APEGO É O OPOSTO DO AMOR

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APEGO O OPOSTO DOAMOR. TENHO OBSERVADO UMA IDEIA ESTRANHA DE AMOR QUE MUITAS PESSOAS PARECEM TER: ELES VEM O AMOR COMO UMA ESPCIE DE PRESENTE QUE TEM QUE SER DADO DE VOLTA. ALGUM DIZ: EU TE AMO, E SE A OUTRA PESSOA NO RESPONDE COM UM EU TAMBM TE AMO, APRIMEIRA PESSOA FICA CHATEADA. MAS O AMOR NEM SEMPRE TEM QUE SER RECPROCO. NS PODEMOS APENAS AMAR. SE O AMOR NO VIER DE VOLTA PARA VOC, ELE AINDA O AMOR QUE VOC DEU E QUE VOC SENTE. NEM SEMPRE TEMOS QUE RECEBER ALGO DE VOLTA PARA O QUE DAMOS, NO ?KARMAPAA PAIXO APEGOSAA paixo apegosa o oposto de amor, surge de um egocentrismo que acarinha a si mesmo no outro, ou pior, busca construir a propria felicidade as expensas do outro. Esse tipo de sentimento s quer se apropriar das pessoas, objetos e situaes que o atraem para ter controle. Considera a atrao como uma caracteristica inerente a pessoa, cujas qualiaddes amplia e subestima os defeitos.A paixo romantica o maior exemplo de cegueira. O dicionario define Um amor poderoso, exclusivo e obsessivo. Afetividade violenta que atrapalha o julgamento. Ela alimentada pelo exagero e pela iluso e insiste em que as coisas sejam outras, diferentes de como realmente so. Como uma miragem, o objeto idealizado insaciavel e fundamentalmente frustrante.a atrao sexual no patologica, mas tambm no uma emoo. a expressao normal de um desejo, como a fome e a sede.. Mesmo assim faz surgir as mais poderosas emoes porque sua fora deriva dos 5 sentidos:viso tato, audicao, paladar e olfato. Na ausencia de liberdade interior, qualquer experiencia desse tipo gera apego e cria um redemoinho: no damos ateno, pensamos que podemos nadar ali sem problemas, mas quando o turbilhao acelera e fica mais profundo, somos sugados para dentro dele sem nenhuma esperana de resgate. J a pessoa que consegue manter uma perfeita liberdade interior experimenta todassensaesna simplicidade do momento presente, com o deleite de uma mente livre de apegos e expectativas.

O apego exatamente o oposto do amor.O amor diz: quero que sejas felizesO apego diz: quero que me faas feliz-Jetsunma Tenzin PalmoO amor verdadeiro aquele que livre de apegos, ser desapegado no significa amar menos e sim no estar centrado no amor por ns mesmos nos escondendo no amor que dizemos sentir pelo outro. O amor real a alegria de compartilhar da vida daqueles que esto a nossa volta, seja eles seus amigos, familiares, esposa ou marido.Ama-se o outro pelo que ele/ela e no atravs da lente distorcida do egocentrismo, em vez de se apegar temos que ter em mente a felicidade da outra pessoa e no a propria, em vez de esperar gratificaes podemos receber o amor reciproco da outra pessoa com alegria.Matthieu RicardAMOR NO ALGO QUE VOC QUER, AMOR ALGO QUE VOC D, OFERECE.LAMA TSERING EVERESTDO DESEJO OBSESSOO desejo obsessivo que costuma acompanhar o amor apaixonado deturpa a afeio, a ternura e a alegria de apreciar e compartilhar a vida com algum. Ele o oposto do amor altrusta. Surge de um egocentrismo doentio que acarinha a si mesmo no outro ou, ainda pior, busca construir a prpria felicidade s expensas do outro. Esse tipo de desejo s quer se apropriar das pessoas, dos objetos e das situaes que o atraem para ter controle. Considera a atrao como uma caracterstica inerente quela pessoa, cujas qualidades ele amplia, enquanto subestima os defeitos. O desejo embeleza os objetos sobre os quais pousa as suas asas de fogo , ressaltou Anatole France.O desejo obsessivo reflexo da intensidade e da frequncia das imagens mentais que o desencadeiam. Como um disco riscado, fica repetindo o mesmo leitmotiv. uma polarizao do universo mental, uma perda de fluidez, que prejudica a liberdade interior. Alain escreveu: Este amante desprezado, que se contorce sobre a cama em vez de dormir e que medita sobre vinganas terrveis. O que sobraria da sua ferida se ele no pensasse mais sobre o passado e sobre o futuro? Este ambicioso, ferido no corao por um fracasso, onde procurar ele sua dor, seno em um passado que ressuscita e em um futuro que inventa?

