Apocalipse 11 e 12

33
Capítulo 11- As duas testemunhas O intervalo entre as sexta e sétima trombetas continua no capítulo 11 com mais duas cenas que mostram a proteção divina para os fiéis. O povo é protegido, mas não totalmente. Ainda sofrerão as agressões dos inimigos e podem até morrer, mas a vitória final pertence aos santos de Deus.

Transcript of Apocalipse 11 e 12

Page 1: Apocalipse 11 e 12

Capítulo 11- As duas testemunhas

O intervalo entre as sexta e sétima trombetas continua no capítulo 11 com mais duas cenas que mostram a proteção divina para os fiéis. O povo é protegido, mas não 

totalmente. Ainda sofrerão as agressões dos inimigos e podem até morrer, mas a vitória 

final pertence aos santos de Deus.

Page 2: Apocalipse 11 e 12

Entendendo alguns detalhes

• “Receber o caniço”, instrumento de medir, revela que Deus continua a pedir a participação ativa de João, desde que lhe pediu para escrever o que via e ouvia, comer o livro, anunciar a toda terra o evangelho.

• Por quê medir o templo? Num outro momento Deus mostrou ao profeta Ezequiel algo parecido ( Ez 40 a 42), onde o templo era medido num prenúncio da restauração de Israel pelo Messias.

Page 3: Apocalipse 11 e 12

• Na narrativa de Apocalipse vemos que a Segunda Vinda está para acontecer, Jesus está para retornar e reestabelecer a glória de Deus na Terra, reforçando a promessa de socorro e proteção ao povo de Deus. O capítulo reforça que a vinda destas testemunhas é o fim do 2º ai. (v.14)

• O fim das dores aos que estiverem na Terra está próximo, pois Deus está medindo, separando os que estão no santuário (que não representa o templo propriamente, mas trata-se do povo de Deus, os que o adoram (v.1)

Page 4: Apocalipse 11 e 12

• V.2 “pisarão a cidade santa durante 42 meses”, o equivalente a 3 anos e meio; e V.3 “profetizarão durante 1260 dias”, o que equivale a quase 3 anos e meio. Dai a besta que sai do Abismo (a qual já vimos no cap 9- a estrela caída que recebeu poder, o anjo do Abismo).

• As pessoas vão celebrar a morte das testemunhas (v.10), pois tal qual acontecerá no abrir dos selos, no toque das trombetas, as 2 testemunhas terão poder de julgar e ferir a Terra(v.5 e 6), muitos associarão a culpa das catástrofes a eles.

Page 5: Apocalipse 11 e 12

Mas quem são estas 2 testemunhas??

• Existem diversas opiniões não conclusivas a respeito da identidade das duas testemunhas. Antes, porém, é necessário identificarmos que se tratam de profetas enviados por Deus, cuja identificação externa se encontra na peculiaridade das vestimentas, característica dos profetas do Velho Testamento (v.3). Por esta razão alguns tem identificado estes dois profetas como Elias e Moisés, Enoque e Elias. Em síntese, as razões apresentadas são:

Page 6: Apocalipse 11 e 12

1) Elias:a) Representando os profetas do Antigo Testamento;b Porque através de seu ministério evitou que chovesse (1 Rs 17.1 cf. Ap 11.6);c) Devido a profecia de Malaquias 4.5 e 6;d) Porque não morreu e precisaria para cumprir Hb 9.27.

Page 7: Apocalipse 11 e 12

2) Moisés:a) Representando a Lei;b) Porque por meio de seu ministério transformou a água em sangue (Êx 7.19 cf. Ap 11.6);c) Seu corpo foi escondido do diabo a fim de que Deus pudesse usar seu corpo contra o Anticristo;

 Por essas razões alguns consideram que será Elias e Moisés, visto estes terem aparecido na transfiguração de Cristo (Mt 17.3).

Page 8: Apocalipse 11 e 12

3) Enoque:a) Pelo fato de não ter morrido e a necessidade de se cumprir Hb 9.27 .Por essa razão pensam certos comentaristas de se tratar de Elias e Enoque.

Todavia, acreditamos na identificação anônima ou incógnita destas duas testemunhas e de que não se trata de nenhum destes profetas, mas de dois personagens cristãos, segundo se depreende do versículo 8 que afirma: E os seus corpos jazerão na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, ONDE O SEU SENHOR TAMBÉM FOI CRUCIFICADO.

