APLICAÇÃO CLÍNICA DE ONLAY CERÂMICA EM DENTE … · caso clínico foi a cerâmica, por ser um...
Transcript of APLICAÇÃO CLÍNICA DE ONLAY CERÂMICA EM DENTE … · caso clínico foi a cerâmica, por ser um...
MAYARA ZILLI CANEDO DA SILVA
APLICAÇÃO CLÍNICA DE ONLAY CERÂMICA EM DENTE
POSTERIOR:
RELATO DE CASO
2018
MAYARA ZILLI CANEDO DA SILVA
APLICAÇÃO CLÍNICA DE ONLAY CERÂMICA EM DENTE
POSTERIOR:
RELATO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do diploma de Graduação em Odontologia.
Orientadora: Profª. Dra. Eloisa Helena Aranda Garcia de Souza
Londrina, PR
2018
MAYARA ZILLI CANEDO DA SILVA
APLICAÇÃO CLÍNICA DE ONLAY CERÂMICA EM DENTE
POSTERIOR:
RELATO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do diploma de Graduação em Odontologia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Orientadora: Profª. Dra. Eloisa Helena
Aranda Garcia de Souza Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________ Componente da Banca
Profª. Dra. Fátima Cristina de Sá Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, ___ de _______________ de 2018.
AGRADECIMENTOS
Agradeço а Deus qυе iluminou о mеυ caminho durante esta jornada.
Aos meus pais Ovidio e Maria Tereza, que não mediram esforços para esta
realização, e por me incentivarem desde o primeiro dia da graduação.
A minha irmã Maryanne, pelo companheirismo, estando ao meu lado em todos
os momentos.
Aos meus familiares e amigos que mesmo distantes se fizeram presentes.
A minha orientadora, Profª. Dra. Eloisa Helena Aranda Garcia de Souza, por
sempre acreditar no meu potencial e não deixar que eu desanimasse diante as
adversidades.
Ao Prof. Dr. Alcides Gonini Júnior pela paciência e ajuda na realização deste
trabalho e demais professores que acrescentaram em meu conhecimento.
Aos amigos que fiz durante os cinco anos de graduação, por amenizarem os
momentos ruins e compartilharem os momentos bons.
RESUMO
Na área da Odontologia restauradora, a importância da estética é uma realidade. O
objetivo desse trabalho foi exemplificar, por meio de um relato de caso, o histórico e
surgimento de restaurações indiretas do tipo onlay, assim como suas indicações e
características, a evolução dos sistemas cerâmicos e as múltiplas propriedades que
apresentam dentre elas o preparo cavitário (como deve ser realizado), as vantagens
de uma cimentação adesiva, além de mostrar o que a literatura atual traz sobre o
assunto. Paciente M.A.B., sexo masculino, 48 anos, compareceu à clínica da
Universidade Estadual de Londrina relatando fratura no elemento 37 e se queixando
da falta de estética do mesmo, por se apresentar com extensa restauração em
amálgama. Foi indicada a onlay em cerâmica a qual foi realizada em 3 sessões
clínicas. A confecção foi adequada atendendo às expectativas clínicas e satisfação
do paciente.
Palavras-chave: onlay. cerâmica. restauração indireta.
ABSTRACT
In the area of restorative dentistry, the importance of aesthetics is a reality. The
purpose of this work was to illustrate, by using a case report, the history and advent
of indirect onlay restorations, as well as their indications and characteristics, the
evolution of ceramic systems and the multiple properties that present, like cavity
preparation (must how it be carried on), the advantages of an adhesive cementation,
in addition to show what current literature relates about the subject. Patient M.A.B,
male, 48 years old, attended the clinic of the State University of Londrina, reporting a
fracture in element 37 and complaining about the lack of aesthetic, because it
presented an extensive amalgam restoration. The ceramic onlay was indicated and it
was performed in 3 clinical sessions. The preparation was adequate considering
clinical expectations and patient satisfaction.
