Apoio à CIAMTM

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2012 Giorgia Consoli Programa K´CIDADE A Comissão Instaladora da Associação de Moradores da Tapada das Mercês Aprendizagens do apoio e acompanhamento técnico

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Apoio técnico dado à Comissão de moradores da Tapada das Mercês

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Page 1: Apoio à CIAMTM

2012

Giorgia Consoli

Programa K´CIDADE

A Comissão Instaladora da Associação de Moradores

da Tapada das Mercês

Aprendizagens do apoio e acompanhamento técnico

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Índice

Introdução ................................................................................................... 1

Enquadramento do território ........................................................................... 1

O arranque… mobilização do grupo ............................................................... 1

Depois do arranque… coesão de um grupo ..................................................... 3

A caminho da Associação de Moradores nasce a Comissão Instaladora .............. 4

Gestão de grupo ......................................................................................... 5

Atividades do grupo desde 2011 ................................................................... 7

Relações externas .................................................................................. 10

A caminho… da formalização ...................................................................... 10

O papel do K’CIDADE ................................................................................ 12

Fatores chave de sustentabilidade .............................................................. 13

Fatores críticos e Aprendizagens ................................................................. 13

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1

Introdução

O presente documento surge com o intuito de sistematizar as aprendizagens resultantes

do acompanhamento e apoio técnico à Comissão Instaladora da Associação de

Moradores da Tapada das Mercês.

Desta forma, pretende contribuir para uma reflexão e conhecimento sobre o processo de

capacitação de grupos e organizações de base local, identificando quais os fatores

críticos e as aprendizagens que se podem retirar desta experiência na Tapada das

Mercês.

Enquadramento do território

A Tapada das Mercês pertence à freguesia de Algueirão Mem Martins no Concelho de

Sintra e em 2001 a freguesia tornou-se a vila mais populosa de Portugal, sendo o número

de habitantes superior a cem mil.

Há trinta anos que a Tapada das Mercês se encontra num estado de abandono por parte

das entidades locais e os moradores começam a manifestar cansaço perante esta

situação de incerteza.

Com conhecimentos mais profundos e concretos do território, o programa K’CIDADE

juntamente com um representante e líder comunitário1 uniram esforços perante o

grande desafio de apoiar e acompanhar a criação de um grupo de moradores com o fim

de se tornarem Associação de Moradores da Tapada das Mercês.

O arranque… mobilização do grupo

Numa primeira instância colocou-se o desafio que obrigava a uma forte mobilização com

vista à formação do grupo de moradores da Tapada das Mercês. Assim, pode-se dizer

que esta mobilização ocorreu em três grandes fases.

Numa primeira fase, o K’CIDADE juntamente com o líder comunitário, começaram por

procurar e atrair pessoas que manifestassem interesse em constituir um grupo de

moradores.

1 Naturalidade Guiné Conacri e vice-presidente da Associação Islâmica da Tapada das Mercês e Mem Martins..

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2

Nesta fase adotaram-se diferentes estratégias, como: envolver os comerciantes,

telefonemas e conversas com pessoas que se mostraram interessadas

em outros encontros e o envolvimento da autarquia local que também

partilhou alguns contactos de moradores que de uma forma ou outra

eram considerados potenciais associados.

Como complemento do recurso de contacto direto com as pessoas

optou-se por lançar, também, um abaixo-assinado como estratégia de contacto mais

alargado. Este abaixo-assinado surgiu com o intuito de descobrir pessoas interessadas

em integrar um grupo com vista a uma futura constituição da comissão de moradores, e

assim ganhar espaço e força para pressionar as entidades competentes a agir em áreas

de interesse vital para os moradores e trabalhadores da Tapada das Mercês2.

Numa segunda fase, a estratégia de mobilização adotada esteve estritamente ligada à

consolidação do grupo. Ou seja, se por um lado o grupo tinha adesão e afluência, por

outro lado não conseguia ter a estabilidade necessária e desejada.

O processo de consolidação de um grupo fixo levou tempo, cerca de 3 meses, e foi

fundamental garantir que se chegasse de forma participada e consensual ao que o grupo

pretendia, sempre com uma visão comum e com a noção do que significava para o grupo

constituir uma comissão de moradores. Este processo foi de sensível importância, uma

vez que possibilitou que cada morador apresentasse as suas expectativas e que, também,

essas fossem partilhadas por todos, impelindo que o grupo agisse de forma colaborativa

e que as ideias ou as propostas não fossem só de alguns.

