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Universidade Federal de Pelotas Escola Superior de Educação Física Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física 8ª Série Pelotas-RS 2012

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Universidade Federal de Pelotas

Escola Superior de Educação Física

Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física

8ª Série

Pelotas-RS

2012

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UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee PPeelloottaass

EEssccoollaa SSuuppeerriioorr ddee EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa

GGrruuppoo ddee EEssttuuddooss eemm EEppiiddeemmiioollooggiiaa ddaa AAttiivviiddaaddee FFííssiiccaa

EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa ++

PPrraattiiccaannddoo SSaaúúddee nnaa EEssccoollaa

CCoooorrddeennaaççããoo ddoo pprroojjeettoo ee rreevviissããoo ffiinnaall ddoo mmaatteerriiaall ddiiddááttiiccoo

PPrrooff.. DDrr.. AAiirrttoonn JJoosséé RRoommbbaallddii ((EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell))

PPrrooff.. DDrr.. MMaarriioo RReennaattoo ddee AAzzeevveeddoo JJúúnniioorr ((EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell))

PPrrooffaa.. DDrraa.. SSaammaannttaa WWiinncckk MMaaddrruuggaa ((NNuuttrriiççããoo//UUFFPPeell))

EEqquuiippee rreessppoonnssáávveell ppeellaa eellaabboorraaççããoo ddoo mmaatteerriiaall ddiiddááttiiccoo

DDoocceenntteess ddoo CCuurrssoo ddee MMeessttrraaddoo eemm EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell

PPrrooff.. DDrr.. AAlleexxaannddrree CCaarrrriiccoonnddee MMaarrqquueess

AAlluunnooss ddoo CCuurrssoo ddee MMeessttrraaddoo eemm EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell

PPrrooffaa.. CCaarrllaa FFrraanncciieellii SSppoohhrr

PPrrooffaa.. CCaarroolliinnaa BBoohhnnss MMaatttteeaa

PPrrooffaa.. DDaaiiaannaa LLooppeess ddaa RRoossaa

PPrrooff.. JJoorrggee OOttttee

PPrrooffaa.. LLaauurraa GGaarrcciiaa JJuunngg

PPrrooffaa.. MMiilleennaa ddee OOlliivveeiirraa FFoorrtteess

PPrrooffaa.. NNiiccoollee GGoommeess GGoonnzzaalleess

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CCoonntteexxttuuaalliizzaannddoo

O quadro atual de saúde pública na população em geral tem fomentado o debate sobre intervenções que possam vir a mudar o quadro adverso em relação às elevadas taxas de obesidade, hipertensão arterial, diabetes, entre outras doenças. No cerne deste problema, reconhece-se a contribuição dos altos índices de sedentarismo já observados desde a infância e adolescência. Sendo assim, surge a escola como possível foco de intervenção que tenha entre seus objetivos promover a saúde dos alunos e da comunidade em geral.

A relação da saúde com a disciplina de Educação Física é histórica. Contudo, tal conteúdo assume diferentes olhares de acordo com as diferentes concepções pedagógicas e metodológicas. Por outro lado, percebe-se que nunca antes o debate sobre a temática saúde no ambiente escolar esteve tão presente. Portanto, ao assumir a promoção da atividade física e saúde enquanto um conteúdo, a disciplina de Educação Física também assume a responsabilidade de viabilizar formas de problematizar tais temáticas no espaço de sua aula.

Há anos a Educação Física vem sendo debatida e várias são as críticas quanto aos conteúdos que a disciplina vem trabalhando na escola. Grande parte dos estudos tem mostrado a supremacia das modalidades esportivas e, além das experiências corporais, pouco tem sido mostrado em relação a outros conhecimentos que vão além das técnicas, táticas e regras dos esportes. Além disso, urge também a necessidade da disciplina buscar diferentes estratégias metodológicas para o trato de seus conteúdos, de forma a apresentar alternativas para além dos tradicionais exercícios técnicos e jogos no ensino do esporte.

No âmbito desta discussão e acompanhando a tendência de algumas propostas pedagógicas, conteúdos direcionados às práticas corporais e sua relação com a saúde, assim como diferentes estratégias metodológicas, surgem como possibilidades para que o enfoque da disciplina seja ampliado.

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““EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa++ :: PPrraattiiccaannddoo SSaaúúddee nnaa EEssccoollaa””

O Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física (GEEAF), da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas vem desenvolvendo estudos visando à promoção da Atividade Física e Saúde para a população em geral. Dentre suas possibilidades, entende-se o espaço escolar, especialmente a aula de Educação Física, como oportuno para a difusão do conhecimento acerca da promoção da saúde.

Neste contexto, o GEEAF apresenta esta proposta de trabalho para ser pensada junto à disciplina de Educação Física no espaço escolar. O Projeto “Educação Física + : Praticando Saúde na Escola” resume-se numa proposta curricular simplificada para a disciplina de Educação Física, a ser acrescentada e adaptada ao planejamento das escolas envolvidas, a partir da sistematização de conteúdos relacionados à prática de atividades físicas e saúde em geral. Além de sugerir uma distribuição dos conteúdos para cada série, o projeto traz sugestões práticas de estratégias metodológicas a serem utilizadas em aula, de forma que os diferentes conteúdos possam ser abordados sob diversificadas maneiras.

Quanto aos conteúdos, o projeto apresenta uma relação de temas que foram planejados para cada série, fruto de extensa pesquisa a partir de propostas concretas para a disseminação de conhecimentos relacionados à prática de atividade física em geral e sua relação com a saúde. Além disso, sugestões de professores ligados ao projeto foram também discutidas e incorporadas.

No mesmo sentido, várias foram as obras que auxiliaram na concretização desta proposta. Pautado sempre pela idéia de aproximarmos a teoria da prática, várias são as estratégias sugeridas para o trato pedagógico dos diferentes conteúdos. Entre estas referências fundamentais destacamos a Proposta Curricular para a disciplina de Educação Física dos estados do Rio Grande do Sul (2009) e de São Paulo (2008), assim como as publicações específicas para a disciplina de Educação Física dos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Nahas (2006), Darido e Souza Júnior (2007), Palma e colegas (2010), o artigo de Ribeiro e Florindo (2009) e

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algumas propostas encontradas na Revista Nova Escola também foram fontes inspiradoras para a construção deste material.

Contudo, cabe destacar que as possibilidades são infinitas e que acreditamos ser fundamental a adequação a cada realidade. Sendo assim, descrevemos abaixo diferentes possibilidades de estratégias a serem utilizadas no sentido de apresentar e problematizar as diferentes temáticas identificadas na literatura e/ou elaboradas pelo projeto:

• Aulas práticas • Aulas expositivas • Jogos e brincadeiras • Debates • Vídeos • Trabalhos de pesquisa • Confecção de materiais (cartazes, folders, etc) • Seminários • Dramatizações • Músicas (elaboração de paródias, por exemplo) • Entrevistas • Produção textual • Saídas de campo

Acima de qualquer objetivo, esperamos que este material sirva como incentivo para a diversificação e qualificação da intervenção da disciplina de Educação Física na escola. Assim, nosso esforço foi direcionado em direção a uma perspectiva de problematização das práticas corporais e sua relação com a saúde no seu aspecto individual e coletivo, contribuindo para a disseminação destes conhecimentos entre nossos alunos e comunidade. Mais que isso, acreditamos que a partir da experiência de cada docente e das diferentes realidades de nossas escolas, possamos também aprender e avançar através de novas possibilidades metodológicas para aproximarem os alunos de conhecimentos tão importantes e significativos em suas vidas.

