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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIA
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
GESTÃO DE PESSOAS II
APOSTILA 1
PROF. DAVID MORETTINI
2010
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Apostila 1 – Gestão de Pessoas II – Prof. David Morettini2
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
AULA 1 – Apresentação do Curso. Bibliografia. Formas de Avaliação.
1 Plano de Ensino Oficial.............................................................................................32 Plano de Aula Detalhado...........................................................................................4
AULA 2 – Estruturas Organizacionais: conceitos básicos e modelos.
3 Elementos da Estrutura Organizacional....................................................................5
4 Modelos Organizacionais........................................................................................17
AULA 3 – Estruturas Organizacionais: por que diferem? Influências nocomportamento do funcionário.
5 Por que as Estruturas diferem entre si?.................................................................32
6 Os Modelos Organizacionais e o Comportamento do Funcionário.........................37
REFERÊNCIAS..........................................................................................................40
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Apostila 1 – Gestão de Pessoas II – Prof. David Morettini3
AULA 1- Apresentação do Curso. Bibliografia. Formasde Avaliação.
1 PLANO DE ENSINO OFICIAL
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIAPROGRAMA DE ENSINO
Curso: Administração de Empresas Ano: 2010 / 1º
Disciplina: Gestão de Pessoas 2 Código:
Créditos: 2 Carga Horária: 34 H/A
EMENTAEsta disciplina apresenta diversos assuntos: poder, comunicação, administração de conflitos, negociação e liderança no
âmbito das empresas. A origem de todo este arcabouço, porém, está no conceito de Cultura Organizacional, a qual deve ser compreendida e tratada não como uma variável, mas como um elemento fundamental da organização. Da mesma forma, a
manutenção de um Clima Organizacional adequado é, juntamente com o tratamento conveniente da cultura, uma exigênciacontemporânea. A fundamentação epistemológica está nas Ciências Humanas, notadamente na Antropologia - que tem por objeto a diversidade da espécie humana - e na Psicologia, no que se refere ao foco comportamental.
OBJETIVO GERAL Abordar aspectos que influenciam a interação dos indivíduos entre si no contexto organizacional, à luz dos conceitos deClima e Cultura.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apoiar a capacitação dos alunos no entendimento dos elementos fundamentais que impactam ou são impactados pelaCultura e pelo Clima Organizacional.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Estruturas organizacionais;2. Elementos da Cultura Organizacional;3. Impactos da Cultura Organizacional como elemento estrutural.4. Elementos do Clima Organizacional;5. Impactos do Clima Organizacional como elemento conjuntural.6. Poder nas organizações;7. Estilos de liderança;8. Comunicação;9. Conflito e negociação.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BOWDITCH, J.L.; BUONO, A.F. Fundamentos de Comportamento Organizacional . Rio de Janeiro: LTC, 2006.MOTTA, F. C. P.: CALDAS, M. P. (coord.). Cultura Organizacional e Cultura Brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
COMPLEMENTARFLEURY, M. T. L.; FISCHER, R. M. (Coord.). Cultura e Poder nas Organizações. São Paulo: Atlas, 1996.
FREITAS, M. E.. Cultura Organizacional : identidade, sedução e carisma? Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.HANASHIRO, D. (Coord.) Gestão do Fator Humano – Uma visão baseada em stakeholders. São Paulo: Saraiva, 2008.
LIMONGI FRANÇA, A. C. Comportamento organizacional – conceitos e práticas. São Paulo: Saraiva, 2005.
SCHEIN, E. R. Guia de sobrevivência da cultura corporativa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007.WOOD JR, T.(Coord.) Gestão Empresarial: Comportamento Organizacional. São Paulo: Atlas, 2005.
METODOLOGIA
Aulas expositivas, exercícios, estudo de casos.AVALIAÇÃO
Trabalhos em classe, seminários e prova escrita individual.
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2 PLANO DE AULA DETALHADO
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SPFACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIA
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
PLANO DE AULACurso: Administração de Empresas Ano: 2010 / 1º semestreDisciplina: Gestão de Pessoas II Créditos: 2Professor: David Tadeu Morettini Carga Horária: 34 h/aTurma (s): NA4;NB4 Período Noturno
Cronograma das atividades
S e m a n
a
Conteúdos RecursosDidáticos Data
1 Apresentação do Curso. Bibliografia. Formas de Avaliação.
Aulas
expositivas
suportadas por
projeção de
slides.
Exercícios,
debates e
estudo de
casos.
08/02
2 Estruturas Organizacionais: conceitos básicos e modelos. 22/02
3 Estruturas Organizacionais: por que diferem? Influências no
comportamento do funcionário.
01/03
4 Elementos da cultura organizacional 08/03
5 Impactos da cultura organizacional como elemento estrutural. 15/03
6 Elementos do clima organizacional. Impactos do clima
organizacional como elemento conjuntural.
22/03
7 Poder nas organizações. 29/038 Prova bimestral. 05/049 Política: o poder em ação. 12/04
10 Abordagens básicas sobre liderança. 19/04
11 Questões contemporâneas sobre liderança. 26/04
12 Comunicação: processo, comunicação interpessoal. 03/05
13 Comunicação: comunicação organizacional e barreiras à
comunicação
10/05
14 Conflito e negociação. 17/05
15 Prova bimestral. 24/0516 Entrega de notas. Vista às provas. Avaliação do curso. 31/05
17 Prova substitutiva. 07/06
Detalhamento da avaliaçãoDatas Atividades Peso
Diversas Aulas-atividade. Presença. Comportamento. 3
05/04 Prova bimestral. 3
24/05 Prova bimestral. 4
Referências bibliográficas: vide Plano de Ensino Oficial da Disciplina.
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AULA 2 – Estruturas Organizacionais: conceitos básicos emodelos.
3 ELEMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
De acordo com Robbins (2005), uma estrutura organizacional define como as
tarefas são formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas. Os executivos
precisam tem em mente seis elementos básicos quando projetam a estrutura das
suas organizações: a especialização do trabalho; a departamentalização, a cadeia
de comando, a amplitude de controle, a centralização e descentralização e aformalização. Está sendo incluido no estudo do Prof. Robbins outro elemento que
consideramos importante quando se projeta a estrutura, que está relacionado com
as formas de coordenação.
A PERGUNTA-CHAVE A RESPOSTA É DADA POR
1. Até que ponto as atividades podem ser subdivididasem tarefas separadas?
Especialização do trabalho
2. Qual a base para o agrupamento das tarefas? Departamentalização
3. Como será efetuado o controle das atividades? Formas de coordenação
4. A quem os indivíduos e os grupos vão se reportar? Cadeia de comando
5. Quantas pessoas cada executivo pode dirigir comeficiência e eficácia? Amplitude de controle
6. Onde fica a autoridade no processo decisório? Centralização e descentralização
7. Até que ponto haverá regras e regulamentações paradirigir os funcionários e os executivos?
Formalização
QUADRO 1: Sete Questões Básicas às Quais os Executivos Devem Responder ao Planejar aEstrutura Organizacional Apropriada.
Fonte: Robbins, 2005, p. 351.
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3.1 Especialização do trabalho
A especialização está relacionada com a divisão do trabalho em pequenastarefas padronizadas, que podem ser repetidas muitas vezes. Cada funcionário
recebe uma tarefa específica e repetitiva. Por exemplo, na linha de montagem de um
veículo, uma pessoa fica exclusivamente encarregada de instalar a roda dianteira
direita, e outra, de instalar a porta dianteira direita. (ROBBINS, 2005)
A especialização do trabalho aumenta a produtividade e as tarefas podem ser
executadas por trabalhadores com habilidades limitadas. O trabalho pode ser
realizado de forma mais eficiente se os funcionários se tornarem especializados emcada tarefa.
