Apostila Adm Financeira

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MATERIAL DE APOIO

(Este material de apoio ao estudante no substitui e no dispensa a leitura dos livros como bibliografia bsica do curso)

INFORMAES GERAIS

Horrio Manh:

Horrio Noite:

07:50 09:30

19:15 20:55

09:30 09:50 intervalo

20:55 21:20 intervalo

09:50 11:30

21:20 23:00

Avaliaes:AV1 Prova do Professor ____/____AV2 Prova Integrada ____/____AV3 Prova do Professor ____/____Todas as provas so sem consulta e envolvendo raciocnio e interpretao.

Descartado a menor nota das avaliaes pelo sistema e calculada a mdia aritmtica das demais notas com mdia 6.

O aluno que faltar nas avaliaes receber 4 faltas e s poder fazer a prova na semana subseqente mediante autorizao da Secretria.

Regime Domiciliar: O aluno tem direito as tarefas substitutivas idnticas aplicada em classe (prova ou trabalho) referente ao perodo que suas faltas foram abonadas mediante concessso do Regime Domiciliar ou Abono de Faltas deferidos e expedidos pela Secretaria Geral.

Presenas: A aprovao na disciplina est condicionada, alm do aproveitamento de notas mdia 6,0 (seis) e presena de 75% nas aulas, portanto o limite de faltas corresponde a 25%, ou seja :

Carga horria de 80 horas limite de faltas = 20 faltas

Carga horria de 40 horas limite de faltas = 10 faltas

Faltas: Licena maternidade / Doenas infecto contagiosas ou crnicas/Regime domiciliar - Todos os previstos em lei: os atestados devero ser entregues diretamente Secretaria.

Orientaes para as aulas:A fim de que as aulas sejam produtivas importante a assiduidade, participao e educao de todos os participantes; mantenha seu celular desligado ou na funo vibra-call.

Participe de todas as aulas de forma ativa e produtiva. No tenha medo ou vergonha de perguntar aquilo que no entendeu, a sala de aula um frum de discusso e aprendizado.

Traga sempre s aulas sua apostila, caderno e calculadora. Organize sua agenda de modo a dispor de tempo fora da sala de aula para seus estudos.

CONSIDERAES INICIAIS

INTRODUO

Inicialmente, apresentamos o contedo programtico, a bibliografia e os materiais necessrios para fornecer embasamento para o estudo da disciplina de Administrao Financeira, durante o primeiro semestre de 2012.

CONTEDO PROGRAMTICO

Objetivo da administrao financeira;

Funo do administrador financeiro;

O ambiente financeiro das empresas;

Administrao de Caixa;

Administrao de Contas a Receber;

Administrao de Estoques;

Administrao de contas a pagar;

Necessidade de Capital de Giro;

Contas de Tesouraria;

Efeito Tesoura nas atividades das empresas;

Mercado primrio de ttulos;

Mercado secundrio de ttulos;

Captao de recursos;

Aplicao de recursos;

Securitizao;

Engenharia financeira;

Leasing;

Operao de proteo de ativos e passivos das empresas.

OBJETIVOS PEDAGGICOS

Espera-se que essa disciplina proporcione ao discente compreender a funo do administrador, cujo objetivo criar valor para a corporao. As ferramentas usadas para cumprir esses objetivos so os instrumentos disponveis no mercado financeiro e de capitais por meio da adequada seleo desses instrumentos para captar e aplicao recursos da empresa; sendo que a tesouraria da empresa local onde todas as operaes de atividades operacionais, de atividades de investimentos e de atividades de financiamentos so planejadas e executadas.

BIBLIOGRAFIA

Bsica:

(1) ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de Administrao Financeira. So Paulo: Editora Atlas, 2009.

(2) GITMAN, Lawrence J. Princpios de Administrao Financeira. 7 Ed. So Paulo: Editora Harbras, 1997

(3) SECURATO, Jos Roberto; SECURATO, Jos Cludio. Mercado Financeiro: conceitos, clculo e anlise de investimento. 3 Ed. So Paulo: Editora Saint Paul, 2009.

(4) SILVA, Edson Cordeiro da. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas. 4 edio. So Paulo: Editora Atlas, 2010.

Complementar:

(1) CEPEFIN FEA/USP Ribeiro Preto. Finanas Corporativas de Curto Prazo: A gesto do Valor do Capital de Giro. Vol.1 So Paulo: Editora Atlas, 2007.(2) ______________________________. Finanas Corporativas de Longo Prazo: Criao de Valor com Sustentabilidade Financeira. Vol. 2. So Paulo: Editora Atlas, 2007.(3) FIPECAFI FEA/USP. Curso de Mercado Financeiro. So Paulo: Editora Atlas, 2010.(5) FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e servios. 18 Ed. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark,2010.

(4) GROPPELLI, A.A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administrao Financeira. 3 Ed. So Paulo: Editora Saraiva, 2010.(5) HOJI, Masakazu. Administrao Financeira e Oramentria. 8 Ed. So Paulo: Editora Atlas, 2009.

(6) _______________. Prticas de Tesouraria: Clculo Financeiro de Tesouraria. So Paulo: Editora Atlas, 2001.

(7) SECURATO, Jos Roberto. Clculo Financeiro das Tesourarias. 4 Ed. So Paulo: Editora Saint Paul, 2009.

(8) ROSS, Stephen A.; WESTERFIEL, Randoph; JAFFE, Jeffrey F.,Jaffe. Administrao Financeira: Corporate Finance. So Paulo: Editora Atlas, 2010.

(9) SANTI FILHO, Armando de; OLINQUEVITCH, Jos Lenidas. Anlise de Balanos para Controle Gerencial. 2 Edio. So Paulo: Editora Atlas, 1989.

(10) ZDANOWICZ. Jos Eduardo. Fluxo de Caixa. 8 edio. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2000.

1. SIGNIFICADOS E OBJETIVOS DA ADMINISTRO FINANCEIRA NAS EMPRESAS1.1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS BSICOSO que Administrao Financeira? A Administrao Financeira diz respeito s responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros gerenciam ativamente as finanas de todos os tipos de empresas, financeiras ou no-financeiras, privadas ou pblicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como oramentos, previses financeiras, administrao do caixa, administrao do crdito, anlise de investimento e captao de recursos (Gitman, 1997, p. 4).

Qual o principal objetivo da Administrao Financeira? O principal objetivo da Administrao Financeira o de maximizar a riqueza dos scio-acionistas.

1.2. META DA ADMINISTRAO FINANCEIRAQuando algum se dispe a investir sua poupana em uma empresa, em vez de aplic-la em alternativas mais seguras, est disposto a assumir certo risco em troca de um aumento no seu patrimnio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o objetivo principal da empresa, e, por conseguinte, de todos os administradores e empregados, o de maximizar a riqueza de seus proprietrios. Cada deciso financeira deve ter como meta o aumento do valor da ao. Nessa busca, duas variveis conduzem as decises: o risco e o retorno. 1.3. DEFINIO DE RISCO

O risco a possibilidade de perda financeira e afeta tanto os administradores financeiros quanto os acionistas (GITMAN, 2004). Todo investimento envolve certa medida de risco, e para caracterizar tal conceito corretamente necessrio diferenciar dois conceitos bsicos que so: incerteza e risco.

A incerteza pode se referir a situaes nas quais muitos resultados so possveis com probabilidades de ocorrncia desconhecidas. J o risco refere-se a situaes as quais podemos relacionar todos os possveis resultados, bem como estabelecer a probabilidade de ocorrncia de cada um deles. (KNIGHT apud PINDYCK; RUBINFELD, 2002)

As probabilidades envolvidas podem ser objetivas ou subjetivas. As objetivas fundamentam-se na frequncia com a qual determinados eventos tendem a ocorrer, baseados em experincias similares. As subjetivas baseiam-se na percepo de que um determinado resultado poder vir a ocorrer, embasada no julgamento e na experincia de uma pessoa, mas no na frequncia em que os resultados tenham realmente ocorrido no passado. Ambas as interpretaes da probabilidade so importantes no clculo das medidas que auxiliam a comparar e escolher entre os riscos envolvidos, que so o valor esperado e a variabilidade dos possveis retornos.

TIPOS DE RISCO

Riscos especficos da empresa

Risco econmico: est intimamente associado ao tipo de operao da empresa, ao tipo de produto e s caractersticas de sua procura, j que este o risco oferecido por sua atividade e setor de atuao e suas oscilaes ficam sujeitas a foras externas, cuja origem pode estar relacionada a situao econmica do pais e do mundo.

Risco financeiro: por sua vez, alm de incluir o risco econmico, determinado pelo uso do capital de terceiros, que exige remunerao fixa e prioritria em face da remunerao do capital dos acionistas.

Portanto, ...o risco econmico corresponde estrutura de ativos da empresa, resultado de suas atividades e o risco financeiro corresponde estrutura das fontes de recursos, principalmente em termos de endividamento. (SANVICENTE, 1987)

Riscos especficos dos acionistas

Risco de taxa de juros: refere-se possibilidade de que variaes na taxa de juros afetem negativamente o valor de um investimento. Na maioria das vezes, os investimentos perdem valor quando a taxa de juros sobe e ganham valor quando a taxa de juros se reduz.

Risco de liquidez: refere-se possibilidade de um ativo no ser liquidado a um preo razovel e com facilidade de negociao, que dependem do porte e da profundidade do mercado onde este ativo negociado. Risco de mercado: tem por caracterstica bsica a possibilidade de reduo do valor de mercado de um ativo acarretado por instabilidades no mercado, independentes do ativo, como eventos econmicos, polticos e sociais. Quanto mais o valor do ativo reage s instabilidades do mercado maior o risco envolvido no investimento.

Riscos conjuntos: empresas e acionistas

Risco de evento: est relacionado a situaes inesperadas que podem interferir no valor da empresa ou de um ativo especfico. Geralmente, os eventos inesperados afetam setores especficos ou pequenos grupos de acionistas.

