APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

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Referências Bibliográficas Aconselhamento Cristão CRABB, Lawrence J. Jr. Princípios Básicos de Aconselhamento Bíblico. 1ª ed., Brasília: Editora Refúgio, 1984. ___________________.Aconselhamento Bíblico Efetivo. Brasília: Editora Refúgio, 1985. MACHADO, Remo Cardoso. Psicoterapia centrada na Bíblia. Rio de Janeiro: JUERP,1993. COLLINS, Gary R. Aconselhamento cristão. Trad. De Neyd Siqueira. São Paulo: Vida Nova, 1984. ______________. Ajudando uns aos outros: o papel dos cristãos no aconselhamento. Trad. de Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1982. OSBORNE, Cecil G. A arte de compreender a si mesmo. Trad. de João Barbosa Batista. 8ª ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1994. HURDING, Roger F. A árvore da cura: modelos de aconselhamento e de psicoterapia. Trad. Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1995. ADAMS, Jay E. O manual do conselheiro cristão. São Paulo: Fiel, 1994. SCHEEFER, Ruth. Teorias de aconselhamento. São Paulo: Atlas, 1982. _____________. Aconselhamento Psicológico: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1993. ROSENBERG, Rachel Lea. Aconselhamento psicológico centrado na pessoa. São Paulo: EPU, 1987. WEIL, Pierre. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal, por Pierre Weil e Roland Tompakow. Petrópolis: Vozes, 1993. Gardner, E. Clinton. Fé bíblica e ética social. Trad. de Francisco Penha Alves. 2ª ed., São Paulo: Aste/ Rio de Janeiro: Juerp, 1982. Aconselhamento Cristão: Familiar CARTER, Betty. As mudanças no ciclo de vida familiar. Betty Carter e Monica McGoldridk; trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. MINUCHIN, Salvador. A cura da família: Histórias de esperança e renovação contadas pela terapia familiar. Salvador Minuchin e Michael P. Nichols; trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. WORTHINGTON, Everett. Casamento ainda resta uma esperança. Modelo para terapia breve. Ed. Sepal. VONDEREN, Jeff Van. Vida\ familiar transformada pela graça. Como desenvolver relacionamentos familiares marcados pela graça de Deus e criar filhos capazes, criativos e satisfeitos, sem usar métodos legalistas e de manipulação. Editora Betânia. RAINEY, Dennis e Barbara. Meditações Diárias para casais. Devocionais para aproximar-se de Deus e de seu cônjuge. São Paulo: United Press, 1998. PRADO, Danda. Família – coleção primeiros passos, nº 50. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985. CALIL, Vera Lúcia Lamanno. Terapia familiar e de casal: introdução às abordagens sistêmicas e psicanalítica. São Paulo: Summus, 1987. CHAPMAN, Gary. As cinco linguagens do amor: como expressar um compromisso de amor a seu cônjuge. São Paulo: Mundo Cristão, 1997. Indicação de livros para devocional pessoal e para aconselhamento SWINDOLL, Charles. Eu, um servo? Você está brincando! Minas Gerais: Editora Betânia, 1983. CRABB, Larry e ALLENDER, Dan. Esperança no sofrimento. São Paulo: Editora Sepal, 1998. CRABB, Larry. De dentro para fora: sua vida pode mudar para valer, se estiver disposto a começar. Minas Gerais: Ed. Betânia, 1992. ___________. Conexão: o poder restaurador dos relacionamentos humanos. O plano de Deus visando a cura emocional. Trad. Eduardo Pereira e Ferreira. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

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Referências BibliográficasAconselhamento Cristão

CRABB, Lawrence J. Jr. Princípios Básicos de Aconselhamento Bíblico. 1ª ed., Brasília: Editora Refúgio, 1984.___________________.Aconselhamento Bíblico Efetivo. Brasília: Editora Refúgio, 1985.

MACHADO, Remo Cardoso. Psicoterapia centrada na Bíblia. Rio de Janeiro: JUERP,1993.

COLLINS, Gary R. Aconselhamento cristão. Trad. De Neyd Siqueira. São Paulo: Vida Nova, 1984.______________. Ajudando uns aos outros: o papel dos cristãos no aconselhamento. Trad. de Gordon Chown. São

Paulo: Vida Nova, 1982.

OSBORNE, Cecil G. A arte de compreender a si mesmo. Trad. de João Barbosa Batista. 8ª ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1994.

HURDING, Roger F. A árvore da cura: modelos de aconselhamento e de psicoterapia. Trad. Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1995.

ADAMS, Jay E. O manual do conselheiro cristão. São Paulo: Fiel, 1994.

SCHEEFER, Ruth. Teorias de aconselhamento. São Paulo: Atlas, 1982._____________. Aconselhamento Psicológico: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1993.

ROSENBERG, Rachel Lea. Aconselhamento psicológico centrado na pessoa. São Paulo: EPU, 1987.

WEIL, Pierre. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal, por Pierre Weil e Roland Tompakow. Petrópolis: Vozes, 1993.

Gardner, E. Clinton. Fé bíblica e ética social. Trad. de Francisco Penha Alves. 2ª ed., São Paulo: Aste/ Rio de Janeiro: Juerp, 1982.

Aconselhamento Cristão: FamiliarCARTER, Betty. As mudanças no ciclo de vida familiar. Betty Carter e Monica McGoldridk; trad. Maria Adriana

Veríssimo Veronese. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

MINUCHIN, Salvador. A cura da família: Histórias de esperança e renovação contadas pela terapia familiar. Salvador Minuchin e Michael P. Nichols; trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

WORTHINGTON, Everett. Casamento ainda resta uma esperança. Modelo para terapia breve. Ed. Sepal.

VONDEREN, Jeff Van. Vida\ familiar transformada pela graça. Como desenvolver relacionamentos familiares marcados pela graça de Deus e criar filhos capazes, criativos e satisfeitos, sem usar métodos legalistas e de manipulação. Editora Betânia.

RAINEY, Dennis e Barbara. Meditações Diárias para casais. Devocionais para aproximar-se de Deus e de seu cônjuge. São Paulo: United Press, 1998.

PRADO, Danda. Família – coleção primeiros passos, nº 50. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985.

CALIL, Vera Lúcia Lamanno. Terapia familiar e de casal: introdução às abordagens sistêmicas e psicanalítica. São Paulo: Summus, 1987.

CHAPMAN, Gary. As cinco linguagens do amor: como expressar um compromisso de amor a seu cônjuge. São Paulo: Mundo Cristão, 1997.

Indicação de livros para devocional pessoal e para aconselhamentoSWINDOLL, Charles. Eu, um servo? Você está brincando! Minas Gerais: Editora Betânia, 1983.

CRABB, Larry e ALLENDER, Dan. Esperança no sofrimento. São Paulo: Editora Sepal, 1998.

CRABB, Larry. De dentro para fora: sua vida pode mudar para valer, se estiver disposto a começar. Minas Gerais: Ed. Betânia, 1992.

___________. Conexão: o poder restaurador dos relacionamentos humanos. O plano de Deus visando a cura emocional. Trad. Eduardo Pereira e Ferreira. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

CLOUD, Henry e TOWNSEND, Joh. Limites: Quando dizer sim, quando dizer não. Assumindo o controle de sua vida. Trad. Denise Avalone. São Paulo: Editora Vida, 1999.

PARROTT, Les e Leslie. Relacionamentos: Orientações práticas para enriquecer todo tipo de relacionamento. São Paulo: Vida, 1999.

Indicação de livros para compra

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ATIENCIA, Jorge e MULHOLLAND, Kenneth. Família: teologia e alternativas clínicas/coordenação de Ageu Hereinger. Lisboa/São Paulo: CPPC, 1984.

BACKUS, William e CHAPIAN, Marie. Fale a verdade consigo mesmo. Trad. de Myrian Talitha Lins. Betânia, 1989.

MACK, Wayne. Tarefas práticas para uso no aconselhamento bíblico: problemas familiares e conjugais. Trad. de João M. Bentes. São Paulo: Fiel, 1986.

MAY, Rollo. A arte do aconselhamento psicológico. Trad. de Waune Tobelem dos Santos e Hipólito Martendal. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 1987.

________. O homem à procura de si mesmo. Trad. de Áurea Brito Weissenberg. Petrópolis: Vozes, 1982.

TOURNIER, Paul. Culpa e graça: uma análise de sentimento de culpa e o ensino do evangelho. Trad. de Rute Silveira Eismann. São Paulo: ABU, 1985.

