APLICAÇÃO DE UMA ATIVIDADE INVESTIGATIVA DOPROJETO MÃO NA MASSA NA EMEF ÉRICO VERÍSSIMO PARA

A AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 2008: UM RELATO DEEXPERIÊNCIA

CASSIANO, Ana Maria Margini 1; MATOS, Kédima Ferreira de Oliveira 2; SANTANA, Ana Maria 1

1 EMEF Erico Veríssimo – Secretária Municipal de Educação - SME2 Estação Ciência – USP

anamargini@terra.com.br ;keddima@yahoo.com.br clara.luz@uol.com.br ;

Palavras Chave: Atividade investigativa; sustentaçã o das plantas, investigação;relato de experiência.

INTRODUÇÃOEste artigo apresenta um relato acerca da experiência vivida na

aplicação da avaliação diagnóstica do programa “ABC na iniciação científica –Mão na Massa” da Estação Ciência (EC)/USP, em parceria com a SecretariaMunicipal de Educação (SME), que visa a melhoria do ensino de ciência naescola, aplicando-se a metodologia investigativa.

O objetivo desta avaliação consistiu em verificar possíveis mudançasnas ações do professor e conseqüentemente na aprendizagem do aluno,verificadas através da aplicação, pelo professor, de uma atividade investigativae também de algumas questões objetivas e abertas sobre o tema plantas.

Não é propósito deste trabalho apresentar resultados, ou mesmodialogar sobre a avaliação diagnóstica, mas sim relatar como se deu oprocesso de avaliação na EMEF Érico Veríssimo e identificando cada passo daaplicação da mesma.

Momento InicialA professora organiza a sala em 7 grupos, deixando livre todo o espaço

central, onde pode locomover-se livremente entre os grupos.

A atividade dá inicio com a professora perguntando quem já viu umaplanta? Os alunos logo vão respondendo: “eu, eu, eu... “ Ela continua então odiálogo com a sala, questionando os alunos onde eles já viram uma planta.

As respostas foram diversas, tais como: 1. No shopping2. Em casa, no jardim.

3. Quando fui a Francisco Morato eu vi algumas4. Na praça5. Na Estação Ciência, quando fui lá vi logo atrás tem um montão.6. Na casa de minha prima tinha bastantes flores7. Na casa de praia de minha mãe8. No museu9. Na casa de minha tiaA professora ouve atentamente cada aluno. Pacientemente vai

conduzindo o momento, com muita atenção à fala dos alunos e com umadisciplina impressionante. Os alunos relembram uma atividade sobre plantasque eles fizeram e lembram também que na escola tem plantas. Por fim aprofessora entrega uma folha e solicita aos alunos: “Descreva e desenhe umadas plantas que conhece.” Ela ainda faz com que os alunos leiam atentamenteo que está escrito na folha para ter certeza que todos compreenderam ocomando.

Os alunos vão então desenhando e escrevendo suas plantinhas eapesar de serem da 2ª série e ainda não serem totalmente alfabetizados,conseguem realizar esta etapa tranqüilamente.

Constantemente a professora passa nos grupos incentivando os alunosa desenvolverem a atividade solicitada e ao perceber que todos já haviamconcluído ela chama um a um e cola os desenhos e descrição na lousa. Emseguida chama todos os alunos para sentarem no chão bem perto da lousa edá inicio a um bate-papo com os alunos, pedindo para que eles olhem osdesenhos, e analisem se todos são iguais, se tem diferenças e o que elesperceberam.

Os alunos apontam para a semelhança entre algumas floresdesenhadas como as margaridas desenhadas, as árvores com e sem frutas, e

logo em seguida a professora chama a atenção para as diferenças que existemnas plantas desenhadas e mostra que nos desenhos existem uma diversidadede plantas e que nem todas são iguais. Este é um momento muito bom, pois osalunos se empolgam ao ver seus desenhos e comentam sobre os desenhosdos amigos que são diferentes.

Levantamento das Hipóteses IndividualPor fim, os alunos retornam aos grupos e a professora lança a questão

problematizadora: “ Muitas plantas crescem pra cima. O que sustenta ess etipo de planta para que ela fique em pé?” Além de escrever na lousa aprofessora lê com a sala toda em alto som e explica detalhadamente aosalunos sobre o que terão que fazer neste momento.