Risco de cmbio: refere-se possibilidade de flutuaes na taxa de cmbio interferirem nas negociaes empresariais com fluxos de caixa futuros previstos, j que tais flutuaes podem mudar o valor da empresa e das aes negociadas.

Risco de poder aquisitivo: relacionado possibilidade de variao nos nveis gerais de preos, inflao ou deflao, e que esta variao afete os fluxos de caixa, as empresas e os ativos, pois variaes no nvel geral de preos afetam o poder aquisitivo dos agentes.

Risco de tributao: refere-se a empresas e ativos que so influenciados por alteraes na legislao tributria.

H ainda que se diferenciar os tipos de comportamento dos agentes com relao ao risco, estes podem ser avessos, neutros e arrojados com relao s situaes que envolvem risco. Os investidores avessos ao risco, procuram o menor risco possvel, medido pelo desvio-padro da distribuio de probabilidades dos fluxos futuros, dado o valor esperado de retorno. Os investidores neutros ao risco so indiferentes ao recebimento de um retorno garantido ou de um retorno incerto que apresente o mesmo valor esperado de retorno. E por fim, os investidores arrojados que preferem assumir maiores riscos, se estes lhes trouxerem maior retorno associado.

1.4. DEFINIO DE RETORNO

A definio de retorno est diretamente ligada definio da funo financeira de uma empresa:

... a funo financeira compreende os esforos despendidos objetivando a formulao de um esquema que seja adequado maximizao dos retornos dos proprietrios das aes ordinrias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manuteno de um certo grau de liquidez. (ARCHER; DAMBROSIO, 1969 apud SANVICENTE, 1987)

...retorno o ganho ou a perda total sofrido por um investimento em um perodo determinado. (GITMAN, 2004)Logo, o retorno de um investimento a recuperao do capital investimento adicionado de um valor produzido na operao referente remunerao do capital, conhecido como juros, em um determinado espao de tempo.

Os resultados geralmente so medidos pela soma de fluxos financeiros do perodo com a variao de valor. Contudo, o administrador financeiro, geralmente, analisa os investimentos pautados em projees dos resultados do projeto ou ao, necessitando de indicadores para avaliar tais resultados.

Tal retorno medido com base na projeo dos resultados futuros e comparado com a taxa mnima de atratividade exigida pelo investidor. Essa taxa mnima de atratividade tambm chamada de custo de capital, ou seja, em que medida o projeto atende ao custo de capital.

No caso de investimentos produtivos, o retorno do investimento calculado a partir dos fluxos financeiros previstos no perodo de durao do projeto, utilizando alguns indicadores como perodo de payback, valor presente lquido, ndice de lucratividade, taxa interna de retorno e taxa mdia de retorno e comparado ao percentual do custo de capital imposto pelo investidor.

No caso de investimentos financeiros, o retorno calculado com base nos lucros e dividendos futuros relacionados atividade da empresa que emitiu os ttulos financeiros, e com menor intensidade o preo de transao do ttulo no mercado.

Assim, segundo Armando de Santi Filho (1997), quem est disposto a assumir riscos deseja uma compensao. Esta compensao diz que riscos maiores exigem retornos mais elevados.

1.5. PRINCIPAIS ATRIBUIES DO ADMINISTRADOR FINANCEIROAs funes do administrador financeiro na empresa podem ser avaliadas com base nas demonstraes contbeis bsicas da empresa. Suas trs atribuies primordiais so:

a) Anlise e planejamento financeiro, que envolve:

Transformao dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a posio financeira da empresa e promover a sua continuidade;

Avaliao da necessidade de aumento ou reduo da capacidade produtiva; e

Determinao de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. Essas trs atividades so sustentadas pelas decises de natureza estratgica, ttica e operacional. Os demonstrativos contbeis, principalmente o Balano Patrimonial e a Demonstrao do resultado do Exerccio, so importantes fontes de informaes para elaborao de anlise e planejamento financeiro.

b) Administrao da estrutura de ativo da empresa (Deciso de Investimento): O administrador financeiro determina a combinao e os tipos de ativos que fazem parte do Balano Patrimonial da empresa. Essa atividade est relacionada ao lado esquerdo do Balano. A composio refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composio estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter nveis timos para cada tipo de Ativo Circulante. Existem vrias tcnicas para avaliao dessas decises de investimento, como a Taxa Mdia de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente Lquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno) e outras.

Decises de investimento

Ativo

Questes a serem respondidas

Ativo circulante

Onde esto aplicados os recursos financeiros?

Caixa e bancosQuanto em ativos circulantes? Quanto em ativos permanentes? Em quais?

Estoques

Qual a melhor composio dos ativos?

Outros

Qual o risco do investimento?

Realizvel a longo prazo

Qual o retorno do investimento?

Contas a receber

Quais novas alternativas de investimentos?

Adiantamento a coligadas

Como decidir em que ativos investir?

Ativo No CirculanteComo decidir em quais ativos investir?

ImobilizadoComo maximizar a lucratividade dos investimentos existentes?

c.) Administrao da estrutura financeira da empresa (Deciso de Financiamento): Relaciona-se com o lado direito do Balano Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos. Esta atividade do administrador financeiro possui um enfoque principal:

A deciso de qual a composio mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que bastante importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Algumas decises dessa natureza exigem uma anlise profunda das alternativas disponveis, de seus custos e de suas implicaes a longo prazo. O Custo Mdio Ponderado de Capital uma medida eficaz para este tipo de deciso.

importante frisar que, embora as decises de investimento e de financiamento possam ser convenientemente visualizadas em associao com o balano, tais decises so tomadas com base nos efeitos que tero sobre o fluxo de caixa.

Deciso de financiamento

Passivo

Questes a serem respondidas

Passivo circulante

Qual a estrutura de capital?

FornecedoresDe onde vem os recursos?

Emprstimos e financiamentosQual a participao de capital prprio?

E de capital de terceiros?

OutrosQual o perfil de endividamento?

Exigvel a longo prazoQual o custo de capital?

Como reduzir?

FinanciamentosQuais as fontes de financiamento usadas e seus respectivos custos?

Patrimnio lquidoQual o risco financeiro?

Capital social

Quais deveriam ser eliminadas ou trocadas?

ReservasQual o sincronismo entre os vencimentos das dvidas e a gerao de meios de pagamentos?

1.6. PRINCIPAIS ATRIBUIES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO

Como o objetivo da administrao financeira a maximizao da riqueza da empresa e dos proprietrios, os administradores no papel de agentes dos proprietrios, devem, atravs da delegao de poderes, agir em nome destes visando atingir os objetivos propostos.

Entretanto, como nas grandes organizaes, os acionistas no participam das decises e nem da forma de gesto adotada, muitas vezes os objetivos pessoais dos administradores se sobrepem aos da empresa e a meta maior, que a maximizao da riqueza, no plenamente atingida. Esse fato ocorre, porque os administradores, embora queiram o aumento da riqueza da empresa e dos proprietrios, esto tambm preocupados com sua riqueza pessoal e com outros benefcios que lhes proporcionem status social como: locais de trabalho luxuosos, veculos a sua disposio e da famlia, viagens, etc.

Para prevenir e minimizar esse impacto ocasionado pelo desvio dos objetivos, os proprietrios adotam medidas preventivas chamadas "custos de agncia".

Os principais "custos de agncia" (agency) so:

Auditoria Interna: cujo objetivo verificar se os administradores esto efetivamente defendendo os interesses dos proprietrios.

Incentivos: prmios de incentivo boa administrao vinculados ao preo da ao.

Prmios por bom desempenho: a empresa cria medidas de desempenho e premia os administradores quando as metas so alcanadas.

Participao acionria: atingindo determinados objetivos prefixados, os administradores recebem uma participao acionria da empresa.

1.7. ESTUDO DE CASO: OBJETIVOS DA ADMINISTRAO Em 1993, Michael Eisner, presidente da Disney, recebeu US$ 230 milhes, uma das maiores quantias pagas por uma empresa a um executivo em um nico ano, quantia esta maior que o PIB de alguns pases. O curioso que os acionistas dessa empresa no reclamaram da quantia paga a seu principal executivo, dado que, sob seu comando, os lucros da Disney nesse perodo saltaram de US$ 60 milhes para US$ 2 bilhes entre 1984 a 1995. O valor de mercado da empresa aumentou em mais de US$ 25 bilhes, provocando um aumento de 14 vezes no valor do investimento dos acionistas.

Roberto Goizueta, da Coca-Cola, aumentou o valor da empresa em um perodo de dez anos em aproximadamente US$ 50 bilhes.

Andy Grave, da Intel, obteve lucros em torno de 40% ao ano para os acionistas da empresa na dcada de 90.

O que esses extraordinrios executivos fizeram?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________1.8. PROFISSIONAIS DA REA DE FINANCEIRA E OPORTUNIDADE DE CARREIRASuas atividades abrangem decises estratgicas, como a seleo de alternativas de investimentos e as decises de financiamento de longo prazo, alm das operaes de curto prazo, como a gesto do caixa, o gerenciamento do risco e tantas outras. Sua rea de abrangncia ampla, ocupando-se do processo financeiro, dos mercados e das instituies financeiras, dos instrumentos financeiros e das finanas pessoais, governamentais e corporativas.

O campo da administrao financeira abrange ampla gama de tarefas e atividades, e os administradores financeiros encontram grandes oportunidades de contriburem para o sucesso dos negcios empresariais.

Como oportunidade de carreira, o administrador financeiro pode trabalhar, por exemplo, como:

Analista de aes (Bolsa de valores e consultorias independentes),

Analista de crdito e cobrana (consultorias independentes e executivos de empresas),

Gerente de projetos (setor privado e pblico), Tesoureiro, (pagamentos e recebimentos das empresas pblicas e privadas),

Controller, Coordenador de planejamento e controle financeiro. (empresas pblicas e privadas),

Gerente de bancos,

Em corretoras, distribuidoras, bolsas de valores, (associaes privadas ou vinculadas a instituies bancrias),

Consultor autnomo de investimentos,

Analista de risco, normalmente ligado rea estratgica de empresas ou bancos,

Orientador de seguros,

Enfim, em inmeras atividades.

