Apo Analise

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 Instituto de Ensino Santo Antonio Apostila de Análise de Sistemas Curso: Técnico de Informática . Versão 2013 Elaborado por: Prof. Fernando Salles Claro

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  • Instituto de Ensino Santo Antonio

    Apostila de

    Anlise de Sistemas

    Curso: Tcnico de Informtica .

    Verso 2013 Elaborado por: Prof. Fernando Salles Claro

  • Apostila de Anlise de Sistemas

    I

    Sumrio CAPTULO 1 CONCEITOS BSICOS SOBRE ANLISE DE SISTEMAS .................................................... 1

    A IMPORTNCIA DA INFORMAO ............................................................................................................................. 1 O CONCEITO DE SISTEMA ............................................................................................................................................ 1 OS PRINCIPAIS FATORES DE UM SISTEMA .................................................................................................................... 2

    Principais Objetivos do Sistema ........................................................................................................................... 2 Ambiente do Sistema ............................................................................................................................................. 2 Recursos Utilizados pelo Sistema ......................................................................................................................... 2 Controles do Sistema ............................................................................................................................................ 2 Sistemas de Informaes ....................................................................................................................................... 3

    O ANALISTA DE SISTEMAS ......................................................................................................................................... 4 O CICLO DE VIDA DE UM SISTEMA ............................................................................................................................. 4

    Introduo ............................................................................................................................................................. 4 Estrutura do Processo de Anlise ......................................................................................................................... 5

    Concepo do Sistema ........................................................................................................................................................ 6 Estudo de Viabilidade ......................................................................................................................................................... 6 Processo de Anlise ............................................................................................................................................................ 8 Projeto ................................................................................................................................................................................. 8 Projeto Detalhado ................................................................................................................................................................ 9 Implementao .................................................................................................................................................................... 9 Manuteno ....................................................................................................................................................................... 10

    CAPTULO 2 ANLISE DO SISTEMA EXISTENTE ...................................................................................... 11 INTRODUO ............................................................................................................................................................ 11

    Anlise da Organizao como um todo .............................................................................................................. 11 Verificao dos Principais Objetivos do Sistema Existente ............................................................................... 11 Anlise de Documentao .................................................................................................................................. 12

    Anlise de relatrios .......................................................................................................................................................... 12 Anlise de Arquivos .......................................................................................................................................................... 13

    Anlise de Procedimentos ................................................................................................................................... 13 CAPTULO 3 TCNICAS PARA COLETA DE DADOS E FATOS ................................................................ 15

    INTRODUO ............................................................................................................................................................ 15 Entrevistas .......................................................................................................................................................... 15

    Planejamento de uma Entrevista ....................................................................................................................................... 16 Pesquisas ............................................................................................................................................................ 16

    CAPTULO 4 FERRAMENTAS DE ANLISE DE SISTEMAS ...................................................................... 17 INTRODUO ............................................................................................................................................................ 17 DIAGRAMAS DE FLUXO DE DADOS ........................................................................................................................... 17

    Entidades Externas ............................................................................................................................................. 17 Fluxo de Dados ................................................................................................................................................... 18 Processo .............................................................................................................................................................. 20 Depsitos de Dados ............................................................................................................................................ 21 Consideraes Gerais sobre o DFD ................................................................................................................... 22 Principais Normas para Projetar um DFD ........................................................................................................ 23

    DICIONRIO DE DADOS ............................................................................................................................................ 23 Introduo ........................................................................................................................................................... 23 Descrio de dados ............................................................................................................................................. 23

    Elemento de dado .............................................................................................................................................................. 24 Estrutura de dados ............................................................................................................................................................. 24

    Contedos do Dicionrio de Dados ................................................................................................................... 24 Descrio do Contedo do Dicionrio de Dados .............................................................................................................. 25

    A Importncia do Dicionrio de Dados ............................................................................................................. 27 Consideraes Gerais sobre o Dicionrio de Dados ......................................................................................... 27

    ANLISE E APRESENTAO DA LGICA ................................................................................................................... 27 Introduo ........................................................................................................................................................... 27

    No somente, mas, todavia, e/ou, a menos que... .............................................................................................................. 28 Maior que, menor que... .................................................................................................................................................... 28

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    II

    rvores de Deciso ............................................................................................................................................. 29 Portugus Estruturado ........................................................................................................................................ 33

    As estruturas da programao estruturada ..................................................................................................................... 33 Convenes para Portugus Estruturado ........................................................................................................................... 38 Exemplo de um Portugus Estruturado ............................................................................................................................. 38

    FLUXOGRAMAS DE SISTEMAS ................................................................................................................................... 40 Introduo ........................................................................................................................................................... 40 Simbologia Padro ............................................................................................................................................. 40 Principais Objetivos de um Fluxograma de Sistema .......................................................................................... 42 Normas para Construo de Fluxogramas de Sistemas ..................................................................................... 42

    EXERCCIOS - ANLISE DE SISTEMAS ............................................................................................................ 44 EXERCCIO COMPLEMENTAR DE ANLISE DE SISTEMAS ..................................................................... 46 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................................................................... 55

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    Captulo 1 Conceitos bsicos sobre anlise de sistemas A importncia da informao

    A princpio, as informaes, de uma maneira geral, eram catalisadas com o uso do computador sem a preocupao de haver ou no redundncias de tais informaes. Por isso, era comum nas empresas, existirem diversos arquivos com informaes repetidas, o que dificultava ao usurio a sua atualizao.

    Praticamente, o que ocorria na informatizao de grande parte das empresas, era transferir operaes manuais para os computadores sem se preocupar com a racionalizao e administrao de tais informaes. Entretanto, com a nova filosofia empresarial apoiada na performance dos processos administrativos e produtivos, bem como na qualidade e eficcia dos servios executados, as atividades relacionadas a processamento de dados, sobretudo o gerenciamento de informaes, esto ganhando o seu espao merecido. As informaes mais confiveis e mais rpidas servem como base para tomadas de decises a todo instante nas empresas de uma forma geral. Evidentemente, para se tomar decises corretas, indispensvel se trabalhar com dados e informaes o mais atualizado possvel. Com tudo isso, o computador tornou-se uma poderosa ferramenta de trabalho nas mos da maioria dos profissionais de qualquer rea de atuao. O conceito de sistema

    A grande maioria dos sistemas existentes construda e administrada pelo homem, objetivando sempre um fim especfico que normalmente est explcito no seu prprio nome. Imagine um sistema de processamento de dados que d suporte gerncia do departamento de folha de paramento de uma empresa, fazendo todos os clculos necessrios da respectiva folha de pagamento, emitindo os relatrios gerenciais e os demonstrativos individuais de cada funcionrio, alm de consultas diversas e mais uma infinidade de processos. Outras idias de sistemas podem ser imaginadas como o sistema poltico de um pas, ou o nosso sistema respiratrio, entre outros. Todas essas vises na verdade, definem sistemas, contudo, focalizam casos particulares.

    Entretanto, visto de forma genrica, podemos definir sistema como um conjunto de partes que interagem, visando um objetivo especfico.

    Em processamento de dados, podemos conceituar sistema como sendo:

    Um conjunto de programas e rotinas de computao, que operando de forma conjunta, realizam um objetivo especfico.

    Alm disso, observando de forma cuidadosa e detalhada, iremos concluir que os sistemas

    que conhecemos so estruturados de tal forma que dentro de um grande sistema, existe sempre um conjunto de sistemas menores que podem ser chamados de subsistemas. Portanto, existe

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    sempre uma hierarquia dentre as diversas funes de um determinado sistema, seja ele de qualquer natureza.

    Quando se raciocina ao nvel de sistema, importante destacar alguns fatores que o influenciam de forma direta ou indiretamente.

    Os principais fatores de um sistema

    Principais Objetivos do Sistema

    Na maioria das vezes, existe uma distncia muito grande entre os objetivos declarados e os objetivos reais. Os objetivos declarados em todas e quaisquer situaes so excelentes, contudo, na prtica no bem assim, apesar de sempre existirem as excees. Existem casos em que a diretoria de uma empresa fixa os objetivos a serem alcanados, inclusive as diretrizes a serem seguidas, mas por um motivo ou outro, estas so distorcidas e muitas vezes sem o propsito de prejudicar a organizao.

    Portanto, para se avaliarem objetivos de sistema, indispensvel que se conviva com os problemas e solues dirias naquele ambiente de trabalho; agindo assim, chegar a concluses realmente corretas. Com isso possvel sair da teoria para se obter a situao real do sistema.

    Concluindo-se, o analista deve comear obtendo informaes verbais, registrando-as e aps suas consideraes, fazer as devidas confrontaes com o que acontece na prtica.

    Ambiente do Sistema

    O ambiente de sistemas constitudo por uma infinidade de fatores, que influenciam de uma forma direta ou indiretamente no funcionamento de um determinado sistema. Esses fatores podem ser internos ou externos ao sistema. Os fatores internos so aqueles que fazem parte do prprio sistema e os fatores externos so os que mesmo estando fora podem provocar algum tipo de influncia no seu desempenho.

    Como exemplo, podemos citar o sistema respiratrio de um indivduo que vive numa grande cidade. A qualidade do ar que ele respira diariamente no faz parte do seu sistema respiratrio, mas, pode influenciar no seu funcionamento. Recursos Utilizados pelo Sistema

    Para o desenvolvimento de um determinado sistema, bem como, para implementaes em um sistema em funcionamento, sem sombra de dvidas, indispensvel a utilizao de dinheiro, computadores, pessoal especializado, formulrios, salas e outros suprimento em geral.

    Sem esses meios, bvio que o sistema no pode nem mesmo existir, portanto a esse conjunto de fatores, chamamos de recursos utilizados pelo sistema.

    Controles do Sistema

    Em todo e qualquer sistema, para que as informaes geradas meream um certo grau de confiabilidade, devem ser definidos controles para entrada de dados. claro que se os dados de entrada estiverem corretos, as informaes de sada devero ser corretas.

