APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

10
AURIFLAMA 2011

Transcript of APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

Page 1: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

������������������������������� �����������

�����������������������������

�����������������������������

AURIFLAMA

2011

Page 2: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

��

I- FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO 1) Definição etimológica A palavra Cânon vem do original grego “Kanon”, que tem o significado

“linha de medir”, “regra”, “modelo”. Na lei Canônica, “é o conjunto de regras da antiga igreja, com o intuito de controlar a conduta e a fé das pessoas e dos ministros”. Em palavras simples, o Cânon é “o conjunto de escritos que após analisados e aprovados, formaram a Bíblia, ou seja, a Palavra de Deus inspirada”.

2) A Formação da Bíblia A Bíblia não chegou a nós de forma direta, ela passou por um processo de

construção ao longo dos tempos até que chegou aos nossos dias. A primeira forma de manifestação de Deus foi através de Sua revelação.

Deus se revelou a Adão e Eva, depois a sua descendência e assim o fez com Moisés, Samuel, Davi, e muitos outros. Nesta primeira fase, os registros foram apenas transmitidos de forma verbal de pais a filhos e assim de geração a geração.

Posteriormente, começam a ser registrados em pedras, madeira, couro de animais e posteriormente nos papiros, entre outros. Enfim, aquilo que havia sido transmitido de forma verbal, começava agora a ser registrado para serem transmitidos as futuras gerações.

E, por fim, os relatos são multiplicados e transmitidos de forma mais rápida, pois estava agora impressa, tornando mais acessível ao povo.

3) A Bíblia e suas traduções A Bíblia foi escrita em um período de aproximadamente 1500 anos,

relatando a história de alguns milhares de anos e por que não dizer, milhões de anos; sendo que, segundo estudiosos, o Livro de Jó, o mais antigo, data de 1500 a.C. aproximadamente.

Com a formação das Igrejas e a constante divergência com relação aos Livros que deveriam ser considerados inspirados, no ano 100 d.C., no Concílio de Jâmnia, é aprovado o Cânon do Antigo Testamento com 39 livros.

Porém, por volta do ano 250 a150 a.C., o Antigo Testamento começa a ser traduzido do hebraico para o grego em Alexandria (norte da África). Esta tradução recebeu o nome de Septuaginta, ou Versão dos Setenta (LXX); que segundo a tradição, 70 sábios em 70 dias fizeram toda esta tradução do hebraico para o grego.

Em meados de 400 d.C., o papa Dâmaso, confia a São Gerônimo a missão de efetuar uma tradução da Bíblia (Antigo e Novo Testamento) do grego para o latim. Esta tradução recebeu o nome de “Vulgata”, que significa “comum”, “simples”, “popular”. Nesta tradução, Gerônimo aproveitou e incluiu os 7 livros apócrifos que constam na Bíblia Católica e que foi aceita na Europa até a Idade Média.

Com a reforma protestante, Martinho Lutero, faz a tradução da Bíblia do latim e do grego para o alemão, onde contraria a decisão católica e adota o Cânon Judaico com 39 livros. Além disso, Lutero publicou uma edição revisada da tradição Latina da Bíblia (Vulgata).

Page 3: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

��

4) A formação definitiva do Cânon do Antigo Testamento O Antigo Testamento, originalmente, foi escrito em hebraico com alguns

versos em aramaico. A Palavra de Deus no original não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos aconteceu somente em 1228 e é atribuída a Estevão Langton, professor de uma Universidade em Paris e nomeado Arcebispo de Canterbury.

Quanto à divisão em versículos, o Antigo Testamento foi feito por Sante Pagnini em 1528 e impressas por Robert Stephanus, que entre 1551 e 1555 criou também a primeira Concordância Bíblica.

O Cânon Hebraico de 39 livros, só foi realmente fixado no Concílio de Jâmnia no ano 90 d.C, na cidade de Jâmnia, destinou-se a procurar um rumo para o judaísmo, após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 d.C.

