Apostila 2-2010 Profa. Yara Marisol Pedagogia

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LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS - II Material organizado pelos professores de LPT II do curso de Pedagogia da UNINOVE (2 o semestre 2010) [email protected] 1

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LEITURA E PRODUO DE TEXTOS - IIMaterial organizado pelos professores de LPT II do curso de Pedagogia da UNINOVE (2o semestre 2010)[email protected]

ALUNO:

R.A.

CURSO:

UNIDADE:

SEJA A MUDANA QUE VOC QUER VER NO MUNDO 1

(D.LAMA)

O Professor Est Sempre Errado! Quando jovem, no tem experincia. velho, est superado. No tem automvel, um coitado.Tem automvel, chora de ? barriga cheia?. Fala em voz alta, vive gritando.Fala em tom normal, ningum escuta. No falta s aulas, um Caxias. Precisa faltar, ?turista?. Conversa com os outros professores, est malhando os alunos. No conversa, um desligado. D muita matria, no tem d dos alunos. D pouca matria, no prepara os alunos. Brinca com a turma, metido a engraado. No brinca com a turma, um chato. Chama ateno, um grosso. No chama ateno, no sabe se impor. A prova longa, no d tempo. A prova curta, tira as chances do aluno. Escreve muito, no explica. Explica muito, o caderno no tem nada. Fala corretamente, ningum entende. Fala a lngua do aluno, no tem vocabulrio. Exige, rude. Elogia, debochado. O aluno reprovado, perseguio. O aluno aprovado, deu mole. , o professor est sempre errado mas, sevoc conseguiu ler at aqui, agradea a ele!?1 POR QUE ESTUDAR? (O texto abaixo foi adaptado de: Programa http://campus.sapo.pt/7C03/353293.html) Aprendendo a Aprender,

A sociedade capitalista oferece diversas opes de lazer: cinema, jogos, bares, festas, danceterias, conversas com amigos, etc. Ao se ver diante dessa grande oferta de lazer, o estudante, possivelmente, questionar: "Por que estudar? Por que ir s aulas?"2

Se sua resposta for: Estudo para atender uma exigncia dos meus pais. hora de comear a pensar por sua prpria cabea e exercer seu poder de deciso. Muitas vezes, os filhos seguem a vontade dos pais para no se responsabilizarem por seus prprios erros ou fracassos. a individualidade e a liberdade que devem motivar a ao do ser humano. Estudo para satisfazer o estatuto social. As pessoas tm a necessidade de se sentirem aceitas pelo grupo social. No entanto, estudar para satisfazer a sociedade uma tima receita para a frustrao e o fracasso. Qualquer que seja o motivo para estudar, importante tomar conscincia de que foi uma escolha sua. Portanto, voc responsvel por ela e pela sua concretizao. O desejo de estudar deve estar dentro de voc, pois a curiosidade e a vontade de aprender so motivaes prprias de todos os seres humanos e transformam as dificuldades dos estudos em desafios a serem enfrentados e vencidos. 2 QUE TIPO DE OUVINTE VOC ? (O texto abaixo foi adaptado de: Programa http://campus.sapo.pt/7C03/353293.html) Aprendendo a Aprender,

Freqentemente, o aluno sai de uma aula acreditando que seria melhor no ter ido para a faculdade, cr que nada aprendeu e que s perdeu o seu tempo. Em seguida, buscar um culpado. Se isso ocorre com voc, pare e reflita: durante a aula, quanto tempo voc ficou conversando com os colegas? Voc fez as anotaes da aula ou somente desenhos? A responsabilidade por essa insatisfao nem sempre do professor ou da matria que muito difcil. Muitas vezes, a postura do aluno inadequada em relao aula e ao contedo. s vezes, adotamos uma postura de ouvinte, que no a mais adequada aprendizagem e como tal possumos maus hbitos. hora de se questionar: que tipo de ouvinte sou eu? Tipos de ouvinte: Menospreza o assunto: Acha que o tema da aula desinteressante, por isso no desperta a sua ateno. G. K. Chesterton disse: Neste mundo no existem assuntos desinteressantes, apenas pessoas desinteressadas. Um bom ouvinte procura sempre encontrar algo de interessante e novo a aprender sobre qualquer assunto. Procure descobrir um motivo para aprender. Critica o orador: responsabiliza o professor por no prender sua ateno ou no gosta da forma como ele ensina e usa isso como uma desculpa para no se manter atento. Pode manter a sua opinio sobre a forma de ensinar do professor e, ainda assim, manter a ateno e interesse naquilo que est sendo dito. Quanto maior a ateno no contedo da mensagem, menor importncia ter para a forma como transmitida. Lembre que a responsabilidade de interesse e compreenso est em voc e no no professor.3

Rejeita antecipadamente: o ouvinte rejeita o contedo e no ouve a mensagem at o fim. Desiste de ouvi-la, porque no concorda ou no gosta do que ouve. Procure adotar uma deciso ou uma opinio somente aps ter ouvido tudo que envolve o assunto. importante analisar o seu ponto de vista antes de concordar ou rejeitar. Quanto a temas cujas idias j foram pr-concebidas, veja-os como uma oportunidade para conhecer melhor o que causa essa reao de rejeio para rever a sua opinio ou refor-la. No use um preconceito como desculpa para no aprender. D importncia somente aos fatos: um bom ouvinte procura ouvir as idias principais e encadear os acontecimentos. De que interessa conhecer os fatos se voc no compreender o seu significado ou em que contexto que surgem? Procura perceber a relao que estabelecem com o assunto que est a aprender e de que maneira sustentam o ponto de vista do professor. Finge estar atento: um olhar e postura fixa no professor no significam, necessariamente, concentrao. Um bom ouvinte no relaxado nem passivo. Tem uma escuta ativa, dinmica e construtiva. Distrado: distrai-se com facilidade e, s vezes, at distrai os outros conversando ou fazendo barulho e no se esfora para combater a sua distrao. Procure combater essa tendncia de ceder a distraes e concentre, sistematicamente, a sua ateno na informao que recebe do professor. Evita as aulas mais complexas: e adia enfrentar suas dificuldades em compreender a matria. Apesar de proporcionar um alvio provisrio, voc estar acumulando o contedo que lhe parece complicado, bem como as suas dificuldades em relao a ele. Quanto mais cedo enfrentar essas aulas, menor ser o esforo desempenhado para compreend-las e maior ser o seu interesse. No faz anotaes das aulas: porque acredita que no vale a pena ou porque ir copiar as anotaes feitas por um colega. Fazer os seus apontamentos ajuda a focar a sua ateno e testam a sua compreenso do assunto. Faa apontamentos das idias principais da aula. Concentre-se nas pistas do professor, que podem ser, material escrito no quadro, maior nfase dada a determinadas partes com exemplos ou repeties ou mesmo com alteraes do tom de voz. Anote tambm os resumos dados no incio e no fim de cada aula. Prepare-se para cada aula relendo os seus apontamentos da aula anterior.

3 COMO ESTUDAR? O que diferencia um aluno mediano de um gnio? Muitas vezes, apenas a maneira como cada um estuda. A aprendizagem requer tempo para ser bem sucedido nos estudos, no basta apenas assistir s aulas ou memorizar alguns conceitos. A aprendizagem ocorre quando se capaz de relacionar conceitos, aqueles j aprendidos com os novos, de fazer questionamentos, de averiguar a veracidade dos fatos, de raciocinar sobre um determinado problema e buscar solues. Conclui-se, ento, que a aprendizagem gradual e exigir que voc reserve horrios de estudo.4

A aprendizagem contnua sempre possvel aprofundar, aperfeioar o conhecimento que temos em relao a um determinado tema ou assunto aprendido. Os requisitos para essa permanente aprendizagem so a motivao e o interesse do indivduo e a importncia do tema para a formao global do estudante. Dificuldades e frustraes: o outro lado da aprendizagem encontrar dificuldades nos estudos faz parte do prprio processo de aprendizagem. Quem afirma no ter dificuldades para aprender, provavelmente, est apenas memorizando alguns conhecimentos que sero rapidamente esquecidos. Compreender e assimilar um conhecimento exige tempo e, nesse percurso, sempre enfrentamos dificuldades. Por isso, necessrio que o aluno estude com antecedncia e no no dia de uma avaliao. Cada pessoa tem seu ritmo de aprendizagem. Portanto, voc quem estabelece quanto tempo necessita de estudo para cada disciplina (matria). Se o tempo de estudo no for devidamente planejado, o aluno tender a ficar ansioso e angustiado, prejudicando a aprendizagem e, conseqentemente, poder obter um resultado inferior sua capacidade. necessrio estar preparado para lidar com possveis frustraes, pois nem sempre o resultado de um trabalho ou avaliao corresponde s suas expectativas. Lembre-se de que os erros, tambm, so educativos. Verificar onde est o erro uma oportunidade de aprendizagem. Superar as dificuldades, aceitar e transpor os erros, trabalhar os sentimentos de falta de confiana e frustrao, faro com que o estudante amadurea e seja capaz de enfrentar novos desafios. Atividades de lazer ao ingressar na Universidade, muitos alunos acreditam que ser necessrio abrir mo das atividades de lazer e diverso. Ao contrrio, aprende mais e melhor o aluno que se sente bem e feliz consigo. necessrio apenas planejar atividades de lazer e diverso de maneira equilibrada. Planeje tempo para estudar e tempo para lazer. Aprendizagem eficiente voc deve se auto-analisar para identificar qual a maneira mais eficiente para voc estudar e aprender. Se os indivduos so diferentes entre si, provavelmente, as tcnicas de estudo de um aluno podem no servir para outro. H pessoas que aprendem somente ouvindo, como h aquelas que aprendem lendo, escrevendo ou vivenciando o tema na prtica. Alguns alunos preferem estudar individualmente e outros em grupo, discutindo e esclarecendo dvidas. Trace j o seu perfil de estudo, pois tempo e conhecimento no podem ser desperdiados. 4- COMO FAZER ANOTAES O texto abaixo foi extrado de: ORENSTEIN, Benny. Como estudar. Disponvel: http://www.enaol.com/educando/leitura.htm, (20 de fevereiro de 2005) A escrita um poderoso instrumento para preservar o conhecimento. Tomar notas a melhor tcnica para guardar as informaes obtidas em aula, em livros, em pesquisas de campo. Manter os apontamentos fundamental. Logo,5