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    indispensvel que se faa consistncia dos dados de entrada, que se determine parmetros para validar os dados de entrada. Por exemplo, se o sistema permite a entrada de nomes em branco, datas invlidas, valores fora de uma determinada faixa, ou seja, valores inconsistentes, d para se imaginar como sero as informaes de sada.

    Diante dessas situaes, torna-se muito importante uma profunda anlise de dados de entrada para garantir informaes de sada corretas.

    Sistemas de Informaes

    Em toda e qualquer organizao empresarial, seus administradores necessitam tomar decises a todo instante, dependendo de cada situao e claro, sempre baseados em informaes que chegam s suas mos. Normalmente, essas informaes so canalizadas atravs de diversos meios, variando pouca coisa de empresa para empresa. Os meios mais comuns para essas operaes so:

    1. Comunicaes internas; 2. Cartas; 3. Relatrios; 4. Terminais eletrnicos e outros.

    Evidentemente, importantssimo que tais informaes meream uma grande confiabilidade, caso contrrio, perdem totalmente os seus sentidos. melhor no ter informaes do que t-las de forma incorreta ou desatualizada.

    O sistema de informao de qualquer empresa de extrema importncia, inclusive para sua prpria sobrevivncia. e podemos conceitu-lo como sendo um conjunto de fatores coordenados que geram informaes de qualquer natureza e com alguma finalidade prtica. As informaes, de uma maneira geral, podem ser classificadas conforme a sua origem em internas e externas. as informaes internas so aquelas geradas dentro da prpria empresa no seu dia-a-dia e as externas so as que vm de fora, como exemplo, temos os extratos bancrios, correspondncia diversas, notcias obtidas por meio de rdio e televiso, entrevistas entre outros. As empresas normalmente so constitudas por departamentos e setores que funcionam hierarquicamente coordenados, gerando informaes de grande importncia para a sua prpria sobrevivncia. Essas informaes geradas dentro da prpria empresa so exemplos de informaes internas.

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    O Analista de Sistemas

    Na prtica, o analista de sistemas, um solucionador de problemas, por isso sua funo relativamente complexa. O seu trabalho serve de apoio tomada de decises na empresa. evidente que para o exerccio de responsabilidade de tal envergadura, o analista de sistemas necessita de uma slida viso empresarial, alm de outras caractersticas desejveis que complementassem a sua formao profissional e acadmica.

    As principais caractersticas desejveis ao analista de sistemas so:

    1. Conhecimento terico e prtico de informtica; 2. Boa viso de organizao; 3. Bom senso em suas decises; 4. Viso de conjunto; 5. Comunicabilidade e sociabilidade; 6. Boa receptividade no trato com pessoas de todos os nveis; 7. Humildade e 8. Visar um nico objetivo

    Fig. 1 Exemplo de um D.F.D.

    Na figura acima, vemos um pequeno exemplo de um diagrama de fluxo de dados para a manuteno do cadastro de um sistema de contas a pagar. bom ressaltar que as tcnicas e ferramentas da anlise estruturada de sistemas esto em constante evoluo, e, portanto o futuro analista de sistemas no deve decor-las, mas entender a filosofia de trabalho.

    Essa filosofia envolve a construo de um sistema comeando do geral para o particular, isto , constri-se o esqueleto global do sistema e depois por refinamentos sucessivos vai-se chegando a um detalhamento maior. Essa metodologia largamente conhecida como projeto TOP-DOWN.

    O Ciclo de Vida de um Sistema

    Introduo

    O ciclo de vida de um sistema passa por trs estgios que so bastante distintos e determinados pelo analista. O estgio inicial ocorre quando surge a primeira idia da necessidade do sistema, isto , a sua concepo. Depois, o sistema passa pelo estgio de seu desenvolvimento e em seguida pela sua vida til.

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    Para se ter uma idia mais concreta, podemos comparar por analogia, a anlise, projeto e desenvolvimento de um sistema de processamento eletrnico de dados construo de um edifcio. Normalmente, quando da construo de um prdio de apartamentos, por exemplo, o engenheiro responsvel pela obra fazendo um esquema geral de como ser desenvolvido o seu trabalho.

    Esse esboo nada mais do que um rascunho do que ser construdo e ao mesmo tempo o planejamento da construo em termos lgicos.

    Nessa fase, se houver necessidade de algum tipo de alterao no projeto, o custo ser relativamente baixo porque tudo ainda est no papel.

    Com esse estudo s mos, d para se ter uma visualizao de como ser o edifcio construdo, portanto, este de suma importncia para o construtor.

    Dando continuidade ao trabalho, o engenheiro constri a planta do edifcio, detalhando tudo o que dever ser feito e em seguida a obra poder ser iniciada. Nessas circunstncias, a representao grfica do prdio est pronta, permitindo que se enxergue como ser a obra depois de construda, inclusive com uma srie de detalhes de acabamento interno e externo.

    Observe que no caso explanado, existe uma seqncia lgica de fases a ser seguida de acordo com uma metodologia da engenharia, bem como, de normas tcnicas da arte de construir. Esse trabalho exige bastante criatividade e bom senso. Cada etapa da construo deve ser rigorosamente seguida mesmo despretensiosamente, bvio que muitos detalhes acabam sendo omitidos e quando descobertos, provavelmente ser tarde demais.

    Estrutura do Processo de Anlise

    A construo de um sistema eletrnico de processamento de dados deve ser executada, seguindo uma metodologia criativa, partindo de um ponto inicial e progredindo gradativamente.

    Essa metodologia largamente utilizada atualmente, conhecida como anlise e projeto estruturado de sistemas e se embasa numa filosofia de trabalho metdico, gradual e sobre tudo disciplinado. Portanto, h necessidade de um bom planejamento de atividades para que o sistema seja desenvolvido num perodo de tempo razovel e com um desempenho aceitvel. Para facilitar o trabalho de desenvolvimento de um sistema, o analista dever ter em mente as seguintes fases:

    Concepo do sistema Estudo de viabilidade Processo de anlise Projeto do sistema Projeto detalhado Implementao Manuteno

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    Na figura abaixo, temos um esquema que demonstra o ciclo de vida de um sistema.

    Fig. 2 Ciclo de vida de um sistema

    Cada uma dessas fases so distintas e permitem um desenvolvimento gradual e coordenado da construo de um sistema.

    Concepo do Sistema

    Essa fase pode ser considerada como o embrio do sistema e requer que a alta administrao da empresa esteja empenhada em resolver o problema existente, caso contrrio, o nosso sistema no consegue sair do papel. Nessa fase, o analista faz uma estimativa grosseira de custos, pois, como o processo, est na fase inicial, impossvel provisionar o custo do investimento. Para definir o problema, apresentando solues alternativas, normalmente concedido ao analista um prazo de dois a trs dias, dependendo do tipo e complexidade do sistema proposto. Aps esse estudo realizado de uma forma um tanto superficial, o analista apresenta um relatrio alta administrao da empresa, propondo solues e mostrando de forma expositiva qual a situao real das principais necessidades.

    imprescindvel que o analista defina com bastante clareza quais so os principais objetivos a serem atingidos com o seu projeto para que o sistema no pare por aqui.

    Estudo de Viabilidade

    Essa fase tem por objetivo mostrar alta administrao da empresa se vale a pena ou no prosseguir o trabalho de soluo do problema detectado, significando, portanto, demonstrar sucintamente se conveniente continuar o projeto. Trata-se de uma fase em que o analista tem de vender a sua idia empresa, e por isso a habilidade de tal profissional de extrema importncia. Para a construo de todo e qualquer sistema, a empresa ter de investir e logicamente buscar o retorno do investimento.

    Estudar a viabilidade significa apresentar alternativas para a empresa tomar importantes

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    decises. Esse estudo deve ser realizado pelo analista em conjunto com o usurio e a administrao da empresa que sem vias de dvidas, devero estar emprenhados na soluo do problema. A equipe de anlise dever apresentar um relatrio detalhado, demonstrando custos e benefcios que suas alternativas traro empresa. As principais atividades que compem um estudo de viabilidade so:

    A definio das caractersticas principais do sistema. A determinao das principais necessidades de sadas, incluindo os tempos de

    resposta. A anlise do organograma da organizao, distribuio geogrfica etc., dos

    departamentos envolvidos. A determinao dos tipos de dados e da estimativa de volumes. A considerao das alternativas possveis para atender s necessidades do(s)

    usurio(s). Exame de outros sistemas que atendam a necessidades semelhantes. Preparo de estimativas grosseiras dos provveis custos de implantao e dos

    custos operacionais gerais para cada alternativa apresentada. A documentao do estudo de viabilidade em relatrio para o usurio e para a

    administrao da organizao.

    Os custos decorrentes da construo de um sistema ou da otimizao de um j em funcionamento, refletem principalmente nos seguintes itens:

    A verificao da adequao das exigncias do sistema aos objetivos da

    organizao. Aumento no quadro de pessoal do CPD Aumento no quadro do pessoal usurio Aquisio de novos equipamentos Ampliao das instalaes Outros custos

    Os benefcios obtidos por meio de um novo sistema recaem naturalmente em trs categorias:

    Economias Diretas - so os custos que se reduzem ou se eliminam, como resultado de um novo sistema. Como por exemplo:

    Reduo do quadro de pessoal Eliminao de algumas despesas especficas, como selos do correio,

    artigos e mquinas de escritrio. Reduo dos custos ocasionados por processos mais eficientes.

    Benefcios Mensurveis - so aumentos bem definidos do dinheiro da organizao, conseguidos por meio de alguma caracterstica do novo sistema. Como exemplo, podemos citar o aumento do capital de giro obtido atravs da reduo dos nveis de estoques.