WHITE, John. As máscaras da melancolia: um psiquiatra cristão examina a depressão e o suicídio. Trad. de Yolanda Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU, 1987.

WEIL, Pierre. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal, por Pierre Weil e Roland Tompakow. Petrópolis: Vozes: 1986.

Escola de Teologia - MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra Cintra

O QUE SIGNIFICA SABER ESCUTAR

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A Bíblia diz que há um tempo para todas as coisas, debaixo do céu, cada coisa tem sua hora; “...tempo de estar calado e tempo de falar”. A maioria das pessoas pensa que o ar deve estar cheio de som de suas vozes, porém a Palavra diz que o tempo de calar é igual ao tempo de falar. Os conselheiros de Israel necessitavam da capacidade de ouvir, de escutar. Jesus disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.

Terrivelmente esta é a época em que ninguém escuta. A tônica da educação de hoje é que o aluno participe e se expresse. Isto nos leva a pensar que o falar é mais importante que o escutar. Naturalmente não é possível que um fale todo o tempo. Alguém tem que escutar. A maioria dos que falam não deseja dar informes ou na realidade comunicar-se, mas tão somente buscam um auditório. O ESCUTAR pode ser caracterizado por distintos níveis.

I. NÍVEL SUPERFICIAL Neste nível escutamos somente as palavras das outras pessoas. Não procuramos

avaliar ou compreende-las. Poderíamos repeti-las se fosse necessário, porém nada mais (recado).

II. NÍVEL DA AVALIAÇÃO Neste escutamos as palavras e logo avaliamos e talvez de alguma forma

aceitemos ou rejeitemos. Ex.: escutar o sermão aos domingos. O visitador pode escutar e avaliar o que disse um paciente e até fazer um diagnóstico de seu problema de maneira objetiva. Mas, cuidado para não “rotular”.

III. NÍVEL DE ESCUTAR ALÉM DAS PALAVRAS Há poucas pessoas que chegam a escutar neste nível porque nele se escuta a

pessoa em vez de escutar acerca dela. Isto é, compreender o que fica atrás das palavras. Já não se é mais “observador do balcão” e se avaliam nas palavras. Neste nível escuta-se a pessoa como uma verdadeira pessoa, digna de ser ouvida.

O que significa escutar além das palavras? Jesus diss e: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, naturalmente que uma pessoa não surda pode ouvir bem, porém Jesus explicou: “Se tem ouvidos para ouvir que escutem o verdadeiro sentido da palavra e o que a pessoa deseja dizer-lhe”.

1. Ouvir com simpatia – compreender a idéia expressada; os motivos de sua atitude.

2. Escutar com compaixão; interesse.3. Colocar-se no lugar do outro.4. Não se importar se o que ele disse é justo ou injusto; correto ou incorreto.

Entrar em companheirismo emotivo com a pessoa.5. Significa ouvir além das perguntas. Estas podem estabelecer uma relação mais

pessoal. A resposta não é tão importante. Ex.: perguntas sobre algum livro, médico, horas, etc.

6. Significa escutar o significado do silêncio. O silêncio como a palavra pode cobrir ou descobrir. A tentação é nos apressarmos em dizer alguma coisa.

7. Prestar verdadeira atenção. Escutar estimula o outro a comunicar-se. Indiferença inibe o outro a expressar-se com naturalidade.

8. Escutar é ouvir abertamente, sem julgamento.

Transparência 07OBS.: Treinamento Organizacional – Equipes de Liderança – Psicóloga: Sandra Cintra.

A IMPORTÂNCIA DO SABER OUVIR

Prepare-se para ouvir

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Ouça segundo o ponto de vista do interlocutor

Concentre-se no ponto principal e não apenas nos fatos

Amenize sua sensibilidade às palavras

Procure manter a mente aberta

Preste atenção

Mantenha seu pensamento no interlocutor

Ouça nas entrelinhas

Não antecipe pontos de vista ou idéias

Não faça julgamentos ou pré conceitualize as falas

Mantenha contato visual com quem fala

OITO MANDAMENTOS DA ARTE DE OUVIR

1. Julgar o conteúdo e não a forma de expressão.

2. Ser receptível.

3. Ser flexível, não Ter resistência às mudanças.

4. Ouvir a mensagem completa.

5. Prestar atenção às idéias.

6. Procure entender o ponto de vista do outro.

7. Deixar de lado os preconceitos e preferências.

8. Não se distrair.

“Falar é prata. Ouvir é ouro”

Escola de Teologia - MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra CintraData: 11/09/01

DEUS TRABALHANDO A ALMA PARA CURAR O CORPO

Texto: Lucas 5:17-25v. 17 – Jesus ensinavav. 18-19 – A busca da cura:De quem?

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Do quê?v. 20 – Alma curadav. 21-22 – Coração doentev. 23-24 – Olhos da fé v. 25 – A cura completa.

Como era minha vida antes de receber a Cristo. Explique sua religião, pecados e estilos de vida. Como eu percebi que precisava aceitar a Cristo. Onde e como eu aceitei a Cristo. Como é a minha vida hoje.

Necessidade + Limitações = impulsiona-nos a pedir AJUDA.

A FIGURA DO CONSELHEIRO NUM CONSTANTE DESENVOLVIMENTO.Esse é o título do próximo tema que iremos desenvolver em sala de aula. Portanto, escreva aquilo que Deus já tem lhe falado de como deve ser o conselheiro(a) cristão(ã).

O ACONSELHAMENTO CRISTÃO DEVE EVIDENCIAR O INTERESSE DE DEUS POR CADA PESSOA INDIVIDUALMENTE.

As multidões, o povo, sempre estiveram no foco de Deus. Quando Salomão concluiu a construção do maravilhoso templo em Jerusalém, e depois que o dedicou a Deus, numa festa solene, Deus se manifestou à noite e falou com ele: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu os ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2 Cr. 7:14). Os cuidados de Deus pelas pessoas como um todo são expressas nas bem conhecidas palavras do profeta Isaías no cap. 53, anunciando a ação redentora do Messias para o mundo: “Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido... e pelas sua pisaduras fomos sarados” (v. 4,5).

Talvez a parábola da bodas seja a confirmação mais clara de que Deus gostaria de cuidar de todos. O rei, citado por Jesus na parábola, diz: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes. E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados” (Mt. 22:10). O ministério de Jesus foi marcado pela cura indiscriminada de doentes, em grande número: “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos, e curou todos os que estavam doentes; para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mt. 8:16,17). Este texto deixa entendido de que as curas aconteciam durante a aglomeração de multidões.

Mas existe um grande número de textos indicando que os cuidados de Jesus com as pessoas eram executados individualmente também, em conversas privativas e discretas, como, por exemplo, a explanação sobre a salvação a Nicodemos, que aconteceu altas horas da noite. A razão de escolha do horário noturno não nos é dada, mas não é difícil imaginar algumas razões. Nicodemos era um fariseu e um homem público e político. O ministério de Jesus era um desafio e uma confrontação à liderança espiritual dos fariseus no meio do povo. A fama pública de Jesus, o seu poder de realizar milagres e a euforia das multidões em segui-lo tornou-se uma ameaça política para a elite dominante. Ninguém podia se aproximar pacificamente de Jesus sem entrar em conflito com eles. Mas Nicodemos estava inquieto. Ele observou os frutos do ministério de Jesus. Ele, um fariseu estudioso e intelectual, percebeu que Jesus alcançava o coração do povo, realizava milagres e transmitia um poder e uma paz que somente Deus poderia dar. Assim ele procurou a Jesus no sigilo d noite e Jesus respeitou a sua decisão e o atendeu individualmente no abrigo da escuridão. Não apenas com Nicodemos mas com certa freqüência Jesus atende as pessoas em particular, como por exemplo: 1) Jesus saiu da multidão e foi visitar Zaqueu em sua casa; A parábola do Bom Pastor também enfatiza a busca de uma só ovelha, fugida, caída e sofrida.

Essa explanação serve para mostrar o cuidado individual que se faz necessário exercitar dentro do aconselhamento, porém, lembrando sempre que a maioria das

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conversas rodeiam em torno de assuntos bem evidentes: solidão, auto-estima e medo. Portanto vou fornecer questionários que tratam do assunto que poderá ser utilizado como ferramenta dentro do aconselhamento, no entanto, faz-se necessário que você individualmente seja sujeito ao questionário.