1.9. O PAPEL DO TESOUREIRO E DO CONTROLLERTesoureiro

responsvel pela manuteno do caixa da empresa, pelos recebimentos e pagamentos dirios, pela liberao de crdito para clientes, pelas negociaes com bancos para aquisio de recursos de curto prazo (financiamento de capital de giro) e pelas aplicaes dos recursos excedentes no curto prazo.

Suas principais atribuies so:

Administrao de caixa

Administrao de crdito e cobrana

Administrao do risco

Cmbio

Deciso de financiamento

Deciso de investimento

Planejamento e controle financeiro

Proteo de ativos

Relaes com acionistas e investidores

Relaes com bancos

Controller

responsvel pelo acompanhamento e fiscalizao das atividades financeiras de curto e de longo prazos, pelas contabilidades fiscal e gerencial, aqui includa a divulgao dos resultados da empresa para acionistas, partes interessadas e governo e, finalmente, pelo gerenciamento da estrutura de capital da empresa: formas de captao de recursos de longo prazo, endividamento junto a instituies financeiras, emisses de debntures, aes, e outros ttulos de dvida.

Suas principais atribuies so:

Administrao de custos e preos

Auditoria interna

Contabilidade

Oramento

Patrimnio

Planejamento tributrio

Relatrios gerenciais

Salrios

Sistemas de informao

1.10. O RELACIONAMENTO DA ADMINISTRAO FINANCEIRA COM OUTRAS CINCIAS

A Administrao financeira utiliza-se de conceitos de outras cincias, tais como economia, contabilidade, direito etc. Em decorrncia da teoria financeira ser derivada da teoria econmica, finanas e economia esto estreitamente relacionadas.

A economia, atravs da Macroeconomia, d subsdios sobre o ambiente global em que a empresa opera ou deseja operar e, atravs da Microeconomia, permite a melhor escolha das estratgias operacionais para a empresa. Visto que o campo de Finanas est estreitamente relacionado ao da economia e que a maioria das empresas opera dentro da Economia, o administrador financeiro deve compreender o arcabouo econmico e estar atento s conseqncias dos vrios nveis de atividade econmica e das mudanas na poltica econmica.O gestor financeiro deve, portanto, usar os princpios da economia para nortear suas decises. Precisa conhecer a teoria de preos, os aspectos envolvidos na oferta e demanda e outros conceitos que possam auxili-lo a gerenciar as finanas da empresa de forma eficaz. Alm disso, deve estar atento a todas mudanas ocorridas na conjuntura econmica e que possam de alguma forma afetar as atividades da empresaA contabilidade apresenta uma relao to prxima com a Administrao Financeira que os leigos acabam por considerar as duas cincias como unas. Isto errneo. Na verdade, a funo contbil sub-funo da administrao financeira que desempenha papel importante ao fornecer os dados necessrios perfeita administrao financeira da organizao. A contabilidade tem como finalidade registrar todos os fenmenos que afetam as situaes patrimoniais, financeiras e econmicas das entidades. Para tanto, utiliza-se do Regime de Competncia, onde as receitas so reconhecidas no momento da venda (independente da data do seu recebimento) e os gastos no momento de sua ocorrncia ou utilizao (independente da data de seu pagamento).

A Administrao Financeira que tem como objetivos o planejamento, a administrao e o controle das entradas e sadas de fundos, adota assim o Regime de Caixa, onde as receitas e despesas so reconhecidas somente no momento em que efetivamente ocorrem as respectivas entradas e sadas de caixa.

O direito influencia diretamente a administrao financeira ao impor normas de condutas s organizaes e aos seus participantes.1.11. TOMADA DE DECISO SEGUNDO A ANLISE MARGINALO princpio econmico de fundamental importncia, do qual se vale o gestor financeiro para a tomada da maioria das decises, o princpio da anlise marginal. Este princpio consiste no estudo dos custos e benefcios adicionais gerados por uma determinada escolha de investimento, segundo o qual um projeto de investimento somente ser vivel economicamente quando a soma dos benefcios marginais gerados for maior que a soma dos custos marginais incorridos na implantao do referido projeto de investimento.Exemplo:O administrador financeiro de uma loja de departamentos est atualmente tentando decidir se substitui um dos antigos computadores da empresa por um novo, capaz de processar mais rapidamente e de dar conta de um maior volume de transaes.

O novo computador requer um desembolso vista R$ 80.000,00, enquanto que o antigo poderia ser vendido por R$ 28.000,00. Os benefcios totais a serem gerados pelo novo computador seriam de R$ 100.000,00 e os benefcios do antigo no mesmo perodo de tempo seriam de R$ 35.000,00.

Aplicando a analise marginal a esses dados, obtemos o seguinte:

Benefcios com o novo computador ..................................R$ 100.000,00- Benefcios com o computador antigo ..............................R$ 35.000,00= Benefcios marginais adicionados (1).............................R$ 65.000,00

Custo com o novo computador ..........................................R$ 80.000,00- Receita obtida com a venda do antigo computador ........R$ 28.000,00= Custos marginais adicionados (2)....................................R$ 52.000,00Benefcios lquidos (1)-(2)..................................................R$ 13.000,00Uma vez que os benefcios marginais (adicionais) de R$ 65.000,00 excedem os custos marginais (adicionais) de R$ 52.000,00, a aquisio do novo computador recomendvel. A empresa ainda obter um ganho de R$ 13.000,00.

EXERCCIOS

1.) Um empresrio est adquirindo uma mquina por R$ 50.000,00, esta mquina ir substituir outra j ultrapassada que ser vendida por R$ 10.000,00. O beneficio mensal projetado pela nova mquina ser de R$ 8.000,00. Com a mquina atual, o beneficio mensal de R$ 3.000,00. Definir qual o beneficio marginal pela nova aquisio e qual o beneficio lquido. A aquisio ser vivel considerando-se um horizonte de 12 meses?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

2.) O proprietrio de uma rede de fast food est adquirindo uma mquina de sorvetes por R$ 40.000,00, e esta mquina ir substituir outra j antiga que ser vendida por R$ 20.000,00. O beneficio mensal projetado pela nova mquina ser de R$ 50.000,00. Com a mquina atual, o beneficio mensal de R$ 20.000,00. Definir qual o beneficio marginal pela nova aquisio e qual o beneficio lquido. A aquisio ser vivel?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.) A Copiadora Ki Kpia Ltda. ME, pretende substituir uma das mquinas antigas, por uma nova, mais sofisticada, capaz de dar conta de um maior volume de cpias por minuto. A nova mquina requer um desembolso, vista de $ 50.000,00, enquanto que a antiga poder ser vendida por $ 18.000,00. Os benefcios totais a serem gerados pela nova copiadora seria m de $ 70.000,00, e os benefcios da mquina antiga, no mesmo perodo de tempo, seriam de $ 25.000,00. Aplicando a anlise marginal a esses dados, voc recomendaria a substituio do equipamento em questo?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________QUESTES PARA FIXAO DO TEXTO1.) Descreva a relao geral entre Administrao Financeira e Economia e explique como o administrador financeiro se baseia nos princpios de Macro e Microeconomia.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2.) Como o administrador financeiro depende do contador? De que forma o resultado da Contabilidade age como insumo para a Administrao Financeira?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3.) Quais so as maiores diferenas entre Contabilidade e Administrao Financeira com respeito:

a.) Ao reconhecimento de receitas e despesas?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b.) A tomada de deciso?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4.) Quais so as trs funes do administrador financeiro com respeito s demonstraes financeiras da empresa?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5.) Qual a meta do administrador financeiro? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________6.) verdade que se uma empresa for lucrativa sua sobrevivncia est garantida? Explique.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________7.) Explique o que so receitas e despesas marginais e como Administrao Financeira adota a anlise marginal.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8.) A Ironworks Production Inc. vendeu quatro cargas de ferro gusa a crdito por R$31.000 cada uma, no ms que acaba de se encerrar. A empresa ainda no recebeu. A empresa pagou R$16.000 durante o ms que acaba de terminar por cada carga de ferro. Com base no regime de competncia, a empresa mostrou um lucro lquido de _______, e em base de caixa mostrou um fluxo de caixa lquido de ________ para o ms.

a. ( ) R$60.000; -R$64.000

b. ( ) R$64.000; -R$60.000

c. ( ) R$60.000; -R$60.000

d. ( ) R$64.000; R$60.000

9.) Durante o ano que acaba de encerrar, a Jackson, Inc. teve vendas de R$25.000, das mercadorias compradas durante o ano a um custo total de R$15.000. A empresa pagou por 60% da mercadoria durante o ano e tem de cobrar do cliente no final do ano. O lucro lquido e o fluxo de caixa dessa venda para o ano so: a. ( ) R$4.000 e R$6.000 respectivamente.

b. ( ) R$25.000 e -R$15.000 respectivamente.

c. ( ) R$10.000 e -R$9.000 respectivamente.

d. ( ) R$15.000 e -R$3.000 respectivamente.

10.) Uma forma usada frequentemente para garantir que as decises da alta gerncia visem ao melhor interesse das partes interessadas :

a. ( ) ameaar despedir os gerentes cujo desempenho no for considerado adequado.

b. ( ) retirar as regalias da alta gerncia.

c. ( ) vincular a remunerao da alta gerncia ao nvel de lucro por ao.

d. ( ) vincular a remunerao da alta gerncia ao desempenho do preo das aes ordinrias da empresa. 11.) A Coconut Company tem receita de R$1.500, despesas com depreciao de R$400, est na faixa de 30% do imposto de renda e no tem outras despesas. Qual a renda lquida e o fluxo de caixa da empresa? a. ( ) R$1.170; R$770

b. ( ) R$900; R$1.300

c. ( ) R$1.050; R$1.450

d. ( ) R$770;R$1.170

2. AMBIENTE FINANCEIRO NAS EMPRRESAS2.1. Introduo:A anlise financeira um instrumento fundamental na verificao da estrutura de capitais e da vitalidade da sua vitalidade na gerao de caixa de uma empresa de qualquer rea. Ela objeto de estudo tanto por parte de integrantes da prpria empresa, quanto por analistas externos. O interesse das partes determina qual o tipo de anlise deve ser feito, pois cada uma tem sua finalidade ou uso, que vai determinar as diferentes relaes enfocadas.