Portanto, a especialização do trabalho, ou divisão do trabalho, descreve o
grau em que as tarefas dentro da organização são subdivididas em funções
isoladas. (ROBBINS, 2005)
De acordo com Robbins (2005), a especialização do trabalho, em sua
essência, faz com que uma atividade, em vez de ser realizada inteiramente por uma
única pessoa, seja dividida em um certo número de etapas, cada uma das quais
será realizada por um indivíduo diferente. Ela faz com que os indivíduos se
especializem em realizar parte de uma atividade em vez de realizar a atividade
inteira.
Na maioria das organizações, algumas tarefas requerem habilidades
altamente desenvolvidas enquanto outras podem ser executadas por funcionários
menos treinados. A divisão do trabalho permite adequar os funcionários de acordo
com a sua capacitação e serem remunerados de acordo com a complexidade da
tarefa, isto é, para tarefas mais simples, salários mais baixos, para tarefas mais
complexas, salários mais altos. Este aspecto evita a utilização ineficiente dos
recursos organizacionais.
Conforme Robbins (2005), outras vantagens em relação à divisão do trabalho
são:
• A habilidade de um funcionário na execução bem-sucedida de umatarefa aumenta com a repetição.
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• Poupa-se tempo despendido em mudanças de tarefa, em colocar de
lado as ferramentas de uma etapa concluída e pegar as da próxima, de
se preparar para continuar o processo de trabalho.
• O treinamento para a especialização é mais eficiente.
• É mais fácil e mais barato encontrar e treinar trabalhadores para
realizar tarefas específicas e repetitivas.
• A especialização do trabalho aumenta a eficiência e a produtividade,
estimulando a criação de maquinaria e invenções especiais.
Conforme Robbins (2005), durante boa parte da primeira metade do século
XX, a especialização do trabalho foi utilizada como fonte inesgotável de aumento de
produtividade. Na década de 1960, descobriu-se que em determinados trabalhos, a
alta subdivisão de tarefas provocava uma diminuição e não um aumento da
produtividade, em decorrência da insatisfação dos trabalhadores causada pelo tédio,
fadiga, estresse. Além da baixa produtividade, a insatisfação do trabalhador também
gerava perda de qualidade, aumento do absenteísmo e da rotatividade.
Para melhorar a satisfação dos trabalhadores, as organizações ampliaram o
escopo das tarefas em vez de sua redução. Elas descobriram que dar aos
funcionários diversas tarefas, permitindo que eles realizassem uma atividade
completa, e colocá-los em equipes com habilidades intercambiáveis, geralmente
levava a resultados melhores e ao aumento da satisfação com o trabalho.
(ROBBINS, 2005)
A especialização do trabalho não é vista pelos empresários como uma coisaruim ou obsoleta. Dependendo do tipo de atividade que a organização estiver
envolvida, poderá haver uma alta especialização do trabalho, como é o caso da rede
McDonald’s, para fazer e vender sanduíches e batatas fritas. Por outro lado, a
fábrica da Ford em Camaçari na Bahia tem obtido sucesso ampliando o escopo das
tarefas e reduzindo a especialização.
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3.2 Departamentalização
Departamentalização é agrupar as atividades, após a divisão do trabalho pormeio da especialização, para que as tarefas comuns possam ser coordenadas. Uma
forma comum de agrupamento do trabalho se dá pelas funções desempenhadas.
(ROBBINS, 2005)
O gerente de uma fábrica pode organizar sua unidade separando, em
departamentos específicos, as atividades de engenharia, contabilidade, linha de
produção, recursos humanos e compras. De acordo com Robbins (2005), a
departamentalização por função pode ser adotada em qualquer empresa.
Conforme Robbins (2005), a principal vantagem desse tipo de agrupamento é
a de obter eficiência por colocar tais especialistas juntos. A departamentalização
funcional busca a economia de escala ao juntar pessoas com habilidades e
orientações comuns em uma mesma unidade.
As tarefas também podem ser departamentalizadas de acordo com o produto
que a organização gera. A Johnson & Johnson, por exemplo, se organizou dessa
maneira. Cada um dos seus principais produtos – como Acuvue, Neutrogena,
Tylenol e Band-Aid – fica sob a autoridade de um executivo, que tem total
responsabilidade por aquele produto. A principal vantagem desse tipo de
agrupamento é uma maior responsabilidade final pelo desempenho do produto, já
que todas as atividades relacionadas a ele ficam sob a direção de um único
administrador. (ROBBINS, 2005)
Outra forma de departamentalização ocorre com base em critérios
geográficos ou territoriais. A função de vendas, por exemplo, pode ter regionais Sul,
Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Se uma clientela de uma empresa está
dispersa por uma área muito grande e possui interesses comuns em função de sua
localização, essa forma de departamentalização pode ser a mais indicada.
A organização pode também departamentalizar as suas atividades por
Processo, porque cada departamento é especializado em uma fase específica do
processo de produção. Por exemplo, na fábrica de tubulações de alumínio da Alcoaem Nova York, a produção está organizada em cinco departamentos: fundição,
prensagem, modelagem, acabamento e inspeção, embalagem e expedição. O metal
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é fundido em grandes fornos; enviado ao departamento de prensagem, de onde sai
na forma de canos de alumínios; transferido para o departamento de modelagem,
onde é transformado em tubos de diversos tamanhos e formatos; passa para o
acabamento, onde é cortado e polido; e, finalmente, chega ao departamento de
inspeção, embalagem e expedição. Uma vez que cada processo requer habilidades
diferentes, esse método oferece uma base para a categorização homogênea das
atividades. (ROBBINS, 2005)
Uma categoria final de departamentalização tem como foco o tipo específico
de cliente que a organização deseja atingir. A Microsoft, por exemplo, se organizou
em termos de quatro mercados-alvo: consumidores, grandes empresas,
desenvolvedores de softwares e pequenos negócios. A premissa por trás dessa
departamentalização é que cada grupo de clientes possui problemas e necessidades
comuns, que podem ser mais bem atendidos pelos especialistas de cada
departamento. (ROBBINS, 2005)
De acordo com Robbins (2005), as grandes organizações podem utilizar
todos esses tipos de departamentalização. Uma empresa japonesa de eletrônicos,
por exemplo, organiza cada uma de suas divisões em termos de funções, e suas
fábricas, em termos de processos; departamentaliza suas vendas em sete regiões
geográficas e divide cada uma delas em quatro tipos de clientes.
A departamentalização rígida e funcional vem sendo cada vez mais
complementada pela adoção de equipes que ultrapassam as linhas divisórias
tradicionais. À medida que as tarefas se tornam mais complexas e sua realização
exige habilidades mais diversificadas, a administração se volta para a adoção de
equipes multifuncionais.
3.3 Formas de coordenação
De acordo com as pesquisas de Mintzberg (2003), existem cinco mecanismos
de coordenação que explicam as maneiras fundamentais pelas quais as
organizações coordenam seu trabalho: ajuste mútuo, supervisão direta,padronização dos processos de trabalho, padronização dos resultados do trabalho e
padronização das habilidades dos trabalhadores.
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O Ajustamento Mútuo obtém a coordenação do trabalho pelo simples
processo de comunicação informal. Sob o ajuste mútuo, o controle do trabalho
permanece nas mãos dos operadores. É usado nas organizações mais simples – por
exemplo, por dois remadores em uma canoa ou por poucas pessoas em uma oficina
de confecção de vasos cerâmicos. Paradoxalmente, é também usado em
organizações mais complicadas. Consideremos a organização encarregada de levar
um homem à Lua pela primeira vez. Tal atividade requer uma divisão do trabalho
inacreditável, com milhares de especialistas exercendo todos os tipos de tarefas
específicas. No início, ninguém pode saber exatamente o que precisa ser feito. Esse
conhecimento desenvolve-se à medida em que o trabalho é realizado. Assim, na
análise final, não obstante o uso de outros mecanismos de coordenação, o sucessodo empreendimento depende, principalmente, da habilidade de adaptação mútua
dos especialistas ao longo da rota não mapeada, não diferente de dois remadores
em uma canoa.