nada de rabiscar em folhas soltas. Mas tambm no se deve ir escrevendo no caderno tudo que se ouve, l ou v. Tomar notas supe rapidez e economia. Por isso, as anotaes tm de ser: suficientemente claras e detalhadas, para que sejam compreendidas mesmo depois de algum tempo; suficientemente sintticas, para no ser preciso recorrer ao registro completo, ou quase, de uma lio. Anotar uma tcnica pessoal do estudante. Pode comportar letras, sinais que s ele entenda. Mas h pontos gerais a observar. Quando se tratar de leitura, no basta sublinhar no livro. Deve-se passar as notas para o caderno de estudos. O aluno tem de se acostumar sntese: aprender a apagar mentalmente palavras e trechos menos importantes para anotar somente palavras e conceitos fundamentais. Outros recursos: jamais anotar dados conhecidos a ponto de serem bvios; eliminar artigos, conjunes, preposies e usar abreviaturas. preciso compreender que anotaes no so resumos, mas registros de dados essenciais. 5 OS INTRUMENTOS DE TRABALHO (O texto abaixo foi extrado de: SEVERINO, Antnio Joaquim. Metodologia do trabalho cientfico. 21. ed. rev. e ampl. So Paulo: Cortez, 2000.) A formao universitria acarreta quase sempre atividades prticas, de laboratrio ou de campo, culminando no fornecimento de algumas habilidades profissionais prprias de cada rea. Naturalmente, as vrias reas exigem, umas mais, outras menos, essa prtica profissional. Contudo, antes de a chegar, faz-se necessrio um embasamento terico pelo qual responde, fundamentalmente, o ensino superior. Essa fundamentao terica das cincias, das artes e das tcnicas justificativa essencial desse nvel de ensino. E por a que se inicia a tarefa de aprendizagem na universidade. A assimilao desses elementos feita atravs do ensino em classe propriamente dito, nas aulas, mas garantida pelo estudo pessoal de cada estudante. E por isso que precisa ele dispor dos devidos instrumentos de trabalho que, em nosso meio, so fundamentalmente bibliogrficos. (p. 24) Ao dar incio a sua vida universitria, o estudante precisa comear a formar sua biblioteca pessoal, adquirindo paulatinamente, mas de maneira bem sistemtica, os livros fundamentais para o desenvolvimento de seu estudo. Essa biblioteca deve ser especializada e qualificada. As obras de referncia geral, os textos clssicos esgotados, so encontrados nas bibliotecas das universidades, das vrias faculdades ou de outras instituies. E, no momento oportuno, essas bibliotecas devem ser devidamente exploradas pelo estudante. O estudante precisa munir-se de textos bsicos para o estudo de sua rea especfica, tais como um dicionrio, um texto introdutrio, um texto de histria, algum possvel tratado mais amplo, algumas revistas especializadas, todas obras especficas sua rea de estudo e a reas afins. Posteriormente, medida que o curso for avanando, deve adquirir os textos monogrficos e especializados referentes matria.6

Esses textos bsicos aqui assinalados tm por finalidade nica criar um contexto, um quadro terico geral a partir do qual se pode desenvolver a aprendizagem. Esses textos exercem, portanto, papel meramente propedutico1, situando-se numa etapa provisria de iniciao. No se trata de maneira alguma de restringir o estudo aos manuais ou, pior ainda, s apostilas. Eles se fazem necessrios, contudo, nesse momento de iniciao, sobretudo para complementar as exposies dos professores em classe, para servir de base de comparao com algum texto porventura utilizado pelos professores, enfim, para fornecer o primeiro instrumental de trabalho nas vrias reas, o vocabulrio bsico, os elementos do cdigo das vrias disciplinas. Esses textos desempenham, pois, o papel de fontes de consultas das primeiras categorias a partir das quais se desenvolvero os vrios discursos cientficos. Naturalmente, medida do avano e do aprofundamentos do estudo, sero progressivamente substitudos pelos textos especializados, pelos estudos monogrficos resultantes das pesquisas elaboradas pelos vrios especialistas com os quais o estudante dever conviver por muito tempo. Numa fase mais avanada de seus estudos, e sobretudo durante sua vida profissional, esses textos formaro a biblioteca do estudante, lanando as linhas mestras do seu pensamento cientfico organicamente estruturado. Nesse momento, os textos introdutrios s sero utilizados para cobrir eventuais lacunas do processo seqencial de aprendizagem. Frise-se, porm, que, na universidade, no se pode passar o tempo todo estudando apenas textos genricos, comentrios e introdues, embora, pelo menos (p. 25) nas atuais condies, iniciar o curso superior nica e exclusivamente com textos especializados, sem nenhuma propedutica terica, seja um empreendimento de resultados pouco convincentes. Embora essa concepo de muitos professores universitrios decorra do esforo para criar maior rigor cientfico, tal prtica no se recomenda como norma geral. Seus resultados histricos so, em alguns casos, brilhantes, mas foram obtidos com sacrifcio de muitas potencialidades que se perderam neste salve-se-quem-puder que acaba agravando a situao de discriminao e de seleo de nosso ensino superior. O universitrio deve poder passar por um encaminhamento lgico que inicie ao pensar, por mais que o professor no goste de executar essa tarefa. Ao professor no basta ser um grande especialista: preciso dar-se conta de que tambm um professor e mestre, conseqentemente, um educador inserido numa situao histrico-cultural de um pas que no pode desconhecer. Isto no quer dizer que o professor sabe tudo: mas que deve saber, pelo menos, conduzir os alunos a descobrirem as vias de aprendizagem. O uso inteligente desses textos auxiliares no prejudicar, em hiptese alguma, a qualificao do ensino A essa altura das consideraes sobre os instrumentos de trabalho de que o estudante universitrio deve munir-se, preciso dar nfase s revistas, as grandes ausentes do dia-a-dia do trabalho acadmico em nosso meio universitrio. A assinatura de peridicos especializados hbito elementar para qualquer estudante exigente. Tais revistas mantm atualizada a informao sobre as pesquisas que se realizam nas vrias reas do saber, assim como sobre a bibliografia referente s mesmas. Em algumas reas, acompanham essas revistas1

Propedutico: que serve de introduo; preliminar; que prepara para receber ensino mais completo.7

repertrios bibliogrficos, outro indispensvel instrumento do trabalho cientfico. A funo da revista enquadra-se na vida intelectual do estudante enquanto lhe permite acompanhar o desenvolvimento de sua cincia e das cincias afins. Com efeito, ao fazer o curso superior, o estudante levado a tomar conhecimento de todas as aquisies da cincia de sua especialidade, obtidas durante toda a sua formao. Esse acervo cultural acumulado, porm, continua desenvolvendo-se dinamicamente. Por isso, alm de assimilar essas aquisies, deve passar a seguir sua soluo, que estaria a cargo dessas publicaes peridicas. O mnimo que uma revista fornece so informaes bibliogrficas preciosas, alm de resenhas e de outros dados sobre a vida cientfica e cultural. (p. 26) Deve ser igualmente estimulada entre os universitrios, de maneira incisiva, a participao em acontecimentos extra-escolares, tais como simpsios, congressos, encontros, semanas etc. (...) Quando se fala aqui desses instrumentos tericos especializados, livros ou revistas, considerados como base para o estudo e pesquisa dos fatos e categorias fundamentais do saber atual, no se quer fazer apologia2 da hiperespecializao, hermtica3 e isolada. Pelo contrrio, a interdisciplinaridade um pressuposto bsico de toda formao terica. As disciplinas no se isolam no contexto terico: se o curso do aluno define o ncleo central de sua especializao, de se notar que sua formao exigir igualmente abertura de complementao para reas afins com o objetivo de ampliar o referencial terico. Por isso importante familiarizar-se com o material relativo a essas disciplinas afins. Assim, no s textos bsicos, mas tambm revistas de reas complementares da sua especializao, devem, paulatinamente e sistematicamente, ser adquiridos, na medida do possvel. (...) Dentre os instrumentos para o trabalho cientfico disponveis atualmente, cabe dar especial destaque aos recursos eletrnicos gerados pela tecnologia informacional. De modo especial, cabe referir rede mundial de computadores, a Internet, e aos muitos (p. 27) recursos comunicacionais da multimdia, como os disquetes e CD-ROMs. (p. 28)

6 IMPORTNCIA DA DISCIPLINA NOS ESTUDOS (O texto abaixo foi extrado de: SEVERINO, Antnio Joaquim. Metodologia do trabalho cientfico. 21. ed. rev. e ampl. So Paulo: Cortez, 2000.) (...) Em virtude de os universitrios brasileiros, na sua grande maioria, disporem de pouco tempo para seus cursos e exercerem funes profissionais concomitantes ao curso superior, exige-se deles organizao sistemtica do pouco tempo disponvel para o estudo em casa, indispensvel para um aproveitamento mais inteligente do seu curso de graduao, com um mnimo de capacitao2 3

Apologia: discurso para justificar, defender ou louvar. Hermtica: inteiramente fechado.8

qualitativa para as etapas posteriores tanto numa eventual seqncia de seus estudos, como na continuidade de suas atividades profissionais definidas e oficializadas pelo seu curso. No se trata de estabelecer uma minuciosa diviso do horrio de estudo: o essencial aproveitar sistematicamente o tempo disponvel, com uma ordenao de prioridades. Tambm no vem ao caso discutir as condies de ordem fsica e psquica que sejam melhores para o estudo, muito dependentes das caractersticas pessoais de cada um, sendo difcil estabelecer normas gerais que acabam caindo numa tipologia artificial. Feito o levantamento do tempo disponvel, predetermina-se um horrio para o estudo em casa. E uma vez estabelecido o horrio, necessrio comear sem muitos rodeios e cumpri-lo rigorosamente, mantendo um ritmo de estudo. Vencida a fase de aquecimento e seguindo as diretrizes apresentadas para a explorao (p. 31) do material, a produo do trabalho torna-se eficiente, fluente e at mesmo agradvel. Tais diretrizes so aplicveis igualmente ao estudo em grupo. Uma vez reunidos no horrio combinado, os elementos do grupo devem desencadear o trabalho sem maiores rodeios, definindo-se as vrias tarefas, as vrias etapas a serem vencidas e as vrias formas de procedimento. Quando o perodo de estudos ultrapassar duas horas, faz-se regra geral um intervalo de meia hora para alterao do ritmo de trabalho. Esse intervalo tambm precisa ser seguido risca. Recomenda-se distribuir um tempo de estudo para os vrios dias da semana, com objetivo de revisar a matria ou preparar aulas das vrias disciplinas nos perodos imediatamente mais prximos s suas aulas. Caso haja necessidade de um perodo maior de concentrao, a distribuio do tempo para as vrias matrias levar em conta a carga de trabalho de cada uma e o grau de dificuldade das mesmas. (p. 32)