Key words: onlay. ceramics. indirect restoration.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 RELATO DE CASO CLÍNICO .................................................................................. 8
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 12
4 DISCUSSÃO ............................................................................................................ 13
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 15
7
1 INTRODUÇÃO
Uma onlay é classificada como uma restauração indireta, a qual envolve a
recuperação de uma ou mais cúspides. Sendo assim, necessita de preparo e
moldagem prévia para ser realizada. Este tipo de restauração foi utilizada durante
muito tempo em dentes anteriores, mas devido a procura dos pacientes por
estética, sua indicação em dentes posteriores tem aumentado ano após ano.
Embora possa ser realizado com vários tipos de materiais, o eleito para este
caso clínico foi a cerâmica, por ser um material capaz de suportar grandes forças
mastigatórias, sendo uma de suas múltiplas características. Há uma grande
variedade de cerâmicas para ser utilizada clinicamente, como por exemplo: as
feldspáticas, que foram as pioneiras, em seguida surgiram as cerâmicas
feldspáticas reforçadas por leucita, dissilicato de lítio, entre outros sistemas
cerâmicos.
A evolução dos sistemas cerâmicos até os dias atuais busca cada vez mais
suprirem necessidades estéticas e funcionais nas cerâmicas utilizadas nas
reabilitações, disponibilizando no mercado sistemas com maior resistência à tração
e flexão, maior tenacidade, maior translucidez entre outras características que
indicam o uso dependento da necessidade clínica.1
Os preparos cavitários de uma onlay divergem pouco na literatura. Autores
enfatizam que devem apresentar os ângulos arredondados, sem ângulos vivos, e
sem presença de bisel. Essas características facilitam no momento da moldagem,
na confecção da peça e na longevidade da mesma.
O Cirurgião-Dentista deve saber realizar todos os protocolos clínicos de uma
restauração indireta, como: preparo, moldagem e cimentação para o êxito e
sucesso do caso clínico.
8
2 RELATO DE CASO CLÍNICO
Paciente do gênero masculino M.A.B, 48 anos, compareceu à clínica
integrada da UEL (Universidade Estadual de Londrina), relatando fratura das
cúspides linguais no elemento 37 o qual apresentava extensa restauração em
amálgama classe I oclusal (figura 1).
Figura 1 - Caso clínico inicial
Fonte: Arquivo pessoal
Após anamnese, exame clínico e exames complementares, foi possível
constatar a vitalidade pulpar e indicar o material a ser utilizado na onlay. Este foi o
dissilicato de lítio através do sistema IPS E-max (Ivoclar Vivadent), pois o dente
apresentava estrutura dental remanescente e atendia as exigências estéticas.
Iniciou-se o protocolo clínico com a remoção da antiga restauração, seguindo-
se de núcleo de preenchimento com cimento de ionômero de vidro e resina
composta, preparo cavitário, moldagem, prova da peça e cimentação.
1ª sessão - Foi realizada anestesia do nervo alveolar inferior esquerdo e
remoção da restauração de amálgama com broca esférica de aço nº3 (figura 2).
Figura 2 - Remoção da restauração
Fonte: Arquivo pessoal
9
Observou-se que o remanescente dental se apresentava menor do que o
esperado sendo necessária a confecção de núcleo de preenchimento com
ionômero de vidro (Maxxion, FGM) e resina composta (Filtek Z350, cor A3B, 3M)
(figura 3).
Figura 3 - Núcleo de preenchimento
Fonte: Arquivo pessoal
Em seguida foi feito o preparo cavitário com brocas 3131 e 4138 do kit KG
Sorensen para próteses fixas. O preparo seguiu a forma de caixas proximais bem
definidas e arredondadas, sem ângulos vivos, apresentando paredes mesial, distal,
lingual, vestibular, pulpar e axial todas em esmalte (figura 4).
Figura 4 - Preparo cavitário
Fonte: Arquivo pessoal
Foi confeccionada uma restauração provisória com a resina Bioplic
(Biodinâmica), sendo trocada a cada semana.