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RReeffeerrêênncciiaass FFuunnddaammeennttaaiiss

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília, MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf. Acesso em: 18 ago. 2011. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino fundamental. Brasília, MEC/SEMTEC, 2000. Disponível em: portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 29 abr. 2011. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília, MEC/SEMTEC, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf. Acesso em: 04 fev. 2012. DARIDO, SC; SOUZA JÚNIOR, OM. Para ensinar Educação Física - Possibilidades de intervenção na escola. 3. ed. Campinas, SP: Papirus Editora, 2007. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Secretaria Estadual de Educação. Lições do Rio Grande: Linguagens Códigos e suas Tecnologias - Artes e

Educação Física. Volume II. SEE, 2009. ESTADO DE SÃO PAULO, Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Educação Física (Ensino Fundamental Ciclo II e Médio). SEE, 2008. NAHAS, MV. Atividade Física, saúde e qualidade de vida: Conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4 ed. Londrina: Midiograf, 2006. PALMA, APTV; OLIVEIRA, AAB; PALMA, JAV. Educação Física e a Organização Curricular. 2ª ed. Londrina: Eduel, 2010. REVISTA NOVA ESCOLA. Planos de aula. Editora Abril, 2011. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/planos-de-aula/. Acesso em 04 fev. 2012. RIBEIRO, EH; FLORINDO, AA. Efeitos de um programa de intervenção no nível de atividade física de adolescentes de escolas públicas de uma região de baixo nível: descrição dos métodos utilizados. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 2010; 15(1), 28-34.

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PPrraattiiccaannddoo SSaaúúddee nnaa 88ªª sséérriiee

O presente material é dirigido às atividades da 8ª série, apresentando conteúdos, sugestões de planos de aula, textos de apoio ao professor, tarefas e processos de avaliação a serem desenvolvidos. Cabe salientar que esta proposta não se apresenta como um “novo” currículo, e sim uma sugestão de conteúdos e métodos a serem acrescidos ao planejamento de cada professor ou escola.

A apostila está organizada em capítulos e, em cada um deles, há um texto de apoio para o professor, sugestão de plano(s) de aula(s) para o trato de cada temática, bem como sugestões de atividades complementares ou de avaliação a serem desenvolvidas.

No volume da 8ª série os temas norteadores objetivam proporcionar aos alunos aprender e refletir sobre:

a) A importância do aquecimento e alongamento nas práticas de atividades físicas;

b) A prática de atividade física e comportamento sedentário;

c) Recomendações para uma alimentação saudável

d) As diferenças entre os exercícios aeróbios e anaeróbios;

e) A importância do balanço energético, através da relação gasto e o consumo de energia e a aplicação dos cálculos de gasto energético das atividades físicas.

Este projeto, especialmente por seu caráter inovador, encontra-se em constante avaliação e reestruturação. Toda e qualquer sugestão ou retorno de parte do professor será sempre bem-vinda. Contamos com teu apoio!

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Capítulo 1 - Alongamento e Aquecimento

TTeexxttoo ddee AAppooiioo

O alongamento e o aquecimento são muito importantes para a melhora na qualidade da prática de atividades físicas. Contudo, diferente do que o senso comum às vezes aponta alongamento e aquecimento não são sinônimos.

Antes de começar uma atividade física, seja na prática de esportes, treinamento ou jogos no período de lazer, o ideal é realizar um aquecimento, iniciando com exercícios de baixa intensidade, envolvendo todas as partes do corpo e enfatizando a musculatura que será envolvida na prática seguinte com maior intensidade. O objetivo deste momento é preparar o corpo para realização da atividade e prevenir lesões. Os objetivos fisiológicos são: aumentar a temperatura corporal geral e da musculatura, além de preparar o sistema cardiovascular e pulmonar. Nos dias frios nossos músculos demoram mais tempo para atingir a temperatura ideal e o aquecimento é fundamental para prevenir lesões.

O aquecimento pode ser feito de variadas formas, como brincadeiras, jogos recreativos, caminhadas ou trotes leves, movimentos amplos envolvendo membros superiores e inferiores. Se a atividade principal envolver uma musculatura específica, como no caso da musculação, podem ser realizados exercícios com cargas leves para cada grupo muscular que será trabalhado.

Já o alongamento é mais útil ao organismo ao final do exercício, como uma atividade de volta à calma e de relaxamento. O estiramento muscular (alongamento), quando realizado além do limite habitual (sem dor), proporciona também ganhos de flexibilidade. Com esse propósito, ele deve ser realizado como uma atividade específica e não antes ou depois de outro exercício, sendo que o objetivo é chegar até a maior amplitude possível do movimento. A flexibilidade promove o aumento da elasticidade da fibra muscular. Quanto mais alongado o músculo, maior a mobilidade da articulação e assim maior será a amplitude de movimento.

Na escola, o ideal é criar uma rotina de aquecimento antes de iniciar a aula de Educação Física. É importante que o professor reforce estes conceitos salientando que o aquecimento deve ser

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realizado antes de qualquer atividade física e o alongamento pode ser mais benéfico após o exercício.

Plano de Aula

Aula 1: A importância do aquecimento e alongamento para prática de atividade física e suas diferenças

Objetivos

Proporcionar aos alunos o conhecimento sobre as diferenças entre aquecimento e alongamento, e ainda desenvolver a prática de cada uma delas.

Dinâmica

Primeira Etapa

Esta aula pode ser agregada a qualquer conteúdo previamente planejado.

Realize um aquecimento breve com a turma e explique a diferença entre aquecimento e alongamento.

Segunda Etapa

Desenvolva o conteúdo previamente planejado.

Terceira Etapa

No final da aula, realize junto à turma exercícios de alongamento, reforçando o conteúdo discutido no início da aula, salientando a importância do alongamento após as atividades físicas.

Sugestão de Atividades para Avaliação

a) Esse conteúdo pode ser trabalhado a partir de pesquisa complementar sobre o alongamento e aquecimento. A partir das informações apresentadas pelos alunos, organize um breve material de estudos e disponibilize à turma como fonte de estudos e futuro conteúdo de prova.

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b) Através de uma entrevista com professores de Educação Física ou Fisioterapeutas, os alunos poderão pesquisar as lesões mais comuns que podem ser prevenidas com alongamento e aquecimento adequados.

IInnffoorrmmaaççõõeess CCoommpplleemmeennttaarreess

Esse conteúdo pode ser reforçado em todas as aulas práticas a seguir.

Nota sobre alunos com deficiência:

- Os alunos com deficiências devem obedecer os mesmos critérios na execução dos exercícios de aquecimento e alongamento, levando em consideração o tipo de deficiência de cada indivíduo.