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Nome da disciplina: Leitura e Produo Carga Horria: 80 horas Semestre: 2 Grade/Ano: 2010 Textual II Perfil docente: Licenciado em Letras e reas afins, Titulao: Mestre, Especialista preferencialmente, com Mestrado em Letras. Ementa: O curso articula-se em sequncias didticas que enfocam a progresso do repertrio de textos representativos de cada modalidade, argumentao do texto e o seu planejamento, contemplando sua reviso, refaco e avaliao, inserindo, ainda, temas polticos, sociais e econmicos contemporneos, aderentes rea especfica da carreira. Alm disso, o curso tambm contempla aspectos relacionados pesquisa acadmica, a saber: autonomia e produo acadmica, a linguagem cientfica, pensamento cientfico, projeto de pesquisa, organizao e reconhecimento da estrutura e caractersticas de um artigo cientfico. Objetivos: Desenvolver no aluno as competncias necessrias para o planejamento de textos de diferentes; habilitar o aluno a reconhecer os diferentes gneros textuais; desenvolver a competncia de produo de textos de vrios gneros, conforme suas organizaes macro-estruturais; tornar o aluno proficiente em ler e escrever textos argumentativos variados. No que se refere pesquisa: Proporcionar uma adequada formao acadmica e profissional. Desenvolver a autonomia do corpo discente atravs da motivao e participao, da conscientizao e do pensamento cientfico. Valorizar, orientar e divulgar a produo acadmica discente. Educar para a cidadania. Planograma: 1. Definio e anlise de texto (reviso: identificao de tema, recorte, objetivo, idias principais, paragrafao) 2. Descrio: definio, caractersticas e tipos de descries. (poesia infantil) 3. Narrao e descrio (distines e anlise da estrutura da narrativa); as diversas formas narrativas 4. Produo de um texto descritivo; anlise de um texto narrativo (conto de fadas; narrativa infantil) 5. Dissertao: aspectos do texto dissertativo 6. Dissertao, argumentao e persuaso; tipos de argumentos. Anlise de textos argumentativos 7. Leitura e anlise de textos jornalsticos; 8. Produo de um texto dissertativo-argumentativo; 9. Conceito de cincia e de pesquisa. 10. A linguagem cientfica. 11. Principais normas de trabalhos acadmicos: ABNT (capa, bibliografia, citao e referncia) 12. Resumo e resenha (reviso) 15. Elaborao de uma resenha crtica; resumo de um texto acadmico; 16. O projeto cientfico; 17. Itens de um projeto cientfico (tema, ttulo, sumrio, introduo, justificativa, objetivos, cronograma, referncias, anexos) 18. Elaborao de projeto de pesquisa; 19. Artigo cientfico: estrutura e esquema; 20. Elaborao em grupo de um pr-projeto de pesquisa; Anlise ou resumo de um artigo cientfico. Metodologia: Aulas expositivas, trabalhos individual e em grupo, leitura e produo de textos diversos, atividades diversificadas, reescrita de textos dos alunos. Aulas expositivas, apresentaes orais, aulas na biblioteca e laboratrio de informtica, exerccios peridicos. Produo de um projeto. Fichamento de artigo. Avaliao: Ser composta por duas notas, formadas pelo seguinte sistema de avaliao: A1: Avaliao escrita individual + Atividades em grupo em sala de aula e fora dela A2: Avaliao escrita individual + Seminrio em grupo: elaborao e apresentao de um pr-projeto de pesquisa Bibliografia Bsica: KCHE, Jos Carlos. Fundamentos de metodologia cientfica: teoria da cincia e iniciao pesquisa. Petrpolis: Vozes, 1997. FIORIN, Jos Luiz; SAVIOLI, Francisco Plato. Para entender o texto: leitura e redao. So Paulo: tica, 2002. Bibliografia Complementar: BERVIAN, Pedro Alcino e CERVO, Amado Luiz. Metodologia cientfica. So Paulo: Prentice Hall, 2002. FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristvo. Prtica de texto para estudantes universitrios. Petrpolis, RJ: Vozes, 1992. GARCIA, Othon Marques. Comunicao em prosa moderna. 14. Ed. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1988.

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APRESENTAO VISUAL DA REDAOO aluno deve preencher corretamente todos os itens do cabealho com letra legvel. Centralizar o ttulo na primeira linha, sem aspas e sem grifo. Pular uma linha entre o ttulo e o texto para ento iniciar a redao. Fazer pargrafos distando mais ou menos trs centmetros da margem e mant-los alinhados. No ultrapassar as margens (direita e esquerda) e tambm no deixar de atingi-las. Evitar rasuras e borres. O erro dever ser anulado com um trao apenas. Apresentar letra legvel, cursiva ou de forma. Distinguir bem as maisculas das minsculas, especialmente no uso de letra de forma. No exceda o nmero de linhas pautadas ou pedidas como limites mximos e mnimos. Escrever apenas com caneta preta ou azul. O rascunho ou esboo das idias podem ser feitos a lpis e rasurados. O texto definitivo no ser corrigido em caso de utilizao de lpis ou caneta vermelha, verde, etc. Lembretes Antes de comear a escrever, faa um esquema de seu texto, dividindo em pargrafos as idias que pretende expor. Isso evita repetio ou esquecimento de alguma idia. Cheque se os pontos de vista que voc vai defender no so contraditrios em relao tese. No tenha preguia de refazer seu texto vrias vezes. a melhor maneira de se chegar a um bom resultado. Enquanto escreve, tenha sempre mo um dicionrio para checar a grafia das palavras e descobrir sinnimos para evitar repeties desnecessrias. Escreva o que voc pensa sobre o tema dado e no o que voc acredita que o corretor do texto gostaria que fosse escrito. Jamais analise os temas propostos movido por emoes exageradas. Nunca se dirija ao leitor. No escreva sobre o que voc no conhece, arriscando-se a incorrer em erros e imprecises. No use a 1a pessoa do singular ou plural; use a 3a pessoa do singular ou plural. Abandone de vez expresses como Na minha opinio, Eu acho que, Bom, eu.... No empregue palavras cujo significado seja desconhecido para voc. Evite utilizar noes vagas, como liberdade, democracia, injustia, conscientizao, termos que tm um significado to amplo que chegam a no significar nada. Evite expresses do tipo belo, bom, mau, incrvel, pssimo, triste, pobre, rico so juzos de valor sem carga informativa, imprecisos e subjetivos. Evite o lugar-comum: frases feitas e expresses cristalizadas, como a pureza das crianas e a sabedoria dos velhos. H crianas e velhos de todos os tipos. Evite tambm grias e a palavra coisa (procure o vocabulrio adequado a cada idia). No use o etc., nem abrevie palavras. Procure no embromar, tentando preencher mais algumas linhas. Cada palavra deve ser fundamental e informativa na redao. No repita idias tentando explic-las melhor. Se voc escrever com clareza, uma vez s basta. Cuidado com o uso inadequado de conjunes. Elas podem estabelecer relaes que no existem entre as frases e tornar o texto sem nexo.1 11

Se formular uma pergunta na tese, responda-a ao longo do texto. Evite interrogaes na argumentao e jamais as utilize na concluso. Para aprofundar seus argumentos, suas afirmaes, use exemplos, fatos notrios ou histricos, conhecimentos geogrficos, cifras aproximadas e informaes adquiridas atravs de leitura, estudo e aquisies culturais. Respeite os limites indicados: evite escrever demais, pois voc corre o risco de entediar o leitor e cometer erros. Evite oraes demasiadamente longas e pargrafos de uma s frase. D um ttulo coerente ao assunto abordado em seu texto. Releia o texto depois de rascunh-lo, para observar se voc no fugiu ao tema proposto. Passe o texto a limpo, procurando aprimorar o vocabulrio.

OBSERVAES: A) Idade - deve-se escrever por extenso at o n 10. Do n 11 em diante devem-se usar algarismos; B) Datas, horas e distncias sempre em algarismos: 10h30min, 12h, 10m, 16m30cm, 10km (m, h, km, I, g, kg). C) Palavras estrangeiras - as que estiverem incorporadas aos hbitos lingsticos devem vir sem aspas: marketing, merchandising, software, dark, punk, status, offlce-boy, hippie, show etc. O QUE VOC DEVE EVITAR NA REDAO Por ser um conjunto de opinies pessoais logicamente concatenadas, a redao deve ser precisa, rigorosa. Para despertar interesse, deve ser sugestiva e original. A vulgaridade o nvel em que a mensagem s redundncia. Vejamos os casos mais freqentes de vulgaridades, em que a redundncia desnecessria e mesmo prejudicial informao: 1.Adjetivao excessiva A incmoda e nociva poluio ambiental pode tornar o j problemtico e atrasado Brasil uma terra inabitvel. 2. Quesmo O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdolos no parece que seja certo. 3. Intromisso Cultura, na minha opinio, ... 4. Projeo da linguagem oral Hoje em dia a gente no vive, a gente vegeta; dizem que antigamente a coisa era melhor porque havia mais tempo para as diverses, para as conversas, para a famlia, e assim sucessivamente. 5. Atualidade redundante O sistema de disco laser , hoje, pouco acessvel maioria dos consumidores que,1 12