10
2ª sessão - Foi feita a moldagem em transferência com dupla impressão
utilizando silicona de adição Adsil (Coltene) e uso de fios retratores 00 e 000
(Ultrapak) para uma correta impressão do término cervical (figuras 5 e 6).
Figura 5 e 6 - Moldagem
Fonte: Arquivo pessoal
Em seguida, com o auxílio da escala Vita, foram escolhidas as cores da
restauração indireta. As que mais se aproximaram dos dentes adjacentes foram C3
e D3, as quais foram empregadas no corpo e na oclusal respectivamente.
Figura 7, 8 e 9 - Vista lateral e oclusal da peça
Fonte: Arquivo pessoal
11
3ª sessão - Realizou-se uma profilaxia com pedra pomes e água no elemento
em questão. Condicionamento ácido na onlay com ácido fluorídrico 10% (Condac
porcelana, FGM) por 20 segundos, lavagem e secagem. Em seguida foi aplicado
Silano (Prosil, FGM) e após secagem, com jatos de ar, foi passada uma fina
camada de adesivo (Single Bond Universal, 3M ESPE) sem fotoativação.
Reservou-se a onlay. Na cavidade bucal, sob isolamento relativo, foi feito o
condicionamento com gel de ácido fosfórico 37% (Biodinâmica) por 30 segundos,
lavagem e secagem, e em seguida a aplicação de adesivo (Single Bond Universal,
3M, ESPE) sem fotoativação. Em seguida foi realizada a manipulação do cimento
resinoso adesivo RelyX-ARC (3M ESPE) com polimerização dual. Esse foi inserido
em excesso na onlay e no elemento dental. A peça foi levada na cavidade, inserida
por meio de compressão e foram removidos os excessos, e assim realizada a
fotoativação por 60 segundos. Com o uso de fio dental, verificou-se a adaptação
proximal e removeu-se os possíveis excessos do cimento. Em seguida foi realizado
o ajuste oclusal (figura 10).
Figura 10 - Caso clínico final
Fonte: Arquivo pessoal
O tratamento foi concluído, observando o adequado resultado funcional e
estético da restauração e atendendo às expectativas do paciente.
12
3 REVISÃO DE LITERATURA
Dispõem-se atualmente de materiais cerâmicos com elevadas propriedades
mecânicas, que possibilitam a confecção de restaurações cerâmicas livres de metal
tanto na região anterior como na região posterior. Quanto maior a resistência
mecânica do material maior é a dificuldade em realizar a cimentação adesiva entre
o dente e a restauração cerâmica.4
A indicação de cada sistema cerâmico deve ser feita de maneira criteriosa,
levando em consideração não apenas a resistência mecânica do material como
também a região que deverá ser restaurada e a forma de união entre o dente e a
restauração, a fim de garantir a longevidade do tratamento.4
O sistema cerâmico IPS E-max, que se apresenta como alternativa moderna
e inovadora é composto por cristais de dissilicato de lítio que são embebidos e
unidos à matriz vítrea, numa proporção variando de 60 a 70% em volume de
cristais. Apresenta uma estrutura com boa translucidez, que reflete muito bem a
luz, devido ao baixo índice de refração dos cristais de Dissilicato de Lítio.2,3,4 Tem
alta resistência flexural o que torna ideal para confecções de coroas inlays, onlays,
facetas, coroas anteriores e posteriores, etc. Pode ter preparo dental mínimo,
permite aos ceramistas a confecção de peças protéticas com 0,3 mm e, com
garantida resistência à força de 400 Mpa e se houver espaço inter-oclusal
suficiente disponível, nenhum preparo é necessário.5,6
O trabalho também foi associado à cimentação adesiva, pois a baixa
tenacidade à fratura é reconhecidamente uma das maiores desvantagens do
material cerâmico. A tentativa de minimizar ou mesmo solucionar tal problema
baseia-se atualmente em dois pontos-chave: alteração estrutural da cerâmica e
cimentação resinosa.7
A revisão da literatura dos últimos seis anos deixa claro que não existe um
protocolo definido para obtenção de uma cimentação resinosa e adesiva. Isto nos
leva a pensar também, que devido a diferenças estruturais, é mais provável que o
protocolo de cimentação varie em decorrência do tipo de cerâmica usada. Outra
tendência é que seja utilizada uma associação de métodos dentro do protocolo de
cimentação para alcançar o objetivo da adesão.7
13
4 DISCUSSÃO
O conceito de onlay em cerâmica remonta ao final do século passado, quando
as primeiras restaurações deste tipo foram confeccionadas.
