Apocalipse: Uma Mensagem Urgente

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    Ensinar a Palavra de Deus e

    capacitar seus participantesa cumprirem a missão que

    Jesus nos deu.

    Ensinar a Palavra de Deus e

    capacitar seus participantesa cumprirem a missão que

    Jesus nos deu.

    MISSÃO DAESCOLA BÍBLICA

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    Estudos para a Escola Bíblica Sabatina.Proibida a reprodução, total ou parcial, por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos,xerográficos, fotográficos, estocagem em banco de dados, etc.), a não ser em breve

    citações com indicação da fonte ou salvo expressa autorização da Conferência Batistado Sétimo Dia Brasileira.

    Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista eAtualizada (Sociedade Bíblica do Brasil) salvo indicação especí fica.

    DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃDiretor: Pr. Jonas Sommer

    EXPEDIENTE

    Revisão detextos:

    Paula Halfeld Capa: Rogério Zafalão BalderramaIBSD de Marília/SP

    Revisãoteológica:

    Pr. Jonas Sommer,Pr. Daniel Miranda Gomes

    Diagramação:Rodrigo Rosaliswww.rosalis.com.br

    Atendimento e

    tráfego:

    Marcelo Negri

    (41) 3379-2980

    Impressão

    gráfica:

    Gráfica Monalisa

    www.monalisa.com.br

    Redação:Rua Erton Coelho Queiroz, 50 - Alto Boqueirão - CEP 81770-340 - Curitiba - PRhttp://www.ib7.org / [email protected]

    Copyright© CBSDB, 2014

    Apocalipse: Uma mensagem urgente para a Igreja. / Daniel Miranda

    Gomes e Jonas Sommer (organizadores). - - Curitiba, PR: CBSDB,2014.  216 p. ; 21 cm.

    ISBN 978-85-98889-07-8

    1. Apocalipse. I. Gomes, Daniel Miranda. II. Sommer, Jonas. II.Título.

      CDD: 248 

    A643

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    SUMÁRIO

    Abreviaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    Editorial  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6Pr. Jonas Sommer

    Capítulo 1Revelação de Jesus Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12Pr. Daniel Miranda Gomes

    Capítulo 2A visão do Filho do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29Pr. Isaías Lobão Pereira Júnior

    Capítulo 3Ortodoxia carente de amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Pr. Jonas Sommer

    Capítulo 4Fidelidade até a morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61Pr. Jonas Sommer

    Capítulo 5

    O perigo do mundanismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

    Pr. Edvard Portes Soles

    Capítulo 6Ação sem zelo doutrinário  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94Pr. Wesley Batista de Albuquerque

     A p o c a l i p s ep o c a l i p s eUma mensagem urgente para a igreja

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    Capítulo 7Vivendo de aparências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113Pr. Wesley Batista de Albuquerque

    Capítulo 8Uma igreja forte e vitoriosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Pr. Daniel Miranda Gomes

    Capítulo 9Uma igreja probre e miserável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146Pr. Edvard Portes Soles

    Capítulo 10O trono de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163André Garcia Ferreira

    Capítulo 11O livro e o Cordeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176Pr. Wesley Batista de Albuquerque

    Capítulo 12Os sete selos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189Pr. Daniel Miranda Gomes

    Capítulo 13E vi uma grande multidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208Pr. Jonas Sommer

    Página do Tesoureiro  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220

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     AA – Almeida Atualizada

     ARA – Almeida Revista e Atualizada

     ARC  – Almeida Revista e Corrigida

     ACRF  – Almeida Corrigida e Revisada Fiel

     A21 – Almeida Século 21

    ECA – Edição Contemporânea de Almeida

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    MateusMarcosLucasJoãoAtosRomanos1 Coríntios2 CoríntiosGálatasEfésiosFilipensesColossenses1 Tessalonicenses2 Tessalonicenses1ª Timóteo2ª TimóteoTitoFilemonHebreusTiago1 Pedro2 Pedro1 João2 João3 JoãoJudas

    Apocalipse

    MtMcLcJoAt

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    FpCl

    1Ts2Ts1Tm2Tm

    TtFmHbTg

    1Pe2Pe1Jo2Jo3JoJd

    Ap

    NOVO TESTAMENTO

    GênesisÊxodoLevíticoNúmerosDeuteronômioJosuéJuízesRute1 Samuel

    2 Samuel1 Reis2 Reis1 Crônicas2 CrônicasEsdrasNeemiasEsterJóSalmos

    ProvérbiosEclesiastesCânticoIsaíasJeremiasLamentaçõesEzequielDanielOséiasJoel

    AmósObadiasJonasMiquéiasNaumHabacuqueSofoniasAgeuZacariasMalaquias

    ANTIGO TESTAMENTO

    L I V R O S D A B Í B L I A

    NVI  – Nova Versão Internacional

    KJA –  King James Atualizada

    BV – Bíblia Viva 

    BJ   – Bíblia de Jerusalém 

    TEB  – Tradução Ecumênica da Bíblia

    NTLH –  Nova Tradução na Ling. de Hoje

    ABREVIATURAS DAS VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS

    ABREVIATURAS DE

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    do crescimento qualitativo. Vivemos a era das mega--igrejas, dos mega-templos. Como bem observou o Rev.Hernandes Dias Lopes, não é incomum ver “uma igrejaque explode numericamente, mas que se atrofia espiritual-mente. Uma igreja que tem cinco mil quilômetros de exten-são, mas apenas cinco centímetros de profundidade. Umaigreja que se vangloria de produzir dezenas de bíblias deestudo, mas produz uma geração analfabeta em Bíblia”.2 

    Diante disso, surge a necessidade de voltarmos aoprimeiro amor. Precisamos de um reavivamento que nostraga de volta o frescor da vida abundante em Cristo Jesus.Carecemos ser uma Igreja fiel que prefira a morte à apos-tasia. Uma Igreja santa que prefira o martírio ao pecado.Uma Igreja que ame a Palavra mais do que o lucro. UmaIgreja que chore pelos seus pecados e pelas almas queperecem, e não pelas dificuldades da vida presente. Preci-samos de uma Igreja que tenha visão missionária e com-

    paixão pelos que sofrem. Uma Igreja que tenha ortodoxiae piedade, doutrina e vida, discurso e prática. Uma Igrejaque pregue aos ouvidos e aos olhos. Tudo isso encontra-mos no livro de Apocalipse.

    Durante este trimestre, ao estudarmos as cartas àssete igrejas do Apocalipse, teremos um retrato pintalgadode como deve e como não deve ser a Igreja do Século

    XXI. Seremos desafiados por uma mensagem urgentede Deus para sua Igreja. Uma mensagem desafiadora eencorajadora. A oração de todos os envolvidos na produ-ção desta série de lições é que Deus fale com sua Igrejae que tenhamos nossos ouvidos bem atentos ao que oEspírito de Deus diz às Igrejas.

    Que Deus fale ao seu coração!

    Pastor Jonas Sommer e equipe.

    2 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 8

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    Domingo - Hebreus 1:1-3

    Há muitos comentários sobre Jesus, no que serefere à sua origem, à sua relação com Deus Pai e àsua capacidade de revelar Deus a nós. A sentença ini-cial da carta aos hebreus é uma das passagens mais

    magníficas de toda a Bíblia. Sua grandeza referente àpessoa de Jesus só pode ser comparada às sentençasiniciais de Gênesis e às do Evangelho de João. Nestaepístola, encontramos os relatos da divindade e a glóriainexprimível que foi dada somente a Jesus, sendo ele oCriador, Preservador e Herdeiro do universo. Medianteseu ato remidor, Jesus pagou o preço de nossos peca-

    dos e, de uma vez por todas, trouxe a salvação eterna. Arevelação de Deus em Cristo é completa, pessoal e inin-terrupta; nós nunca deixamos de aprender sobre Deuspor meio de Jesus nosso Senhor.

    Segunda-feira – João 12:44-50

    Você já se perguntou quais serão as diretrizesusadas por Jesus no dia do julgamento final? Imaginetodas as tribos e nações reunidas diante do Cordeirode Deus, entronizado Senhor e Rei para todo sempre.Prestes a julgar a humanidade, Jesus diz que seremos

     julgados pelas palavras que ele nos tem ensinado, poisestas são as palavras do próprio Deus Pai. Ele mesmo

    diz que aquele que crê nele, crê na sua palavra e noPai que o enviou. Esta foi a última mensagem de Cristono Templo, na qual, se diz, muitos creram, mas não oconfessaram, porque amaram mais a glória dos homens

    Pr. Patrick Ferreira Padilha 

    MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS

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    do que a glória de Deus (v. 43). Oremos hoje para quesejamos não apenas ouvintes, mas praticantes da Pala-vra de Deus.

    Terça-feira - Daniel 12:4-10

    Daniel encerra as profecias a respeito dos tempose dos acontecimentos da história universal, ao dar umsalto para o desenlace final, quando, então, haverá

    tempos de angústia como nunca antes, e depois a res-surreição de todos os mortos e a glória dos santos (vv.2,3). O mundo já passou por muitas angústias, tortu-ras, sofrimentos e mortes de populações inteiras, comono genocídio e atrocidades intensas perpetradas porAntíoco Epifâneo, Tito e imperadores romanos. Mas aangústia que está por vir será como nunca houve desde

    o início das nações (v. 1). Por isso, precisamos estaratentos aos ensinamentos do nosso mestre, para fazer-mos parte do povo de Deus Devemos aguardar a vindado Senhor, tendo a certeza de que o nosso nome estáescrito no livro da vida (Ap 20:15), pois todo aquele quenão tiver seu nome ali escrito passará pela vergonha ehorror eterno.

    Quarta-feira - Daniel 2:19-23

    No Salmo 24, vemos o rei Davi declarando a glóriade Deus, declarando que tudo o que existe na terra, omundo e os que nele habitam pertencem ao Senhor.Da mesma forma, o profeta Daniel engrandece o nome

    do Senhor, agradecendo a revelação da interpretaçãodo sonho do rei Nabucodonosor (v. 19). Neste episódio,vemos três situações: o rei perturbado com o sonho, osmagos encurralados com os seus deuses falsos sempoder interpretar o sonho do rei, e Daniel que entregou

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    seu futuro nas mãos do Senhor dos senhores, ao DeusBendito que é de eternidade a eternidade, conhecedorde toda a sabedoria e dono de todo o poder. A receitada vitória de Daniel e de seus amigos foi clamar pelamisericórdia, pela manifestação do Senhor (v. 18). Peçaao Senhor com fé, e ele usará de misericórdia com vocêtambém.