atualmente, continuam preferindo os toca-discos tradicionais. Porm, na atualidade, tem havido um crescente interesse pela aquisio dessa recente inovao tecnolgica. 6. Abstrao grosseira Porque a ns pegamos e pensamos: para onde vai a humanidade? 7. Predominncia do gerndio (endorria) Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando mais claro... 8. Palavras de introduo embromatria A vida, nica e exclusivamente, to complexa que, apesar de tudo, no obstante o que possam dizer, torna-se altamente problemtica. 9. Adjetivos cristalizados "Silncio mortal", "calorosos aplausos", "mais alta estima", "sol quente, "cabelos negros como a noite", "grande homem", sria conversa, "notvel artista", "mulher fatal, 'lbios de mel", "dentes de prola", "semblante carregado", "sinceros votos de feliz natal , merecidos aplausos", "calorosa polmica, gol espetacular", "amor inesquecvel", "alma trasbordante", esmagadora maioria". 10. Lugar-comum ou clich "Subir os degraus da glria, "fazer das tripas corao", "encerrar com chave de ouro", a nvel de", "a grosso modo, "soluo para este problema", colocar os pingos nos ii ", sair com as mos abanando", "fazer f em", "da melhor maneira possvel", "em todos os cantos do mundo, com a voz embargada pela emoo", "muita gente pensa que", "isto quer dizer que", "pedra sobre pedra", "dos males o menor", "encher os bolsos", "agora ou nunca", "contorcendo-se em dores, "chorando copiosamente", " uma vergonha". 11. Trusmo - (verdade evidente) Todos os homens so mortais. / So Paulo, o maior centro industrial da Amrica Latina./ Pel considerado rei do futebol. / A criana de hoje ser o adulto de amanh. /Os idosos so pessoas que viveram mais que os jovens. SUGESTES PARA RESPONDER MELHOR S QUESTES DISSERTATIVAS: Leia atentamente, se necessrio vrias vezes, os enunciados das questes detectando os verbos-comando que estruturam as questes. Responda exatamente o que est sendo pedido, no tente complementar suas respostas com informaes desnecessrias achando que elas iro compensar o que voc no souber responder. No se esquea de que uma resposta a uma questo dissertativa, por menor que seja, sempre um texto, sendo assim, seja claro, coeso, coerente. Suas respostas devero ter, como em qualquer outro texto, um incio um desenvolvimento e, quando necessrio, uma concluso. No responda s questes utilizando frases inteiras de textos, leia atentamente o material que esta sendo analisado e construa a resposta com o seu prprio discurso.1 13

Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de verbos-comando como transcreva, retire etc. Respeite o nmero de linhas especificado para as suas respostas. No seja muito sucinto nem muito prolixo responda de maneira que voc d conta do que est sendo pedido. Todo boa resposta geralmente se inicia com traos da questo que a originou. Ex.: Pergunta: De acordo com o texto, qual o nvel financeiro daquela populao? Resposta: De acordo com o texto, o nvel financeiro daquela populao muito baixo. No use em suas respostas grias e/ou construes tpicas da linguagem coloquial. LEITURA, ENTENDIMENTO DE QUESTES E RESPOSTAS ADEQUADAS A resoluo de exerccios e as respostas oferecidas a questes de provas tambm compreendem o entendimento e a produo de texto. A distrao aliada inconveniente pressa e dificuldade em relao aos verbos de comando so as responsveis, na maior parte das vezes, pelo mau desempenho na soluo desses problemas. H que se mergulhar na leitura para melhor compreender o sentido do texto que ora faz parte de nossa ocupao. No adianta pular etapas, pois um bom raciocnio requer comeo, meio e fim. importante lembrar sempre que cada resposta um pequeno texto e que, portanto, deve ter introduo (muitas vezes representada pela reescrita da prpria pergunta (tpico frasal), desenvolvimento (a resposta propriamente dita) e, quando possvel, concluso (fechamento do texto). Na resoluo de problemas, muitos alunos comeam a ler a questo e, sem terminar de ler todo o enunciado, acham que j sabem o que se est pedindo e fazem as contas. Mas, na verdade, no sabem realmente qual a pergunta do problema. Isso muito ruim, pois em muitos problemas a pergunta est justamente no finalzinho do enunciado. Por esse motivo, na maioria das vezes, uma questo muito fcil pode ser jogada fora por causa de uma m leitura do enunciado. H questes que apresentam enunciados muito longos, daqueles que voc j olha e fica assustado - "isso aqui no sei". Geralmente, nesse tipo de questo, quando o aluno chega ao fim da leitura do enunciado, j se esqueceu o que dizia o comeo do problema: a fica nervoso e acaba considerando a questo difcil.

O PROCESSO DA ESCRITA E INTERPRETAO muito comum estudantes e profissionais sentirem certa dificuldade na produo de textos. Esse problema se deve, na maioria das vezes, falta do hbito de leitura, de treino e tambm de tcnica. Aprender a escrever aprender a pensar. No possvel escrever sem que se tenha o que dizer e sem que se possa organizar o pensamento. Portanto, necessrio observar os fatos, analis-los, criar idias sobre eles, ou seja, pensar. ATIVIDADE DE LEITURA- preparao para a escrita

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Para solucionar, ou pelo menos, amenizar as dificuldades em relao escrita, apresentamos uma proposta de leitura mais atenta e investigativa das questes discutidas nos textos e do modo como elas nos so apresentadas. OS DEZ MANDAMENTOS PARA ANLISE DE TEXTOS. (Fonte: BECHARA, Evanildo) 1 Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto est articulado; desenvolvido. 2 Observar que um pargrafo em relao ao outro pode indicar uma continuao ou uma concluso ou, ainda, uma falsa oposio. 3 Sublinhar, em cada pargrafo, a idia mais importante ( tpico frasal). 4 Ler com muito cuidado os enunciados das questes para entender direito a inteno do que foi pedido. 5 Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para no se confundir no momento de responder questo. 6 Escrever, ao lado de cada pargrafo ou de cada estrofe, a idia mais importante contida neles. 7 No levar em considerao o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse, o que escreveu. 8 Se o enunciado mencionar tema ou idia central, deve-se examinar com ateno a introduo e/ou a concluso. 9 Se o enunciado mencionar argumentao, deve preocupar-se com o desenvolvimento. 10 Tomar cuidado com os vocbulos relatores (os que remetem a outros vocbulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.)

COMPREENSO DA LEITURAComo fao para compreender um texto? Compreender uma forma de reunir duas habilidades: 1) Habilidade de reconhecer as informaes dadas pelo autor (vocabulrio, a estrutura das frases, organizao textual, a relao entre as idias do texto etc - conhecer bem a Lngua Portuguesa). 2) Habilidade de conhecer, de alguma forma, o assunto o texto (informaes prvias, conhecimento de mundo (repertrio) sobre o assunto, adquirido em outras leituras, em discusses, em experincias de vida.) LINGUAGEM TEXTUAL E DADOS DO TEXTO +1 15

CONHECIMENTO DE MUNDO _____________________________________________________ COMPREENSO No h compreenso por causa do: nvel de linguagem usado pelo autor; assunto por demais complexo para o momento, exigindo informaes prvias que ainda no temos. ERROS CLSSICOS DE COMPREENSO: Extrapolao: ir alm dos limites do texto, indevidamente acrescentar elementos desnecessrios compreenso; Reduo: abordar apenas uma parte, um aspecto do texto, quebrar o conjunto, isolar o texto do contexto; Contradio: chegar a uma concluso contrria do texto, perder passagens do desenvolvimento, inverter o seu sentido. EXEMPLO O que podemos experimentar de mais belo o mistrio. Ele a fonte de toda a arte e cincia verdadeira. Aquele que for a alheio a essa emoo, aquele que no se detm a admirar as coisas, sentindo-se cheio de surpresas, esse j est, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religio foi essa vivncia do misterioso embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondvel, sentir a presena de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreendemos apenas em forma muito rudimentar essa experincia que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido, perteno aos homens profundamente religiosos. (Albert Einstein como vejo o mundo) Extrapolao: o texto fala sobre a importncia de Deus e da religio, e sobre o mistrio da criao do universo; o texto afirma que todo cientista precisa ser artista e religioso, para poder compreender a natureza. Reduo: o texto afirma que o terror fez nascer a religio; o texto afirma que a nossa compreenso dos fenmenos ainda muito elementar. Contradio: o texto afirma que quem experimenta o mistrio est com os olhos fechados e no consegue compreender a natureza; o texto afirma que a experincia do mistrio um elemento importante para a arte, no para a cincia. COMPREENSO CORRETA: A beleza da experincia do mistrio; A emoo do mistrio como raiz da cincia e da arte;1 16

O homem incapaz de sentir essa emoo est com os olhos mortos; A caracterizao dessa vivncia: saber e sentir que existe algo belo e racional que compreendemos apenas rudimentarmente; O sentido em que o autor se considera uma pessoa religiosa (e unicamente nesse sentido).

EXERCCIOS DE INTERPRETAO 1) Analise as tiras abaixo quanto a: a) interpretao do contedo.

2) Observe a ilustrao a seguir.

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Laurence Stephen Lowry. Industrial River Scene

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Neste retrato diferenciado de uma regio industrial da Inglaterra com suas chamins e fileiras de casas germinadas , o pintor ingls Lowry (que s se tornou conhecido em 1039, aos 52 anos) mostra com clareza seu estilo caracterstico, em que a figura humana, apesar de ser pouco mais que um trao sobre a tela, passa uma idia de movimento e energia surpreendentes, compondo com preciso o clima opressivo de uma cidade fabril. Seu estilo, considerado pelos crticos: cru e totalmente individual, sem influncia dos psimpressionistas do comeo do sculo, nos surpreende pela contemporaneidade. A representao acima pode se relacionar com a sociedade moderna. Indique a analogia mais adequada simbologia da imagem. a) b) c) d) e) Avenida Paulista; Centro urbano; Favelas e periferia; So Bernardo do Campo; Porto de Santos.