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    Benefcios Intangveis - toda e qualquer aplicao encerra conseqncias proveitosas, difceis de serem avaliadas em termos monetrios. Freqentemente, o benefcio pode ser descrito como melhor informao. Os benefcios que a melhor informao pode trazer, por exemplo, sobre o crdito dos clientes traz para a organizao so potencialmente duplos:

    Volume crescente das vendas Reduo das contas incobrveis

    Uma vez completada a anlise de custos e benefcios, surge o teste crucial: O RETORNO DO INVESTIMENTO. Saber se a combinao dos dois fatores torna a proposio do sistema aceitvel para a companhia. O termo aceitvel tem naturalmente que ser definido. Se os critrios forem estritamente financeiros, estabelece-se uma base clara para a deciso. A forma usual de faz-lo verificando o perodo de recuperao do investimento. Esse perodo de recuperao nada mais do que o intervalo de tempo decorrido entre o incio da operao do novo sistema e o ponto em que todos os custos investidos e correntes forem recuperados atravs dos benefcios do novo sistema. Hoje, d-se um prazo mdio de dezoito meses, dependendo da complexidade do sistema, para se realizar essa avaliao.

    Processo de Anlise

    Consiste em fazer um levantamento de dados e fatos para descobrir o que realmente precisa ser feito. o conhecimento do problema pelo analista. Nesta fase, o usurio vai discutir o seu problema diretamente com o pessoal de anlise e ao mesmo tempo fazer uma avaliao do sistema existente. Deve haver um grande entrosamento entre o analista e o usurio, possibilitando assim o desenvolvimento de um modelo lgico do sistema. A partir do momento que o analista conhece o problema do usurio, basta transformar as suas necessidades em especificaes tcnicas para continuar o seu trabalho. Essas especificaes tcnicas correspondem construo de um modelo lgico do sistema a ser desenvolvido, utilizando-se de ferramentas de anlise estruturada, tais como: diagrama de fluxo de dados, dicionrio de dados, descrio dos principais algoritmos entre outros. nessa etapa que se constri um modelo lgico do sistema que pode sofrer modificaes aps ser revisto em conjunto com o usurio, ou a administrao da empresa, ou com ambos.

    Projeto

    Durante a fase do projeto, o analista vai assimilando exatamente o que deve ser feito, comeando a sair do lgico para o fsico. Significa, portanto, que o analista de sistemas conhece o problema do usurio e busca solues alternativas, podendo apresentar diversas propostas. Essas alternativas precisam levar em conta, principalmente, os custos e benefcios que sero provocados pelo desenvolvimento e operao do novo sistema. Entretanto, a escolha da melhor alternativa bastante pessoal e deve obedecer a uma rigorosa anlise tcnica e econmica, alm do mais, depende da disponibilidade financeira e da viso empresarial de cada empreendedor.

    As propostas de solues so elaboradas em forma de relatrio e cada uma delas dever

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    discriminar estimativa de custos e benefcios, bem como, um diagrama de fluxo de dados para cada alternativa, alm dos tipos de banco de dados ou arquivos a serem utilizados.

    Aps a apreciao das alternativas propostas, a alta administrao da empresa far a opo que melhor se adequar empresa.

    Projeto Detalhado

    O projeto detalhado uma das fases decisivas no desenvolvimento de um sistema, pois nessa fase, a administrao da empresa, programadores e analistas tm diretrizes bsicas de como ser resolvido o problema. Portanto, a essa altura, o analista de sistemas sabe tecnicamente o que deve ser feito e busca uma forma para implementar o sistema. Como ponto de partida, bom direcionar o seu trabalho para os objetivos e principalmente para as funes do sistema.

    Durante essa fase, til consultar o usurio sobre os tipos de relatrios que gostaria de receber, que dados devem conter e em que ordem esses dados devem ser impressos para facilitar o seu trabalho. Ainda durante a fase do projeto detalhado do sistema, utilizando-se uma abordagem estruturada, o analista dever definir todos os programas que comporo o sistema, de preferncia, em conjunto com os programadores. Essas definies devero conter as especificaes necessrias para a codificao de cada programa. Dever ser construdo um quadro hierrquico e um conjunto de quadros de entrada/processo/sada para cada programa; obviamente os programadores orientar-se-o atravs desses detalhamentos para as suas respectivas codificaes.

    Para concluso do projeto detalhado, o analista dever fazer uma breve exposio ao usurio de como ser o funcionamento de todo o sistema, permitindo-lhe a visualizao de suas principais funes. Implementao

    A fase de implementao , na prtica, a construo fsica do sistema proposto. A partir das definies detalhadas dos programas, o programador passar a codific-lo na linguagem de programao escolhida.

    Os primeiros programas a serem codificados devero ser os que faro o gerenciamento do sistema e em seguida os demais. O ideal que cada programa seja testado isoladamente e em conjunto com os demais, observando o plano de testes previamente definidos na elaborao do projeto detalhado.

    Caso haja necessidade da instalao de novos equipamentos, nessa fase eles j devem ter sido instalados e devidamente testados para evitar-se perda de tempo.

    Por outro lado, devem ser criados procedimentos de segurana e crtica de dados, bem como, procedimentos de auditoria para o sistema, ressaltando a importncia da integridade dos dados. Deve-se tambm, proceder o teste piloto, que consiste na simulao de funcionamento de todo o sistema em condies reais de operao. Caso haja a constatao de alguma falha no funcionamento do sistema, esta deve ser corrigida, e retornado ao teste piloto acompanhado pelos usurios principais. Aps a concluso do teste, dever ser aplicado um treinamento a todos os que iro utilizar

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    o sistema, dando nfase segurana de dados. Finalizando essa etapa, todos os procedimentos, operaes e codificao de programas devero ser documentados, montando assim o manual do sistema que dever ser utilizado exclusivamente pelo pessoal de processamento de dados. Por outro lado, dever ser montado o manual do usurio que dever conter todos os procedimentos operacionais do sistema indispensveis ao seu bom funcionamento.

    Nos primeiros meses de operao do novo sistema, deve-se realizar um processamento paralelo dos dados, isto , o sistema antigo e o novo devero funcionar simultaneamente e os dados obtidos de ambos, confrontados para se verificar se existem divergncias de informaes. Manuteno

    A manuteno de um sistema a operao permanente que consiste na correo de possveis erros e na melhoria do seu desempenho. Portanto, manuteno de sistemas significa apoio continuado ao usurio. Um sistema sem manuteno tem vida curta.

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    Captulo 2 Anlise do sistema existente Introduo

    No estudo da viabilidade de se construir um novo sistema ou melhorar o que est em funcionamento, imprescindvel conhecer com detalhes como so obtidas as informaes para a empresa, bem como estas so distribudas e como conduzida a sua utilizao.

    Este estudo visa avaliar at que ponto as necessidades da empresa esto sendo satisfeitas com o sistema existente e quais so os principais pontos que podem e devem ser melhorados.

    Para que essa avaliao seja a mais completa possvel, o analista de sistemas dever subdividir o seu estudo nas seguintes etapas:

    Anlise da organizao como um todo; Verificao dos principais objetivos do sistema em funcionamento; Anlise de toda a documentao utilizada pelos setores em estudo; Anlise de procedimentos.

    Anlise da Organizao como um todo

    O conhecimento da organizao como um todo de fundamental importncia porque dentro da cada componente organizacional, existe a necessidade de informaes especficas.

    Para se fazer o estudo da organizao, necessrio conhecer os objetivos do sistema existente e sua relao com o sistema maior que a prpria organizao.

    Esse estudo deve ser iniciado pelo organograma geral da empresa, que por sua vez mostra a estrutura organizacional formal existente.

    O analista de sistemas deve tambm conhecer a organizao informal da empresa, obtendo dessa forma uma visualizao real do sistema em estudo e de toda a companhia.

    Outro item importantssimo que deve ser observado pelo analista de sistemas no confundir fatos com opinies dos usurios. Nessa etapa, o analista de sistemas, deve acompanhar as rotinas de trabalho dos funcionrios dos setores envolvidos, no no sentido de auditorar suas funes, mas observando somente o que lhe interessa como profissional de processamento de dados. bom deixar essa posio bastante clara para os funcionrios envolvidos, evitando-se assim constrangimentos desnecessrios. Ainda nessa fase, o analista de sistemas ter que verificar o que o sistema faz, seus arquivos, seus relatrios, procedimentos, e analisar a eficincia e confiabilidade das informaes por ele geradas.

    Verificao dos Principais Objetivos do Sistema Existente

    Se um sistema de processamento de dados e informaes est operando em uma determinada organizao, significa que ele til em algum aspecto. A ineficincia de um sistema numa dada empresa, tem origem em uma srie de fatores, muitas vezes no muito visveis para alguns profissionais.

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    Descobrir os objetivos reais de um sistema e determinar at que ponto ele atende s necessidades de seus usurios, no tarefa fcil. Esse estudo deve ser realizado, fazendo consultas aos usurios, levantamento de arquivos, anlise das documentaes, inclusive manuais e regulamentos internos.

    Alm disso, dever ser estudado o fluxo de dados na empresa, localizando com isso a origem e o destino de dados e informaes, bem como, a inter-relao do sistema em estudo com toda a organizao. Quando for analisada a origem de um documento ou informao, devem ser vistos tambm os respectivos destinos, isto , ver e analisar os dois lados para se tirar concluses mais seguras e srias.

    Anlise de Documentao

    A documentao utilizada por um determinado setor constituda por relatrios e arquivos. Esses relatrios so emitidos pelo setor e tm grande utilidade no seu dia-a-dia, ou ento servem de suporte de informaes para outros setores. De forma anloga, um arquivo mantido por um setor pode servir-lhe de consulta e portanto tem grande valor. Na prtica, todo documento emitido pelo setor envolvido no estudo pode influir de forma direta ou indiretamente no funcionamento do sistema existente. Essa documentao toda deve ser analisada de forma detalhada e com o mximo cuidado possvel. bom lembrar que comum existirem informaes importantes em relatrios aparentemente desprezveis e por isso nenhum deve ser excludo.

