proximal do rádio se articula com a incisura troclear da ulna e é formada pelos seguintes ligamentos:

Ligamento do olécrano – descrito acima. Ligamento anular do rádio – envolve a cabeça do rádio e cruza

distalmente os ligamentos colaterais, inserindo-se na incisura radioulnar.

Ligamento interósseo do antebraço – articula o rádio e a ulna na metade proximal do espaço interósseo e atua como reforço da membrana interóssea do antebraço.

A radioulnar distal é composta de uma superfície articular cartilagínea do rádio e por uma incisura cartilagínea da ulna. Possui o ligamento radioulnar, que se projeta entre a tróclea do rádio e o processo estiloide.

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Vistas medial e lateral flexionada da articulação do cotovelo esquerdo

Vistas lateral e medial da articulação do cotovelo esquerdo.

1.3 ARTICULAÇÕES DA MÃO

1.3.1 Articulações do carpo

A articulação do carpo une os ossos do antebraço, ossos do carpo e do metacarpo. Trata-se de uma diartrose composta, discordante e independente do tipo gínglimo que proporciona movimentos de extensão e flexão. Também permite, com grau restrito, movimentos de rotação e lateralidade.

É formada por três articulações:

Articulações antebráquio-cárpicas (proximais) – une a extremidade distal do rádio e ulna com a fileira proximal do carpo.

Articulações mediocárpicas (médias) – une o osso acessório com ambas as fileiras do carpo. Tem uma liberdade bastante restrita de movimentos.

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Articulações carpometacárpicas – une a fileira distal do carpo com os ossos do metacarpo. É to tipo plana e possui conexões articulares fibrosas e cápsulas articulares ajustadas.

O retináculo extensor atua com um reforço do estrato fibroso da cápsula articular. Nele estão incluídos os tendões dos músculos extensores.

O retináculo flexor cobre o canal cárpico e contém os tendões dos músculos flexores. Situa-se no lado flexor da articulação do carpo

O ligamento cárpico colateral lateral se origina no processo estiloide lateral da ulna e se insere com o osso carpo ulnar.

O ligamento cárpico colateral medial se origina no processo estiloide medial da ulna e se insere no segundo osso do carpo.

Os ligamentos suspensores do osso carpo acessório são ligamentos isolados que se desenvolvem lateral e medialmente. Eles seguem proximalmente para a ulna, osso carpo ulnar e osso cárpico quarto. Distalmente, seguem para os ossos metacárpicos quarto e quinto.

Vista lateral dos ligamentos da articulação do carpo esquerdo.

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Vista palmar dos ligamentos da articulação do carpo esquerdo.

1.3.2 Articulações do dedo

Os dedos possuem basicamente três articulações cada. São elas: articulação metacarpofalangeana; a articulação interfalangeana proximal da mão; e a articulação interfalangeana distal da mão.

Articulação metacarpofalangeana

É troclear do tipo gínglimo e articula a tróclea da extremidade distal do osso metacárpico com a face articular proximal da falange correspondente e com os sesamóides da face palmar. Esses dois ossos sesamóides são envolvidos pela cápsula articular, que é bastante ampla.

Os ligamentos colaterais medial e lateral unem o metacarpo com a falange proximal.

Os ligamentos sesamóideos são divididos em proximais, médios e distais.

Os ligamentos distais unem os sesamóides com a falange proximal.

Articulações interfalangeanas proximais da mão

São do tipo gínglimo e têm promovem movimentos de extensão e flexão (e movimento moderado de lateralidade). Elas se formam apenas no segundo e quinto dedos e conectam o côndilo da falange proximal com a fossa articular da falange média. Há evaginações nas direções dorsal e palmar da cápsula articular e um reforço cartilaginoso na direção dorsal. Possuem um ligamento colateral médio e um ligamento colateral lateral.

Articulações interfalangeanas distais da mão

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São do tipo gínglimo e também promovem movimentos de extensão e flexão. Elas são formadas em todos os dedos e unem a tróclea da falange média com a fossa articular da falange distal.

Possuem ligamentos colaterais mediais e laterais de um lado e ligamentos dorsais elásticos no outro lado. Possui também ligamentos dorsais longos entra a falange média e a superfície lateral da falange distal.

Vista dorsal dos ligamentos da articulação da mão direita.

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2. MEMBRO PÉLVICO

2.1 ARTICULAÇÃO SACROILÍCA

Os ossos coxais (ílio, ísquio e púbis) são unidos através de um tecido fibrocartilaginoso na sínfise pélvica. Esse cinturão pélvico, por sua vez, se une ao tronco do cão através da articulação sacroilíaca. Essa articulação é uma juntura sinovial plana que une as faces articulares da asa do ílio com a asa do sacro.

Os ligamentos Sacroilíacos ventrais reforçam a cápsula articular na região ventral.

Os ligamentos sacroilíacos interósseos se estendem entre a tuberosidade ilíaca até a superfície dorsal da asa do sacro.

Os ligamentos sacroilíacos dorsais apresentam uma parte curta, que vai da tuberosidade sacral da asa do ílio até os processos mamilares; e uma parte longa, que vai da tuberosidade sacral passa na direção caudal e termina na parte lateral do sacro.

O ligamento sacrotuberoso situa-se caudolateralmente e liga o processo transverso da última vértebra sacral até a tuberosidade isquiática.

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Representação do ligamento sacrotuberoso.

2.2 ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL

Essa articulação une a o fêmur com o cinturão pélvico. O acetábulo dos ossos coxais se articula com a cabeça do fêmur com uma articulação do tipo esferoide.

Trata-se de uma diartrose simples, concordante (perfeita justaposição) e independente. E proporciona os movimentos de extensão, flexão e certa liberdade de movimentos de lateralidade.

A cápsula articular é fixada no lábio acetabular, cavidade ampla que recebe o ligamento da cabeça do fêmur. Esse ligamento se estende da fossa do acetábulo até a fóvea da cabeça do fêmur, sendo envolvido pela membrana sinovial.

O ligamento transverso do acetábulo mantém o ligamento da cabeça do fêmur em posição, estendendo-se como uma ponte sobre a incisura do acetábulo.

2.3 ARTICULAÇÃO DO JOELHO

A articulação do joelho une o fêmur com a Tiba e a fíbula por meio da articulação femorotibial e da articulação femoropatelar.

Trata-se de uma diartrose composta, discordante e independente do tipo gínglimo. Ela proporciona apenas os movimentos de flexão e extensão.

A cápsula envolve ambas as articulações e também a cavidade articular da articulação radioulnar.

2.3.1 Articulação femorotibial

Nessa articulação, que é do tipo condilar, os côndilos do fêmur ficam em oposição aos côndilos da tíbia. Isso é corrigido através de meniscos articulares, que são estruturas formadas por tecido fibrocartilagíneo que se posiciona entre os côndilos dos dois ossos.

Na margem externa dos meniscos, é fixada a cápsula articular através de sua membrana fibrosa, envolvendo assim os côndilos. A membrana sinovial se separa da lâmina externa, projetando-se entre os processos articulares. Desse modo, ela forma uma cavidade sinovial individual para cada côndilo. Essas bolsas (articulares lateral e medial) estão sempre em conexão e se comunicam também a articulação femoropatelar.

Ligamentos dos meniscos:

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Os ligamentos tibiais craniais dos meniscos unem a margem cranial dos mesmos com a área intercondilar lateral e medial da tíbia.

Os ligamentos tibiais caudais dos meniscos originam-se na margem caudal dos mesmos; o do menisco medial vai até a área intercondilar caudal da tíbia, enquanto que o do menisco lateral alcança a incisura poplítea da tíbia.

O ligamento menisco femoral se origina na margem caudal do menisco lateral e alcança a área intercondilar do côndilo medial do fêmur.

O ligamento transverso do joelho une os dois meniscos cranialmente.

Ligamentos da articulação femorotibial:

Os ligamentos colaterais lateral e medial se situam entre os epicôndilos do fêmur e da tíbia. O lateral se insere no côndilo lateral da tíbia e na cabeça da fíbula e o medial se insere no côndilo medial da tíbia.

Os ligamentos cruzados do joelho se situam entra as duas cavidades sinoviais.

O ligamento cruzado cranial se fixa no côndilo lateral do fêmur e na área intercondilar central da tíbia, enquanto o lig. cruzado caudal se estende do côndilo medial do fêmur até a incisura poplítea da tíbia.

2.3.2 Articulação femoropatelar

Nessa articulação, que é do tipo troclear, a patela se articula com a tróclea do fêmur, deslizando sobre ela a cada movimento de articulação do joelho.

O ligamento femoropatelar medial une a patela ao côndilo medial do fêmur, enquanto que o ligamento femoropatelar lateral, que é mais forte que o medial, surge no côndilo lateral e projeta-se para a parte também lateral da patela.

O ligamento patelar estabiliza a articulação femoropatelar, sendo constituído no tendão de inserção do m. quadríceps femoral. Ele liga a patela à extremidade proximal da tíbia.

Articulação da tíbia com a fíbula

Existem duas articulações que ligam a tíbia à fíbula, são elas: articulação tibiofibular proximal e a articulação tibiofibular distal. Há ainda uma membrana

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interóssea crural entro os corpos dos dois ossos. Essa membrana é formada por tecido conjuntivo.

As articulações tibiofibular proximal e medial são junturas sinoviais planas. Na proximal, a cavidade articular comunica-se com a bolsa sinovial da articulação femorotibial. A tibiofibular distal articula a extremidade distal da tíbia com a da fíbula.

Vistas cranial e cranial com extensão da cápsula da articulação do joelho esquerdo.

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Vista medial dos ligamentos cruzados e vista caudal da articulação do joelho esquerdo.

Vistas cranial e caudal da articulação do joelho esquerdo.

2.4 ARTICULAÇÕES DO PÉ

- A articulação do tarso une os ossos da perna, ossos do carpo e do metacarpo. Trata-se de uma diartrose composta, discordante e independente do tipo gínglimo que proporciona movimentos de extensão e flexão. Também permite, com grau restrito, movimentos de rotação e lateralidade.

A cápsula fixa-se na tíbia e envolve as articulações do tarso e do metatarso e sua membrana forma quatro bolsas sinoviais.

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É formada por três articulações:

Articulação tarsocrural – troclear do tipo gínglimo; a tróclea do talo se articula com a cóclea da tíbia e com a superfície distal da fíbula.

Articulações talocalcânea central – unem o talo e o calcâneo com o osso társico central. Promove amplos movimentos de rotação e lateralidade.

Articulação centrodistal – juntura sinovial plana; articula o osso társico central com o primeiro, segundo e terceiro ossos társicos.

Articulações intertársicas – tipo sinovial plana; ossos de uma fileira se articulam entre si.

Articulações tarsometatársicas – tipo sinovial plano; articula os ossos da fileira distal com os ossos do metatarso

O ligamento társico colateral lateral longo se origina no maléolo lateral (fíbula) e se estende até os ossos metatársicos laterais (terceiro e quarto).

O ligamento társico colateral lateral curto surge no maléolo lateral (fíbula) e se insere no calcâneo e talo.

O ligamento társico colateral medial longo se origina no maléolo medial e se estende até os ossos metatársicos mediais (segundo e terceiro)

O ligamento társico colateral medial curto parte do maléolo medial e se insere no calcâneo e talo, se prolongando em forma de leque até os ossos metatársicos mediais.

O ligamento társico dorsal tem forma de leque, surgindo na saliência medial do talo e alcançando os metatarsosno maléolo medial e se insere no calcâneo e talo, se prolongando em forma de leque até os ossos metatársicos mediais (segundo e terceiro).

O ligamento plantar longo surge distalmente ao calcâneo e se insere proximalmente aos ossos társico central e tarsal quarto e nos metatarsos terceiro e quarto.

- As articulações entre os ossos do metatarso e as falanges são similares àquelas mencionadas no membro torácicos, com diferenças mínimas.

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MÚSCULOS DO CRÂNIO

A superfície da cabeça e do tronco é envolta, sob a pele, por fáscias que servem à origem ou a à inserção dos músculos sob a forma de tecido conjuntivo denso e superficialmente estendido. Além disso, providenciam sua mobilidade entre si e formam envoltórios para órgãos profundos (por exemplo, no pescoço, para o esôfago, para a traqueia, para as glândulas salivares). As fáscias envolvem, superficialmente, em seus espaços intersticiais profundos, ao lado de vasos e nervos, a musculatura cutânea. Conforme a posição que ocupam, podem ser distinguidas as seguintes fáscias: fáscias superficiais e fáscias profundas.

Fáscia superficial da cabeça

Envolve, nos carnívoros, toda a cabeça, sendo facilmente deslocável. Cobre a glândula parótida, o músculo masseter e o músculo temporal. Além disso, ela envolve os músculos cutâneos da cabeça, bem como a musculatura lateral superficial da orelha. Em direção ao ápice do nariz (rostral), inserem-se nela os músculos da bochecha e do nariz; em direção ventral e caudalmente, ela se prolonga com a fáscia cervical.

Fáscia profunda da cabeça

A fáscia profunda da cabeça recobre, como fáscia bucofaríngea, amplas regiões da superfície lateral da mandíbula, fundindo-se em alguns lugares com a fáscia superficial da cabeça. Uma lâmina da fáscia profunda da cabeça liga-se com a mucosa da bochecha, enquanto uma camada situada superficialmente ocorre sob o músculo masseter e passa sobre a musculatura da face para a crista facial, inserindo-se nela. Algumas unidades musculares da face (por exemplo, o m. bucinador ou m. canino) são envolvidos por essa fáscia ,e, na região dorsal do nariz, a fáscia profunda une-se à fáscia superficial. Em direção ao pescoço, a fáscia profunda da cabeça se dirige para a fáscia faríngea, que se origina no esfenoide e se e se insere dorsalmente na margem mandibular, assim como no estilo-hióide e no tireo-hióide. A fáscia profunda da cabeça situa-se sempre sob os vasos maiores da cabeça.

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1. Músculos cutâneos da cabeça

Os músculos cutâneos da cabeça estão dispostos na fáscia superficial e, como parte da musculatura fácil, são inervados exclusivamente pelo nervo facial. Dentre eles, podem ser distinguidos:

- músculo esfíncter superficial do pescoço

- músculo cutâneo da face

- músculo esfíncter profundo do pescoço

- músculo frontal

- músculo zigomático

O músculo esfíncter superficial do pescoço atua apenas nos carnívoros como tensor da fáscia laringomandibular e estende-se como um fino ligamento muscular transversal e ventral da região laríngea em direção caudal ao longo do pescoço.

O músculo cutâneo da face representa uma extensa lâmina muscular sobre o músculo masseter. Ele retrai o ângulo comissural da boca e atua na tensão e movimentação da pele da cabeça.

O músculo esfíncter profundo do pescoço situa-se sob o platisma, ou músculo cutâneo da face, na superfície lateral do pescoço e da cabeça.

O músculo frontal, nos suínos e nos ruminantes, atua no enrugamento e na movimentação da pele da fronte, já nos carnívoros não desempenha essa função.