    Quinta-feira - Mateus 11:25-27

    Num tempo em que o pobre e o necessitado eramesquecidos, aparece o Salvador trazendo esperançae vida nova para os “pequeninos”. Jesus alegrava-seporque eram as pessoas mais simples que o acolhiam.Paulo também notou este fato, ao falar que não forammuitos nobres e nem sábios, segundo critérios huma-

    nos, que foram chamados (1Co 1:26). Deus escolhe ascoisas fracas para envergonhar as fortes. Segundo a lei-tura de hoje, a compreensão espiritual de Cristo e deseu reino não se alcança por meio do intelecto ou sensocomum. Somente aqueles que, em resposta à mensa-gem de Cristo, reconhecem sua incapacidade espiritualserão capazes de aceitar seus ensinamentos. Pense

    nisso no dia de hoje.

    Sexta-feira - 1 Coríntios 2:6-11

    O “partido da sabedoria” recebeu maior repreen-são de Paulo, pois Corinto ficava perto de Atenas, ondeo ambiente era dominado por filósofos egocêntricos que

    se pavoneavam em conhecimento humano. Paulo eraum homem estudioso e de destaque na sua geração.Porém precisou que Cristo aparecesse para ele, parapoder entender o mistério da cruz. A sabedoria humananão entende as coisas de Deus, por isso aprouve a Deus

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    salvar os que creem pela loucura da pregação (1Co1:21). Paulo contrasta a sabedoria de Deus com a sabe-doria do mundo incrédulo que, usando sua filosofia, nãoconsegue entender os planos e parâmetros divinos. Foipor isso que Deus enviou a Cristo, que é “a sabedoriade Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antesdos séculos para nossa glória”  (v. 7). Amém!

    Sábado – Apocalipse 1:1-8

    Uma das primeiras declarações de Apocalipse é:“Ele vem” . E as últimas palavras do livro são: “Sim venhoem breve” . Essas revelações do próprio Senhor Jesusa João nos revelam qual é a vontade do nosso Mestre:voltar e se encontrar com seu povo. Quase dois mil anosse passaram e Jesus ainda está por vir. Mas no contexto

    da eternidade mil anos são como um dia. Nosso Mestreveio ao mundo no tempo determinado por Deus, e a suasegunda vinda será novamente escolhida por ele. A suamensagem de que está voltando para a grande consu-mação universal nos alegra. Ele virá nas nuvens e todoolho o verá. Será um dia de aflição e terror para quemo rejeitou, mas um dia de alegria indivisível para os que

    lhe pertencem. Maranata! Ora vem Senhor Jesus!

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    REVELAÇÃO DEJESUS CRISTO

    Pr. Daniel Miranda GomesEstudo da Semana: Apocalipse 1:1-804 de Janeiro de 2013

    1

    TEXTO BÁSICO:

    “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deupara mostrar aos seus servos o que em breve há deacontecer”. (Ap 1:1, NVI)

    INTRODUÇÃOApocalipse é, sem dúvida, o livro mais enigmático

    do Novo Testamento. Sua interpretação é tão difícil paraa maioria dos leitores modernos, que eles acabam pornegligenciá-lo completamente. Porém, outros fazem algo

    ainda pior: usam-no mal, fazendo interpretações absur-das baseadas em um exagero de minúcias sem impor-tância. Outras vezes, contudo, a mensagem central éobscurecida ou passada de forma superficial. Aquelesque se aproximam desse livro com uma obsessão esca-tológica perdem a sua mensagem. Os estudantes daBíblia não devem permitir que tal negligência ou abuso

    deste livro os desencoraje.3

     No estudo de hoje, como introdução aos próxi-mos estudos, trataremos, principalmente, dos aspectosestruturais e literários, de modo que se transmita umavisão geral do livro.

    AUTORIA DO LIVRO

    O ponto de vista tradicional tem sido o de que oapóstolo João escreveu não apenas o Apocalipse, mastambém o Evangelho e as três epístolas joaninas.3 ASHCRAFT, Morris. Apocalipse. In. ALLEN, Clifton J. Comentário Bíblico Broad- man , v. 12. Rio de Janeiro: Juerp, 1987, p. 283.

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    As evidências internas são limitadas. O autor dizser João (1:1,4,9; 22:8), um irmão, um servo e uma tes-temunha de Jesus Cristo, que havia sido exilado na ilhade Patmos. Nada mais que isto!

    A evidência externa é fortemente em favor doapóstolo João, filho de Zebedeu. Justino Mártir (± 155d.C.), em seu “Diálogo com Trifão”, diz, a respeito doApocalipse, que “houve entre nós um homem chamadoJoão, um dos apóstolos de Cristo”, que recebeu a reve-lação sobre um reinado de mil anos. Irineu de Lion (±185 d.C.), em sua obra Contra as Heresias, escreveuque o Apocalipse foi escrito por “João, o discípulo doSenhor”, evidentemente referindo-se ao apóstolo. Cle-mente de Alexandria (± 215 d.C.), em sua obra Misce-lânias, escreveu sobre o apóstolo João em exílio na ilhade Patmos. Tertuliano (± 200 d.C.), em sua obra Contra

    Marcião, concordou com estas autoridades anterio-res, sobre João, o Apóstolo. Eusébio de Cesaréia, emsua obra História Eclesiástica, muito embora discordeda autoria joanina, cita, contudo, Orígenes (± 220-225d.C.) como tendo escrito que João, o discípulo que haviase reclinado sobre o peito de Jesus, escrevera tanto oEvangelho como o Apocalipse.

    Não obstante, há conjecturas em favor de outroautor. Evidências literárias primitivas sugerem que olivro de Apocalipse foi escrito por um homem de Éfesoconhecido como João, o Ancião ou Presbítero. Dioní-sio de Alexandria (± 265 d.C.) foi, ao que sabemos, oprimeiro a rejeitar a autoria apostólica, por causa dasgrandes diferenças entre as obras joaninas. Papias (70-

    140 d.C.), citado por Eusébio, é outra autoridade cujoscomentários apontam para o presbítero João.Seja como for, o nosso autor foi um profeta cristão

    chamado João, cujo ministério, na província da Ásia, foisuficientemente proeminente para que ele não necessi-

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    tasse de maior identificação do que o seu nome, quandoescreveu o livro de Apocalipse, na última década do pri-meiro século.

    DATA DA COMPOSIÇÃO

    Os eruditos são quase unânimes em datar o livrode Apocalipse como sendo de cerca de 95 d.C., duranteo reinado de Domiciano, sendo este o último livro com-

    posto dentre aqueles que formam o cânon das Escritu-ras.

    Domiciano foi imperador de Roma de 81 a 96 d.C.O apóstolo João, por ter dado testemunho do verbo deDeus, foi desterrado por ele para a ilha de Patmos, acolônia penal da costa da Ásia Menor, retornando aÉfeso somente depois da morte do imperador romano.4 

    Apesar de algumas visões de João pareceremsugerir a época de Nero, as evidências internas colocamo livro no reinado de Domiciano, posto que algumas dassete igrejas não existiam antes da década de 60. Poli-carpo indicou que a igreja de Esmirna foi fundada depoisde 64 d.C. As Igrejas do Apocalipse já existiam por temposuficientemente longo para que tivessem sofrido a perda

    do seu “primeiro amor”. E também diversas heresias jáhaviam se infiltrado no seio das sete igrejas citadas nolivro, o que excluiria uma data no decorrer do reinado deNero.5 

    As evidências externas favorecem fortemente umadata durante o reinado de Domiciano. Irineu (180-190d.C.), em sua obra Contra as Heresias, escreveu que

    João, o evangelista e apóstolo, exilado em Patmos,havia escrito a sua revelação “mais ou menos no fimdo reinado de Domiciano”. Eusébio de Cesaréia repetiu4 CESARÉIA, Eusébio de. História eclesiástica. São Paulo: Novo Século, 2002, p.61,62.5 ASHCRAFT, Morris. Op. cit., p. 296.

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    as evidências fornecidas por Irineu, que também foramaceitas por Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerô-nimo.

    O TÍTULO DO LIVRO

    João inicia a sua obra com as seguintes palavras:“Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu…”  (1:1).O título “Revelação”, que é a tradução da palavra grega

    apocalupsis , transliterada como apocalipse, é uma refe-rência ao livro todo. Quanto à origem dessa revelação,João afirma que ela lhe foi dada por Jesus, “por inter- médio do seu anjo” , e que o conteúdo desta revelaçãodiz respeito “às coisas que em breve devem acontecer”(1:1). Esta expressão sugere, na palavra “devem”, certaurgência ou necessidade, e não um simples futurismo.

    Desta forma, qualquer interpretação do livro de Apoca-lipse deve levar em conta o fato de que João pretendiainicialmente transmitir essa mensagem à sua geração.

    Uma revelação é um desvendamento de algo queestivera oculto. Paulo refere-se à revelação do “mistérioque esteve oculto desde todos os séculos, e em todasas gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos”

    (Cl 1:26, ARC). O Apocalipse é revelação de Deus e nãoespeculação humana; é a Palavra de Deus e o teste-munho fiel de Jesus Cristo (1:2). É fundamentalmentea revelação de Jesus Cristo, e não apenas de eventosfuturos. É um livro prático, pois foi dado para ajudar opovo de Deus no momento em que estavam sendo per-seguidos até à morte pelo império romano.6 

    Para muitas pessoas, o livro de Apocalipse é umlivro fechado, literalmente. Elas nunca o leem. Ou têmmedo ou pensam que não conseguirão entendê-lo. Car-

    6 LOPES, Hernandes Dias. Apocalipse : o futuro chegou, as coisas que em brevedevem acontecer. São Paulo: Hagnos, 2005, p. 36,37.

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    regram consigo a ideia de que ele é um livro selado,que trata de coisas encobertas. Na verdade, o livro deApocalipse é o oposto disto. Ele é um livro aberto, noqual Deus revela seus planos e propósitos à sua Igreja.A ordem de Deus é: “Não seles as palavras da profeciadeste livro, porque o tempo está próximo”  (22:10).

    OS DESTINATÁRIOS DO LIVRO

    O autor começa com uma mensagem a um grupoespecífico de pessoas: “João, às sete igrejas que seencontram na Ásia” (1:4). As sete igrejas ficavam na pro-víncia romana onde hoje é a Turquia, mais conhecidacomo Ásia Menor. A mensagem de João não é para oscuriosos, mas para os dedicados: “os seus servos”  (1:1).