Essas obsesses tornam-se muito dolorosas quando no so atendidas e vo ficando cada vez mais fortes quando o so. O universo da obsesso um mundo onde a urgncia se vincula impotncia. Somos pegos por uma engrenagem de tendncias e pulses que conferem obsesso um carter lancinante. Outra de suas caractersticas a insatisfao fundamental que ela suscita. Ela no conhece a alegria e muito menos a plenitude ou a realizao. No poderia ser de outra maneira, j que aquele que vtima da obsesso insiste em buscar alvio exatamente naquelas situaes que so as causas do seu tormento. O dependente de drogas refora a sua dependncia, o alcolatra bebe at chegar ao delrio, o amante desprezado olha para a foto da sua amada o dia todo. A obsesso gera um estado de sofrimento crnico e de ansiedade, aos quais se somam, por sua vez, o desejo e a repulsa, a insaciabilidade e a exausto. Na verdade, ela um adendo s causas do sofrimento.Estudos indicam que diferentes regies do crebro e diferentes circuitos neurais esto em ao quando queremos alguma coisa e quando gostamos dela. Isso nos ajuda a compreender pelo qual, quando nos acostumamos a sentir certos desejos, tornamo-nos dependentes deles continuamos a sentir a necessidade de satisfaz-los mesmo quando j no gostamos do sentimento que provocam. Chegamos ao ponto de desejar sem gostar, desejar sem amar. No entanto, podemos querer ser livres da obsesso, que machuca porque nos compele a desejar aquilo que no nos agrada mais. Podemos, tambm, amar alguma coisa ou algum sem necessidade desej-los.NOS CIMES EXISTE MAIS AMOR-PRPRIO DO QUE VERDADEIRO AMOR.ROCHEFOUCAULDPesquisadores implantaram, em determinada regio do crebro de ratos, eletrodos que produziam sensaes de prazer quando estimulados. Os ratos descobriram que podiam aumentar a intensidade do prazer ao apoiar os eletrodos em uma barra. A sensao de prazer era to intensa que eles logo abandonaram todas as outras atividades, inclusive a alimentao e o sexo. A busca dessa sensao transformou-se em uma sede insacivel, uma necessidade incontrolvel, e os ratos pressionaram a barra at carem mortos de exausto.DESEJO, AMOR E APEGOComo distinguir entre o amor verdadeiro e o apego possessivo? O amor altrusta pode ser comparado ao som puro que vem de um copo de cristal, e o apego ao dedo que, ao tocar a beira do copo, abafa esse som. Reconhecemos desde o princpio que a ideia de uma mor desprovido de apego relativamente estranha sensibilidade ocidental. Ser desapegado no significa que amamos menos a pessoa, mas que no estamos centrados no amor por ns mesmos nos escondendo no amor que dizemos sentir pelo outro. O amor altrusta a alegria de compartilhar da vida daqueles que esto nossa volta os nosso familiares, os nossos amigos, os nossos companheiros, a nossa esposa ou o nosso marido e contribuir para a felicidade deles. Amamos o outro por aquilo que ele e no atravs da lente distorcida do egocentrismo. Em vez de ficarmos apegados ao outro, temos que ter em mente a felicidade dele; em vez de esperar que ele nos traga alguma gratificao, podemos receber o seu amor recproco com alegria.E depois podemos ir ampliando e estendendo esse amor. preciso ser capaz de amar todas as pessoas incondicionalmente. Amar um inimigo isso pedir demais? Esse empreendimento pode parecer impossvel, mas baseia-se em uma observao muito simples: a de que todos os seres, sem exceo, querem evitar o sofrimento e conhecer a felicidade. O amor altrusta genuno o desejo de que isso possa se realizar. Se o amor que oferecemos depende do modo como somos tratados, nunca seremos capazes de amar o nosso inimigo. No entanto, certamente possvel ter a esperana de que ele pare de sofrer e seja feliz!Como conciliar esse amor incondicional e imparcial com o fato de que temos