Apostila Aulas Praticas Farmaco Unifesp

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CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - MODALIDADE MÉDICA 3 a Série - 1 o Semestre - 2008 DEPARTAMENTO DE FARMACOLOGIA DISCIPLINAS DE FARMACOLOGIA E FARMACOLOGIA CELULAR Chefe do Departamento: Profa. Dra. Rosana de Alencar Ribeiro Chefe da Disciplina de Farmacologia: Prof. Dr. Roberto Frussa Filho Chefe da Disciplina de Farmacologia Celular: Profa. Dra. Maria Teresa R.Lima- Landman Prof. Responsável pelo Curso: Profa. Dra. Maria de Fátima M. Lázari UNIFESP UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

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CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - MODALIDADE MÉDICA

3a Série - 1o Semestre - 2008

DEPARTAMENTO DE FARMACOLOGIA

DISCIPLINAS DE FARMACOLOGIA E FARMACOLOGIA CELULAR

Chefe do Departamento: Profa. Dra. Rosana de Alencar Ribeiro

Chefe da Disciplina de Farmacologia: Prof. Dr. Roberto Frussa Filho

Chefe da Disciplina de Farmacologia Celular: Profa. Dra. Maria Teresa R.Lima-Landman

Prof. Responsável pelo Curso: Profa. Dra. Maria de Fátima M. Lázari

UNIFESP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULOESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

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CORPO DOCENTE

Disciplina de Farmacologia

Afonso Caricati Neto Prof. Adjunto Aron Jurkiewicz Prof. TitularLúcia Garcez do Carmo Prof. AssociadoMiriam Galvonas Jasiulionis Prof. AdjuntoNeide Hyppolito Jurkiewicz Prof. AfiliadoRoberto Frussa Filho Prof. Associado / Livre DocenteRosana de Alencar Ribeiro Prof. AdjuntoSoraya Soubhi Smaili Prof. Associado / Livre DocenteVanessa Costhek Abilio Prof. Adjunto

Disciplina de Farmacologia Celular

Antônio José Lapa Prof. TitularCaden Souccar Prof. TitularCatarina Segreti Porto Prof. Associado / Livre DocenteMaria Christina Werneck de Avellar Prof. AssociadoMaria de Fátima Magalhães Lázari Prof. AdjuntoMaria Teresa Riggio Lima-Landman Prof. AssociadoMirian Akemi Furuie Hayashi Prof. AdjuntoRosely Oliveira Godinho Prof. Associado

Técnicos Técnicos de Nível Superior

Alex Sandro Felisberto Oliveira Hanako HirataCelso Moreira das Dores Maria do Carmo GonçaloCleomar Souza Ferreira Maria Emília H. YamamotoCustódio Juarez B. de Lima Mirtes Midori TanaeEspedita Maria de Jesus S. SantosHaydeé Rezende ReuterJoão Francisco Ramos SantosJoaquim Gilberto dos SantosLaura Maria Araújo de LimaTeotila Rezende Reuter do Amaral Wilma Silva Cavalheiro Felisbino

Secretária

Rosângela Rapacci

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PROGRAMA CALENDÁRIO DE FARMACOLOGIA – 2008

Curso de Ciências Biológicas - Modalidade Médica

3a Série - 1o Semestre - Horário: 14:00 - 18:00h

DATA SEMANA TIPO ASSUNTO LOCAL

11.02.2008 2ª T1 Apresentação do Curso / Introdução à Farmacologia

14.02.2008 5ª T2 Farmacocinética I

15.02.2008 6ª T3 Farmacocinética II

18.02.2008 2ª T4Mecanismo de Ação de Drogas: Receptores Farmacológicos

e Sistemas de Transdução

21.02.2008 5ª T5 Fatores que Influenciam a Ação de Drogas

22.02.2008 6ª P1 INTERAÇÃO DROGA-RECEPTOR LAB. 1

25.02.2008 2ª T6 Introdução ao Sistema Nervoso Autônomo (SNA)