    O livro de Apocalipse foi inicialmente endereçadoaos cristãos que estavam suportando o martírio na épocado apóstolo João. Houve pelo menos 10 grandes perse-guições nos primeiros séculos contra a Igreja. Os impe-radores romanos que perseguiram cruelmente a Igrejaforam: Nero (64 d.C.), Domiciano (95 d.C.), Trajano (112d.C.), Marco Aurélio (117 d.C.), Sétimo Severo (fim dosegundo século); Décio (250 d.C.), Valeriano (257 d.C.),Aureliano e Diocleciano (303 d.C.).7 

    Entretanto, este livro não foi destinado apenas aosseus primeiros leitores, mas a todos os cristãos queviveram entre a primeira e segunda vinda de Cristo.

    OCASIÃO E PROPÓSITONo livro de Apocalipse, João diz que uma grande

    perseguição estava para começar. A exigência de que

    7 LADD, George Eldon. Apocalipse:  introdução e comentário. São Paulo: Vida nova,1980, p. 9.

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    espirituais. Aqueles que se aproximam desse livro comuma obsessão escatológica perdem a sua mensagem.O estudo do Apocalipse deve nos incentivar à santidade,ao encorajamento no sofrimento, a adorar àquele queestá no trono (4:10,11).

    O Apocalipse é um livro prático e não visa apenastransmitir informações sobre o futuro. Ele foi dado paraajudar o povo de Deus no presente. Ele contém muitasexortações à fé, paciência, obediência, oração e vigiliân-cia.10  Por isso são

    “bem-aventurados aqueles que leeme aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardamas coisas nela escritas, pois o tempo está próximo”  (1:3).

    A SAUDAÇÃO DE JOÃO

    Diferentemente da literatura apocalíptica da época,o livro traz uma saudação usual no mundo antigo paraas cartas. A saudação identifica o autor como João, tãoconhecido na Ásia que não precisa de qualquer identifi-cação adicional (1:4).

    Os destinatários da carta são as “sete igrejas” quehistoricamente existiram na província romana da Ásia

    Menor. Porém, havia mais de sete igrejas na provínciaromana da Ásia Menor. Por que, então, foram escolhidasapenas sete para receberem o Apocalipse? Será queos ensinos deste livro somente são dedicados a estegrupo? E as demais igrejas da época e as igrejas futu-ras? Certamente João deve ter conhecido outras igre-

     jas, como por exemplo: Colossos (Cl 1:2; 2:1), Hierápolis

    (Cl 4:13) e Trôade (At 20:5). Pouco depois desta época,Inácio, o bispo de Antioquia, escreveu cartas às igrejasde Magnésio e Trales.

    10 LADD, George Eldon. Op. cit., p. 20.

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    Não há qualquer indicação no livro de que as seteigrejas representam sete dispensações ou períodossucessivos na história da Igreja Cristã. Sete era um dosnúmeros favoritos de João. Ele aparece nada menosque 54 vezes neste livro e parece ter sido o símbolo deplenitude, totalidade, completude. Portanto, João esco-lheu estas sete igrejas que ele conhecia muito bem paraque servissem de representantes da Igreja toda. Destaforma, apesar de João tê-lo endereçado às sete igre-

     jas conhecidas dele, o Apocalipse foi escrito para toda aIgreja, em todos os lugares e em todos os tempos.11 

    A estas sete igrejas, João deseja a “graça e paz” ,uma saudação cristã costumeira, encontradiça nas epís-tolas do Novo Testamento. É uma espécie de bênção quevem “da parte daquele que é, que era e que há de vir”(1:4). A repetição da fórmula no verso 8 identifica preci-

    samente o Senhor Deus. A frase, que faz eco à formagrega de Êxodo 3:14, denota a eternidade de Deus quetambém age no palco da história humana.

    Os “sete espíritos que estão diante do seu trono”(1:4) são entendidos como uma referência ao EspíritoSanto (cf. Is 11:2). A expressão em tela não aparece emqualquer outro livro da Bíblia, e em cada caso relaciona

    os sete espíritos intimamente com Cristo, de forma quenão se permita confusão com outros seres. Esses espí-ritos não são anjos nem estrelas (3:1), mas são as setelâmpadas de fogo (4:5), são os olhos do Senhor que per-correm por toda a terra (5:6).12  A origem da imagem estáno livro do profeta Zacarias: “Então ele me disse: Estassete lâmpadas são os olhos do Senhor, que sondam

    toda a terra”  (Zc 4:10).A saudação é também “da parte de Jesus Cristo,a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Sobe- rano dos reis da terra”  (1:5). Temos aqui uma descrição11 LADD, George Eldon. Op. cit., p. 21.12 ASHCRAFT, Morris. Op. cit., p. 304.

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    João também diz que ele  “nos constituiu [parasermos] reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai”  (1:6).Neste versículo, fica clara a conexão com a libertaçãode Israel da escravidão no Egito, quando, antes de dara Lei no monte Sinai, Deus dera a Israel a missão deser “reino de sacerdotes e nação santa”  (Êx 19:6). Maisadiante, João vai reafirmar que Cristo constituiu oshomens “reino e sacerdotes para o nosso Deus, e elesreinarão sobre a terra”   (5:10, NVI). O povo de Deus éreino não somente porque é formado de pessoas sobreas quais Deus reina, mas porque deve participar do reinomessiânico de Cristo.14 

    O TEMA DO LIVRO

    O grande tema do livro de Apocalipse é a gloriosavitória de Cristo, em sua segunda vinda, e os aconte-cimentos que culminarão no grande fim e que o acom-panharão. Esta verdade é apresentada nas sete seçõesparalelas. Cristo vem para estabelecer o juízo e triunfarsobre seus inimigos.

    Na primeira vinda, a glória de Cristo e o fato de que

    ele era o Messias não era autoevidente, mas na segundavinda será, pois ele virá “com as nuvens, e todo olho overá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos daterra se lamentarão sobre ele”  (1:7). Este versículo é afusão de Daniel 7:13 e Zacarias 12:10 e 12, combinaçãoque aparece também em Mateus 24:30. João mostraaqui ser um verdadeiro profeta, lendo a Escritura à luz

    de Cristo.A volta do Senhor Jesus será um acontecimento

    público e visível, poderoso, vitorioso e irresistível. A Bíblia

    14 LADD, George Eldon. Op. cit., p. 23.

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    desconhece uma segunda vinda invisível ou secreta.Quando Cristo voltar, todo olho o verá.

    O versículo 8 é o desenvolvimento do versículo 4,e é o próprio Deus quem fala: “Eu sou o Alfa e Ômega,diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há devir, o Todo-Poderoso” . Uma vez que é o “Alfa e Ômega”(a primeira e a última letra do alfabeto grego), é tambéma quem se reserva a última palavra sobre a história esobre os poderes que nela interagem. Deus é o começoe o fim de todas as coisas. Ele é o Deus todo-poderoso,que tudo pode. No Apocalipse, esse atributo é aplicadonove vezes a Deus e expressa poder absoluto. Portanto,ele é o Senhor absoluto de todas as coisas e, por issomesmo, Senhor absoluto de tudo o que acontece na his-tória humana.15 

    CONCLUSÃO

    Em meio a um mundo que adorava o imperadorromano como seu único salvador e deus, o livro de Apo-calipse, já em seu início, é uma palavra profética, valo-rosa e cheia de esperança libertadora. Por isso, o tema

    predominante do Livro de Apocalipse é a volta de JesusCristo para derrotar todo o mal e estabelecer o seu reino.É, sem dúvida alguma, um livro de vitória, e os cristãossão considerados mais do que vencedores em CristoJesus. O poder terreno passa, mas o poder perene é doSenhor Jesus Cristo. Amém!

    15 ARENS, Eduardo; MATEOS, Manuel Díaz. O Apocalipse : a força da esperança.São Paulo: Loyola, 2004, p. 160.

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    PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

    1. Visto que as primeiras palavras do livro de Apocalipsesão “Revelação de Jesus Cristo” , o que isto nos diz sobrea possibilidade de compreendermos o seu conteúdo? (v.1,2; Rm 16:25,26; Ef 1:17)

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    2. Qual é o “testemunho de Jesus Cristo” de que fala oapóstolo João? (v. 2, 9)

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    3. Qual é a promessa para aqueles que ouvirem a leiturae praticarem o que está escrito no livro de Apocalipse?(v. 3)

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    4. Para quem foi endereçado inicialmente o livro de Apo-

    calipse? De que maneira este livro se aplica à Igrejacontemporânea? (v. 4)

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    5. Em sua saudação, João faz menção à Trindade. Deque maneira os membros da Trindade são descritos? Oque podemos deduzir disso? (vv. 4,5)

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    6. O que Jesus fez por nós quando o recebemos como

    nosso Salvador? Qual é o resultado? (vv. 5,6, Tt 3:5-7;1Pe 2:9)

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    7. Que suprema esperança da Igreja é constante-mente realçada no livro de Apocalipse? (vv. 1,3,7; 3:11;22:6,7,12,20)

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    8. Por que Deus é chamado “o Alfa e o Ômega” ? O quesignifica este título? Ele pode ser empregado tanto paraJesus como para o Pai? (v. 8)

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    Pr. Patrick Ferreira Padilha 

    MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS

    Domingo - João 1:14-18

    Todos nós gostamos de saber que Deus está nonosso meio. O Evangelho de João, diferentemente dosoutros três evangelhos, tem início com a natureza divinade Jesus, o Deus que se fez carne e habitou entre nós.Em Jesus, Deus experimentou o que é ser humano. Eisso ele fez para atrair para si mesmo a raça humana.Deus poderia ter criado os seres humanos com o instintode fazer a sua vontade. Porém, optou por lhes outorgara capacidade de escolher por si mesmos a sua atitudepara com o Criador. Deus em Cristo se fez fraco, o imor-tal se revestiu de mortalidade. Este foi o maior aconteci-mento da humanidade. Mas, infelizmente, muitos aindao desconhecem, e outros, pior ainda, o desprezam ezombam dele.

    Segunda-feira - Isaías 53

    Este capítulo tão conhecido de Isaías é um relatodo Servo sofredor. Ele é tão vívido por seus pormeno-res que quase enxergamos o profeta aos pés da cruz.Isaías nos revela o que está para além de um simpleshomem, trabalhador, de origem pobre, experimentadoas coisas da vida; um homem de dores. Agora os nossosolhos se abrem para sua obra redentora e messiânica.