na nossa existncia relaes preferenciais com certas pessoas? Tomemos o sol como exemplo. Ele brilha para todos, com o mesmo calor e a mesma claridade, em todas as direes. Mas h seres que, por diversas razes, se encontram mais perto dele e que, por isso, recebem mais calor. Mas em nenhum momento essa situao privilegiada uma excluso. Apesar das limitaes inerentes a qualquer metfora, compreendemos que possvel gerar em si mesmo uma bondade a partir da qual chegamos a olhar para todos os seres como se fossem pais, mes, irmos, irms ou filhos. No Nepal, por exemplo, chamamos qualquer mulher mais velha do que ns de grande irm, e a mulher mais nova, de pequena irm. Essa bondade aberta, altrusta e atenciosa, longe de diminuir o amor que sentimos por aqueles que nos so mais prximos, s o faz aumentar, aprofundar-se e ficar ainda mais belo. claro que temos que ser realistas concretamente impossvel manifestar da mesma maneira a nossa afeio e o nosso amor por todos os seres vivos. normal que osefeitosdo nosso amor envolvam mais determinadas pessoas do que outras. No entanto, no h razo para que uma relao especial que temos com um amigo ou um companheiro limite o amor e a compaixo que sentimos por todas as pessoas. A essa limitao, quando surge, damos o nome deapego. O apego nocivo na medida em que, sem propsito algum, restringe o campo de ao do amor altrusta. como se o sol deixasse de brilhar em todas as direes e se reduzisse a um estreito feixe de luz. O apego fonte de sofrimento porque o amor egosta se bate contra as barreiras que ele mesmo levantou. A verdade que o desejo possessivo e exclusivista, a obsesso e o cime s tm sentido no universo fechado do apego. O amor altrusta a mais expresso da natureza humana, quando essa natureza no viciada, obscurecida e distorcida pelas manipulaes do ego. O amor altrusta abre uma porta interior que torna inoperante o sentimento de importncia de si mesmo e, portanto, tambm o medo desaparece. Ele nos permite dar alegremente e receber com gratido.Matthieu RicardSOBRE O AMOREm primeiro lugar ns temos a palavra Maitri que pode ser traduzida como amor ou amorosidade. a inteno e a capacidade de trazer alegria outra pessoa ou vrias pessoas. A inteno no suficiente, por que as vezes voc quer muito fazer o outro feliz mas voc o faz infeliz. Ento a inteno no suficiente. A capacidade de fazer outra pessoa feliz. E como? Pelo trabalho de olhar profundamente , por vipassana. Se voc no entende uma pessoa voc no pode amar, este o ensinamento do Buda, ento o amor feito de uma substncia chamada entendimento. E o entendimento o resultado de olhar profundamente. Voc est calmo, voc olha, voc v, voc entende, e agora voc pode amar.Por que para amar algum com intensidade significa fazer essa pessoa feliz e sorridente, florescendo como uma flor. E a menos que voc conhea a natureza, as dificuldades, o desespero e a esperana dessa pessoa, voc no pode trazer para ela o certo que pode faze-la feliz. E voc faz isso apenas para o bem da pessoa que voc ama. Voc no diz eu fao isso pra voc e voc tem de fazer aquilo por mim isso no Maitri , isso um tipo de troca no amor. Voc faz isso sem nenhuma condio.O segundo aspecto do amor Karuna : a capacidade de transformar, de remover a dor de outra pessoa. A outra pessoa pisa num espinho e sofre, voc vem e remove o espinho e coloca um blsamo nele e voc alivia o sofrimento, isso Karuna. E voc faz isso sem pedir nada em troca. E isso tambm requer seu poder de entendimento, e apenas atravs desse tipo de insight voc pode comear a amar corretamente. E portanto, o amor, no contexto budista, uma prtica. A prtica de olhar profundamente e no apenas a inteno de fazer o outro feliz. Amor ao e o smbolo da ao a mo.Quando voc entra num mosteiro tibetano, ou