    Para ser feita a anlise da documentao envolvendo o sistema em estudo, o analista de sistemas deve dividi-lo em duas etapas, que so:

    Anlise de relatrios e Anlise de arquivos

    Anlise de relatrios

    Esta etapa consiste em descobrir quais os relatrios emitidos pelo setor em estudo bem como, levantar os principais dados e informaes que podem influir no desempenho do sistema existente. Conceitua-se relatrio, como sendo todo e qualquer documento emitido pela empresa, portanto cheques, notas fiscais e duplicatas so relatrios, alm de uma infinidade de outros que podero ser verificados na prtica.

    Para se fazer esse levantamento, o analista de sistemas deve solicitar preferencialmente duas cpias de cada relatrio. Caso o impresso de um relatrio seja procedido em formulrio pr-impresso, til conseguir uma cpia do respectivo formulrio em branco e preenchido. Alm disso, devero ser feitas anotaes a respeito de cada relatrio para facilitar a sua anlise.

    Para que a anlise dos relatrios seja feita de forma bem clara e completa, indispensvel estudar os seguintes aspectos:

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    Objetivos de cada relatrio; Seu contedo; Nmero de cpias e o destino de cada cpia; Periodicidade de emisso - se dirio, semanal, quinzenal, mensal, etc.; Quais as informaes mais utilizadas; Controle de validade das informaes, ndices de erros, etc.; Se existem relatrios semelhantes e se possvel agrup-los em apenas um; Se aps o recebimento, o usurio faz algum tipo de complementao, clculos,

    subtotais, etc.;

    Qual o total de pessoal que participa da sua elaborao; Quem o responsvel pela elaborao do relatrio.

    Anlise de Arquivos

    Para a anlise dos arquivos de cada setor envolvido no sistema existente em operao, devero ser coletados os seguintes itens:

    Nome do responsvel pela manuteno e conservao do arquivo; Objetivos do arquivo; Principais informaes nele contidas; Mtodo de atualizao e periodicidade; Prazo de permanncia dos dados no arquivo; Relatrios que dependem dele para a sua confeco; Nmero de fichas ou registros que compem o arquivo; Ordem de classificao de suas fichas ou registros; Funes das pessoas que manipulam o arquivo e;

    Tamanho do arquivo.

    Anlise de Procedimentos

    Normalmente, os procedimentos operacionais de um sistema de processamento de dados, so orientados por manuais que especificam como os trabalhos devem ser realizados. Essa regra no geral para todas as empresas, pois depende muito de sua estrutura e organizao.

    Para iniciar a etapa de anlise de procedimentos, o analista de sistemas deve verificar se existem manuais, diagramas ou outros documentos que mostram como os processos so realizados ou deveriam ser realizados. Aps essa verificao, imprescindvel saber se essa documentao est atualizada ou apenas mostra uma imagem distorcida do que realmente acontece. Se os processos no estiverem devidamente documentados, o analista de sistemas dever

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    acompanhar os trabalhos dos funcionrios envolvidos, e inclusive ajud-los a realizar tarefas que possam lhes ser teis para a sua anlise.

    Esse trabalho requer bastante profissionalismo e portanto deve ser levando de forma totalmente documentada, mesmo que seja necessrio um grande esforo de pesquisa, entrevistas, avaliaes e montagens de diagramas de fluxos de materiais e de dados. Finalizando essa fase, o analista de sistemas dever ter montado um relatrio detalhado dos levantamentos e anlises efetuadas, contudo dever tomar cuidado para que o seu trabalho no se prenda simplesmente em documentar o sistema existente em operao na empresa.

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    Captulo 3 Tcnicas para coleta de dados e fatos Introduo

    Durante as fases de estudo de viabilidade e anlise do sistema existente, o analista de sistemas precisa de dados, informaes e fatos que iro ajud-lo no projeto do novo sistema em estudo.

    Na maioria das vezes, os elementos de que o analista de sistemas necessita no esto a sua disposio de forma clara e objetiva.

    Portanto, indispensvel procurar esses elementos ir atrs, seguindo uma metodologia de coleta de informaes basicamente padronizada para situaes dessa natureza, permitindo assim um trabalho ordenado e bem planejado. Considerando que se trata de uma etapa investigativa, os mtodos mais importantes para a coleta de informaes sobre o sistema atual so:

    As entrevistas e; As pesquisas a arquivos, manuais de procedimentos operacionais,

    administrativos e outros, bem como, a verificao de todos os tipos de registros de informaes existentes.

    No perodo de entrevistas, importante lembrar que todas as pessoas diretamente envolvidas no sistema existente podero responder as perguntas do analista, esclarecendo dvidas e eliminando ambigidades.

    As entrevistas devem ser iniciadas pelos gerentes dos departamentos envolvidos. Em seguida estas devem ser dirigidas aos demais funcionrios, obedecendo de preferncia, a uma escala hierarquicamente descendente. Entrevistas

    Sem dvida, uma das fontes mais valiosas para a obteno das informaes de que o analista precisa, a entrevista. No entanto, essa metodologia exige uma srie de cuidados e que no devem ser negligenciados nem mesmo pelos profissionais mais experientes. Antes mesmo de iniciar os levantamentos preliminares, o analista deve fazer um planejamento de todo o seu trabalho, inviabilizando improvisaes desnecessrias. importante o trabalho racional e metdico.

    Por outro lado, um dos fatores que merece destaque nas entrevistas o bom relacionamento humano do analista de sistemas com os usurios.

    Caso sejam negligenciadas as tcnicas de relacionamento humano, o levantamento de dados poder ser um verdadeiro desastre.

    Na verdade, as informaes necessrias s sero obtidas, se o analista possuir um verdadeiro jogo de cintura para conseguir conviver com idias muitas vezes divergentes, sem entrar em confronto com usurios, sejam eles de quaisquer nveis da empresa, caso contrrio o seu trabalho nessa fase poder ser intil. A arrogncia deve ser devidamente controlada, todavia a humildade deve ser dosada, evitando-se a ingenuidade e por conseguinte a subordinao do analista aos usurios, o que pode comprometer todo o projeto do sistema em andamento.

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    Logo no decorrer, das primeiras entrevistas, o analista coletar uma grande quantidade de informaes, todavia de forma no muito clara e por isso devero ser analisadas para se ter uma viso geral do sistema em operao. Planejamento de uma Entrevista

    As entrevistas, de uma forma geral, tm um objetivo anlogo, pois a maioria delas busca informaes de natureza especfica para cada caso. Quando se trata de analisar o sistema existente e descobrir as reais necessidades da empresa em termos de dados e informaes, as entrevistas devem ser bem direcionadas as suas finalidades e no deve ser esquecido nenhum dos seguintes pontos:

    Marcar data e horrio para a entrevista; A preparao do entrevistador; Comportamento do entrevistador; A linguagem do entrevistador; Separar fatos de opinies; Distinguir necessidades da empresa das necessidades dos usurios.

    Pesquisas

    Embora a entrevista seja uma das tcnicas mais difundidas atualmente para o levantamento de dados e fatos, fundamental que o futuro analista de sistemas tambm saiba que esta no a nica. As pesquisas documentao da empresa tambm constituem uma grande fonte de informaes para o seu trabalho. Na fase de levantamento de dados e fatos, se o analista fizer opo pela metodologia de pesquisa, deve comear solicitando a todos os departamentos envolvidos cpias de todos os documentos utilizados. Essa coletnea de documentos dever conter um mnimo de dois jogos de cada documento, sendo um preenchido e outro em branco. Alm da anlise de relatrios em geral, manuais de procedimento administrativos e operacionais, o analista dever fazer uma anlise de todos os arquivos existentes nos setores envolvidos.

    Na maioria das vezes, a anlise de dados e fatos procedida utilizando-se de uma metodologia de trabalho mista, isto , entrevistas e pesquisas de forma basicamente simultnea.

    Portanto, toda documentao existente deve ser analisada de forma bem detalhada e criteriosa, evitando-se a perda de alguma informao de grande importncia. bom lembrar que para se fazer essa avaliao, recomenda-se dividi-la em duas partes: anlise de relatrios e anlise de arquivos. Conforme j visto em captulo anterior.

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    Captulo 4 Ferramentas de anlise de sistemas Introduo

    Todo analista de sistemas deve elaborar um conjunto de documentos para registrar o funcionamento do seu projeto. Visando esta necessidade, vamos conhecer algumas destas ferramentas.

    Diagramas de Fluxo de Dados

    Para elaborao do projeto de um sistema de processamento de dados, o analista de sistemas dispe de uma srie de ferramentas de anlise, destacando-se como uma das principais o Diagrama de Fluxo de Dados, ou como tambm chamado DFD. Atravs do DFD, o analista pode representar graficamente a descrio lgica do sistema. Nessa descrio, so apresentados todos os procedimentos e operaes do sistema proposto, sem contudo, entrar em detalhes. Portanto, trata-se de um trabalho em alto nvel que tem como objetivo permitir uma visualizao global de como o novo sistema est sendo desenvolvido.

    O DFD uma das ferramentas mais conhecidas e mais teis no projeto e desenvolvimento de um determinado sistema, ou para analisar o sistema j existente na organizao. Apesar da grande importncia do DFD, para constru-lo temos que utilizar apenas quatro smbolos grficos que so: a entidade externa, o fluxo de dados, o processo e o depsito de dados. Entidades Externas

    As entidades externas, de uma forma geral, representam alguma coisa fora do sistema que est sendo projetado, todavia provocam alguma influncia no seu desempenho.

    Essas coisas podem ser um grupo de pessoas, clientes, fornecedores, lugar, um diretor ou mesmo outro sistema que fornece dados para o sistema em pauta, e cada caso com suas devidas peculiaridades que devem ser criteriosamente observadas. Portanto, para determinarmos quais so as entidades externas na anlise e projeto de um sistema proposto, indispensvel reconhecermos os limites do referido sistema. Nesse estudo, temos que observar que das entidades externas originam-se fluxo de dados para dentro do sistema, ou ento do sistema destinam-se fluxos de dados para as respectivas entidades externas.