28.02.2008 5ª P2 EFEITO COMBINADO DE DROGAS LAB. 1

29.02.2008 6ª T7 SNA: Simpatomiméticos

03.03.2008 2ª T8 SNA: Simpatolíticos

06.03.2008 5ª P3 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO LAB. 1

07.03.2008 6ª T9 SNA: Parasssimpatomiméticos

10.03.2008 2ª T10 SNA: Parassimpatolíticos

13.03.2008 5ª T11 Farmacologia do Gânglio

14.03.2008 6ª P4 SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO LAB. 1

17.03.2008 2a T12 Farmacologia do Nervo Periférico

20.03.2008 5ª P5 FARMACOLOGIA DO NERVO PERIFÉRICO LAB. 1

21.03.2008 6a - FERIADO – 6A FEIRA DA PAIXÃO -

24.03.2008 2ª T13 Farmacologia do Sistema Gastrointestinal

27.03.2008 5ª TP1 VISITA AO SETOR MODO DE AÇÃO DE DROGAS INFAR

28.03.2008 6a PRI PROVA PARCIAL I (Matéria: T1-13; P1-P5; TP1)

31.03.2008 2ª AP APRESENTAÇÃO DO BIOMÉDICO -

03.04.2008 5ª T14 Sistema Receptor: Uma Visão Integrada

04.04.2008 6ª T15 Sistema Receptor: Uma Visão Integrada

07.04.2008 2ª P6 SISTEMA RECEPTOR: UMA VISÃO INTEGRADA LAB.1

10.04.2008 5ª T16 Farmacologia do GnRH e Gonadotrofinas

11.04.2008 6ª T17 Andrógenos e Antiandrógenos

14.04.2008 2ª T18Estrógenos: Reposição Hormonal e Mecanismo de

Contracepção

17.04.2008 5ª P7 ANDRÓGENOS E ANTIANDRÓGENOS LAB. 1

18.04.2008 6a T19 Antiestrógenos e Antiprogestágenos

21.04.2008 2a - FERIADO-TIRADENTES

24.04.2008 5ª T20Antitireoideanos e Fisiofarmacologia do Hormonio de

Crescimento

25.04.2008 6ª T21 Farmacologia da Paratireóide e Vitamina D

28.04.2008 2ª T22 Insulina e Hipoglicemiantes Orais

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DATA SEMANA TIPO ASSUNTO LOCAL

01.05.2008 5ª - FERIADO: DIA DO TRABALHO -

02.05.2008 6ª - PONTE DO FERIADO DO DIA DO TRABALHO -

05.05.2008 2ª TP2 VISITA AO SETOR DE ENDOCRINOLOGIA EXPERIMENTAL INFAR

08.05.2008 5ª PRII PROVA PARCIAL II (Matéria T14-T23; P5; TP2)

09.05.2008 6ª T23 Sistema Cardiovascular I

12.05.2008 2ª T24 Sistema Cardiovascular II

15.05.2008 5ª T25 Sistema Cardiovascular III

16.05.2008 6ª T26 Diuréticos e Antihipertensivos

19.05.2007 2ª P8 REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE DO MIOCÁRDIO LAB. 1

22.05.2008 5a - FERIADO – CORPUS CHRISTI -

23.05.2008 6a - PONTE DO FERIADO DE CORPUS CHRISTI -

26.05.2008 2ª T27 Antilipidêmicos

29.05.2008 5ª T28 Farmacologia da Dor e da Inflamação

30.05.2008 6ª T29 Antiinflamatórios Esteróides e Não Esteróides

02.06.2008 2ª T30 Farmacologia do Sistema Respiratório /Asma

05.06.2008 5ª TP3 VISITA AO SETOR DE PRODUTOS NATURAIS INFAR

06.06.2008 6ª PRIII PROVA PARCIAL III (Matéria: T24-T30: P7-P8; TP3)