Nesse concilio os participantes decidiram considerar como textos canônicos do judaísmo apenas os que existiam em língua hebraica e que remontassem ao tempo do profeta Esdras, rejeitando todos os livros e demais escritos e considerando-os como apócrifos, ou seja, não tendo evidências de inspiração por Deus e fonte de fé. Até os primeiros quatro séculos, na Igreja Primitiva não havia um parecer oficial sobre o Cânon do AT. As opiniões eram muito diversas.

Apesar da crítica moderna afirmar que vários livros que constam no Cânon Hebraico são posteriores ao tempo de Esdras (como é o caso do Livro de Daniel), os estudiosos explicam que os Fariseus não dispunham do método científico que existe hoje para se datar uma obra, ou mesmo para se atribuir a ela um autor.

O Cânon, não foi meramente o produto de uma decisão conciliar, em um determinado momento histórico, mas sim um gradual reconhecimento pelos judeus da autoridade Divina presente em alguns livros então escritos. Esta coleção de livros acabou sendo posteriormente aprovada, agrupada e fixada pelo Concílio da Igreja.

Contudo, alguns princípios serviram de guia para a determinação da canonicidade de um livro pela Igreja primitiva:

a. Tem autoridade divina: Foi dita por Deus? b. Autenticidade na escrita: Foi escrita por homens de Deus? c. Poder transformador: Transforma vidas? d. Regras de vida? O povo aceitava como regra de vida e fé?

II – OS LIVROS APÓCRIFOS Há uma grande divergência entre o que pensam católicos e protestantes em

várias áreas, dentre estas divergências citamos a quantidade de Livros constantes na Bíblia de ambos.

Para os evangélicos o Cânon do Antigo Testamento é composto de 39 livros, enquanto que para os católicos o Cânon do Antigo Testamento é composto de 46 livros. A estes livros que se encontram a mais na Bíblia católica é dado o nome de “apócrifos”.

Apócrifos vem do grego “apokrufe”, que significa “oculto”, ”secreto”, “misterioso”, termo atribuído a Livros cuja validade foi contestada e negada.

Entre nossas Bíblias (católicas X protestantes) vemos alguns acréscimos, dentre eles os livros de: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I e II Macabeus, e

Page 4: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

��

algumas adições aos Livros de Daniel e Ester. Além desses, houveram muitos outros escritos que não foram tidos como inspirados por Deus.

1 – Alguns Livros Apócrifos ou Não Canônicos Segundo o Concílio de Jâmnia em 100 d.C., estes livros apócrifos não

faziam parte do Cânon hebraico, porém muitos deles eram aceitos por alguns judeus. Esses livros, a exceção de II Esdras, Eclesiástico, Judite, Tobias, e I Epístola dos Macabeus, foram primeiramente escritos em grego, mas o seu conteúdo varia em diferentes coleções. Alguns livros apócrifos e seus conteúdos:

. I (ou III) de Esdras: Este livro narra o declínio e a queda do reino de Judá

desde o reinado de Josias até à destruição de Jerusalém; o cativeiro de Babilônia, a volta dos exilado, e a parte que Esdras tomou na reorganização da política judaica. Em certos respeitos, amplia a narração bíblica, porém estas adições são de autoridade duvidosa. Não se sabe ao certo quando este livro foi escrito e quem foi seu autor.

. II (ou IV) de Esdras: É inteiramente diferente de primeiro Esdras. Fala de

um tratado religioso, muito no estilo dos profetas hebreus. O assunto central, compreendido nos caps. 3-14, tem como objetivo registrar as sete revelações de Esdras em Babilônia, algumas das quais tomaram a forma de visões. Dentre elas: a mulher que chorava (9:38 – 10:56); a águia e o leão (11:1 – 12:39); o homem que se ergueu do mar (13:1-56). O autor destes capítulos é desconhecido, mas evidentemente era judeu pelo afeto que mostra a seu povo.

. Tobias: Conta a história do seu filho, que tendo de ir a Rages na Média,

para cobrar uma dívida, foi levado por um anjo a Ecbatana, onde fez um casamento romântico com uma viúva que, tendo-se casado sete vezes, ainda se conservava virgem. Os sete maridos haviam sido mortos por Asmodeu, o mau espírito nos dias de seu casamento. Tobias, porém, foi animado pelo anjo a tornar-se o oitavo marido da virgem-viúva, escapando à morte, com a queima de fígado de peixe, cuja fumaça afugentou o mau espírito. Voltando, curou a cegueira de seu pai esfregando-lhe os escurecidos olhos com o fel do peixe que já se tinha mostrado tão prodigioso. O livro de Tobias é manifestamente um conto moral e não uma história real. A data mais provável de sua publicação é 350 ou 250 a200 a.C.