Page 9: Apocalipse 11 e 12

A “cidade santa” do versículo 2, que é aqui chamada de Sodoma devido a sua imoralidade (Gn 19.1-11; Dt 32.32; Is 1.9), e Egito por ter escravizado o povo de Deus. Estas duas cidades sempre são citadas como símbolos da hostilidade contra Deus. O aposto, ONDE O SEU SENHOR TAMBÉM FOI CRUCIFICADO, confirma que se trata de Jerusalém. Há mais coerência em se admitir que as duas testemunhas são dois cristãos que atuarão no espírito e poder de Elias e Moisés do que admitir que sejam esses dois profetas .

Page 10: Apocalipse 11 e 12

Quem teve o seu Senhor Crucificado?• Trata-se de uma realidade relativa aos cristãos. São 

os cristãos o testemunho de crucificação, os que reconhecem e participam da crucificação de Cristo. Por não ter uma identificação específica neste trecho, talvez a resposta melhor se encontra no próprio contexto. Os primeiros versículos do capítulo falaram sobre a igreja, o povo de Deus. Cristãos fiéis são descritos como testemunhas ou pessoas que dão testemunho em outros versículos do livro (2:13; 6:9; 12:11,17; 17:6; 19:10; 20:4). 

Page 11: Apocalipse 11 e 12

• Vestimentas de pano de saco eram usadas em momentos de quebrantamento, sofrimento por todo o povo de Israel, significando um tratar de Deus na vida do povo. Além das vestimentas o capítulo 11 diz que ficarão 3anos e meio profetizando na Terra. Este período, a metade de sete anos, normalmente descreve um período de tribulação e sofrimento. Seria um trabalho difícil, cheio de angústia (o significado de pano de saco), mas seria temporário.

Page 12: Apocalipse 11 e 12

• As duas oliveiras que alimentavam de azeite o candelabro são identificados como “os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra”  (v.4). No Velho Testamento, sacerdotes e reis foram ungidos (Levítico 8:12,30; 1 Samuel 10:1; 16:1,13). No Novo Testamento, os cristãos são o reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai , o “sacerdócio real” (1 Pedro 2:9). Apoiando a interpretação das duas testemunhas como a igreja é a expressão acrescentada aqui, “os dois candeeiros”. No Apocalipse, os candeeiros representam as igrejas (1:20). Os candeeiros no templo sempre ficavam acesos diante de Deus, como os cristãos brilham diante do Senhor como a luz do mundo (Mateus 5:14-16; Efésios 5:8;1 Tessalonicenses 5:5).

Page 13: Apocalipse 11 e 12

Vejam: durante todo o tempo tentarão lhes causar dano (v.5), mas sem sucesso. Deus está com as testemunhas e lhes dará a vitória. Os adversários devem morrer, assim como todas aqueles que se opuseram à Igreja pereceram. A mensagem do evangelho é o conhecimento mais combatido na história, desde seu início sofreu dura oposição. Mestres, evangelistas sofreram a morte para que a mensagem se propagasse. Embora dessem suas vidas, o alvo foi atingido e a Palavra permaneceu mesmo sob duros regimes de contenção!

Page 14: Apocalipse 11 e 12

Por quê as pessoas da Terra festejarão?

• Porque rejeitavam a mensagem quer traziam, de oposição às suas práticas e pecados;

• A correção e castigos derramados sobre a Terra parecerão ter findado durante os dias em que estiverem mortos;

• A morte dos profetas pela besta do Abismo trará a falsa ideia de que o sistema do mundo e seus líderes são mais poderosos, que têm razão. Por isso a ressurreição deles trará terror e as pessoas darão glórias a Deus por sua grandeza. Mas estarão elas arrependidas?

Page 15: Apocalipse 11 e 12

Apoc. 11: 15 a 19- A sétima trombeta

• A cena tem nova interrupção voltada à cena do trono de Ap. 4. De lá uma advertência vem “Graças te damos, Senhor Deus todo-poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e começaste a reinar.As nações se iraram; e chegou a tua ira. Chegou o tempo de julgares os mortos e de recompensares os teus servos, os profetas, os teus santos e os que temem o teu nome, tanto pequenos como grandes, e de destruir os que destroem a terra".(v.17 e 18)

Page 16: Apocalipse 11 e 12

Importante ressaltar:

• Ele sempre tinha poder absoluto sobre todos. Em relação à circunstância dos servos que sofriam tanto na terra, ele assumiu o poder no sentido da vitória sobre os inimigos. Sempre reinou, mas passou a reinar de uma maneira mais evidente, não deixando os ímpios imunes na sua opressão dos fiéis.  A ira de Deus chegou. Este fato nos ajuda na interpretação do resto do livro. Como o anjo prometeu, a sétima trombeta cumpre o mistério de Deus (10:7).