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE SENTIMENTO DE ISOLAMENTE E SOLIDÃO.

Este exercício consiste em simplesmente ler cada questão, e depois responder afirmativamente ou negativamente com um “x”. Às vezes a resposta não estará clara, ou ela lhe parecerá subjetiva demais para responder simplesmente “sim” ou “não”. Caso isto aconteça, então escreva algo a respeito numa folha ou num caderno. Outras vezes a resposta da questão dependerá das circunstâncias em que ela acontece, e você dirá, depois de ter lido a questão: “Depende”. Neste caso responda, simplesmente, pela média: o que é que acontece, e como acontece na maioria das vezes. Não se preocupe em “acertar” as respostas, pois isto aqui não é uma prova, mas, apenas um questionário para levantamento de dados.

SIM NÃO1. Você tem amigos? ( ) ( )2. Esta amizade consiste num mútuo dar e receber? Caso não você recebe mais do que dá? Ou você perde demais, tanto que se distancia?

( ) ( )

3. Você tem procurado conversar sobre esta desproporção, este desequilíbrio? ( ) ( )4. Você consegue confiar em outras pessoas? Caso não: Por que não? ( ) ( )a. más experiências: ( ) ( )b. medo de ser decepcionado: ( ) ( )c. porque não confia em sim mesmo: ( ) ( )5. Você evita relacionamentos mais próximos com os outros? ( ) ( )Caso sim: É por medo de...a. não corresponder com as expectativas do outro? ( ) ( )b. eventualmente ser deixado de lado? ( ) ( )6. Você pensa que é preciso esforçar-se para ser aceito por outros? ( ) ( )7. Você tem a impressão de que tem que esconder o seu verdadeiro jeito de ser diante dos outros?

( ) ( )

Caso sim: você já experimentou ser você mesmo? ( ) ( )8. Você consegue aceitar alguém que se apresenta em sociedade de modo desajeitado ou inadequado?

( ) ( )

Consegue aceitar quem se comporta de modo errado sem ter esta intenção? ( ) ( )9. Você tem medo de errar (sem intenção) porque os outros poderiam criticar ou rir de você?

( ) ( )

10. Você já refletiu sobre o que poderia fazer para ser integrado na sociedade? Num grupo? Num grupo familiar? Ou numa célula da igreja? Caso sim:a. falando coisas positivas: ( ) ( )b. escutando mais e melhor aos outros: ( ) ( )c. mostrando mais cordialidade: ( ) ( )d. convidando as pessoas: ( ) ( )e. e o que mais?

E então, como foi a sua experiência de preencher este formulário? Ele o fez pensar em algo novo? Você descobriu algo a respeito de si mesmo? Não passe simplesmente a diante. Reflita sobre a necessidade e a maneira de fazer algo a respeito das questões que não estão em ordem. Ore a respeito, e tome algum propósito agora mesmo. Escreva o seu propósito e seu plano a seguir:

OBS.: Os próximos questionários serão sobre auto-estima e medo.Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra CintraData: 25/09/01

A. Características da Pessoa que Possui uma Baixa Auto-Estima (que gosta muito pouco de si mesma):

Ofende-se com facilidade. Argumenta demais – “ser sempre do contra” (achar sempre que o que mais vale é a

sua própria opinião). Critica muito os outros. Intolerante (“...tem que ser assim e não me venha com outra...”).

Page 7: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

Irritável (qualquer coisa lhe aborrece). Tem dificuldade em perdoar. Sente ciúme exagerado. Tem dificuldade em ouvir o que os outros têm a dizer. É materialista – complexo de pobreza. Dá valor exagerado a títulos, honrarias etc. É um mau perdoador. Tem dificuldade em aceitar elogios.

B. Reflexão sobre a auto-estimaEm certa ocasião Jesus foi inquirido pelos intelectuais da época e os

conhecedores da Lei Mosaica. Perguntaram a ele: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” “Respondeu Jesus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo semelhante a ele: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt. 22:36-40).

Há estudiosos da Bíblia que entendem que aqui existem apenas dois mandamentos, o de amar a Deus e o de amar ao próximo. Estes estudiosos entendem de que Jesus não designou mais um mandamento, o de amar a si mesmo. A palavra “como” faz uma digressão comparativa apenas para algo pré-existente. Para eles o amor a si mesmo é apresentado por Jesus como uma precondição para o amor ao próximo. É o fundamento, a base, sobre o qual se baseia o amor ao próximo. Portanto, o amor a si mesmo faz parte dos fundamentos de uma natureza humana sadia, como criada por Deus. Se aqui alguém esta deficiente, estará também no amor ao próximo.

Outros estudiosos interpretam a frase “amarás ao teu próximo como a ti mesmo” como um mandamento para o amor a dois objetos: ao próximo e a si mesmo. Pode-se perceber que freqüentemente os autores que estudam e escrevem sobre os problemas da vida e os conselheiros que querem ajudar pessoas com problemas tendem a interpretar o amor a si mesmo como mandamento de Jesus. Estes certamente entram em contato com os efeitos nefastos da falta do amor a sim mesmo, e então, em busca de uma ênfase, conseguem enxergar mais facilmente o amor a si mesmo como mandamento também.

De qualquer maneira, o amor a si mesmo é necessário para que haja cuidados pessoais, para que haja estrutura psicológica, emocional e espiritual para que a pessoa possa interagir com o seu meio, especialmente com o meio agressivo e com as dificuldades que a vida diariamente apresenta. Muito embora não encontremos na Bíblia palavras como auto-estima, auto-conceito, auto-valorização e auto-realização, estes conceito nos facilitam a compreensão do que é este amor a si mesmo, que é uma precondição para o amor ao próximo.

Ao mesmo tempo, o conselheiro pastoral não deve esquecer que existem problemas humanos que nascem no amor próprio exclusivo. Isto é, quando não acontece o equilíbrio do amor próprio e do amor a si mesmo. Neste casos podem instalar-se atitudes egoístas, orgulho, inveja e ciúme, reações perdulárias (gastadoras, esbanjadoras) e sérias dificuldades de relacionamento. Estas coisas são descritas na Bíblia como pecado. E elas causam também sensações de infelicidade em quem vive sob esta determinante do amor exclusivo a si mesmo, sem considerar equilíbrio com o amor ao próximo.

Ter auto-estima e sentir seu valor pessoal é uma necessidade psicológica básica para a sobrevivência do indivíduo, além de ser uma necessidade básica para se ter a ousadia de fazer alguma coisas pela obra de Deus e pelas pessoas. Se alguém não confia em si mesmo, não reunirá as forças necessárias para muitas das tarefas diárias a que o ser humano é exposto como: levantar os recursos para viver, entrar em contato com pessoas, confrontar, desafiar, conquistar, trabalhar e vencer na vida. Muitos cristãos anularam-se a si mesmos e consideram o amor a si mesmo como pecaminoso em função de textos como o da videira e dos ramos, onde em João 15:4 diz: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim... porque sem mim nada podeis fazer“. Um outro texto que pode ser interpretado unilateralmente e fora do contexto geral da Bíblia é João 3.27: “O

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homem não pode receber cousa alguma se do céu não lhe for dada”, e o texto de 2 Coríntios 3.5, que enfatiza: “Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”. Baseados em passagens semelhantes a estas, muitos afirmam que o amor a si mesmo, a auto-confiança, o auto-conceito e a valorização própria não recebem respaldo.

Mas, ao analisar o segundo maior mandamento, não podemos ter dúvidas de que ao cristão cabe o equilíbrio entre o amor ao próximo e o amor a si mesmo, seja este um mandamento ou não. Através de pregações com conteúdos como os anteriormente expostos freqüentemente encontro cristãos que pecam de maneira inversa, isto é, amam ao próximo mais do que a si mesmos. Acho que devemos considerar como um pecado amar próximo mais do que a si mesmo, tanto quanto consideramos amor egoísta como um pecado.

Romanos 12.3 oferece a solução para esta discussão. O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu: “Ninguém tenha a si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a fé que Deus lhe concedeu”. Gosto de comparar o conceito de auto-estima às plantas, a diferentes tipos de vegetais. Se a auto-estima for como uma grama, como relva no chão, cada pessoa e qualquer animal poderá pisoteá-la até que ela seque ou morra. Se ela se tornar grande como uma árvore, então poderá lançar tanta sombra que impedirá outras plantas de crescerem ao seu pé. Mas, se a planta for como uma cerca viva, constantemente tratada, podada e cuidada, então ela não será pequena demais, a ponto de ser pisoteada, nem grande demais de modo que outra plantas deixem de ter seu espaço. Uma cerca viva se faz presente, marca e diferencia espaços, mas faz isto com clareza e estética, sem prejudicar as outra plantas.