- Um número significativo de alunos com Síndrome de Down possuem frouxidão ligamentar e hipotonia muscular, apresentando uma maior amplitude articular. Nesses casos é importante ao alongar, observar que não haja desconforto ou dor.

- Alunos com Paralisia Cerebral podem apresentar rigidez muscular e contrações involuntárias na musculatura. Dependendo do tipo de paralisia apresentada (espástica, atáxica ou atetóide) é necessário verificar a forma de alongamento adequado (passivo ou ativo). Cuide especificamente os limites de movimento e, se necessário, ajude na realização dos exercícios apoiando os membros ou facilitando o equilíbrio. O ideal é deixar que o aluno tenha cada vez maior independência e autonomia para realizar as tarefas propostas (PIN, 2006).

RReeffeerrêênncciiaass::

DARIDO, SC; SOUZA JUNIOR, OM. Para ensinar a Educação Física: Possibilidades de intervenção na escola. Campinas, SP: Papirus, 2007.

PIN, T; DYKE, P; CHAN, M. The effectiveness of passive stretching in children with cerebral palsy. Dev Med Child Neurol.;48(10) :855-62. 2006.

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Capítulo 2 – Mudanças no Estilo de Vida: Atividade

Física e Comportamento Sedentário

Texto de Apoio

As profundas mudanças nas preferências em termos de atividades de lazer dos adolescentes nos últimos anos são evidentes. O “mundo virtual” tem se configurado entre as primeiras opções de atividades no tempo livre, como a televisão, vídeo-game e o computador. Num passado nem tão distante, as práticas corporais como os jogos, brincadeiras e o esporte eram mais frequentes durante a adolescência. Nos dias de hoje, este quadro ainda tende a ser mais presente entre as meninas.

Ainda mais recente, a utilização da internet, através de suas infinitas possibilidades de entretenimento (jogos, conhecimento, redes sociais, entre outras) tem despertado a atenção não só de jovens, mas de pessoas de todas as idades. O debate sobre o impacto deste impressionante veículo de comunicação é complexo, uma vez que podem ser observados benefícios e prejuízos à vida das pessoas.

Evidências científicas recentes, além de reafirmarem a importância da prática de atividades físicas na prevenção de várias doenças, sugerem que o comportamento sedentário, por si só, também é um fator de risco independente à saúde. Ou seja, o tempo excessivo à frente da televisão, computador ou vídeo-game (à exceção dos modelos mais novos com sensores de movimento), independentemente da prática de atividades físicas, pode representar um risco aumentado para alterações negativas na pressão arterial, glicose sanguínea ou no índice de massa corporal.

A Academia Americana de Pediatria (2001) sugere o tempo máximo de duas horas diárias para crianças e adolescentes se envolverem com atividades sedentárias. Será que nossos alunos estão próximos desta recomendação?

Neste sentido, a aula de Educação Física pode representar um rico espaço de reflexão sobre os estilos de vida individual e coletivo dos alunos, pode ser o primeiro passo na consolidação de um conhecimento e de uma consciência a respeito do tema.

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Plano de Aula

Aula 1: Mudanças no estilo de vida e a relação com a saúde.

Objetivos

Problematizar sobre as atividades sedentárias no cotidiano dos alunos e os possíveis impactos à saúde.

Recursos Necessários

- Um questionário (em anexo) para cada aluno.

Dinâmica

Primeira Etapa

Esta aula pode ser agregada a qualquer conteúdo previamente planejado.

No início da aula, de forma a potencializar a reflexão, entregue o questionário proposto aos alunos (Anexo I) e solicite que preencham. Em seguida, questione a turma quanto às preferências da maioria para cada opção de atividades. Após, solicite que os alunos estimem o tempo diário que eles se envolvem com atividades sedentárias (televisão, computador, vídeo-game). Depois de um breve relato das respostas, informe sobre o tempo recomendado para tais atividades (máximo de 2 horas) e os possíveis malefícios à saúde deste padrão de comportamento. Dando sequência à discussão, solicite aos alunos que reflitam sobre suas opções de lazer e, em casos extremos, se é possível atender à recomendação.

Segunda Etapa

Desenvolva o conteúdo previamente planejado.

Terceira Etapa

Na parte final da aula, retome o conteúdo discutido no início da aula, destacando a importância das atividades em grupo, como as práticas corporais (jogos, esporte, andar de bicicleta, entre outras) tanto para a saúde no seu aspecto “biológico”, mas também psicossocial. Não é melhor ter os amigos por perto do que através de

um computador?

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Sugestão de Atividade para Avaliação:

Organize a turma em grupos. Num primeiro momento, solicite aos alunos que questionem seus pais ou familiares sobre as opções de lazer do período de adolescência de cada um. Com base nessas informações e a reflexão sobre as importantes mudanças para os dias de hoje, solicite aos grupos que elaborem uma peça teatral sobre a seguinte temática: “Lazer ativo ou sedentário: eis a questão”. Incentive os alunos a criarem situações em que as preferências de lazer de antigamente sejam confrontadas com as preferências atuais de adolescentes, o impacto disso na vida das pessoas, situações engraçadas, etc. Por exemplo, o enredo da peça pode envolver alunos que voltam no tempo (ou que avançam), alunos que passam a morar numa ilha sem energia elétrica, etc.

Se viável, articule o apoio da professora de Educação Artística para a discussão de idéias sobre cenários, figurinos e personagens elaborados.

Utilize a apresentação da peça teatral como uma forma de avaliação da aula de Educação Física.

Referências:

FARIAS JÚNIOR, JC. (In)Atividade física e comportamento sedentário:estamos caminhando para uma mudança de paradigma? Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 2011; 16(4): 279-80.

PROPER, KI; SINGH, AS; VAN MECHELEN, W; CHINAPAW, MJM. Sedentary behaviors and health outcomes among adults a systematic review of prospective studies. American Journal Prev Medicine, 2011; 40(2): 174-82.

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Anexo I

Questionário de Atividades Diárias

Questionário

Quais atividades você mais gosta de fazer? Faça a escolha por

uma destas opções:

( ) Assistir Televisão X ( ) Praticar Esportes

( ) Usar o Computador X ( ) Andar de Bicicleta

( ) Jogar Vídeo Game X ( ) Jogar Taco

( ) Conversar no MSN X ( ) Conversar na

Roda de Amigos

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Capitulo 3 – Alimentação Saudável e Recomendações

Texto de Apoio

Um hábito alimentar saudável é um fator de grande importância para a prevenção e manutenção da saúde. O hábito alimentar se refere aos alimentos que o indivíduo consome com certa freqüência, os quais realmente fazem parte da sua rotina alimentar. Esse se diferencia do comportamento alimentar, o qual é definido pelo conjunto de ações em torno da alimentação, que vai desde a seleção, aquisição até o consumo dos alimentos.

É importante que se trabalhe com crianças e adolescentes esses dois aspectos, uma vez que, com a aquisição de um comportamento alimentar saudável, no sentido da escolha por um alimento com menos gordura ou uma fruta em melhor estado de conservação, naturalmente representará um hábito de consumo alimentar mais saudável.