A Supervisão Direta assume a coordenação quando uma pessoa passa a
ser responsável pelo trabalho de outras, dando-lhes instruções e monitorando suas
ações. Com isso, um cérebro coordena várias mãos, como no caso de uma
supervisora da oficina de cerâmica ou do marcador de ritmo da canoa de combate.
A Padronização dos Processos de Trabalho é utilizada quando o
conteúdo do trabalho for especificado ou programado. Um exemplo envolve as
instruções de montagem que acompanham um brinquedo infantil. Aqui, o fabricante
padroniza o processo do trabalho do pai. (“Pegue uma chave de fenda Phillips de
duas polegadas e insira-a no orifício BX, prendendo na parte XB com arruela e porca
hexagonal, ao mesmo tempo segurando....” A padronização pode ser conduzida em
grandes extensões das organizações, como nas linhas de montagem de uma
empresa de Cerâmica”. Sem dúvida, outros padrões de trabalho deixam mais
espaço para manobras: o comprador pode ser obrigado a apresentar pelo menos
três tomadas de preço para todos os pedidos superiores a R$ 30 mil, embora seja
livre par fazer esse trabalho do modo que julgar conveniente.
A Padronização dos Resultados do Trabalho é utilizada quando os
resultados do trabalho – por exemplo, as dimensões do produto ou o desempenho –
forem especificados. Não é dito aos motoristas de táxi como devem dirigir nem o
caminho a seguir; apenas são informados onde recolher o dinheiro que ganham.
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Não é dito ao oleiro como preparar o barro, mas somente que os montículos devem
pesar dois quilos, enquanto o modelador sabe que tais montículos devem produzir
vasos de certo tamanho (seu próprio padrão de output ). Com outputs padronizados,
a coordenação entre as tarefas é predeterminada, como na encadernação de livros,
em que o encadernador sabe que as páginas recebidas de um lugar devem
encaixar-se perfeitamente nas capas recebidas de outro. Similarmente, todos os
chefes das divisões da empresa de Cerâmica, podem estar em coordenação com o
escritório central em termos dos padrões de desempenho. Espera-se que produzam
certos níveis trimestrais de lucro e crescimento; como atingir isso é problema deles.
A Padronização das Habilidades dos Trabalhadores é utilizada quando
o tipo de treinamento exigido para o desempenho do trabalho for especificado.
Comumente, o trabalhador é treinado antes de entrar na organização. A empresa de
Cerâmica pode contratar ceramistas de uma escola profissionalizante, como os
hospitais contratam médicos de faculdades de medicina. Essas instituições baseiam-
se em trabalhadores preparados por programas de profissionalização, bem como em
princípios de coordenação. No trabalho, parece que os trabalhadores agem com
autonomia, como ocorre com o bom ator, que parece improvisar no palco. Mas, de
fato, ambos aprenderam bem o como dar conta do recado. Portanto, a padronização
das habilidades atinge indiretamente o que a padronização dos processos de
trabalho ou dos outputs do trabalho faz diretamente: controlar e coordenar o
trabalho. Quando um anestesiologista e um cirurgião encontram-se na sala de
operações para remover um apêndice, precisam de muita comunicação; em virtude
de seu treinamento, sabem exatamente o que um espera do outro. Suas habilidades
padronizadas são responsáveis pela maior parte da coordenação.
À medida que o trabalho organizacional torna-se mais complicado, o meio
favorecido de coordenação parece passar do ajustamento mútuo para supervisão
direta e, depois, para a padronização, preferivelmente dos processos de trabalho,
diferentemente dos outputs ou mesmo das habilidades, que retornam, finalmente, ao
ajustamento mútuo.
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3.4 Cadeia de comando
Conforme Robbins (2005), a cadeia de comando é uma linha única deautoridade, que vai do topo da organização até o escalão mais baixo e determina
quem se reporta a quem na empresa. Ela responde a perguntas dos funcionários do
tipo “Se eu tiver problemas, com quem devo falar? Ou “Por quem sou responsável”.
A cadeia de comando envolve dois conceitos complementares: autoridade e
unidade de comando.
A autoridade se refere aos direitos inerentes a uma posição administrativa
para dar ordens e esperar que elas sejam obedecidas. Para facilitar a coordenação,
cada posição administrativa é colocada em um lugar na cadeia de comando e cada
executivo recebe um grau de autoridade para realizar suas responsabilidades.
O princípio da unidade de comando ajuda a preservar o conceito da linha
única de comando. Ele determina que cada pessoa deve ter apenas um superior a
quem se reportar diretamente. Se a unidade de comando for quebrada, o funcionário
pode ter de enfrentar demandas ou prioridades conflitantes vindas de diferentes
chefias.
De acordo com Robbins (2005), os conceitos de cadeia de comando,
autoridade e unidade de comando têm hoje uma relevância substancialmente menor
por causa dos avanços da tecnologia de computação e da tendência de autonomia
dos funcionários. Hoje, um funcionário dos escalões mais baixos pode, por exemplo,
acessar em segundos informações que há 25 anos eram disponíveis apenas para a
cúpula da empresa.
Da mesma forma, a tecnologia da informática permite que os funcionários
dentro da empresa, em qualquer posição, comuniquem-se entre si sem utilizar os
canais formais. Além disso, os conceitos de autoridade e de manutenção da cadeia
de comando tornam-se cada vez mais irrelevantes à medida em que os funcionários
ganham autonomia para tomar decisões que anteriormente eram reservadas aos
executivos. Some-se a isso a popularidade das equipes autogerenciadas e
multifuncionais e a criação de novos modelos estruturais que incluem chefia múltipla.
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3.5 Amplitude de controle
A amplitude de controle está relacionada a quantidade de funcionários queum executivo consegue dirigir. Ela é importante porque, em boa parte, é ela que vai
determinar o número de escalões de chefia que uma empresa terá.
De acordo com Robbins (2005), quanto maior a amplitude, mais eficiente será
a organização. A Figura 1, a seguir, mostra um exemplo relacionado a duas
empresas com a mesma quantidade de funcionários (4100 trabalhadores), mas com
amplitudes de controle diferentes, uma com quatro e outra com oito.
A amplitude maior gerará dois níveis a menos, com quase 800 executivos a
menos. Se o salário médio de cada executivo for de 100 mil reais anuais, a maior
amplitude resultará em uma economia de 80 milhões de reais por ano.
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FIGURA 1: Comparação entre Amplitudes de Controle.Fonte: Robbins, 2005, p. 354.
1
8
64
512
4096
1
4
16
64
256
1024
4096
Membros em cada nível
Amplitude de 4Funcionários em atividade = 4096
Quantidade de níveis = 6Quantidade de executivos = 1365
Amplitude de 8Funcionários em atividade = 4096
Quantidade de níveis = 4Quantidade de executivos = 585
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Conforme Robbins (2005), as amplitudes maiores são mais eficientes em
termos de custos, contudo, depois de certo ponto, a amplitude grande começa a
reduzir a eficácia. Quando ela se torna grande demais, o desempenho dos
funcionários é prejudicado, pois os chefes não têm mais tempo para oferecer o apoio
e a liderança necessários a todos.
De acordo com a pesquisa realizada por L. Urwick (1944 apud ROBBINS,
2005), mantendo a amplitude em cinco ou seis funcionários, um executivo pode
manter um controle mais próximo.