O terceiro momento de mobilização coincidiu com a organização da primeira reunião de

moradores, que apresentava como objetivos principais3:

1. procurar auscultar o maior número de moradores que

pretendessem contribuir com as suas ideias para a

melhoria da qualidade de vida na Tapada das Mercês;

2. selecionar um grupo de moradores que pretendesse

dar início à comissão instaladora da futura Associação.

2 Mensagem do panfleto distribuído em 2009 na Tapada das Mercês. 3 Fonte: convite redigido pelo grupo de moradores.

Utilizar

diferentes

estratégias de

mobilização.

Na mobilização é importante envolver

todas as partes interessadas para ter

uma visão mais alargada e evitar duplicações de

esforços.

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3

Uma vez formalizada, uma comissão de moradores tem

2 anos até se formalizar como Associação.

Depois do arranque… coesão de um grupo

Competências e responsabilidades

Como mencionado anteriormente, na segunda fase de mobilização foi fundamental

trabalhar a coesão do grupo, investindo nas relações do grupo. Este aspeto é de suma

importância quando se pretende construir um projeto viável com um conjunto de

pessoas, que poderiam ser vizinhos mas que até à data eram simples desconhecidos.

Assim, foi necessário criar um ambiente em que cada membro se sentisse confortável,

onde as criticas aos comentários e/ou opiniões de uns e outros fossem feitos de uma

forma construtiva e onde as pessoas pudessem expressar as suas ideias sem ser

censuradas nem julgadas.

Por esta altura, o grupo

especificou quais as competências de cada um para

poder definir e atribuir responsabilidades assim

como para poder criar registos de reuniões e ações

e fazer circular a informação por todos. Isto

aconteceu de forma voluntária e consoante as

competências das pessoas. Neste caso o grupo

tinha um membro com alguma experiência no

associativismo e que se mostrou acessível e

disponível em partilhar os seus saberes e experiências e que, de alguma forma, assumiu,

alguns cargos administrativos e, ao mesmo tempo, teve o papel de mentor dentro do

grupo. Outra competência facilmente atribuída no grupo foi a escolha do porta-voz e

cara da comissão.

De salientar, que quando estas competências são distribuídas e assumidas é importante

que todos os elementos do grupo partilhem as suas ideias e expetativas acerca das

tarefas, das responsabilidades e dos cargos. É possível que mais tarde se venha a criar

uma separação entre o que uns esperam que seja feito, e o que a pessoa ou as pessoas,

que assumem as diferentes tarefas e/ou cargos, acham que é da sua responsabilidade. Se

estas situações não forem prévia e devidamente salvaguardadas, podem originar

conflitos dentro do grupo e, consequentemente levar a uma ruptura.

Aproveitar este tempo para

consolidar processos,

desenvolver competências e

estabelecer contatos e

parcerias estratégicas, assim

como, implementar

diferentes ações de forma a

perceber quais as mais

mobilizadoras da

comunidade!

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4

Investir desde o início

no reconhecimento e

desenvolvimento das

competências chaves,

sobretudo do núcleo

central do grupo.

Às vezes, por razões culturais, pessoais ou devido à inexperiência, não existe, mesmo nos

grupos mais coesos, o à vontade, a capacidade e a disponibilidade dos seus elementos

reconhecerem quais as competências que possuem e as que precisam desenvolver.

Este é um processo que o grupo deve fazer para evitar obstáculos no futuro ou mesmo

para evitar que estas questões ou problemas surjam em situações menos oportunas.

Outros aspetos de referência são a necessidade de nesses grupos haver uma distribuição

de tarefas e responsabilidades equilibradas e a compreensão que, o reconhecimento das

lideranças e das competências chave existentes, podem constituir uma mais-valia no

grupo.

Gestão de lideranças

Outro ponto que deve ser alvo de atenção quando se

definem as competências de liderança é que a pessoa

escolhida para ser o responsável de determinada

organização deve não só assumir a responsabilidade e os

compromissos inerentes ao seu cargo como também manter

a coerência do grupo articulada com a visão e missão definidas.

Assim, associar competências de liderança a um determinado elemento do grupo, sem

que haja dentro do próprio grupo um reconhecimento consensual dessas mesmas

competências, pode revelar-se num sistema muito complicado quando esse elemento é

chamado a cumprir tarefas e responsabilidades associadas ao seu cargo que ele próprio

não identifica como tais.

No caso específico do grupo de moradores, quando foi detetada alguma discrepância

entre a visão do líder e a visão do grupo, optou-se por gerir frustrações internas ao

promover um espaço de debate e exposição de ideias.