    Para se ter uma idia melhor, imagine um cliente que vende seus produtos para uma determinada empresa e qual a sua relao com o sistema de contas a receber dessa organizao.

    Evidentemente, o cliente uma entidade externa e nem por isso deixa de influir no funcionamento do sistema em pauta.

    Graficamente, uma entidade externa representada por uma quadrado ou retngulo com um sombreamento nos lados inferior e direito ou ento simplesmente por um retngulo ou quadrado normais. Veja o exemplo a seguir:

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    Fig. 3 Smbolo de entidade externa

    As entidades externas podem ser identificadas por uma letra minscula colocada

    internamente no seu canto superior esquerdo.

    Fig. 4 Smbolo de entidade externa com destaque a identificao

    Em diversas situaes, ocorre a necessidade de se desenhar a mesma entidade externa em diversos pontos do DFD.

    Apesar dessa prtica no ser muito recomendvel, com isso o DFD fica mais claro, evitando-se assim o desenho de setas muito longas de um lado para outro do grfico, tornando a interpretao lgica mais confusa. Nesse caso, coloca-se um trao inclinado no canto inferior direito do smbolo da entidade externa, indicando ao leitor que existe mais de uma ocorrncia dessa entidade no mesmo DFD.

    Fig. 5 Exemplo de entidade externa com repetio

    Ao identificarmos uma entidade externa, estamos afirmando que tal origem ou destino de

    dados localiza-se fora do sistema, portanto todo cuidado pouco nessas definies. Por outro lado, bom lembrar que na fase de anlise o DFD pode sofrer alteraes medida que o analista de sistemas descobre mais detalhes sobre cada entidade externa. Fluxo de Dados

    Os fluxos de dados em um diagrama servem para indicar a movimentao de estruturas de dados, seguindo de um lado para outro do sistema de informaes. Para representar a direo em que os dados ou suas respectivas estruturas esto fluindo no diagrama, devem ser usadas setas preferencialmente vertical e/ou horizontal. Como regra geral, a direo do fluxo de dados deve ser de cima para baixo e da esquerda para a direita, todavia essas normas no so rgidas.

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    O fluxo de dados representado por meio de uma seta, vertical ou horizontal, dependendo de cada necessidade do grfico.

    Fig. 6 Fluxo de dados

    Considere o exemplo abaixo, onde as estruturas de dados se deslocam da entidade Empregado para um processamento.

    Fig. 7 Exemplo de um trecho de um DFD

    Observe que os dados saem da entidade externa Empregado e se deslocam para outro smbolo, denominado processo. Em alguns casos, os dados podem entrar e sair do mesmo elemento do sistema. Havendo esse tipo de ocorrncia, dever ser usada uma seta de duas pontas, indicando o fluxo de dados nos dois sentidos, simplificando, portanto o entendimento do grfico.

    Fig. 8 Exemplo do DFD com fluxo de dados apontando para ambos os lados

    Na prtica, um fluxo de dados se assemelha a uma tubulao por onde passam os dados ou suas estruturas.

    Para identificar a estrutura de dados que est fluindo pelo respectivo fluxo, deve ser-lhe atribudo um nome, de preferncia explicativo, exceto se for bvio o que est ocorrendo. Veja no exemplo abaixo.

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    Fig. 9 Fluxo de dados sem necessidade de descrio

    Quando da construo de uma DFD, deve ser evitada o cruzamento de linhas, utilizando-se de um pequeno arco.

    Processo

    Durante uma seqncia de processamentos, muito comum ocorrerem transformaes de dados, clculos e outras operaes dessa natureza. Na elaborao do DFD, necessrio identificar essas funes de transformaes dentro do sistema, que so representadas por smbolos que indicam processos. Essa simbologia tambm pode identificar no DFD um programa ou conjunto de programas, uma operao manual como por exemplo conferncia de dados, ou mesmo uma rotina dentro de uma programa.

    Os processos so representados por retngulos com os cantos arredondados e podem ser divididos em trs reas para melhor identificao de suas referncias.

    Fig. 10 Representao de um processo

    Normalmente, na rea superior do smbolo do processo, podemos colocar um nmero somente para identific-lo. Esse nmero no poder sofrer qualquer alterao em todo o desenvolvimento do sistema. Na rea central do smbolo, deve ser descrito o processo de forma bem sucinta, usando apenas um verbo no infinitivo com o seu respectivo objeto.

    Identificao do processo

    Descrio resumida e objetiva da funo do processo Especificao do local onde ocorre o processo ou nome do programa

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    Exemplos: Obter salrio do empregado Pedir cotao de materiais Calcular faltas Emitir listagem de notas e faltas Cadastrar aluno

    Para evitar ambigidade na interpretao de um DFD, devem ser usados sempre verbos que no provocam duplo sentido. Devem ser usados verbos e frases o mais simples possvel. Veja o prximo exemplo.

    Fig. 11 Exemplo de um DFD simples

    Depsitos de Dados

    Quando da construo de um DFD, iremos detectar a existncia de lugares onde dever haver armazenamento de dados, ressaltando que se trata apenas de componentes lgicos do sistema sem comprometimento com o seu aspecto fsico. A representao desses locais feita atravs da simbologia de depsito de dados e deve possuir um nome explicativo em relao ao seu contedo. Um depsito de dados nada mais do que um conjunto de estruturas de dados em repouso, podendo ser um arquivo, diversos arquivos ou mesmo tabelas. Por conveno, cada arquivo deve ser indicado individualmente no diagrama, todavia quando dois ou mais arquivos contiverem dados referente mesma entidade e acessados basicamente de forma simultnea, estes podem ser representados por um nico smbolo.

    Fig. 12 Exemplo de um depsito de dados

    A representao simblica de um depsito de dados pode ser feita, usando-se um retngulo horizontal aberto do lado direito.

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    Para identificao dos depsitos de dados deve ser usado um nmero seqencial ou cdigo dentro do seu respectivo smbolo e separado por um trao vertical.

    Observe o exemplo abaixo:

    Fig. 13 Exemplo de um DFD simples

    Se houver necessidade de repetir o mesmo depsito de dados durante a construo do

    DFD, poder faz-lo desenhando o mesmo smbolo no local apropriado e colocando um novo trao vertical para cada nova ocorrncia da mesma fonte de dados.

    Com isso, a quantidade de traos verticais existentes no smbolo de depsito de dados, indicar o nmero de vezes que este se repete no DFD. Exemplo:

    Fig. 14 Exemplo de um depsito de dados com indicao de repetio

    Consideraes Gerais sobre o DFD

    O DFD tem muitas utilidades tanto para o analista de sistemas como para o prprio departamento de processamento de dados, principalmente porque ele fornece uma visualizao de todo o sistema. Por outro lado, o DFD auxilia o analista de sistemas nas reunies de informaes-chave para o desenvolvimento de todo o sistema, fornecendo detalhes valiosos a respeito das relaes existentes sobre seus diversos componentes.

    Alm disso, na prtica, o DFD faz uma descrio da estrutura do sistema, mostrando a hierarquia entre as suas diversas funes, podendo ser utilizado at no estgio do projeto detalhado. Obviamente, o DFD no descreve com detalhes o sistema fsico, as serve de suporte para

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    a sua implementao, podendo, inclusive, ser utilizado para orientao do analista na realizao de diversos tipos de testes.

    Principais Normas para Projetar um DFD

    Quando se est prestes a projetar um DFD de um sistema, devemos nos preocupar em seguir algumas normas que visam padronizar as etapas para a criao do referido DFD.

    Muito embora estas normas possam se diferenciar de empresa para empresa, elas permitem de uma forma geral evitar erros primrios.

    Essas normas podem ser resumidas nos seguintes itens: 1. Identificao da origem e destino de dados. Esse item um dos mais

    importantes, pois ao identificarmos a origem e o destino de dados, temos condies de determinar as fronteiras de nosso sistema e conseqentemente as entidades externas envolvidas. Com isso, ser descoberto o relacionamento do sistema em projeto com o seu mundo exterior.

    2. Comear construindo um DFD de altssimo nvel, obviamente com as principais funes e depois explodi-las, descrevendo-as com mais detalhes em pginas separadas. Anotar tudo o que for possvel, visando j a construo de um segundo esboo do DFD melhorado.

    3. Fazer os primeiros esboos sempre mo livre, tendo certeza de que sempre possvel melhor-los, portanto precisam ser analisados com maior profundidade.

    4. Evitar ao mximo possvel, o cruzamento de linhas de fluxo de dados 5. Duplicar entidades externas e depsitos de dados sempre que forem realmente

    necessrios. Essa medida visa minimizar os cruzamentos de fluxos de dados.

    6. Quando fizer as exploses de nveis, procurar no ultrapassar do terceiro nvel. Dicionrio de Dados

    Introduo

    A documentao das etapas que se percorrem no desenvolvimento de um sistema de grande importncia para o analista de sistemas e sem dvida, valiosa referncia para toda a organizao.

    Os detalhes de definio de arquivos, estruturas e utilizao de dados e outras informaes sobre estes dados, necessitam de um local apropriado e devidamente estruturado para armazen-los. A esse local d-se o nome de dicionrio de dados que na prtica, uma coletnea de dados referentes a dados de um determinado sistema.

    Descrio de dados

    Considerando o desenvolvimento e aprimoramento constante da tecnologia de armazenamento de dados, notadamente o banco de dados, imprescindvel o conhecimento de alguns termos que so muito usados no dias atuais.

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    Elemento de dado

    A unidade de dado que no necessita de decomposio, recebe o nome de elemento de dado, portanto, trata-se de uma estrutura simples. Apesar de sua simplicidade, existem situaes em que a mesma unidade de dado pode constituir elemento de dado ou uma estrutura que precisa ser decomposta, dependendo do trabalho de anlise. Exemplificando, podemos citar o caso da data que pode ser composta por uma unidade simples de 8 posies ou por uma unidade formada por 6 posies e decomposta em DD, MM e AA (dia, ms e ano), sendo, portanto, necessrio rotinas para converso por algumas linguagens de programao. Estrutura de dados

    As estruturas de dados so formadas por elementos de dados, outras estruturas de dados ou ento compostas por ambas. Para melhor compreenso do conceito de estrutura de dados, considere o exemplo abaixo.