O Administrador Financeiro utiliza-se da anlise financeira para conhecer o passado, atuar no presente e direcionar as aes para as metas futuras. esse instrumental que lhe permite conhecer a situao atual, o grau de acerto ou desacerto das decises tomadas no passado e como projetar o negcio para o futuro.

Os bancos e instituies financeiras em geral, no papel de emprestadores de dinheiro e financiadores de aquisio de bens pelas empresas, representam um importante grupo de usurios das demonstraes financeiras dessas empresas.

Da mesma forma que um banco, os fornecedores de mercadorias, servios, matria-prima, ou componentes precisam avaliar o risco de crdito de seus clientes. A preocupao do fornecedor no sentido de evitar perdas com inadimplncias, concordatas ou mesmo falncias de seus clientes, da a necessidade de anlise e acompanhamento. O oposto ocorre quando o cliente quer analisar o fornecedor, para conhecer sua solidez. Uma empresa cuidadosa, antes de adquirir equipamentos caros, ir examinar no s a qualidade tcnica do equipamento, mas tambm a solidez da empresa fornecedora.

Do ponto de vista da administrao e do planejamento dos diversos setores da economia, as demonstraes financeiras e as informaes que so prestadas a rgos do governo constituem um banco de dados da maior importncia. Vale o mesmo para os sindicatos e associaes de classe que esteja vinculada a empresa.

2.2 Mercado de Crdito para Pessoas Fsica e Jurdica:

2.2.1 Linhas de Crdito para Pessoa Fsica (PF):Atualmente, existem inmeras formas de concesso de crdito para as pessoas fsicas. Por exemplo, a venda a varejo na mercearia (caderneta) ou as transaes bancrias, como a Crdito Direto ao Consumidor (CDC). Quanto ltima pode se destacar: credirio, carto de crdito, conta garantida, financiamento de seguros e habitaes, penhores, emprstimo de curto prazo, cheque pr (ps) datado. Assim, os indivduos podem dispor de mais recursos para atender as suas necessidades diversas.

Cabe observar que apesar de largamente utilizado, o cheque pr-datado no possui valor legal. Ele se baseia apenas na confiana mtua. O cheque pr no um ttulo de crdito, como o caso das notas de crdito, letras de cmbio e duplicatas; por exemplo. Na prtica, a aceitao do cheque pr tambm condicionada pelas condies econmicas do pas. Por exemplo, no momento atual, tem-se uma forte recesso o que implica maior nvel de desconfiana. Em tempos de prosperidade ocorre maior aceitao e menor receio.

Para os bancos/instituies financeiras existem diversas formas de concesso de crdito, as quais tambm necessitam de um estudo/avaliao para que possam ser efetivadas. Vale lembrar tambm que as pessoas buscam o crdito porque suas fontes de recursos so limitadas (renda) e suas necessidades so ilimitadas. O importante manter o volume de crdito prudente/gerencivel, tanto para o tomador quanto para o emprestador.

Destaca-se que este um segmento muito atrativo para as instituies financeiras, j que: a) Os depsitos a vista so estveis; b) Os emprstimos apresentam alta rentabilidade; c) Ocorre a alavancagem dos negcios (boa liquidez); d) O risco reduzido, j que so muitas operaes e os valores so baixos ante os crditos de pessoas jurdicas; e) Cabe s instituies definir o seu mercado-alvo, para que possa trabalhar melhor. Isto se d basicamente, pelo perfil dos clientes, para trabalhar com metas definidas para visar melhores resultados.

Quanto a anlise/concesso do crdito para pessoas fsicas cabe destacar alguns itens importantes: a) O capital mais valioso o know-how que de difcil mensurao (envolve um certo feeling); b) As garantias (colateral) so mais de cunho pessoal (aval e fiana); c) Os emprstimos so na maioria de curto prazo e o ativo a ser convertido pelos indivduos o seu trabalho; d) A avaliao das instituies baseia-se em dados cadastrais que visam saber a respeito da estabilidade financeira do indivduo e de um eventual colapso; e) Investiga-se quanto a finalidade de crdito, prazo, formas de pagamento paras possa se tomar uma deciso realista.

O aval estabelece uma relao pessoal entre o avalista e o avalizado, sendo que o primeiro passa a ser o principal pagador da obrigao (ttulo de crdito). J a fiana uma garantia que torna o fiador obrigado ao total cumprimento das obrigaes assumidas pelo devedor. Ela s pode ser executada se as obrigaes no forem cumpridas.

A concesso de cheque especial (adiantamento a depositantes) envolve um risco de no pagamento, uma vez que cria uma expectativa futura quanto a cobertura do saldo devedor. Logo, sua anlise deve ser cuidadosa. A anlise da ficha cadastral gera informaes de extrema importncia ao banco. Elas devem ser analisadas com muito cuidado, para evitar, principalmente, os vcios da profisso.

2.2.2 Linhas de Crdito para Pessoa Jurdica (PJ):

Ao se analisar a concesso de crdito para empresas, deve se considerar o montante de risco que o emprestador est disposto a incorrer. Para tanto, deve se considerar: Qual o limite de crdito que ser concedido ao cliente? Por meio de quais linhas de crdito?

O limite de crdito o valor total do risco que o emprestador deseja assumir com determinado cliente, o todo. J a linha de crdito o tipo de operao que o emprestador ir concretizar, a parte. A partir das linhas de crdito pode se saber quais as modalidades de relacionamento existentes no relacionamento.

Cabe observar que cada linha de crdito possui um risco intrnseco diferente e deve ser analisada separadamente. Deve se pensar: Para que? Por quanto tempo? Como vai repagar? Ou seja, qual vai ser a utilizao do recurso; durante quanto tempo ela ocorrer e como ela ser paga. Desta forma poder se analisar mais claramente o risco que uma linha de crdito apresenta.

Pode se dizer que o emprestador dever conhecer o cliente, suas reais necessidades, sua capacidade como empresa e sua condio financeira. Desta forma, o emprestador poder ter um bom relacionamento com seus clientes e principalmente chegar a um limite de crdito coerente e confivel. Cada negcio especfico estudado, avaliado e aprovado isoladamente.

H basicamente dois tipos de linha de crdito:

Linha Interna: um parmetro de valor e modalidade de negcios a realizar. No tem valor externamente, logo no deveria ser do conhecimento do cliente, at para no causar constrangimentos.

Linha Avisada (Confirmada): do conhecimento do cliente, uma vez que decorre de um contrato. Cobra-se uma comisso para abertura, j que compromete parcialmente o caixa da instituio a qualquer momento. Dependendo do valor, o saque pode ser feito mediante pr-aviso. Exemplos: contrato de financiamento de exportaes; financiamentos rurais.O prazo comum de validade das linhas de crdito de um ano. Isso ocorre at porque para que as revises ocorram de acordo com os balanos anuais da empresa. Alm do que devem ser considerados: os montantes, as modalidades, as garantias e as taxas envolvidas na operao. As principais modalidades de crdito so para: 1) Capital de giro; 2) Pr-financiamento de exportaes; 3) Financiamento de importaes; 4) Repasses de recursos oficiais a longo prazo (por exemplo, do BNDES); 5) Repasses de emprstimos em moeda estrangeira; 6) Financiamentos rurais; 7) Financiamentos habitacionais; 8) Prestao de garantias e fianas.

Quanto a utilizao pelos beneficirios, as linhas podero ser: Casuais: para operaes especficas, por prazos especficos. Exemplo: os emprstimos de longo prazo; Rotativas: so para operaes rotativas. Exemplo: crdito para financiamentos rurais de pequenos produtores;

As linhas de crdito, quanto as garantias, podem ser: cobertas ou descobertas e a sua classificao subjetiva, ou seja, de acordo com o avaliador, a instituio e at o prprio cliente. Os limites de crdito para as empresas podem ser considerados:

Total: aquele atribudo a um cliente individualizado, no pertence a um grupo econmico;

Global: aquele atribudo a um grupo econmico. Neste caso se envolve um controle diferenciado, uma vez que as empresas podem apresentar-se diferentes e sua anlise pode se tornar mais trabalhosa.

Destaca-se que o gerente de contatos o principal responsvel pela manuteno de relacionamentos com os clientes e quando ele for realizar a anlise do processo decisrio de crdito dever se fundamentar: Relacionamento e idealizao da proposta: principalmente em termos de montante, modalidades, prazo e garantias. Formalizao da proposta concreta: para que possa ser aprovada pelas aladas competentes. Gerncia constante de relacionamento: serve para monitorar a utilizao e a qualidade do crdito, visando minimizar os riscos da instituio.Todos os clientes, sem exceo, devero passar por uma avaliao crtica e global dos riscos de crdito incorridos em seu limite de crdito. Para tal, o risk rating uma tcnica que serve para medir a qualidade do crdito a ser concedido. Ele subjetivo e no apresenta um modelo nico. Destaca-se que ele pode ser uma importante fonte auxiliar de dados para a instituio.

2.2.3 Instituies do Mercado Financeiro e o Crdito:

As instituies monetrias so aquelas que acolhem depsitos vista e permitem saques com cheques ou por meio de depsitos com estes cheques. No segundo caso envolvem a compensao destes cheques. Tais instituies so os bancos comerciais, as Caixas Econmicas (CE) e as cooperativas de crdito.