2. Músculos da cabeça (Musculi capitis)

Os músculos da cabeça agrupam-se de acordo com seu desenvolvimento embrionário, sua inervação ou sua função.

A musculatura facial e mastigatória do primeiro e do segundo arcos branquiais, e, a partir do terceiro e do quarto arcos, desenvolvem-se as paredes laterais e ventrais da parte superior da faringe e seus órgãos. Os nervos do arco branquial que as acompanham, o quinto, sétimo, nono e o décimo nervo cranianos, ficam durante toda a vida ligados a esses músculos.

3. Musculatura da face ou facial

A musculatura da face ou facial divide-se em uma camada superficial e em uma profunda, sendo ambas fundamentalmente inervadas pelo nervo facial.

A camada superficial inclui a musculatura cutânea da cabeça e do pescoço, bem como um grande número de músculos menores, responsáveis pelo movimento

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dos lábios, das fossas nasais, das bochechas, das pálpebras e das orelhas. Esse grupo muscular superficial também pode ser designado, em um sentido mais geral, como musculatura mímica.

A camada mais profunda abrange os músculos dispersos na cabeça, os quais estão conectados com o hióide ou são compreendidos como parte do músculo digástrico ou situados na orelha média. A musculatura facial profunda é inervada por ramos profundos do VII nervo craniano, o nervo facial.

A musculatura facial classifica-se em:

Músculos dos lábios e das bochechas:

- músculo orbicular da boca;

- músculos incisivos;

- músculo levantador nasolabial;

- músculo canino;

- músculo depressor do lábio superior;

- músculo depressor do lábio inferior;

- músculo mentoniano;

- músculo zigomático;

- músculo bucinador.

Músculos do nariz

- músculo dilatador apical do nariz;

- músculo dilatador médio do nariz;

- músculo nasal lateral;

- músculo transverso do nariz.

Músculos extra-orbitais das pálpebras

- músculo orbicular do olho;

- músculo levantador ângulo medial do olho;

- músculo retrator ângulo lateral do olho;

- músculo malar.

Músculo da orelha

- músculo tensor da cartilagem escutiforme;

- músculo parotidoauricular;

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- músculo auriculares caudais

- músculo auriculares dorsais

- músculo auriculares rostrais

- músculo auriculares profundos

- músculo estiloauriculares

Músculos do lábio e da bochecha

Nome / inervação Origem Inserção FunçãoM.orbicular da boca N. facial

Músculo esfinctérico

/ / / / / / / / / / / / / / / Fechar a fenda bucal

Mm.incisivosN. facial

Arco alveolar M.orbicular da boca

Eleva o lábio superior e Traciona os lábios

M.elevadorNasolabialN.facial

Fronte e dorso do nariz

M.orbicular da boca lateralmente ao orifício nasal

Aumenta o orifício nasal e Eleva o lábio superior

M.caninoN.facial

Rostral à crista facial

Lateralmente ao orifício nasal

Dilata o orificionasal e traciona caudalmente o lábio superior

M.zigomáticoN. facial

Arco zigomático M.orbicular da boca

Traciona caudalmente o ângulo da boca

M.bucinadorN. facial

Borda da mandíbula

Tendão central Estreita o vestíbulo da bochecha.

M.mentalis

N.facial

Lateralmente à parte incisiva da mandíbula

Mento Movimenta o mento

M.drepressor da lábio inf.

Tuberosidade maxilar

Labio inferior Baixa o lábio enferior

N.facial

4. Músculos do nariz

Os músculos do nariz são formados rudimentarmente nos carnívoros e no suíno; somente nos ruminantes e nos equinos são dignos de atenção.

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5. Músculos extra-orbitais das pálpebras

O músculo orbicular do olho representa uma lâmina muscular circular, ampla e fechada em si mesma, que adere em torno da fenda palpebral, como músculo de fechamento.

O músculo levantador da pálpebra superior, representado por uma lâmina muscular tênue, mais desenvolvida nos carnívoros, origina-se na fáscia frontal e insere-se na pálpebra superior. No cão, a contração desse músculo provoca a frequente ‘’ expressão de piedade’’.

O músculo retrator do ângulo lateral do olho, que só ocorre nos carnívoros, origina-se na fáscia temporal e traciona as pálpebras caudalmente.

O músculo malar é visto como um segmento do músculo esfíncter profundo do pescoço e é pouco desenvolvido, com exceção dos ruminantes. No cão, esse músculo origina-se na fáscia rostral e órbita, parcialmente coberto pelo platisma, com alguns feixes isolados, que seguem em direção dorsoventral da margem mandibular e ventralmente para a região do maxilar.

6. Músculos do pavilhão auricular

Os animais domésticos possuem um grande número de pequenos músculos auriculares, os quais parcialmente se originam da lâmina cartilaginosa triangular ou quadradra, da cartilagem escutular, ou diretamente do crânio, inserindo-se, com fibras radiais em forma de estrela, no pavilhão auricular.

O grupo tensor da cartilagem escutular é representado por finas lâminas musculares aderidas ao crânio, podendo alterar a sua posição. Segundo sua posição, distingue-se o músculo frontoescutular, o músculo entre as cartilagens e o músculo cervicoescutular.

O músculo parotidoauricular é uma estreita lâmina muscular com origem na fáscia cervical ventral e inserção na base do pavilhão auricular, tracionando a orelha para baixo e para trás.

Os músculos auriculares caudais permitem distinguir um abdutor longo e um abdutor curto, ambos oriundos da região caudal da cabeça e da região cervical cranial, inserindo-se lateralmente no pavilhão auricular. Os dois músculos deslocam os pavilhões auriculares para fora, sendo capazes também de puxá-los para trás.

Os músculos auriculares dorsais representam um grupo de três músculos que se originam na região cervical, na abóbada craniana e no pavilhão auricular, dirigindo-se para a superfície dorsal do pavilhão auricular. Além da função de elevar o pavilhão da orelha, esses músculos são capazes de puxar a orelha para trás e para frente

Os músculos auriculares rostrais são um grupo quatro músculos menores, classificados segundo a sua posição. Podem ser diferenciados um adutor, um adutor médio, um adutor inferior e um abdutor. Todos os músculos aproximam-se da margem dorsomedial da orelha e participam da elevação da orelha

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Os músculos auriculares profundos têm origem na face profunda da cartilagem escutiforme e inserem-se na base da concha. Conforme sua extensão, diferenciam-se um rotador longo e um rotador curto.

O músculo estiloauricular é um músculo estreito, que vai para o bordo medial da orelha e encurta o conduto auditivo. A inervação dos músculos do pavilhão auricular ocorre através de dois ramos do nervo facial. Estes ramificam-se após a saída do forame estilomastóideo e seguem em direção rostral e caudal para os músculos auriculares dorsais.

7. Musculatura da mastigação e superficial da laringe

A musculatura da mastigação e superficial da laringe é inervada pelo nervo mandibular, o principal dos três ramos emitidos pelo primeiro nervo do arco branquial, o nervo trigêmeo. Esse grupo muscular promove a elevação da mandíbula. Esses músculos proporcionam, como os mais importantes músculos da mandíbula, o deslocamento para cima, a compressão, a tração para o lado e os movimentos mastigatórios.

Os músculos da mastigação e superficiais do espaço mandibular podem ser divididos em:

Musculatura da mastigação

- músculo massater

- músculos pterigoideos

- músculo temporal

Musculatura superficial do espaço mandibular

- músculo digástrico

- músculo milo- hioideo

8. Músculos superficiais da laringe

Os músculos superficiais da laringe desempenham a função de sustentar os músculos mastigatórios situam-se na musculatura profunda da língua

O músculo digástrico só tem seu nome justificado no equino, porque somente neste animal observam-se dois ventres separados por um tendão intermediário. Nos outros animais domésticos, esta separação é marcada apenas por um feixe conjuntivo fibroso. O músculo digástrico origina-se no processo paracondilar. O ventre rostral

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do músculo digástrico é invervado pelo nervo milo-hióideo, ramo do nervo mandibular, e o ventre caudal pelo ramo digástrico, ramo do nervo facial.

Nos carnívoros, esse músculo possui um ventre resistente, apresentando fibras tendinosas separando as duas estruturas musculares.

O músculo milo-hiódeo é, em sentido geral, um músculo auxilar da língua, tendo em vista a sua inervação pelo nervo milo-hiódeo, ramo do nervo mandibular. É considerado também um músculo auxiliar da mastigação. Esse músculo situa-se entre as duas faces mediais da mandíbula. A partir de sua origem na linha milo-hiódea, as fibras musculares laminares, de forma plana, dirigem-se em sentido ventral e medial, juntando-se medianamente em uma rafe conjuntiva; sobre essa musculatura, situa-se a língua ,que, na contração desse músculo, é pressionada contra a abóbada palatina.

9. Movimentadores especiais da cabeça

Os movimentadores especiais da cabeça poderiam ser designados de modo sistemático como músculos cervicais, uma vez que são funcionalmente vistos como prolongamentos da musculatura do pescoço. Os músculos movimentadores especiais da cabeça atuam na coordenação dos movimentos, principalmente das articulações atlanto-occipital e atlantoaxial. A este grupo pertencem os músculos que inclinam e movimentam bruscamente a cabeça, mas também que mudam o posicionamento da cabeça obliquamente de trás para frente na limpeza do corpo.

O músculo reto dorsal maior da cabeça situa-se entre o processo espinhoso do áxis e a porção escamosa do occipital. Nesse músculo, é possível reconhecer uma porção superficial e uma profunda, as quais, nos carnívoros e nos suínos, unem-se no plano longitudinal mediano.

O músculo reto dorsal menor da cabeça situa-se sobre a membrana atlanto-occipital dorsal. Recoberto pelo músculo reto dorsal maior da cabeça, ele se origina no atlas e se insere no occipital. Nos carnívoros, assim como nos equinos, ele atua sobre o arco dorsal do atlas e superfície nucal do osso occipital. Ambos os músculos retos da cabeça atuam como extensores da articulação atlanto-occipital e, desta forma, elevam a cabeça.

O músculo reto lateral da cabeça apresenta-se como uma lâmina muscular tênue na fossa atlântica, tracionando o arco ventral do atlas até o processo paracondilar. Ele flexiona a articulação atlanto-occipital e inclina a cabeça

O músculo reto ventral da cabeça situa-se entre o arco ventral do atlas e o basioccipital, no qual ele se insere entre o tubérculo muscular e a bula timpânica flexiona a articulação atlanto-occipital.

O músculo oblíquo cranial da cabeça é um músculo curto, que se situa entre o atlas e o occipital, recoberto pelo músculo esplênio e por uma parte do músculo braquiocefálico. Nos carnívoros, sua porção principal encontra-se ventrolateralmente à asa do atlas, inserindo-se no processo mastóideo do osso temporal e na cristal

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nucal. Esse músculo, agindo em conjunto, é extensor da cabeça e isoladamente flexiona a cabeça ventrolateralmente.

O músculo oblíquo caudal da cabeça apresenta suas fibras dispostas obliquamente do processo espinhoso do áxis até a asa do atlas. Agindo isoladamente, ele permite que a cabeça gire lateralmente e, atuando em conjunto, fixa a articulação atlantoaxial.

O músculo longo da cabeça, agindo em conjunto, é flexor da cabeça e, isoladamente, desvia a cabeça lateralmente. Esse músculo situa-se, nos carnívoros, profundamente, fixando-se nos processos transversos da 2º a 6º vértebras cervicais, inserindo-se no processo muscular do basioccipital. Esse músculo flexiona as vértebras lateralmente. Ele é inervado pelos ramos ventrais do 1º até o 6º ramo ventral dos nervos cervicais.

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Face lateral direita dos músculos crânio/ Dissecação superficial

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Face lateral direita dos músculos do crânio/ Dissecação Profunda

MÚSCULOS DO PESCOÇO, TRONCO E CAUDA

Do tronco do animal originam-se músculos para a cabeça, mas também para as extremidades, servindo para a fixação dos membros toráxicos ao tronco. Este, por sua vez, divide-se em tórax e abdômen.

Os músculos que constituem essa região do corpo animal dividem-se em:

- Mm. cervicais;

- Mm. dorsais;

- Mm. torácicos;

- Mm. abdominais e

- Mm. da cauda.

1. MÚSCULOS CERVICAIS

Os músculos cervicais estendem-se da nuca e superfície lateral do pescoço ao tórax, e alguns deles estão associados com o aparelho hióideo.

O M. esplênio situa-se entre o occipital e a cernelha. Ele é lateralmente coberto de forma ampla pelos músculos superficiais, localizando-se, por sua vez, sobre os músculos longos do pescoço. Tem sua origem no ligamento dorso-escapular e no ligamento da nuca, e termina nos processos transversais das vértebras cervicais médias (da 3ª até a 5ª vértebra). O músculo esplênio, em ação conjunta, estende o

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pescoço e a cabeça, e pode flexioná-lo lateralmente, em ação isolada. Inervação: ramos dorsais dos nervos cervicais e torácicos.

O M. longo do pescoço situa-se ventralmente às vértebras cervicais e torácicas craniais, em direção à cabeça; sua parte torácica origina-se nos corpos das primeiras cinco ou seis vértebras torácicas e termina nas duas últimas vértebras cervicais. Esse músculo flexiona a coluna cervical. Inervação: ramos ventrais dos nervos cervicais.

Os Mm. escalenos são dois músculos que se projetam da primeira costela, assim como das superfícies laterais da 8ª a 3ª costela, para os processos transversos da 7ª até 3ª vértebra cervical. O músculo escaleno médio origina-se na 1ª costela, já o músculo escaleno dorsal pode ter sua origem entre a 1ª e 8ª costela. Esses músculos fixam, flexionam ventral e lateralmente o pescoço e auxiliam na inspiração. Inervação: ramos ventrais do 5º-8º nervos cervicais e 1º-2º nervo torácico.

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Os Mm. hióideos abrangem todos os músculos associados ao osso hióide. Esses músculos são responsáveis, em sua totalidade, pelos movimentos da língua. Os principais músculos que incorporam esse grupo são: músculo esternoióideo e o músculo esternotireoióideo.

O esternoióideo situa-se ventralmente à traquéia como uma fita muscular relativamente potente. Origina-se no manúbrio do esterno e na primeira costela, juntando-se no plano longitudinal mediano, com o do lado oposto, bem como com o músculo esternotireoióideo, terminando no corpo do hióide.

O esternotireoióideo separa-se na metade da região cervical ventral do músculo esternoióideo, inserindo-se na cartilagem tireóidea.

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2. MÚSCULOS DORSAIS

Os músculos dorsais incluem todos os músculos situados dorso-lateralmente à coluna vertebral cervical, torácica e lombar, originando-se em seus processos espinhosos vertebrais.

Segundo sua posição e considerando o trajeto das porções musculares, pode ser feita uma subdivisão sistemática em músculos dorsais longos e curtos.