    Dores, pecados, transgressões e iniquidades, castigos,tudo estava sobre ele, e ele levou tudo isto na cruz docalvário. O povo que estava em trevas agora vê grandeluz. O justo pagou pelos injustos. Busquemos a cada diavalorizar tudo o que Deus tem feito para o nosso resgate.

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    Terça-feira - Daniel 7:9-14

    O capítulo 7 do livro de Daniel é uma continuidade

    da profecia do capítulo 2, proferida 60 anos antes. Falada queda dos quatro impérios mundiais que normal-mente são relacionados com a Babilônia, Pérsia, Gréciae Roma. E, por fim, fala do reinado do Filho do Homem,a saber, Jesus. Essa é a primeira referência a Cristo, oMessias, como “o Filho do Homem” . Título que o próprioJesus usava com referência a si mesmo, dizendo que

    o Filho do Homem receberia autoridade, glória e podersoberano. Todos os povos e pessoas de todas as línguaso adorarão, e o seu domínio nunca terá fim. Antes, serápor todos os séculos. Amém!

    Quarta-feira - Daniel 10:4-9

    Esta visão, a última que Daniel teve, foi concedidadois anos depois que os Judeus voltaram à Palestina(534 a.C.). A manifestação do Senhor o deixou sem com-panheiros, pois todos fugiram, mesmo sem ver e enten-der o que estava acontecendo (v. 7). O profeta, por suavez, ficou fraco, pálido, sem força alguma (v. 8). Deuslevantou o véu e mostrou a ele algumas das realidades

    do mundo invisível: conflitos em andamentos entre inteli-gências sobre-humanas, boas e más, em uma luta paracontrolar o movimento das nações. Deus estava mos-trando a Daniel sua ação para levar a efeito o regressode Israel. Que maravilhosa visão! Aqui vemos os anjosem seu envolvimento com o destino de Israel. Em Apo-calipse 12:7-9, vemos Miguel e seus anjos guerreandocontra Satanás e seus anjos. Deus sempre lutou e conti-nuará lutando por seus escolhidos. Glória a Deus!

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    Quinta-feira - Isaías 11:1-5

    Após predizer a ruína do exército assírio, Isaías

    mais uma vez volta seus olhos proféticos para um futurodistante, e nos oferece um dos quadros mais gloriososde toda a Escritura: o governo de Jesus sobre o seupovo. Um governo justo, liderado por um rei benévoloda descendência davídica. Reino este composto pelosremidos de todas as nações, os remanescentes e fiéis.Este rei não julgará pela aparência, mas com justiça e

    imparcialidade (vv. 3,4). Assim, o profeta faz uma vin-culação entre a predição das libertações temporais deIsrael, na Antiga Aliança, para a grande salvação que semanifestaria na plenitude dos tempos, por Jesus Cristo.O Messias é proveniente da casa de Jessé, pai do reiDavi, a quem Deus havia feito a promessa de ser mise-ricordioso para sempre com os que fossem da sua casa,

    exatamente porque estava determinado que o Messiasseria da sua descendência, segundo a carne.

    Sexta-feira - Zacarias 4:1-14

    A mensagem de Zacarias foi encorajadora paraaqueles que estavam envolvidos com a reconstrução do

    Templo, logo após o exílio babilônico. O Senhor estavano controle do destino, e eles não deveriam decepcioná--lo como seus pais haviam feito. Vemos a promessa deque “Zorobabel começaria e terminaria a reconstrução”(v. 9), e assim saberiam que as visões de Zacarias eramvindas de Deus. Nesta quinta visão, são apresentadasduas oliveiras, representativas do ministério real deZorobabel e Josué, o sumo sacerdote, que era filho deJozadaque (2Cr 2:2; 3:2). As sete lâmpadas, de acordocom o anjo que falava com o profeta, “são os olhos doSenhor, que sondam toda a terra” (v. 10, NVI). Zorobabelestava com medo, pois tinha pouca força contra seus

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    adversários, mas o Senhor lhe disse: “Não por força nempor violência, mas pelo meu Espírito” (vv. 4-6). Deus temo controle do curso da sua vida, confie nele inteiramente.

    Sábado – Apocalipse 1:10

    João diz que a visão ocorreu no “dia do Senhor”  (1:10). Era o dia dedicado ao Senhor. Este é o único lugarno Novo Testamento onde esse dia da semana é assim

    descrito.16

      Alguns estudiosos esforçam-se para tentarprovar que essa expressão é uma referência ao primeirodia da semana. Outros dizem que o mais provável é queJoão esteja referindo-se ao “Dia do Senhor”, comumenteempregado nas literaturas apocalípticas como referên-cia ao dia da vinda de Cristo e de seu julgamento. Entre-tanto, também é possível interpretar o “dia do Senhor”

    como sendo o dia da semana em que os primeiros cris-tãos adoravam a Deus. E, visto que as evidências neo-testamentárias não estabelecem absolutamente que osprimeiros cristãos observavam o primeiro dia da semanacomo o “dia do Senhor”, só nos resta aceitar a verdadede que, como um judeu cristão, João está fazendo refe-rência ao sábado.

    16 CARSON, D. A. (Org.). Do shabbath para o dia do Senhor. São Paulo: CulturaCristã, 2006, p. 229.

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    INTRODUÇÃO

    Na lição anterior, vimos que tradicionalmente olivro de Apocalipse é atribuído ao apóstolo João. A sau-dação indica que a carta foi circular, enviada a seteigrejas da província da Ásia Menor. O apóstolo usa ogênero literário conhecido como apocalíptico e refere--se ao livro como “profecia”. Seu objetivo é chamar aatenção para as tribulações que estavam por vir e for-

    talecer os que estavam sofrendo.Após a saudação inicial, começa o Apocalipse

    propriamente dito. O livro todo é uma palavra à Igrejasobre o que João viu e deve escrever (22:16). É umapalavra digna de fé e verdadeira, pois vem de Cristo, fiele verdadeiro (1:5; 3:7), que foi quem o mandou registrá--la por escrito (1:11). A primeira visão é a chave paratodo o livro de Apocalipse. Conta com três situaçõesbem determinadas: a apresentação do autor (1:9,10); a

    A VISÃO DOFILHO DO HOMEM

    Pr. Isaías Lobão Pereira Júnior Estudo da Semana: Apocalipse 1:9-2011 de Janeiro de 2014

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    TEXTO BÁSICO:

    “Voltei-me para ver quem falava comigo. Vol- 

    tando-me, vi sete candelabros de ouro e entre os can- delabros alguém semelhante a um filho de homem,com uma veste que chegava aos seus pés e um cin- turão de ouro ao redor do peito.” (Ap 1:12,13, NVI)

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    apresentação de Jesus Cristo (1:11-18); e a determina-ção para escrever o que viu (1:19-20).17 

    Vejamos separadamente cada uma dessas situa-ções.

    APRESENTAÇÃO DO AUTOR

    João se apresenta como um homem que tem comu-

    nhão e intimidade com os fiéis da província romana daÁsia Menor. Ele se autodenomina “irmão e companheiro”  (1:9). João não é apenas um profeta. Ele também é umsofredor por causa do testemunho de Jesus. É um irmãoe companheiro da “tribulação, no reino e na perseve- rança em Jesus”  (1:9).

    Em seu relato, João diz que fora banido para “a ilha

    de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemu- nho de Jesus” (1:9). Patmos era uma ilha rochosa pró-xima da cidade portuária de Éfeso. O exílio fora provo-cado pela recusa de prestar culto ao imperador romano.O culto imperial incluía a adoração a Roma e ao impe-rador como sinal de lealdade, principalmente pelos habi-tantes das províncias. Essa adoração era mais política

    do que religiosa, mas acabou sendo incorporada à reli-gião. O imperador Domiciano (81-96 d.C.) foi o primeiro aexigir a adoração de sua pessoa como sinal de lealdadee isto custou um alto preço para os primeiros cristãos,que se recusaram a tanto, desencadeando uma série decruéis perseguições em todo o império.18 

    Apesar de estar fisicamente preso em Patmos,

    naquele dia, João achou-se também “em espírito”  (1:10).Isso significa dizer que ele caiu em estado de êxtase (cf.

    17 ARENS, Eduardo; MATEOS, Manuel Díaz. O Apocalipse:  a força da esperança.São Paulo: Loyola, 2004, p. 162.18 POHL, Adolf. Apocalipse de João:   Comentário Esperança. Curitiba: EditoraEvangélica Esperança, 2001, p. 25.

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    4:2; 17:3; 21:10).19  A ilha do exílio havia se transformadona porta do céu. Em Patmos, ele enfrentou a dor do sofri-mento e do exílio, mas, em espírito, ele entrou na sala dotrono do Soberano do universo. O local do exílio tornou--se a antessala da glória.20  Há aqui um interessante jogode palavras: “Em Patmos nós sofremos; mas em espíritonós reinamos”.21  Não importa o lugar onde você estejaou as circunstâncias que enfrenta, nosso Senhor podetocá-lo e levá-lo ao trono da glória.

    João diz que a visão ocorreu no“dia do Senhor”(1:10). Era o dia dedicado ao Senhor. No Antigo Testa-

    mento, a expressão “dia do Senhor” ocorre 18 vezes naliteratura profética, na maioria dos casos nos livros de Joele Sofonias. Não é encontrada em Daniel. Uma expres-são similar que chega mais próximo a ela é “naqueledia”, que ocorre 208 vezes no Antigo Testamento, cuja

    metade das ocorrências está nos profetas. Em o NovoTestamento, as expressões equivalentes, como “Diade Jesus Cristo”, são encontradas em 1 Coríntios 1:8,2 Coríntios 1:14, Filipenses 1:6, 10 e 2 Pedro 3:10, 12.“Dia do Senhor” aparece em 2 Tessalonicenses 2:2.22 

    João estava adorando, quando subitamente ouviuuma forte voz atrás de si. Era uma voz que soava como

    um toque de trombeta (1:10; cf. Ez 3:12). “A grandevoz, como de trombeta” faz alusão ao evento regis-trado em Êxodo 19:16-19 e 20:18, quando Deus reve-lou os Dez Mandamentos ao seu povo. A intensidade

    19 Pedro e Paulo entraram em êxtase quando o Senhor lhes falou em visão (cf.At 10:9-10; At 22:17-18). É a linguagem apropriada à visão profética (Mt 22:43; Nm11:25; Ez 2:2; 3:24; 2Pe 1:21). Refere-se ao fato de que o autor é inspirado e recebeuuma revelação divina.