Observa-se ainda que as instituies monetrias tm acesso cmara de compensao de cheques e de outros papis e que o Banco do Brasil ainda o responsvel pela compensao de todos esses ativos e tal processo ocorre todos os dias teis. da que os bancos comerciais devem apresentar saldo positivo para manter a conta de reservas junto ao Bacen.

As instituies monetrias em geral mantm um volume de reservas bancrias no sistema econmico e suas transaes mantm um volume igual de recursos no perodo, ou seja, estas instituies no so capazes de criar ou destruir os meios de pagamento (M1). S o Bacen, como autoridade monetria que pode injetar ou retirar recursos em reservas do mercado.

Destaca-se ainda que os bancos mltiplos foram autorizados pelo CMN, via Bacen, s em setembro de 1988. O seu conceito prope que ele opere com pelo menos dois tipos de carteiras (instituies financeiras) sendo uma um banco comercial ou um banco de investimento e a outra livre. Tambm necessrio um volume de capital mnimo, constantemente atualizado, para cada carteira envolvida em sua composio.

Os principais tipos de instituies financeiras ou de carteiras so: Carteira Comercial: regulamentada pelos bancos comerciais; Carteira de Investimento: regulamentada pelos bancos de investimento; Carteira de Desenvolvimento: obedece s normas dos bancos de desenvolvimento; Carteira de Crdito Imobilirio: regulamentada pelas sociedades de crdito imobilirio; Carteira de Crdito, Financiamento e Investimento: segue a regulamentao das financeiras.Os grupos financeiros perceberam que era mais vantajoso operar como bancos mltiplos e assim, se adaptaram a nova legislao e levaram as seguintes vantagens: Caixa nico: as captaes das diferentes carteiras podem ser unificadas o que implica em maior liberdade e liquidez para tais instituies; Diretoria nica: implica em menos custo e maior transparncia; Contabilidade nica: implica em menores custos e maior facilidade de solucionar problemas; Auditoria nica: aquela externa aos membros da empresa obrigatria e tambm implica em menor custo; Reduo do nmero de funcionrios: leva a menores custos e a maior facilidade de remanejamento para atender s necessidades da empresa.

Observa-se ainda que os bancos de desenvolvimento (instituies estatais) esto desaparecendo e que a partir de agosto de 1996 o leasing (Arrendamento Mercantil) passou a ser considerado como instituio financeira, logo ele tambm pode compor os bancos mltiplos.

Por outro lado, as instituies NO monetrias so as que possuem como funo bsica a captao e o emprstimo de recursos visando fomentar o desenvolvimento do pas. Deve se notar que neste caso no podem ser envolvidas as captaes de recursos por meio de depsitos vista. Alm do mais, o lastro (garantia) muito importante para este tipo de operao. O Bacen define quatro tipos de instituies financeiras no-monetrias (Bancos de Investimento, Financeiras, Crdito Imobilirio e Leasing):

1) Bancos de Investimento (BI) ou de Desenvolvimento: criados em 1965 e tm como objetivo principal a prtica de operaes de investimento, participao ou financiamento a curto ou longo prazo para o suprimento de capital fixo, de giro, ou de deficincias de caixa. Sendo que os emprstimos de curto prazo so feitos, por meio de notas promissrias ou de duplicatas. Note que eles tambm podem ser realizados, atravs da conta corrente, nos bancos comerciais.

Os principais objetivos do BI so: 1) Promover operaes de underwriting para fortalecer o capital social de empresas (subscrio de aes ou debntures). 2) Promover operaes de fuso, ciso ou incorporao de empresas (melhor ordenao e eficincia). 3) Promover o desenvolvimento tecnolgico das empresas (treinamento e assistncia tcnica). 4) Incentivar a melhoria de produtividade e a capacidade produtiva da economia.

As suas principais operaes so divididas em dois grupos: Ativas e Passivas, sendo as primeiras: 1) Administrao de fundos de investimento e de carteiras de ttulos; 2) Emprstimos para financiar capital de giro ou capital fixo; 3) Operaes de underwriting ou de hot money; 4) Repasses de recursos internos ou externos; 5) Prestao de fiana para emprstimos internos ou externos; 6) Operaes nos diversos mercados de ativos ,como com ouro, cmbio, ttulos, etc.

OBS.: Os bancos comerciais podem realizar todas estas operaes, com exceo das dos itens 1 e 3.

J as operaes passivas envolvem a captao de recursos por meio de: CDB, RDB, DI, repasse de recursos internos e externos, cobrana de taxas de administrao de fundos de investimento e de tarifas bancrias. Observa-se que os bancos comerciais podem realizar todas estas operaes, com exceo da taxa de administrao de fundos de investimento. Ressalta-se ainda que os bancos de desenvolvimento so os bancos de investimento dos estados e que estes possuem funes e atribuies bastante parecidas.

2) Sociedades de crdito, Financiamento e Investimento - Financeiras: sua finalidade bsica a mesma dos bancos comerciais, ou seja, captar recursos excedentes de certos agentes econmicos e emprest-los a quem possui carncia de recursos. Observa-se que antes dos bancos mltiplos estas eram instituies independentes e que o que as diferenciam dos bancos comerciais que elas no podem trabalhar com depsitos vista.

Atualmente, o DI o instrumento de captao mais vivel e mais utilizado por estas instituies, isto porque ele de ampla utilizao e aceitao no mercado e possui custos reduzidos. As captaes do DI ocorrem junto BM&F. As financeiras possuem basicamente dois tipos de operaes ativas: CDC: so emprstimos concedidos clientes de renda mais baixa, porm comprovada, para pagamento vista na compra de um bem. Crdito Pessoal (CP): a diferena que este tipo de crdito no direcionado e o indivduo recebe o dinheiro e no um bem como no caso anterior. OBS.: Em ambos os casos, os juros so cobrados atravs da Tabela Price.

3) Sociedade de crdito Imobilirio e de Poupana: uma instituio financeira que tem por objetivo financiar empreendimentos imobilirios com recursos prprios ou captados por meio de caderneta de poupana, letras hipotecrias ou letras imobilirias. A distribuio dos recursos deve obedecer normas do Bacen, conforme segue: 70% imveis de baixo padro, com TR + juros de 12% ao ano, 15% depsito compulsrio e 15% livres e com custo de financiamento liberado. Observa-se ainda que atualmente todas estas instituies so pertencentes aos bancos mltiplos.

4) Companhias de Arrendamento Mercantil Leasing: foram reconhecidas como instituies financeiras somente em agosto de 1996 e so utilizadas como carteiras dos bancos mltiplos. A sua finalidade a locao de bens, porm com a opo de adquiri-los ao final de um perodo. Trata-se de uma operao comercial onde incide o ISS e no o IOF, com alquota de 0,50%. Os juros so cobrados atravs da tabela price e envolve prestaes mensais e iguais e que podem sofrer a correo monetria.

2.2.4 Alguns dos principais tipos de Ativos Financeiros:2.2.4.1 O que so Aes?

Aes so ttulos nominativos negociveis que representam, para quem as possui, uma frao do capital social de uma empresa. Ao um pedacinho de uma empresa. Com um ou mais pedacinhos da empresa, voc se torna scio dela.

As aes podem ser: ordinrias, que concedem queles que as possuem o poder de voto nas assemblias deliberativas da companhia; ou preferenciais, que oferecem preferncia na distribuio de resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidao da companhia, no concedendo o direito de voto, ou restringindo-o. As aes, ordinrias ou preferenciais, so sempre nominativas, originando-se do fato a notao ON ou PN depois do nome da empresa.

As aes tambm podem ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que aparea aps o "ON" ou o "PN". As caractersticas de cada classe so estabelecidas pela empresa emissora da ao, em seu estatuto social. Essas diferenas variam de empresa para empresa, portanto, no possvel fazer uma definio geral das classes de aes.

O que so dividendos? Uma empresa deve dividir os lucros com seus acionistas. Essa parcela direcionada aos detentores de aes conhecida como dividendo. Ou seja, os dividendos correspondem parcela de lucro distribuda aos acionistas, na proporo da quantidade de aes detida, apurado ao fim de cada exerccio social. O estatuto social de uma companhia pode estabelecer o dividendo mnimo a ser distribudo, desde que no seja inferior a 25% de seu lucro lquido ajustado. Caso no haja previso no estatuto social, o dividendo obrigatrio deve corresponder, no mnimo, metade do lucro lquido ajustado.

Quando uma empresa vai bem, ela divide os lucros com quem tem suas aes. Isso so os dividendos. E bonificaes? As bonificaes correspondem distribuio de novas aes para os atuais acionistas. Excepcionalmente pode ocorrer a distribuio de bonificao em dinheiro. Como funcionam as subscries de novas aes? Os acionistas tm ainda preferncia na compra de novas aes emitidas ou direito de preferncia na subscrio. Alm de garantir a possibilidade de manter a mesma participao no capital total, esse direito pode significar ganho adicional, dependendo das condies do lanamento. Por fim, se no exercido, o direito pode ser vendido a terceiros.

2.2.4.2 Tipos de Taxa de Cmbio:

A taxa de cmbio nominal a relao que expressa o preo de uma unidade de moeda nacional em relao moeda estrangeira ou vice-versa. J a taxa de cmbio real definida como a relao de preos entre o produto nacional e o produto estrangeiro. Assim, taxa de cmbio nominal a taxa que um indivduo utiliza para converter a moeda de um pas em uma moeda de outro pas. Ela pode ser expressa de duas formas: em unidade de real por moeda estrangeira e em unidade de moeda estrangeira por real.

Por outro lado, a taxa de cmbio real a razo entre a quantidade de produtos e servios que um indivduo pode adquirir domesticamente pela quantidade de produtos e servios que um indivduo pode adquirir no exterior. Ela compara os preos de um produto domstico com outro importado em termos da economia domstica. Exemplo: A cerveja alem duas vezes mais caro que a cerveja brasileira. Nesse caso a taxa de cmbio real de .