Os. Mm. dorsais longos estão ordenados sob forma de dois estratos musculares alongados, e denominados sistemas lateral e medial.

Mm. do sistema lateral:

a) M. iliocostal: é um músculo estreito, alongado, constituído por vários feixes de fibras isoladas. Tem origem na crista ilíaca da asa do osso ilíaco e nos processos transversais das vértebras lombares, bem como na lâmina de origem tendinosa comum com o músculo longo do dorso, e passa dorsalmente sobre o ângulo das costelas, inserindo-se na última vértebra cervical. Possui duas porções de acordo com a parte em que se localiza do animal, são elas: lombar e torácica. Inervação: ramos dorsais dos nervos torácicos e dos nervos lombares.

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b) M. longo (dorsal, da cabeça e atlas): forma importantes partes da musculatura para-axial do tronco. É o músculo mais longo do corpo, cobrindo a parte do sacro e do ílio e toda a região dorsal do pescoço até a cabeça. A parte dosal desse músculo tem origem nos processos espinhosos do sacro, das vértebras torácicas e lombares, e no ílio; enquanto a porção da cabeça e atlas originam-se nos processos transversos das duas primeiras vértebras torácicas e últimas vértebras cervicais. As funções do músculo longo são diversas, sendo elas, a extensão da coluna vertebral; agindo em conjunto, estensão da cabeça e pescoço, inclinação da cabeça e pescoço, lateralmente, agindo de forma isolada. Inervação: ramos dorsais dos nervos cervicais, torácicos e lombares.

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Mm. do sistema medial:

a) M. espinhal e semi-espinhal torácico e cervical: situa-se exclusivamente entre os processos espinhosos. Constitui-se de numerosos músculos isolados, que abrangem, as vértebras lombares e as 5ª e 6ª últimas vértebras torácicas até as vértebras cervicais craniais. Esse grupo muscular atua na fixação e no levantamento do pescoço, e também na flexão lateralmente de ambos. Inervação: ramos dorsais dos nervos cervicais, torácicos e lombares.

b) M. semiespinhal da cabeça: é considerado um prolongamento do músculo espinhal e semi-espinhal torácico e cervical sobre a região occipital, lateralmente envolvido pelos músculos longo e esplênio. Conforme sua posição, uma porção dorsomedial pode ser diferenciada como músculo biventer cervical e uma porção ventrolateral como músculo complexo. Quando em contração bilateral, é extensor da cabeça; quando em contração unilateral, inclina lateralmente o pescoço e a cabeça. Inervação: ramos dorsais dos nervos cervicais.

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c) Mm. multífidos: formam a camada mais profunda dos músculos longos do pescoço e dorso. Tem origem nos processos articulares e mamilares do sacro até a 3ª vértebra cervical. Sua função é de fixação e rotação das vértebras e elevação da cabeça. Inervação: ramos dorsais dos nervos cervicais, torácicos e lombares.

Os Mm. dorsais curtos são desdobramentos curtos intersegmentares. Esse grupo estende-se entre os processos transversos das vértebras (músculos intertransversais) e entre os processos espinhosos (músculos interespinhais).

Mm. interespinhais: originam-se dos corpos vertebrais da região cervical até as primeiras vértebras lombares entre cada processo espinhoso. Contribuem para a flexão da coluna vertebral. Inervação: ramos dorsais dos nervos torácicos e ramos dorsais dos nervos lombares.

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Mm. intertransversais: situam-se entre os processos transversos ou entre os processos mamilares da coluna vertebral. Este grupo muscular atua na movimentação da coluna vertebral cervical e lombar, auxiliando a fixação das articulações intervertebrais. Inervação: ramos dorsais dos nervos cervicais, torácicos e lombares.

3. MÚSCULOS TORÁCICOS (músculos respiratórios)

Os músculos do tórax inseremse fundamentalmente nas costelas e nas cartilagens costais. São os músculos que cobrem os espaços intercostais, bem como os músculos menores adjacentes às costelas. O músculo respiratório mais importante é o diafragma, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal.

Distinguem-se músculos respiratórios que atuam sobre a expansão do espaço torácico, em consequencia do fluxo de ar para o pulmão, realizando a inspiração. Outros servem à diminuição do espaço torárico na expiração. Os inspiradores giram as costelas para frente e para fora; os expiradores para trás e para dentro.

Os Mm. serráteis dorsais originam-se da fáscia toracolombar e do ligamento supra-espinhoso, inserindo nas costelas, lateralmente aos músculos iliocostais. Conforme o trajeto de suas fibras musculares, podem ser diferenciados um músculo serrátil dorsal cranial e um músculo serrátil dorsal caudal.

O M. serrátil dorsal cranial: origina-se nas primeiras 6 a 8 vértebras torácicas até a fáscia toracolombar, inserindo-se na superfície lateral da 3ª até a 10ª costela. Em sua contração, esse músculo gira as costelas para fora, servindo, assim, à inspiração. Inervação: nervos intercostais.

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O M. serrátil dorsal caudal: origina-se na fáscia toracolombar, inserindo-se da 9ª à 13ª costela. Realiza a rotação das costelas para trás e para dentro, atuando, assim, na expiração. Inervação: nervos intercostais

Os Mm. intercostais permitem distinguir pelo menos duas camadas, cujas fibras se sobrepõem, cruzando em ângulo reto de uma camada para outra.

Os Mm. intercostais internos: situam-se mais profundamente no espaço intercostal, passando em direção caudocranial e dorsoventral, da margem cranial de uma costela para a margem caudal da costela precendente. Inervação: nervos intercostais.

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Os Mm. intercostais externos: atuam na expiração, preenchendo os espaços da extremidade proximal até a distal da costela. Na região da última costela, podem ser isolados dois a três feixes musculares, que, situados medialmente aos nervos intercostais, são designados como músculos subcostais que juntamente com o músculo retrator da costela, atuam na expiração. Inervação: nervos intercostais.

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O M. retrator da costela: origina-se nos processos transversos da primeira vértebra lombar e na fáscia toracolombar, inserindo-se na última costela. Inervação: nervo costoabdominal e nervo ilioipogástrico.

Os. Mm. levantadores das costelas: aparecem como auxiliares dos músculos intercostais externos e dificilmente são isolados dos mesmos. Se originam no processo transverso e mamilar da primeira até a penúltima vértebra torácica com trajeto oblíquo em direção caudoventral até o ângulo da costela subsequente, em cuja

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margem cranial se inserem todos os feixes musculares. São cobertos pelo músculo iliocostal e pelo músculo longuíssimo dorsal. Atuam na inspiração. Inervação: ramos dorsais dos nervos torácicos.

O M. transverso do tórax: situa-se internamente ao esterno e às cartilagens costais verdadeiras Representa uma lâmina muscular triangular, que se origina no ligamento esterno, e insere-se nas cartilagens costais da 2ª até a 8ª costela, atuando na expiração. Inervação: nervos intercostais.

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O M. reto do tórax: origina-se na 1ª costela em trajeto craniocaudal e dorsoventral, inserindo-se na margem cranial da 4ª cartilagem costal. Esse músculo atua como auxiliar na inspiração. Inervação: nervos intercostais.

O Diafragma é uma lâmina muscular abobadada no espaço torácico, que separa a cavidade torácica da abdominal como uma parede tendínea-muscular.

Na cavidade torácia, o diafragma é recoberto pela pleura pariental e ligado ao coração e ao pulmão por meio de lâminas serosas. Na cavidade abdominal, é revestido pelo peritônio, cujas lâminas serosas, atuando como ligamentos suspensores, mantêm o fígado unido ao mesmo.

Durante a inspiração, a forma do diafragma torna-se romba-cônica. Na expansão da cavidade torácica, os órgãos abdominais são deslocados em direção caudal, e a parede abdominal é arqueada em ambos os lados. Durante a expiração, o diafragma relaxa, e os órgãos abdominais deslocam-se em direção à cavidade torácica.

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4. MÚSCULOS ABDOMINAIS

Os músculos abdominais representam lâminas musculares largas e relativamente finas que, juntamente com suas aponeuroses, formam, com o músculo reto do abdômen, a base músculo-tendínea da parede abdominal.

Os músculos abdominais originam-se na margem cranial da pelve, na região torácica, formando a parede abdominal lateral e ventral. Inserem-se na mediana da linha alba, bem como no tendão pré-púbico e no ligamento inguinal.

Esses músculos apresentam funções múltiplas. Basicamente, assumem, como parte da construção do tronco do corpo, funções estático-dinâmicas de suspensão, de apoio e sustentação das vísceras. Esses músculos participam na fase final da expiração de modo bastante ativo, principalmente na respiração de esforço. Eles participam também na locomoção do animal, servem para a fixação da coluna vertebral durante a locomoção; havendo contração unilateral, o tronco flexiona; havendo tensão bilateral, ocorre uma flexão do dorso.

Podem ser distinguidos quatro músculos na parede abdominal:

O M. oblíquo externo do abdômen é coberto parcialmente pela fáscia profunda do tronco, pela túnica amarela abdominal, pela fáscia superficial do tronco e pelo músculo cutâneo do tronco. É o mais superficial dos quatro músculos abdominais. Tem sua origem da última até a 4ª costela, alternando suas digitações com as do músculo serrátil ventral. Insere-se na linha alba e ligamento inguinal. Inervação: ramos ventrais dos nervos torácicos e lombares.

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O M. oblíquo interno do abdômen origina-se na tuberosidade coxal, bem como proximalmente no ligamento inguinal e nos processos transversos das vértebras lombares e da fáscia toracolombar. Insere-se também na linha alba, e no arco costal. Inervação: ramos ventrais dos nervos torácicos e lombares.

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O M. transverso do abdômen situa-se medialmente ao músculo oblíquo interno do abdômen e é o menor dos músculos abdominais. Tem sua inserção na linha alba. Como a inserção desse músculo alcança a tuberosidade coxal, a lâmina interna da bainha do músculo reto está ausente na região caudal. Inervação: ramos ventrais dos nervos torácicos e lombares.

O M. reto do abdômen situa-se ventralmente à parede abdominal e é envolvido pelas aponeuroses dos outros músculos abdominais. Origina-se na cartilagem costal das costelas esternais e na superfície adjacente ao esterno, inserindo-se no tendão pré-púbico. Inervação: ramos ventrais dos nervos torácicos e lombares.

5. MÚSCULOS DA CAUDA

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A cauda desempenha diversas funções, uma vez que possui bastante mobilidade e pode co-influenciar os movimentos do corpo. Além disso, sua posição e seus movimentos atípicos são, muitas vezes, a expressão de reações individuais e psíquicas. Os músculos da cauda situam-se regularmente ordenados ao redor das vértebras caudais, representam o prolongamento dos músculos da coluna vertebral ou dos músculos da pelve.

Distinguem-se como músculos vertebrocaudais, segundo sua posição e sua função:

Obs.: Todos os músculos a seguir são inervados pelos nervos sacrais e caudas.

Os Mm. levantadores da cauda: passam dorsalmente sobre as vértebras caudais e sobre o sacro até a última vértebra lombar.

O M. sacrocaudal dorsal medial: situa-se da 6ª a 7ª vértebras lombares, em ambos os lados, até a última vértebra caudal. Distinguem-se feixes de fibras musculares profundos e curtos que passam do processo espinhoso da vértebra precedente para o processo mamilar da vértebra seguinte.

O M. sacrocaudal dorsal lateral: ele surge da aponeurose do músculo longo, sendo esta a origem nos processos mamilares, da 2ª até a 7ª vértebra lombar, nos processos articulares do sacro e nos rudimentos dos processos mamilares das primeiras oito vértebras caudais.

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O M. sacrocaudal ventral medial (flexor curto da cauda): situa-se na última vértebra sacra até a extremidade da cauda ventralmente. Esse músculo forma um sulco, que abriga a A. e a V. caudal mediana.

O M. sacrocaudal ventral lateral (flexor longo da cauda): tem a sua origem em forma de numerosos músculos isolados lateral e ventralmente ao músculo sacrocaudal ventral medial do corpo da última vértebra lombar e do sacro. Inserem-se na porção caudal do sacro e nas primeiras vértebras caudais.

Os Mm. intertransversais da cauda atuam movimentando lateralmente a cauda. Situam-se entre o levantador longo e o flexor longo da cauda, lateralmente à região sacral. Esse grupo muscular está localizado entre os processos transversos das vértebras caudais. Movimenta a cauda lateralmente.

O. M. iliocaudal tem origem medialmente no corpo do ílio, e inserção no processo hemal da primeira vértebra caudal. Ele termina na fáscia caudal e nos processos hemais da 1ª até a 3ª vértebra caudal, nos gatos; e da 4ª até a 7ª, no cão. Juntamente com o músculo pubocaudal, tem a função de abaixar a cauda.

O M. pubocaudal origina-se na sínfise púbica, inserção no processo hemal da primeira vértebra caudal, e termina, também, na fáscia caudal e nos processos hemais. Músculo que abaixa a cauda.

O M. coccígeo (flexor lateral longo da cauda) origina-se à frente do músculo obturador interno, na espinha isquiática, inserindo-se nos processos transversos da primeira vértebra caudal. Atua movimentando a cauda lateralmente, por ocasião de uma contração bilateral alternada.

MÚSCULOS DOS MEMBROS

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1. MEMBRO TORÁCICO

A miologia do membro torácico compreende a musculatura do cinturão escapular e a musculatura própria do membro torácico, que engloba as musculaturas do ombro, braço, antebraço e mão.

1.1 MUSCULATURA DO CINTURÃO ESCAPULAR

Os músculos desse grupo compreendem a região que liga o membro torácico com a cabeça, pescoço e tronco. Originam-se na região escapular, dorso e porção lateral do tronco e se inserem na escapula e no úmero. A musculatura do cinturão pode ser dividida em uma camada superficial e uma profunda.

1.1.1 Músculos da camada superficial

A camada Compreende os músculos: trapézio, esternocefálico, braquiocefálico, omotransverso, grande dorsal e mm. peitorais superficiais.

O m. trapézio é plano, triangular e posiciona-se superficialmente. Tem sua origem no ligamento supraespinhal do tórax, da terceira vértebra cervical ate à nona vértebra torácica. As fibras do músculo convergem para fazer a inserção ao longo da espinha da escápula, acima do acrômio.

Função: fixação do ombro; direciona, eleva e abduz o membro. | Inervação: Ramo dorsal do nervo acessório. | Irrigação: artéria cervical profunda; artéria intercostal dorsal

O m. esternocefálico tem origem no manúbrio do esterno. Da origem, uma porção direita e uma esquerda se divergem na direção cranial, formando o m. esterno-occipital, que se insere na linha da nuca; e o m. esternomastoideo, que tem sua inserção na parte mastoide do osso temporal.