Desde sua introdução na Odontologia, as cerâmicas têm merecido atenção e
destaque, e a principal razão para isso é que dificilmente algum outro material
consegue reproduzir a beleza e a naturalidade dos dentes como as cerâmicas.8
O recente desenvolvimento de sistemas de reforço para este material
associado à habilidade para executar o condicionamento ácido e unir a cerâmica à
estrutura dental condicionada subjacente, permitiu que estes tipos de restauração
se tornassem parte do nosso armamentário operatório diário.9
Restaurações cerâmicas oferecem opções e estabilidade de cor assim como
resistência à descoloração. A integridade marginal, quando as restaurações em
cerâmica são fixadas com agentes adesivos resinosos, é excelente, e como
resultado a microinfiltração fica reduzida a um mínimo.9
Estudos têm demonstrado que a cimentação adesiva aumenta a resistência à
fratura de elementos protéticos confeccionados com a cerâmica em comparação
com o emprego dos cimentos de ionômero de vidro e fosfato de zinco. Isso ocorre
pelo fato de que a união adesiva proporciona a formação do corpo único entre a
cerâmica e a estrutura dentária remanescente, evitando a concentração das forças
mastigatórias no corpo da cerâmica, e permitindo a transmissão de tais forças para
a estrutura do dente subjacente, reduzindo a possibilidade de fratura da
restauração.8
14
5 CONCLUSÃO
A crescente demanda por estética na Odontologia tem resultado na inovação
de materiais e técnicas restauradoras, que possibilitam a satisfação do paciente e
do Cirurgião-Dentista. O presente relato de caso demonstrou o uso de uma
restauração onlay com adequada indicação e confecção.
15
REFERÊNCIAS
1AMOROSO, A.P. et al. Cerâmicas Odontológicas: Propriedades, Indicações e Considerações Clínicas. Rev Odontológica Araçatuba, v.33, n.2, p. 19-25, jul/dez. 2012. 2CULP, L., MCLAREN, E.A. Lithium disilicate: The restorative material of multiple
options. Compendium, v.31, n.9, p.716–725, nov/dec. 2010. 3CARVALHO, R.L.A, et al. Indicações, adaptação marginal e longevidade clínica de
sistemas cerâmicos livres de metal [revisão de literatura]. Int J Dent., v.11, n.1, p.55-65, jan/mar., 2012.
4DURÃO, M.A. et al. Aprimorando a Estética com coroas “Metal Free”: Relato de
caso. Odontol Clín Cient., v.14, n.4, p.847-850, out/dez., 2015. 5RITTER, R.G.; REGO, N.A. Material considerations for using lithium disilicate as a
thin veneer option. J Cosm Dent., v.25, n.3, p.11-117, 2009. 6PRIEST, G. Predictable durability. Increasing All-Ceramic Treatment Durability in
the esthetic zone using lithium disillicate restorations. J Cosm Dent., v.27, n.2, 2011.
7MALHEIROS, A.S.; FIALHO, F. P.; TAVAREZ, R.R.J. Cerâmicas ácido resistentes:
a busca por cimentação resinosa adesiva. Cerâmica, v. 59, p.124-128, 2013. 8CONCEIÇÃO, E.W. Restaurações estéticas - compósitos, cerâmicas e
implantes. Porto Alegre: Artmed, 2004. 308 p. 9GARBER, D.A., GOLDSTEIN, R.E. Inlays e Onlays de Porcelana e Resina
Composta - Restaurações Estéticas em Dentes Posteriores. São Paulo: Quintessence Books, 1996. 159 p.