3) Leia os textos abaixo para responder ao que se pede. Texto I Somente colocar um computador na mo das pessoas ou vendlo a um preo menor no , definitivamente, incluso digital. preciso ensinlas a utilizlo em benefcio prprio e coletivo. Induzir a incluso social a partir da digital ainda um cenrio pouco estudado no Brasil, mas tem frente os bons resultados obtidos pelo CDI no Pas(...) O presidente do CDIPE, Marcelo Fernandes, acha que agora o momento para reflexes e crticas s atividades desenvolvidas, pois o Comit est completando dez anos. Nestes ltimos anos, tivemos muitas conquistas e desafios. Agora o momento para refletirmos sobre eles e prestarmos conta para a sociedade sobre as aes que realizamos, adianta. Apesar da boa vontade, alguns empecilhos representam um grave problema melhor socializao de comunidades carentes.(Incluso digital: o que e a quem se destina? Texto adaptado e disponvel em http://webinsider.uol.com.br/index.php/2005/05/12/inclusao-digital-o-que-e-e-a-quem-se-destina )

4) A reflexo sobre a charge e o texto acima permite concluir que:

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a) Para que a incluso digital ocorra, basta que os indivduos tenham condies de adquirir um computador de ltima gerao. b) A incluso digital favorece a incluso social. c) A incluso digital compreende a disponibilizao de recursos tcnicos necessrios navegao na internet o que demanda administrao de recursos financeiros. d) O custo baixo do computador certamente facilitaria o processo da incluso. e) Apenas a criao de recursos tcnicos resolveria a questo da incluso digital. 5) So exemplos de linguagem no verbal: a) sinais de trnsito e uma conversa informal entre alunos e professores. b) cores das bandeiras e dos semforos. c) cantigas infantis. d) discursos polticos. e) apitos e discursos polticos. 6) Considerando uma partida de futebol, podemos dizer que s no linguagem no verbal: a) os cartes amarelos e vermelhos do juiz. b) as listras pretas das camisas dos bandeirinhas. c) as cores quadriculadas das bandeiras dos times. d) o som do apito do juiz. e) os gritos de gol da torcida. 7) Observe as indicaes abaixo e assinale a alternativa correta: 1. nmeros estampados nas camisas dos jogadores de futebol. 2. gesto de "Pare" da mo estendida do Guarda de Trnsito. 3. conversa animada numa roda de amigos. a) Linguagem no verbal Linguagem no verbal Linguagem verbal. b) Linguagem no verbal Linguagem verbal Linguagem verbal. c) Linguagem verbal Linguagem no verbal Linguagem verbal. d) Linguagem no verbal Linguagem no verbal Linguagem no verbal. e) Linguagem verbal Linguagem verbal Linguagem no verbal.(Fonte: HTTP://forum.brasilescola.com/index.php?showtopic=38769)

Texto II

Se o disco est todo estragado, troque-o H situaes em que a eliminao da hrnia no tira a dor do paciente. Isso pode acontecer quando o disco est ruim como um todo. Mesmo tirando a hrnia e suas dores irradiadas, o desconforto continuar, explica o cirurgio Luiz Pimenta (...). O principal sintoma desse estrago no disco, chamado de discopatia generativa e causado principalmente por sobrecarga, uma dor persistente na regio lombar, que aumenta com o tempo at deixar o indivduo incapaz de se movimentar. Se a doena estiver em estgio avanado, o caminho recauchutar o disco. Foi o que fez o empresrio Airton Silva, 37 anos. Depois de sentir2 20

dores fortes durante oito anos, ele se submeteu a uma cirurgia nova para trocar trs discos da coluna lombar por outros, novinhos em folha e sintticos. A troca de discos comeou a ser feita por alguns especialistas no Brasil h trs anos e est em fase de aperfeioamento, com o lanamento de novas prteses discais. Cada disco lombar custa em mdia, R$25 mil.(Isto, 1886, 07/05. p. 52)

11.Quanto ao ttulo, em relao ao contedo do trecho, pode-se afirmar: a) O disco a que se refere tanto o de mecnica veicular quanto o de anatomia do corpo b) O disco a que se refere tem significao restrita c) O disco a que se refere o ttulo tem sentido figurado d) J pelo ttulo se sabe que disco a que se refere o lombar e) Sem ler o trecho, deduz-se que o disco o de hrnia II. Levando-se em conta o ltimo pargrafo, deduz-se: a) O que restringe a troca de disco seu preo b) O que restringe a troca de disco lombar o tempo de recuperao do paciente c) A troca de discos algo recente e no garantida d) O preo da troca de disco alta porque seu uso recente e) O preo da troca de disco est em fase de aperfeioamento III. Quanto ao uso de um vocabulrio prprio do campo da mecnica de carros, pode-se afirmar: a) O tipo de vocabulrio usado no tem lgica com relao ao assunto b) O tipo de vocabulrio usado torna o texto mais fcil de o leitor entender c) No se deve misturar campos diferentes de vocabulrio, pois a lngua no permite isso d) O uso desse tipo de vocabulrio empobreceu o texto e) O texto fica mais difcil de ser entendido quando tal vocabulrio foi usado IV. Do texto pode-se deduzir: a) Encontrou-se uma soluo definitiva para o problema das dores lombares b) A eliminao da hrnia tira a dor do paciente c) A dor na regio lombar causada por sobrecarga d) Os estudos quanto eliminao da dor lombar esto sendo aperfeioados e) S recauchutando o disco, a dor desaparece 12) Leia o trecho a seguir para responder s questes: Ateno s plulas O uso dirio de comprimidos de cido acetilsaliclico entre eles, o mais famoso a Aspirina vinha sendo apontado como meio de proteger o corao. Mas agora os especialistas dizem que no bem assim. No caso de mulheres com mais de 45 anos, os remdios no diminuem os riscos de um ataque cardaco. O benefcio s foi observado entre as voluntrias com idade superior a 65 anos (reduo de risco de 26%). Por outro lado, as plulas foram eficazes para diminuir em 17% o perigo de um derrame cerebral. A2 21

concluso de um estudo de dez anos feito com 40 mil mulheres e divulgado no congresso de Orlando. Outros trabalhos, porm, mostraram que o consumo de Aspirina em conjunto com um anticoagulante (Plavix) ajuda a prevenir ataques nas pessoas que j passaram por problema no corao. As pesquisas (uma com 3,5 mil pessoas e outra com 46 mil) revelaram uma queda no risco de um evento cardaco que variou de 36% a 9%. De qualquer modo, deve-se consultar o mdico antes de se adotar o remdio.(Fonte: Isto, So Paulo, 16/03/05).

Da leitura do trecho, conclui-se que a idia central : a) O uso dirio de Aspirina no protege o corao; b) O uso dirio de Aspirina protege o corao dependendo da idade do paciente; c) As plulas de Aspirina so eficazes para muitas doenas, entre elas o derrame cerebral; d) O uso de Aspirina com Plavix ajuda nos problemas coronrios e cerebrais; e) Deve-se consultar um mdico antes de tomar Aspirina. II Quanto ao nvel de linguagem do texto lido: a) b) c) d) e) Mistura-se a linguagem coloquial com a linguagem culta; Mistura-se a linguagem coloquial com a regional e culta; Prepondera a linguagem culta; Prepondera a linguagem coloquial, se bem que com alguns elementos da culta; Prepondera a linguagem coloquial.

13) Leia o seguinte trecho de Carlos Drummond de Andrade, tirado de Contos plausveis Essas meninas As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, s vezes com seus namorados. As alegres meninas que esto sempre rindo, comentando o besouro que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas sem importncia. O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem desafinando, riem sem motivo; riem. Hoje de manh estavam srias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar de coisas sem importncia. Faltava uma delas. O jornal dera notcia do crime. O corpo da menina encontrado naquelas condies, em lugar ermo. A selvageria de um tempo que no deixa mais rir. As alegres meninas, agora srias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres. I. A transformao do indivduo provocada pelo sofrimento fica evidente em: a) As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, s vezes com seus namorados. b) A selvageria de um tempo que no deixa mais rir. c) O jornal dera notcia do crime.2 22

d) As alegres meninas, agora srias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres. e) O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. EXERCCIOS(Partes dos exerccios deste captulo tm como fonte SAVIOLI, Francisco Plato. Gramtica em 44 lies com mais de 1700 exerccios. So Paulo: tica, 1985.

A seguir, voc tem uma relao de exerccios de correo e de interpretao de frases, segundo o padro culto da lngua. Leia com ateno, pesquise o que solicitado e faa os exerccios. A) As frases que seguem contm erros. Reescreva-as, efetuando as devidas correes. Exemplo: As pesquizas tem demonstrado que, por ora, o mercado est quase paralizado. Correo: As pesquisas tm demonstrado que, por ora, o mercado est quase paralisado. Observe: as palavras em negrito foram corrigidas. 1. preciso, s vezes, deixar para traz as preocupaes e relachar as tenses. _______________________________________________________________________ 2. Apesar de ainda faltarem alguns meses para o incio do vero, faziam dias quentssimos como h muito no se viam. __________________________________________________________________________ 3. Estudou muito e, porisso, no receiava a dificuldade do exame. _______________________________________________________________________ 4. O menino mau criado no inspira simpatia. ___________________________________________________________________

B) Escolha a alternativa que preenche corretamente as lacunas:

1. Assinale a alternativa em que um dos vocbulos est incorreta: a) b) c) d) e) analisar, analisvel, analisei, paralisar, paralisante, paralize, atrasar, atrasado, retrasado, esvaziar, esvaziado, esvaziamento, azedar, azedume, azedado.

C) As frases a seguir apresentam ambiguidade (mais de um sentido). Reescreva-as com clareza;

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1. Vi o desfile andando pela cidade. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. Trouxe um presente para o meu chefe que fez anos nesta caixa. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________

PLANEJANDO O TEXTOAntes de se escrever um texto, importante que se faa um planejamento daquilo que voc quer comunicar. Geralmente, quando se deve escrever sobre um tema, vem um monte de empecilhos: voc acha que est sem inspirao, que no consegue encontrar uma idia a desenvolver, e, assim, pode at entregar um texto sem unidade, em que voc apenas juntou vrias idias. A melhor soluo planejar o texto, evitando, dessa forma, que o que se escreve saia desarmnico. E como planejar? Quanto mais contato tiver com os meios de informaes (TV, jornais, revistas, rdio, livros), maior ser seu conhecimento sobre os assuntos. Por isso muito importante que voc leia constantemente, a fim de que seu arquivo de conhecimentos esteja sempre cheio e atualizado. Se suas idias forem limitadas, seu texto tambm o ser. Delimitao do tema Antes de iniciar um texto, pense, primeiramente quanto delimitao do tema, ou seja, s vezes, voc se defronta com um tema muito amplo para ser desenvolvido e sente dificuldade em escrever, pois j que ele amplo demais, as idias tambm sero mltiplas. Tome como exemplo o tema Drogas. D para escreve no s um texto, mas uma enciclopdia sobre o assunto... Se for solicitado, por exemplo, uma redao de 25/30 linhas, o resultado de seu texto ser uma reunio de frases desconexas e genricas, e o assunto teria um tratamento superficial. Numa redao, as idias devem ser delimitadas para que a argumentao possa ser, no mnimo convincente. Veja algumas possveis delimitaes para o tema escolhido como exemplo Drogas: Drogas lcitas Drogas ilcitas Drogas entre os adolescentes As drogas e a violncia Por que se procuram as drogas na vida moderna O que a sociedade deve fazer perante o problema das drogas Drogas e pobreza Observe-se que nesses exemplos o tema ser drogas, mas seu campo de extenso delimitado, marcado. Seu texto ser muito mais profcuo e interessante, pois voc ter mais chances de fazer valer seu ponto de vista quanto questo abordada.2 24