Volte agora às Características da Pessoa que possui uma Baixa Auto-estima, e após a pequena reflexão acima, tente avaliar-se mais uma vez. Se mesmo assim você chegar à conclusão de que sua auto-estima sofre de déficit, então procure alguns livros como: Você é alguém especial, de Bruce Narramore; Construindo uma nova auto-imagem, de Josh McDowell ou outras obras semelhantes. Se estes livros não forem suficientes para lhe ensinar crescimento de auto-estima, então não se constranja em buscar um conselheiro. Se o seu pastor não se sentir à vontade em ajudar nesta questão, ouse mesmo procurar um conselheiro profissional. Com os resultados obtidos você certamente poderá viver mais satisfatoriamente, e será de maior benção mesmo no trabalho do Reino de Deus.

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilha luz” (1Pe. 2.9). Poderíamos valorizar-nos a nós mesmos mais do que o próprio Deus nos valoriza? Certamente que não! E percebamos bem: esta valorização é “a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilha luz”. Uma pessoa que não se valoriza adequada e equilibradamente não é capaz de proclamar nenhuma virtude e talvez proclame apenas pessimismo, medo, desesperança, etc.C. Algo para pensar:O que um homem pensa de si mesmo, determina o seu destino. (Henry D. Tohreau)Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. (Mt. 8:13)Tudo posso naquele que me fortalece: Cristo. (Fl. 4:13)

D. O que o amor-próprio não é: A pessoa que se aceita tal qual é não se deixa dirigir por uma ambição neurótica

e/ou egocêntrica. Uma pessoa que está de bem consigo mesma não tem a necessidade doentia de

dizer sempre “sim” a tudo. Ela também consegue dizer “não” quando isso for necessário.

Quem se ama adequadamente não fica arrasada com facilidade. Pessoas que conseguem se aceitar a si mesmas não são exageradamente sensíveis,

não se ofendem por qualquer coisa. Pessoas que se aceitam não vivem no passado.

Page 9: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

Pessoas que se aceitam não esperam que as outras as façam felizes ou preencham todas as suas necessidades.

E. Teste psicológico para determinar o grau de auto-estima.Marque com um “X” a resposta que corresponde à sua situação.

1. Recebi de meus pais quase todo amor que precisava. verdadeiro falso

2. Não sou mais autoconsciente do que as pessoas comuns. verdadeiro falso

3. Raramente me vejo criticando fortemente as pessoas. verdadeiro falso

4. Tenho tantos amigos quanto gostaria de ter. verdadeiro falso

5. Não me importo muito quando pessoas que conheço fazem coisas absurdas. verdadeiro falso

6. Penso que consegui quase tudo que desejava na vida. verdadeiro falso

7. Não tenho sido incomodado por muitos problemas físicos ou emocionais. verdadeiro falso

8. Tenho a tendência de confiar na maioria das pessoas sem muita dificuldade. verdadeiro falso

9. Os políticos são quase tão honestos quanto as pessoas comuns. verdadeiro falso

10.Provavelmente não sou mais sensível do que a maioria das pessoas. verdadeiro falso

11.Dificilmente penso que as pessoas possam estar rindo de mim. verdadeiro falso

12.A maioria das pessoas não conseguiria me deixar sem saída ao tentar me pôr em apuros. verdadeiro falso

Ao mesmo tempo em que estas afirmações acima querem ajudá-lo a avaliar a sua auto-estima, elas em si já oferecem conceitos e dicas a respeito da mesma.

Escola de Teologia - MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra Cintra Data: 21/08/01

SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MÉTODOS DE ACONSELHAMENTO

Método autoritário/centralizador:

- ordenar,- proibir,- repreender,- ameaçar,- o conselheiro possui o conhecimento e

experiências.(*)

Método exortativo:- termo de compromisso e promessas

formais como estímulo para modificação de atitudes.

Método sugestivo:- repreensão da problemática através de

encorajamento e suporte.

Catarse:

- verbalização de problemas e de vivências emocionais conscientes e inconscientes a alguém que proporcione aceitação e compreensão.

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Método diretivo:

O conselheiro: (*)- dirige a entrevista,- seleciona os tópicos,- define os problemas,- sugere soluções e planos de ação,- baseia-se na orientação médica.

Método interpretativo:- esclarecimentos a respeito das

motivações (às vezes inconscientes) do comportamento e atitudes.

Método não-diretivo:

O aconselhando: (*)- dirige a entrevista,- visa ao amadurecimento emocional e não

apenas solução de problemas,- focaliza o conteúdo emocional expresso

pelo aconselhando,- proporciona atmosfera propícia para

autodeterminação por parte do conselheiro.

Método eclético:- emprega, simultaneamente ou não, os

vários métodos, de acordo com a natureza do problema e a necessidade do aconselhando.

(*) Acréscimos pessoais.(*) Método diretivo: O conselheiro assume a responsabilidade de achar a solução.(*) Método não-diretivo: O conselheiro orienta a encontrar o caminho.

Escola de Teologia - MECCDisciplina: Aconselhamento FamiliarProfessora: Sandra Cintra Data: 21/08/01

FORMAS DE CASAMENTO

Monogamia: um homem e uma mulher. Pv. 5:15-19 (é louvável para Deus) Poligamia: um homem e mais de uma mulher. Gn. 4:19 (seu início é bem cedo, através de Lameque) Poliandria: uma mulher e mais de um homem. Casamento em grupo: não há casais fixos e as crianças são criadas pela comunidade inteira. Ex.: comunidades hippies. Casamento levirato: um irmão ficava com a esposa viúva de um irmão falecido.

FORMAS E ABORDAGENS DE TERAPIA/ACONSELHAMENTO FAMILIAR

1. Terapia familiar conjunta: refere-se àquela situação em que o terapeuta encontra-se com uma família e tenta enfocar os padrões de interação dentro dela. Isto amiúde significa que toda a família acha-se presente, mas tal não é de modo algum exigido, enquanto o enfoque for o da patologia familiar e não apenas a patologia deste ou daquele membro. Alguns denominam esta abordagem à terapia de psicoterapia conjunta. Murray Bowen chama-a de terapia familiar grupal. Seja qual for o nome que se lhe dê, sua marca distintiva é o enfoque da família.

2. A terapia de impacto múltiplo: refere-se à abordagem em que diversos membros de uma equipe trabalham com membros individuais e variadas combinações familiares por um período intensivo de 2 ou 3 dias. Alguns acham que a família é então engolfada pelo assalto dos

Page 11: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

terapeutas e, através de um bombardeio constante das defesas familiares, torna-se possível uma mudança real. Mais um vez, o enfoque aqui é o do sistema familiar.

3. A terapia de rede ou entrelaçamento: expande a terapia desde a família nuclear para outros que nela têm interesse ou lhe são significativos, vizinhos e amigos inclusive, e isto é considerado necessário ou útil. O objetivo da terapia de rede é a “retribalização”, isto é, a criação de uma rede social viável para a pessoa ou a família que se acha em dificuldade. Baseada primeiramente no pensamento de R. D. Laing, a noção básica de terapia de entrelaçamento é que tais “tribos” ou redes sociais têm dentro de si o poder de curar. Ademais, este poder é atribuído ao fato de a doença mental ser resultado de um colapso das redes sociais tradicionais, que historicamente davam às pessoas o senso de pertencer a algo e poder enfrentar as adversidades. A doença é o resultado da alienação, por parte de uma pessoa, não apenas de um senso do eu, mas também de sua raízes. A terapia, pois, é a tentativa de “retribalizar” essa pessoa. Mais uma vez, trata-se de ser a pessoa avaliada não em isolamento, mas dentro do contexto de uma configuração social mais ampla.

4. A terapia familiar múltipla: refere-se à abordagem em que um certo número de famílias é visto ao mesmo tempo. Este método, utilizado pela primeira vez por Peter Laqueur, vem ganhando popularidade. O emprego de outras famílias tende a superar um pouco da distância existente entre o terapeuta e seus clientes. O autor a experimentou ele próprio, ao lidar com famílias negras e carentes. As oportunidades de observar, imitar e identificar-se com outras famílias aumentam, o que parece diminuir algumas das barreiras existentes entre terapeuta e família. Premissa básica, contudo, é o emprego de uma abordagem de sistema à terapia.