É de conhecimento público que o comportamento alimentar de grande parte de crianças e adolescentes precisa ser mudado. Entre as conseqüências desse quadro se destacam os elevados índices de sobrepeso e obesidade. Esse excesso de peso pode ser considerado como a raiz de uma árvore onde os ramos dessa são as doenças crônicas não-transmissíveis como: diabetes tipo II, hipertensão, colesterol elevado, etc. Ou seja, o excesso de peso é um dos principais fatores que desencadeiam várias doenças.

A alimentação saudável e sua importância na prevenção das diversas doenças pode ser discutida a partir das variadas situações do dia-a-dia da escola ou da rotina dos alunos. De forma a embasar tal discussão, podem ser utilizadas as diretrizes do Ministério da Saúde chamadas de “10 Passos para uma Alimentação Saudável para Adolescentes”:

1- Para manter, perder ou ganhar peso procure a orientação de um profissional da saúde;

2- Se alimente 5 ou 6 vezes ao dia. Coma no café da manhã, almoço, jantar, e faça lanches saudáveis nos intervalos;

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3- Tente comer menos salgadinho de pacote, refrigerantes, biscoitos recheados, lanches de fast-food, alimentos de preparo instantâneo, doces e sorvetes;

4- Escolha frutas, verduras e legumes de sua preferência;

5- Tente comer feijão todos os dias;

6- Procure comer arroz, massas e pães todos os dias;

7- Procure tomar leite e/ou derivados todos os dias;

8- Evite consumo de bebidas alcoólicas;

9- Movimente-se! Não fique horas em frente à TV ou computador;

10- Escolha alimentos saudáveis nos lanches da escola e nos momentos de lazer.

Abaixo se encontra uma ilustração de um prato saudável, onde se recomenda que a metade do prato seja composta por vegetais e a outra, pelas porções de arroz, feijão e carne.

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Plano de Aula

Aula 1: A importância de uma alimentação saudável.

Objetivos

Problematizar o tema alimentação saudável, a partir das recomendações vigentes e reflexão individual sobre os hábitos alimentares dos alunos.

Recursos Necessários

- Equipamentos para apresentação de vídeo (televisão, DVD, computador, datashow, etc)

- Caderno ou folha

- Caneta ou lápis

Dinâmica

Primeira Etapa

Introduza a temática da aula a partir da apresentação da proposta da atividade do filme. Antes de apresentá-lo, questione os alunos sobre como percebem sua alimentação (saudável ou não) e o que acreditam que poderia ser modificado.

Em seguida, apresente (um por um) os 10 passos para a alimentação saudável de um adolescente. Solicite que cada aluno escreva em seu caderno as recomendações e avalie individualmente se os seus hábitos estão de acordo com cada um dos passos de 2 a 10. Por fim, sem utilizar nenhum exemplo individual como parâmetro, discuta brevemente sobre o quanto precisamos estar atentos ou mudar nossos hábitos para favorecer nossa saúde.

Segunda Etapa

Apresente o filme “Super Size Me” ou apresente o resumo do filme encontrado na internet (Ver Informações Complementares).

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Terceira Etapa

Na parte final da aula, faça um apanhado geral das informações mais pertinentes do filme, bem como resgate os conceitos trabalhados no início da aula, buscando sempre associar com a realidade dos alunos, especialmente no que diz respeito às preferências por lanches (cachorro-quente, bauru, xis, etc)

Sugestões de Atividades para Avaliação:

1) Após a apresentação do filme, peça para os alunos fazerem, em casa, um relatório dos pontos mais importantes observados, além de relacionar com demais aspectos discutidos no início da aula. Na próxima aula, faça uma analogia com os alunos, sobre o filme e os hábitos alimentares corretos.

2) Caso não seja possível trabalhar com o filme, utilize a leitura de uma resenha do mesmo (Anexo I) como o elemento a ser debatido em sala de aula. As demais etapas (inicial e final) da aula proposta podem ser igualmente utilizadas.

Informação complementar

Link do resumo do filme Super Size Me:

http://www.youtube.com/watch?v=jBh_ioTwhJU

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição. Dez passos da Alimentação Saudável para

adolescentes. Disponível em:

http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/10passosAdolescentes.pdf

KNUTH, A.G.; AZEVEDO, M.R.; RIGO, L.C. A inserção de temas transversais em saúde nas aulas de Educação Física. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 2007;12(3):73-78.

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Anexo I

Resenha do Filme Super Size Me (A Dieta do Palhaço)

Morgan Spurlock resolveu realizar o filme após ver uma notícia

sobre duas adolescentes obesas que estavam processando a rede de fast-food McDonald´s. Roteirista de sucesso, ele trabalhou em videoclipes, comerciais e shows de TV. Este foi seu primeiro filme de longa-metragem. O filme começa mostrando fatos e dados sobre o crescente aumento da obesidade na América, assim 37% das crianças e adolescentes americanos são obesos, e 2 em cada 3 adultos estão acima do peso ou obesos. A Organização Mundial da Saúde declarou a obesidade como uma epidemia global. Se nada for feito, a obesidade irá superar o fumo como a maior causa evitável de morte da América. De quem é a culpa: das pessoas que não conseguem se controlar, ou das corporações de fast-food?

Ele então anuncia sua decisão de passar um mês se alimentando exclusivamente de produtos vendidos em lojas do McDonald´s. Ele determinou para si mesmo algumas regras. Regra número 1: Em opções: ele só poderia consumir o que viesse das lojas (incluindo a água). Regra número 2: Só consumir as porções super size (super lanches) quando fossem oferecidas (e ele não as poderia recusar). Regra número 3: Sem desculpas: ele deveria comer cada item do cardápio ao menos uma vez.

Antes de começar a maratona, ele visitou três médicos (um cardiologista, um gastroenterologista e um clínico geral) e uma nutricionista, que o monitorariam periodicamente durante o mês da experiência, e fez um check-up completo. Seu peso era normal, sua saúde boa, e todos os profissionais concordaram que a idéia era uma estupidez completa.

O estilo de vida americano, incluindo a dificuldade de se fazer as refeições em casa, fazem com que 40% das refeições dos americanos sejam feitas fora de casa (1 em cada 4 americanos visitam um restaurante fast-food por dia. O McDonald's representa 43% deste mercado). Vemos lojas McDonald´s até em um hospital (segundo Morgan, fica mais fácil conseguir auxílio médico quando sua saúde se estragar por causa da comida).

O documentário mostra como a comida fast-food pode viciar (o McDonald´s chama as pessoas que consomem muito de seus alimentos de Usuários Pesados); mostra os muitos problemas sérios

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de saúde que podem ser causados pela obesidade (hipertensão, doença coronariana, diabetes adulto, derrame, doença na bexiga, osteoartrite, apnéia do sono, problemas respiratórios, câncer no endométrio, de mama, de próstata e de cólon, dislipidemia, esteatohepatite, resistência à insulina, falta de ar, asma, hiperuricemia, irregularidades hormonais, síndrome do ovário policístico, infertilidade e dor nas costas), e como algumas pessoas recorrem a cirurgias de estômago na tentativa de controlar uma obesidade mórbida.