    COMPONENTE DA ESTRUTURA PEDIDO

    IDENTIFICAO-DE-PEDIDO DATA-DE-PEDIDO NUM-DE-PEDIDO

    DETALHES-DE-CLIENTE NOME-DO-CLIENTE ENDERECO-DE-ENTREGA

    RUA CIDADE ESTADO

    TELEFONE DDD NMERO-FONE

    ENDERECO-DE-COBRANA RUA CIDADE ESTADO

    Observe que IDENTIFICAO-DE-PEDIDO uma estrutura de dados composta pelos elementos de dados DATA-DE-PEDIDO e NUM-DE-PEDIDO assim como DETALHES-DE-CLIENTE, ENDEREO-DE-ENTREGA, ENDEREO-DE-COBRANA, TELEFONE e PEDIDO tambm so estruturas. E os demais so elementos de dado. Contedos do Dicionrio de Dados

    Normalmente, o contedo do dicionrio de dados pode sofrer pequenas variaes de empresa para empresa, isso porque cada organizao possui suas prprias normas de documentao, contudo as diretrizes bsicas sempre norteiam para o mesmo objetivo. Tornando a interpretao relativamente fcil.

    Alm da padronizao de documentao de cada empresa, no existe uma lista rgida de

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    informaes sobre os dados que devero compor o dicionrio de dados. Para a descrio das especificaes de cada elemento de dado, obviamente no pode haver uma forma nica, todavia, existem alguns elementos que so fundamentais para o seu entendimento.

    Para cada elemento de dado, necessrio que se registre no dicionrio de dados, um nmero mnimo de informaes que so indispensveis para sua identificao por todo e qualquer programador ou analista de sistemas de uma empresa. No decorrer da fase de anlise, de bastante utilidade a montagem de um formulrio simples para que o analista anote as informaes sobre os dados que formaro o dicionrio de dados automatizado e que pode ser consultado a qualquer instante ou modificado caso seja necessrio. praticamente um dicionrio de dados manual. Essas informaes, de preferncia, devem ser agrupadas em cinco itens que facilitaro o entendimento do dicionrio de dados, alm de um cdigo de controle de entrada do respectivo elemento de dado. Como ilustrao, esses componentes esto sendo mostrados no formulrio abaixo.

    DICIONRIO DE DADOS Cdigo: 12345

    1 - Informaes Gerais: Nome do Elemento: DATA-DE-PEDIDO Pseudnimo: DATA-PEDIDO Descrio: Contm a data em que foi realizado o pedido do cliente

    2 - Formato: Tipo: DATA Comprimento: 8 bytes

    3 - Domnio de Validade:

    Este elemento de dado no deve aceitar da errada ou em branco

    4 - Informaes de Controle: Origem: Cadastro de pedidos - CADPED Programas: PROG01, PROG02, PED001, RELATPED Outras Informaes: Este elemento no pode ser modificado sem autorizao do Supervisor de Vendas

    5 - Informaes de Grupo: Arquivo: Cadastro de pedidos - CADPED Registro: PEDIDO

    Fig. 15 - Exemplo de uma ficha de dicionrio de dados simplificada

    Descrio do Contedo do Dicionrio de Dados

    Para se ter uma idia melhor do contedo do dicionrio de dados, considere a descrio das seguintes especificaes que devero fazer parte do dicionrio de dados. So todas basicamente fceis de serem entendidas.

    Informaes Gerais As informaes de carter geral tm como objetivo, atribuir um nome ao item de

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    dado, bem como, descrev-lo de uma forma um tanto sucinta. Portanto, esse componente do dicionrio de dados deve conter o nome do item de dado, seu pseudnimo e sua respectiva descrio.

    Nome: O nome escolhido para o item de dado deve ter um significado relacionado com o contedo que o mesmo ir armazenar quando da implementao fsica do sistema.

    Exemplos: NOME-DO-ALUNO, DATA-DE-NASCIMENTO, etc ...

    Pseudnimo: Numa mesma empresa, existem situaes em que diversos departamentos utilizam o mesmo item de dado, todavia, com nomes diferentes para a mesma coisa, dependendo, inclusive da linguagem de programao que cada um est utilizando. Por exemplo, na Secretaria da escola, o aluno pode ser identificado pelo RM enquanto que a Orientao a identificao do aluno feita pela NUM-MATRICULA, muito embora os dois itens representem a mesma coisa.

    Descrio: A descrio de um item de dado deve ser bem curta e simples, sem contudo, deixar de ser explicativa.

    Esses trs itens so de grande importncia e por isso, jamais devero deixar de ser lanados no dicionrio de dados. Formato

    O objetivo do formato descrever as principais caractersticas do item de dado. No formato, deve ser definido se o item de dado numrico, alfabtico, alfanumrico, data ou outro tipo qualquer, alm de especificar o seu comprimento e o nmero de casas decimais se for o caso. Podero ser colocadas, inclusive, mais caractersticas do item de dado que o analista de sistemas julgar necessrio. Domnio de Validade Em muitos tipos de processamentos, existe uma srie de consistncias para impedir que determinados valores entrem ou saiam do sistema. O objetivo do domnio de validade discriminar quais so os valores que devem ser aceitos pelo sistema. Por exemplo, num sistema de faturamento a data de emisso de uma duplicata deve ser igual ou inferior data de pagamento da mesma ou vice-versa. A definio do domnio de validade com bastante critrio, valoriza mais o sistema, porque torna as informaes resultantes mais confiveis. Informaes de Controle Todo item de dado precisa ter certo controle de suas informaes para melhor garantir a integridade de seu contedo quando da implementao fsica do sistema. Portanto, podemos citar como principais informaes de controle de um item de dado a data de origem, a origem da informao, os programas que o utilizam e quem pode autorizar mudanas neste item.

    Informaes de Grupo As informaes de grupo se referem s estruturas do item de dado e localizao fsica dos bancos de dados, registros e arquivos a que ele pertence. Nesse

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    componente do dicionrio de dados, tambm devem ser escritos os nomes dos programas que utilizam o respectivo item de dado.

    A Importncia do Dicionrio de Dados

    Como j vimos, o dicionrio de dados faz parte da documentao do sistema ou sistemas, e obviamente ser consultado principalmente por programadores e analistas de sistemas, portanto, um meio de comunicao eficiente entre esses profissionais. Normalmente, no desenvolvimento de um determinado sistema, os analistas conferem os elementos de dados criados em relao aos existentes no dicionrio de dados, evitando assim redundncia de dados. Isso o torna de grande importncia para o CPD como um todo.

    Alm disso, a montagem de um dicionrio de dados numa organizao permite que se crie um tipo de padronizao com relao definio de itens de dados que deve ser seguida por todos os programadores e analistas de sistemas, das empresas, facilitando o trabalho para todos. Por outro lado, com a centralizao da definio de todos os itens de dados utilizados pela empresa, os profissionais de anlise e programao tm em mos uma grande fonte de consulta para o seu trabalho.

    Em resumo, podemos concluir que em toda anlise e desenvolvimento de sistema de forma estruturada, o dicionrio de dados deve fazer parte obrigatria da documentao deste.

    Consideraes Gerais sobre o Dicionrio de Dados

    Praticamente, um dicionrio de dados consiste na centralizao de informaes sobre os dados de uma empresa e este permanentemente consultado por analistas e programadores. O dicionrio de dados pode ser constitudo por todos os dados sobre os dados de um determinado sistema, ou ento por todos os dados sobre os dados de todos os sistemas da empresa.

    A construo de um dicionrio de dados nico em determinada organizao, um trabalho bastante difcil de ser realizado porque a grande maioria dos programadores e analistas preferem criar para cada sistema, isto porque o seu entendimento se torna muito mais prtico. Alm disso, existem incompatibilidades na definio de um dicionrio de dados para serem utilizados por diversas linguagens de programao, pois cada uma possui regras prprias. Os dicionrios de dados podem ser montados de forma manual, podendo ser constitudos por fichas semelhantes ao formulrio mostrado neste captulo. Alm disso, podem ser automatizados, inclusive, existem atualmente muitos softwares disponveis no mercado, desenvolvidos especificamente com essa finalidade. Entretanto, quando da utilizao de um software especfico para a construo de um dicionrio de dados, necessria normalmente uma srie de adaptaes para adequ-lo aos padres de documentao de cada organizao.

    Anlise e Apresentao da Lgica

    Introduo

    Ao definirmos um processo no DFD, especificamos as entradas e sadas e devemos escrever, em portugus, um resumo da lgica na forma mais clara possvel. Existem um certo

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    nmero de armadilhas quando a lgica expressa em forma de narrativa, vamos examinar, primeiro, esses problemas e, depois, as ferramentas que nos permitem expressar a lgica do processo de forma clara e sem ambigidade. No somente, mas, todavia, e/ou, a menos que...

    Qual a diferena entre as trs declaraes abaixo?

    1. Somar A e B a menos que A seja menor que B, onde, neste caso, subtrair A de B.

    2. Somar A e B. Entretanto, se A for menor que B, a resposta ser a diferena entre A e B.

    3. Somar A e B, mas subtrair A de B quando A for menor que B.

    bvio que no h diferena lgica. As formas das trs frases narrativas em portugus obscurecem claramente a semelhana, pois cada uma pode ser reduzida a uma declarao no formato-padro de SE-ENTO-SENO-LOGO.

    SE A menor que B ENTO subtrair A de B

    SENO (A no menor que B) LOGO somar A com B

    Na tentativa de entender narrativas em documentos sobre polticas, memorandos e especificaes, sempre esbarramos com uma variedade de possveis formatos que o portugus admite. Como analistas de sistemas, necessitamos ser capazes de reduzir esta variedade a declaraes lgicas simples para us-las como especificaes de programas e sistemas. Maior que, menor que...