A amplitude pequena tem três principais desvantagens:
a) É onerosa por aumentar os escalões de administração.
b) Torna a comunicação vertical na empresa mais complicada. Os níveis
hierárquicos intermediários retardam o processo decisório e tendem a
isolar a cúpula da empresa.
c) Promove uma supervisão muito rígida, desestimulando a autonomia dos
subordinados.
A tendência nos últimos tempos vai em direção a amplitudes maiores. Elassão consistentes com os esforços recentes de redução de custos, corte de
“gorduras”, agilização do processo decisório, aumento da flexibilidade, aproximação
dos clientes e autonomia dos funcionários.
3.6 Centralização e descentralização
De acordo com Robbins (2005), em algumas organizações, os altos
executivos tomam todas as decisões. Os executivos de escalões inferiores
simplesmente cumprem as ordens dos altos executivos. No outro extremo, existem
organizações em que as decisões são levadas até os executivos de escalões mais
baixos, que estão mais próximos da ação. As primeiras empresas são altamente
centralizadas, enquanto que as últimas, descentralizadas.
O termo centralização se refere ao grau em que o processo decisório estáconcentrado em um único ponto da organização.
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3.7 Formalização
A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da organizaçãosão padronizadas. Quando uma tarefa é muito padronizada, seu responsável tem
pouca autonomia para decidir o que, quando e como deve ser feito. Espera-se que
os funcionários transformem o mesmo insumo, sempre da mesma forma, produzindo
um resultado consistente e uniforme. (ROBBINS, 2005)
Conforme Robbins (2005), em organizações altamente formalizadas existem
descrições explícitas de tarefas, muitas regras e procedimentos claramente definidos
sobre os processos de trabalho. Quando a formalização é baixa, os comportamentossão relativamente não-programados e os funcionários têm uma boa dose de
liberdade para decidir sobre o trabalho.
A padronização não apenas elimina a possibilidade de os funcionários
adotarem comportamentos alternativos, como também elimina a necessidade de
eles buscarem alternativas.
De acordo com Robbins (2005), o grau de formalização pode variar muito
entre as organizações e dentro de uma mesma empresa. Certas funções são
conhecidas por sua baixa formalização. Os vendedores, por exemplo, possuem uma
grande dose de liberdade em seu trabalho, já no outro extremo, os atendentes de
Call Center têm de estar em seu trabalho pontualmente no horário preestabelecido.
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CÚPULAESTRATÉGICA
4 MODELOS ORGANIZACIONAIS
TECNOESTRUTURA LINHA ASSESSORIAINTERMEDIÁRIA DE APOIO
NÚCLEO OPERACIONAL
FIGURA 2: As cinco partes básicas da organização,
Fonte: Mintzberg, 2003, p. 22.
O Núcleo Operacional da organização envolve os membros – os operadores
– que executam o trabalho básico diretamente relacionado à fabricação dos
produtos e à prestação dos serviços. Como por exemplo, os operadores de
máquinas, os operários de linha de montagem, o pessoal de expedição, os
vendedores, os compradores, o pessoal da manutenção das máquinas e
equipamentos de produção, o pessoal de almoxarifado etc.
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Geralmente, a padronização ocorre mais no núcleo operacional para proteger
as operações de distúrbios externos. Os operários das linhas de montagem de
automóveis e os professores universitários são operadores, embora o trabalho dos
primeiros seja muito mais padronizado do que o dos últimos.
A Cúpula Estratégica fica na extremidade superior da organização. São as
pessoas responsáveis por toda a organização, como por exemplo, o conselho de
administração, o presidente e o comitê executivo. Inclui também as pessoas que
fornecem apoio direto à alta administração – secretárias, assistentes etc.
A cúpula estratégica é encarregada de assegurar que a organização cumpra
sua missão de modo eficaz e também que atenda às necessidades dos que acontrolam ou que detêm poder sobre ela.
Isso envolve três conjuntos de obrigações. Um é a supervisão direta, o outro é
a administração das condições fronteiriças da organização – suas relações com o
meio ambiente –, e a última relaciona-se ao desenvolvimento da estratégia da
organização.
A Linha Intermediária conecta a cúpula estratégica ao núcleo operacional
pela cadeia de gerentes intermediários que possui autoridade formal. Envolve omecanismo de coordenação que denominamos supervisão direta. Fazem parte
deste nível os vice-presidentes de operações e marketing, os gerentes de fábrica,
regionais de vendas, encarregados etc.
A organização necessita dessa cadeia completa de gerentes de linha
intermediária na extensão de seu porte e conforme sua confiança na supervisão
direta para coordenação. Na teoria, um gerente – o executivo principal da cúpula
estratégica – pode supervisionar todos os operadores. Na prática, a supervisão
direta requer contato pessoal entre gerente e operador, existindo um limite para o
número de operadores que um gerente pode supervisionar – é a denominada
amplitude de controle.
A Tecnoestrutura é formada pelos analistas que estão a serviço da
organização para afetar o trabalho de outras pessoas. Esses analistas são
removidos do fluxo de trabalho operacional – podem desenhá-lo, planejá-lo, mudá-lo
ou treinar as pessoas que executam o trabalho. Esses analistas encontram-se em
áreas como planejamento estratégico, controladoria, treinamento de pessoal,
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Apostila 1 – Gestão de Pessoas II – Prof. David Morettini19
pesquisa operacional, programação de produção, estudo de tempos e movimentos,
pessoal de escritório etc.
Assim, a tecnoestrutura é eficaz apenas quando pode usar suas técnicas
analíticas para tornar o trabalho de outras pessoas mais eficaz.
Os analistas de controle da tecnoestrutura efetivam certas formas de
padronização da organização. Isso não quer dizer que os operadores não possam
padronizar seu próprio trabalho. Mas, em geral, quanto mais padronização uma
organização usa, mais confia em sua tecnoestrutura. Tal padronização reduz a
necessidade de supervisão direta, às vezes dando condições ao pessoal de
escritório de executar o que era feito pelos gerentes.Embora o analista exista para padronizar o trabalho dos outros, seu próprio
trabalho parece estar coordenado com os outros largamente mediante ajustamento
mútuo. Assim, os analistas dedicam muito tempo à comunicação informal.
A Assessoria de Apoio é composta por unidades, todas especializadas,
criadas para dar apoio à organização fora de seu fluxo de trabalho operacional. Por
exemplo, em uma universidade encontramos departamento financeiro, editora,
livraria, copiadora, seção de folha de pagamento, serviço de portaria, correio,departamento de segurança, central elétrica, departamento de atletismo, residência
de alunos etc. Nenhuma dessas atividades faz parte do núcleo operacional; isto é,
nenhuma relaciona-se ao ensino e à pesquisa ou mesmo dá-lhes algum suporte
direto ( como ocorre com o centro de computação e a biblioteca). Todavia existem
para dar apoio indireto a essas missões básicas. Na empresa manufatureira, essas
unidades podem variar, de modo análogo, da consultoria jurídica ao restaurante da
fábrica.
Mintzberg (2003) sugere que a configuração das organizações pode assumir
cinco formas (modelos) e às relaciona aos cinco mecanismos de coordenação,
conforme abaixo:
4.1 Estrutura simples – caracterizada por supervisão direta, pelo poder na
cúpula estratégica e centralizada vertical e horizontalmente;
4.2 Burocracia Mecanizada – caracterizada pela padronização dosprocessos de trabalho, pelo poder na tecnoestrutura e descentralizada
horizontalmente de forma limitada;
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4.3 Burocracia Profissional – caracterizada pela padronização das
habilidades, poder no núcleo operacional e descentralizada vertical e
horizontalmente;
4.4 Forma Divisionalizada – caracterizada pela padronização dos outputs ,
poder na linha intermediária e descentralizada verticalmente de forma
limitada;
4.5 Adhocracia – caracterizada pelo ajustamento mútuo, com o poder na
assessoria de apoio e com descentralização seletiva.