Um mês depois, Morgan estava 11 quilos mais gordo, estava com disfunção hepática, com sintomas de depressão, seu nível de ácido úrico subiu às alturas e seu condicionamento físico e sua libido despencaram (ele combinou que não andaria mais que o americano médio consumidor de Big Mac anda por dia, o que reduziu sua atividade física quase a zero). Ele levou um mês desintoxicando o organismo (com a ajuda da namorada, uma chef vegetariana, que criou uma dieta desintoxicante para ele), e mais 9 meses para retornar ao peso anterior (84 kg). Nas notas finais, ele explica que, após o filme ser exibido em Sundance (onde ganhou o prêmio de melhor Diretor), o McDonald´s retirou a porção super size dos cardápios.

As garotas que processaram o McDonald´s perderam o processo, pois não ficou provado que os problemas de saúde foram causados pelos Big Macs ingeridos. Ao final do documentário, ficamos com vontade de comer um grande prato de salada. As refeições desintoxicantes preparadas pela namorada de Morgan parecem muito mais atraentes que os inúmeros big macs, milk-shakes, mac chickens, quarteirões e fritas que vimos no filme.

Fonte: http://www.terracotabolsas.com/rato/?p=25

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Capítulo 4 – Atividade física aeróbia e anaeróbia

Texto de apoio:

As atividades físicas aeróbias e anaeróbias diferenciam-se

basicamente pela condição do organismo em utilizar o oxigênio

disponibilizado pela respiração para a produção de energia durante a

contração muscular. A atividade aeróbia é desempenhada numa

intensidade que permite este equilíbrio dinâmico entre o consumo de

oxigênio e a demanda criada, enquanto que nas atividades

anaeróbias o movimento se dará em débito de oxigênio (onde a

necessidade de oxigênio é maior do que a capacidade de oferecê-lo

através da respiração). Além da condição física do praticante, o

principal fator que interfere neste quadro é a intensidade da atividade

física.

As atividades predominantemente aeróbias requerem que o

corpo transporte oxigênio utilizando o coração e os pulmões. Essas

atividades utilizam grandes grupos musculares, geralmente durante

períodos de tempo relativamente prolongados. A prática regular de

atividades aeróbias faz com que nosso coração se adapte com a

finalidade de realizar seu trabalho de forma mais eficaz e de levar

maior quantidade de sangue aos músculos. Para que essas

adaptações ocorram de maneira mais efetiva, é preciso que as

atividades sejam feitas com certa intensidade. A corrida, caminhada,

natação, ciclismo, entre outros, são exemplos de atividades físicas

aeróbias.

As atividades físicas anaeróbias, ao contrário da aeróbia que na

maioria das vezes é contínua, de modo geral se caracterizam por

serem intermitentes, isto é, após uma duração relativamente curta de

um primeiro estímulo, realiza-se uma recuperação parcial e volta-se a

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repetir o estímulo. Entre essas, as cargas de força e resistência

muscular são indicados para fortalecer músculos e ossos. A força

muscular é a capacidade do músculo de gerar tensão. Já a resistência

muscular é a capacidade do músculo de sustentar uma tensão

durante um longo período de tempo. As atividades de força e

resistência muscular são realizadas quando empurramos, puxamos ou

carregamos, como por exemplo, as sacolas do supermercado. Outros

exemplos que trabalham com esta capacidade são: 1) atividades com

o próprio peso do corpo como saltar, pular, escalar, etc.; 2)

atividades realizadas com um companheiro como cabo de guerra e

lutar com um amigo, etc.; 3) ou ainda atividades como transportar

objetos, musculação, utilização de bandas elásticas, ginástica

localizada, etc.

Outras atividades caracterizadas como predominantemente

anaeróbias podem ser observadas no esporte. Algumas provas do

atletismo são clássicas, como por exemplo, as corridas de velocidade

(ex: 100 e 200 metros rasos, 110 metros com barreiras) e meio-

fundo (ex: 400 e 800 metros). Outras provas no atletismo também

possuem característica anaeróbia devido às ações curtas e intensas,

como os saltos, lançamentos e arremessos.

Os esportes coletivos, como o futebol, futsal, voleibol,

basquetebol, handebol, entre outros, são compostos por ações

predominantemente anaeróbias (curtas e intensas), intercaladas por

atividades aeróbias (quando caminhamos ou corremos lentamente

sem participar ativamente de uma situação do jogo). Estas

alternâncias entre ações aeróbias e anaeróbias é que nos permite,

por exemplo, jogar futsal com amigos por uma hora ou mais. Por

outro lado, se observarmos os esportes coletivos competitivos como o

futsal que, em função do padrão de movimento ser intermitente

(períodos curtos de atividades físicas de alta intensidade, intercalados

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com igualmente curtos períodos de recuperação parcial de baixa

intensidade ou em repouso), torna-se necessário e, quase que

obrigatório, o revezamento de atletas em quadra a fim de suportar a

exigência física do jogo.

Um importante fator que determina o potencial individual para

o melhor desempenho em atividades aeróbias e anaeróbias diz

respeito à composição das fibras musculares de cada indivíduo. Tal

condição é definida geneticamente e, desta forma, diferencia as

pessoas quanto ao potencial a ser respondido pelo treinamento

adequado às solicitações específicas, como no esporte, por exemplo.

Os dois principais tipos de fibras musculares que compõem

nossa musculatura esquelética são: fibras tipo I (fibras lentas,

aeróbias ou vermelhas) e fibras tipo II (rápidas, anaeróbias ou

brancas). Esta última ainda pode ser dividida em fibras tipo IIa e tipo

IIb.

As fibras tipo I exibem a cor vermelho-escuro devido a sua

grande vascularização e a grande quantidade de uma proteína

avermelhada responsável por reter o oxigênio no interior da célula

muscular - a mioglobina. Na presença de oxigênio, existe alta

capacidade de oxidar carboidratos e ácidos graxos para gerar a

energia necessária na contração muscular, permitindo movimentos

duradouros. Essas fibras musculares, no alto rendimento esportivo,

são características de corredores de grandes distâncias, como provas

no atletismo de 10.000 metros rasos ou maratona. As fibras tipo I

tem menor diâmetro, explicando em parte o biotipo magro e

longilíneo destes corredores.

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Samuel Wanjiru – campeão da Maratona nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008).

Fonte: http://worldrecordsbrasil.blogspot.com/2011_05_01_archive.html

As fibras tipo II ou brancas são de maior diâmetro, com

predomínio de metabolismo energético anaeróbio (sem necessidade

de oxigênio para produzir energia). O músculo esquelético constituído

por esse tipo de fibras tem uma velocidade de contração maior que a

fibra tipo I. Entre suas subdivisões, a fibra tipo IIb, também

chamadas de rápidas-glicolíticas, constituem o subtipo mais

característico. Durante sua contração, o componente aeróbio é muito

pequeno, demandando energia quase que exclusivamente da glicólise

anaeróbia (sem a necessidade da presença de oxigênio). O subtipo

IIa (oxidativas-glicolíticas) possui uma capacidade aeróbia (utilização

de oxigênio) pouco maior, tornando-as levemente mais resistentes à

fadiga. Sua constituição sugere uma condição intermediária entre as

fibras tipo I e tipo IIb.