    20 LOPES, Hernandes Dias. Apocalipse: o futuro chegou, as coisas que em brevevão acontecer. São Paulo: Hagnos, 2005, p. 46.21 WILCOCK, Michael. A mensagem de Apocalipse:  eu vi o céu aberto. São Paulo:ABU Editora, 2003, p. 17.22 ELWELL,Walter A. (Ed.). Day of the Lord. In. Baker’s Evangelical Dictionaryof Biblical Theology.  Disponível em: . Acesso em: 1 out.2013.

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    Isso significa que ninguém verá Jesus em glória senãopor meio da sua Igreja aqui na terra.26 

    A descrição de Cristo nos versículos 12 a 16 nosremetem às imagens apocalípticas bastante conheci-das no livro de Daniel 7:9-14 e 10:5-6. Mas, ao mesmotempo, completa a visão mediante outras referênciasa textos do Antigo Testamento, mais especialmente nolivro de Ezequiel 1:25-28.

    O apóstolo João vê dez características distintas deCristo em sua glória e majestade. Suas vestes são comoas que usavam tanto reis como sacerdotes (cf. Êx 28:4-5; 29:5; 39:27-29; Lv 16:4). Assim, as vestes talares ea cinta de ouro sugerem que o Filho do Homem servecomo sacerdote e rei (1:13). Jesus nos conduz a Deus ereina sobre nós. O vocabulário de João descreve a digni-dade e a elevada posição do Filho do Homem.27 

    Seu visual evoca a sabedoria e a penetração doseu juízo (1:14). A cabeça alva era um símbolo de honrae transmitia a ideia de sabedoria e dignidade.28  Seusolhos descritos como chama de fogo falam da sua onis-ciência que tudo vê e perscruta (1:14). Ele é o juiz diantede quem a tudo se desnuda. Seus pés semelhantes aobronze polido, referência clara à visão de Daniel 10:6, fala

    da sua onipotência para julgar os seus inimigos (1:15).O bronze reluzente transmitia a ideia de força, solidez,resistência e estabilidade. Paulo diz que “convém que elereine até que haja posto todos os seus inimigos debaixodos pés” (1Co 15:25). Sua voz, “como voz de muitaságuas” (1:15), fala do poder irresistível da sua Palavra,do seu julgamento. No seu juízo, desfalecem palavras

    humanas. A voz de Cristo detém a última palavra e é aúnica a ter razão. A expressão “voz de muitas águas” é

    26 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 47.27 KISTEMAKER, Simon. Op. cit., p. 132.28 LLOYD-JONES, Martyn. A igreja e as últimas coisas. São Paulo: PES, 1998, p.175.

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    derivada de Ezequiel 1:24 e se conecta com a glória doDeus de Israel. A descrição de Cristo nos versos 14 e 15é reminiscência da passagem de Daniel 7:9-10.

    Completando sua visão, João diz que o Filho doHomem “tinha na mão direita sete estrelas”  (1:16), inter-pretadas no verso 20 como “os anjos das sete igrejas” . Amão direita é a mão de ação, com a qual age e governa.Isso mostra o seu cuidado pelas igrejas. E da sua boca“saía-lhe uma afiada espada de dois gumes” (1:16). Essa

    espada não é a Palavra de Deus (Hb 4:12), mas a Pala-vra do Juízo (2:12,16). A única arma de guerra usadapelo Cristo conquistador, no capítulo 19, é a espada quesaía da sua boca (19:5). Essa é a cena do tribunal, ondeé proferida a sentença judicial, e precisamente sem con-testação.29  João diz que “o seu rosto brilhava como osol na sua força” (1:16). A visão agora não é mais a de

    um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com orosto cuspido, mas do Cristo exaltado e cheio de glória,cujo rosto brilha como a luz do sol do meio-dia.

    A visão era tão poderosa que João caiu “a seus péscomo morto”  (1:17), a mesma reação à manifestação daglória divina experimentada por Daniel em 10:8,9. Então,João diz que o Senhor colocou a sua mão direita sobre

    ele e lhe disse: “Não tenha medo. Eu sou o primeiro eo último. Sou aquele que vive. Estive morto, mas agoraestou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves damorte e do Hades” (1:17,18, NVI). “Eu sou” é eco da pre-sença protetora de Deus, tanto no Antigo como no NovoTestamento. Inspirando-se em Isaías 44:6 e 48:12, o atri-buto “o primeiro e o último”, de início aplicado a Deus,

    foi transferido para Cristo (2:8; 22:13).30  João estava napresença daquele que participou do destino da humani-dade, que por amor a ela morreu, mas que agora vive29 LADD, George Eldon. Apocalipse:   introdução e comentário. São Paulo: VidaNova, 1980, p. 28.30 ARENS, Eduardo; MATEOS, Manuel Díaz. Op. cit., p. 165.

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    para todo o sempre. Este último predicado é atribuídoao Pai no livro de Apocalipse (4:9-10; 10:6; cf. Js 3:10;Sl 42:3).

    João está diante do Cristo da cruz, que venceua morte. Ele não apenas está vivo, mas está vivo parasempre. Ele não só ressuscitou, mas venceu a morte etem as chaves da morte e do Hades. A posse das chavesda morte e do Hades foi adquirida pela sua ressurreiçãoe significa a conquista da morte (2Tm 1:10).31 

    A ORDEM DE CRISTO

    A ordem que tinha sido dada a João é repetida:“Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e asque hão de acontecer depois destas”   (1:19). João nos

    apresenta uma tríplice divisão do livro do Apocalipse.“As coisas que viste” constituem a visão dada naqueleinstante: a visão de Cristo glorificado. “As que são”referem-se à mensagem às sete igrejas e à sua condi-ção espiritual. E, finalmente, “as que hão de acontecerdepois destas” referem-se ao período de tempo de Joãoà segunda vinda de Cristo.

    A primeira visão termina com uma explicação pelopróprio Senhor Jesus acerca do “mistério das sete estre- las que viste na minha mão direita” e dos “sete castiçaisde ouro”  (1:20). As sete estrelas são “os anjos das seteigrejas”   (1:20). A palavra grega para anjo é aggelos   esignifica mensageiro. Tradicionalmente, tem sido inter-pretado que os sete anjos são os mensageiros das sete

    igrejas, ou seja, seus pastores. Os “sete candeeiros sãoas sete igrejas” (1:20). Como vimos anteriormente, assete igrejas representam a totalidade da Igreja de Cristoatravés da história.31 BEASLEY-MURRAY, George R. The book of Revelation. New Century Bible Com-mentary. Grand Rapids: Eerdmans, 1992.

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    Em suma, a mensagem de Cristo às sete igrejasnos alcança também. As condições discutidas nessascartas eram condições que caracterizavam e caracte-rizam, ainda hoje, muitas igrejas. Uma das maravilhasdeste livro está no fato de vermos que as condições dasigrejas de cada século, inclusive as do século XXI, estãonele ilustradas pelas condições das sete igrejas. Assim,a mensagem tem aplicação universal.

    Candelabros e estrelas são imagens de luz, talvezsugeridas por Zacarias 4:2,4, mas adaptadas por Joãopara referir-se à comunidade cristã. Por isso, tanto oscandeeiros como as estrelas falam da Igreja como luz deDeus no mundo. Cristo está não apenas entre a Igreja,mas a tem em suas próprias mãos. Essas duas figuras,portanto, são um símbolo incomum para representar ocaráter celestial e sobrenatural da Igreja, seja por meio

    de seus membros, seja por meio de seus líderes.32

     

    CONCLUSÃO

    O livro de Apocalipse foi escrito por João, sendouma revelação de Deus para uma Igreja em perseguição.

    Por isso alguns chamam este livro de “o guia dos márti-res”. Sua mensagem é bem determinada: visa animar oscristãos perseguidos e martirizados por causa de sua fé.É uma mensagem de esperança para os fiéis. Nossa fédeve ser fundamentada em Jesus Cristo, ressuscitado,o único Senhor e Vencedor de todas as forças do mal.

    Cristo está no meio da Igreja (1:13). Ele sonda a

    Igreja, pois seus olhos são como chama de fogo (1:14).Cristo valoriza tanto a sua Igreja que ele se dá a conhe-cer no meio dela e não à parte dela. Hoje, muitas pes-soas querem Cristo, mas não a sua Igreja. Isso é impos-

    32 LADD, George Eldon. Op. cit., p. 27.

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    3. Qual ordem é dada a João? Para quem ele deveriaescrever? Seria a mensagem apenas para aquelas igre-

     jas ou ela é válida para os nossos dias? (v. 11)

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    4. Como Cristo é descrito neste capítulo? O que pode-mos aprender por meio da simbologia empregada nestadescrição? (vv. 12-18).

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    5. Qual é o significado simbólico do número sete no livrode Apocalipse? (v. 19)

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    Pr. Bernardo Ignácio Ferreira Júnior 

    MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS

    Domingo – 1 João 3:16-18

    Este é o discípulo amado João, que ouviu, viu comseus olhos, contemplou e tocou aquele que era desdeo princípio. Ora, é exatamente por ter tido essa experi-

    ência profunda com o Cristo, que ele entendeu o amor.Na verdade, ele viu o amor porque amor que não é vistonão é amor de verdade. Nesta porção de sua carta, Joãorelaciona o amor com dar a vida, lembrando aos irmãoso que Jesus fizera por nós e lembrando também que, jáque aquele que diz estar em Cristo deve andar como eleandou, então devemos dar também a vida por nossos

    irmãos. Na sequência, é exposta uma aplicação práticadesse mandamento, relacionada com o fato de com-partilhar os bens que se tem com aqueles que não ospossuem. Isto feito com sinceridade e espontaneidadeé, sem dúvida, um ato de amor genuíno. Pense nisto eviva isto!

    Segunda-feira – 1 João 4:7-11

    O amor é a ênfase desta carta e deve também sera ênfase da vida. O próprio Deus Eterno e inescrutávelé definido pelo amor, move-se em amor, e por isso seinclina em direção à humanidade, encarnando-se e ser-vindo até o ponto de dar a própria vida. O presente deamor dado pelo Pai produz vida em nós e nos direcionaao outro com o amor por meio do qual fomos alcança-dos. Isto é libertador, na medida em que nos transforma,fazendo-nos superar aquela velha natureza permeadapelo egoísmo e toda sorte de frutos da carne, cuja

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    tendência aponta para a busca do prazer pessoal. Aosermos alcançados pelo grande amor, descrito em João3:16, temos como consequência inevitável a capacidadede amar o próximo, cumprindo, assim, toda a lei.