09.06.2008 2ª T31 Introdução ao Sistema Nervoso Central

12.06.2008 5ª T32 Neurolépticos I

13.06.2008 6ª T33 Neurolépticos II

16.06.2008 2ª T34 Antiparkinsonianos

19.06.2008 5ª T35 Ansiolíticos

20.06.2008 6ª T36 Antidepressivos

23.06.2008 2ª T37 Antiepilépticos

26.06.2008 5ª P9 NEUROLÉPTICOS LAB. 1

27.06.2008 6ª T38 Analgésicos Opióides

30.06.2008 2ª T39 Anestésicos Gerais

03.07.2008 5ª TP4 VISITA AO SETOR DE NEUROTRANSMISSORES LEAL PRADO

04.07.2008 6ª PRIV PROVA PARCIAL IV (Matéria: T33-T41; P9; TP4)

07.07.2008 2a PRSB PROVA SUBSTITUTIVA

11.07.2008 6ª EX 1ª EXAME DE 1ª ÉPOCA

11.08.2008 2ª EX 2ª EXAME DE 2ª ÉPOCA

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CALENDÁRIO DE ENTREGA DE RELATÓRIOS DO CURSO PRÁTICO DE FARMACOLOGIA

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – MODALIDADE MÉDICA - 2008

AULA DATA DA AULA ENTREGA DO RELATÓRIO

P1 INTERAÇÃO DROGA-RECEPTOR 22.02.2008 29.02.2008

P2 EFEITO COMBINADO DE DROGAS 28.02.2008 07.03.2008

P3 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 06.03.2008 14.03.2008

P4 SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO 14.03.2008 24.03.2008

P5 FARMACOLOGIA DO NERVO PERIFÉRICO 17.03.2008 27.03.2008

P6 SISTEMA RECEPTOR: UMA VISÃO INTEGRADA 07.04.2008 14.04.2008

P7 ANDRÓGENOS E ANTIANDRÓGENOS 17.04.2008 25.04.2008

P8 REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE DO MIOCÁRDIO 19.05.2008 26.05.2008

P9 NEUROLÉPTICOS 26.06.2007 30.06.2007

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OBJETIVO DO CURSO

O Curso de Farmacologia tem como objetivo introduzir os conceitos básicos de Farmacologia Geral visando a capacitação do aluno para o entendimento da terapêutica medicamentosa. Durante o curso, dá-se ênfase aos mecanismos de ação das principais drogas e medicamentos, relacionando-os à fisiopatologia das principais doenças sistêmicas.

ORIENTAÇÃO GERAL

O Curso de Farmacologia compreende aulas teóricas, práticas e teórico-práticas. A participação direta dos alunos nas aulas práticas tem a finalidade de iniciá-los na experimentação farmacológica, realçando as noções básicas de Farmacologia, a administração de medicamentos e as principais interações medicamentosas.

As AULAS TEÓRICAS visam dar um conhecimento geral sobre o assunto em estudo, havendo complementação das informações fornecidas em aulas teórico-práticas, práticas e multimídia.

As AULAS TEÓRICO-PRÁTICAS constam de demonstrações, pelo professor, do estudo do mecanismo de ação e efeito de drogas em diferentes modelos experimentais, com discussão e comentários dos resultados.

As AULAS PRÁTICAS foram planejadas para equipes de 4 a 5 alunos, de tal maneira que uma aula bem executada durará no máximo 4 horas. É sempre necessária a leitura prévia pelo aluno do roteiro a ser executado anteriormente à aula ministrada. Ao final de cada aula prática, as equipes consolidam os conceitos teóricos e práticos desenvolvidos na aula pela elaboração de um relatório que, posteriormente, é avaliado pelo docente responsável pela aula (ver regras adiante).

As VISITAS AOS SETORES do Departamento foram planejadas para que os alunos possam conhecer a infra-estrutura e as linhas de pesquisa desenvolvidas pelos docentes. As atividades a serem desenvolvidas no período serão de responsabilidade de cada Setor do Departamento, tendo como objetivo principal a demonstração das estratégias experimentais e metodologias utilizadas dentro de suas linhas de pesquisa.

A avaliação do aluno é feita considerando-se as notas (0-10) obtidas nas 4 provas parciais. O assunto de cada prova parcial refere-se somente à matéria ministrada a partir da primeira aula do período precedente. Cada prova parcial constará de 25 questões de múltipla escolha e 5 questões escritas.