    Se j no bastasse a confuso causada pela variedade de estruturas, a lngua portuguesa muitas vezes nos causa problemas quando necessitamos expressar um domnio de valores como parte de uma condio. Vamos supor que algum diga, At 20 unidades, sem desconto. Mais de 20 unidades, 5% de desconto. O que poderia ser mais claro do que isto? Mas que desconto dado para exatamente 20 unidades? O problema que precisamos de frase/palavra deselegante inclusive ou at e incluindo. Poderamos dizer 1-19 unidades ou Quantidade menor que ou igual a 20, e votamos ao problema de termos muitas maneiras de dizer a mesma coisa.

    A tendncia nos descuidarmos da maneira pela qual especificamos os domnios, porque sabemos quais possibilidades queremos incluir, mas muitas vezes os usurios ficam surpresos quando a interpretao rigorosa dada s palavras diferente do que eles tinham em mente. Para verificar se todos os domnios possveis foram considerados, examinamos as narrativas a procura das palavras menor, at que, maior e mais e as substitumos pelos termos de programao da tabela abaixo:

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    TERMO SIGNIFICADO

    GT Mais que GE Mais que ou igual a LE Menos que ou igual a LT Menos que

    Tab. 1 Operadores lgicos

    rvores de Deciso

    Para entendermos o escopo da tcnica de rvore de deciso, analisaremos uma declarao de uma poltica relativamente complexa de uma empresa do ramo de livros.

    A empresa XYZ, remete pacotes de livros aos clientes, cobrando deles os custos de remessa como parte da fatura (a menos que a fatura tenha sido paga antecipadamente). Os custos de remessa e manuseio so expressos em unidades cujo valor em Real pose ser alterado de tempos em tempos para se ajustar s tarifas atuais, taxa de inflao, e assim por adiante. O valor atual de uma unidade de 80 Reais. O texto a seguir foi extrado de um folheto explicativo sobre tarifas existentes na prpria empresa.

    As despesas de remessa por via area so determinadas de acordo com o peso do pacote. A tarifa bsica de 3 unidades por quilo, reduzindo-se para 2 unidades por quilo para excesso acima de 20 quilos, com um mnimo de 6 unidades. O frete via terrestre (incluindo manuseio) de 2 unidades por quilo para entrega rpida; entretanto, esta tarifa s se aplica na rea de entrega local. Se o endereo para entrega estiver fora da rea local e o pacote pesar mais de 20 quilos ou se o servio de entrega rpida no for requerido, a tarifa terrestre ser a mesma que a de entrega rpida local. A entrega normal de pacotes com at 20 quilos de 3 unidades por quilo com uma sobretaxa de entrega rpida de uma unidade (por quilo). Apesar das disposies do pargrafo anterior, cobra-se o dobro das tarifas de frete areo quando o destinatrio se encontra ao norte do pas.

    Nosso primeiro passo de anlise deste documento de poltica, deve ser pesquis-lo para identificar:

    Condies Aes Estruturas a menos que, entretanto, mas, ... Ambigidades maior que/menor que, mais que/menos que,... Ambigidades e/ou Adjetivos indefinidos

    Como foi discutido para parte introdutria deste captulo,

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    As despesas de remessa por via area so determinadas de acordo com o peso do pacote. A tarifa bsica de 3 unidade por quilo, reduzindo-se para 2 unidades por quilo para excesso acima de 20 quilos, com um mnimo de 6 unidades. O frete via terrestre (incluindo manuseio) de 2 unidades por quilo para entrega rpida; entretanto, esta tarifa s se aplica na rea de entrega local. Se o endereo para entrega estiver fora da rea local e o pacote pesar mais de 20 quilos ou se o servio de entrega rpida no for requerido, a tarifa terrestre ser a mesma que a de entrega rpida local. A entrega normal de pacotes com at 20 quilos de 3 unidades por quilo com uma sobretaxa de entrega rpida de 1 unidade (por quilo). Apesar das disposies do pargrafo anterior, cobra-se o dobro das tarifas de frete areo quando o destinatrio se encontra ao norte do pas.

    O texto anterior mostra o texto de um folheto sobre remessa todo marcado desta forma.

    Encontramos um e/ou confuso, dois adjetivos indefinidos (bsico, local) e a possibilidade de um domnio confuso (at 20 quilos, acima de 20 quilos). Baseado neste breve exame, fizemos algumas perguntas ao gerente de remessas da empresa e incorporamos as respostas em um texto revisto. As perguntas feitas e as respectivas respostas do gerente so que seguem.

    A tarifa bsica referida no folheto se aplica via area ou via terrestre tambm?

    a tarifa de remessa por via area. A terrestre tratada na sentena seguinte do texto.

    s vezes o folheto se refere ao frete, outras vezes a remessa e manuseio. Existe alguma diferena?

    No; toda as tarifas incluem frete e manuseio. O que significa exatamente rea local?

    a rea servida por nossos prprios caminhes, na prtica qualquer lugar dentro dos limites da cidade.

    O folheto menciona at 20 quilos e acima de 20 quilos. Qual deles se aplicaria a um pacote com exatamente 20 quilos?

    Em geral, entende-se que at 20 quilos significa at e incluindo; no possvel chegar a tal nvel de detalhe, no ?

    A terceira sentena do folheto poderia ser teoricamente, interpretada de duas maneiras. Poderia ser lida com tanto fora da rea local, como tambm acima de 20 quilos ou, alternativamente, a entrega rpida no necessria, ou poderia ser fora da rea local e, em adio, ou acima de 20 quilos ou o servio de entrega rpida no necessrio. Qual deles est certo? O segundo. A primeira interpretao no poderia estar correta, porque acabaramos cobrando a tarifa de entrega rpida local quando esta no era necessria. Eu compreendo o seu ponto de vista; a sentena um tanto confusa.

    Agora podemos reescrever a narrativa original linha por linha.

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    ORIGINAL REVISTO

    1) As despesas de remessa por via area so determinadas de acordo com o peso do pacote

    Fato til mas sem lgica: omitir

    2) A tarifa bsica de 3 unidades por quilo, reduzindo-se para 2 unidades por quilo para excesso acima de 20 quilos, com um mnimo de 6 unidades.

    A tarifa area :

    se peso LE 2 quilos: 6 unidades exatas

    se peso GT 2 ou LE 20: 3 unid. p/ KG

    se peso GT 20: 60 unidades exatas mais 2 unidades para cada quilo acima de 20

    3) Frete via terrestre, incluindo manuseio, de 2 unidades por quilo para entrega rpida; entretanto, esta tarifa se aplica somente na rea de entrega local.

    Tarifa terrestre, se na rea local, e se entrega rpida: 2 unidades por quilo

    4) Se o endereo de remessa estiver fora da local e o pacote pesar mais de 20 quilos ou entrega rpida no for necessria, a tarifa terrestre ser a mesma que a da entrega local (rpida).

    Tarifa terrestre, se fora da rea local e em adio, ou se peso GT 20 ou se entrega normal: 2 unidades por quilo

    5) A entrega normal de pacotes de at 20 quilos de 2 unidades por quilo com uma sobretaxa de entrega rpida de 1 unidade (por quilo).

    Tarifa terrestre:

    se peso LE 20 e entrega normal: 2 unidades por quilo

    se peso LE 20 e entrega rpida: 3 unidades por quilo.

    6) Apesar das disposies do pargrafo anterior, cobra-se o dobro das tarifas de frete areo para os destinos situados ao norte do pas.

    Se remessa por via area e o local de destino for ao norte do pas, a tarifa ser dobrada.

    Tab. 2 Reviso do texto

    J comeamos a tornar as coisas mais claras. Vamos desenhar agora a nossa rvore de deciso:

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    Observe no quadro abaixo:

    Peso rea

    Menos que ou igual

    a 2 quilos

    Sul do pas 6 unidades exatas

    Norte do pas 12 unidades exatas

    Areo Mais de 2 mas

    menos de 20 quilos

    Sul do pas 3 unid/Kg

    Norte do pas 6 unid/Kg

    Mais de 20 quilos Sul do pas 60 unid. Exatas + 2 unidades para cada Kg acima de 20

    Norte do pas 120 unid. Exatas + 2 unidades para cada Kg acima de 20

    Mtodo Servio

    rea local Rpida 2 unid/Kg

    Normal ?

    Destino Peso

    Terrestre

    Rpida Menos que ou igual

    a 20 quilos

    3 unid/Kg

    Fora da rea local Mais do que 20 quilos 2 unid/Kg

    Normal 2 unid/Kg

    Exemplo de uma rvore de deciso

    Se a rvore parece confusa ou no familiar ao usurio, ns podemos express-la como uma tabela convencional. Observe que na tabela abaixo, modificamos ligeiramente a ordem das perguntas para tornar as colunas da tabela mais uniforme.