     Terça-feira – João 13:34,35

    Jesus é o grande diferencial desse mandamento.Os discípulos, de certa maneira, dentro da cultura

     judaica, já conheciam os mandamentos de amar a Deuse ao próximo. Mas aqui Jesus acrescenta: “como eu vosamei” . Cristo é o homem como o homem deve ser, eassim é modelo para toda a humanidade. E, além disso,capacita-nos com o seu Espírito a viver como ele viveuaqui nesta terra, andando por toda parte fazendo o bem.Isto é de tão grande importância que foi destacado pelo

    Mestre como sendo a marca que identificaria seus discí-pulos. Não é na ritualística nem em certos usos e costu-mes, mas em amar uns aos outros, como Cristo amou.É aí que se configura a identidade do discípulo do Filhodo Deus vivo.

    Quarta-feira – 1 Tessalonicenses 1:2-4Aqui se vê que entre Paulo e Tiago nunca houvecontradição. Tiago fala de uma justificação com obras, ePaulo, pela fé, mas ambos relacionam estes dois aspec-tos intimamente ligados entre si; ou seja, a fé precisater operosidade, pois, sem isto, é morta; e as obras pre-cisam ter a fé como fonte, caso contrário, serão vazias.

    Em seguida, o amor é posto em evidência como motordo trabalho que os tessalonicenses vinham realizando; ecompleta-se o quadro com a esperança que se mantémfirme, o que é de fundamental importância, já que quemama e tem fé está sujeito a diversas situações nas quais

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    sidade, quando afirma a necessidade de trabalhar paraauxiliar os enfermos, ou os que sofrem de maneira geral,referendando suas palavras com a afirmação do Mestre,de que mais bem aventurada coisa é dar do que receber !

    Sábado - Apocalipse 2:1-7

    A Igreja que recebera uma carta paulina, agorarecebe uma correspondência ditada pelo Senhor Jesus,

    na qual podemos perceber que os irmãos de Éfesoseguiram bem as recomendações de Paulo, pois nosé dito que trabalharam e não caíram na sedução dosfalsos mestres. Porém, estava esfriando o primeiro amor,estava secando a fonte de toda boa obra, e isto seriafatal para aquele povo. Em algum ponto do caminho,eles se desviaram. Parece que não estavam muito dis-

    tantes, mas já havia um risco real, e assim receberama divina admoestação: “Voltem às primeiras obras” . Istoficou registrado não somente para que saibamos algosobre uma determinada igreja do primeiro século, mastambém para que possamos fazer uma autoavaliação,no sentido de verificar como anda a chama de amor porDeus em nosso coração. Pense nisto!

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    INTRODUÇÃO

    A mensagem do Apocalipse foi enviada principal-mente “às sete igrejas que se encontram na Ásia” (1:4).Este fato é frisado várias vezes no primeiro e no últimocapítulo (1:4,11,20; 22:16). Os capítulos 2 e 3 são dire-cionados especificamente às igrejas, com uma mensa-

    gem especial para cada uma delas. Estas sete cartasseguem a forma de decretos imperiais, começandoa sua mensagem com a palavra “diz” (gr. legei ). Estascartas foram escritas num formato padrão (saudação,posição de Jesus, avaliação da congregação, apelo àação, promessa de recompensa aos vencedores), maso conteúdo de cada uma delas é específico e fala a res-peito das necessidades da própria congregação citada.Hoje veremos qual é a mensagem de Jesus à Igreja deÉfeso.

    A IGREJA EM SEU CONTEXTO

    Éfeso era conhecida como a maior, a mais rica ea mais importante cidade da Ásia Menor (hoje Turquia),sendo, também, a capital da província romana naquelaregião. Destacava-se como centro político, comercial ereligioso. A cidade estava em uma posição estratégica.

    ORTODOXIA CARENTE DE AMOR

    Pr. Jonas Sommer Estudo da Semana: Apocalipse 2:1-718 de Janeiro de 2014

    3

    TEXTO BÁSICO:

    “Contra você, porém, tenho isto: você abando- nou o seu primeiro amor”. (Ap 2:4, NVI)

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    Tinha um porto comercial imenso e agitado, pois a maio-ria dos navios tinha de passar por seu porto.33 

    Além de ser rica, tornou-se também um grande

    centro cultural e religioso. Era uma cidade mística, cheiade superstição e também um dos centros do culto aoimperador. Ali ficava o templo mais importante da deusaÁrtemis (Diana dos Efésios, At 19:35), cujo culto eracelebrado com orgias sexuais; e também o templo deEros, deus do prazer. Éfeso era uma cidade em que aimoralidade estava fortemente presente, em consequên-

    cia da mescla das mais diferentes culturas.34

     Além do misticismo idólatra, havia também a per-seguição implacável àqueles que buscavam ser fiéis aDeus. Naquela cidade, como hoje, Satanás usou suasduas táticas prediletas: perseguição e sedução. Oposi-ção ou ecumenismo. Por outro lado, porém, encontrava--se ali uma das mais fortes igrejas cristãs da Antiguidadeque, segundo estimativas, chegou a possuir cerca de 50mil membros.35 

    Paulo visitou a cidade de Éfeso no final da segundaviagem missionária, por volta do ano 52 d.C. Em suaterceira viagem, permaneceu por três anos na cidade.Houve alguns sinais de avivamento, pois as pessoasque ouviram o evangelho e se converteram a Cristoconfessavam publicamente as suas más obras e rompe-

    ram totalmente com o ocultismo, queimando seus livrosmágicos. Assim, o evangelho espalhou-se dali por todaa Ásia Menor (At 19:1-20). Durante a sua primeira prisãoem Roma, Paulo escreveu a carta aos Efésios, agrade-cendo a Deus pelo profundo amor que havia na Igreja.Timóteo foi enviado para ser pastor da igreja. Mais tarde,o apóstolo João pastoreou aquela igreja. Agora, depois

    de quase 50 anos da fundação da igreja, Jesus enviauma carta à mesma, mostrando que ela permanecia fiel

    33 CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por ver- sículo , v. 6. São Paulo: Hagnos, 2002, p. 386.34 GAMBARINI, Alberto Luiz. Ao vencedor! Mensagem às sete igrejas do Apocal-ipse. São Paulo: Loyola, 1996, p. 16.35 Ibidem, p. 17.

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    na doutrina, mas já havia se esfriado em seu primeiroamor.36

    JESUS SE APRESENTA À SUA IGREJA

    A carta é enviada ao anjo da Igreja. Conquantoexistam várias interpretações sobre quem seria esseanjo, a interpretação mais coerente, bíblica e historica-mente, é a de que o anjo é o pastor da igreja.37 

    O Senhor se apresenta à Igreja de Éfeso comoo único que possui autoridade diante de toda a Igreja.João diz que ele “segura as sete estrelas em sua mãodireita” (2:1, TEB). Jesus não só está presente, mastambém está segurando a sua Igreja em suas mãos oni-potentes. O verbo grego kratein  significa “segurar com

    firmeza, ter totalmente dentro das mãos”. Significa dizerque ninguém pode arrancar-nos das mãos de Jesus (Jo10:28).38Esta primeira figura é importante para desper-tar em nós uma certeza fundamental: o cuidado de nãodesviarmos nossa dependência do Senhor, confiandonas próprias capacidades pessoais ou em determinadoshomens.39 

    Jesus se apresenta como aquele que está presentee em ação no meio da sua Igreja. É aquele “que andano meio dos sete candeeiros de ouro” . Os candeeirosrepresentam as Igrejas (1:20). O Senhor Jesus Cristoestá presente na Igreja, dando-lhe proteção e alento aoseu proceder. Ele anda no meio da Igreja para encora-

     jar, repreender e chamar ao arrependimento. A presença

    manifesta do Cristo vivo no meio da Igreja é a sua maiornecessidade.36 LOPES, Hernandes Dias. Apocalipse:  o futuro chegou, as coisas que em brevedevem acontecer. São Paulo: Hagnos, 2005, p. 62.37 KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura cristã, 2004, p. 141.38 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 62.39 GAMBARINI, Alberto Luiz. Op. cit ., p. 18.

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    JESUS ELOGIA A IGREJA POR SUAS VIRTUDESJesus também está sondando a sua Igreja. Ele diz:

    “Eu conheço as tuas obras” (2:2). É como se ele nos dis-sesse: “Eu conheço a tua conduta. Eu sei tudo a seu res-peito”. Jesus nos conhece e tem um conhecimento pro-fundo sobre nós. Ele sonda o nosso coração, sabe quemsomos, o que fazemos, o que estamos passando e ondeestamos. Não há circunstância em nossa vida que possaescapar ao conhecimento e ao controle do Senhor JesusCristo.40 

    Nada escapa ao olhar do Senhor. Nós podemos,na aparência, demonstrar bondade, docilidade, mas oSenhor não olha para aquilo que é exterior. Ele sondao nosso coração. Isto representa uma ameaça para oscrentes hipócritas, para os fingidos, os pretensiosos, osfalsos. Ao mesmo tempo, isso também traz um confortopara nós. Os homens podem não nos valorizar, podemnos desprezar, criticar, mas existe alguém que sabe comonós somos: Deus!41 

    Jesus destaca três grandes virtudes da Igreja deÉfeso, dignas de serem imitadas por nós:

    1. Era uma Igreja fiel na doutrina. Mesmo cercadapor perseguição e mesmo atacada por constantes here-sias, essa Igreja permaneceu firme na Palavra, contratodas as ondas e novidades que surgiram. Essa Igrejavivia a Palavra. Era firme, zelava pela doutrina recebidados Apóstolos e não permitia desvio algum, afastandoaqueles que tentavam semear confusão ou quebrar a uni-

    dade da Igreja, apresentando doutrinas novas. O SenhorJesus elogia e enaltece a firmeza daquela Igreja e a formacomo procurava zelar pela integridade.

    40 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 64.41 GAMBARINI, Alberto Luiz. Op. cit., p. 20.

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    A Igreja de Éfeso enfrentava os falsos mestres quese autodenominavam apóstolos, ensinando à Igreja here-sias perniciosas (2:2; cf. 2Tm 4:3,4). Ela tinha discerni-mento espiritual e não tolerava a heresia (2:2) nem opecado moral (2:6).