Para exemplificar as cinco configurações, Mintzberg (2003) usa o seguinte
exemplo de uma empresa cinematográfica:
a) A presença de um diretor forte favorece a centralização levando
a empresa a adotar a Estrutura Simples;
b) Na presença de vários diretores fortes, cada um procurando a
sua autonomia, a estrutura será fragmentada e tomará a forma
Divisionalizada;c) Caso a empresa decida por ter atores e cameramen altamente
habilitados para produzir filmes complexos, embora
industrialmente padronizados, tenderá a descentralizar e adotar
a estrutura da Burocracia Profissional;
d) Se ao contrário, a empresa decidir produzir filmes de faroeste
estilo espaguete, contratará pessoal relativamente não
habilitado e tenderá a adotar a estrutura da BurocraciaMecanizada;
e) Caso a empresa desejar inovar, deverá unir esforços de
diretores, designers , atores e camaramen , podendo adotar o
uso da configuração de Adhocracia.
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4.1 Estrutura Simples
Mintzberg (2003) desenvolve a teoria da Estrutura Simples como configuraçãoda estrutura organizacional.
De acordo com Mintzberg (2003), as Estruturas Simples são orgânicas e
costumam ser adotadas por empresas jovens e pequenas em um ambiente simples
e dinâmico ou na possibilidade de hostilidade extrema ou ainda devido à
necessidade de poder do executivo principal. Tem pequena ou nenhuma estrutura,
poucos assessores de apoio, divisão de trabalho não rigorosa, diferenciação mínima
entre as suas unidades e pequena hierarquia gerencial. Pouco de seucomportamento é formalizado e faz uso mínimo de planejamento, treinamento e de
instrumentos de religação. Os especialistas são contratados para executarem tarefas
específicas por um tempo determinado.
O executivo principal tende a ter uma amplitude de controle elevada, e o
agrupamento das unidades costuma ser de forma funcional, coordenadas pelo
próprio executivo, o qual costuma ter uma comunicação direta (informal) com os
empregados de todos os níveis.
A estratégia reflete as crenças do principal executivo em um processo mais
intuitivo do que analítico, e as decisões costumam ser rápidas em função da
centralização do poder. O estilo de liderança costuma ser autocrático e carismático.
A Estrutura Simples tem a desvantagem de forçar o seu principal executivo ou
a dar atenção demasiada aos processos internos de trabalho, devido a pouca
formalização, ou a dar demasiada atenção a sua estratégia, abrindo mão dos
controles internos. A padronização dos produtos também é afetada devido ao fato da
empresa não dispor de uma estrutura técnica adequada.
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CÚPULAESTRATÉGICA
NÚCLEO OPERACIONAL
FIGURA 3: Configuração da Estrutura Simples.Fonte: Mintzberg, 2003, p. 180.
4.2 Estrutura Burocracia Mecanizada
O tipo de estrutura Burocracia Mecanizada é marcado pela padronização dos
processos de trabalho, formalização do comportamento, especialização das tarefas,
horizontal e verticalmente, agrupadas funcionalmente e desenvolvidas pelatecnoestrutura para unidades operacionais de grande porte. Normalmente, são
organizações antigas, que podem ter passado anteriormente pela estrutura simples,
atuando em um ambiente simples e estável.
Como exemplo, Mintzberg (2003) cita os correios, as siderúrgicas, as
montadoras de veículos etc, onde o trabalho é rotineiro, simples e repetitivo.
O núcleo operacional requer pessoas com poucas habilidades, submetidas a
treinamento interno na organização e o poder de coordenação é limitado devido à
grande formalização dos comportamentos desenvolvida pela tecnoestrutura. O
agrupamento é funcional e a coordenação existe para servir de canal de
comunicação topo-base, administrar conflitos e servir de ligação com a
tecnoestrutura.
A tecnoestrutura, formada por analistas, programadores de produção,
engenheiros de controle de qualidade, planejadores, orçamentistas etc. assume um
poder informal e serve como assessoria para os gerentes de linha, que detém, a
priori , a autoridade formal, diminuída pelo poder informal da tecnoestrutura.
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Conforme Mintzberg (2003), as regras e regulamentos permeiam toda a estrutura da
Burocracia Mecanizada, a comunicação formal é favorecida em todos os níveis e a
tomada de decisão tende a seguir a cadeia de autoridade formal.
O objetivo da estrutura Burocrática Mecanizada é ter um controle rígido do
comportamento através de normas, regulamentos e divisão do trabalho, evitando
que as pessoas possam ter independência na realização das tarefas, tendo como
resultado a padronização dos produtos. Esse tipo de controle, conforme Mintzberg
(2003) gera uma situação de conflitos internamente devido à insatisfação dos
empregados com o pouco significado do seu trabalho.
A cúpula estratégica está mais preocupada com o desempenho e não com ainovação, portanto, tem uma supervisão direta e centraliza o poder, dividindo-o,
parcialmente, com o poder informal da tecnoestrutura. Hierarquia e cadeia de
autoridade são conceitos de fundamental importância. A estratégia é claramente
definida de cima para baixo, direcionando os planos de ação em toda a estrutura,
até o seu núcleo operacional.
As Burocracias Mecanizadas são caracterizadas pela necessidade da divisão
e especialização do trabalho para manter a padronização do produto, isto éhorizontalizam a sua operação para sobreviverem em ambientes simples e estáveis.
Para manter controle sobre o ambiente, muitas vezes, este tipo de organização
verticaliza o seu processo operacional, adquirindo operações para frente e para trás,
ou se associam a outras empresas.
Conforme Mintzberg (2003), muitas vezes as Burocracias Mecanizadas são
utilizadas para atender uma pressão externa, como é o caso das Burocracias
Públicas e das Contingenciais. Como exemplo, ele citou os órgãos públicos, comoos correios, sistema penitenciário e as empresas aéreas e os serviços de bombeiros.
A estrutura Burocrática Mecanizada é a mais utilizada quando tarefas simples
e repetitivas devem ser realizadas com precisão e eficiência, entretanto este tipo de
estrutura tira o significado do trabalho para as pessoas, alienando-as e não
utilizando todas as suas habilidades. Esse tipo de problema gera insatisfações,
absenteísmo, rotatividade elevada e até sabotagens e greves dos empregados.
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CÚPULAESTRATÉGICA
TECNOESTRUTURA LINHA ASSESSORIAINTERMEDIÁRIA DE APOIO
NÚCLEO OPERACIONAL
FIGURA 4: Configuração da Estrutura Burocracia Mecanizada.Fonte: Mintzberg, 2003, p. 193.
4.3 Estrutura Burocracia Profissional
As Burocracias Profissionais são caracterizadas pela padronização de
habilidades, o poder está descentralizado vertical e horizontalmente descendo ao
núcleo operacional, que requer treinamento, normalmente adquirido fora da
organização, existe especialização horizontal e vertical das tarefas e o ambiente é
complexo e estável com um sistema técnico não regulado e não sofisticado.
O trabalho complexo e estável normalmente é controlado pelos profissionaisque o executam. Este tipo de configuração pode ser encontrado em hospitais,
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universidades, empresas de auditoria e empresas de produção artesanal. Todas
confiam nas habilidades e no conhecimento de seus profissionais para operarem,
todas produzem produtos e serviços padronizados.
A Burocracia Profissional contrata profissionais especializados, devidamente
treinados e doutrinados, para o núcleo operacional, concedendo a eles considerável
controle sobre o seu próprio trabalho. O trabalho é bastante especializado na
dimensão horizontal e ampliado na vertical.
Os profissionais especializados normalmente adquirem habilidades e
conhecimentos em uma educação formal que pode levar vários anos, fazem
estágios sob supervisão de outros profissionais habilitados, são treinados pelaorganização que atuam, para posteriormente assumirem uma posição de
independência nas atividades laborais.