Função: flexão do pescoço e da cabeça nos dois lados; lateralidade quando da contração de um só lado; fixação da cabeça durante a deglutição | Inervação: ramo ventral do nervo acessório | Irrigação:

O m. braquiocefálico é longo e plano, se estendendo entre o braço, pescoço e cabeça. É composto pelo m. clidobraquial, que tem origem na intersecção tendínea clavicular e inserção na crista curva ventral à tuberosidade deltoide do úmero; e pelo m. clidocefálico, que vai do tendão clavicular até a cabeça e até a parte cranial do pescoço. O clidocefálico possui uma parte lateral e superficial, o clidocervical, e uma parte profunda, o clidomastoideo.

Função: Extensão do ombro | Inervação: N. acessório; Nn cervicais; N. axilar | Irrigação: artéria cervical superficial; carótida comum; vertebral; torácica externa; e braquial

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O m. omotransverso conecta a asa do atlas e o processo transverso da 2ª vértebra cervical (origem) com a espinha da escápula (inserção). Sua margem ventral se une com a parte cervical do m. trapézio.

Função: Lateralidade e flexão da região cervical. Projeção da escápula e fáscia do ombro. | Inervação: N. acessório. | Irrigação:

O m. grande dorsal tem formato de leque que tem como origem a lâmina superficial da fáscia toracolombar e as duas últimas costelas. Com a orientação de fibras caudoventral, ele acompanha a margem caudal da escápula e tem sua inserção na tuberosidade redonda maior do úmero, juntamente com o m. redondo maior.

Função: Flexão da articulação do ombro. | Inervação: N. toracodorsal através do plexo braquial. | Irrigação: artéria subescapular; toracodorsal; intercostal dorsal; e lombar

O m. peitoral superficial tem como origem a linha média do esterno, da 1ª à 6ª cartilagem dorsal. Os feixes de fibras correm lateralmente até a sua inserção, na crista úmero, juntamente com o m. clidoraquial.

Função: Projeção do membro cranial e caudalmente; lateralidade do tronco. | Inervação: Nn. Torácicos craniais e caudais. | Irrigação: artéria torácica interna; externa; cervical superficial;

Vista lateral dos músculos do cinturão escapular

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Vista ventral dos músculos do cinturão escapular

1.1.2 Músculos da camada profunda

Esses músculos participam do movimento das extremidades e da região vertical, assim como também servem como aparelho de suspensão musculoso. Essa musculatura compreende os músculos peitoral profundo, romboide e serrátil ventral.

O m. peitoral profundo é forte e tem como origem o esterno, desde a 4ª cartilagem costal. É formado por uma porção principal profunda e por uma oprção superficial lateral. As fibras das duas porções seguem ventrolateralmente para sua inserção, no tubérculo menor do úmero.

Função: Direcionamento do membro na direção caudal; extensão e direcionamento do tronco na direção cranial; extensão da art. do ombro. | Inervação: Nn. Torácicos caudais.

O m. romboide é constituído por três porções, a torácica, a cervical e a da cabeça. A origem da porção torácica acontece nas espinhas torácicas, diretamente acima da escápula. A porção cervical se origina cranialmente até a terceira vértebra e depois é contínuo com a porção do tórax na terceira espinha torácica. A porção da cabeça tem origem na crista nucal. As três partes fazem sua inserção ao longo da borda vertebral da escápula.

Função: Fixa e direciona cranialmente o ombro; estende o membro e a região cervical. | Inervação: Ramos ventrais dos nervos cervicais e torácicos. | Irrigação: artéria cervical profunda

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O m. serrátil ventral possui uma porção serrátil ventral cervical e uma porção serrátil ventral torácica. Elas têm origem nos processos transversos da das cinco últimas vértebras cervicais e da porção média das primeiras sete costelas. Os feixes de músculo convergem para a inserção, na face serrátil da escápula.

Função: Suspensão do tronco; movimento da escápula e do tronco. | Inervação: Ramos dorsais e ventrais dos nervos cervicais; N. torácico longo. | Irrigação: artéria cervical profunda; vertebral; intercostal dorsal.

Representação dos músculos profundos do cinturão escapular

1.2 MUSCULATURA PRÓPRIA DO MEMBRO TORÁCICO

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Os músculos dessa região servem nos movimentos de cada parte dos membros torácicos, atuando preferencialmente como extensores e flexores das articulações. Podem também atuar nos movimentos de rotação abdução e adução de maneira mais restrita.

1.2.1 Musculatura do ombro

Os músculos dessa região têm origem na escápula e se inserem no úmero, podendo ser divididos dois grupos: músculos laterais e músculos mediais do ombro.

O grupo lateral compreende os músculos supraespinhoso, infraespinhoso, deltoide e redondo menor; enquanto que o grupo medial engloba os músculos redondo maior, subescapular e coracobraquial.

Grupo lateral

O m. supraespinhoso preenche completamente a fossa supraespinhosa da escápula, na qual tem a sua origem. Sua porção distal é situada cranialmente à articulação do ombro e tem sua inserção na porção cranial do tubérculo maior do úmero, através de um forte tendão.

Função: extensão e fixação da articulação do ombro | Inervação: N. supraescapular Irrigação: Artéria supraescapular, artéria umeral circunflexa caudal e artéria escapular circunflexa.

O m. infraespinhoso é coberto pelo m. deltoide e preenche completamente a fossa infraespinhosa, tendo sua origem nela e na espinhada escápula. Em uma área áspera, localizada ventralmente à porção cranial do tubérculo maior do úmero, ocorre a inserção desse músculo.

Função: auxilia a flexão da articulação do ombro e possibilita movimentos de abdução e supinação. | Inervação: N. supraescapular. | Irrigação: Artéria subescapular.

O m. deltoide possui duas parcelas que se localizam lateralmente à escapula e caudalmente à espinha escapular. A parcela maior, chamada parte escapular, tem origem situada ao longo da espinha da escápula, por uma aponeurose; enquanto que a parcela menor (parte acromial) tem origem no acrômio, encobrindo parcialmente a porção escapular do músculo. A inserção de ambas as partes ocorre na tuberosidade deltoide do úmero.

Função: flexão da articulação do ombro e contribuição na abdução e rotação do membro torácico. | Inervação: N. axilar. | Irrigação: Artéria subescapular através da artéria umeral circunflexa cranial.

O m. redondo menor é um músculo pequeno completamente coberto pelo m. deltoide que se posiciona caudalmente ao músculo infraespinhal. Tem sua origem no

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terço distal da margem caudal da escápula e sua inserção na tuberosidade redonda menor do úmero.

Função: flexão da articulação do ombro | Inervação: N. axilar. | Irrigação: Artéria subescapular através da artéria umeral circunflexa caudal.

Grupo medial

O m. redondo maior tem origem no ângulo caudal da escápula, localizando-se caudalmente ao músculo subescapular e distal e medialmetne ao m. redondo menor e tríceps do braço. Sua inserção ocorre na tuberosidade redonda maior do úmero. Na inserção, ele se funde com o tendão do m. grande dorsal, que também se insere nesse local.

Função: flexão da articulação do ombro e atuação (em pequeno grau) nos movimentos de adução do membro torácico | Inervação: N. axilar. | Irrigação: Artéria subescapular, artéria braquial e artéria umeral circunflexa cranial.

O m. subescapular preenche toda a fossa subescapular, onde tem sua origem. Ele envolve medialmente a articulação do ombro ele se une ao m. redondo maior. Esse músculo é atravessado por intersecções tendinosas na direção longitudinal que convergem na inserção, no tubérculo menor do úmero.

Função: age como ligamento colateral medial da articulação do ombro | Inervação: N. subescapular. | Irrigação: Artéria subescapular, artéria supraescapular e artéria umeral circunflexa cranial.

O m. coracobraquial é curto e fusiforme que se posiciona medialmente na articulação do ombro. Ele se origina, através de um longo e estreito tendão, no processo coracoide da escápula. Sua inserção acontece na face medial do úmero, no tubérculo redondo.

Função: flexão da articulação do ombro e atuação nos movimentos de adução do braço | Inervação: N. musculocutâneo | Irrigação: Artéria umeral circunflexa cranial e artéria braquial.

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Vista lateral esquerda dos músculos do ombro e do braço

Vista medial esquerda dos músculos do ombro e do braço

1.2.2 Musculatura do braço

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Os músculos dessa região têm origem na escápula ou úmero e se inserem na porção proximal do rádio e da ulna. Compreendem os músculos braquial, bíceps braquial, tríceps braquial, ancôneo e tensor da fáscia antebraquial.

O m. braquial tem como origem a região logo abaixo ao colo do úmero, na sua porção caudal. Ele ocupa o longo da crista do tubérculo maior, da face caudal para as faces lateral e cranial. Ele então cruza a face flexora da articulação úmero-rádio-ulnar e tem sua inserção no processo coronoide medial da ulna.

Função: flexão da articulação do cotovelo. | Inervação: N. musculocutâneo e N. radial. | Irrigação: Ramos da artéria braquial.

O m. bíceps braquial é bastante forte, pois traciona duas articulações, a do ombro e a do cotovelo. Tem como origem o tubérculo supraglenóide da escápula. O músculo é mantido em posição entre os tubérculos umerais maior e menor por meio do ligamento transverso do úmero. Na articulação do ombro, o tendão terminal se divide em dois; o ramo mais forte tem inserção no processo coronoide medial, enquanto o mais fraco se insere na tuberosidade do rádio.

Função: flexão da articulação do cotovelo e extensão da art. do ombro; fixação da art. escapulo-umeral e do carpo através do lacerto fibroso. | Inervação: N. musculocutâneo. | Irrigação: Ramos da artéria braquial e cúbita transversa.

O m. tríceps braquial ocupa o espaço caudal entre a escápula, o braço e a tuberosidade do olecrano. Como o nome indica, é um músculo que possui quatro cabeças, a longa, lateral, medial e acessória. A porção longa é a maior, sendo um músculo espesso, triangular e bastante forte, que se estende da borda caudal da escápula (origem) até a parte caudal da tuberosidade do olecrano (inserção). A porção lateral constitui um músculo quadrilátero que é encoberto (no terço proximal) pelos mm. deltoide e redondo menor. Tem sua origem na crista lateral do úmero por uma aponeurose e seu tendão de inserção se funde com o da porção longa. A porção medial é a menor das três, tendo como origem a tuberosidade redonda do úmero e como inserção a parte medial cranial da tuberosidade do olecrano. A porção acessória tem origem na parte caudal do colo do úmero e forma um tendão que se une às outras partes no olecrano.

Função: extensão da art. úmero-radial-ulnar; flexão da art. do ombro (parte longa) Inervação: N. radial. | Irrigação: Artéria braquial profunda; artéria subescapular (parte longa); artéria umeral circunflexa (parte lateral); e artéria ulnar colateral (parte medial).

O m. ancôneo é um pequeno, mas forte músculo encoberto pelo m. tríceps braquial e que cobre a fossa do olecrano. Tem como origem o terço distal da superfície caudal do úmero e como inserção a superfície lateral do olecrano.

Função: extensão da art. do cotovelo | Inervação: N. radial. | Irrigação: Artéria braquial profunda.

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O m. tensor da fáscia antebraquial é fino e se situa na superfície medial da cabeça longa do m. tríceps braquail. Tem sua origem na margem caudal da escápula e sua inserção no olecrano.

Função: tensor da fáscia o antebraço e extensor da art. do cotovelo | Inervação: N. radial. | Irrigação: Artéria subescapular, artéria ulnar colateral e artéria braquial profunda.

1.2.3 Musculatura do antebraço

Os músculos dessa região têm origem acima da articulação do cotovelo e se inserem nos metacarpos. Compreendem os músculos extensor carporradial, ulnarlateral, flexor carporradial e flexor carpoulnar.

O m. extensor carporradial é o maior e mais forte músculo extensor da art. do carpo. Tem como origem a crista epicondilar lateral do úmero. Na região da origem, o músculo é coberto por uma bainha aponeurética associada aos músculos braquial e bíceps. O tendão final se bifurca no terço distal do rádio e se inserem na parte proximal do segundo e terceiro metacarpos

Função: extensão e fixação da articulação do carpo. | Inervação: N. radial. | Irrigação: Artéria cubital transversa.

O m. ulnar lateral tem como origem o epicôndilo lateral do úmero. Ele passa sobre a porção lateral do carpo e vai até a porção proximal do quinto osso metacárpico, sua inserção.

Função: extensão do cotovelo e flexão da articulação do carpo. | Inervação: N. radial. | Irrigação: artéria interóssea caudal; ulnar colateral; mediana e ramos da artéria braquial

O m. flexor carporradial se situa na face caudal do rádio. Sua origem é no epicôndilo medial do úmero e passa sobre a face flexora do carpo até chegar na face palmar do segundo e terceiro metacarpos, onde ocorre sua inserção.

Função: extensão do cotovelo e flexão da articulação do carpo. | Inervação: N. mediano. | Irrigação: artéria mediana e ramos da artéria braquial.

O m. flexor carpoulnar é o mais caudal do grupo flexor e possui duas cabeças: umeral e ulnar. A porção umeral é a maior e tem origem no epicôndilo medial do úmero a partir de um tendão curto. A porção ulnar se origina no olécrano e se torna um tendão plano no antebraço. As duas porções têm seus tendões fundidos e a inserção ocorre no osso acessório do carpo.

Função: extensão do cotovelo e flexão da articulação do carpo. | Inervação: N. ulnar. | Irrigação: artéria ulnar colateral e artéria mediana

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Vista lateral esquerda dos músculos do antebraço e dedos

Vista medial esquerdados músculos do antebraço de dedos

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1.2.3 Musculatura do dedo

Os músculos dessa região têm origem na extremidade distal do úmero e também nos ossos do antebraço e se inserem nos dedos do membro torácico. Compreendem os músculos extensores: digital comum, digital lateral, longo dos 1º e 2º dedos e m. abdutor longo do dedo I.; e os flexores: digital superficial, digital profundo e m. interflexor.

O m. extensor digital comum se situa caudal e profundamente ao m. extensor carporradial, tendo sua origem no epicôndilo lateral. O ventre se torna um longo tendão que se divide em quatro, inserindo o músculo no processo extensor da falange distal de cada dedo (com exceção do primeiro).

Função: extensão da articulação do carpo e da articulação do dedo. | Inervação: N. radial. | Irrigação: artéria radial; interóssea cranial; e vasos interósseos craniais.

O m. extensor digital lateral tem o formato semelhante ao digital comum, mas é um pouco menor, se situando lateralmente a ele. Tem sua origem no ligamento colateral lateral da articulação úmero-rádio-ulnar e forma dois ventres cujos tendões se unem com os tendões do digital comum, se inserindo nas falanges proximais do terceiro, quarto e quinto dedo.

Função: extensão da articulação do dedo. | Inervação: N. radial. | Irrigação: artéria interóssea cranial; e cubita transversa

O m. extensor longo do 1º e 2º dedo é bastante delgado que é encoberto pelos mm. extensores do carpo e do dedo. Sua origem ocorre no terço médio da superfície dorsal da ulna. Na altura do carpo, seu tendão cruza com o m. extensor digital comum e depois se divide para fazer a inserção. O ramo medial vai para o primeiro metacarpo e o ramo lateral para o segundo.