    O verdadeiro amor por Cristo e o seu povo requeródio para com o mal, e o Senhor elogia a Igreja de Éfesopor sua firmeza nisso: “Há uma coisa a seu favor: vocêodeia as práticas dos nicolaítas, as quais eu tambémodeio”  (2:6, NVI). Os nicolaítas foram, com toda probabi-

    lidade, um grupo de cristãos que buscava a acomodaçãocom a vida social e religiosa do Império Romano, paranão ser excluído de muitas funções sociais. Eles criaramuma nova versão do cristianismo, ao pregar um evangelholiberal, sem exigências nem proibições. Eles buscavamuma vida fácil e cômoda, pois queriam gozar o melhorda igreja e do mundo. Eles viviam uma vida de indulgên-

    cia desenfreada. Era um grupo que se dedicava à adora-ção simulada dos ídolos e à fornicação, uma espécie de“amor livre”. Eles estimulavam a imoralidade, ao incenti-var os fiéis a comerem comidas sacrificadas aos ídolose ensinavam que o sexo antes e fora do casamento nãoera pecado. Mas a Igreja de Éfeso não tolerou a heresiae odiou as obras dos Nicolaítas.42 

    A chamada igreja evangélica brasileira precisadesta mensagem. Muitos buscam experiência, mas não averdade. Não querem pensar, querem sentir. Não queremdoutrina, querem as novidades, as revelações, os sonhose as visões. Não querem estudar a Palavra, querem escu-tar testemunhos eletrizantes. Não querem o evangelhoda cruz, buscam o evangelho dos milagres. Prega-se em

    muitos púlpitos brasileiros outro evangelho, o da prospe-ridade material, o da cura e o da libertação, mas não seprega o evangelho que conduz à santificação e ao arre-pendimento.

    42 ALFARO, Juan. O Apocalipse em perguntas e respostas.  2. ed. São Paulo:Loyola, 2002, p. 46,47.

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    A Igreja está perdendo a capacidade de refletir.Estamos vendo uma geração de crentes analfabetos daBíblia, ingênuos espiritualmente. Há uma preguiça mentaldoentia. Os fiéis engolem tudo aquilo que lhes é ofere-cido em nome de Deus, porque não estudam a Palavra.Crentes que já deveriam ser mestres ainda estão comocrianças agitadas de um lado para o outro, ao sabor dosventos de doutrina. Correm atrás da última novidade. Sãoávidos pelas coisas sobrenaturais, mas deixam de lado aPalavra do Deus vivo.

    2. Era uma Igreja envolvida com a obra de Deus. A Igreja de Éfeso não era apenas teórica, ela agia. Jesusdisse: “Eu sei o que vocês têm feito”  (2:2, NTLH). Havialabor e trabalho intenso. A palavra grega usada para obrasé kopós , que descreve o trabalho que nos faz suar, quenos deixa exaustos, a classe de trabalho que demandade nós toda a nossa energia e toda a nossa concentra-

    ção.43 Éfeso era uma igreja que trabalhava até a exaustão.Era uma colmeia industriosa.44  Os fiéis eram engajadosna obra e não meramente expectadores. A congregaçãose envolvia, não era apenas um auditório. A Igreja nãovivia apenas intramuros. Não se deleitava apenas em simesma. Não era narcisista. Por meio dela, o Evangelho

    espalhou-se por toda a Ásia Menor.No Evangelho de João, encontramos os discípulosreunidos com as portas trancadas, com medo dos judeus(Jo 20:19,21,22). Eles estavam acuados, sem coragempara sair nas ruas. Haviam perdido o desejo de testemu-nhar. Não queriam assumir os riscos do discipulado. Esseé um retrato da Igreja hoje. Nossas igrejas têm conteúdo

    doutrinário, mas lhes falta ousadia. São ortodoxas, masnão têm paixão pelas almas. Têm conhecimento, masnão têm ardor evangelístico. Têm boa doutrina, excelentemúsica, mas toda a sua atividade é voltada para dentro,

    43 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 66.44 STOTT, John. O que Cristo pensa da Igreja. São Paulo: Hagnos, 1999, p.18.

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    não saem das quatro paredes. São verdadeiros guetos.São sal insípido. Nada fazem e pouca ou nenhuma influ-ência exercem na sociedade em que estão inseridas.

    Noventa por cento das atividades da maioria dasigrejas destinam-se à própria igreja. São igrejas enros-cadas e sufocadas pelo próprio cordão umbilical; igrejasnarcisistas, com a síndrome do mar Morto, que só rece-bem, só engordam; igrejas que alumiam a si mesmas esonegam a sua luz para o mundo, deixando-o em densastrevas.

    3. Era uma Igreja perseverante nas tribulações. Ser crente em Éfeso não era algo popular, pois a cidadeera um dos maiores centros do culto ao imperador. Muitoscristãos estavam sendo perseguidos e até mortos por nãose dobrarem diante de César. Outros eram perseguidospor não adorar a grande Diana dos Efésios. Outros, ainda,estavam sendo seduzidos pelos ensinos dos falsos após-

    tolos. Mas os crentes fiéis estavam prontos a enfrentartodas as provas por causa do nome de Jesus. Eles nãoesmoreciam. O verbo traduzido por “não enfraqueceste”  ékekepíakas , e significa que a perseverança não enfraque-ceu quando eles foram perseguidos. A Igreja não perdeua fé; apesar de tudo, não esmoreceu.45 

    A Igreja atual está perdendo a capacidade de sofrer

    pelo evangelho. Muitos fiéis querem a coroa sem a cruz.Querem a riqueza sem o trabalho. Querem a salvaçãosem conversão. Querem as bênçãos de Deus sem oDeus das bênçãos. A Igreja hoje prefere ser reconhecidapelo mundo a ser conhecida no céu. Perdeu a capaci-dade de denunciar o pecado. Esquemas de corrupção jáestão se infiltrando dentro das igrejas. Já temos igrejas

    que se transformaram em negócios familiares. O púlpitose transformou num balcão de negócios; o evangelho,num produto; e os cristãos, em consumidores. Vemos

    45 ROTTMANN, Johannes H. Apocalipse: tempo de conhecer os mistérios de Deuse suplicar: vem Senhor Jesus. 2. ed. Porto Alegre: Concórdia, 2011, p. 85.

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    líderes “espirituais” que não aceitam ser questionados,pois estão acima do bem e do mal, e até da verdade.Consideram-se “ungidos”. Dizem ouvir a voz direta deDeus. Nem precisam mais das Escrituras! E o povo ossegue cegamente para a sua própria destruição.46 

    JESUS REPREENDE A IGREJA

    Depois de elogiar a firmeza doutrinária da Igrejade Éfeso, seu labor, sua perseverança, todo o seu traba-lho, o Senhor fala algo que choca: “Tenho, porém, contrati que abandonaste o teu primeiro amor”  (2:4). Quandoisso acontece?

    1. Quando substituímos o amor a Jesus pelaortodoxia e pelo trabalho.  A luta pela ortodoxia, o

    intenso trabalho e as perseguições levaram a Igreja deÉfeso à aridez. Haviam se passado quase 50 anos desdeo início, e a Igreja crescera a ponto de todos dizerem:“Olha que igreja grande, bonita, abençoada! Muita gente,muito zelo, muitas obras! Esta é uma igreja de sucesso!”Aparentemente era. Mas, apesar das muitas atividadese dos muitos trabalhos que faziam, eles tinham perdido

    o amor por Jesus.47  O amor é a marca do discípulo (Jo13:34-35). Sem amor, nosso conhecimento, nossos donse nossa própria ortodoxia não têm nenhum valor.

    Essa Igreja, apesar de ter crescido bastante, per-dera a vibração, o primeiro amor, a paixão por Cristo.Esse é o perigo quando não estamos atentos, e essaé uma armadilha sutil de que Satanás se vale para

    enfraquecer a Igreja: tornar-nos mornos, fazer comque nos sintamos alegres, porque a Igreja está repleta,ou porque estamos envolvidos com muitas atividades.

    46 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 67-68.47 GAMBARINI, Alberto Luiz. Op. cit., p. 21.

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    Tomemos cuidado para não perdemos o primeiro amor,o entusiasmo. A presença na Igreja, a oração, a leiturada Palavra, o dízimo, as ofertas, o nosso trabalho peloSenhor nada valem se não forem fruto do amor cada vezmais apaixonado por Deus e pelo próximo.48 

    2. Quando o nosso amor por Jesus é substitu-ído por nosso zelo religioso. Defendemos nossa teo-logia, nossa fé, nossas convicções e estamos prontos amorrer por essas convicções, mas não nos deleitamosmais em Deus. Não nos afeiçoamos mais a Jesus. Jánão sentimos mais saudades de estar com ele. Os fari-seus eram zelosos das coisas de Deus. Observavamcom rigor todos os ritos sagrados, mas o coração estavaseco como um deserto. O amor esfria quando nossoconhecimento teológico não nos move a nos afeiçoar-mos mais a Deus.49 

    Na busca constante pela preservação da verdade,a Igreja em Éfeso tinha perdido o amor, qualidade sema qual todas as outras não têm sentido. É digno de notao fato de que, somente na primeira e na última das setecartas, as igrejas são ameaçadas de completa destrui-ção, pela desanimadora e puramente negativa razãoque é a falta de fervente devoção.50 

    Não há nada mais perigoso do que a ortodoxiamorta. Externamente está tudo bem, mas a motivaçãoestá errada. O sistema funciona, mas não é Cristo quemestá no centro. O amor à estrutura é maior do que oamor a Jesus. Cristãos fiéis, mas sem amor. Cristãosortodoxos, mas áridos como um deserto. Cristãos queconhecem a Bíblia, mas perderam o encanto com Jesus.

    Cristãos que sabem teologia, mas a verdade já nãomais os comove. Cristãos que morrem em defesa da fé

    48 GAMBARINI, Alberto Luiz. Op. cit., p. 21.49 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 70.50 WILCOCK, Michael. A mensagem de Apocalipse: eu vi o céu aberto. São Paulo:ABU Editora, 2003, p. 18.

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    e atacam toda forma de heresia, mas não amam mais oSenhor com a mesma devoção. Cristãos que trabalhamà exaustão, mas não contemplam o Senhor na belezada sua santidade. Sofrem pelo Evangelho, mas não sedeleitam no Evangelho. Combatem a heresia, mas nãose deliciam na verdade.