Todo esse treinamento é direcionado para a internalização dos padrões que
servem ao cliente e coordenam o trabalho profissional, controlados, não
internamente, mas externamente em associações profissionais. Enquanto a
Burocracia Mecanizada enfatiza a autoridade de natureza hierárquica, a Burocracia
enfatiza a autoridade de natureza profissional, o poder do conhecimentoespecializado.
A complexidade das atividades impede que estas sejam formalizadas,
dotando o profissional do núcleo operacional de ampla liberdade em seu trabalho.
As atividades são desenvolvidas de acordo com o diagnóstico de cada situação e
assim implementadas em formas previamente padronizadas de acordo com
situações ocorridas anteriormente. As atividades são normalmente agrupadas tanto
funcionalmente como pelo mercado. Um exemplo é o caso das diversas funções daárea de ginecologia, que atende o mercado da mulher.
Uma outra característica da Burocracia Profissional é ter uma forte área de
apoio para realizar as atividades rotineiras, dispensando supervisão direta,
atividades de tecnoestrutura e ajustamento mútuo. Normalmente, as Burocracias
Profissionais convivem com uma Burocracia Mecanizada, das áreas de apoio e a
coordenação das atividades administrativas profissionais se dá através de comitês
de ligação.
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Os administradores da cúpula estratégica, chamados de administradores
profissionais por Mintzberg, têm a função de coordenar situações conflitantes entre
as áreas, ligar a organização ao seu ambiente externo e dotar os profissionais dos
recursos necessários ao desenvolvimento de suas atividades.
As estratégias na Burocracia Profissional são compartilhadas de certa forma
pelos profissionais e pelo administrador. Os profissionais propõem estratégias de
acordo com seus relacionamentos externos e projetos que querem implementar e o
administrador propõe estratégias de acordo com as necessidades do ambiente
externo que a organização espera enfrentar. A diferença é que o profissional
depende de recursos a serem aprovados pelo administrador para a implementação
de projetos e o administrador depende da concordância técnica do profissional para
a sua proposta.
A Burocracia Profissional é democrática ao disseminar o poder diretamente a
seus trabalhadores, dando-lhes ampla autonomia e libera-os da necessidade de
coordenar o trabalho de seus colegas e de todas a pressões e políticas existentes.
Os profissionais são indivíduos responsáveis e altamente motivados, dedicados ao
seu trabalho e aos clientes que servem. A autonomia permite aos profissionais se
aperfeiçoarem constantemente.
Os principais problemas da Burocracia Profissional estão na falta de controle
do trabalho executado pelos profissionais, os quais podem omitir deficiências. O
problema de coordenação consiste em um lado da não aceitação de supervisão
direta e ajustamento mútuo por cercearem a liberdade profissional e por outro lado
pela padronização das atividades e dos outputs , os quais são ineficazes para
atividades complexas. Restando assim o controle pela padronização dashabilidades.
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CÚPULAESTRATÉGICA
TECNOESTRUTURA
LINHA ASSESSORIAINTERMEDIÁRIA DE APOIO
NÚCLEO OPERACIONAL
FIGURA 5: Configuração da Estrutura Burocracia Profissional.Fonte: Mintzberg, 2003, p. 218.
4.4 Estrutura Divisionalizada
A Forma Divisionalizada de estrutura é caracterizada pela padronização dos
outputs como forma de coordenação, o poder é descentralizado verticalmente, em
parte, para a linha intermediária da organização, o agrupamento das atividades é por
mercado. Ocorre em organizações que atuam em mercados diversificados.
As divisões são criadas conforme o mercado que atendem, e contém o
controle sobre as funções operacionais para atender este mercado. Normalmente,cada divisão atua de forma independente das demais divisões. As divisões são
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agrupadas sob a coordenação de uma administração central. A descentralização é
vertical e limitada aos gerentes divisionais, os quais centralizam as demais decisões
relacionadas aos níveis hierárquicos mais baixos. Alguma forma de controle ou
coordenação é efetuada pela administração central para acompanhar o desempenho
das divisões. Normalmente, esse controle é efetuado pelos outputs que estas
divisões devem dar sobre os seus resultados.
O agrupamento baseado no mercado dá autonomia às divisões, facilita a
descentralização e permite fácil acompanhamento do desempenho através dos
outputs . A padronização dos processos de trabalho e o planejamento das ações são
mínimos para não interferir na autonomia das divisões. A ausência de
interdependências das divisões também faz com que o ajustamento mútuo e os
instrumentos de religação sejam desnecessários.
A padronização das habilidades e a supervisão direta também são limitadas
para a coordenação, portanto as divisões dependem da competência dos gerentes
divisionais para o seu sucesso. Para assegurar o sucesso do desempenho destes
gerentes o escritório central conduz programas de treinamento e doutrinação dos
indivíduos.
A forma Divisionalizada costuma utilizar a forma de burocracia mecanizada
em suas divisões. Cada divisão é tratada pela administração central como um
sistema único, composto pelas suas metas específicas, isto é, cada divisão tem seus
próprios objetivos. As divisões dirigem seus próprios negócios, controlam suas
operações e determinam as estratégias para os mercados que estão sob sua
responsabilidade.
Na forma Divisionalizada, o escritório central determina a estratégia geral dogrupo em termos de produtos-mercados, abre e fecha divisões, aloca recursos
financeiros, estabelece padrões e controla o desempenho das divisões, substitui e
contrata os gerentes das divisões, centraliza os serviços de apoio que são comuns
às divisões, treina e doutrina os gerentes divisionais.
A divisionalização da organização pode ocorrer por produto e serviço, cliente
e região. A divisão da organização pode criar formas idênticas (cópias-carbono) para
as suas divisões, como é o caso de unidades comerciais espalhadas em todo oterritório comercial, ou podem ainda ser unidades de um processo maior, como é o
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CÚPULAESTRATÉGICA
caso de uma transportadora de cargas que atende todo o território de um país
(citação do autor).
O sistema técnico na forma divisionalizada, pode também tomar
configurações diferentes, dependendo do custo e da necessidade de operação da
organização, por exemplo, uma fábrica pode replicar as suas instalações nas
divisões ou pode manter uma única instalação e comercializar em várias regiões
para obter economia de escala.
Mintzberg (2003) desenvolve um raciocínio interessante sobre como podem
nascer as formas divisionalizadas: podem iniciar através da criação de um
subproduto, este subproduto pode suplantar o produto final e se separar doprocesso vertical de produção.
TECNO ASSESSORIAESTRUTURA DE APOIO
FIGURA 6: Configuração da Estrutura Divisionalizada.Fonte: Mintzberg, 2003, p. 250.
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4.5 Estrutura Adhocrática
Na Adhocracia a coordenação acontece pelo ajustamento mútuo, o poderestá distribuído entre a assessoria de apoio, que Mintzberg (2003) denominou de
Adhocracia Administrativa, e o núcleo operacional, denominado de Adhocracia
Operacional. Utiliza com intensidade os instrumentos de interligação para a
coordenação de atividades diversificadas, tem forte especialização horizontal de
trabalho. O treinamento é utilizado de forma intensa. Os agrupamentos ocorrem
tanto em forma funcional como de mercado. O ambiente é complexo e dinâmico. O
sistema técnico é sofisticado e automatizado.Como exemplo, Mintzberg (2003) cita as agências espaciais, empresas
cinematográficas, fábrica de protótipos, empresas petroquímicas etc. Segundo
Mintzberg (2003) a inovação é a chave para se configurar a organização de forma
Adhocrática.