Função: extensão do 1º e 2º dedo. | Inervação: N. radial.

O m. abdutor longo do 1º dedo tem sua origem na superfície lateral do rádio e da ulna. Suas fibras têm direcionamento oblíquo e seu tendão projeta-se sob o tendão do m. extensor digital comum e sobre o m. extensor carporradial. Sua inserção ocorre no 1º metacarpo.

Função: extensão da articulação do carpo e abdutor do 1º dedo. | Inervação: N. radial.

O m. flexor digital superficial se situa na superfície mediocaudal do antebraço e tem sua origem no epicôndilo medial do úmero, entre as cabeças umerais do flexor digital profundo e do m. flexor carpoulnar. Ele desce como um músculo longo e se transforma em tendão próximo ao carpo. Na superfície palmar do terço proximal do metacarpo, ele se divide em quatro ramos, que se inserem do 2º ao 5º dedo, na extremidade proximal da falange média.

Função: flexão do dedo de apoio, da mão e estabilizador da art. matacarpofalangeana. | Inervação: N. ulnar e N. mediano. | Irrigação: artéria mediana; ulnar colateral; e ramos da artéria braquial

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O m. flexor digital profundo é, como o nome sugere, o mais profundo dos músculos do grupo caudal e sua maior parte é encoberta pelos mm. flexores da art. do carpo e pelo tendão do m. flexor digital superficial. É formado por três cabeças: umeral, radial e ulnar. A porção umeral tem como origem o epicôndilo medial do úmero e é constituída por três ventres que se situam na direção mediopalmar no antebraço.

A cabeça radial se origina da porção caudomedial do rádio e a cabeça ulna, ao longo da borda caudal da ulna. Os tendões das três porções se unem acima do carpo e depois se dividem em quatro ramos, fazendo a inserção no tubérculo flexor de cada falange.

Função: flexão da mão. | Inervação: N. ulnar e N. mediano. | Irrigação: artéria mediana; ulnar colateral; e ramos da artéria braquial

O m. interflexor é redondo e delgado, se situando na superfície palmar do tendão flexor digital profundo do carpo. Tem origem na região distal do antebraço e forma pequenos tendões na parte média do metacarpo. Esses tendões de unem aos do m. flexor superficial, tendo sua inserção no 2º, 3º e 4º dedos.

Função: flexor auxiliar da articulação do dedo. | Inervação: N. ulnar e N. mediano. | Irrigação:

2. MEMBRO PÉLVICO

A miologia do membro pélvico compreende a musculatura da cintura pélvica e a musculatura própria do pélvico, que engloba as musculaturas da coxa, perna e pé.

2.1 MUSCULATURA DA CINTURA PÉLVICA

Os músculos desse grupo também podem ser chamados de sublombares e se situam ventralmente à coluna vertebral lombar, possuindo no osso coxal e no fêmur. A musculatura é constituída pelos músculos psoas menor, iliopsoas e quadrado lombar.

O m. psoas menor se situa ventralmente ao m. quadrado lombar. Ele é largo na sua origem que é a região das três últimas vértebras torácicas e das 4 primeiras vértebras lombares.Sua inserção ocorre no corpo do osso ílio através de um tendão.

Função: Flexão da coluna lombar. | Inervação: Ramos ventral do 4º e 5º nervos lombares| Irrigação: artéria intercostal dorsal; lombar; e ilíaca circunflexa profunda

O m. iliopsoas é o mais forte da cintura pélvica e é dividido em duas partes: o m. psoas maior e o m. ilíaco. O primeiro tem sua origem nos processos transversos das vértebras lombares 2 e 3 e parte de sua inserção é nas vértebras lombares de 4 a 7. O m. ilíaco tem origem na asa do ílio. As duas porções se unem e têm sua inserção no trocanter menor do fêmur

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Função: Flexão da art. coxofemoral; projeção do membro pélvico na direção cranial | Inervação: Ramos ventral do 4º e 5º nervos lombares| Irrigação: artéria lombar; ilíaca circunflexa profunda; e femoral profunda

O m. quadrado lombar tem origem na superfície ventral das últimas três costelas e sua inserção na asa do ílio. Ele é coberto ventralmente pelos mm. psoas.

Função: Fixação da coluna lombar | Inervação: Ramos ventral do 4º e 5º nervos lombares

Vista ventral da musculatura do cinturão pélvico.

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2.2 MUSCULATURA PRÓPRIA DO MEMBRO PÉLVICO

Os músculos dessa região servem na propulsão do corpo em forma de impulsos de força. Compreende as seguintes musculaturas: da articulação coxofemoral; da art. do joelho; da art. tibiotársica; e das falanges do pé.

2.2.1 Musculatura da articulação coxofemoral

Essa musculatura é dividida, de acordo com a posição, em: musculatura externa do coxal; músculos da parte caudal da coxa; músculos mediais da coxa; e músculos profundos da articulação coxofemoral.

Musculatura externa do coxal

Essa musculatura representa os músculos da anca, podendo ser comparada à musculatura glútea humana. Compreende os seguintes músculos: glúteo superficial; glúteo médio; piriforme; glúteo profundo; tensor da fáscia lata.

O m. glúteo superficial é o mais caudal do grupo glúteo. É pequeno e plano, tendo formato retangular. Sua origem é no sacro e na primeira vértebra caudal e sua inserção na face lateral do fêmur. Esse músculo é coberto por uma pesada fáscia glútea.

Função: flexão do quadril e extensão articulação coxofemoral | Inervação: N. glúteo cauda l Irrigação: artéria glútea cranial e caudal

O m. glúteo médio é o maior músculo glúteo e é encoberto caudalmente pelo glúteo superficial. Sua origem é acontece em toda a superfície glútea do ílio e sua inserção se dá no trocanter maior do fêmur, através de um curto tendão. Esse músculo é o mais importante extensor da art. coxofemoral.

Função: extensão articulação coxofemoral | Inervação: Nn glúteos l Irrigação: artéria glútea cranial; iliolombar; e iliacofemoral

O m. piriforme tem sua origem na borda lateral do sacro e na extremidade dorsal do lig. sacrotuberal. Situa-se na porção caudal do m. glúteo médio e se insere distalmente ao trocanter maior.

Função: extensão articulação coxofemoral | Inervação: N. glúteo cranial l

O m. glúteo profundo é coberto completamente pelo m. glúteo médio e piriforme. Tem origem na espinha isquiática e inserção no trocanter maior do fêmur.

Função: abdutor da coxa | Inervação: N. glúteo cranial

O m. tensor da fáscia lata é triangular e possui origem na tuberosidade da coxa e se estende lateralmente ao m. quadríceps da coxa, se unindo à fascia lata no nível do trocanter maior e indo até a patela.

Função: extensão do joelho; tensão da fáscia lata| Inervação: N. glúteo cranial

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Musculatura da parte caudal da coxa

Essa musculatura se estende do ísquio até a tíbia. Os músculos dessa região situam-se sobre as articulações coxofemoral e do joelho. Compreende os seguintes músculos: bíceps femoral; abdutor crural caudal; semitendinoso; e semimembranoso.

O m. bíceps femoral é o maior e mais lateral dos músculos da coxa. Ele tem origem na tuberosidade isquiática e no terço distal do lig. sacrotuberal e inserção ao longo da tíbia e do tendão calcanear comum. Mais caudalmente, uma porção pequena pode ser diferenciada do resto do músculo.

Função: flexão da art. do joelho; extensão do tarso; abdução do membro pélvico | Inervação: N. glúteo caudal; N. isquiático

O m. adutor crural caudal é longo e estreito e se situa profundamente na porção caudal do bíceps. Tem origem no lig. sacrotuberoso e inserção na fáscia crural.

Função: abdução do membro pélvico | Inervação: N. fibular

O m. semitendinoso forma o contorno caudal da coxa. Também origem na tuberosidade isquiática, caudalmente à origem do m. bíceps. Sua inserção acontece, através de um forte tendão, na porção distal da borda cranial da tíbia.

Função: flexão da art. do joelho; extensão do quadril e da art. tibiotársica | Inervação: N. glúteo caudal; N. isquiático

O m. semimembranoso situa-se medialmente na região da coxa. Tem origem também na tuberosidade isquiática e se divide numa porção cranial, que tem inserção no epicôndilo medial do fêmur; e uma porção caudal, que se insere no côndilo medial da tíbia.

Função: extensão da art. do quadril; adução do membro pélvico | Inervação: N. isquiático

Musculatura medial da coxa

Essa musculatura participa principalmente da adução dos membros pélvicos, situada entre a base da pelve e a coxa. Compreende os seguintes músculos: sartório; grácil; pectíneo; e adutor.

O m. sartório é constituído por duas porções longas. Ambas têm origem na tuberosidade coxal e se estendem até a superfície medial da articulação do joelho.

Função: adução do membro pélvico | Inervação: N. femoral l

O m. grácil é plano e largo e situa-se na porção caudal da superfície medial da coxa. Sua origem se dá na sínfise pélvica, através de uma aponeurose, e sua inserção, através de um tendão forte, por toda a crista cranial da tíbia.

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Função: extensão da art. do quadril; adução do membro pélvico | Inervação: N. obturador l Irrigação:

O m. pectíneo é pequeno e fusiforme, tendo sua origem no tendão pré-púbico. Sua inserção ocorre na margem medial caudal do fêmur.

Função: adução da coxa | Inervação: N. obturador

O m. adutor forma a parte caudal dos mm. mediais profundos da coxa e é formado por duas porções. A porção principal é o m. adutor magno e curto, que tem origem na sínfise pélvica. Ele corre cranial e lateralmente ao m. grácil, m. pectíneo e ao m. sartório, tendo sua inserção, ao longo da área áspera da superfície caudal do fêmur. A porção menor é o m. adutor longo, que tem no tubérculo púbico e se estende até a região distal à fossa trocantérica.

Função: adução da coxa | Inervação: N. obturador

Vista lateral da musculatura da articulação coxofemoral.

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Vista medial da musculatura da articulação coxofemoral.

Musculatura profunda da articulação coxofemoral

Compreende os seguintes músculos: obturador interno; obturador externo; mm. gêmeos; quadrado femoral; e articular da coxa. Eles atuam como auxiliares no processo de locomoção.

Os mm. obturador interno, gêmeos e quadrado femoral são curtos e se situam caudalmente à art. do quadril. O obturador tem origem na superfície interna do assoalho pélvico. Os gêmeos surgem da borda lateral do ísquio, caudalmente ao m. glúteo profundo. O quadrado da coxa, por sua vez, se origina medialmente à tuberosidade isquiática. Todos eles têm como inserção a fossa trocantérica do fêmur.

Função: Rotação externa da coxa | Inervação: N. isquiático

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O m. obturador externo tem forma de leque e se situa ventralmente ao ísquio, cobrindo o forame obturador ventralmente. Tem origem na superfície ventral da pelve e inserção na fossa trocantérica.

Função: Adução e rotação externa da coxa | Inervação: N. obturador l Irrigação:

O m. articular da coxa se situa craniolateralmente sobre a cápsula articular da art. coxofemoral (origem). Sua inserção ocorre na face cranial do fêmur.

Função: tensor da cápsula articular da art. coxofemoral | Inervação: N. isquiático

Representação da musculatura profunda da articulação coxofemoral

2.2.2 Musculatura da articulação do joelho

O movimento da articulação do joelho é feito por grande parte dos músculos da articulação coxofemoral. Dois músculos atuam na flexão e extensão do joelho: o músculo quadríceps femoral e o músculo poplíteo.

O m. quadríceps femoral se situa nas faces lateral, medial e cranial da coxa, sob os músculos tensor da fáscia lata e sartório. Como o nome indica, ele é formado por quatro cabeças distintas, são elas: o m. reto da coxa; m. vasto medial; m. vasto lateral; e m. vasto intermediário.

O m. reto da coxa é a porção mais longa e é a única das quatro que tem origem no osso coxal, em uma tuberosidade cranial ao acetábulo. As outras três porções têm origem no fêmur. O m. vasto medial e o vasto lateral surgem nos

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respectivos lados do fêmur. Já o m. vasto intermediário tem origem na face cranial do osso. Todas as partes têm mesma inserção, na tuberosidade tibial, através de um tendão único.

Função: extensão da art. do joelho; flexão da art. do quadril | Inervação: N. obturador

O m. poplíteo situa-se sobre a cavidade articular da art. do joelho, na sua porção caudal. Ele tem origem na fossa poplítea do côndilo lateral do fêmur e inserção no terço proximal da superfície medial da tíbia, na linha poplítea.

Função: flexão da art. do joelho; rotação medial | Inervação: N. tibial l Irrigação:

2.2.3 Musculatura da articulação tibiotársica

Essa musculatura atua nos movimentos de extensão e flexão da art. tibiotársica assim como na extensão e extensão das artt. digitais. Os músculos são divididos em dois grupos: músculos craniolaterias da tíbia e músculos caudais da tíbia.

Músculos craniolaterais da tíbia

Esses músculos surgem na extremidade distal do fêmur ou proximal da tíbia e se estendem até os metatarsos ou as extremidades digitais. Essa musculatura compreende os músculos: tibiocranial; fibular longo; fibular curto; extensor digital longo; e extensor digital curto.

O m. tibiocranial é o mais superficial e medial desse grupo, localizado diretamente sob a fáscia crural e a pele. Ele se origina no côndilo lateral da tíbia e desce até a inserção, no primeiro tarso e primeiro e segundo metatarsos.

Função: flexão do tarso | Inervação: N. fibular l Irrigação:

O m. fibular longo é situado lateralmente à tíbia, sendo seu o músculo mais forte. Tem origem no côndilo lateral da tíbia, no ligamento colateral lateral e na extremidade proximal da fíbula. Na metade de sua distância, torna-se um longo tendão que desce até a região proximal do metatarso medial, onde ocorre a inserção.

Função: flexão do tarso | Inervação: N. fibular l Irrigação:

O m. fibular curto tem origem na metade distal da fíbula, sendo encoberto pelo fibular longo nessa porção côndilo lateral da tíbia. Sua inserção ocorre na extremidade proximal do quinto osso metatársico.

Função: flexão do tarso | Inervação: N. fibular l Irrigação:

O m. extensor digital longo se origina na fossa extensora do côndilo lateral do fêmur. Seu tendão de inserção se divide em quatro ramos que vão até as quatro falanges distais.

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Função: extensão dos dígitos da art. do joelho | Inervação: N. fibular l Irrigação:

O m. extensor digital curto se origina na superfície dorsal da fileira distal do tarso. É constituído de três pequenos músculos que formam longos tendões que seguem a superfície dorsal do metatarso e se inserem da segunda à quarta falange (o tendão da porção medial se divide em dois para a inserção).

Função: extensão dos dígitos | Inervação: N. fibular l

Músculos caudais da tíbia

Esses músculos também surgem na extremidade distal do fêmur ou proximal da tíbia e se estendem até os metatarsos ou extremidades digitais. São extensores da art. tibiotársica e flexores digitais. Essa musculatura compreende os músculos: gastrocnêmio; flexor digital superficial; e flexor digital profundo.