Note que a taxa de cmbio real deriva da taxa de cmbio nominal. Isto :Tx Real = Tx Nominal * Preo Local / Preo Externo. A taxa de cmbio real um componente importante para se determinar a quantidade de bens e servios que sero exportados e importados em uma economia, quando a taxa de cmbio real de um pas baixa, os seus bens so comparativamente mais baratos que os importados, logo os consumidores locais e do exterior compraro mais produtos locais.

2.2.4.3 O sistema de taxas de cmbio:Aqui importante identificar como as taxas de cmbio so determinadas e o papel que o BACEN possui neste mercado. Ento:

2.2.4.3.1 As taxa de cmbio flexveis ou livremente flutuantes:

Neste caso a taxa de cmbio determinada atravs da oferta e demanda do mercado. Para melhor compreender este jogo preciso verificar quem forma a oferta e a demanda das divisas. No caso brasileiro, a oferta de dlares provm das exportaes, turistas estrangeiros e investidores internacionais. J a demanda de dlares ser: importaes, investimentos brasileiros no exterior e emprstimos de bancos estrangeiros a residentes brasileiros. Lembre ainda que a oferta de dlares equivale demanda de reais e a demanda de reais oferta de dlares.

O grfico do mercado de divisas envolve: a taxa de cmbio nos eixos das ordenadas e a moeda estrangeira (dlar) nas abscissas: Incluir figura do caderno original Troster, p. 295, figura 18.1).

Atravs da anlise grfica percebe-se que quanto maior a taxa de cmbio, maior quantidade de reais e necessria para comprar um dlar e vice-versa. Ao se elevar taxa de cmbio, conforme visto antes, desvaloriza-se a moeda nacional e valoriza-se a estrangeira. Assim como uma valorizao da taxa de cmbio causaria o efeito contrrio. Note ainda que com o cmbio forte, as importaes so favorecidas e as exportaes no. Isto porque so necessrios menos reais nas compras externas e uma maior quantidade de dlares seriam requisitadas para as vendas ao estrangeiro. Aqui tambm vale o efeito contrrio: com o cmbio fraco, as exportaes so beneficiadas e as importaes no.

O equilbrio das taxas de cmbio ocorre de acordo com o equilbrio do mercado, ou seja, na equivalncia entre a oferta e a demanda de divisas. Quando a taxa de cmbio est acima do ponto de equilbrio h um supervit de divisas (excesso de entrada de dlares) e a taxa tende a cair. J no caso contrrio, h um dficit de divisas e a taxa de cmbio pressionada para cima.

Pode haver o ajuste da taxa por meio de alteraes na oferta ou na demanda de divisas. Por exemplo, um aumento do PIB, implica numa elevao da demanda de importaes e uma reduo da taxa de cmbio. Isto porque a demanda por dlares ser deslocada para a direita. J se ocorrer um aumento das exportaes, a oferta de dlares aumentar, ser deslocada para a direita, o que reduzir a taxa de cmbio.

As vantagens do sistema de taxas de cmbio flexveis: A grande vantagem que com este sistema ocorre a correo automtica de qualquer tendncia a gerar um dficit ou um supervit no balano de pagamentos.

As limitaes no sistema de taxas de cmbio flexveis: Na prtica a correo pode no ocorrer de maneira to simples; Quando o real desvalorizado, as importaes ficam mais caras implicando num aumento do custo de vida e nos custos de produo das empresas, o que incide negativamente no preo das exportaes; Gera-se uma incerteza nas relaes internacionais, principalmente quando os prazos de pagamento forem mais longos; Os especuladores dificultam o processo de ajuste.

2.2.4.3.2 Sistema de taxa de cmbio fixa (Padro ouro):

Neste sistema, a taxa de cmbio est ligada a uma determinada mercadoria (ouro) ou moeda (dlar). Historicamente, o sistema de cmbio fixo foi baseado no padro ouro. Atualmente verifica-se a vinculao de algumas moedas ao dlar (Argentina). As regras do padro ouro so as seguintes: Estabelecer uma relao fixa entre a moeda e o ouro (valor paritrio); A conversibilidade deveria se manter atravs da compra e venda de moeda nacional em troca do ouro, ao preo oficial; Deveria haver total respaldo no valor do ouro (100%).

Neste sistema, as entradas de ouro provocam uma expanso monetria e as sadas, uma destruio do dinheiro. Conforme segue: (supervit ( mais ouro ( mais moeda ( aumento de preos ( reduo das exportaes ( aumento das importaes). Percebe-se que ocorre, naturalmente, um ajuste do sistema.

Inconvenientes do padro ouro: Tende a formar fortes oscilaes na atividade econmica e no nvel de preos; Pases com supervits poderiam cancelar o efeito do fluxo de ouro sobre a quantidade de dinheiro. (Isto via operaes de mercado aberto que compensem a variao do ouro). O sistema era muito sensvel a uma crise de confiana.

2.2.4.3.3 O sistema do FMI: Taxas de cmbio ajustveis:

Tal sistema visa estabelecer as taxas de cmbio, sem que os pases sofram os principais efeitos do padro ouro. O cmbio seria fixo, mas no completamente rgido. O banco central permitia uma variao dentro de uma faixa por ele estipulada. Assim, para controlar tal variao, ele deveria atuar como um ofertante ou demandante no mercado de cmbio e para isto necessitava possuir reservas internacionais.

Quando ocorrer supervit ou dficit de divisas no mercado, o governo dever intervir e sua ao deve impedir que as variaes no saiam da faixa por ele estipulada. Sua ao consiste em ofertar ou demandar dlares para ajustar o preo do cmbio. Incluir figura do caderno (original Troster p. 305, figura 18.3).

A interveno seria a utilizao de moedas estrangeiras para corrigir um dficit persistente no balao de pagamentos, isto porque a situao pode se tornar insustentvel. Aqui o FMI acredita que a moeda pode ser desvalorizada (por exemplo, taxa de cmbio de 1,20 para 1,40). J no caso contrrio, o supervit persistente no balano de pagamentos, a valorizao da moeda recomendada.

As dificuldades do sistema do FMI: A primeira delas era a correta identificao do desequilbrio, ou seja, se ele era temporrio ou de base. Uma vez definida a situao, os especuladores a gravavam. Outro ponto que com a paridade estipulada, a realidade da taxa ficava distorcida e trazia problemas.

Do sistema do FMI ao sistema atual: Em tal sistema permite-se que a moeda varie (flutue livremente) em resposta s variaes nas condies de oferta e demanda de divisas. Aqui no h paridade com o dlar, ou com qualquer outra moeda.

2.2.4.4 A flutuao suja: Na prtica percebe-se que as taxas de cmbio no so determinadas com plena liberdade, nesta os bancos centrais modificam, no curto prazo, o cmbio, quando no ocorria a interveno do mercado. Esta era via compra e venda da prpria moeda, para equilibrar a taxa de cmbio.As razes para intervir no mercado de divisas: as variaes da taxa de cmbio afetavam as importaes e as exportaes e conseqentemente a produo e o emprego; as flutuaes da moeda influem nos preos e conseqentemente na inflao do pas. Este sistema intermedirio entre o fixo e o flexvel.

2.2.4.4.1 As caractersticas do sistema de cmbio atual: O sistema atual flexvel e assim atravs das variaes das taxas de cmbio, os ajustes internacionais podem ocorrer de forma gradual. Ento, quase no h probabilidade de ocorrerem movimentos especulativos e crises de confiana. Entretanto, a incerteza aumenta, devido elevada variabilidade das taxas.

Verifica-se atualmente, uma diversidade de sistemas cambiais existentes, sendo os cmbios fixo e flexvel situaes extremas. Tambm se percebe uma grande variabilidade nas taxas de cmbio, esta se deve a movimentos especulativos, desequilbrios nas balanas comerciais e outras flutuaes. Os paliativos para tais problemas so: coordenao de polticas macroeconmicas, interveno no mercado cambial e formao de blocos econmicos.

2.2.4.4.2 O sistema monetrio europeu: Este um mecanismo de ligao das moedas dos pases membros da CE (Comunidade Europia) que estabelece um sistema de paridades fixas, porm ajustveis. Veja suas principais caractersticas: as taxas de cmbio se mantm fixas; pode se corrigir os efeitos do livre jogo do mercado, aplicao de instrumentos financeiros e ajuste das taxas; o ECU formado por um conjunto ajustvel e pr-determinado de moedas da CE; um sistema de taxas de cmbio define-se atravs das regras que estipulam o papel do BACEN no mercado de divisas.

Da surge dois sistemas bsicos: o livre ou flexvel e o fixo. As primeiras no sofrem interveno do BACEN e as ltimas so rigidamente controladas por este banco. Observa-se, ainda, que na prtica, a maioria dos pases, no adota os extremos anteriormente definidos.

2.2.5 Ttulos Pblicos: Os variados ttulos financeiros (pblicos e privados) apresentam as seguintes caractersticas mais relevantes: a) RENDA: ela mede a rentabilidade do ttulo e pode ser: PR-FIXADA aquela que a taxa de remunerao definida na contratao do ttulo. PS-FIXADA aquela em que h um indexador (correo monetria; variao cambial ou variao de um ndice do governo) adicionado a juros. b) PRAZO: ele pode ser determinado (fixo, pr-estabelecido) ou varivel (oscilar conforme o mercado). c) EMISSO: ele pode ser pblico (emitido pelo governo) ou privado (quando a emisso pelo sistema financeiro em geral ou pelas sociedades annimas (S.A.).

Neste caso, sero tratados os ttulos emitidos pelo governo federal. E estes esto focados na poltica econmica do governo e so de longo prazo. No caso, na poltica fiscal (dficit pblico) ou na monetria (para o controle da moeda que circula no sistema bancrio e financeiro em geral). Sendo:

a) Poltica Fiscal: o governo visa re-estabelecer o equilbrio de suas contas (pblicas) atravs da emisso de ttulos do Tesouro Nacional. Sendo os principais:

LTN (Letras do Tesouro Nacional) possuem rendimento pr-fixado definido pelo desgio sobre o valor nominal.