. Judite: É a narrativa, com pretensões a história, do modo por que uma

viúva judia, de temperamento masculino, se recomendou às boas graças de Holofernes, comandante-chefe do exército assírio, que sitiava Betúlia. Aproveitando-se de sua intimidade na tenda de Holofernes, tomou da espada e cortou-lhe a cabeça enquanto ele dormia. A narrativa está cheia de incorreções e de absurdos geográficos. É mesmo para se duvidar que exista alguma cousa de verdade; talvez que o seu autor se tenha inspirado nas histórias de Jael e de Sisera (Juízes 4:17-22). A primeira referência a este livro, encontra-se em uma epístola de Clemente de Roma, no fim do primeiro século. Porém o livro de Judite data de 175 a100 a.C., isto é, 400 ou 600 anos depois dos fatos que pretende narrar.

. Ester: Acréscimo de capítulos que não se acham nem no hebreu, nem no

caldaíco. O livro canônico de Ester termina com o décimo capítulo. A produção apócrifa

Page 5: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

��

acrescenta dez versículos a este capitulo e mais seis capítulos, 11-16. Na tradução dos Setenta, esta matéria suplementar é distribuída em sete porções pelo texto e não interrompe a história. Amplifica partes da narrativa da Escritura, sem fornecer novo fato de valor, e em alguns lugares contradiz a história como se contém no texto hebreu. A opinião geral é que o livro foi obra de um judeu egípcio que a escreveu no tempo de Ptolomeu: Filometer, 181-145 a.C.

. Sabedoria de Salomão: Este livro é um tratado de Ética recomendando a

sabedoria e a retidão, e condenando a iniqüidade e a idolatria. As passagens salientam o pecado e a loucura da adoração das imagens, lembram as passagens que sobre o mesmo assunto se encontram nos Salmos e em Isaías (compare: Sabedoria 13:11-19, com Salmos 95; 135:15-18 e Isaias 40:19-25; 44:9-20). É digno de nota que o autor deste livro, referindo-se a incidentes históricos para ilustrar a sua doutrina, limita-se aos fatos recordados no Pentateuco. Ele escreve em nome de Salomão; diz que foi escolhido por Deus para rei do seu povo, e foi por ele dirigido a construir um templo e um altar, sendo o templo feito conforme o modelo do tabernáculo. Era homem genial e piedoso, caracterizando-se pela sua crença na imortalidade. Viveu entre 150-50 ou 120-80 a.C. Nunca foi formalmente citado, nem mesmo a ele se referem os escritores do Novo Testamento, porém, tanto a linguagem, como as correntes de pensamento do seu livro, encontram paralelos no Novo Testamento (Sabedoria 5:18-20; Efésios 6:14-17; Sabedoria 7:26, com Hebreus 1:2-6 e Sabedoria 14:13-31 com Romanos 1:19-32).

. Eclesiástico: Também denominado Sabedoria de Jesus, filho de Siraque. É

obra comparativamente grande, contendo 51 capítulos. No capítulo primeiro, 1-21, louva-se grandemente o sumo sacerdote Simão, filho de Onias, provavelmente o mesmo Simão que viveu entre 370-300 a.C. O livro deveria ter sido escrito entre 290-280 a.C., em língua hebraica. O seu autor, Jesus, filho de Siraque de Jerusalém (Eclesiástico 1:27), era avô, ou, tomando a palavra em sentido mais lato, antecessor remoto do tradutor. A tradução foi feita no Egito no ano 38, quando Evergeto era rei. Há dois reis com este nome, Ptolonmeu III, entre 247-222 a.C., e Ptolomeu Fiscom, 169-165 e 146 -117 a.C. O grande assunto da obra e a sabedoria. É valioso tratado de Ética. Há lugares que fazem lembrar os livros de Provérbios, Eclesiastes e porções do livro de Jó, das escrituras canônicas, e do livro apócrifo Sabedoria de Salomão. Nas citações deste livro, usa-se a abreviatura Eclus, para não confundir com Ec abreviatura de Eclesiastes.