O m. gastrocnêmio tem origem nas tuberosidades supracondilares lateral e medial do fêmur por duas porções. As duas partes circundam o m. flexor digital superficial e se fundem com esse músculo, formando o tendão calcanear comum, que tem inserção na tuberosidade calcânea.

Função: flexão da art. do joelho e extensão do tarso | Inervação: N. tibial

O m. flexor digital superficial também tem origem na tuberosidade supracondilar e seu tendão se funde com o tendão calcanear comum, se inserindo na tuberosidade calcânea. Ele ainda continua distalmente para se dividir nos tendões para o segundo, terceiro, quarto e quinto dígitos.

Função: flexão da art. do joelho; extensão do tarso; flexão dos dígitos. | Inervação: N. tibial

O m. flexor digital profundo é composto por três porções: o m. flexor longo do dedo I; m. flexor longo dos dedos; e m. tibial caudal. O m. flexor longo do dedo I é a maior porção e se posiciona lateralmente. Tem origem nas extremidades proximais da tíbia e fíbula e forma um forte tendão. O m. flexor longo dos dedos é medial e surge na cabeça da fíbula, se torna um pequeno tendão no meio da perna. Esse tendão se funde com o tendão do m. flexor longo do dedo I, que se estende e forma ramos que se inserem nas falanges distais. Finalmente, o m. tibial caudal se origina na extremidade proximal da fíbula e seu tendão corre cranialmente ao tendão do músculo flexor longo, se inserindo nos ligamentos mediais do tarso.

Função: felxão dos dígitos. | Inervação: N. tibial

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Vista lateral esquerda dos músculos da art. tibiotársica.

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Vista medial esquerda dos músculos da art. tibiotársica

GATOS

CRÂNIO

O esqueleto do crânio dos gatos se divide em ossos do neurocrânio, os quais apresentam como principal função cercar e proteger, sendo eles: Frontal, Temporal, Occipital, Esfenoide, Parietal, Interparietal e Etmoide, e em ossos da face, os quais formam as paredes das cavidades nasais, as quais formam o teto ósseo da cavidade oral, sendo eles: Nasal, Lacrimal, Maxilar, Incisivo, Palatino, Vômer, Pterigoide, Mandíbula, Zigomático e Hioide.

1. OSSOS DO NEUROCRÂNIO

OSSO FRONTAL

Os ossos frontais pares situam-se entre o crânio e a face e estão unidos na sutura interfrontal. Normalmente, entre o osso nasal e o osso temporal. Com base em sua localização, o osso frontal pode ser dividido em 4 segmentos:

1 – Escama Frontal;

2 - Parte Orbital;

3 – Face Temporal;

4 – Parte Nasal.

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A imagem mostra apenas um lado, o qual apresenta um lado do osso frontal, que é um osso par, logo, devemos considerar que os animais também terão do outro lado.

OSSO TEMPORAL

O osso temporal dos recém-nascidos compõe-se de três partes distintas, que se fundem mais tarde:

1 – Parte Escamosa: contribui para a formação da parede lateral da cavidade craniana. Ela se une aos ossos frontal, parietal e esfenoide em suturas ósseas sólidas;

2 – Parte Petrosa: com processo mastoide: é a parte caudo-ventral do osso temporal e faz limite com as partes escamosas e timpânicas. Ela envolve a orelha interna com a cóclea, o vestíbulo e os canais semicirculares, o poro acústico interno;

3 – Parte Timpânica: é a parte ventral do osso temporal. No gato, a cavidade timpânica se divide em duas partes, e a parede média é formada pelo precursor cartilaginoso de uma parte endotimpânica separada.

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OSSO OCCIPITAL

O osso occipital forma a parede nucal do crânio e pode ser dividido em:

1 – Corpo Basal: constitui na parte caudal da base do crânio;

2 – Parte Escamosa: situa-se em posição dorsal às partes laterais e aos côndilos occipitais, completando dorsalmente o forame magno;

3 – Partes Laterais: formam os limites laterais do forame magno, incluem os côndilos occipitais que se unem ao atlas para formar a articulação atlanto-occipital.

Esses ossos formam um anel que circunda a medula espinal, o forame magno, onde ocorre a junção com primeira vértebra (axis), interligando o crânio e a coluna vertebral.

OSSO ESFENOIDE

Formam a parte rostal da base do neurocrânio e é composto por dois segmentos semelhantes:

1 – Presfenoide: na parte rostral;

2 – Basisfenoide: na parte caudal.

Em seres humanos, esses ossos se fundem firmemente cedo, enquanto em mamíferos domésticos adolescentes eles são separados por uma sutura cartilaginosa, que se ossifica no adulto. Portanto, eles são tratados como ossos separados na anatomia veterinária.

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OSSO PARIETAL

É um osso par que forma a maior parte dorsolateral da parede cranial. Caudalmente, ele faz limite com o osso occipital e rostralmente com o osso frontal, pode ser dividido em:

1 – Plano Parietal: Formando a parede dorsal do neurocrânio;

2 – Plano Temporal: Formando a base lateral.

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OSSO INTERPARIETAL

Localiza-se centralmente entre o osso occipital e o osso parietal, com o qual se funde durante a idade adulta, exceto nos gatos, onde as suturas ainda são visíveis no animal adulto.

OSSO ETMÓIDE

Situa-se na base das paredes orbitais e contribui para a formação das partes cranial e facial do crânio.

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2. OSSOS DA FACE

OSSO NASAL

Forma o teto da cavidade nasal e apresenta uma superfície externa côncava (facies externa), exceto em algumas raças de gatos, os quais apresentam um nariz convexo.

Entre o osso nasal e o osso incisivo é formada uma incisura nasoincisiva.

OSSO LACRIMAL

Osso pequeno localizado próximo ao ângulo medial do olho, formando segmentos da órbita e da parede lateral da face.

Ele se articula com o osso frontal, o osso zigomático e o maxilar em todos os mamíferos domésticos; ele também se articula com o osso nasal em carnívoros com o osso palatino.

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MAXILAR

É par e forma a base óssea de grande parte da face facial do crânio: contribui para a formação das paredes laterais da face, das cavidades nasais e orais e do palato duto.

Maior osso da face articula-se com todos os ossos faciais e pode ser dividido em vários segmentos:

1 – Corpo maxilar: face externa; face interna; face pterigopalatina; face orbital.

2 – Processo alveolar;

3 – Processo palatino;

4 – Processo zigomático.

O forame infraorbital se abre dorsalmente e rostralmente à extremidade rostral da crista facial.

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OSSO INCISIVO

Os ossos incisivos pares são compostos por: Corpo: apresenta duas faces face palatina e a face labial convexa. Ele

se prolonga rostralmente para formar o processo alveolar; Processo Nasal; Processo Palatino: encontra seu par contralateral na linha média, nos

gatos, eles são solidamente fundidos na sutura interincisiva; Processo Alveolar: forma entradas cônicas e se une ao maxilar

caudalmente, formando a margem interalveolar.Os ossos incisivos formam a parte rostral da parte facial do crânio e compõem

parte da abertura para a cavidade nasal e o teto do palato duro.

OSSO PALATINO

Os ossos palatinos pares situam-se entre a maxila e os ossos esfenoide e pterigoide. Eles se dividem em:

Lâmina Horizontal: forma a parte do palato duro; Lâmina Perpendicular: forma parte das paredes lateral e dorsal do meato

nasofaríngeo, e as coanas, as aberturas entre as cavidades nasais e a parte nasal da faringe;

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A lâmina perpendicular se une à lâmina horizontal em um ângulo reto e se prolonga até os ossos esfenoide e pterigoide caudalmente, e às paredes da órbita rostralmente. Ela se prolonga ao plano medial para formar a lâmina esfenoetmoide, a qual se articula com a base do etmoide e do vômer.

VÔMER

É um osso ímpar que se prolonga da região das coanas até a cavidade nasal, onde se fixa à crista nasal mediana no assoalho da cavidade nasal.

OSSO PTERIGÓIDE

É um osso par, é uma placa óssea delgada entre o osso esfenoide e a lâmina horizontal do osso palatino que forma parte das paredes dorsal e lateral da cavidade nasofaríngea.

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MANDÍBULA

As duas metades da mandíbula se desenvolvem na mesoderme craniana do primeiro arco branquial e se articulam firmemente no ângulo mentual, formando a sincondrose mandibular média rostralmente.

Normalmente, pode ser dividida em:

Corpo da mandíbula: contém os dentes, pode ser dividido em: Parte rostral: contém os dentes incisivos; Parte caudal: contém os dentes molares (3 nos gatos).

Ramo da mandíbula: é uma placa óssea vertical que se prolonga do corpo da mandíbula em direção ao arco zigomático.

OSSO ZIGOMÁTICO

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Situa-se em posição ventrolateral ao osso lacrimal e forma segmentos da órbita óssea e do arco zigomático. Esse arcoforma-se pela união do processo temporal do osso zigomático e o processo zigomático do osso temporal.

OSSO HIÓIDE

Desenvolve-se de partes do segundo e terceiro arco branquiais, seus componentes cartilaginosos individuais se ossificam no início da vida e se unem para formar sincondroses firmes.

Posicionam-se entre os ramos da mandíbula na base da língua e atual como um mecanismo de suspensão para a língua e a laringe

Pode ser dividido em 2 partes:

1 – Primeira parte: Conecta-se com a língua e a laringe e é considerado o aparelho hioide, equivalente ao do ser humano, o mesmo pode ser dividido em:

Corpo ou basi-hioide: osso transverso ímpar na musculatura da base da língua;

Tireo-hioide: se projeta caudalmente; Cerato-hioide.

2 – Segunda parte: Segue a direção dorsal, articulando-se com o osso temporal e é chamado de aparelho de sustentação.

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COLUNA VERTEBRAL – Comparação com os cães

Não há grandes diferenças entre os ossos vertebrais de cães e gatos, logo, serão apresentadas, a seguir, comparações superficiais entre as estruturas vertebrais de ambos.

Vértebras cervicais: composta por sete ossos: o atlas, o áxis e mais cinco vértebras. Servem de base ao pescoço do animal. Não há grandes diferenças entre cães e gatos.

1. Atlas: É a primeira vértebra cervical, auxilia no movimento de rotação da cabeça com o auxilio do áxis e das articulações atlanto-occipital e atlantoaxial.

2. Axis: É a segunda vértebra cervical e junto com o atlas auxilia no movimento de rotação da cabeça.

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Percebe-se que as vértebras cervicais do gato são mais achatadas que as do cão.

3. 3ª à 7ª vértebras cervicais: A terceira, a quarta e a quinta vértebras cervicais têm a mesma morfologia. Elas possuem a forma de cubo e aumentam á medida que vão à direção caudal. Já as sexta e sétima vértebras são mais alongadas, e possuem processos espinhosos e transversos mais desenvolvidos.

Vértebras torácicas: Essas vértebras se unem por articulações com as cabeças e os tubérculos das costelas, por isso, o número de vértebras torácicas é o mesmo que o das costelas.

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Vértebras lombares: a coluna é composta por sete vértebras lombares. Elas apresentam corpo mais extenso e uniforme, é caracterizado por longos e achatados processos transversos que se orientam cranioventralmente, por processos espinhosos mais baixos e caudocranial

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Vértebras sacrais: assim como o cão, o gato apresenta três vértebras sacrais As vértebras sacrais são ossificadas junto com os discos intervertebrais no osso sacro. Essa fusão impossibilita a movimentação da região sacral, traz estabilidade à cintura pélvica.

Vértebras caudais: As vértebras caudais variam de animal para animal e vão diminuindo de tamanho na direção da extremidade caudal. Essa diminuição também vem acompanhada de perda de algumas características, como a perda do arco e dos processos.

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Esterno: É composto por três partes que se juntam por causa da ossificação da cartilagem juntacional.

- Parte cranial: Manúbrio. Apresenta o formato de um bastão e está localizado na parte cranial do esterno. Tem uma fossa articular para o primeiro par de costelas. - Corpo do esterno: Apresenta o formato cilíndrico, constituído por seis estérnebras. Na margem dorsolateral apresenta incisuras costais para articulação das cartilagens costais das costelas. - Processo xifoide: Cartilagem achatada que é mais projetada entre as partes mais baixas dos arcos costais. Ela é responsável por suportar a parede abdominal ventral.

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ESQUELETO APENDICULAR

Levando em consideração as grandes semelhanças anatômicas entre cães e

gatos, esta parte dará maior destaque para as particularidades do gato em relação ao

cão, assim como as principais diferenças entre eles.

1. MEMBRO TORÁCICO

Formado, assim como nos cães, pela cinta torácica (clavícula e escápula), braço (úmero), antebraço (rádio e ulna) e mão (carpos, metacarpo, falanges e ossos sesamóides).

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1.1 CINTA TORÁCICA

CLAVÍCULA

A clavícula está ausente nos animais domésticos e não desempenha a mesma função que no homem. Somente no gato existe uma clavícula com formato de pequeno bastão, pouco encurvada e com cerca de 2 a 5 centímetros de comprimento. No cão a clavícula forma um pequeno segmento com cerca de 1 centímetro, sem união com o esqueleto. Situa-se na região de união das partes do músculo bráquiocefálico.

ESCÁPULA

Osso plano, relativamente longo e estreito, situando-se lateralmente no terço cranial do tronco. Assim como no cão, a face lateral possui uma espinha (bem desenvolvida) que divide a face lateral da escápula em duas fossas (supraespinhal e infraespinhal). A margem dorsal apresenta uma estreita margem cartilagínea.

Próximo ao ângulo articular existe o acrônimo. No gato, além do processo hamato (também existente no cachorro), existe também o processo supra-hamato.

A face medial da escápula não possui diferenças significativas em relação à do cão, possuindo a fossa subescapular, a face serrátil e distalmente a cavidade glenoidal, onde ocorre a junção com o úmero.

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1.2BRAÇO

Formado por um único osso longo, o úmero. A única diferença significativa deste osso nos gatos em relação ao cão é a ausência de divisão do tubérculo maior em duas partes (cranial e caudal) e a presença do forame supracondilar. O restante do osso é extremamente semelhante ao do cão.

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1.3ANTEBRAÇO

Formado por dois ossos longos, o rádio e a ulna. Ambos articulam-se entre si e são separados por um espaço interósseo.

Rádio

Sem diferenças significativas em relação ao cão. Como no cão, possui a cabeça do rádio na extremidade proximal, a fóvea da cabeça do rádio, tuberosidade radial (onde se insere o músculo bíceps braquial), tróclea na superfície distal que se conecta com a face articular do carpo, a crista transversa caudalmente a essa superfície articular e o processo estiloide.