    3. Quando examinamos os outros e não exami-namos a nós mesmos. A Igreja de Éfeso examinavaos outros e conseguia identificar os falsos ensinos, masnão era capaz de examinar a si mesma. Tinha doutrina,mas não tinha amor. A Igreja identificava a heresia nosoutros, mas não a frieza do amor em si mesma. Ela haviacaído na preocupação de julgar os erros alheios, sem oespírito de correção fraterna.

    Existe sempre o risco de, em nome da fé, seremcriadas leis ou estruturas que sufocam as pessoas eo próprio crescimento sadio da Igreja. Neste sentido,

    pode-se cair em um extremo grave: o moralismo nega-tivo. A Igreja pode transformar-se em um lugar onde aspessoas confundem doutrina com uma simples ques-tão de hábitos e costumes ou com uma prática fria dealguns preceitos. Este é o caminho fácil dos fracos quese escondem por trás dos falsos legalismos, ao invés deviverem de fato as exigências da conversão. As normas

    e as leis são necessárias para um bom andamento daconvivência dentro da Igreja, mas jamais podem servircomo pretexto para impedir o desenvolvimento da vidacristã. O perigo é ficarmos seguros da salvação porestarmos praticando certos gestos exteriores, e nãosermos mais capazes de perceber em que de fato esta-mos pecando.51 

    51 GAMBARINI, Alberto Luiz. Op. cit., p. 22.

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    JESUS OFERECE À IGREJA A CHANCE DEUM NOVO RECOMEÇO

    A correção aos cristãos de Éfeso é um alerta paranão cometermos o mesmo erro. E qual é a saída? Éaquilo que Jesus disse à Igreja: “Lembra-te, pois, deonde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeirasobras”  (2:5).

    1. Lembra-te, pois, de onde caíste.  O passado

    precisa novamente tornar-se um presente vivo. Nãobasta saber que é preciso arrepender-se. Precisamosnos perguntar: para onde precisamos retornar? Para oponto do qual nos desviamos. Qual tem sido a qualidadedo nosso amor para com Deus? Tem sido o mesmo doprincípio?

    2. Arrepende-te e volta à prática das primeiras

    obras. Temos aqui um imperativo, mas desta vez o verbogrego metanóeson  está num tempo do aoristo, que exigeuma ação imediata; ou seja, Jesus está dizendo: “Nãoperde tempo, age já!”.52  Arrependimento não é emoção,é decisão. É atitude. Não precisa existir choro, basta deci-são. Lembrança sem arrependimento é remorso. Essafoi a diferença entre Pedro e Judas. O arrependimento

    acontece quando permitimos que a Palavra de Deus nosconvença do nosso erro, dando-nos a graça da mudançade coração, evidenciada por atitudes novas. Arrepender--se é mudar a mente; e isso é evidenciado por atitudes,pensamentos novos, despertados pelo Espírito Santo.É mudar a direção, é voltar-se para Deus. É deixar opecado e romper com o que entristece Jesus.53 

    Não basta sabermos onde está o erro para recu-perar a bênção, é preciso voltar à prática das primeirasobras. Ninguém se arrepende de um pecado e o conti-

    52 ROTTMANN, Johannes H. Op. cit ., p. 8653 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 71.

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    nua praticando. O arrependimento apontado pelo SenhorJesus não se confunde com a ilusão da mudança deigreja. O Senhor recomenda uma volta à graça já rece-bida. Ele não aponta para uma nova estrutura, mas parauma renovação interior.

    3. Uma solene advertência: “... e, se não, venho ati a removerei do seu lugar o teu candeeiro”  (2:5). Cande-eiro que não brilha é inútil e desnecessário. A Igreja quenão demonstra o seu amor a Cristo não brilha, porquequem não ama está nas trevas.

    A Igreja de Éfeso não ouviu a exortação do Senhore deixou de existir. A cidade de Éfeso também deixoude existir. Pouco tempo depois que essas palavras lheforam dirigidas, veio sobre a cidade uma doença que aarrasou completamente. Sua igreja maravilhosa e cheiade sucesso desapareceu, e em seu lugar restou apenas

    lama. Hoje, só existem ruínas; uma pequena aldeia,onde não vivem mais cristãos, e uma lembrança de umaIgreja que perdeu o tempo da sua visitação.

    Repare no que a desobediência faz. A Igrejade Éfeso esfriou no amor e não aceitou a correção. Abênção lhe foi tirada. Hoje muitas igrejas também estãosendo removidas do seu lugar. Há templos se transfor-

    mando em museus. Candeeiros que são tirados do seulugar porque não têm luz, e não têm luz porque não têmamor. Fica o alerta às igrejas que não amam (1Co 13:1-3).

    CONCLUSÃOJesus está hoje no nosso meio, andando entre nós.

    O que ele está vendo? Que elogios ele faz a esta Igreja?Que exortações ele tem para nós? Sem amor não podehaver cristianismo. Voltar ao primeiro amor significa voltar

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    ao ardor do início de nossa fé. Amada Igreja do Senhor,lembre-se de onde caiu e volte imediatamente ao pri-meiro amor. Rogue ao Pai que a reconduza ao início detudo. Reveja seus conceitos e valores. Volva às primeirasobras. Ouça o que o Espírito diz a esta Igreja!

    PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

    1. A carta é endereçada ao “anjo da igreja” . Quem é oanjo da igreja? (v.1)

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    2. Como Jesus se apresenta a esta igreja? O que istosignifica? (v. 2)

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    3. Quais são os elogios que Cristo faz à Igreja de Éfeso?

    Como aquela Igreja pôde discernir entre os verdadeirosapóstolos e aqueles que se diziam apóstolos, mas nãoeram? Quem eram os Nicolaítas? (vv. 2,3,6).

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    4. Qual foi a severa repreensão que Jesus adereçouàquela Igreja? (v.4)

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    Pr. José Queiroz Leitão 

    MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS

    Domingo – Mateus 5:10-12

    Bem-aventurado é sinônimo de feliz. Porém, quemgosta de sofrer? Quem gosta de ser perseguido peloque é, pelo que tem, pelo que faz, seja mal ou bem?

    Creio que ninguém. Esta é uma palavra estranha para ohomem natural. Pode parecer estranho referir-se à “bem--aventurança dos perseguidos”, mas para os que têmolhos para ver além do presente imediato, esse caminhomanchado de sangue é verdadeiramente um caminhoglorioso. Muitos nunca tiveram que fazer um verdadeirosacrifício por amor de Jesus Cristo. Aqueles momentos

    em que nossa fé pode chegar a nos custar algo são osmomentos em que nos é dada a chance de demonstrarnossa lealdade a Jesus Cristo, de maneira tal que todospossam ser testemunhas da fé que professamos.

    Segunda-feira – Mateus 24:9-13

    Jesus jamais prometeu um caminho fácil a seusdiscípulos. Antes lhes prometeu a morte, o sofrimento ea perseguição. Ele deixou muito claro que os seus segui-dores seriam torturados, mortos e odiados pelo mundo. Amaior causa de ódio na época da Igreja primitiva estavano fato de que o cristianismo dividia os lares e as famí-lias quando um membro deles decidia seguir a Cristo e

    outros não. O cristão é alguém que coloca Jesus Cristoem primeiro lugar em sua vida, e isso pode lhe custarum alto preço. Nessa situação, vale a instrução de “per-severar e esperar”. Não é a largada, mas a chegada quecoroa a corrida do cristão. Até a chegada, cabe-lhe per-

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    severar, permanecer firme até o fim, quando o Senhorvier buscar os seus para junto de si.

    Terça-feira – João 15:18-21

    Um fato é inquestionável: se Jesus está em nós, omundo nos odeia. Isso se deve ao fato de que primeiroodiou Jesus. Além disso, ele não conhece Deus. Há umafábula muito interessante sobre o vaga-lume e a cobra.

    Diz-se que o vaga-lume sobrevoava o pasto à noite e acobra tentava devorá-lo. Ao perceber a cobra, o vaga--lume disse-lhe: “Que mal te faço amiga cobra?” Ela lherespondeu: “Nada. Simplesmente a sua luz incomoda--me!” Assim é com os cristãos: eles são luzes. O mundoacomodado nas trevas incomoda-se com a luz. Mesmoassim, não podemos deixar de ser luz, porque para isso

    fomos gerados de novo. Que sejamos sempre luz queilumina e cura.

    Quarta-feira – Atos 8:1-4

    Paulo diz que “todas as coisas contribuem junta- mente para o bem daqueles que amam a Deus...”  (Rm.

    8:28). Sabemos que a perseguição não vem de Deus,mas que é uma reação do império das trevas contra oreino da luz. No entanto, termina beneficiando o salvo.Ele cresce com a perseguição e, por ela ser permitidapor Deus, alcança bons resultados. No caso da igrejaem Jerusalém, a perseguição produziu uma dispersãoe ao mesmo tempo a propagação do evangelho e, con-

    sequentemente, o crescimento da igreja. A perseguiçãoé o vento que atiça o fogo do Espírito: ao invés de des-truir a Igreja, promove-a. A perseguição nunca destruiua Igreja; alargou suas fronteiras. A perseguição não éum acidente de percurso, mas uma agenda, pois mesmo

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    mundo não podem separar o crente fiel de Cristo. Pelocontrário, aproximam-no ainda mais.

    Sábado – Apocalipse 2:8-11

    Alguém já disse que “o nada com Deus é tudo, etudo sem Deus é nada”. Paulo também se percebia como“nada tendo, mas possuindo tudo” (2Co 6:10). Devidoàs perseguições, a Igreja de Esmirna era pobre diante

    dos homens. Porém, diante de Deus era consideradauma Igreja rica! Laodicéia era uma Igreja materialmenterica, mas espiritualmente miserável. Esmirna não pos-suía riquezas materiais, mas para Deus era uma Igrejarica em seu âmbito espiritual. A riqueza de uma igrejanão está na grandeza do seu templo, na beleza de seusmóveis, na opulência do seu orçamento nem na quan-

    tidade de membros. A riqueza de uma Igreja está napujança espiritual de seus membros, ainda que sejampobres. Uma Igreja é rica aos olhos de Deus quando temsantidade, vitalidade espiritual, quando permanece fiel aDeus mesmo durante as tribulações da vida.

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    INTRODUÇÃO

    O sofrimento revela quem é fiel e quem é conve-niente. Na carta à Igreja de Esmirna, vemos