. Baruque: Baruque era amigo do Jeremias. Os primeiros cinco capítulos do

seu livro pertencem à sua autoria, enquanto que o sexto é intitulado “Epístola de Jeremias”. Depois da introdução, descrevendo a origem da obra (Baruque 1:1,14), abre-se o livro com três divisões, a saber:

1) Confissão dos pecado. de Israel e orações, pedindo perdão a Deus

(Baruque 1:15-3:8). Esta parte revela ter sido escrita em hebraico, como bem o indica a introdução, cap. 1:14. Foi escrita 300 anos a.C.

2) Exortação a Israel para voltar à fonte da Sabedoria (Baruque 3:9-4:4). 3) Animação e promessa de livramento (Baruque 4:5-5:9). Estas duas seções

parece que foram escritas em grego, pela sua semelhança com a linguagem dos Setenta. Há dúvidas, quanto à semelhança entre o cap. 5 e o Salmo de Salomão, capítulo 9. Esta semelhança dá a entender que o cap. 5 foi baseado no salmo, e portanto, escrito depois do ano 70 d.C., ou então, que ambos os escritos são moldados pela versão dos Setenta. A epístola de

Page 6: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

��

Jeremias exorta ou judeus no exílio a evitarem a idolatria de Babilônia. Foi escrita 100 anos a.C.

. Adição à História de Daniel: . O cântico dos três mancebos (jovens): Esta produção foi destinada a ser

Intercalada no livro canônico de Daniel, entre caps. 3:23-24. É desconhecido o seu autor e ignorada a data de sua composição. Compare os versículo, 35-68 com o Salmo 148.

. A história de Suzana: É também um acréscimo ao livro de Daniel, em que o seu autor mostra como o profeta, habilmente descobriu uma falsa acusação contra Suzana, mulher piedosa e casta. Ignora-se a data em que foi escrita e o nome de seu autor.

. Bel e o dragão: Outra história introduzida no livro canônico de Daniel. O profeta mostra o modo por que os sacerdotes de Bel e suas famílias comiam as viandas oferecidas ao ídolo; e mata o dragão. Por este motivo, o profeta é lançado pela segunda vez na caverna dos leões. Ignora-se a data em que foi escrita e o nome do autor.

. Oração de Manassés: Rei de Judá quando esteve cativo em Babilônia.

Compare, II Crônicas 33:12-13. Autor desconhecido. Data provável, 100 anos a.C. . Primeiro Livro dos Macabeus: É um tratado histórico de grande valor,

em que se relatam 05 acontecimentos políticos e os atos de heroísmo da família levítica dos Macabeus durante a guerra da lndependência judaica, dois séculos a.C. O autor é desconhecido, mas evidentemente é judeu da Palestina. Há duas opiniões quanto à data em que foi escrito; uma dá 120-106 a.C., outra, com melhores fundamentos, entre 105-64 a.C. Foi traduzido do hebraico para o grego.

. Segundo Livro dos Macabeus: É inquestionavelmente uma grande obra

de Jasom de Cirene; trata principalmente da história Judaica desde o reinado de Seleuco IV, até à morte de Nicanor, 175-161 a.C. É obra menos importante que o primeiro livro. O assunto é tratado com bastante fantasia em prejuízo de seu crédito, todavia, contém grande soma de verdade. O livro foi escrito depois do ano 125 a.C. e antes a tomada de Jerusalém, no ano 70 d.C.

. Terceiro Livro dos Macabeus: Refere-se a acontecimentos anteriores à

guerra da independência. O ponto central do livro e pretensão de Ptolomeu Filopater IV, que em 217 a.C. tentou penetrar nos Santo dos Santos, e a subseqüente perseguição contra os judeus de Alexandria. Foi escrito pouco antes, ou pouco depois da era cristã, data de 39 ou 40 d.C.