A caminho da Associação de Moradores nasce a Comissão Instaladora

A primeira reunião dos moradores, a 12 de Março de 2011, foi um marco histórico na

Tapada das Mercês e foi o momento em que o grupo se tornou oficialmente público.

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5

O encontro teve como objetivos principais fazer o levantamento dos problemas da

Tapada das Mercês, procurar recrutar mais pessoas para Comissão Instaladora e

principalmente apresentar os seus propósitos à comunidade4:

1. Representar os moradores na sua relação com as Autarquias Locais em tudo o que

fosse de utilidade para a Tapada das Mercês;

2. Promover junto das autoridades competentes as providências adequadas à

segurança de pessoas e bens, das condições ambientais e de qualidade de vida dos

moradores;

3. Incentivar para uma cidadania responsável, baseada na participação dos

moradores da Tapada das Mercês na resolução dos problemas;

4. Assumir a diversidade da Tapada das Mercês como uma mais-valia fundamental

para o seu desenvolvimento, proporcionada pela partilha e intercâmbio de

diferentes vivências e das várias referências culturais.

O evento teve uma grande adesão dos moradores contando com a presença de mais de

100 pessoas no auditório da Casa da Juventude, na Tapada das Mercês. Destas 100

pessoas, 60 mostraram interesse facultando os seus dados e por fim 35 pessoas

aceitaram o desafio de integrar o grupo de moradores de modo a constituir a Comissão

Instaladora da futura Associação de Moradores.

Gestão de grupo

Desde da sua criação, o grupo foi gradualmente assumindo uma série de

responsabilidades inicialmente asseguradas e executadas pelo K’CIDADE, como por

exemplo a preparação e dinamização das reuniões.

A seguir à primeira reunião, o grupo optou por se reorganizar e criar grupos de trabalho

nas áreas que tinham surgido como prioritárias no levantamento das necessidades.

Surgiram assim seis grupos de trabalho:

- Comunicação e Imagem;

- Educação, Cultura, Lazer e Desporto;

- Saúde e Higiene;

4 Fonte: excerto da apresentação ao público feita no dia 12 de Março na Casa da Juventude Tapada

das Mercês.

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6

A partir do momento em que o modelo de governança muda, mudam também

as regras de funcionamento e de gestão do grupo inicial.

- Segurança e Prevenção;

- Solidariedade e Integração;

- Urbanismo e Património.

Organizou-se depois uma segunda reunião que ocorreu dia 9 de Abril de 2012, no espaço

da Associação Islâmica da Tapada das Mercês, com o propósito de constituir a Comissão

Instaladora da Associação de Moradores da Tapada das Mercês (CIAMTM).

Com este intuito procedeu-se à distribuição dos moradores pelos grupos de trabalho

definidos na reunião anterior e à aprovação do regulamento interno. Então, cada

participante pôde escolher o seu grupo e, posteriormente votar no coordenador e

secretário, bem como nos temas prioritários de cada grupo.

Foi ainda definido que o coordenador e o secretário de cada grupo de trabalho iriam

constituir o Secretariado que passaria a reunir com regularidade definida, deixando ao

critério de cada grupo a gestão das reuniões.

A atribuição dos cargos de Presidente e Vice-presidente foi feita entre os coordenadores

e secretários dos diferentes grupos, tendo sido nos dois casos eleitos por unanimidade.

O processo de tomada de decisão ficou democrático e

participado sendo que com esta nova organização, o

secretariado toma a decisão final para as decisões mais

estruturantes do grupo, apesar de estas serem

discutidas previamente com os respetivos grupos de

trabalho.

É muito importante que a

definição e o reconhecimento

das lideranças seja um processo

participado e transparente, e

que também, seja associado

às competências chave que

devem ser aceites e

reconhecidas por todos.

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Atividades do grupo desde 2011

Gestão de Projetos e organização de atividades

Ao nível das competências na criação e gestão de projetos do grupo, importa referir que

o papel do K’CIDADE foi mais de apoio do que de dinamizador.

Na parte do diagnóstico o grupo utilizou várias técnicas e instrumentos de recolha de

informação. No entanto, com o afastamento, apesar de progressivo, do K’CIDADE,

quando chegou o momento da divisão em grupos de trabalho, observou-se que na parte

da conceção e planificação de projeto as metodologias nem sempre eram participativas.

Isto é, nem sempre as metodologias utilizadas deixavam que todos os elementos

expressassem a sua opinião, porque a proposta era apresentada e os vários elementos

apenas se tinham de pronunciar a favor ou contra, interferindo só em parte na

construção das mesmas.

Uma da grande mais-valia da CIAMTM era ter elementos com muita experiência e

contactos, para além do espirito de iniciativa que, pelo menos numa fase inicial, os

motivou a desenvolver atividades várias.