Page 17: Apocalipse 11 e 12

O que vem pela frente é uma explicação mais ampla desta trombeta, incluindo o derramamento das sete taças da ira de Deus (capítulo 16). Mas esta trombeta resume o mistério como já cumprido: a ira já chegou. O resto do livro – o aparecimento dos grandes inimigos, as taças de ira, Armagedom, a queda da Babilônia e dos outros inimigos de Deus, a vitória e a exaltação dos santos – está tudo resumido e comprimido nesta trombeta. A ira já chegou.

Page 18: Apocalipse 11 e 12

Capítulo 12- A mulher e o dragão

O capítulo 12 inicia uma nova parte do Apocalipse.  A sétima trombeta encerra a revelação do mistério de Deus (10:7) com a grande celebração da vitória dos servos do 

Senhor. O resto do livro é uma apresentação ampliada dos detalhes dessa vitória. Não apresenta uma nova sequência de acontecimentos, e sim uma vista mais próxima do que já fora revelado nos capítulos anteriores. O capítulo 12 

mostra o poder dos servos de Deus sobre o diabo. Ele tenta de várias maneiras derrotar os fiéis, mas não consegue.

Page 19: Apocalipse 11 e 12
Page 20: Apocalipse 11 e 12

Quem é esta mulher?

• Esta mulher representa o povo de Deus, como podemos perceber pela descrição dela. Ela é vestida do sol e tem a lua debaixo dos pés. O sol e a lua são os dois luzeiros principais dados por Deus para iluminar a Terra. O povo de Deus serve como luz no mundo de trevas (Mateus 5:14-16), revelando ao mundo a luz da revelação divina.

Page 21: Apocalipse 11 e 12

• Vários outros fatos apoiam esse entendimento. A coroa de doze estrelas junta um símbolo de vitória (a coroa, ou stephanos) com um número (doze) simbólico do povo de Deus. É totalmente consistente com a linguagem do Velho Testamento pensar no povo de Deus dando à luz. (Miqueias 4:9,10;5:2. Isaías 54:1). O povo fiel esperou durante muito tempo, ansioso para a vinda do Messias. Da primeira promessa messiânica, em Gênesis 3:15, às promessas a Abraão, Isaque e Jacó, às profecias nos últimos anos do Antigo Testamento, até a expectativa de fiéis como Simeão e Ana (Lucas 2:25-38), a esperança da chegada do Cristo crescia em Israel.

Page 22: Apocalipse 11 e 12

O dragão

• Eis um dragão: O segundo sinal desta cena é de um dragão. Esta é a primeira de doze vezes que a palavra dragão aparece no Apocalipse. Não há dúvida sobre a identidade do dragão (12:9). Observemos o significado de suas características.

Page 23: Apocalipse 11 e 12
Page 24: Apocalipse 11 e 12

• Grande: Ele é poderoso. Não tem poder absoluto, igual ao poder de Deus, como ficará evidente ainda neste capítulo. Mas, não devemos subestimar a força do Adversário.

• Vermelho: Tem a cor de sangue, porque é o original homicida (João 8:44).

• Com sete cabeças: Com a cabeça associamos a inteligência. O diabo é inteligente, capaz de seduzir e enganar. A primeira vez que aparece na Bíblia, é representada como uma serpente “mais sagaz que todos os animais selváticos” (Gênesis 3:1). A mesma astúcia continua ameaçando os servos de Deus no Novo Testamento (2 Coríntios 11:3).

Page 25: Apocalipse 11 e 12

• Dez chifres: Os chifres reforçam a ideia de sua força. Animais usam seus chifres para lutar, e os chifres representam o poder militar de homens e nações (Daniel 8:3-8).

• Nas cabeças, sete diademas: Diademas são adornos de realeza. A palavra aparece apenas três vezes no Novo Testamento, todas no Apocalipse. Aqui, são os diademas do dragão. Em 13:1, são os diademas da besta do mar. Em 19:12, são os muitos diademas do verdadeiro Rei dos reis e Senhor dos senhores, Jesus.