No campo esportivo, podemos observar claramente a

predominância de fibras tipo II entre atletas de alto rendimento de

determinadas provas do atletismo, como as corridas de velocidade

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(100 metros rasos, por exemplo), onde a definição da musculatura

peitoral, de braços, coxas e pernas é característica marcante.

Usain Bolt – Recordista mundial dos 100 metros rasos

Fonte:http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL724295-9798,00-

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Plano de Aula

Aula 1 - Exercício aeróbio e anaeróbio e suas diferenças.

Objetivos

Discutir sobre as diferenças entre atividades físicas aeróbias e anaeróbias.

Recursos Necessários

- Bola de Futsal.

Dinâmica

Este conteúdo está dividido em dois planos de aula que podem

ser realizados em sequência ou em momentos diferentes do

trimestre.

Primeira Etapa

Explique para os alunos as diferenças entre as atividades físicas aeróbias e anaeróbias, destacando a influência da intensidade das atividades físicas e a importância das fibras musculares para o adequado desempenho esportivo. Exemplifique tais diferenças através das atividades que serão realizadas na prática.

Segunda Etapa

Aquecimento – Atividade Aeróbia

Como forma de exemplificar a atividade aeróbia peça que os alunos caminhem, realizem um trote ou corrida leve como aquecimento da aula. Reforce a importância da manutenção da atividade por um tempo um tempo determinado e intensidade moderada.

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Como sugestão, sugira um trote ou caminhada rápida (conforme autopercepção de capacidade do aluno) por um tempo determinado (exemplo: 3 minutos). Ainda se julgares que os alunos não costumam correr e que uma atividade de trote pode ser intensa, desenvolva ao longo do período, séries intervaladas de trote e caminhada (por exemplo, trocando a cada 30, 45 ou 60 segundos). Em seguida, resgate os conceitos de atividade física aeróbia e identifique a corrida como uma atividade desta natureza. Discuta com os alunos o “quanto intensa” foi a atividade, pois é possível que a mesma não tenha sido realizada de forma aeróbia por todos.

Modalidade Esportiva – Atividade Anaeróbia

Desenvolva atividades relacionadas à modalidade futsal (educativos, jogos adaptados, etc) e/ou organize o jogo de futsal propriamente dito.

Terceira Etapa

Na parte final da aula, estimule os alunos a identificarem quais as ações que o jogador de futsal realiza durante a partida (corridas em diferentes velocidades, trocas de direção, passes, chutes, etc). Com base nas respostas dos alunos e nos conceitos já trabalhados, caracterize a modalidade como tendo ações predominantemente anaeróbias (estímulos curtos e intensos, com períodos igualmente curtos de recuperação). Por outro lado, saliente que o futsal de caráter recreativo, normalmente praticado pelos alunos, possibilita tempos maiores de intervalo entre as ações, assim como menor intensidade na participação do jogo em função do desgaste. Esse contexto permite que os praticantes joguem por tempos maiores, utilizando também o metabolismo aeróbio no jogo (durante os períodos de recuperação).

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Plano de Aula

Aula 2 - Exercício aeróbio e anaeróbio e suas diferenças.

Objetivos

Discutir sobre as diferenças entre as atividades físicas aeróbias e anaeróbias.

Recursos Necessários

- Bola de Voleibol.

Dinâmica

Primeira Etapa

Reforce com os alunos as diferenças entre as atividades físicas aeróbias e anaeróbias, destacando a influência da intensidade das atividades físicas e a importância das fibras musculares para o adequado desempenho esportivo. Exemplifique tais diferenças através das atividades que serão realizadas na prática.

Segunda Etapa

Aquecimento – Atividade Aeróbia

Organize um aquecimento com a turma, desenvolvido inicialmente através de um trote ao redor da quadra/campo e, segundo sua instrução, oriente a realização de exercícios coordenativos durante o deslocamento como:

- Tocar os calcanhares;

- Elevar os joelhos;

- Deslocamento lateral;

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- Deslocamento cruzado;

- Corrida de costas;

- Tocar um dos calcanhares durante a corrida (só direito, só esquerdo);

- Elevando um dos joelhos durante a corrida (só direito, só esquerdo);

- Correr no lugar (para momentaneamente a corrida e simula o movimento de correr no lugar, com atenção ao movimento continuo dos braços);

- Caminhada rápida.

Em seguida, resgate os conceitos de atividades físicas aeróbias e identifique a corrida e as atividades realizadas dessa natureza. Discuta com os alunos o “quanto intensa” foi a atividade, pois é possível que a mesma não tenha sido realizada de forma aeróbia por todos (intensidade elevada que não permitiria a continuação da atividade por tempo prolongado).

Modalidade Esportiva – Atividade Anaeróbia

Desenvolva atividades relacionadas a modalidade voleibol (educativos, jogos adaptados, etc) e organize o jogo de voleibol propriamente dito.

Terceira Etapa

Na parte final da aula, estimule os alunos a identificarem quais as ações que o jogador de voleibol realiza durante a partida (deslocamentos na quadra, saltos para ataque e bloqueio, quedas, etc). Com base nas respostas dos alunos e nos conceitos já trabalhados, caracterize a modalidade como tendo ações de jogo predominantemente anaeróbias. Contudo, identifique também que o voleibol possibilita intervalos de recuperação entre os pontos, facilitando a recuperação entre os estímulos.

Referência:

POWERS, SK; HOWLEY, ET. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5a edição. Barueri: Manole, 2005.

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Capítulo 5 – Balanço Energético e Atividade Física

Texto de Apoio

As elevadas taxas de sobrepeso e obesidade na população,

somado às elevadas taxas de sedentarismo, tem sido foco de inúmeros estudos e muitas são as intervenções atuando neste contexto.

Um dos pontos relevantes quando se trata de estado nutricional e nível de atividade física se refere ao que comemos e o que gastamos de acordo com o quanto de atividade física fazemos. Para essa relação chamamos de “balanço energético” o resultado da equação entre a ingestão de calorias e o gasto de energia para a manutenção do organismo. Quando a quantidade de energia (calorias) ingerida através dos alimentos é maior do que aquela que o organismo gasta com seu metabolismo basal somado às atividades físicas diárias, diz-se que há um balanço energético positivo e a pessoa aumenta a massa ou peso corporal. Ao contrário, o balanço energético se torna negativo acarretando em perda de massa corporal (magra e gorda). Metabolismo basal ou taxa metabólica basal (TMB) é a quantidade de energia necessária para a manutenção das funções vitais do organismo, sendo medida em condições padrão de jejum, repouso físico e mental em ambiente tranquilo com controle de temperatura, iluminação e sem ruído (Harris e Benedict, 1919). A estimativa da TMB leva em consideração o sexo (masculino/feminino), peso, altura e a idade.