O MODELO SISTÊMICOTodas as partes de um organismo formam um circuito. Portanto, toda parte é começo e fim.

(Hipócrates)

A idéia central desse modelo é ser o “doente”, ou membro sintomático, apenas um representante circunstancial de alguma disfunção no sistema familiar.FAMÍLIA: membro sintomático/membro assintomático.

Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento FamiliarProfessora: Sandra CintraData: 25/09/01

OBS.: Continuando sobre regras familiares.

Cada família desenvolve formas básicas, específicas de transações, ou seja, uma seqüência padronizada de comportamentos, de caráter repetitivo, que garantem a organização familiar e que permite um mínimo de previsibilidade sobre a forma de agir de seus membros. Considera-se que essas formas padronizadas e repetitivas de se comportar na família são governadas por regras. Regras que não são na sua maioria verbalizadas, mas que podem ser inferidas a partir da observação das qualidades das transações na família. Regras que em parte são vinculadas aos valores de nossa cultura, mas que em grande medida se originam das vivências psicológicas do casal. Às vezes, elas representam simplesmente repetição de vivências que o casal teve em suas respectivas famílias de origem.

A família pode, então, ser vista como um sistema que se auto-governa através de regras, as quais definem o que é e o que não é permitido. Estabiliza-se equilibra-se em torno de certas transações que são a concretização dessas regras. O sistema familiar oferece resistência a mudanças além de um certo limite, mantendo, tanto quanto possível, os sues padrões de interação – sua homeostasia. Existem padrões alternativos disponíveis dentro do sistema, mas qualquer desvio que vá além do seu limite de tolerância aciona mecanismos que restabelecem o padrão usual. O mecanismo utilizado na família para restabelecimento da homeostase é denominado retroalimentação negativa, ou feedback negativo. (Ex.: adolescência de um ou mais membros da família; o nascimento de um bebê, etc...)

Page 12: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

O feedback negativo terá, então, a função de manter o equilíbrio – a homeostasia do sistema familiar.

Homeostase: conjunto de ajustamentos compensatórios que tem por missão enfrentar qualquer ameaça à estabilidade da personalidade.

É importante ressaltar neste momento que estabilidade ou equilíbrio do sistema familiar não significam necessariamente sanidade, significam apenas um modo de interação que permite a sobrevivência da família. A família pode também equilibrar-se em torno de padrões difuncionais.

Quando existem obstáculos à transformação, ou seja, quando existe dificuldade de se reorganizar um novo equilíbrio na família, vê-se freqüentemente que as transações existentes eram disfuncionais.

Quando as mudanças em suas regras funcionais são necessárias? De exemplos.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.

Quais seriam os subsistemas existentes dentro do sistema família?

Como interagem entre si?

Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento FamiliarProfessora: Sandra CintraData: 02/10/01

CONTINUAÇÃOEXERCÍCIO

OBS.: Homeostasia e transformação: processos básicos de manutenção da família.

1. Adoecimento e hospitalização da figura do pai que é aquele quem administra toda a casa. A mãe, dona de casa, necessita ficar com ele no hospital. A casa fica sobre os cuidados da filha mais velha que tem também de cuidar dos dois irmãos mais novos.

Segundo seu ponto de vista, o restabelecimento da família deverá ficar como?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 13: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

1. Família constituída de dois filhos homens mais velhos e duas meninas pré-adolescentes, pai mantenedor e mãe dona de casa. O filho mais velho que ajudava na manutenção da casa engravida a namorada e sai de casa para morar com o sogro.

Qual a transformação ocorrida nessa família e como você as vê?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

MATERIAL COLHIDO DA REVISTA CLAUDIA

Frase Pessoal: “A ausência de julgamento nos ajuda a observar o mundo ao nosso redor.”

Frase de cartaz do grupo de neuróticos anônimos: Só por hoje, evitarei o descontrole emocional.

Frase 2: Quem você vê aqui,O que você ouve aqui,Quando você sair daqui,Deixe que fique aqui.

GRUPOS DE AUTO-AJUDA:Os grupos que têm sedes que informam sobre encontros em diferentes cidades

do Brasil.1. Alcoólicos AnônimosSite: www.alcoolicosanonimos. org.bre-mail: [email protected]

2. Co-dependentes anônimosSite: freeyellow.comlmembers8/codependentese-mail: [email protected]

3. Comedores Compulsivos Anônimos.

4. Dependentes de Amor e Sexo Anônimos.http://memberstripod.coml~dependentes/brazil.html

5. Devedores Anônimos

6. Emocionais Anônimos

Page 14: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

7. Fumantes Anônimos

8. Introvertidos Anônimos

9. Jogadores Compulsivos Anônimos

10. Mulheres Que Amam Demais Anônimas.

11. Neuróticos Anônimos.Site: www.neuroticosanonimos.org.br

12. Psicóticos AnônimosTel. 0800 109636

13. Sobreviventes do Incesto Anônimos

Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra CintraData: 16/10/01

ESTUDANDO AS EMOÇÕES E SENTIMENTOS

EMOÇÃO: a palavra emoção significa movimentação ou agitação do organismo. É o

estado em que o organismo sai do seu equilíbrio. A manifestação emocional é um

distúrbio da atividade glandular e muscular.

EMOÇÃO: são expressões afetivas acompanhadas de reações intensas e breves do

organismo em resposta a um acontecimento inesperado. Comoção, perturbação.

1) Dinâmica do fio(corda) a ser ultrapassado sem cair no abismo.2) Dinâmica do rótulo: Riam de mim, Me desprezem, “me adorem”.Exemplos de características emocionais: Medo, raiva, riso, etc...

Medo: Quando um indivíduo se confronta com o perigo surge o medo, uma reação de surpresa ou sobressalto.

Raiva: O que produz a raiva em uma pessoa poderá ser a contrariedade ou a dor. Quando um indivíduo está com raiva ou dor, há a possibilidade de “perder a cabeça” ou o controle.

Riso: O riso surge pela satisfação ou diante de um fato engraçado. Na piada o riso surge porque determinada situação se apresenta de forma inesperada, completamente diferente do que se esperava.

Químicas na emoçãoExistem vários estados emocionais, não se podendo assim identificar todas as mudanças físicas químicas e psicológicas provenientes das emoções, porém, na cólera e medo é possível distinguir dois elementos químicos na corrente sangüínea. Na cólera conseguimos identificar a adrenalina. Nos filmes violentos existe até a expressão popular que tal aventura

Page 15: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

é “pura adrenalina”. No medo de consegue identificar dois elementos químicos: Adrenalina e noradrenalina. Este segundo elemento químico é tão poderoso, que é possível um cão percebê-lo.

REAÇÕES FÍSICAS NA EMOÇÃO

A emoção não encontrando evasão pode gerar resultados como frustração ou depressaõ. Nos estados emocionais temos muitas das vezes consciência de reações físicas: coração pesado, músculos tensos, palmas das mãos úmidas de suor, alteração na cor das faces, tremor, etc.

SENTIMENTO: difere das emoções por serem mais duradouros, menos “explosivos” e

não serem acompanhados de reações orgânicas intensas.

SENTIMENTO: ato ou efeito de sentir- (se). Disposição afetiva em relação a coisas de

ordem moral ou intelectual.

Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra CintraData: 30/10/01

“Se vocês encontrarem tempo para conversar todos os dias, jamais se tornarão estranhos.”

(Léo F. Buscaglia)

SENTIMENTOS

SENTIMENTO: difere das emoções por serem mais duradouros, menos “explosivos” e não serem acompanhados de reações orgânicas intensas.

SENTIMENTO: ato ou efeito de sentir- (se). Disposição afetiva em relação a coisas de ordem moral ou intelectual.

Os sentimentos estão diretamente ligados aos pensamentos (ou ao monólogo interior) – e também ao comportamento.

PENSAMENTOS SENTIMENTOS COMPORTAMENTO

Exemplo: Pensamentos negativos levam a sentimentos negativos, que levam a um comportamento negativo. Uma criança pensa num copinho de sorvete, o que cria um sentimento (desejo de um sorvete de chocolate com cobertura dupla), que leva ao comportamento (fazer alguma coisa para obter o sorvete).