Delimitado o tema, veja um exemplo de como planejar um texto. Tome como parmetro o tema Trnsito nas grandes cidades observe que ele j vem delimitado: voc vai escrever sobre o trnsito, especificamente o das cidades grandes. Tema: trnsito nas grandes cidades - violncia e morte no trnsito; - as pessoas no respeitam a sinalizao; - noite ocorrem muitos acidentes; - o transporte coletivo muito precrio; - na Europa o transporte feito basicamente por trem e metr; - as pessoas preferem transporte particular a coletivo; - o trnsito deixa as pessoas nervosas e violentas; - as ruas esto muito estreitas; - h poucos viadutos e vias de acesso rpido; - a poluio muito grande devido ao nmero excessivo de carros no centro da cidade; - deveria ser limitado o nmero de veculos no centro da cidade, porm esta medida no agrada aos comerciantes; - a prefeitura no tem verbas para melhorar o transporte coletivo; - o transporte poderia ser privatizado e a prefeitura poderia fiscalizar o servio. Com um bom nmero de idias levantadas, ficar mais fcil redigir seu texto !!!. ORGANIZANDO AS IDEIAS Logo atrs, foram enumeradas vrias idias, porm estavam desorganizadas. Agora, a proposta agrup-las, atravs de causas, conseqncias e solues. Contudo, selecione somente aquelas que possuem uma linha de pensamento, isto , que estejam interligadas. FATO: Trnsito catico. CAUSAS: - H muitos carros particulares no centro da cidade. - As ruas no comportam o grande nmero de automveis. - O transporte coletivo no atende satisfatoriamente a populao. - Motoristas e pedestres no respeitam as leis de trnsito. CONSEQUNCIAS: - Engarrafamentos, poluio, barulho, estresse. - Insatisfao do usurio, perda de tempo. - Acidentes graves, violncia. SOLUES: - Reduzir o nmero de veculos no centro da cidade. - Melhorar as condies dos transportes coletivos para que a populao os use freqentemente. - Campanhas drsticas de educao de trnsito. - Melhoria nas ruas, ampliando as vias de acesso rpido. - Multar severamente os infratores.2 25

Feito isso, veja como ficar mais fcil produzir um texto coeso e coerente: O trnsito nas grandes cidades est se tornando catico, pois o nmero excessivo de veculos, nestas ruas pequenas e sem condies, gera engarrafamentos quilomtricos que por sua vez estressam os motoristas, contribuindo, assim, para o grande nmero de acidentes e mortes. Entretanto, o problema poderia ser resolvido com a melhoria do transporte coletivo, com a ampliao das marginais e viadutos, com a restrio de automveis no centro, com uma campanha forte de educao e com a punio severa nas infraes. Observe que as ideias foram reelaboradas, e s algumas foram utilizadas, aquelas que tinham a ver com o raciocnio do autor. O TTULO E O TEMA NO TEXTO DISSERTATIVO(Partes deste captulo foram extrados de SOBRAL, Joo Jonas Veiga. Redao: escrevendo com prtica. So Paulo: Iglu, 1997.)

muito comum a confuso que se faz entre ttulo e tema. Observe a diferena e importncia desse tpico na produo do texto dissertativo. Ttulo: uma vaga referncia ao assunto abordado; normalmente colocado no incio do texto. Tema: o assunto abordado no texto, a ideia a ser defendida. Dependendo da proposta, podemos escolher diversos temas e ttulos para o texto. Exemplos: Tema: Famlia Ttulo: A ditadura dos filhos Idia central: As famlias sofrem ultimamente com a ditadura dos filhos consumistas que tudo pedem movidos pela onda de consumo propagada pela televiso; e os pais, perdidos nas novas tendncias educacionais, permitem que os filhos mandem e desmandem na hora de comprar determinado produto. Tanto o ttulo quanto o tema poderiam ser outros, a proposta muito ampla, permitindo vrias opes de escolha. importante que voc seja criativo na escolha do ttulo e que no use expresses simplrias.

EXERCCIOS(Partes dos exerccios e textos deste captulo tm como fonte SOBRAL, 1997)

1) Escolha um dos temas e elabore um planejamento de ideias : a) O estado da sade pblica. b) A poluio nas grandes cidades. c) O aumento da criminalidade. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________2 26

_______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 2) Escolha um levantamento de ideias produzido no exerccio anterior e faa a organizao do texto, dividindo-o em causa, consequncia e concluso. Em seguida, elabore um pargrafo dissertativo. __________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3) No texto abaixo, indique: a)tema; ____________________________________________________________________ b)delimita do tema;________________________________________________________ c) causas; __________________________________________________________________ d) conseqncias; ____________________________________________________________ e) introduo; _______________________________________________________________ f) concluso._______________________________________________________________ _ O nariz vtima de muitas alergias algumas causadas por fatores que o atacam diretamente. Muitas vezes, explica o alergista Larcio Jos2 27

Zuppi, os prprios medicamentos para gripes e rinites irritam a mucosa olfativa, levando a uma perda temporria do olfato. A poluio, cada vez maior nas grandes cidades, tambm ajuda a enfraquecer o olfato. Em certos casos, os danos mucosa so irreversveis: mesmo recuperado da alergia, o paciente no volta a sentir bem os odores. Conservantes de alimentos podem causar alergias a longo prazo, que por sua vez podem causar a anosmia (perda ou enfraquecimento do olfato). Os medicamentos, porm, encabeam os fatores que provocam esse tipo de problema, em especial os remdios para hipertensos, os diurticos e o cido acetilsaliclico, o mais popular analgsico.(Revista Superinteressante, no. 1, 1988)

TIPOLOGIA TEXUAL - DESCRIO(Partes deste captulo foram extrados de SOBRAL, Joo Jonas Veiga. Redao: escrevendo com prtica. So Paulo: Iglu, 1997.)

A descrio uma espcie de retrato verbal de um determinado objeto. descritivo o texto que tem por finalidade retratar algo, de forma que o interlocutor possa, por meio das palavras, criar mentalmente a imagem do objeto descrito. importante ressaltar que como no h escrita sem inteno, descreve-se para atingir determinados objetivos, tais como: exaltar ou criticar. analisar contedos. fazer conhecer, direta ou indiretamente, o objeto descrito. Ao descrever, a pessoa seleciona as palavras que pretende usar para que possa convencer o interlocutor. Se h um desejo de convencer, de fazer com que o interlocutor enxergue de acordo com a viso de mundo do enunciador, o texto descritivo possui uma funo argumentativa. Sendo assim, a descrio pretende ser um retrato verbal. Todavia, pretende retratar aquilo que os olhos do enunciador veem, que muitas vezes pode no corresponder realidade. A descrio pode ser: Objetiva: quando se retrata a realidade como ela . Subjetiva: quando se retrata a realidade segundo nossos sentimentos e emoo. Descrio objetiva: A cmoda era velha, de madeira escura com manchas provocadas pelo longo tempo de uso. As trs gavetas possuem puxadores de ferro em forma de conchas, nas duas laterais h ornamentos semelhantes queles de esculturas barrocas, os ps so redondos e ornamentados. Descrio subjetiva:

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Dona Cmoda tem trs gavetas. E um ar confortvel de senhora rica. Nas gavetas guarda coisas de outros tempos, s para si. Foi sempre assim, dona Cmoda: gorda, fechada, egosta. (QUINTANA, Mrio. Sapo amarelo. Porto Alegre: Mercado Aberto. 1984, p. 37). Na primeira descrio, houve um retrato fiel do objeto; j na segunda, houve o ponto de vista do autor, o objeto foi descrito conforme ele v. Observao: No confunda descrio e definio. Definir explicar a significao de um ser. Descrever retratar a partir de um ponto de vista. Veja a definio de uma cmoda: CMODA: mvel guarnecido de gavetas desde a base at a parte superior, que serve para guardar coisas. Na definio, no h ponto de vista, o objeto descrito de maneira geral e serve para qualquer cmoda; j nas descries prevalece a particularidade; cada cmoda foi descrita de forma diferente. Descrio sensorial A descrio sensorial, tambm conhecida por sinestsica, apoia-se nas sensaes. Este tipo de descrio faz com que o texto fique mais rico, forte, potico; nele o leitor interage com o narrador e com a personagem. As sensaes so: Visuais: relacionadas cor, forma, dimenses, etc. Era um olho amendoado, grande, dum azul celestial, de traos suaves... Auditivas: relacionadas ao som. O silncio tornara-se assustador, o zumbido do vento fazia chorar as janelas... Gustativas: relacionadas ao gosto, paladar. Tua despedida amarga, o sorriso irnico, insosso; deixaram-me angustiado. Olfativas: relacionadas ao cheiro. O cheiro de terra trazido pelo vento mido era prenncio de chuva. Tteis: relacionados ao tato, contato da pele. As mos speras como casca de rvores, grossas, rspidas, secas como pedra. Observe como as descries sensoriais so trabalhadas neste belo texto da poetisa Ceclia Meireles: NOITE mido gosto de terra, cheiro de pedra lavada, - tempo inseguro do tempo! sobra do flanco da serra, nua e fria, sem mais nada.2 29

Brilho de areias pisadas, sabor de folhas mordidas, - lbio da voz sem ventura!suspiro das madrugadas sem coisas acontecidas. A noite abria a frescura dos campos todos molhados, - sozinho, com o seu perfume!preparando a flor mais pura com ares de todos os lados. Bem que a vida estava quieta. Mas passava o pensamento... - de onde vinha aquela msica? E era uma nuvem repleta Entre as estrelas e o vento.(MEIRELES, Ceclia. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.)