Assim como os combustíveis, os alimentos que consumimos liberam energia durante sua queima (oxidação) no organismo (metabolismo), cuja quantidade é expressa em calorias (Kcal). Nesse sentido, podemos nos referir às calorias como sendo a energia que um alimento (sólido ou líquido) possui acumulada, a qual é liberada durante a sua queima no organismo.

A média de “necessidade calórica” diária de adolescentes é de 2.200 kcal para as meninas e 2.800 kcal para os meninos. Evidentemente que estes valores genéricos precisam ser tratados com cautela, pois a necessidade calórica deve ser estimada individualmente, considerando tanto a TMB como o gasto energético

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com as atividades do dia a dia, incluindo atividades físicas. Quanto mais ativo fisicamente, maior será a necessidade calórica.

A crescente taxa de sobrepeso e obesidade em nossa população sugere que o consumo calórico tem sido maior do que a necessidade, explicando grande parte deste quadro. O exemplo abaixo descreve o valor calórico de alimentos comuns em nossa dieta a fim de fornecer uma idéia do que está sendo consumido:

� Café da manhã: copo de leite com achocolatado (150 Kcal) e pão com manteiga (150 kcal)

Total: 300 kcal

� Almoço: nove colheres de sopa de arroz (300 Kcal), duas conchas de feijão (200 Kcal), dois pedaços médios de carne de rês (200 kcal), uma porção de salada – 9 colheres de sopa (alface, tomate, cenoura)(100 kcal) e dois copos 200mL de suco industrializado (200 kcal)

Total: 1000 kcal

� Lanche da tarde: copo de leite com achocolatado (150 Kcal) e pão com manteiga, presunto e queijo (250 kcal) TOTAL: 400 KCAL

� Janta: idem ao almoço em menor quantidade (800 Kcal)

* Fruta durante qualquer hora do dia: maçã (100 kcal)

TOTAL: 2600 kcal

Entre essas refeições, salgados e doces comumente consumidos podem contribuir de forma bastante significante no valor calórico total diário. Veja os exemplos:

� Um pacote de chips ou salgadinho médio: (em média 286 kcal)*

* Variando conforme o sabor

� Bolacha recheada (unidade): (70-80 kcal) *1 pacote em torno de 770-900 kcal, variando conforme o sabor

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� Pastel frito (~150g): (582 kcal)

� Refrigerante (lata de 350 ml): (150 kcal) � Barra pequena de chocolate – 30g: (162 kcal)

Na contramão daquilo que consumimos, a atividade física auxilia no gasto energético e na manutenção de um adequado balanço energético. A atividade física compreende todo o gasto calórico acima do que é necessário para manter o organismo funcionando, relacionado à movimentação voluntária dos músculos. Este é o componente do gasto calórico diário que mais varia entre os indivíduos. Praticamos atividades físicas quando nos envolvemos com esportes, jogos, algumas brincadeiras, quando nos deslocamos a pé ou de bicicleta e, ainda, em algumas atividades profissionais (pedreiro, carteiro, jardineiro, na indústria, entre outras).

O cálculo do gasto energético para cada atividade física leva em consideração o peso do indivíduo, o tempo de atividade e o equivalente metabólico (MET) específico. O MET indica a intensidade da atividade física. Por exemplo, uma atividade que requer 3 METs significa que possui um dispêndio energético 3 vezes maior que no repouso (sentado, tranquilo). A fórmula para o cálculo do gasto energético é a seguinte:

Gasto energético = MET atividade x peso (kg) x tempo (horas)

O exemplo abaixo exemplifica o gasto energético de uma aluna de ensino médio com as seguintes atividades:

- Sujeito: Sexo feminino, 16 anos, 50 kg

- Atividades físicas:

Caminhada para ir e voltar da escola (20minutos):

MET (caminhada) x peso (kg) x tempo (horas)

MET (4) x peso (50) x tempo (20/60) = 66,7 kcal

Aula de Educação Física (40 minutos):

MET (futebol) x peso (kg) x tempo (horas)

MET (7) x peso (50) x tempo (40/60) = 233,3 kcal

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O exemplo acima descreve atividades físicas bem demarcadas no dia do indivíduo em questão. Contudo, é necessário reconhecer que também há gasto energético de baixa intensidade, mas com muito volume, em atividades como ficar sentado, em pé, em todo o deslocamento que fazemos dentro de casa, escola ou qualquer outro lugar, quando realizamos atividades domésticas (lavar roupa ou louça, varrer, limpar, etc), entre outras.

Plano de Aula

Aula1 - A importância do balanço energético para saúde.

Objetivos

Problematizar a importância do balanço energético, assim como refletir sobre o consumo de energia e o gasto energético habitual.

Recursos Necessários

- Tabela com o valor energético de alimentos (Anexo I)

- Tabela com os equivalentes metabólicos (METs) de atividades físicas (Anexo II)

Dinâmica

Primeira Etapa

No início da aula, discuta brevemente o conceito de balanço energético – razão entre o que consumimos e o que gastamos. Enfatize a importância de um balanço energético equilibrado para a manutenção das funções vitais e do peso corporal. Por outro lado, identifique possíveis consequências negativas do desequilíbrio no balanço energético:

a) consumo maior que gasto = ganho de peso

b) consumo menor que o gasto = perda de peso

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Conceitue junto aos alunos a Taxa Metabólica Basal (TMB), estimativa mínima de demanda energética que necessitamos para manter as funções do organismo estando em completo repouso. Acrescente a informação de que conforme o estilo de vida (mais ou menos “movimento”), nossa necessidade energética se altera. Esclareça que, em média, adolescentes necessitam 2.200kcal (meninas) e 2.800kcal (meninos), devendo ser maior em casos de indivíduos que trabalham com atividades pesadas (pedreiros, carregadores, etc) ou ainda quem pratica atividade física regular, tanto por lazer como em treinamento.

Segunda Etapa

Em seguida, apresente o exemplo de refeição diária (texto de apoio) e sua contribuição energética. Em sequência, mostre o exemplo do valor calórico de algum doce ou salgado (Anexo I), destacando o seu elevado valor e seu potencial para desequilibrar o balanço energético, favorecendo assim o ganho de peso.

Após, discutida a questão do consumo, introduza a fórmula do gasto energético e mostre o exemplo do texto de apoio. Em seguida, auxilie a turma no cálculo do gasto energético da última aula de Educação Física: considerando o conteúdo (observe o MET correspondente no Anexo II), o tempo de prática e o peso individual de cada aluno. De posse dos resultados, problematize sobre a discrepância entre o gasto energético da atividade em questão e o valor calórico de alguns doces e salgados. Saliente o quanto é difícil gastar aquilo que hoje, em geral, comemos em excesso.

Como exercício final dessa vivência, solicite que os alunos recordem:

- Os lanches que consumiram “ontem” nos intervalos entre as refeições principais (café da manhã, almoço e janta). Por exemplo, bolachas salgadas e doces, chocolates, frutas, salgadinhos, refrigerantes, etc;

- As atividades físicas praticadas “ontem”. Devem ser consideradas atividades como deslocamentos para a escola a pé ou de bicicleta, prática de esportes ou jogos recreativos na escola ou fora dela, atividades domésticas (como varrer ou limpeza em geral), etc.