Ao lidar com essa situação você poderá ou não decidir comprar o sorvete para seu filho. Se escolher não comprá-lo, será muito fácil negar, sem refletir, os sentimentos dele (“Você de fato não deveria sentir isso antes do jantar”). Em vez disso, reconheça e aceite seus sentimentos (“É claro que você quer um sorvete agora”), e então intervenha no nível do pensamento (“Mas está muito perto da hora do jantar, e é provável que o sorvete estrague o seu apetite”), ou no nível do comportamento(“Não podemos lhe dar um sorvete agora, meu bem”).

Algumas pessoas lidam com os sentimentos negativos gritando, batendo ou assumindo outros comportamentos agressivos, como o de “monstro”. Este tipo de “expressão” pode dar um alívio ilusório, mas na realidade prejudica não só o outro, como o relacionamento e a auto-estima de todos.

Page 16: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

Os sentimentos são experiências particulares, interiores, que nos falam do nosso mundo. Não podemos esperar que as pessoas sintam como nós, pois com isso estaremos desrespeitando sua integridade. Ao ditar como as pessoas deveriam ou não se sentir, nós os estamos pressionando para que desistam de sua própria realidade emocional. Jamais poderemos fazer isso, os impediremos de fabricar emoções. Apenas reprimirão seus sentimentos verdadeiros e fingirão sentir-se de maneira diferente da que de fato se sentem.

Os sentimentos têm um propósito legítimo. Eles são parte do ser humano e devem ser aceitos, como conteúdo psicológico. “Os sentimentos parecem inadequados apenas quando não são entendidos”.

A repressão dos sentimentos cria uma tensão corporal que continuará a

aumentar até que seja aliviada. Esta pressão pode voltar-se contra o eu – sob a forma de

problemas psicossomáticos ou psicológicos – ou dirigir-se contra os outros, na família ou na

sociedade.

O maior exemplo de situações como esta estão representadas na fase da adolescência. Podemos lembrar dos filhos que estão na fase da adolescência ou lembrarmos de nós mesmos, quando nossos sentimentos foram reprimidos e de que maneira reagimos e não agimos.

Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra CintraData: 06/11/01

“Se dermos a uma semente terra boa, muita água e sol, ela não precisará esforçar-se para desabrochar. Ela não precisará de autoconfiança, de

disciplina nem de perseverança. Ela apenas despontará. De fato, ela não poderá deixar de brotar.”

(Bárbara Sher)COMUNICAÇÃO

A comunicação é mecanismo pelo qual as Relações Humanas existem e se desenvolvem. É através dela que uma sociedade funciona.

Comunicar significa compartilhar com alguém um certo conteúdo de informações, tais como: pensamentos, idéias, intenções, desejos e conhecimentos.

As pessoas podem comunicar-se em muitos níveis, por muitas razões e através de várias formas.

Comunicar-se é transmitir informações; é emitir idéias e pensamentos. Ou, em seu sentido mais elevado, entrar em comunhão com o nosso semelhante.

A palavra comunicar vem do latim “COMUNICARE” que significa: “pôr em comum”.

O grande objetivo da comunicação é o entendimento entre as pessoas e por conseguinte, quem fala e quem ouve, estão comprometidos com um processo cuja finalidade é a compreensão.

A palavra é o instrumento básico e primário da comunicação. Segundo o sacerdote Marcel Quoist, ela é o vínculo da alma que permite aos homens comunicarem-se uns com os outros.

A função da palavra, portanto, é transmitir o que somos e o que sentimos. Mas, falada ou escrita, não é o único meio de comunicação, já que existe também a comunicação não-verbalizada, ou seja, sem palavras. Essa pode ser expressa de várias maneiras.

Uma delas está subentendida na sabedoria do velho adágio popular: “As suas ações falam mais alto do que as palavras”. Mensagens feitas de belas palavras são ofuscadas pela dissonância de ações que as contradizem.

Page 17: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

Outra linguagem altamente expressiva é a do corpo – a expressão do rosto, mãos crispadas revelando nervosismo, posição dos pés, rictus facial, serrar de lábios, arqueamento de sobrancelhas, piscar de olhos... toda essa mímica é uma comunicação inconsciente, que não apenas transmite mas põe a descoberto nossos verdadeiros sentimentos, não poucas vezes alterando por completo o sentido de nossas palavras. A mensagem verbal consciente pode por exemplo ser esta: “Não se preocupe, estou perfeitamente calma”, enquanto simultaneamente crispamos as mãos e contraímos os pés, revelando uma mensagem inconsciente de nervosismo e angústia interiores.

Salomão no seu livro de Provérbios 6:12,13 escreveu – o homem vil, anda com perversidade na boca, acena com os olhos, arranha com os pés e faz sinais com os dedos.” Salomão transmite neste texto uma linguagem toda corporal.

Os psicólogos admitem que 60 a 80 por cento de toda a comunicação é não-verbal, o que significa que dizemos mais coisas com o corpo do que com a boca. Inclusive os animais enviam mensagens não-verbalizadas, exemplo são os cachorros através de seus rabos.

Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento FamiliarProfessora: Sandra CintraData: 13/11/01

VÍNCULOS FAMILIARES:Linguagem, sistema e relações do grupo.

Que são vínculos?Parece impossível a compreensão das relações familiares sem ter claro

para nós o conceito de vínculos. São eles o objeto de nosso trabalho quando lidamos com um grupo familiar, o elemento de mediação entre o eu e tu, na família e no mundo.

1. VínculosA compreensão da família como um sistema implica na consideração de

que ela é um grupo de pessoas ligadas através de vínculos, que os vínculos compõem a estrutura mesmo dos sistemas e das relações familiares.

Vínculo pode ser definido como estrutura dinâmica que liga uma pessoa à outra e que engloba a pessoa em sua totalidade. O mesmo pode ser edificador ou não, podendo ajudar na edificação de personalidades sadias ou comprometendo definitivamente a integridade pessoal.

É impossível a não existência de vínculos na família, da mesma forma que a comunicação é uma condenação, da qual o homem não consegue escapar por toda a sua vida. O vínculo está presente onde quer que haja sistema e estrutura. A linguagem é uma forma de manifestação destes vínculos. A pessoa é condenada a comportar-se, a relacionar-se e a comunicar-se toda uma curta existência neste mundo.

O VÍNCULO É: indestrutível, inconsciente, afetivo.

Como ligação entre as pessoas, o vínculo é a ponte lançada entre o eu e o tu. Depois de construída, torna-se indestrutível. É inconsciente na medida em que temos os mais diversos tipos de elos, variando em termos quantitativos e qualitativos, intensidade e tantos outros aspectos, sem que tenhamos consciência deles.

Existem vários tipos de vínculos que passaremos a citar resumidamente:

Page 18: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

A) VÍNCULOS PARANÓICOSSão caracterizados pela desconfiança entre os elementos de um sistema

ou de um grupo quando não encontramos razões objetivas para isto. Exemplo: a pessoa vê dois indivíduos conversando e tem impressão constante de que estão falando dela. É o vínculo do medo, do descrédito exagerado em relação aos outros.

B) VÍNCULOS DEPRESSIVOSÉ permanentemente carregado de culpa e de expiação em que alguém se

submete a um contínuo sofrimento pelos outros. A depressão acontece quando estamos aprisionados pelo sentimento de débito, já por muito tempo.

C) VÍNCULOS OBSESSIVOS É o vínculo da auto-exigência consigo mesmo e com os outros, de

severidade extremada e do excesso de cuidados, do medo assustador de cometer erros. Ex.: Ocorre em família de militares.

D) VÍNCULOS HIPOCONDRÍACOSÉ estabelecido com a simulação de uma enfermidade que passa a ser

utilizada como meio de receber atenção e suscitar a auto-piedade.

E) VÍNCULOS HISTÉRICOSVale-se da dramatização e da teatralidade para chantagear e manipular

os elementos do grupo. Na histeria de angústia o vínculo se caracteriza pelo medo exagerado de tudo e chega a se confundir com o vínculo paranóide. Na histeria de conversão o desejo de chamar atenção atinge o próprio corpo. Ex.: Tomar uma dose excessiva de remédio simulando uma tentativa de suicídio.

F) VÍNCULOS MANÍACOSÉ o exagero de falsa alegria que pode às vezes confundir-se com o

vínculo histérico, com a diferença de que este se apresenta conjugado ou alternando os vínculos depressivos. Na fase maníaca, tudo é motivo de alegria eufórica que logo se apaga.