Ulna

Sem grandes diferenças em relação ao cão. Dividida em três segmentos (extremidade proximal, corpo e extremidade distal). Na extremidade proximal apresenta o olécrano (onde se insere o músculo tríceps braquial) e a tuberosidade do olécrano. O olécrano apresenta uma incisura troclear, que projeta dorsalmente um processo ancôneo. Em pares posicionados em sentido lateral e medial se encontram os processos

134

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coronóides. O corpo da ulna é triangular e é caudal em relação ao rádio. Por fim, na extremidade distal se une ao rádio por meio da superfície articular ulnar. A superfície articular distal se articula com a fileira proximal dos ossos do carpo.

1.4. MÃO

Forma a base óssea da extremidade dos membros torácicos. Composta pelos ossos do carpo, metacarpo e falanges. Não há diferenças entre os ossos da mão do cão e do gato.

Ossos do carpo

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Assim, como o cão, os ossos se posicionam em uma fileira proximal e outra distal. Cada fileira formada por quatro ossos. São elas:

Fileira próximal, do sentido medial para lateral: osso carporradial, osso carpo intermédio, osso carpoulnar e osso carpo acessório.

Fileira distal, do sentido medial para lateral: osso cárpico primeiro, osso cárpico segundo, osso cárpico terceiro, osso cárpico quarto.

O quinto osso do carpo não está presente no gato, assim como nos demais animais domésticos e o osso carporradial se funde com o osso carpo intermédio. No total os gatos têm 7 ossos do carpo, assim como os cães.

Ossos metacárpicos

Formados por cinco ossos cilíndricos como no cão. São formados como dedos pares. Os dois ossos mediais são os mais compridos, o segundo e o quinto são menores e o primeiro é extremamente reduzido.

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2. MEMBRO PÉLVICO

Formado pela cinta pélvica, perna e pés, assim como nos cães.

2.1 CINTA PÉLVICA

Osso Coxal

Formado por três ossos, ílio, ísquio e púbis. Esses ossos se unem no acetábulo para formar um só osso.

Ílio

No gato o ilio é mais horizontal do que no cão e a crista sobre-condiliana mais elevada. O ilio apresenta-se mais estreito e mais grosso do que nos outros animais. O ângulo externo é arredondado e não faz saliência no corpo do osso. Fora isso o ílio do gato é igual ao do cão.

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Ísquio

No gato o ísquio mostra uma crista longitudinal que divide a face externa em duas. Composto pelo corpo, a tábua do osso ísquio e o ramo do osso ísquio. Sem outras diferenças em relação ao cachorro.

Púbis

Sem diferenças em relação ao cachorro. Tem forma de L e é composto pelo corpo, o ramo acetabular cranial do osso púbis e o ramo caudal do osso púbis. Tem como característica marcante a presença do forame obturado, onde passa o nervo obturador. A parte sinfiseal do púbis é espessa e funde-se com o osso oposto.

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2.2. COXA

Formada pelo fêmur, patela e outros ossos sesamóides.

Fêmur

O corpo do fêmur é regularmente cilíndrico, exceto próximo das extremidades, onde é mais longo e comprido craniocaudalmente. O terceiro trocanter é pequeno. Tanto no cão como no gato o fêmur é encurvado com a cabeça em nível mais alto que o trocanter. Este é separado por um sulco profundo que forma uma fossa posterior, deixando saliente uma pequena apófise posterior.

A tróclea tem ramos iguais e a goteira de separação dos cóndilos é muito aberta. Há duas tuberosidades supracondilóides. O forame nutrício localiza-se no terço proximal da superfície caudal. A cabeça possui uma fóvea rasa, caudal e lateral a seu centro.

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Patela

Comporta-se como um osso sesamóide no tendão do músculo quadríceps femoral e apresenta sua superfície articular voltada para o fêmur. Sua superfície livre situa-se sob a pele.

2.3 PERNA

Formada pelos ossos tíbia e fíbula, que se articulam entre si coo o rádio e a ulna.

Tíbia

Possui mais ou menos o mesmo tamanho do fêmur. O terço proximal é prismático, mas comprimido lateralmente e longo craniocaudalmente. O restante é quase regularmente cilíndrico. Borda cranial e curta mas proeminente. O forame nutrício está normalmente no terço proximal da borda lateral. Extremidade distal é quadrangular e pequena.

Fíbula

Na fíbula se identificam a cabeça, colo, corpo, extremidade distal e maléolo lateral. Acompanha toda a extensão da tíbia, complementando a superfície de inserção para a musculatura crural e suporte para a articulação tíbio-fíbulo-társica. A fíbula separa, na parte lateral, a musculatura cranial da musculatura caudal da perna.

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2.4 PÉ

O pé é formado pelos ossos do tarso, metatarso e falanges.

Ossos do tarso

Compreende sete ossos. O tálus consiste no corpo, colo e cabeça. O corpo apresenta uma tróclea proximal para articulação com a tíbia e fíbula. O calcâneo tem um grande processo coracóide dorsal. O túber do calcâneo apresenta um sulco sagital. O osso central do tarso articula-se na sua superfície distal com o primeiro, segundo e terceiro ossos társicos. O quarto osso társico articula-se com o calcâneo na superfície proximal, na superfície distal articula-se com o quarto e quinto ossos metatársicos e a superfície medial com o osso central do tarso e o terceiro osso társico.

Ossos metatársicos

São cinco ossos. O primeiro é muito pequeno, articula-se com o primeiro osso társico e fornece inserção para o músculo tibial cranial. Os demais ossos são ligeiramente mais longos e semelhantes aos ossos metacárpicos.

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Dígitos

Geralmente não há o primeiro dígito, e quando há, seu desenvolvimento varia contendo uma ou duas falanges. As falanges são semelhantes às do membro torácico.

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ARTICULAÇÕES DO CRÂNIO

Em animais jovens, os ossos do crânio são unidos por junções cartilaginosas (sincondroses), as quais se ossificam mais tarde e formam suturas ósseas. Algumas articulações na base do crânio permanecem cartilaginosas e, portanto, são visíveis por meio de radiografia durante toda a vida do animal e são denominadas de acordo com a nomenclatura do osso que participa de sua função, sendo elas:

1. Sincondrose Esfeno-Etmoidal

2.Sincondrose Esfeno-Occiptal

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3.Sincondrose Interesfenoide

- Se ossifica imediatamente ou logo após o nascimento.

- Entre o presfenoide e o basoesfenoide.

4. Sincondrose Esfenopetrosa

- Entre o osso esfenoide e a parte petrosa do osso temporal.

5.Sincondrose Petro-Occipital

- Entre a parte petrosa do osso temporal e o osso occipital.

As articulações também podem ser do tipo fibrosa, as quais estão representada no crânio pelas gonfoses e suturas.

Gonfoses

- Apresentam pouquíssimo tecido

- Articulação de pino e encaixe

- Dentes e alvéolos dentários

Suturas

- Os ossos unidos por elas encontram-se próximos.

- A maioria encontra-se na cabeça

- Apresenta pouco tecido conjuntivo

- As suturas podem ser:

Serrada ou serrátil

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Escamosa

Plana

Folheada

Ex.: entre os ossos nasal e frontal

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Além das suturas e das sincondroses descritas anteriormente, temos outras três tipos de articulações cranianas:

1.Articulação Intermandibular

É a união óssea mediana, unindo os corpos mandibulares direito e esquerda (sutura intermandibular).

2.Articulação Temporo-hioide

Une a parte de sustentação do aparelho hioide à base do crânio.

3.Articulação Temporomandibular (ATM)

É a união sinovial entre o ramo da mandíbula e a parte escamosa do osso temporal. No gato e no cão, essa articulação é quase congruente.

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ARTICULAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL DO GATO

1. União do esqueleto do crânio com a coluna vertebral

1.1Articulação atlanto-occipital

Formada entre os côndilos do crânio e as concavidades correspondentes do

atlas. Composta por duas articulações do tipo elipsóides. Os ligamentos orientam as

articulações nas suas funções. A membrana atlanto-occipital ventral e a membrana

atlanto-occipital dorsal reforçam o tecido conjuntivo da cápsula articular.

1.2Articulação atlantoaxialConexão articular entre o dente do áxis e a fóvea do dente do atlas, do tipo

trocóide. Fibras colágenas protegem a cápsula articular, como a membrana atlantoaxial dorsal. Entre os arcos vertebrais temos o ligamento axial dorsal, que os unem. Os ligamentos alares que surgem no dente do áxis e se inserem na superfície medial dos côndilos. O ligamento transverso do atlas, que vai do dente do áxis para o atlas, evita que o dente entre em contanto com o canal vertebral e, especialmente, nos gatos que não possuem o ligamento nucal, o ligamento transverso protege a medula contra lesões mecânicas.

2. Conexões das vértebras entre si

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Articulação elipsóide Articulação trocóide

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Cada umas das vértebras está em conexão com toda a coluna vertebral. Os discos intervertebrais estão localizados entre a superfície cranial e caudal das vértebras. Nos discos, está presente um núcleo pulposo que é envolvido por um anel de fibras cartilaginosas.

Ligamentos da coluna vertebral

Ligamentos curtos:

Ligamentos entre os arcos

Ligamentos interespinhais

Ligamentos intertransversais

Ligamentos articulares sobrepostos longos:

Ligamento longitudinal dorsal

Ligamento longitudinal ventral

Ligamento supra-espinhal

Uniões das costelas com as vértebras: é feita através

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Discos intervertebrais

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de articulações esferoidais.

Articulação da cabeça da costela:

Articulação costovertebral

Articulação costotransversária

Ligamentos das costelas com as vértebras

Ligamento intercapital: Tem origem no sulco da cabeça da costela e une-se

com o ligamento do lado oposto, recoberto pelo ligamento longitudinal dorsal.

ARTICULAÇÕES DO TÓRAX

Articulação costocondral

Articulações costoesternais

Articulações intercondrais

Articulações interesternais

ARTICULAÇÕES DOS MEMBROS

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Articulação esferoidal

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As articulações dos membros do gato são similares às especificadas anteriormente no tópico dos cães.

MÚSCULOS DO CRÂNIO

1.Fáscias

A cabeça e o tronco são envoltos por amplas lâminas de tecidos conjuntivos. Essas lâminas de fáscias são interpostas entre as estruturas mais profundas e a pele ou cobrem e passam por entre os músculos. Elas formam pontos de fixação para músculos e também facilitam o movimento entre eles.Diversas estruturas mais profundas também são recobertas por fáscias, como o esôfago, a traqueia e as glândulas salivares. As fáscias ainda envolvem músculos cutâneos e fornecem rotas de passagem para vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. Podem ser divididas:

1. Fáscias superficiais da cabeça, do pescoço e do tronco;

2. Fáscias profundas da cabeça, do pescoço e do tronco;

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3. Fáscias pronfundas da cauda.

1.1.Fáscias superficiais da cabeça, do pescoço e do tronco

A fáscia superficial da cabeça forma uma cobertura sobre toda a cabeça e prossegue pelo pescoço como um cilindro. Ela se situa diretamente sob a pele e pode ser deslocada manualmente em carnívoros. Ela cobre a glândula salivar parótida, o músculo masseter e o músculo temporal. Envolve os músculos cutâneos da cabeça e partes dos músculos auriculares. Rostralmente ela se une aos músculos da bochecha e do nariz e recobre ventralmente a região da mandíbula e da laringe.

1.2.Fáscias profundas da cabeça, do pescoço e do tronco

A fáscia profunda da cabeça se prolonga sobre a parte principal da mandíbula, parcialmente unida à fáscia superficial, como fáscia bucofaríngea. Alguns músculos são recobertos individualmente pela fáscia profunda da cabeça, como o músculo bucinador e o músculo canino. Caudalmente, ela se torna a fáscia temporal, que cobre o músculo temporal e se fixa à órbita, ao arco zigomático e à fáscia faringobasilar, a qual se prolonga entre o pterigoide, a margem dorsal da mandíbula e o aparelho hioide.

Em carnívoros, a região do dorso do nariz, a fáscia profunda e a fáscia superficial da cabeça se unem e se fundem ao periósteo da face externa do osso parietal.

A fáscia profunda da cabeça sempre se situa sob os vasos sanguíneos superficiais maiores.

2. Músculos cutâneos da cabeça

São camadas musculares delgadas aderentes às fáscias, com as quais formam uma bainha contrátil extensa que cobre a maior parte do corpo e cuja função principal é tensionar e contrair a pele.

Estão confinados dentro da fáscia superficial da cabeça. Eles compõem parte da musculatura facial superficial e são inervados pelo nervo facial. Entre eles estão:

O Músculo esfíncter superficial do pescoço é uma faixa muscular transversa delgada, que nos carnívoros se projeta ao longo do aspecto ventral da região laríngea, na união da cabeça com o pescoço.

O Músculo cutâneo da face é uma lâmina muscular extensa que cobre o músculo masseter, tensiona e movimenta a pele da cabeça e retrai caudalmente a comissura dos lábios

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O Músculo esfíncter profundo do pescoço se localiza sob o platismo e os músculos cutâneos da face no aspecto lateral da cabeça e do pescoço. Ele tensiona a fáscia superficial na região da laringe;

O Músculo frontal é responsável pelo movimento da pele na frente.

3. Músculos faciais

A musculatura facial pode ser subdividida em camadas superficiais e camadas profundas, ambas atendidas pelo nervo facial.

Camada Superficial : Inclui os músculos cutâneos da cabeça e do pescoço e uma grande quantidade de músculos menores, os quais são responsáveis pelo posicionamento dos lábios, das narinas, das bochechas, das orelhas e das pálpebras. Por serem responsáveis pela expressão facial, também são chamados de musculatura da mímica facial.

Camada Profunda: Os músculos faciais profundos incluem os músculos fixados ao osso hioide, os músculos considerados como parte do músculo digástrico, ou que se prolongam até a orelha média, e são inervados por ramificações profundas do nervo facial.

Podem ser divididos em:

Músculos dos lábios e das bochechas; Músculos do nariz; Músculos extraorbitais das pálpebras Músculos da orelha.

3.1.Músculos dos lábios e das bochechas

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O músculo orbicular da boca é o músculo esfíncter da boca. Ele circunda a abertura da boca e forma o principal componente dos lábios. Ele compõe-se de múltiplos fascículos musculares, que estão intimamente conectados à pele e à mucosa/submucosa.

Os músculos incisivos situam-se diretamente abaixo da submucosa dos lábios. Eles emergem como pequenas lâminas musculares das margens alveolares do osso incisivo e da mandíbula e se irradiam para o músculo orbicular da boca. Eles elevam o lábio superior e abaixam o lábio inferior.

O músculo levantador nasolabial se origina da fáscia das regiões nasal e frontal. Ele se espalha para formar um músculo plano em forma de faixa em todos os mamíferos domésticos.

O músculo levantador do lábio superior é o músculo mais forte do grupo facial. Ele se origina do ângulo médio do olho. Com diversos pequenos tendões de inserção, ele se insere na parede lateral das narinas e do lábio superior. Em carnívoros, esse músculo normalmente pequeno se origina da face facial o maxilar, caudoventral ao forame infraorbital e se irradia com tendões delicados na parede lateral das narinas e do lábio superior.