Revelaram-se competentes na identificação e mobilização de recursos físicos locais, e em

2012 conseguiram a abertura da sede da Associação numa das lojas inutilizadas do

mercado municipal, assim como na procura de recursos externos à comunidade e

recursos materiais (patrocínios) para a concretização de algumas atividades (Tapada

Limpa e a parceria com a empresa de Higiene Pública HPEM, entre outras).

A organização da CIAMTM em vários grupos de trabalho facilitou e foi favorável para a

autonomia dos grupos, assim como do próprio Secretariado.

Os grupos de trabalho organizavam e geriam as suas reuniões, com o técnico do

K’CIDADE presente só para o que fosse preciso.

A partir do mês que se seguiu à constituição “formal” da CIAMTM, e num curto espaço

de tempo para o preparar, foi implementada a primeira ação e atividade que serviu

como o cartão-de-visita da CIAMTM, o evento “Tapada Limpa”.

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Este evento ocorreu no dia 28 de Maio 2011 e repetiu-se em Maio de 2012,

pretendendo-se tornar num evento anual.

Até à presente data muitas foram as atividades, como por exemplo:

Tarde dos avós 26 de Julho de 2011

Divulgação da CIAMTM no evento

comunitário Tapada em Festa 2011 – II

Encontro Cultural (Junho 2011)

Melhoramentos na Urbanização

Resultados do grupo de Segurança e

Prevenção com os técnicos da Câmara

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Lanche convívio 22 de Outubro 2011 e divulgação da Comissão Instaladora e recrutamento de novos membros

Entrega dos cabazes de Natal 17-12-2012

Apoio na divulgação da Festa de Natal de 2011 organizada pelo Clube das Mulheres na estação

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Relações externas

Como é fácil verificar não faltaram competências e instrumentos de comunicação

externa. O grupo foi capaz de produzir diferentes cartazes e folhetos informativos e

empreendeu na sua divulgação e constante atualização.

As estratégias de mobilização implementadas foram várias e tiveram no geral uma

adesão positiva da população, embora ainda com números mais baixos do esperado.

Uma fraqueza que podemos encontrar é o pouco envolvimento de outros grupos e a

fraca representação da diversidade cultural presente, fator que desde o início

preocupou o grupo.

A sua participação em projetos locais tem vindo a desenvolver-se, denotando-se

porém, o baixo interesse em integrar um grupo de parceiros locais, Grupo Tapada

criado no âmbito da Rede Social – Comissão Social da Freguesia de Algueirão-Mem

Martins.

O fraco reconhecimento da comunidade e as poucas solicitações externas por parte de

outras instituições ou elementos da comunidade, podem ser alguns dos indicadores

quando se fala de relações externas.

A CIAMTM continuou a reunir-se com alguma regularidade embora após o sprint inicial

o grupo ter começado a evidenciar cansaço e a necessidade de fazer o ponto de

situação: rever objetivos, missão e visão e certificar-se que eram partilhados por todos,

rever se o plano de atividades continuava o mesmo ou se alterava, e pensar na

possível reorganização do secretariado bem como grupos de trabalho e divisão de

tarefas e responsabilidades.

A caminho… da formalização

No início de 2012 foram dinamizados diferentes momentos com o K´CIDADE como

facilitador, onde foram definidos os objetivos da Comissão Instaladora e apresentada

uma proposta do plano de atividades.

Nessas reuniões surgiu a necessidade de alguns elementos de avançar com a

formalização da Associação com vista a “tornar os contactos com as autoridades

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11

rapidamente institucionais” 5 . Contudo, nesta fase ainda havia um conjunto de

elementos que manifestaram a sua preferência em continuarem Comissão. Nessa

mesma reunião o grupo optou por dissolver os grupos de trabalho e o secretariado,

apostando numa organização mais tradicional e focando a maior parte do poder de

decisão na direção (composta por 5 membros) e na assembleia geral (composta por 3

membros).

Numa última reunião com o técnico do K’CIDADE presente foi apresentada uma

proposta de plano e reorganização e rapidamente foi criada uma pequena comissão

responsável pela redação dos estatutos de uma futura Associação de Moradores, para

serem apresentados com a lista de candidatos para os órgãos sociais na assembleia

geral de 30 de Março 2012.

A partir desta data o K´CIDADE assumiu um papel de parceiro local, tendo o grupo

manifestando a intenção de avançar com o processo de formalização.