G) VÍNCULOS PSICOSSOMÁTICOSEstão presentes nas famílias psicossomáticas que sobrevivem às custas

do sacrifício de um dos seus elementos que chamamos Paciente Identificado (PI) que assume a doença do grupo. Neste tipo de vínculos o doente mantém seu auto-sacrifício em benefício da família e funciona como sustentáculo das relações familiares em crise. Sua doença melhora ou piora na medida em que oscilam as relações conjugais e funcionam como sintoma o SOS, a linguagem, o pedido de socorro da família.

H) VÍNCULO NORMALÉ o vínculo em que a comunicação é fluente e a relação é bem definida.

Há o mínimo de mistificação. O sistema é semi-aberto e permeável. Os limites são estabelecidos e todos crescem de forma equilibrada e sem chantagens.

Page 19: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

Escola de Teologia – MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra CintraData: 20/11/01

ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

É a transformação da mensagem transmitida pelo emissor num código conhecido:

Exemplo: A língua portuguesa.Procure usar termos ou expressões que sejam facilmente compreendido

pelo Aconselhando/Aconselhado.

É quem toma a iniciativa da comunicação e quem se encarrega da codificação da mensagem.

É quem recebe a mensagem.

Constitui o conteúdo da comunicação. É o que se quer transmitir. A eficiência da mensagem está relacionada à preocupação do emissor em construí-la de maneira mais clara e objetiva possível.

É o conjunto de símbolos utilizados para formular a mensagem, de tal modo que ela seja compreendida.

Exemplo: - O código usado para nos comunicarmos através desta apostila é a

língua portuguesa.Nem sempre o que transmitimos corresponde ao que queríamos

transmitir. Dentre os motivos que nos levam a esta falha, temos:

Inadequação do código à idéia:A clareza e exatidão da mensagem são fatores importantes para a

comunicação. Para consegui-las, recorra às palavras adequadas que realmente expressem o que você quer transmitir.

Pouca objetividade:Ser claro e objetivo é importante, mas você não pode esquecer-se de dois

aspectos:

Codificação

Emissor

Receptor

Mensagem

Código

Page 20: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

FALTA DE INFORMAÇÃO – Com a intenção de ser objetivo, as vezes o emissor acaba dando informações mínimas, o que pode levar o receptor a completar a mensagem com suas próprias idéias, impressões ou opiniões.

EXCESSO DE INFORMAÇÃO – Por outro lado, o excessivo número de informações, satura o receptor que acaba se desviando da mensagem e deixando de ouvir coisas importantes.

Portanto, é preciso ser objetivo, sem, no entanto, deixar de falar tudo o que é importante. No momento certo.

INADEQUAÇÃO DO CÓDIGO AO RECEPTOR – Se o emissor não adequar seu vocabulário, certamente sua mensagem não será captada pelo receptor.

A linguagem, portanto, deve ser ajustada ao nível do receptor, e é essencial ter em mente que a comunicação é um processo bilateral. Perceber o outro é fundamental para haver sintonia, sem a qual ninguém consegue se comunicar.

É o meio utilizado para que a mensagem atinja o receptor.É o veículo da mensagem.

É decifrar a mensagem. Num processo que depende de cada receptor. Do que transmitimos ao que o outro recebe.Mesmo que o emissor adeqüe bem sua mensagem ao receptor, entre a

transmissão e a recepção, podem surgir interferências que deturpam a MENSAGEM:

A ocorrência de RUÍDOS, externos ou internos, como barulhos e diálogos paralelos que acabam desviando a atenção e a mensagem não é captada.

Há ainda outras dificuldades que podem dificultar a captação da mensagem por parte do receptor: CRISES EMOCIONAIS, SENTIMENTOS DE SIMPATIA OU ANTIPATIA EM ASSIMILAÇÃO DA LINGUAGEM UTILIZADA, ETC.

Vale destacar a questão da percepção seletiva onde o receptor tende a solucionar, dentre as informações, aquelas que têm o maior interesse para ele.

Deste modo, a mensagem pode chegar incompleta ao receptor.

O ser humano tende a “desligar-se” da conversa quando supõe já saber o que o outro vai dizer e, a partir disso começa a refletir sobre a resposta que dará aquilo que acha que será dito antes mesmo de escutar.

Isto também prejudica a compreensão da mensagem. Portanto, é essencial também que o receptor desenvolva sua

capacidade de escutar, de captar todos os componentes da mensagem, para, efetivamente, compreender a idéia transmitida.

Retorno, resposta – Corresponde ao retorno que o emissor consegue e pelo que sabe se sua mensagem foi captada pelo receptor.

Mesmo adequando sua linguagem à do receptor, se este não souber ouvir, a comunicação não vai acontecer.

Para haver o processo de comunicação, é necessário que as pessoas cheguem a um consenso, que se compreendam. A comunicação deve permitir um intercâmbio em que haja equilíbrio entre a quantidade de informações transmitidas e recebidas.

Os problemas da comunicação não existem sozinhos, refletem dificuldades inerentes às pessoas:

Canal

Decodificação

Feed-back

Page 21: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

Quantas vezes conversando com alguém, ficamos mais preocupados em preparar a resposta que vamos dar, do que em ouvir o que a pessoa está dizendo?

Quantas vezes nos concentramos em nossa própria argumentação e não na mensagem do emissor?

O ruído é qualquer distúrbio indesejável que ocorre em uma comunicação, podendo distorcê-la ou até mesmo bloqueá-la.

É HORA DE DERRUBAR BARREIRAS

RESUMO: O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

FONTE OU EMISSOR: É a pessoa (ou pessoas) que emitem uma

mensagem. Porque compõem a mensagem, a Fonte é também o CODIFICADOR.

MENSAGEM: É a expressão de idéias ou pensamentos em forma

organizada.

CANAL: É o meio utilizado – voz, expressão facial, gestos. A escrita, a

imagem, o código Morse, o Braille etc., são também canais.

DESTINATÁRIO OU RECEPTOR: É a pessoa (ou pessoas) que recebe a

mensagem. É o DECODIFICADOR, porque interpreta, decodifica a mesma.

RUÍDO: É a interferência de qualquer natureza, e resulta numa

interpretação errada ou imperfeita da mensagem.

Barreiras

Page 22: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

O PODER DAS EXPECTATIVAS

Papai espera que eu cresça.Se eu lhe provar que cresci,

ele me amará. Mas me sinto assustado,

pois sou apenas uma criancinha.Fico aterrorizado porque, se ele descobrir que estou assustado

e não cresci,aí ele não vai me amar.

Assim, finjo que não estou assustadoe ele se orgulha porque sou

o que não sou.Agora ele acredita que cresci,

suspiro de alívio.Porém, já que sou o que não sou,

ele espera que eu seja ainda mais quem não sou,o que me assusta ainda mais,

porque agora esperam que eu seja, cada vez mais,alguém que jamais fui.

Para complicar a situação, ele me diz que nunca devo mentir.Mas se eu lhe disser que não cresci,

ele se orgulhará de eu lhe dizer a verdade.Contudo não posso dizer a verdadesobre não estar falando a verdade,porque isso seria admitir a mentira.

Portanto, preciso me esforçarpara ser quem não sou.

(Anônimo)

DAQUI A CINQUENTA ANOS

Daqui a cinqüenta anos não importará

que marca de carro você dirigia,em que tipo de casa morava,

quanto tinha em sua conta bancária,e nem como eram suas roupas.

Entretanto, o mundo será um pouco melhor

porque você foi importantena vida de uma criança.

Page 23: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

(Anônimo)

PASSOS PARA A RESTITUIÇÃO EM NOSSAS VIDAS

2. ARREPENDIMENTOJamais conseguiremos algum triunfo se não nos arrependermos dos nossos erros,

das nossas ideologias erradas, dos nossos “achismos”, da nossa cegueira, de desobediências e insensibilidade à voz e à Palavra de Deus.

Davi somente encontrou cura para si pelo caminho do arrependimento (Sl. 32). Absalão foi morto porque não se arrependeu (2 Sm. 15). Ainda que tenhamos alguma razão a ser apresentada para justificar a nossa atitude errada, se não houver arrependimento, jamais desfrutaremos da restituição que Deus preparou para nós.