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    Mtodo de Remessa

    Destino Peso do pacote Tipo de Servio

    Tarifas de remessa e manuseio

    Menos que ou igual a 20 quilos

    N/A 6 unidades exatas

    Sul do pas Mais que 2 quilos mas menos que 20 quilos

    N/A 3 unidades por quilo

    Mais de 20 quilos N/A 6 unidades exatas + 2 para cada quilo acima de 20

    Areo Menos que ou igual a 20 quilos

    N/A 12 unidades exatas

    Norte do pas Mais que 2 quilos mas menos que 29 quilos

    N/A 6 unidades por quilo

    Mais de 20 quilos N/A 120 unidades exatas + 2 para cada quilo acima de 20 quilos

    Rpida 2 unidades por quilo rea local N/A

    Normal ? Rpida 3 unidades por quilo Terrestre Fora da rea

    local Menos que ou igual a 20 quilos

    Normal --- Rpida 2 unidades por quilo Mais de 20 quilos Normal 2 unidades por quilo

    Tab. 3 rvore de deciso em forma de tabela

    Portugus Estruturado

    rvores de deciso so ferramentas que selecionamos para lidar com os processos de ramificao complexa, como so os que geralmente encontramos em clculos de descontos, de taxas, comisses de vendas e clculos de bnus de produtividade, procedimentos de controle de estoque e assim por diante. Entretanto, muitos dos processos que precisamos documentar no so to complexos. Sabemos que eles possuem operaes do tipo faa isso, depois aquilo..., algumas decises e alguns ciclos loops do tipo repetir este procedimento at que.... Isto no surpreende, pois sabemos que possvel demonstrar que qualquer programa pode ser composto de combinaes apropriadas de instrues de tipo passo-a-passo, como MOVER e SOMAR, de decises binrias, como SE-ENTO-SENO-LOGO, e de ciclos; os processos lgicos que estamos definindo em anlise estruturada so exatamente assim, programas que podem ser executados tanto pelo homem como por um computador. Essas poucas estruturas so as bases da Programao Estruturada, que obtm parte de sua eficincia pela simplificao e padronizao resultantes da utilizao de algumas poucas estruturas, ao invs de a grande variedade permitida pela linguagem de programao que seja utilizada. Se pudssemos escrever nossas especificaes utilizando o mesmo mtodo em portugus, poderamos conseguir alguns dos mesmos benefcios. Vamos estudar essas estruturas com um pouco mais de detalhe para ver como podemos incorpor-las ao portugus. As estruturas da programao estruturada

    Instrues seqenciais: Esta estrutura cobre qualquer instruo, ou grupo de instrues, que no

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    tenha repetio ou ramificao englobada nela prpria, como por exemplo: Multiplicar horas-trabalhadas por salrio-hora para obteno do salrio-

    bruto Remeter compras para endereo-para-remessa Adicionar taxa de frete fatura Calcular taxa de frete (taxa de frete 60 unidades para cada quilo acima de

    20) Demitir o empregado Conceder um aumento de 25%

    s vezes, necessrio incluir descries ou definies de termos usados, como o caso de taxa de frete. O que no devemos fazer introduzir quaisquer ramificaes ou repeties ocultas, tais como:

    Remeter compras para endereo-de-remessa ou endereo-de-cobrana, seja qual for a situao relevante

    Se obtivermos um grupo de declaraes verdadeiramente seqenciais e as juntarmos, o bloco de declaraes resultantes poder ser encarado como uma nica declarao seqencial. Se criarmos um grupo de declaraes como o que se segue e cham-las de Calcular-dedues:

    Obter salrio-bruto Obter detalhes de salrio-at-o-presente Calcular imposto de renda retido Calcular imposto estadual retido Calcular desconto de INPS

    e tambm criarmos um grupo de declaraes denominado emitir-contracheque: Anotar o bruto e quantia retida no contracheque Anotar salrio lquido no cheque Assinar cheque Postar cheque e contracheque

    Poderemos legitimamente escrever como instrues seqenciais: EXECUTAR calcular-dedues EXECUTAR emitir-contracheque

    sem sugerir a existncia de quaisquer decises ou ciclos ocultos. O EXECUTAR significa Executar todas as instrues listadas sob o seguinte nome....

    Instrues de deciso: Como vimos o formato-padro para uma deciso a estrutura: SE Condio-1 ENTO Ao-A SENO (no Condio-1) LOGO Ao-B

  • Apostila de Anlise de Sistemas

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    Cada ao pode ser um conjunto de instrues seqenciais, ou um ciclo, ou outra deciso. Vamos supor que a AO-A seja substituda por outra estrutura SE-ENTO-SENO-LOGO; obtemos, ento:

    SE Condio-1 ENTO SE Condio-2 ENTO Ao-C SENO (no Condio-2) LOGO Ao-D SENO (no Condio-1) LOGO Ao-B

    Um exemplo deste caso poderia ser: SE voc necessita de frias ENTO SE voc pode dispor de recursos para as frias ENTO tire frias SENO (voc no dispe de recursos para as frias) LOGO pinte a sua casa SENO (voc no necessita de frias) LOGO continue a trabalhar.

    A frase SE...ENTO SE..., embora correta em portugus, soa um tanta estranha. Uma alternativa, seria escrever SE...e-SE..., que significa o mesmo, s que soa um pouco mais natural, e conservar o ENTO para denotar uma ao.

    Se pudermos substituir um SE-ENTO-SENO-LOGO por uma ao em um certo lugar, poderemos faz-lo em qualquer lugar. Poderamos substituir tire frias por outro SE; portanto,

    SE voc necessita de frias e-SE voc pode dispor de recursos para as frias e-SE voc tem algm para acompanh-lo ENTO ...

    SENO ...

    Esta a forma como Ses-aninhados surgem, medida que a lgica da deciso que estamos representado se torna mais complexa. Esta lgica aninhada pode tornar-se difcil de acompanhar e, por isto, importante usarmos as convenes de alinhar cada SENO com o SE ao qual est associado. Como regra gera, no momento em que tivermos mais de trs SEs aninhados um dentro do outro, ficar mais claro representarmos a lgica com uma rvore de deciso, com a desvantagem de no podermos escrever as condies completas. Instrues de deciso tipo caso: Um tipo especial de estrutura de deciso aparece quando existem vrias possibilidades de uma condio que nunca ocorre em combinao; isto , elas representam casos diferentes que so mutuamente exclusivos.

    Este tipo de estrutura pode ser representado por uma tabela simples, por exemplo:

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    Condio Ao

    Transao pedido Somar a vendas-at-hoje Transao devoluo Subtrair de vendas-at-hoje

    Transao pagamento Somar ao dinheiro em caixa recebido Transao reclamao Transferir ao Departamento de Reclamaes

    Transao cancelamento Subtrair de vendas-at-hoje

    O aspecto importante desta situao que a transao deve ser um dos cinco tipos e somente um. No podem ser dois ou mais ao mesmo tempo. Somente um caso se aplica em qualquer momento. Esta estrutura especial conhecida como a estrutura caso e convencionalmente representada no portugus estruturado da seguinte forma:

    SE Caso-1

    Ao-1 SENO SE Caso-2

    Ao-2 SENO SE Caso-3 Ao-3 SENO...

    Aplicando esta conveno nossa estrutura de transao, teremos:

    SE transao pedido somar a vendas-at-hoje SENO SE transao devoluo

    subtrair de vendas-at-hoje SENO SE transao pagamento somar ao dinheiro em caixa recebido

    SENO SE transao reclamao transferir ao Departamento de Reclamaes SENO SE transao cancelamento subtrair de vendas-at-hoje

    SENO (nenhuma daquelas acima) LOGO referir-se ao supervisor

  • Apostila de Anlise de Sistemas

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    Observamos o ltimo SENO; este necessrio para haver um nmero igual de SEs e SENOs. Se o caso de nenhuma-daquelas-acima ou ausncia for omitido, existe uma possibilidade de surgir na prtica um caso que no seja coberto pela lgica especificada. O analista deve avaliar aquele caso para prevenir-se adequadamente. A possibilidade pode parecer remota quando os casos representam quebras arbitrrias ao longo de um contnuo completo, como por exemplo:

    SE pessoa for menor de 18 anos somar ao total de menores

    SENO SE pessoa tiver 19 ou mais mas menos de 35 somar ao total de adultos jovens SENO SE pessoa tiver35 ou mais mas menos de 65 somar ao total de adultos maduros

    SENO SE pessoa tiver 65 ou mais somar ao total de idosos SENO (nenhuma daquelas acima)

    O que possivelmente poderia representar (nenhuma daquelas acima)?. O analista de sistemas pode permitir que, nesta situao, o ltimo SENO fique solto; o programador que deve resolver o caso que no atende a todos os testes de idade (talvez porque idade tenha sido codificada incorretamente).

    Instrues de repetio (loop). Esta estrutura aplicada a qualquer situao em que uma instruo, ou grupo de instrues, repetida at que o resultado desejado seja obtido.

    Consideremos um exemplo simples, onde uma fatura cobre a venda de um nmero de itens; cada um dos itens ser listado em uma linha separada contendo a quantidade vendida e o preo unitrio.

    Poderamos especificar o encerramento da fatura escrevendo. Para cada item(linha) multiplicar a quantidade pelo preo unitrio para obter o respectivo total de linha. Quando todos os itens (linha) tiverem sido cobertos, somar todos os totais (linhas) para obter o total da fatura

    Poderamos especificar mais formalmente como:

    REPETIR ESTENDER-ITEM-LINHA AT todas as linhas trem sido cobertas e definir ESTENDER-ITEM-LINHA como:

    Multiplicar quantidade pelo preo-unitrio para obter total da linha. Com apenas uma instruo formando o corpo do ciclo, isto se assemelha ao caso em que utilizamos uma marreta para quebrar uma noz, porm, pode ser uma estrutura valiosa para ser usada quando a situao requer que um nmero de instrues seja repetido vrias vezes como um grupo. O mais importante que o exemplo destaca os dois aspectos que precisamos especificar para definir uma estrutura de repetio:

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    Que, exatamente, dever ser repetido? Como sabemos quando devemos parar?

    Enquanto o analista de sistemas deve estar preparado para especificar repeties quando elas so claramente partes da funo lgica, mais comum o programador e o projetista envolverem-se na montagem dos ciclos para execuo pelo computador, porque o analista de sistemas est principalmente preocupado com o processo lgico de cada estrutura de dados, e o projetista/programador, com o processamento fsico de uma srie dessas estruturas. A definio de ciclos torna-se, ento, mais importante medida que nos aproximamos da implementao fsica.

    Convenes para Portugus Estruturado

    Conforme foi observado anteriormente, possvel escrever qualquer especificao lgica utilizando as quatro estruturas bsicas que acabamos de estudar. Quando a lgica escrita com sentenas em portugus, utilizamos as convenes de letra maiscula e deslocamento vertical