No final do curso há uma prova substitutiva para o aluno que, por qualquer motivo, não pôde comparecer a uma das provas parciais. Esta prova também pode ser utilizada por qualquer aluno que queira repor uma nota de prova parcial na qual apresentou baixo desempenho. A prova substitutiva constará de 10 questões escritas abordando temas das aulas ministradas em todo o curso. O aluno interessado deverá inscrever-se na Secretaria do Departamento de Farmacologia (Ed. INFAR, andar térreo) até 2 dias antes da aplicação da prova substitutiva. O aluno deverá indicar, quando for o caso, qual a prova parcial cuja nota será reposta pela nota obtida na prova substitutiva.

O conceito final será calculado pela média das notas obtidas pelo aluno nas 4 provas parciais, seguindo o critério de 0 a 10,0. Os critérios de aprovação e a realização de exames de 1a e 2a época seguirão o regulamento aprovado na 59a Reunião Extraordinária do Conselho de graduação da UNIFESP/Escola Paulista de Medicina realizada em 18 de dezembro de 2002. Quando necessário, a participação do aluno durante o curso e, principalmente, em aulas práticas e na confecção de relatórios poderão ser levados em conta para fins de aprovação final.

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ORIENTAÇÕES PARA AS AULAS PRÁTICAS

1. O uso de avental é obrigatório.

2. Os alunos não poderão fumar no laboratório.

3. No início do curso os alunos deverão se organizar em grupos de 4-5 alunos que, ao longo do curso, estarão realizando o trabalho experimental aplicado em cada aula prática.

4. Após o trabalho prático, as equipes deverão manter as bancadas de trabalho experimental em ordem. Os animais usados, se sacrificados, deverão ser embrulhados em papel e colocados nos recipientes indicados.

5. Qualquer material danificado pelo aluno deverá ser substituído dentro do prazo de uma semana.

6. Não será computada a presença, na aula prática, dos alunos que assinarem a lista de chamada no início da aula e não apresentarem relatório da mesma. O controle da presença de alunos será feito rigorosamente no início da aula, havendo 10 minutos de tolerância.

7. Ao final de cada aula, a equipe deverá elaborar e apresentar por escrito um relatório descrevendo os experimentos realizados, apresentando os resultados, figuras, gráficos (quando for o caso) e conclusões.

8. Os relatórios deverão ser entregues dentro de uma pasta com elástico, na Secretaria do Departamento de Farmacologia, (Ed. INFAR) no prazo estipulado. Os relatórios serão corrigidos pelo docente responsável pela aula prática que aplicará conceito de avaliação (insuficiente, regular, bom e ótimo) de acordo com a nota recebida.

9. O aluno deve ter ciência da importância do relatório para a consolidação dos conceitos teóricos pretendidos a cada aula e que serão temas cobrados em questões das provas parciais ministradas. .

CUIDADOS COM OS ANIMAIS DE LABORATÓRIO

"Somente animais criados nas melhores condições, obtidos legalmente ou doados por Instituições congêneres serão usados nestes Laboratórios".

Seja qual for a sua procedência, os animais destinados ao ensaio e à pesquisa, em experiências agudas ou crônicas, serão tratados com bondade, mantidos em condições satisfatórias e alimentados corretamente. O mau trato infringido a esses animais, por elementos estranhos ou não ao quadro destes Laboratórios será motivo de advertência e, quando o caso, de exclusão.

É absolutamente proibido operar os animais sem anestesia conveniente e satisfatória. Se a natureza do estudo exigir a sobrevivência do animal, a operação deverá ser feita dentro das normas técnicas seguidas em tais casos.

Quando a natureza da experiência ou a finalidade das observações implicarem no sacrifício do animal, este deverá ser feito piedosa e rapidamente.

Os cuidados pós-operatórios com os animais de experimentação deverão ser tomados de maneira a serem evitados sofrimentos inúteis ou convalescença penosa.

É no trato dos animais de experiência que o aluno e o professor revelam o seu caráter e o seu apreço à "VIDA".