Arrependimento não é remorso. É um sentimento genuíno e puro, que nos leva a reconhecer o erro e a não voltar mais a ele. Sabemos que cada vez que pecamos, perdemos algo precioso e, se quisermos ser restituídos, precisamos nos arrepender genuinamente, não apenas pela metade. O genuíno arrependimento gera em nós quebrantamento e chora, pois ficamos desprovidos das nossa armas de defesa. Uma vez que, nos tornamos reflexivos e perplexos a respeito dos nossos próprios erros.

3. CONFISSÕES DE PECADOSTodo arrependimento genuíno leva-nos a confissão de pecados. Arrependo-me e

então confesso. A confissão deve ser feita a Deus e, em algumas situações, deve ser feita a determinadas pessoas.

A Deus – “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo. 1:9).

A homens – “Portanto confessai os vossos pecados, uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados” (Tg. 5:16).

É óbvio que devemos ser sábios no confessar os nossos pecados aos outros. Não devemos estar abrindo o nosso coração a toda pessoa que encontrarmos. Podemos abri-lo para ao nosso discipulador. Se não confiamos integralmente na pessoa, devemos buscar falar a alguém de nossa confiança, mas é importante que confessemos. Não é o discipulador, nem alguém específico, que perdoará os nossos pecados, é o Senhor quem o faz; por isso em primeiro lugar, precisamos confessar a Deus. O fato de também confessar a alguém é para que, de alguma forma, sejamos curados e para que Satanás não tenha nenhum argumento sobre nós. Quando confessamos, recebemos cura, recebemos alívio do jugo do pecado e acontece a quebra dos argumentos de Satanás sobre nós.

4. PERDÃOApós nos arrependermos e confessarmos, precisamos perdoar (inclusive a nós

mesmas), então somos perdoados. O perdão é o topo desse processo. Se não caminharmos os passos anteriores, jamais desfrutaremos dos benefícios do perdão.

Se perdoamos o outro, fazemos o bem inicialmente a nós mesmos, depois ao outro. Somos beneficiados primeiramente. Esse benefícios nos dão o direito de desfrutarmos de todas as bênçãos que Jesus conquistou para nós.

Em Mateus 18:35 vemos um homem que recebeu perdão, mas não perdoou, por isso foi amaldiçoado. Muitos de nós queremos o perdão de Deus e do outro, mas não dispomos o nosso coração a essa prática, por isso maldições são atraídas até nós.

Não esqueçamos também, que para perdoar, precisamos de uma característica importante: a humildade. Se você quer ser honrado e exaltado por Deus, precisa conhecer o caminho da humildade. (1 Pe. 5:5-6).

5. JEJUMO jejum, feito com uma alma quebrantada, mortifica nossa natureza pecaminosa

e promove a santificação; esta traz consigo a restituição. O jejum é uma atitude também de arrependimento diante de pecado. Todo pecado é uma porta aberta para Satanás entrar. Nós pecamos trazendo muitos entendimentos humanos para a Palavra de Deus no que diz

Page 24: APOSTILA ACONSELHAMENTO CRISTÃO

respeito a nossa atuação na Sua obra, por isso fomos tão roubados e destruídos. Nós também nos omitimos no processo, colocando a culpa no abuso do poder. No entanto, poucos pagam o preço de restituição, para que tal realidade, da atuação da mulher no Ministério Cristão, seja uma realidade bem mais marcante em nossos dias. Debaixo desse entendimento, o jejum, em prol desta causa é fundamental para aquilo que esperamos em oração diante de Deus.

6. ORAÇÃOOrar é estar em relacionamento íntimo e diário com Deus. Para podermos seguir

Sua voz, precisamos aprender a desenvolver tal comunhão. Muito desse relacionamento íntimo com Deus é perdido por conta de nossas centenas de atividades, que muitas vezes nos escraviza, culminando em um cansaço e um desestímulo de busca da presença de Deus. Precisamos resgatar essa atitude de busca da presença de Deus na nossa vida para que dele recebamos a direção para nossa restituição. O segredo do sucesso na vida de qualquer mulher é a oração. Ninguém poderá caminhar muito longe se não for através dos caminhos percorridos até o altar do Senhor. Muitas mulheres estão vivendo uma vida muito alheia às coisas de Deus. Envolvidas em seus próprios “mundos” da depressão, “disse-me-disse”, conversas ao pé do ouvido, problemas dos filhos na escola, as últimas tendências da moda, etc. Que nos da a sensação de “falta” de tempo para estar com Deus.

7. GUERRA ESPIRITUALPrecisamos entrar em batalha espiritual, se queremos ser restituídas das coisas

que Satanás levou da nossa vida. Como venceremos se não guerrearmos? Não existe vitória sem guerra.

Essas são algumas das estratégias para que possamos desfrutar da restituição e de tudo o que Deus tem para nós. Se não cumprirmos os princípios, jamais chegaremos à promessa. Precisamos percorrer esses caminhos para chegarmos à restituição e isto significa bênçãos para nós. Entretanto, precisamos primeiramente dar os passos certos, acreditando que Deus nos honrará grandemente, pois está escrito: “A mulher que teme ao Senhor, essa será honrada” (Pv. 31:30).

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Escola de Teologia - MECCDisciplina: Aconselhamento CristãoProfessora: Sandra Cintra Data: 04/09/01

EXERCÍCIO

Abaixo relataremos uma dificuldade relatada por uma aconselhanda, com nome fictício, para que possam avaliar, consultar e dar uma posição de aconselhamento, preferencialmente na ótica do aconselhamento cristão (lembrem-se do triângulo), e de que maneira você procederia como sendo um conselheiro ou aconselhador cristão dessa aconselhanda. Usaremos C para conselheiro e A para aconselhanda. (Maria, 17 anos, 1º grau, 7 anos longe dos pais).

“A. Tenho falta de ar. Nem sempre. Mas as vezes me apanha de tal forma que penso que vou ficar sufocada.”O que você perguntaria se fosse o C.?Pergunta:

“A. chega de repetente, digo, de repente. Primeiro que tudo, parece que alguma coisa me aperta os olhos. A cabeça fica pesada, há um zumbido medonho e fico tão tonta que quase chego a cair. Então alguma coisa me esmaga o peito que quase não posso respirar.”

C. pergunta:

“A. minha garganta fica apertada como se eu fosse sufocar.”

C. pergunta:

“A. sim, há um martelar, o suficiente para quebrá-la.”

C. pergunta:

“A. sempre penso que vou morrer. Em geral sou corajosa e ando por toda parte sozinha __ desde o porão até as ruas. Mas no dia em que isso acontece não ouso ir a parte alguma; fico sempre pensando que alguém se acha atrás de mim e que vai me agarrar de repente.”

C. pergunta:

“A. Sim. Sempre vejo um rosto medonho que me olha de uma maneira terrível, de modo que fico assustada.”

C. pergunta:

“A. Não. Não.”

C. pergunta:

“A. Há dois anos, quando vivia na fazenda com minha tia. Mas continuam a acontecer.”

C. pergunta:

“A. Foi assim, Um dia, há dois anos, uma comitiva chegou a fazenda e pediram alguma coisa para comer. Minha tia não estava em casa e Francisca que era quem sempre cozinhava, não foi encontrada em parte alguma. Procuramos por toda parte, e finalmente Luis, o menino, que é meu primo, disse: “Ora, Francisca deve estar no quarto de papai!!! E ambos rimos, mas não estávamos pensando em nada de mau. Fomos até o quarto do meu tio, mas o encontramos trancado. Isso me pareceu estranho. Então, Luis disse: “Há uma janela no corredor onde se pode olhar para dentro do quarto. Resolvi olhar para dentro do quarto que estava um pouco escuro, mas vi meu tio e Francisca; ele estava por cima dela. Afastei-me imediatamente, apoiei-me na parede e fiquei sem ar justamente o que acontece desde

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então. Tudo se tornou sem expressão, minhas pálpebras se fecharam à força e houve um martelar e um zumbido na minha cabeça. Não contei nada a minha tia, só bem mais tarde, quase 4 meses depois, então eles se separaram, após meu tio viver brigando com ela e me ameaçando de bater em mim.

Questões a serem desvendadas:

1) Qual seria o mecanismo de defesa utilizado por Maria?2) Após este primeiro encontro, qual seria o próximo passo?3) Você utilizaria algum tipo de experimento? Caso sim, qual e como procederia?4) Descreva, explicando a dinâmica deste caso.5) Como você se sentiu realizando este trabalho?

RESPOSTAS