O músculo canino situa-se mais profundamente em relação ao músculo levantador do lábio superior na maioria das espécies domésticas. Em carnívoros, ele se irradia para o lábio superior na altura dos dentes caninos.

O músculo mentual é um músculo fraco, infiltrado por tecido adiposo e conjuntivo, que parece ser um destacamento do bucinador. Ele forma o componente principal do mento, o qual é indistinto em espécies domésticas.

O músculo zigomático é uma lâmina muscular delgada, a qual, em carnívoros, se origina da cartilagem escutiforme como um músculo em forma de correia, que se espalha até terminar no canto da boca rostralmente e na fáscia do pescoço ventralmente.

O músculo bucinador forma a parede muscular da cavidade oral. Ele se prolonga entre os processos alveolares do maxilar e da mandíbula como uma lâmina muscular plana. Ele pode comprimir o vestíbulo da boca e, desse modo, retornar o alimento para superfície mastigatória dos dentes. Em carnívoros, ele se divide em uma parte maxilar e outra mandibular. Nos carnívoros, ambas as partes se originam dos alvéolos dos últimos molares maxilares e mandibulares como uma lâmina muscular delgada. A parte maxilar mais forte segue a margem rostral do músculo masseter, se curva sob a parte superficial da parte mandibular rostrodorsalmente e

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se insere no sentido dorsal em relação ao forame infraorbital na maxila. A parte molar se origina da margem alveolar dos dentes molares caudais e do processo coronoide da mandíbula, e se funde ao músculo orbicular da boca rostralmente. Ela é firmemente fixada às membranas mucosas da boca e das glândulas bucais.

3.2.Músculos do nariz

Os músculos do nariz são rudimentares em carnívoros. Sua principal função é a dilatação das narinas.

3.3.Músculos extraorbitais das pálpebras

O músculo orbicular do olho é o músculo esfíncter da fenda palpebral. A parte profunda mais forte situa-se diretamente na parede orbital, enquanto a parte menor superficial se irradia até as pálpebras. Ela facha a fenda palpebral.

O músculo levantador do ângulo medial do olho é uma lâmina muscular, em carnívoros, é uma forte faixa muscular. Ele se origina da fáscia frontal e se prolonga até a pálpebra superior dorsomedialmente. Ele eleva a parte medial da pálpebra superior.

O músculo levantador do ângulo lateral do olho está presente apenas em carnívoros. Ele se prolonga da fáscia temporal até o ângulo lateral da pálpebra, a qual se retrai caudalmente.

O músculo molar é um músculo fraco em mamíferos domésticos. Acredita-se que ele seja um destacamento do músculo esfíncter profundo do pescoço.

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3.4. Músculos da orelha

A orelha dos mamíferos domésticos se move por meio de diversos pequenos músculos que se originam ou desde a cartilagem escutiforme ou diretamente do crânio.

O grupo tensor da cartilagem escutiforme é representado por finas lâminas musculares que conectam a cartilagem escutiforme ao crânio e podem alterar sua posição. Esse grupo é composto pelos músculos frontoescutular, interescutular e cervicoescutular, sendo que a denominação indica sua posição.

O músculo parotidoauricular é uma faixa muscular longa, que se prolonga desde as regiões cranial cervical e parotídea até o ângulo ventral da cartilagem escutifome, Ele direciona a orelha ventral e caudalmente.

Os músculos auticulares caudais consistem em uma parte longa, o músculo cervicoauricular médio e uma parte curta, o músculo cevicoauricular profundo. As duas partes emergem da parte cranial do pescoço e terminam no aspecto lateral da cartilagem escutiforme. Eles projetam e retraem a orelha.

Os músculos auriculares dorsais compreendem três músculos isolados, os quais se inserem no aspecto dorsal da orelha. O músculo cervicoauricular superficial se origina da região do pescoço cranial, o músculo parietoauricular, desde a parte parietal do osso temporal, e o músculo cervicoauricular superficial acessório, desde a cartilagem escutiforme. Eles elevam a orelha e a movimentam para trás ou para frente.

O grupo dos músculos auriculares rostrais é composto de quatro músculos pequenos, que são denominados conforme sua posição: escutuloauricular superficial dorsal, escutuloauricular superficial médio, escutuloauricular superficial ventral e zigomaticoauricular. Eles compartilham uma inserção comum no aspecto rostromedial do pavilhão auricular e elevam a orelha. O músculo zigomáticoauricular também gira a base da orelha para frente.

Os músculos auriculares profundos cobrem o aspecto ventral da cartilagem escutiforme até a base do pavilhão auricular. Giram a orelha.

O músculo estiloauricular é uma faixa muscular estreita que se direciona ao aspecto medial da cartilagem escutiforme e encurta o conduto auditivo. São inervados por dois ramos do nervo fácil.

4. Músculos mandibulares

Compreendem os músculos da mastigação e os músculos superficiais do espaço mandibular. São inervados pelo nervo mandibular, que é o terceiro ramo do nervo branquial, o nervo trigêmeo. É responsável pelos movimentos da mandíbula

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necessários para a mastigação e também cobre o espaço mandibular e o aparelho hioide ventralmente.

Podem ser divididos:

Músculos da mastigação Músculos superficiais do espaço mandibular.

4.1.Músculos da mastigação

Os músculos responsáveis pela mastigação costumam ser fortes e apresentar variações específicas conforme a espécie devido à diferente anatomia do aparelho mastigatório completo, incluindo os componentes esqueléticos, os dentes e a articulação temporomandibular.

O músculo masseter é um músculo multipenado largo com intersecções tendíneas múltiplas. Eke se origina da margem ventral do arco zigomático e da crista facial e se insere no aspecto lateral da mandíbula, prolongando-se desde a incisura dos vasos faciais até a articulação temporomandibular. Em carnívoros, pode ser dividido em três camadas por lâminas tendíneas:

Parte superficial: a mais resistente e se origina na metade rostral do arco zigomático, passa caudoventralmente sobre o ramo da mandíbula e se insere parcialmente na parte ventrolateral da mandíbula;

Camada média: a parte mais fraca do músculo masseter, se origina da margem ventral do arco zigomático, medial à camada superficial e se insere na face lateral da mandíbula;

Camada profunda: se funde ao músculo temporal, caudalmente ela se origina da face medial do arco zigomático.

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Os músculos pterigóideos passam dos ossos dos ossos palatino, pterigoideo e esfenoide para o aspecto medial da mandíbula

O músculo pterigóide lareal é o menor dos dois. Ele se origina desde o processo pterigoide do osso basisfenoide, corre caudoventralmente e se insere na face medial do ramo da mandíbula próximo ao processo condilar.

O músculo pterigoide medial é muito maior e ocupa uma posição na face medial da mandíbula semelhante à do masseter lateralmente. Ele se prolonga desde os ossos basisfenoide e palatino até a margem ventral da mandíbula e a face medial do ramo da mandíbula.

Em carnívoros, as duas partes são combinadas na origem. Elas se originam juntas desde a face lateral dos ossos pterigoide, esfenoide e palatino. Suas fibras se inserem na face medial da mandíbula, ventral ao forame mandibular e em uma rafe fibrosa que passa entre a inserção desse músculo e o masseter.

O músculo temporal ocupa a fossa temporal, sendo que seu tamanho varia conforme a espécie, dependendo do tamanho da fossa. Ele se origina da crista temporal, a qual forma a borda da fossa temporal e da fáscia temporal. Desse ponto ele se pronuncia para baixo, coberto pelos músculos auriculares e se insere no processo coronoide da mandíbula. Trata-se do músculo mais forte da cabeça em carnívoros.

4.2.Músculos superficiais do espaço mandibular

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Os músculos superficiais do espaço mandibular auxiliam os músculos da mastigação e cobrem o lado ventral dos músculos da língua no espaço mandibular.

Embora se use a denominação músculos digástricos, trata-se de um músculo de ventre único em animais domésticos. Nos animais domésticos, exceto nos equinos, sua estrutura bipartida evolucionária é indicada por um interseção fibrosa.

O músculo milo-hióideo forma uma faixa de suporte entre a face interna do corpo da mandíbula. Com base em sua inervação pelo nervo milo-hióideo, um ramo do nervo mandibular é destacado para o grupo mandibular. Ele sustenta a língua e a eleva em direção ao palato.

5. Músculos específicos da cabeça

O músculo reto dorsal maior da cabeça se prolonga entre a espinha do áxis e a parte escamosa do occipício. Pode ser dividido em uma parte profunda e outra superficial em todos os mamíferos domésticos. Em carnívoros, os músculos dos dois lados se encontram na linha média e é coberto pelo músculo semiespinal da cabeça desde o atlas até a crista nucal.

O músculo reto dorsal menor da cabeça se posiciona diretamente sobre a membrana atlanto-occipital dorsal, em uma posição profunda em relação ao músculo longo da cabeça, e se prolonga entre o occipital e o atlas. Em carnívoros, ele se fixa ao arco dorsal do atlas caudalmente e ao occipício dorsalmente sobre o forame magno.

Ambos os músculos retos dorsais da cabeça atuam como extensores da articulação atlanto-occipital e, desse modo, elevam a cabeça.

O músculo reto lateral da cabeça é uma pequena faixa muscular que ocupa a fossa alar do atlas e se estende desde o arco ventral até o processo paracondilar do occipício. Ele flexiona a articulação atlanto-occipital e inclina a cabeça.

O músculo reto ventral da cabeça corre entre o arco ventral do atlas e o osso basioccipital, ao qual ele se insere entre o tubérculo muscular e a bula timpânica. Ele flexiona a articulação atlanto-occipital.

O músculo oblíquo cranial da cabeça é um músculo curto que se estende obliquamente no sentido craniolateral sobre a articulação atlanto-occipital, coberto pelo esplênio e partes do músculo braquiocefálico. Em carnívoros, ele se divide em duas partes. A parte principal que se origina das partes lateral e ventral da asa do atlas e se insere no processo mastoide do osso temporal e na crista nucal. Ele amplia a articulação atlanto-occipital e, quando é contraído unilateralmente, flexiona a cabaça para p lado que contrai.

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O músculo oblíquo caudal da cabeça cobre o atlas e o áxis dorsalmente. Ele se origina do processo espinhoso do áxis, atravessa obliquamente no sentido craniolateral até sua inserção na asa do atlas.

O músculo longo da cabeça representa a continuação cranial do músculo longo do pescoço. Ele flexiona a articulação atlanto-occipital e movimenta a cabeça lateralmente e o pescoço para baixo. Trata-se de um músculo forte, que se situa nos lados lateral e ventral da segunda à sexta vértebras cervicais. Ele se origina dos ramos caudais dos processos transversos e se insere no tubérculo muscular do osso basiooccipital. Origina-se da segunda à quarta vértebra cervical. Antes de sua inserção, ele se une ao músculo correspondente do lado oposto na linha média entre as bolsas guturais. Ele é irrigado pelas ramificações ventrais do primeiro ao sexto nervo cervical nos gatos.

MÚSCULOS DA COLUNA

Os músculos do gato seguem o padrão para os carnívoros, e assim são semelhantes aos do cão. Exceto pelo fato de refletirem uma conformação corporal diferente, a maioria dos músculos pode ser estudada ao usar as descrições escritas para o cão. As principais diferenças serão citadas a seguir:

1. Não há nenhum intervalo entre as porções caudal e cranial do músculo serrátil dorsal.

2. Além da porção dorsomedial dos músculos intertransversais lombares há feixes dorsolaterais entre os processos transversos lombares.

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MÚSCULOS DO ESQUELETO APENDICULAR

Os músculos do gato seguem o padrão dos carnívoros, sendo muito semelhantes aos do cão. Cães e gatos possuem conformações corporais diferentes, porém a maioria dos músculos pode ser estudada usando as mesmas descrições feitas para o cachorro. Estão incluídas aqui apenas as principais particularidades do gato em relação ao cão.

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1. Diferenças nos músculos do membro torácico

- Os músculos dos membros do gato, especialmente os mais distais, são mais desenvolvidos do que no cachorro.

- O giro da porção distal do membro torácico é realizado em extensão maior.

- O músculo braquioradial é uma faixa larga.

- O músculo pronador redondo é maior que o do cão.

- Existe um músculo articular umeralna superfície flexora da articulação do ombro.

- A porção lateral do músculo do tríceps do braço está dividida nas porções acessória, intermédia e curta.

- Algumas fibras, na superfície medial do cotovelo, constituem o epitrocleoanconeu.

- O músculo palmar longo está localizado na posição usual do músculo flexor superficial dos dedos. Surge do epicôndilo medial do úmero e termina num tendão plano próximo ao carpo, onde passa através do retináculo flexor para dividir-se em quatro tendões (às vezes cinco) que se inserem na porção externa de cada tendão do flexor digital superficial.

- Há ligações tendíneas para a almofada cárpica

- O verdadeiro músculo flexor superficial dos dedos tem uma porção ulnar que surge da borda caudal do músculo palmar longo e uma porção radial que é profunda ao músculo palmar longo e surge do músculo flexor profundo dos dedos.

- Os tendões da porção ulnar vão para o quarto e quinto dígitos. Os da porção radial vão para o segundo e terceiro dígitos para se inserirem da maneira costumeira.

- Os tendões da porção ulnar e radial normalmente não se unem.

- O músculo flexor profundo dos dedos é descrito como tendo 5 porções. As porções 2, 3 e 4 constituem a porção umeral, como no cão. As duas outras porções são radial e ulnar.

- O músculo extensor radial do carpo está completamente dividido em duas partes (longa e curta).

- O músculo extensor lateral dos dedos tem quatro tendões de inserção, um para cada dígito principal.

- O músculo extensor nos dedos 1 e 2 é bem maior que o do cão.

- Os músculos lumbricais consistem em quatro pequenos músculos.

- Os músculos interflexores são em número de três.

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2. Diferenças nos músculos do membro pélvico

- Caudal ao músculo glúteo superficial há um musculo de tamanho parecido, o caudofemoral, que surge das primeiras três vértebras caudais e insere-se na fáscia, cranialmente ao músculo bíceps da coxa. Uma pequena porção desce distalmente até a patela. Abduz a coxa e estende a articulação do quadril.

- O músculo iliocaudal é uma extensão cranial do músculo levantador do ânus.

- O músculo sartório não está dividido.

- O músculo extensor longo dos dedos normalmente está incorporado no músculo tibial cranial.

- O músculo tibial caudal é substancial mas não se une ao tendão do músculo flexor profundo dos dedos.

- O músculo sóleo é bem desenvolvido nos gatos.

- Os tendões do músculo flexor superficial dos dedos, distalmente ao tarso, contêm fibras musculares que são, Às vezes, conhecidas como flexor curto dos dedos.

- O músculo quadrado plantar é grande.

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- Há fibras longitudinais, da tuberosidade calcânea para a base do quinto osso metatársico, que constituem a parte társica do músculo abdutor do dedo V. Também há algumas fibras profundas na superfície plantar do tarso.

- Os músculos lumbricais constituem em três partes.

- Os interflexores são em número de três, como no membro torácico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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