. Quarto Livro dos Macabeus: É um tratado de moral advogando o

império da vontade sobre as paixões e ilustrando a doutrina com exemplos tirados da história dos Macabeus. Foi escrito depois do II Macabeus e antes da destruição de Jerusalém. É, talvez, do 1º século d.C. Ainda que os livros apócrifos estejam compreendidos na versão dos Setenta, nenhuma citação certa se faz deles no Novo Testamento. É verdade que os Pais muitas vezes os citaram isoladamente, como se fossem Escritura Sagrada, mas, na argumentação, eles distinguiam os apócrifos dos livros canônicos.

Page 7: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

��

III. DIVISÃO LITERÁRIA DO ANTIGO TESTAMENTO A ordem dos livros do Antigo testamento não é classificada de forma

cronológica, mas em ordem literária. Assim, os 39 livros do Antigo Testamento se dividem em quatro seções,

sendo estes: O Pentateuco, Os Históricos, Os Poéticos e os Proféticos. 1. O PENTATEUCO: são cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Estes Livros constituem a Base do Antigo Testamento e é chamado de a Lei

de Moisés, sendo comparado aos quatro Evangelhos que contém a base do Novo Testamento. 2. OS HISTÓRICOS: são doze livros:

Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II

Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Estes livros narram a história do povo judeu deste a conquista de Canaã até

a volta do cativeiro babilônico, sendo comparado ao livro de Atos dos Apóstolos, o que narra no Novo Testamento a história da Igreja Primitiva.

3. OS POÉTICOS: são cinco livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão Estes livros contêm a exposição doutrinária da lei: Jó: Fala do problema do sofrimento, em que existe sempre a esperança de

um livramento de Deus. Salmos: Fala da fé que triunfa no meio de dificuldades. Provérbios: Fala da sabedoria que vem do alto. Eclesiastes: Fala da sabedoria que o homem tem neste mundo. Cantares de Salomão: Fala do amor de Cristo para com a Sua Igreja. Estes cinco livros poéticos são comparados às epístolas do Novo

Testamento, que encerram a exposição doutrinária do tempo da Graça. 4. OS PROFÉTICOS: são dezessete livros e distribuídos em duas partes: Profetas Maiores: são cinco livros: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel. Profetas Menores: são doze livros: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os nomes maiores e menores não se referem à importância pessoal do

profeta, mas ao tamanho do livro e à extensão do ministério exercido. Cada um dos três livros,

Page 8: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

��

Isaías, Jeremias, ou Ezequiel, é em si mesmo maior do que todos os doze livros dos profetas menores, tomados em conjunto.

Os profetas predisseram as conseqüências da desobediência à lei, os cativeiros e a volta do exílio, a vinda dum Salvador, o Messias, seu ministério, sua rejeição, sua crucificação, sua ressurreição e sua segunda vinda em glória para o julgamento das nações e o restabelecimento do povo judaico no seu próprio país. Estes dezessete livros proféticos são comparados ao livro de Apocalipse e várias referências proféticas que estão também em trechos ao longo de todo o Novo Testamento.

Propósito da Mensagem Profética: O povo de Israel, tanto no Reino do Norte, como do Reino do Sul, escolheu o caminho da desobediência e da rebeldia, assim Deus providenciou a mensagem profética.

IV - PONTOS BÁSICOS DO ANTIGO TESTAMENTO LÍNGUAS: Todos os livros do Antigo Testamento foram escritos em

Hebraico com exceção de alguns poucos capítulos e versículos de alguns livros do A.T. que foram escritos em Aramaico, a saber: Daniel 2:4 a 7:28; Jeremias 10:11; Esdras 4:9 a 6:18 e 7:12-26. O Aramaico era a língua da Mesopotâmia, da Arábia e da Síria nos tempos dos cativeiros. Chegou, naquela época a substituir o Hebraico, prova da decadência de Israel. O Aramaico é de origem Semita e foi muito usado nos dias de Cristo. Como a maioria das línguas muda com o passar do tempo, o mais surpreendente é que os escritos do A.T. em comparação com os escritos mais novos, não apresentaram mudanças. Os livros do A.T. foram escritos num período aproximadamente de 1000 anos

PERSONAGENS PRINCIPAIS: Deus, Satanás, Adão, Noé, Abraão,

Isaque, Jacó, José, Faraó, Moisés, Arão, Calebe, Josué, Os Juízes, Rute, Samuel, Saul, Davi, Salomão, Elias, Elizeu, Os Reis de Israel, Os Reis de Judá, Os Profetas, Nabucodonozor, Ciro, Zorobabel, Esdras, Neemias, Ester, dentre outros.