Page 26: Apocalipse 11 e 12

“A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra” já é de nosso conhecimento que quem arrastou 1/3 das estrelas de céu à Terra foi satanás, quando convenceu anjos a se rebelarem contra Deus e, como castigo inicial, perderam sua condição celestial, tendo que habitar a Terra.

Page 27: Apocalipse 11 e 12

“O dragão se deteve em frente da mulher...a fim de lhe devorar o filho quando nascesse”: João nos apresenta com a imagem do dragão forte e faminto, olhando para a mulher grávida com um desejo enorme de matar e devorar o filho. Jeremias descreveu o rei da Babilônia como um monstro que devorou o povo santo (Jeremias 51:33-35). Mas aqui, encontramos algo mais profundo ainda. O diabo espera o nascimento de Jesus para devorá-lo. A encarnação de Jesus trouxe a batalha à Terra. Jesus assumiu a forma humana, com as suas fraquezas, para enfrentar o Adversário.

Page 28: Apocalipse 11 e 12

“Pelejaram contra o dragão...e seus anjos”: O diabo não conseguiu devorar o filho. A mulher escapou dele, sob a proteção divina. Agora enfrenta o exército de Miguel. Tem todo o apoio de seus anjos. Como entender esta batalha? Há desde explicações literais, mas no contexto do livro de Apocalipse, de abordagens simbólicas, trata-se daquilo que Deus fez em 10, usando de símbolos para consolar os fiéis quanto às providências de Deus para seu povo.

Page 29: Apocalipse 11 e 12

“Quando o dragão viu que havia sido lançado à terra, começou a perseguir a mulher que dera à luz 

o menino” v. 13

O diabo e seus servos – sejam reis ou sejam nações inteiras – podem atacar, afligir e até matar os discípulos do Senhor, mas nunca podem vencer as pessoas que realmente confiam em Deus. Jesus vence. A mulher é protegida. Miguel e seus anjos vencem. O diabo não possui autoridade, pois todo o poder pertence a Deus. Satanás foi expulso do céu.

Page 30: Apocalipse 11 e 12

“Foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que ela pudesse voar para o lugar que lhe havia sido preparado no deserto, onde seria sustentada 

durante um tempo, tempos e meio tempo.”v. 14

O ponto aqui não é de explicar ou desenvolver alguma doutrina elaborada  sobre  o  diabo,  o  que  ele  fazia  no  céu,  exatamente quando ou como foi expulso, etc. O ponto é que os servos de Deus têm a vitória sobre o Adversário! Devido à vitória de Jesus sobre o pecado  e  a  morte,  o  poder  do  diabo  ficou  mais  restrito.  Ele acusava  os  irmãos  diante  de  Deus  (cf.  Jó  1:1  -  2:7).  As  vitórias sobre  os  demônios  durante  o  ministério  de  Jesus  e  dos  seus discípulos  demonstravam  o  poder  divino  para  vencer  o  próprio diabo  (Lucas  11:20-23;  10:17-18).  Como  profetizado  milhares  de anos antes, Jesus pisou na cabeça da serpente (Gênesis 3:15).

Page 31: Apocalipse 11 e 12

v. 15 e 16 - Entendendo a terra como o mundo, ou seja, os ímpios, encontramos aqui uma figura interessante e realista. O diabo tenta atingir a igreja com a água da sua boca (mentiras, calúnias), mas acaba prejudicando os perversos, os incrédulos que não servem a Deus. Ele gostaria de enganar os servos de Deus, mas são os servos do próprio diabo que engolem as suas mentiras. Os servos de Deus podem sofrer diante da ira da serpente, mas recebem a proteção e as bençãos do Senhor. Os servos do diabo podem achar algum prazer passageiro no pecado, mas absorvem a ira dele e acabam sem nenhum benefício real. Todos nós devemos refletir bem nesse contraste. Satanás pode oferecer “prazeres transitórios do pecado”, mas Deus oferece o verdadeiro galardão (Hebreus 11:25-26).

Page 32: Apocalipse 11 e 12

v. 17: o restante da descendência da mulher

• Vimos que todas as tentativas de matar a Igreja foram frustradas. Aqui observamos que mesmo aqueles que sobrarem, os que ficarem para trás do auxílio que Deus dará à mulher (proteção que virá com o arrebatamento), os descendentes da mulher que crerão na mensagem mas estarão na Tribulação, serão igualmente perseguidos. A estes as manifestações de um poderio limitado, uma exibição de poder de satanás que não lhes abalará a fé, pois “obedecem aos mandamentos de Deus e se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus”.