A Adhocracia reúne especialistas de diferentes áreas em equipes de projeto
que funcionam regularmente. A estrutura é orgânica, com pouca formalização do
comportamento. Os processos de comunicação fluem em todas as direções,passando inclusive por cima da cadeia de autoridade. A Adhocracia se utiliza
bastante da estrutura matricial para reunir indivíduos com habilidades e
conhecimentos diversificados.
A coordenação é efetuada por pessoas com conhecimentos, isto é, os
especialistas, levando ao ajustamento mútuo. São criados cargos para integrar e
interligar as equipes de trabalho, podendo estas equipes ser agrupadas por função
ou por mercado. Normalmente estas equipes são pequenas, requerendo um grande
número de gerentes integradores.
A Adhocracia Operacional inova e soluciona os problemas ligados
diretamente com seus clientes. Nela se misturam as atividades operacionais e
administrativas. Já na Adhocracia Administrativa, aprovado o projeto, este é
executado por uma área com configuração da Burocracia Mecanizada.
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FIGURA 7: Configuração da Estrutura Adhocrática Operacional.Fonte: Mintzberg, 2003, p. 291.
FIGURA 8: Configuração da Estrutura Adhocrática Administrativa.Fonte: Mintzberg, 2003, p. 291.
Cúpula Estratégica
Linha intermediária,Assessoria de apoio
TecnoestruturaNúcleo o eracional
Cúpula Estratégica
Linha intermediária,Assessoria de apoio
Tecnoestrutura
Núcleo operacional em formade estrutura burocrática
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AULA 3 – Estruturas Organizacionais: por que diferem?Influências no comportamento do funcionário.
5 POR QUE AS ESTRUTURAS DIFEREM ENTRE SI?
De acordo com Robbins (2005), pode-se classificar os modelos de estrutura
organizacional em dois extremos. Em um dos extremos pode-se classificar o modelo
de estrutura como mecanicista. Ele geralmente é sinônimo de burocracia, com
extensa departamentalização, alta formalização, rede limitada de informações(principalmente com comunicação descendente) e pouca participação dos baixos
escalões no processo decisório.
No outro extremo está o modelo orgânico (adhocrático), que lembra bastante
a organização sem fronteiras. Ele é “achatado”, utiliza equipes multifuncionais, tem
baixa formalização, possui uma ampla rede de informações (utilizando a
comunicação lateral e ascendente, além da descendente) e envolve uma grande
participação no processo decisório.
Com estes dois modelos, estamos preparados para responder à questão: por
que algumas organizações são estruturadas em termos mecanicistas enquanto
outras seguem características orgânicas? Quais são as forças que influenciam essas
escolhas? A seguir serão discutidas as principais forças identificadas como causas
ou determinantes de uma estrutura organizacional.
5.1 Estratégia
De acordo com Robbins (2005), a estrutura de uma organização é um meio
para ajudar a administração a conquistar seus objetivos. Portanto, a estrutura deve
estar alinhada à estratégia organizacional.
A maioria dos modelos estratégicos de hoje foca três dimensões da estratégia
– inovação, minimização de custos e imitação – e o sistema estrutural mais
adequado para cada uma delas.
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Uma estratégia de inovação não é uma estratégia só para pequenas
mudanças cosméticas no que já é oferecido, mas uma orientação para novidades
realmente singulares. Como exemplo de empresas que utilizam essa estratégia
pode-se citar a 3M ou a Appe.
Normalmente, a estrutura utilizada por estas empresas é uma estrutura
orgânica com baixa especialização, baixa formalização e descentralizada.
Uma estratégia de minimização de custos está relacionada com o controle
rigoroso de seus custos, limita os gastos com inovações desnecessárias ou esforço
de marketing e reduz o preço de venda de produtos básicos. Esta é a descrição da
estratégia da rede Wal-Mart ou de empresas que comercializam produtosalimentícios.
Normalmente, a estrutura é mecanicista com controle rígido, especialização
extensiva do trabalho, alta formalização, alta centralização.
Uma estratégia de imitação tenta capitalizar as vantagens das duas
anteriores. As empresas buscam minimizar riscos e maximizar as oportunidades de
lucro. Sua estratégia é entrar em novos mercados ou lançar novos produtos só
depois que a viabilidade deles tiver sido testada pelos inovadores. Elas tomam aidéias dos inovadores e as copiam. Os fabricantes de artigos de moda em massa,
que “roubam” as idéias dos estilistas, seguem essa estratégia. Essa estratégia é
característica de empresas como a IBM e a Caterpillar. Elas seguem seus
concorrentes menores e mais inovadores com produtos melhores, mas somente
depois que os concorrentes demonstraram que há mercado para esses produtos.
Normalmente, a estrutura é uma combinação da forma orgânica com a forma
mecânica. Adotam um modelo mecanicista para manter controles rígidos e custos
baixos em suas atividades vigentes e, ao mesmo tempo, criam subunidades
orgânicas voltadas à busca de novidades.
5.2 Tamanho da organização
Conforme Robbins (2005), existem evidências consideráveis de que o
tamanho da organização influencia significativamente sua estrutura. Por exemplo, as
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grandes organizações – aquelas que empregam 2000 ou mais pessoas – tendem a
ter mais especialização, maior departamentalização, mais níveis verticais e mais
regras e regulamentos do que as empresas pequenas.
Portanto, uma organização de grande porte tende a ser mais mecanicista.
5.3 Tecnologia
O significado do termo tecnologia, neste tema, está relacionado aos meios
pelos quais uma empresa transforma insumos em resultados. De acordo com
Robbins (2005), toda organização tem pelo menos uma tecnologia para converter
seus recursos financeiros, humanos e físicos em produtos ou serviços.
A Ford Motors, por exemplo, utiliza predominantemente o processo de linha
de montagem para fabricar seus produtos. Por outro lado, as universidades podem
utilizar diversas técnicas didáticas – aulas expositivas, método de estudo de casos, o
método de exercícios práticos, o ensino programado e assim por diante. (ROBBINS,
2005)De acordo com Robbins (2005), as estruturas organizacionais se adaptam às
suas tecnologias. O tema comum da diferenciação de tecnologias é seu grau de
rotinização. Isso significa que as tecnologias tendem para atividades rotineiras ou
não-rotineiras.
Nas atividades rotineiras, as operações são automatizadas e padronizadas.
As atividades não-rotineiras são personalizadas, elas incluem atividades variadas,
como restauro de móveis, confecção sob medida e pesquisa genérica.
Conforme Robbins (2005), as atividades rotineiras estão associadas a
estruturas mais verticalizadas e departamentalizadas. A relação entre tecnologia e
formalização é bastante acentuada. Estudos mostram que a rotina está associada à
presença de manuais de regras, descrição de tarefas e outras documentações
formais. As tecnologias rotinizadas estão associadas às estruturas centralizadas.
As tecnologias não-rotinizadas, que dependem do conhecimento dos
especialistas, são vinculadas à delegação da autoridade decisória.
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As tecnologias rotinizadas devem ser associadas a um controle centralizado
quando houver um mínimo de regras e regulamentos. Contudo, se a formalização for
alta, a tecnologia rotinizada poderá ser acompanhada de descentralização. Assim,
podemos prever que a tecnologia rotinizada leva à centralização, mas apenas
quando a formalização é baixa. (ROBBINS, 2005)
5.4 Ambiente
Conforme Robbins (2005), o ambiente de uma organização é composto pelas
instituições ou forças externas que têm o potencial de afetar o seu desempenho.
Elas incluem, tipicamente, fornecedores, clientes, concorrentes, agências
regulatórias do governo, grupos de opinião pública e outros. A estrutura de uma
organização é afetada pelo ambiente devido às incertezas desse ambiente.
Algumas organizações enfrentam ambientes relativamente estáveis – neles,
poucas forças estão em mutação. Não há, por exemplo, novos concorrentes,
nenhuma inovação tecnológica por parte da atual concorrência nem atividades de
grupos de opinião pública que possam influenciar a organização.