LFTN (Letras Financeiras do Tesouro Nacional) possuem rendimento ps fixado definido pela taxa SELIC.

NTN (notas do Tesouro Nacional) podem possuir juros cupom e valor nominal atualizado por um ndice (IPCA, IGP-M, TR via TBF ou Dlar) ou ainda rendimento pr-fixado com desgio sobre o valor nominal (neste caso o pagamento de cupom semestral).

b) Poltica Monetria: atravs de ttulos emitidos pelo Banco Central, o governo tem o objetivo de equilibrar a liquidez do sistema financeiro. Porm, desde 2002 o BCB no emite nenhum ttulo novo. Sendo os principais:

BBC (Bnus do Banco Central) ocorre atravs de leiles por meio de oferta pblica de ttulos. O seu rendimento corre por meio de desconto da diferena entre o preo de colocao e a taxa nominal.

LBC (Letras do Banco Central) so ttulos que possuem uma taxa mdia ajustada pela SELIC (definida pelo COPOM - Comit de Poltica Monetria).

NBC (Notas do Banco Central) neste tipo de ttulo a rentabilidade baseada na TR (taxa Referencial de juros do BCB).

Mercado Primrio: quando o governo por meio do banco central lana novos ttulos para o sistema financeiro em geral.

Mercado Secundrio: quando o sistema financeiro repassa estes novos ttulos para o pblico em geral.

3. FUNDAMENTOS DE TESOURARIA

3.1. CAPITAL DE GIRO: o conjunto de valores necessrios para fazer os negcios acontecerem (girarem) na empresa. Existe a expresso "Capital em Giro", que seriam os bens efetivamente em uso. Em geral, de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a fatia correspondente a este capital. Alm de sua participao sobre o total dos ativos da empresa, ele exige um esforo para ser gerido pelo administrador financeiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo.

O capital de giro precisa ser acompanhado e monitorado permanentemente, pois est sofrendo o impacto das diversas mudanas no panorama econmico enfrentado pela empresa de forma contnua. As dificuldades relativas a sua administrao numa empresa so devidas, principalmente, ocorrncia dos seguintes fatores: Reduo de vendas; Crescimento da inadimplncia; Aumento das despesas financeiras; Aumento de custos.

Denominando-se de "aplicao permanente" as contas no circulantes do ativo e de "fonte permanente" as contas no circulantes do passivo, define-se Capital de Giro: sendo a diferena entre as fontes permanentes e aplicaes permanentes. Ele tambm um conceito econmico-financeiro, constituindo uma fonte de fundos permanente utilizada para financiar a Necessidade de Capital de Giro.

O Capital de Giro apresenta-se razoavelmente estvel ao longo do tempo. Ele diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo imobilizado (aumento dos imobilizados). Todavia, esses investimentos so, em geral, realizados atravs de "Autofinanciamento" (emprstimos a longo prazo, aumento do capital em dinheiro e lucros lquidos) que por sua vez, aumentam o Capital de Giro (fontes permanentes) compensando, a diminuio provocada pelos novos investimentos. Ele pode ser negativo. Neste caso, as aplicaes permanentes so maiores do que as fontes permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo no circulante com fundos de curto prazo. Embora esta condio aumente o risco de insolvncia, a empresa poder se desenvolver, desde que sua Necessidade de Capital de Giro seja, tambm negativa.

Em Contabilidade, existe o Capital de Giro Circulante, que seria a diferena do Ativo Circulante e do Passivo Circulante, grupos de contas do Balano Patrimonial. Esse indicador decomposto em diversos demonstrativos e relatrios contbeis, quese combinados com a Demonstrao dos Fluxos de Caixa, acrescentam informaes financeiras de uso gerencial. Os conceitos financeiros e contbeis provieram da Economia. O Capital Circulante, sob essa abordagem, um conceito criado como o oposto do Capital Fixo. Adam Smith e principalmente David Ricardo, foram os primeiros a estudar essa matria de uma forma cientfica, prpria da Cincia Econmica. Em uma perspectiva gerencial mais objetiva, pode-se dizer que Capital de Giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessrio para financiar a continuidade das operaes da empresa..., isto , fornecer recursos para compras, vendas a prazo, manter estoques, pagamentos de fornecedores, salrios, pagamentos de impostos e demais custos e despesas operacionais.

Hoji (2004) e Weston e Brigham (2004) definiram capital de giro como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional. Como o prprio nome d a entender, o capital de giro fica circulando dentro da empresa e, a cada ciclo operacional sofre transformao em seu estado patrimonial, e finalmente, quando transformado em dinheiro, o valor do capital de giro inicial incorpora variaes positivas ou negativas, e a cada transformao, e ao final de cada ciclo operacional deve ser maior que o ciclo inicial, isto , quando incorpora lucros das operaes.

3.1.1 INSTRUMENTOS PARA ADMINISTRAO DO CAPITAL DE GIRO:A base para a administrao do capital de giro consiste em suprir a NCG Necessidade de Capital de Giro. Conforme segue

DETERMINAO DO CAPITAL DE GIRO Valor aplicado em: Estoques: aumento e reduo de volumes. Contas a Receber: expandir prazos de recebimentos; vendas a vista x vendas a prazo. Caixa Disponvel: o dia-a-dia das contas.

FONTES DE CAPITAL DE GIRO - Capital Prprio; Emprstimos/Financiamentos (de curto e de longo prazo, descontos de duplicatas e cheques); Fornecedores; Adiantamento de Clientes; Lucros. EXEMPLO:

Aplicao dos Recursos Origem dos Recursos

Caixa 500

Fornecedores 4.500 Bancos 2.500

Emprstimo Bancrio 8.000

Contas a Receber 4.000

Folha de Pagamento 2.000

Estoques 6.000

Impostos a Recolher 500

Imobilizado 13.000

Capital Prprio 8.000

Lucros Acumulados 3.000

Total 26.000

Total 26.000

APLICAO DOS RECURSOS: no giro financeiro: Caixa e Bancos 3.000,00; no giro operacional: Contas a Receber de Clientes 4.000,00; Estoques 6.000,00; no ativo fixo: Imobilizado 13.000,00. (TOTAL DE 26.000)

ORIGEM DOS RECURSOS: financeiras: emprstimos bancrios 8.000,00; operacionais: fornecedores 4.500,00; salrios e encargos sociais 2.000,00; impostos a recolher 500,00; De recursos prprios: capital prprio 8.000,00; resultados acumulados 3.000,00. (TOTAL DE 26.000)Onde esto os Recursos

De onde vm os Recursos

Giro Financeiro

Origens Financeiras

Caixa e Bancos R$ 3.000,00

Emprstimos R$ 8.000,00

Giro Operacional

Origens Operacionais

Contas a Receber / Estoques R$ 10.000,00Fornecedores / Salrios a Pagar

Parte dos Emprstimos

Impostos a Pagar R$ 7.000,00Ativo Fixo R$ 13.000,00

Origem de Recursos Prprios

Capital Prprio / Resultados Acumula

dos / Lucros Prejuzos R$ 11.000,00

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

NCG = Giro Operacional Origens Operacionais.Sendo: Giro Operacional contas a receber + Estoques; Origens Operacionais Fornecedores + Salrios + Impostos;

SLC = Saldo Lquido de Caixa, sendo: SLC = Giro Financeiro Origem Financeira ou saldo de tesouraria (T). O saldo de tesouraria a diferena entre as contas do ativo circulante e do passivo circulante que no guardam relao com a atividade operacional da empresaOnde: Giro Financeiro Caixa e Bancos; Origem Financeira Emprstimos em Geral.

Se o saldo de tesouraria for positivo (folga financeira), haver disponibilidade de recursos para financiar a NCG. Sendo negativo ou insuficiente o saldo de tesouraria, a empresa necessitar de mais recursos a curto-prazo (emprstimos) para financiar suas operaes. Isto poder levar a empresa a uma situao de insolvncia, com consequente falncia.

Efeito Tesoura

O efeito tesoura ocorre quando a empresa expande demasiadamente suas vendas, sem que o capital de giro disponvel cresa na mesma proporo. O crescimento das vendas faz com que a NCG aumente tambm. Se no houver o suporte de capital de giro (saldo de tesouraria) necessrio manuteno deste novo patamar operacional, o crescimento exagerado poder deixar a empresa em dificuldades financeiras, podendo mesmo lev-la falncia.Uma empresa que tenha um saldo de tesouraria insuficiente ou negativo precisar tomar

Recursos a curto prazo no sistema financeiro, com taxas de juros altas. As despesas financeiras crescero alm do suportvel, comprometendo a organizao.

O efeito tesoura pode ser caracterizado pelo seguinte indicador:

Efeito Tesoura = T / NCGSe este ndice crescer negativamente, em exerccios seguidos, teremos caracterizado o efeito tesoura.