num nosteiro viatinamita, voc pode ver uma imagem de Buda com mil braos. Isso significa que o Buda tem mil maneiras de amar. De outra forma voc no entende por que ele tem tantos braos. E se voc olhar mais profundamente em cada palma da mo tem um olho, e esses olhos significam: olhando profundamente para entender, e se voc no olha profundamente para entender como voc pode amar? Ento o entender a essncia do amor e o amor feito de entendimento. Voc no pode amar uma pessoa se voc no a entende. Isso simples. E se voc a ama sem entend-la voc a est fazendo sofrer. Isso no amor verdadeiro. Pivra a outra pessoa de espao, de liberdade, de frescor e voc pode ver isso. E quando a outra pessoa no est nutrida de amor voc no ser nutrido de amor. Quando voc tem esse amor e essa amorosidade voc o primeiro a lucrar com essa prtica.O homem ou mulher que forem motivados por Maitri e Karuna so lindos em si mesmos e claro que a pessoa que ele ou ela ama tambm linda, por que ela regada com Maitri e Karuna. Ento quando a outra pessoa no parece feliz, ns sabemos que tem algo errado com nosso amor. Ns deveramos parar de dizer eu a amo tanto e fiz tudo ao meu alcance para faz-la feliz, por qu ela no feliz?, ela no quer ser feliz. Ns no deveramos acusa-la (culpa-la) assim. Deveramos voltar e olhar profundamente a natureza do nosso amor. Para ver onde ns entendemos essa pessoa e o seu sofrimento.No comeo ela uma flor mas agora ela no parece uma flor e ns a culpamos por no ser nossa flor. Mas quem a pessoa responsvel pela flor? Voc. O que voc tem feito para a sua flor? O amor se tornou dio e agora voc tem uma opinio diferente, voc acha que a separao o melhor, eu no posso mais viver com ela justamente a afirmao oposta. Ento amor transformado em dio muito comum, e protanto voc deve praticar diariamente para manter o amor vivo, e amor no contexto budista Maitri e Karuna: trazer alegria e transformar o sofrimento da outra pessoa. E como voc pode fazer isso se voc no est calmo o suficiente, se voc no olha profundamente para ela de maneira a ver que tipo de necessidade ela tem? Que tipo de sofrimento ela tem? Quem no precisa de meditao?Tchich Nhat Hanh

ME,POR DALAI LAMAA boa me aquela que vai se tornando desnecessria com o passar do tempo. Vrias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno dequerer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha herclea, confesso. Quando comeo a esmorecer na luta para controlar a super-me que todas temos dentro de ns, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessria. Antes que alguma me apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso. Ser desnecessria no deixar que o amor incondicional de me, que sempre existir, provoque vcio e dependncia nos filhos, como uma droga, a ponto de eles no conseguirem ser autnomos, confiantes e independentes. Prontos para traar seu rumo, fazer suasescolhas, superar suas frustraes e cometer os prprios errostambm. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordo umbilical. A cada nova fase, uma nova perda um novo ganho, para os dois lados, me e filho. Porque o amor um processo de libertao permanente e esse vnculo no pra de se transformar ao longo da vida. At o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a prpria famlia e recomeam o ciclo.O que eles precisam ter certeza de que estamos l, firmes, na concordncia ou na divergncia, no sucesso ou nofracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abrao apertado, o conforto nas horas difceis. Pai e me solidrios criam filhos para serem livres. Esse o maior desafio e a principal misso. Ao aprendermos a ser desnecessrios, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.D a quem voc Ama :- Asas para voar- Razes para voltar- Motivos para ficar -