Outras empresas enfrentam ambientes muito dinâmicos – mudanças rápidas
de legislação que afetam seus negócios, novos concorrentes, dificuldades na
aquisição de matériaprima, mudança constante nas preferências dos consumidores
a assim por diante.
De acordo com Robbins (2005), os ambientes estáveis geram bem menos
incertezas do que os dinâmicos. Como a incerteza é uma ameaça à eficáciaorganizacional, os executivos farão de tudo para minimizá-la. Uma das formas de
reduzir a incerteza ambiental é fazer ajustes na estrutura da organização.
Foram identificadas três dimensões no ambiente de uma organização: a
capacidade, a volatilidade e a complexidade. (Robbins, 2005)
A capacidade de um ambiente refere-se ao grau em que ele consegue
sustentar o crescimento. Ambientes ricos e em crescimento geram recursos
abundantes, que podem ajudar a organização em tempos de relativa escassez. A
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capacidade abundante abre espaço para que a organização cometa erros, o que
não acontece quando a capacidade é escassa.
A volatilidade está relacionada ao grau de instabilidade de um ambiente.
Onde existe um alto grau de mudança imprevisível, o ambiente é dinâmico. O
ambiente dinâmico atrapalha quando os executivos têm de fazer previsões acuradas
sobre as probabilidades associadas a diversas alternativas de decisão. No outro
extremo, está o ambiente estável.
A complexidade do ambiente está relacionada com o grau de
heterogeneidade e de concentração dos seus elementos. Os ambientes simples são
homogêneos e concentrados. Isso pode descrever a indústria do tabaco, pois hárelativamente poucos participantes. Para essas empresas, é fácil manter vigilância
sobre a concorrência. Em comparação, os ambientes caracterizados pela
heterogeneidade e pela dispersão são chamados de complexos. É o caso das
empresas que atuam com a Internet. Todos os dias parece surgir um “vizinho novo
no bairro”, que concorrerá com os provedores em atividade.
De acordo com Robbins (2005), a partir dessa definição tridimensional de
ambiente, pode-se chegar a algumas conclusões. Existem evidências querelacionam os graus de incerteza ambiental a diferentes arranjos estruturais. Mais
especificamente, quanto mais escasso, dinâmico e complexo o ambiente, mais
orgânica a estrutura deve ser. Por outro lado, quanto mais abundante, estável e
simples o ambiente, mais adequada será a estrutura mecanizada.
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6 OS MODELOS ORGANIZACIONAIS E O COMPORTAMENTO DOFUNCIONÁRIO
Conforme Robbins (2005), uma revisão das evidências que ligam as
estruturas organizacionais ao desempenho e à satisfação dos funcionários nos
conduz a uma conclusão: não se pode generalizar! Não é todo mundo que prefere a
liberdade e a flexibilidade das estruturas orgânicas. Algumas pessoas se sentem
mais satisfeitas e são mais produtivas quando seu trabalho é padronizado e a
ambiguidade é minimizada – ou seja, sob uma estrutura mecanicista.
Assim, qualquer discussão relativa aos efeitos do modelo organizacional
sobre o comportamento dos funcionários precisa considerar as diferenças
individuais.
A especialização do trabalho não é uma fonte inesgotável de produtividade
mais alta. Os problemas começam a surgir, e a produtividade a cair, quando
aumenta a insatisfação do funcionário em realizar tarefas repetitivas e limitadas.
Como a força de trabalho tornou-se mais educada e desejosa de trabalhos que
sejam intrinsecamente recompensadores, o ponto em que a produtividade começa a
declinar parece ser alcançado mais rapidamente hoje do que em décadas passadas.
(ROBBINS, 2005)
De acordo com Robbins (2005), embora mais gente hoje em dia rejeite as
tarefas superespecializadas do que as gerações anteriores, seria ingênuo ignorar a
realidade de que uma parcela da força de trabalho ainda prefere a rotina e a
repetição de trabalhos superespecializados.
Algumas pessoas querem um serviço que exija o mínimo de sua capacidadeintelectual e que ofereça a segurança da rotina. Para esses indivíduos, a alta
especialização do trabalho é fonte de satisfação.
Como existe uma certa autosseleção na escolha das carreiras, pode-se
concluir que os resultados comportamentais negativos da alta especialização têm
maior probabilidade de aparecer em carreiras de profissionais com alta qualificação,
almejadas por indivíduos com grande necessidade de crescimento pessoal e de
diversidade.
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Conforme Robbins (2005), não há evidência suficiente para corroborar uma
relação entre a amplitude de controle e o desempenho do funcionário. Embora
possa existir a percepção que uma grande amplitude de controle pode levar a um
desempenho melhor do funcionário por permitir uma distância maior da supervisão e
dar mais oportunidade para a iniciativa pessoal, as pesquisas não corroboram essa
posição. O motivo pode ser imputado às diferenças individuais: alguns preferem ficar
sós, enquanto outros preferem a segurança de um chefe sempre presente.
Pode-se esperar que fatores como as experiências e as capacidades dos
funcionários, bem como a estrutura de suas tarefas, possam explicar quando uma
amplitude de controle grande ou pequena contribuirá para seu desempenho e
satisfação. Contudo, existe alguma evidência de que a satisfação de um executivo
aumenta conforme o crescimento do número de subordinados sob sua supervisão.
De acordo com Robbins (2005), foram encontradas evidências
suficientemente fortes que relacionam a centralização e a satisfação ao trabalho. De
maneira geral, as organizações menos centralizadas possuem uma quantidade
maior de participação no processo decisório. As evidências indicam que a
participação no processo decisório está positivamente relacionada à satisfação no
trabalho, mas, novamente, surgem diferenças individuais. A relação entre
descentralização e satisfação é mais forte entre os funcionários com baixa
autoestima. Como estes indivíduos têm menos confiança em suas próprias
habilidades, eles preferem compartilhar as decisões, o que significa não ter de
enfrentar sozinhos a responsabilidade pelos resultados.
Robbins (2005) conclui que para maximizar o desempenho e a satisfação dos
funcionários, deve-se levar em consideração as diferenças individuais – comoexperiência, personalidade e tarefa.
A cultura nacional também influencia a preferência pela estrutura e, por isso,
deve ser levada em conta. As organizações que trabalham com pessoas oriundas de
países com culturas de grande distância do poder – como é o caso da Grécia, da
França e da maioria dos países latino-americanos – terão funcionários muito mais
propensos a aceitar o modelo mecanicista do que as que empregam gente que vem
de países com pouca distância do poder.
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Assim, é preciso considerar as diferenças culturais juntamente com as
diferenças individuais ao fazer previsões sobre como a estrutura afetará o
desempenho e a satisfação dos funcionários.
Robbins (2005) ainda comenta que as pessoas não selecionam seus
empregadores de maneira aleatória. Existem evidências substanciais de que os
indivíduos são atraídos, selecionados e permanecem em organizações que se
ajustam às suas características pessoais. Os candidatos que preferem a
previsibilidade, por exemplo, provavelmente buscarão emprego em estruturas
mecanicistas, enquanto os que gostam de autonomia tenderão mais para os
modelos orgânicos. Dessa forma, os efeitos da estrutura sobre o comportamento do
funcionário são indubitavelmente reduzidos quando o processo de seleção facilita a
adequação das características individuais com as da organização.
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REFERÊNCIAS
MINTZBERG, Henry; tradução Ailton Bomfim Brandão. Criando
Organizações Eficazes: estruturas em cinco configurações – 2. ed.São Paulo: Atlas, 2003.
ROBBINS, Stephen Paul; tradução técnica Reynaldo Marcondes.Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson PrenticeHall, 2005, 514p.