LUGARES PRINCIPAIS: Éden, Monte Ararate, Babel, Ur dos Caldeus,

Canaã, Egito, Monte Sinai, Deserto, Assíria (cativeiro de Israel), Babilônia (cativeiro de Judá).

GRANDES ACONTECIMENTOS: Criação, Queda do homem, Dilúvio,

Torre de Babel, Chamada de Abraão de Ur dos Caldeus, Descida ao Egito, Êxodo, Páscoa, Entrega da Lei, Peregrinação no deserto, Conquista da terra prometida, Período dos Juízes, Saul ungido o 1º rei de Israel, Reino Unido, Reino dividido, Cativeiros, Retorno.

PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO: É chamada de antediluviana iniciada por

Caim que pereceu no dilúvio terminando por completo. Pouco é conhecido dessa civilização. De Caim a Noé - em Gên 4:17-22 menciona o progresso daquela civilização.

DILÚVIO: O mal tinha crescido desenfreadamente. Ameaçava destruir

tudo o que havia de bom. Só restava um home justo, Noé. Deus mandou o dilúvio para restaurar o bem da terra. Descobertas arqueológicas na Mesopotâmia (Ur dos Caldeus, Antiga Babilônia e região do Golfo Pérsico) trazem indícios do dilúvio e de uma grande catástrofe.

Page 9: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

TORRE DE BABEL: Um novo começo de uma nova civilização do mundo. A grande torre de Babel foi construída por um ato de rebeldia contra Deus. Julgavam que podiam estabelecer um império mundial independente de Deus. Foram castigados com a confusão de línguas que Deus provocou, e assim os espalhou. A raça foi então dividida em nações falando diferentes línguas, de acordo com os três filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé. Os filhos de Sem se localizaram na Arábia e para todo o Oriente. Os filhos de Cão se estabeleceram na África e os de Jafé na Europa. Esta torre de Babel foi construída na planície da Babilônia, hoje, região do Irã e Iraque.

A CHAMADA DE ABRAÃO: Apesar da maldade do coração humano,

Deus quis mostrar sua graça. Ele queria um povo escolhido. Assim, foi buscar lá em Ur dos Caldeus, uma terra até então desconhecida. Em Abraão começa a história de Israel, o povo escolhido de Deus. Deus fez aliança com Abraão de constituir uma grande nação e abençoar todas as famílias da terra. Assim relata a partir do capítulo 12 de Gênesis.

V - A HISTÓRIA DA NAÇÃO ISRAELENSE Da Era Patriarcal ao Êxodo A partir do Capítulo 12 de Gênesis até Êxodo Capítulo 18 Introdução: A partir de Gênesis12, Deus levantou um homem que seria pai

do povo de Israel do qual e a quem o Messias seria enviado. Abraão tornou-se amigo de Deus pela fé. Apesar das aparências em contrário, ele foi para uma terra que não conhecia, creu na promessa de Deus de que teria um filho, e ofereceu esse filho no mesmo local em que mais tarde o Filho de Deus seria crucificado. Por ter crido em Deus, sua fé foi atribuída para justiça.

A ALIANÇA ABRÂMICA: Deus iniciou sua aliança com Abrão quando

este vivia em Ur dos Caldeus – na região da Babilônia – próximo ao Golfo Persa. Lá Deus prometeu uma terra e descendência abençoada. Abrão foi com sua família para Harã, região estratégica para entrar na terra que Deus prometera. Quando Abrão tinha 99 anos, Deus renovou a sua aliança mudando o nome dele de Abrão para Abraão que significa Pai de muitas nações e amigo de Deus. O sinal da aliança foi a CIRCUNCISÃO. Esta aliança foi fundamental para as demais alianças que Deus teve que fazer com liderança futura.