A CIAMTM tornou-se assim Associação… É interessante verificar que neste novo grupo

só se mantém um dos moradores que esteve presente na origem do processo e que

atualmente tem pressupostos diferentes dos definidos e delineados no grupo inicial.

Importa, no entanto, realçar que para algumas pessoas o envolvimento no grupo de

moradores e comissão instaladora foi “uma porta de entrada para outros processos de

participação comunitária”.

Desde o dia 16 de Abril 2012, muitas foram as atividades organizadas:

Sessão de informação para a comunidade, em parceria com o Grupo Tapada (26 de Maio de

2012);

Tapada Limpa (27 de Maio de2012);

Campanha de segurança e prevenção (Junho);

Inauguração da sede no mercado municipal (15 de setembro);

Sábados de manhã tomar café na associação;

Recreart na sede da associação (desde Novembro, terça-feira e sábados);

Caminhadas (quarta-feira);

Convívio de natal para os associados;

Apoio na festa de Natal promovido pelo Clube das Mulheres (15 dezembro 2012).

5 Facebook da Associação de Moradores

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O papel do K’CIDADE

Inicialmente, o papel do K’CIDADE procurou assegurar que o grupo avançasse de forma

consolidada e assumiu assim um papel de catalisador deste processo. Ao longo do

tempo esse papel tem vindo a mudar e observou-se uma diminuição gradual na

intervenção devido não só ao nível de maturidade do grupo, mas também à

divergência de ideologia das duas partes sobre o modelo de funcionamento

participativo versus centralizado da direção. Contudo, importa mencionar que o grupo

que assumiu a liderança no início de 2012 reconheceu a mais-valia da intervenção do

programa K´CIDADE e admitiu estar preparado para assumir o resto dos trabalhos sem

o apoio do K´CIDADE. Por um lado, por acreditar que têm características e

qualificações muito diversificadas, e por outro lado, pela formalidade no seu

relacionamento para com o Programa.

O seguinte quadro pretende sintetizar a intervenção do K´CIDADE ao longo dos anos.

2009-2010 2010-2011 2011-2012

Liderar o processo de

mobilização de moradores

junto de um

representante/líder

comunitário.

Estabelecer ligação com

autarquia local.

Promover uma abordagem

participada e inclusiva.

Apoio na criação e

consolidação do grupo.

Facilitar as reuniões do grupo.

Promover uma abordagem

participada e inclusiva.

Acompanhamento técnico na

preparação e implementação

das ações.

Apoio técnico ao

funcionamento da Comissão

Instaladora da Associação de

Moradores (CIAMTM).

Acompanhar grupos de

trabalho e o secretariado da

CIAMTM na organização e

execução das suas

tarefas/atividades numa

logica de capacitação.

Facilitar momentos de

planificação em grupo

alargado.

Promover uma abordagem

participada e inclusiva.

A partir de 2012 o papel do

K’CIDADE ficou em standby

até data a marcar com a

nova direção. Reunião que

nunca aconteceu apesar da

relação ser muito amigável e

de respeito mútuo.

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Fatores chave de sustentabilidade

Apropriação da Missão, Visão e Objetivos.

Espaços de consolidação do grupo e das suas relações (reuniões, encontros,…)

Definição de implementação de um projeto.

Capacidade de mobilização de pessoas e recursos.

Reconhecimento externo.

Fatores críticos

Coincidir a necessidade diagnosticada com a oportunidade de mobilização.

Abordagem participativa e colaborativa facilitam desde o início a apropriação dos

processos e mostraram que são mais favoráveis para processos sustentáveis.

A iniciativa do K’CIDADE para mobilizar pessoas chave ou então a aposta em pessoas

verdadeiramente interessadas… mobilização à “medida”.

Consolidação do grupo central.

Aprendizagens

A abordagem do mediador externo à gestão e/ou reconhecimento de lideranças

dentro do grupo é muito importante para evitar potenciais conflitos.

É importante partilhar e se necessário, reajustar as espectativas, às vezes o papel de

mediador ou facilitador pode não ser entendido por todos da mesma forma.

É necessário ter uma variedade de referências e possíveis caminhos sobre os quais se

debruçar, adaptar e englobar no seu próprio projeto (neste caso especifico as

lideranças não tinham outras referências se não a visão “clássica” duma associação de

moradores).

Nem sempre o que nós acreditamos ser o caminho mais apropriado revela-se o

caminho que o grupo quer seguir.

Know when it’s time to step back6. Se a questão da participação de todos não é

garantida então saímos? Ou ficamos e tentamos encontrar outras formas? Mais do

que uma aprendizagem… é uma questão que fica em aberto!

6 Tradução: Saber quando é hora de recuar.