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De posse dessas informações e com o auxílio das tabelas de referência (Anexos I e II) e da fórmula do gasto energético, solicite que os alunos calculem:

- O valor calórico dos alimentos consumidos

- O gasto energético das atividades físicas praticadas

Caso alguma das atividades físicas ou alimentos citados pelos alunos não estejam descritas nas tabelas fornecidas, utilize os documentos encontrados nas “Informações Complementares”.

Terceira Etapa

Na parte final da aula, potencialize a discussão sobre “o quanto comemos” e o “quanto pode ser difícil gastar em energia”. Estabeleça relações com o padrão alimentar atual e o estilo de vida cada vez menos ativos dos adolescentes, apontando para possíveis conseqüências em curto e longo prazo (obesidade, doenças crônicas, etc).

Sugestão de Atividade para Avaliação:

Solicite que os alunos façam a mesma atividade realizada em aula com outra pessoa (amigo ou familiar). Estabeleça um dia a combinar para a entrega de um relatório sobre o consumo e o gasto energético da pessoa entrevistada.

Informação complementar

Artigo (Tabela de atividades físicas): FARINATTI, PTV. Apresentação de uma versão em português do compêndio de atividades físicas: uma contribuição aos pesquisadores e profissionais em Fisiologia do Exercício. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, 2003; 2: 177-208.

Disponível em:

http://xa.yimg.com/kq/groups/18719196/1191340261/name/Comp

%25C3%25AAndio%2Bde%2Batividades%2Bf%25C3%25ADsicas%2

B%2Buma%2Bcontribui%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Baos%2Bpe

squisadores%2Be%2Bprofissionais%2Bem%2Bfisiologia%2Bdo%2Be

xerc%25C3%25ADcio.pdf

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Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO) 4ª Edição revisada e ampliada. Disponível em pdf.

http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e

_revisada.pdf?arquivo=taco_4_versao_ampliada_e_revisada.pdf

Nota sobre alunos com deficiência:

Os indivíduos com deficiências estão mais propensos ao desenvolvimento da obesidade. A obesidade é uma doença complexa e multifatorial que envolve vários outros fatores, como problemas endocrinológicos, distúrbios genéticos, fatores ambientais (ex.: sedentarismo) e comportamentais. Partindo do princípio de que o indivíduo acometido por uma lesão medular está mais propício ao sedentarismo, haveria uma contribuição potencial ao desenvolvimento da obesidade. Somado a esse fator, a distribuição da gordura corporal no indivíduo acometido pela lesão medular é caracterizada pela localização centralizada da gordura, que está altamente correlacionada com o risco cardiovascular. O importante, como para as pessoas em geral, é haver o desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico.

Fonte: <http://www.deficienteciente.com.br/2010/11/cadeirantes-atividades-fisicas-e.html>

Referências:

DARIDO, SC; SOUZA JUNIOR, OM. Para ensinar a educação física: possibilidades de intervenção na escola. Campinas, SP: Papirus, 2007.

FARINATTI, PTV. Apresentação de uma versão em português do compêndio de atividades físicas: uma contribuição aos pesquisadores e profissionais em Fisiologia do Exercício. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, 2003; 2: 177-208.

HARRIS J, BENEDICT F. A biometric study of basal metabolism in man. Washington DC. Carnegie Institute of Washington. 1919.

MAHAN, LK; ARLIN, MT. Alimentos, nutrição e dietoterapia. Trad. AM. Peroco et al. São Paulo: Editora Roca, 1995.

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Anexo I

Relação de alimentos (lanches) e

respectivas medidas e valor calórico.

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Relação de alimentos (lanches) e respectivas medidas e valor calórico.

Alimento Medida caseira Calorias

Pães, biscoitos e salgados

Biscoito recheado 1 unidade 75

Biscoito wafer 1 pacote mini porção (18g) 94

Biscoito salgado 5 unidades 108

Biscoito dentinho 35 unidades 100

Empada 1 unidade média 197

Pão francês 1 unidade 150

Pão sanduíche 2 fatias 140

Pão de queijo 1 unidade grande 145

Pastel frito 1 unidade pequena 165

Pastel assado 1 unidade pequena 200

Pipoca 2 xícaras 100

Salgadinho tipo chips 1 pacote médio 286

Leites e derivados

Bebida láctea 1 copo 200ml 110

Iogurte 1 copo 200ml 134

Leite condensado 1 colher de sopa 65

Refrigerantes

Cola 1 copo 300ml 102

Guaraná 1 copo 300ml 117

Laranja 1 copo 300ml 138

Limão 1 copo 300ml 120

Doces

Bolo chocolate 1 fatia (60g) 246

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Brigadeiro 1 unidade 100

Chocolate ao leite 3 quadrados (25g) 135

Picolé chocolate 1 unidade 100

Sorvete chocolate 1 bola (60g) 112

Batata frita 1 porção pequena 224

Adaptado da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO) 4ª Edição revisada e ampliada.

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Anexo II

Relação de atividades habituais de

adolescentes e o equivalente

metabólico (MET)

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Relação de atividades habituais de adolescentes e o equivalente

metabólico (MET).

Atividade MET Andar de skate 5 Aparar a grama, cortador com motor 4,5 Atividades teatrais 3 Aulas de alongamento ou Yoga 2,5 Basquete (jogo) 8 Basquete sem ser jogo 6 Caminhada de lazer 3,5 Caminhadas longas em trilhas 6 Caminhar com cachorro 3 Caminhar para escola 4 Caminhar, descer rampas ou escadas, ficar de pé, carregar objetos variando 11 a 22kg

5

Caminhar/correr brincando com animais 2,8 Compras de mercado (carregar e fazer compras) 2,5 Correr 7 Cozinhar e preparar comida 2 Cuidados pessoais (escovar os dentes, levar as mãos) 2 Dança (balé, dança moderna, twist, jazz, sapatiado) 4,8 Dança de Salão (valsa, tango, samba) 3 Dar banho no cachorro em pé 3,5 De pé (esperar numa fila) 1,2 De pé, conversando ou falando ao telefone 1,8 Ficar deitado, assistindo TV 1 Futebol casual 7 Handebol geral 12 Hidroginástica (aeróbia, calistênica/localizada) 4 Jogos infantis com movimentação corporal intensa (amarelinha, caçador, taco)

5

Judô, jiu-jitsu, karatê, tae-kwon-do 10 Limpeza leve (espanar pó, passar aspirador, mudar roupa de cama, levar lixo para fora)

2,5

Nadar por lazer 6 Nadar, estilo livre, em velocidade rápida, esforço vigoroso 10 Pesca em geral 3 Pular corda (velocidade moderada) 10 Sentado, estudando incluindo ler e/ou escrever 1,8 Sentado, jogando cartas ou jogos de mesa 1,5 Sentado, lendo (livro, jornal) 1,3 Tocar música (bateria) 4 Tocar música (guitarra) 3 Usar o computador 1,5 Varrer o chão 3,5 Voleibol 4 Voleibol de praia 8

Adaptado de FARINATTI, PTV (2003)