Descrio tcnica A descrio tcnica deve apresentar preciso vocabular e exatido de pormenores. Deve esclarecer, convencendo. Pode-se descrever objetos, mecanismos ou processos, fenmenos, fatos, lugares, eventos. Determinar o ponto de vista e o objetivo do texto muito importante na construo do texto descritivo, deles depende a estrutura do texto: que ser descrito? que aspecto ser destacado? quais so os pormenores mais importantes? que ordem ser adotada para a descrio? a quem se destina o texto: ao tcnico ou ao leigo? Observe o seguinte exemplo: O motor est montado na traseira do carro, fixado por quatro parafusos caixa de cmbio, a qual, por sua vez, est fixada nos coxins de borracha na extremidade bifurcada do chassi. Os cilindros esto dispostos horizontalmente e opostos dois a dois. Cada par de cilindros tem um cabeote comum de metal leve. As vlvulas, situadas nos cabeotes, so comandadas por meio de tuchos e balancins. O virabrequim, livre de vibraes, de comprimento reduzido, com tmpera especial nos colos, gira em quatro pontos de apoio e aciona o eixo excntrico por meio de engrenagens oblquas. As bielas contam com mancais de chumbo-bronze e os pistes so fundidos de uma liga de metal leve.(Fonte: Manual de instrues [Volkswagen]. In: Comunicao em prosa moderna. GARCIA Othon, Rio de janeiro: Editora FGV, 1996, p.388.)

1. O que est sendo descrito?3 30

___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. Que aspecto est em destaque? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 3. Que pormenores parecem mais importantes? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4. Que ordem adotada? Do geral para o particular (dedutivo) ou do particular para o geral? (indutivo) ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 5. A quem se destina o texto? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Descrio de ambiente e paisagem Espao o lugar fsico onde se passa a ao narrativa, e ambiente o espao com caractersticas sociais, morais, psicolgicas, religiosas, etc. Ao se descrever um ambiente fechado, escuro, sujo, desarrumado, normalmente sugerido um estado de angstia, ou solido, ou desleixo. J os lugares abertos, claros, coloridos, sugerem felicidade, harmonia, paz, amor. Portanto o ambiente descrito em seu texto dever fazer com que o leitor perceba o rumo da histria. Veja um exemplo: A Praa da Alegria apresentava um ar fnebre. De um casebre miservel, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tsica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a gentil Carolina era bela, doutro lado da praa, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melanclico: Fgado, rins e corao! Era uma vendedeira de fatos de boi. As crianas nuas, com as perninhas tortas pelo costume de cavalgar as ilhargas maternas, as cabeas avermelhadas pelo sol, a pele crestada, os ventrezinhos amarelentos e crescidos, corriam e guinchavam, empinando papagaios de papel. Um ou outro branco, levado pela necessidade de sair, atravessava a rua suando, vermelho, afogueado, sombra de um enorme chapu-de-sol. Os ces, estendidos pelas caladas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos,3 31

movimentos irascveis, mordiam o ar, querendo morder os mosquitos. Ao longe, para as bandas de So Pantaleo, ouvia-se apregoar: Arroz de Veneza! Mangas! Macajubas! s esquinas, nas quitandas vazias, fermentava um cheiro acre de sabo da terra e aguardente. O quitandeiro, assentado sobre o balco, cochilava a sua preguia morrinhenta, acariciando o seu imenso e espalmado p descalo. Da Praia de Santo Antnio enchiam toda a cidade os sons invariveis e montonos de uma buzina, anunciando que os pescadores chegavam do mar; para l convergiam, apressadas e cheias de interesse, as peixeiras, quase todas negras, muito gordas, o tabuleiro na cabea, rebolando os grossos quadris trmulos e as tetas opulentas.(AZEVEDO, Alusio de. O Mulato. Apud Curso de Redao, Harbra. J. Miguel, p. 67.)

Note como todas as descries procuram mostrar para o leitor um ambiente em decadncia, miservel, fnebre: A praa da alegria apresentavam um ar fnebre, de um casebre miservel, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede... Os ces, entendidos pelas caladas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos...

EXERCCIOS 1. Leia o texto a seguir e responda: FUNERAL Uma cena me ficou na memria com uma nitidez inapagvel. Parado no meio-fio duma calada, no Passo de la Reforma, vejo passar o enterro de um bombeiro que se suicidou. Os tambores, cobertos de crepe, esto abafados e soam surdos. No se ouve sequer um toque de clarim. Atrs dos tambores marcham alguns pelotes. Os soldados de uniforme negro, gola carmesim, crepe no brao, marcham em cadenciado silncio. E sobre um carro coberto de preto est o esquife cinzento envolto na bandeira mexicana. Plan-rata-plan! Plan-rata-plan! L se vai o cortejo rumo do cemitrio. Haver outro pas no mundo em que um velrio seja mais velrio, um enterro mais enterro, e a morte mais morte? Plan-rata-plan! Adeus, bombeiro. Nunca te vi. Teu nome no sei. Mas me ser difcil, impossvel esquecer o teu funeral. Plan-rat-plan!(VERSSIMO, rico. Mxico, Apud J.F. Miranda, Arquitetura da redao.)

a) O texto objetivo ou subjetivo? Justifique retirando trechos que comprovem sua opo; ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________3 32

___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ b) Qual o tema do texto? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ c) Qual o processo descritivo usado para descrever? (Ver descrio sensorial) ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ d)Explique o uso da onomatopia (palavras que imitam sons). ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ e) A histria apresenta uma ironia. Qual ? Comente-a. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Leia o texto a seguir e responda: RETRATO Ceclia Meireles Eu no tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos to vazios, nem o lbio amargo. Eu no tinha estas mos sem fora, to paradas e frias e mortas; eu no tinha este corao que nem se mostra. Eu no dei por esta mudana, to simples, to certa, to fcil: - Em que espelho ficou perdida a minha face? a) O texto objetivo ou subjetivo? Justifique retirando trechos que comprovem sua opo; ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________3 33

b) Qual o tema do texto? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ c) Qual o processo descritivo usado para descrever? (Ver descrio sensorial) ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

TIPOLOGIA TEXTUAL - NARRAOContar histrias uma atividade comum nas relaes humanas, faz parte do ato de comunicao, no s na vida particular, mas tambm na profissional. Usamos aspectos da narrao quando precisamos produzir relatrios, textos tcnicos, e-mails e outros textos que fazem parte do cotidiano de qualquer profissional. Escrevemos para contar o que acontece, com quem, onde, como, por qu e para qu. Esses so os elementos do processo narrativo. Veja: Quem narra a histria? Identificao do narrador. O que narrado? Resumo do enredo. Quem participa do conflito? Reconhecimento das pessoas ou personagens. Por que elas esto em conflito? Procura dos motivos. Onde (em que lugar) a histria ocorre? Especificao do espao e/ou do ambiente. Quando ocorre o conflito? Especificao do tempo. Como eram e so agora as personagens? Compreenso das mudanas ocorridas. Obs.: a diferena entre narrao e relato que este no tem conflito. Na narrao, a personagem tem que sofrer mutao, devido ao conflito. A narrao, assim como qualquer texto, tambm pode ser objetiva e subjetiva (veja a unidade DESCRIO) Narrao objetiva Narrao objetiva aquela que costumamos ler em jornais, em livros de Histria etc. Veja um exemplo: RVORE CAI COM A CHUVA Ontem, na rua Colmbia, nos Jardins, desabou uma enorme e antiga rvore sobre dois carros. A tempestade e o forte vento que caram sobre a cidade so os causadores do acidente.

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Observe que o narrador est em terceira pessoa; no toma, pois, parte da histria, apenas relata de maneira imparcial, contando os fatos sem que sua emoo transparea na narrativa. Resumindo, a narrao objetiva apenas informa o leitor. Narrao subjetiva Narrao subjetiva aquela em que o narrador deixa transparecer os seus sentimentos, sua posio diante do fato sensvel, emocional. Exemplo: O CAJUEIRO O cajueiro j devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordaes de minha infncia: belo, imenso, no alto do morro atrs da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu. Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu h muito tempo. Eu me lembro dos ps da pinha, do caj-manga, da grande touceira de espadas-de-so-jorge (que ns chamvamos simplesmente tala) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobia de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramancho, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira; mas o grande p de fruta-po ao lado da casa e o imenso cajueiro l no alto eram como rvores sagradas protegendo a famlia. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o p e subir pelo cajueiro acima, ver de l o telhado das casas do outro lado e os morros alm, sentir o leve balanceio na brisa da tarde. No ltimo vero ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trmulo de sanhaos. Chovera: mas assim mesmo fiz questo de que Carib subisse o morro para v-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido. A carta de minha irm mais moa diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se no quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa me, em nosso pai, em nossos irmos que j morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram, mas depois foram brincar nos galhos tombados. Foi agora, em fins de setembro. Estava carregado de flores.(BRAGA, Rubem. Cem crnicas escolhidas. Rio de Janeiro: Jos Olympio Ed., 1956.)

O narrador, neste texto, conta a princpio uma histria banal: a queda de um cajueiro. No entanto, traz tona suas recordaes de infncia, suas ltimas vises da rvore e por fim a ironia: apesar de ser fins de setembro, primavera, o cajueiro que estava tombado de flores caiu. De forma tocante, o narrador nos faz sentir um certo sentimento de compaixo e carinho pelo cajueiro. A narrao subjetiva tem esta finalidade. O narrador3 35

Ao produzir um texto, voc poder faz-lo de duas maneiras diferentes, contar uma histria em que voc participa ou contar uma histria que ocorreu com outra pessoa. Essa deciso determinar o tipo de narrador a ser utilizado em seu texto. NARRADOR EM 1a PESSOA: Conhecido tambm por narrador-personagem, aquele que participa da ao. Pode ser protagonista quando personagem principal da histria, ou pode ser algum que presenciou o fato, estando no mesmo local. Exemplo: Narrador-protagonista: Era noite, voltava sozinho para casa, o frio estava insuportvel, no havia ningum naquela rua sombria, ouvi um barulho estranho no muro ao lado, assustei- me... Exemplo: Narrador 1 pessoa Estava debruado em minha janela quando vejo na esquina um garoto magro roubando a carteira de um pobre velho... NARRADOR EM 3 PESSOA: Conhecido tambm por narrador-observador, aquele que no participa da ao. Joo estava voltando para casa, noite, sozinho, quando ouviu, prximo ao muro, um barulho estranho. Estrutura do Enredo Geralmente, toda histria tem um princpio (introduo), um meio (desenvolvimento), e um fim (desfecho). Contudo, em alguns casos esta estrutura no obedecida. Veja-se a estrutura de uma histria que apresenta comeo, meio e fim: Introduo: o autor apresenta a idia principal, as personagens, o lugar onde vai ocorrer os fatos. Desenvolvimento: a parte mais importante do enredo, nele que o autor detalha a idia principal. O desenvolvimento dividido em duas partes: Complicao: quando h uma ligao entre os fatos levando a personagem a um conflito, situao complicada. Clmax: o momento mais importante da narrativa, a situao chega em seu momento crtico e precisa ser resolvida. Desfecho: a parte final, a concluso. Nessa parte o autor soluciona todos os conflitos, podendo levar a narrativa para um final feliz, trgico ou ainda sem desfecho definido, deixando as concluses para o leitor.