OS PATRIARCAS E SEU DEUS: Abraão, homem de fé, acreditava em

Deus e construiu altares para Deus. Isaque invocou a Deus e creu em Deus e também construiu um altar para Deus. Jacó, a princípio se acomodou depois se voltou para o Senhor e também construiu altares para Deus. Deus mudou o seu nome de Jacó (enganador) para Israel (Príncipe de Deus). José, um grande homem de Deus que mostrou sua fé nas horas mais difíceis que a quarta geração patriarcal precisava.

OS PATRIARCAS E SUA JORNADA: A família de Abraão aumenta

para 70 membros, durante quatro gerações que ficaram em Canaã - Êx. 1:5. Após José ser vendido como escravo para o Egito, toda a família patriarcal mudou-se mais tarde de Berseba, para o Egito. Depois de passar um tempo de prosperidade e provisão, veio o período de Cativeiro no Egito, onde durou aproximadamente 430 anos – Êxodo 12:40 e Gálatas 3:17.

Page 10: APOSTILA ANTIGO TESTAMENTO - BAIXARDOC

O ÊXODO: Após a morte de José do Egito, surgiram vários reis que não

conheceram José e vendo que os israelitas cresciam, tomaram medidas severas, contra esse povo, temendo que pudessem em caso de guerra perder o domínio sobre o Império Egípcio. A grande medida tomada foi a da escravidão. Foi nesse período de terror que nasce MOISÉS, o salvador do povo. Após ser educado na corte egípcia, foge para a região do Golfo, para a terra de Median. Nesse tempo Deus o chamou para libertar o povo do Egito, conduzindo assim para a terra de Canaã. Após o seu retorno para o Egito, Deus o levantou como líder para tal libertação. Assim, vendo as pragas (10) e resistência de Faraó, o povo de Israel (só homens 600.000 saíram do Egito, após terem comido o cordeiro pascoal e assim começa a travessia do Deserto em direção à Canaã.

VI - A HISTÓRIA DA NAÇÃO ISRAELENSE Do Êxodo até o período dos Juízes A partir de Êxodo Capítulo 19 até o livro de Juízes Introdução: Depois de libertados do cativeiro no Egito, os filhos de Israel

precisavam aprender a andar com o seu Deus. Assim Deus falou com eles em poder e glória, no monte Sinai e ali foi dada a Lei para ensinar o povo sobre uma vida de santidade e obediência, a fim de que pudessem ser separados e considerados um povo exclusivo.

O que isso tem haver conosco hoje? Que a Lei serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos

justificados por fé nele (Gálatas 3:24). 1.A LEI MOSAICA: A revelação da Lei Mosaica exigia uma resposta

obediente. O sucesso como individuo e como nação dependeria do grau da conformidade à Lei Moral – Lei Civil e Lei Cerimonial de Deus. Por outro lado a desobediência levaria ao desastre de toda a nação: seria uma nação de peregrinos sempre no deserto e estaria à servidão de outros já formados.

a) Em Êxodo 20 foi conhecida por todo o Israel a lei Moral e foi dividida

da seguinte forma: Da primeira lei até a quarta lei, estão os deveres para com Deus. Da quinta lei até a décima lei, estão os deveres para com o homem. Jesus em seu discurso comprova isso, resumindo: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração” (Mateus 22:37) e “Amarás o teu próximo...” (Mt 22:39)

b) Em Êxodo 21 a 23 a lei Civil foi revelada com o propósito de estabelecer juízos na nação israelense. Por exemplo: juízos no relacionamento entre Senhor e servo; juízos no que se refere aos danos pessoais; juízos quanto ao direito de propriedade; juízos aos crimes contra a humanidade e juízos sobre a terra.

c) Em Êxodo 24 no livro de Levítico, narram as leis Cerimoniais, desde a construção do tabernáculo, sua visão única e verdadeira de adoração a um Deus somente, até às leis do: sacrifício, do sacerdócio, da santidade; e das solenidades (festas).

2. O ITINERÁRIO: Do Egito ao Monte Sinai, onde recebeu a lei de Deus.

Do Monte Sinai a Cades-Barnéa, de onde foram enviados os espias para examinarem a terra dos filisteus, cananeus, medianitas e amonitas. De Cades-Barnéa o que houve foi uma