Após o levantamento das hipóteses individual a professora ainda pedeque alguns falem de suas hipóteses e ouve atentamente cada aluno, emseguida solicita que em grupo os alunos escolham uma hipótese e registre emuma folha as hipóteses do grupo. Os alunos começam a discutir entre elescomo farão, alguns querem que seja só a sua idéia outros querem colocar a detodos, e assim vão organizando o que registrar como hipótese do grupo.

Logo em seguida a professora entrega uma folha de planejamento paraque o grupo então informe, como eles farão para comprovarem se o que eleslevantaram como hipótese está correto ou não. De modo geral os alunosdisseram que observando uma planta era o suficiente, outros acharam quealém de observar uma planta deveriam ver um livro que falasse de plantas, sóum grupo achou que deveria consultar a Internet, portanto, a professora nãoteve muito problema com o processo de investigação, já que foi acordo dequase toda sala, consultar um livro, no caso, consultar um texto e observaruma planta.

Observando uma planta e Pesquisando

A professora então entrega uma planta solicitando que eles a tratem

com carinho e que observem detalhadamente e façam anotações e assim elesprocedem.

Após a observação cuidadosa da planta recebida, os alunos lêem umtexto com o auxílio da professora, sobre o tema em questão.

Hipóteses dos gruposEm seguida, os alunos, ainda em grupo, reestruturam as hipóteses do

grupo e as apresenta para toda a sala, como mostraremos a seguir:Grupo 1 :Aprendi que sem certas coisas a planta não pode viver, que tem que ter

muito cuidado com as plantas.Grupo 2 :Se não dermos água para as plantas elas morrem, têm algumas plantas

que se só ficarem em casa murcham e têm as que ficam no sol e murcham,então precisa regar e cuidar da planta. A planta precisa da raiz para ficar empé.

Grupo 3 :Aprendemos mais sobre a natureza. Não se pode deixar as plantas sem

regar pois se não elas morrem. A planta precisa de água para ficar em pé.Grupo 4 :Descobrimos que têm mais espécie de plantas e se uma planta não tiver

raiz ela morre, porque a raiz suga água e sem água ela morre.Grupo 5 :Que a raiz está dentro da planta, que algumas plantas têm cheiro. A

planta precisa da água, do sol e da raiz.Grupo 6 :

Achamos a planta bonita, a atividade foi legal. As plantas são cheirosas,a gente tem que cuidar para não morrerem. A planta precisa de raiz para ficarem pé.

Grupo 7 : Gostamos de mexer com as plantas, do cheiro e aprendemos mais

sobre as plantas e que elas precisam de água, raiz e sol para ficar em pé.Passado este momento a professora, conversa com sala sobre as sessaçõesque cada aluno teve ao mexer com a plantinha, na atividade realizada naqueledia, os depoimentos forma diversos, destacamos alguns deles, como:

“ah!! Senti paz , tranqüilidade”;“senti alegria”;“senti,carinho... um encantamento”; “foi muito bom”: “foi como se euestivesse em uma praia, tomando água de coco” ; “adore, foisimplesmente, ótimo”; “achei muito bom, me senti feliz”

Conclusão ColetivaPor fim, a professora resgatou o momento inicial das hipóteses,

solicitando que os alunos concluíssem a atividade do dia, dizendo o queaprenderam,. A sala então formula a seguinte conclusão coletiva:

“As plantas precisam de água e cuidados para viver feliz. A raizsuga a água para a planta sobreviver e ficar em pé ”.

Em outro dia as crianças plantaram no jardim as plantas usadas noexperimento. As fotos demonstram o quanto foi significativo todo o processo,do experimento ao plantio.

CONCLUSÕESFoi possível perceber uma integração muito forte entre a professora e os

alunos, onde os mesmos participaram ativamente de todo o processo, trazendo

seus conhecimentos prévios para sala de aula e os ampliando no decorrer daatividade.

Apesar de toda subjetividade envolvida ao se realizar uma avaliação quetenta diagnosticar em que ponto encontra-se uma metodologia aplicada emsala de aula, o desenvolvimento desta vivência no EMEF Érico Veríssimo,aponta para uma apropriação dos passos da metodologia investigativa, pelosenvolvidos.