EXERCCIOS1. Analise o enredo a seguir de acordo com os elementos do texto narrativo: O HOMEM NU Ao acordar, disse para a mulher: - Escuta, minha filha: hoje dia de pagar a prestao da televiso, vem a o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu no trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum. - Explique isso ao homem - ponderou a mulher. - No gosto dessas coisas. D um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigaes. Escuta: quando ele vier a gente3 36

fica quieto aqui dentro, no faz barulho, para ele pensar que no tem ningum. Deixa ele bater at cansar - amanh eu pago. Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher j se trancara l dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um caf. Ps a gua a ferver e abriu a porta de servio para apanhar o po. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos at o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mrmore do parapeito. Ainda era muito cedo, no poderia aparecer ningum. Mal seus dedos, porm, tocavam o po, a porta atrs de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento. Aterrorizado, precipitou-se at a campainha e, depois de toc-la, ficou espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu l dentro o rudo da gua do chuveiro interromper-se de sbito, mas ningum veio abrir. Na certa a mulher pensava que j era o sujeito da televiso. Bateu com o n dos dedos: - Maria! Abre a, Maria. Sou eu - chamou, em voz baixa. Quanto mais batia, mais silncio fazia l dentro. Enquanto isso, ouvia l embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televiso! No era. Refugiado no lano de escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mos nervosas o embrulho de po: - Maria, por favor! Sou eu! Desta vez no teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos l de baixo... Tomado de pnico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mo, parecia executar um ballet grotesco e mal-ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o boto. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lano de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com embrulho do po. Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele comea a descer. - Ah, isso que no! - diz o homem nu, sobressaltado. E agora? Algum l embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido. Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, comeava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autntico e desvairado Regime de Terror! - Isso que no - repetiu, furioso. Agarrou-se porta do elevador e abriu-a com fora entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentnea iluso de que sonhava. Depois experimentou apertar o boto de seu andar. L embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: Emergncia: parar. Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergncia, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.3 37

- Maria! Abre esta porta! gritava, desta vez esmurrando a porta, j sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrs de si. Voltouse, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de po. Era a velha do apartamento vizinho: - Bom dia, minha senhora - disse ele, confuso. - Imagine que eu... A velha, estarrecida, atirou os braos para cima, soltou um grito: - Valha-me Deus! O padeiro est nu! E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha: - Tem um homem pelado aqui na porta! Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava: - um tarado! - Olha, que horror! - No olha no! J para dentro, minha filha! Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma l fora, bateram na porta. - Deve ser a polcia - disse ele, ainda ofegante, indo abrir. No era: era o cobrador da televiso.(SABINO, Fernando. O Homem nu. 24 ed. Rio de Janeiro, Record, 1984. p. 65-8).

a) Introduo_______________________________________________________________ ________________________________________________________________________ __ b) Desenvolvimento (complicao e clmax) ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ______ c) Desfecho________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ___ d) Quanto tipologia textual, como se classifica o texto lido? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 2. Leia o texto abaixo e responda s questes que seguem: TESTEMUNHA TRANQUILA Stanislaw Ponte Preta O camarada chegou assim com ar suspeito, olhou pros lados e como no parecia ter ningum por perto forou a porta do apartamento e entrou. Eu estava parado olhando, para ver no que ia dar aquilo. Na verdade eu estava vendo nitidamente toda a cena e senti que o camarada era um mau-carter. E foi batata. Entrou no apartamento e olhou em volta. Penumbra total. Caminhou at o telefone e desligou com cuidado, na certa para que o aparelho no tocasse enquanto ele estivesse ali. Isto pensei 3 38

porque ele no quer que ningum note a sua presena: logo, s pode ser um ladro, ou coisa assim. Mas no era. Se fosse ladro, estaria revistando as gavetas, mexendo em tudo, procurando coisas pra levar. O cara ao contrrio parecia morar perfeitamente no ambiente, pois mesmo na penumbra se orientou muito bem e andou desembaraado at a poltrona, onde sentou e ficou quieto. - Pior que ladro. Esse cara deve ser um assassino e est esperando algum chegar para matar eu tornei a pensar e me lembro (inclusive) que cheguei a suspirar aliviado por no conhecer o homem e portanto ser difcil que ele estivesse esperando por mim. Pensamento bobo, de resto, eu no tinha nada a ver com aquilo. De repente, ele se retesou na cadeira. Passos no corredor. Os passos, ou melhor, a pessoa que dava os passos, parou em frente porta do apartamento. O detalhe era visvel pela rstia de luz que vinha por baixo da porta. Som de chave na fechadura e a porta se abriu lentamente e logo a silhueta de uma mulher se desenhou contra a luz. Bonita ou feia? pensei eu. Pois era uma graa, meus caros. Quando ela acendeu a luz da sala que eu pude ver. Era boa s pampas. Quando viu o cara na poltrona ainda tentou recuar, mas ele avanou e fechou a porta com um pontap... e eu ali olhando. Fechou a porta, caminhou em direo bonitinha e pataco... tacou-lhe a primeira bolacha. Ela estremeceu nos alicerces e pimpa... tacou outra. Os caros leitores perguntaro: - E voc? Assistindo quilo tudo sem tomar uma atitude?- a pergunta razovel. Eu tomei uma atitude, realmente. Desliguei a televiso, a imagem dos dois desapareceu e eu fui dormir. 1. Qual o nvel de linguagem usado pelo autor nos dois primeiros pargrafos (culta, coloquial, vulgar, regional, tcnica)?_____________________________________ 2. E a partir do 3 pargrafo?___________________________________ 3. Qual a pessoa do discurso?__________________________________ 4. Quanto tipologia, como se classifica o texto?_____________________ 5. Qual a descrio do vilo? E da mulher?________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 6. O que significam pataco e pimpa? ___________________________________________________________________________ ______________________________________________________________

GRAMTICA DE USO(Partes dos exerccios deste captulo tm como fonte SAVIOLI, Francisco Plato. Gramtica em 44 lies com mais de 1700 exerccios. So Paulo: tica, 1985. 3 39

1) Recentemente, o jornal O Estado de So Paulo publicou um texto intitulado Eymael, nanico tambm na lngua portuguesa. Leia um trecho e responda s questes: Junto com o horrio eleitoral vem o costumeiro desfile de bizarrices que toma a televiso em nome da democracia. (...) A novidade que agora os candidatos se fazem entender em legendas e na linguagem de sinais. E eis que ao p do vdeo do democrata-cristo [Eymael] se deixam apanhar erros imperdoveis de ortografia. No horrio eleitoral da tarde estavam empobresse e obcesso. No da noite, o empobresse foi corrigido, mas o obcesso ficou. Na turma dos nanicos que maltratam a lngua ptria, est tambm Luciano Bivar (PSL), que peca na concordncia verbal lanou um acham que ns queremos se exibir sem falar no senso de oportunidade (...) I. Escolha a alternativa em que as palavras grafadas com erros imperdoveis deveriam estar escritas corretamente: a) empobre-se e obsesso b) empobrece e obsesso c) empobresce e obceo d) empobrece e obsceo e) empobrece e obecesso II. Escolha a alternativa em que a frase do candidato do PSL, sendo corrigida, no mais apresenta erro: a) Acham que ns queremos nos exibir b) Acham que ns queremos nos exibirmos c) Acham que ns queremos-nos exibir d) Acham que ns queremo-nos exibir e) Acham que ns queremos exibir 2) Em que alternativa a variante culta da escrita foi usada corretamente, em oposio s variantes populares: a) Faa ele calar a boca, por favor. b) Mandei ela voltar amanh. c) Mandei que ela volte amanh. d) Deixou que ele entrasse sem documento. e) Deixou ele entrar sem documento.

3) Leia o trecho a seguir para responder s questes: Se tradicionalmente nos referimos comunicao verbal, escrita ou por sinais, (...) comunicao visual [] aquela que utiliza os olhos e as plpebras como os elementos corporais que permitem a expresso de idias e pensamentos. Em muitos casos, o simples piscar dos olhos, cartelas manuais ou dispositivos eletrnicos derivados (...), possibilitam saber o que os pacientes desejam expressar. Mecanismos de comunicao mais complexos, como o cdigo Morse, tambm tm sido propostos. O termo computao adaptativa define atualmente os servios profissionais e a tecnologia de computao, tanto hardware como software, destinados s pessoas com deficincias fsicas.4 40

[CASSEMIRO, Cesar R. et al. Comunicao visual por computador na esclerose lateral amiotrfica. Arq. Bras. Oftalmol. 2004]

I. As palavras em negrito podem ser trocadas, sem prejuzo de sentido, pelo seguinte conjunto: a) Sempre aquilo que tais como. b) Sempre tudo o que tais como. c) Muitas vezes aquilo que tais como. d) Eventualmente que assim como. e) H casos que aquilo que alm do

DISSERTAO E ARGUMENTAO(Partes deste captulo foram extrados/adaptados de SOBRAL, Joo Jonas Veiga. Redao: escrevendo com prtica. So Paulo: Iglu, 1997; FIORIN, Jos Luiz e SAVIOLI, Francisco Plato. Lies de texto: leitura e redao. So Paulo: tica, 2000; PACHECO, Agnelo C. A dissertao. So Paulo: Atual, 1993 e da apostila das Profas. Adriana Soeiro e Chafiha Laszkiewsz).

O PLANEJAMENTO DO TEXTO Uma possibilidade de planejamento de texto dissertativo a utilizao da tcnica do POR QU? Considere a seguinte estrutura textual: INTRODUO: Tese + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3 DESENVOLVIMENTO: argumento 1+ argumento 2+ argumento 3 CONCLUSO: Expresso inicial + reafirmao do tema + observao final Vejamos, agora, os passos para esse tipo de planejamento textual. Tese: O MUNDO CAMINHA PARA A PRPRIA DESTRUIO Pergunta-se: Por que O MUNDO CAMINHA PARA A PRPRIA DESTRUIO? Responde-se: ecolgico. (argumento 3) permanece o perigo d