Exemplo:

Veja que o indicador T /NCG est crescendo negativamente, ao longo dos anos. A empresa est sofrendo o efeito tesoura.EXERCCIOS1) A partir dos dados do Balano Patrimonial a seguir, responda: A) Calcule a NCG; B) Calcule o SLC:BALANO PATRIMONIAL

ATIVOPASSIVO

CirculanteCirculante

Caixa 11.300,00Ttulos a Pagar 24.000,00

Bancos 28.700,00Fornecedores 21.500,00

Duplicatas a Receber 22.000,00Impostos a Pagar 4.500,00

Estoques 48.000,00Emprstimos Bancrios 32.200,00

Salrios a Pagar 7.800,00

Total do Circulante 110.000,00 Total do Circulante 90.000,00

No CirculantePatrimnio Lquido

Imobilizado 60.000,00Capital 55.000,00

Total do No Circulante 60.000,00Reserva de Lucro 25.000,00

Total do PL 80.000,00

Total do Ativo 170.000,00Total do Passivo 170.000,00

2) A partir dos dados do Balano Patrimonial a seguir, responda: A) Calcule a NCG: B) Calcule o SLC:BALANO PATRIMONIAL

ATIVOPASSIVO

CirculanteCirculante

Caixa 21.500,00Ttulos a Pagar 29.000,00

Bancos 32.800,00Fornecedores 21.500,00

Duplicatas a Receber 35.700,00Impostos a Pagar 14.500,00

Estoques 52.000,00Emprstimos Bancrios 43.400,00

Salrios a Pagar 27.800,00

Total do Circulante 142.000,00 Total do Circulante 136.200,00

No CirculantePatrimnio Lquido

Imobilizado 58.000,00Capital 35.500,00

Total do No Circulante 58.000,00Reserva de Lucro 28.300,00

Total do PL 63.800,00

Total do Ativo 200.000,00Total do Passivo 200.000,00

3) A partir dos dados do Balano Patrimonial a seguir, responda: A) Calcule a NCG: B) Calcule o SLC:BALANO PATRIMONIAL

ATIVOPASSIVO

CirculanteCirculante

Caixa 16.400,00Ttulos a Pagar 26.500,00

Bancos 41.000,00Fornecedores 23.500,00

Duplicatas a Receber 39.300,00Impostos a Pagar 11.500,00

Estoques 50.300,00Emprstimos Bancrios 44.800,00

Salrios a Pagar 32 .600,00

Total do Circulante 147.000,00 Total do Circulante 138.900,00

No CirculantePatrimnio Lquido

Imobilizado 63.000,00Capital 45.000,00

Total do No Circulante 63.000,00Reserva de Lucro 26.100,00

Total do PL 71.100,00

Total do Ativo 210.000,00Total do Passivo 210.000,00

4) A partir dos dados do Balano Patrimonial a seguir, responda: A) Calcule a NCG; B) Calcule o SLC:BALANO PATRIMONIAL

ATIVOPASSIVO

CirculanteCirculante

Caixa 26.370,00Ttulos a Pagar 38.500,00

Bancos 37.630,00Fornecedores 31.500,00

Duplicatas a Receber 29.600,00Impostos a Pagar 14.500,00

Estoques 58.400,00Emprstimos Bancrios 62.300,00

Salrios a Pagar 36.700,00

Total do Circulante 152.000,00 Total do Circulante 183.500,00

No CirculantePatrimnio Lquido

Imobilizado 148.000,00Capital 60.000,00

Total do No Circulante 148.000,00Reserva de Lucro 56.500,00

Total do PL 116.500,00

Total do Ativo 300.000,00Total do Passivo 300.000,00

5) A partir dos dados do Balano Patrimonial a seguir, responda: A) Calcule a NCG; B) Calcule o SLC:BALANO PATRIMONIAL

ATIVOPASSIVO

CirculanteCirculante

Caixa 33.750,00Ttulos a Pagar 24.650,00

Bancos 44.250,00Fornecedores 33.050,00

Duplicatas a Receber 61.875,00 Impostos a Pagar 46.200,00

Estoques 85.125,00 Emprstimos Bancrios 82.000,00

Salrios a Pagar 24.100,00

Total do Circulante 225.000,00 Total do Circulante 210.000,00

PermanentePatrimnio Lquido

Imobilizado 125.000,00Capital 68.500,00

Total do Permanente 125.000,00Reserva de Lucro 71.500,00

Total do PL 140.000,00

Total do Ativo 350.000,00Total do Passivo 350.000,00

3.3. Ciclos Operacional e Financeiro:

Estes nada mais so do que os ciclos econmicos da empresa e esto intimamente ligados Administrao de Capital de Giro. As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa so devidas, principalmente, ocorrncia dos seguintes fatores: reduo de vendas; crescimento da inadimplncia; aumento das despesas financeiras; aumento de custos. Por outro lado, a sua importncia depende: do volume de vendas; sazonalidade; fatos cclicos da economia; tecnologia; polticas de negcios; entre outros. Pode se perceber que uma boa poltica de administrao do capital de giro envolve medidas capazes de manter os indicadores da empresa dentro dos limites previstos para produzir determinados resultados e satisfazer as expectativas de retorno (lucro) para a companhia. O estudo do capital de giro e dos ciclos das empresas dependem tambm da anlise dos indicadores ecmico-financeiros da empresa e entre eles se destaca o CCL (Capital Circulante Lquido) = Ativo Circulante Passivo Circulante. Se este for positivo, a empresa capaz de saldar seus compromissos financeiros de curto prazo, porm se ele for negativo, ela necessitar de recursos de terceiros (emprstimos). Deste modo, ela passar a ter dvidas.

O CICLO OPERACIONAL (CO) pode ser definido como o intervalo de tempo necessrio desde a compra das matrias primas necessrias para se produzir, at o momento de recebimento das vendas da empresa. Ele um perodo MDIO de investimento nos recursos (fatores) nas operaes, sem que ocorram as entradas de caixa correspondentes. Note que uma parte deste capital financiada pelos fornecedores que concederam um prazo para o pagamento de suas matrias primas. Sendo: CO = PME + PMR, onde (PME = prazo mdio de estocagem e PMR = prazo mdio de recebimento). REPRESENTAO GRFICA:0 15 45 60 90

Compra Incio da Fim da Venda Recebimento

de M.P. Fabricao Fabricao da Venda

PME (M.P.) PMP PMV PMR

(prazo mdio (prazo mdio (prazo mdio de recebimento)

de produo) venda)

O CICLO FINANCEIRO aquele que define, em termos mdios, o intervalo entre os pagamentos aos fornecedores e o recebimento das vendas realizadas. Pode se afirmar que o perodo durante o qual a empresa financia as suas operaes, sem a participao dos fornecedores. Ele considera apenas os eventos de natureza econmica, ou seja, mede exclusivamente as movimentaes de caixa da empresa. Pode se afirmar que quanto maior for o CF de uma empresa, mais recursos estaro temporariamente aplicados nas operaes. Assim, existem mais custos financeiros envolvidos e reduz-se a rentabilidade da empresa. Logo, pode se concluir que o ideal que o ciclo financeiro seja o menor possvel. Sendo: CF = CO PMP.

REPRESENTAO GRFICA:

0 65

PAGTO PMP Recebimento

da M.P. da Venda

Exemplo: A Cia Ipiranga uma empresa que vende todos os seus produtos a prazo. Os prazos mdios apresentados so os seguintes: PME = 60 dias, PMR = 30 dias e PMP = 25 dias. Determinar os ciclos operacional e financeiro:

CO = PME + PMR CO = 60 + 30 = 90 dias.

CF = CO PMP CF = 90 25 = 65 dias.VOC SABIA?

2.1 PERODOS E CICLOSOs ndices de atividade podem medir a rapidez com que as contas circulantes (estoques, duplicatas a receber e duplicatas a pagar) so convertidas em caixa.

A anlise de atividade de uma empresa pode ser percebida pelos seguintes ndices:

GIRO DOS ESTOQUESO giro dos estoques mede a atividade da empresa, isto , em quanto tempo transformado os estoques em vendas.

Definio: Houve uma renovao dos estoques da empresa da ordem de X vezes ao ano.

PERODO MDIO DE ROTATIVIDADE DOS ESTOQUES

Definio: A cada X dias a matria entra no estoque processada e vendida. Pode ser ainda usada como parmetro para definir qual produto deve ter a venda incentivada ou cortada.

PERODO MDIO DE RECEBIMENTO DE VENDASO perodo mdio de cobrana, ou idade media de contas a receber, til na avaliao para estabelecimento de estratgias para crdito e cobrana.

Definio: O resultado indica que a empresa financiou seus clientes, em mdia, por X dias. Esse pode ser um dado significativo para o administrador analisar se, por exemplo, o preo cobrado do produto suficiente para cobrir custos financeiros de carregamento da carteira de clientes.

PERODO MDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS

O perodo mdio de pagamento, ou idade media das duplicatas a pagar, indica o prazo mdio necessrio para o pagamento das duplicatas.

Onde:

Estoque inicial + Compras - Estoque Final = Custo dos Produtos Vendidos

Compras = Custo dos Produtos Vendidos - Estoque Inicial + Estoque Final

Exerccio 1:

Prazo Mdio de Pagamento a Fornecedores: 45 dias

Prazo Mdio de Recebimento de Duplicatas: 30 dias

Prazo Mdio de Giro dos Estoques: 30 dias

Ciclo Operacional = Prazo de Rotao de Estoque + Prazo de Recebimento

a) O ciclo operacional desta empresa se realiza em quantos dias?

b) E o Ciclo Financeiro?

Exerccio 2:

Uma Empresa tem Prazo mdio de renovao dos estoques 74 dias; Prazo mdio de recebimento de vendas de 63 dias; Prazo mdio de pagamento de compras de 85 dias e Ciclo de caixa de 52 dias. Considerando essas informaes, o Ciclo Operacional de:

(A) 128 dias.

(B)) 137 dias.

(C) 140 dias.

(D) 142 dias.

(E) 145 dias. Exerccio 3:

Considere os dados abaixo, referentes ao balano patrimonial resumido de uma empresa no final de um determinado ano e calcule:

Custo dos produtos vendidos (CPV)R$ 2.400,00

Valor mdio dos estoques

R$ 400,00

Contas a receber

R$ 550,00

Receita anual de vendas

R$ 3.500,00

Duplicatas a pagar

R$ 350,00

Compras anuais

R$ 2.000,00

a.) PMRE e Giro de estoques

d.) Ciclo financeiro (CF)

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b.) PMRV e Giro de vendas

e.) Ciclo Operacional (CO)

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c.) PMPC e Giro de compras

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Exerccio 4:

Uma determinada empresa est planejando os seus perodos mdios, tanto de estoque, pagamento e recebimento. De acordo com os dados, responda:

a.) PMRE = 50 dias , PMPC = 35 dias e CF = 5