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Prof. Dr. José Ribeiro do Valle 

- em “Normas e Cuidados para o Uso de Animais de Laboratório” "Guia do Curso Prático de Farmacologia"

Laboratório de Farmacologia e Bioquímica Escola Paulista de Medicina, São Paulo, 1965.

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LITERATURA SUGERIDA

1. Goodman and Gilman – As Bases Farmacológicas da Terapêutica – 11ª edição, Editora Guanabara Koogan – 2007 (edição em português).

- Goodman & Gilman’s – Hardman, Limbird, Gilman – The Pharmacological Basis of Therapeutics – 11ª edition, 2006 (edição em inglês).

2. Rang, Dale e Ritter – Farmacologia – 5ª edição – Elsevier Editora Ltda – 2004 (3ª Tiragem Revista)

3. De Lúcia, R.; Oliveira-Filho, R.M. – Farmacologia Aplicada. 3ª edição, Livraria e Editora REVINER,2007.

4. Penildon Silva – Farmacologia – 6ª edição – Editora Guanabara Koogan – 2002.

5. Brody, Larner Minneman, Neu – Farmacologia Humana, da Molecular à Clínica – 2ª edição- Editora Guanabara-Kogan – 1997.

6. Katzung B. G. – Basic & Clinical Pharmacology – Appleton & Lange, Norwalk, Connecticut – 6a edition – 1995.

7. Craig C. e Stitzel R. – Farmacologia Moderna – Editora Roca.

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AULA PRÁTICA 1 - INTERAÇÃO DROGA-RECEPTOR

Objetivos: A finalidade desta aula é, através da realização de curvas dose-efeito cumulativas, identificar entre as várias drogas fornecidas um agonista total, um parcial, um antagonista competitivo e um não competitivo.

Animal: Rato adulto com peso ao redor de 300 g.

Preparação: Jejuno de rato.

Líquido Nutritivo: Líquido Tyrode com a seguinte composição (g/l): NaCl, 8; NaH2PO4, 0,05; KCl, 0,2; NaHCO3,

1; CaCl2, 0,2; Glicose, 1; MgCl2, 0,2.

Drogas: Acetilcolina- Frascos numerados, podendo conter em seu interior drogas que interagem ou não com os receptores muscarínicos da acetilcolina, no intestino. Quanto ao tipo de ação, essas drogas poderão ser:

Agonistas totais: (exemplo: Acetilcolina, Mecolil)Agonistas parciais: (exemplo: Pilocarpina, Butirilcolina)Antagonistas competitivos: (exemplo: Atropina)Antagonistas não competitivos: (exemplo: Papaverina)Inócuas: (exemplo: Líquido de Tyrode)

Aparelhagem: O órgão isolado será adaptado a uma cuba de vidro contendo líquido nutritivo aquecido a 37oC. A cuba de vidro apresenta em sua porção inferior duas saídas: uma delas, a lateral, serve para a entrada de líquido nutritivo e a outra, a inferior, serve para o seu esvaziamento. Uma haste de vidro colocada dentro da cuba serve para fixar uma das extremidades muscular a uma alavanca isotônica de inscrição frontal e para a aeração (ver figura 1A).

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Figura 1A

Figura 1A

Figura 1B

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Técnica: A preparação pode ser montada em três etapas:

1. Preparo da aparelhagema) Encher o frasco de Mariotte e as tubulações de borracha com o líquido Tyrode.

b) Encher um bequer com líquido Tyrode e deixá-lo aquecendo, mergulhado no banho a 37oC.

2. Retirada do jejunoa) Sacrificar o rato aprofundando a anestesia com éter.b) Deitar o animal em decúbito dorsal sobre a placa de cortiça e fazer uma incisão mediana do púbis ao externo, compreendendo pele, parede muscular e peritôneo, penetrando assim, na cavidade abdominal.c) Retirar um segmento de mais ou menos 10 cm de jejuno.d) Segurando uma das extremidades do segmento retirado e usando uma pipeta de 10 ml, lavar a luz intestinal com o líquido de Tyrode aquecido, retirado de um béquer previamente preparado.e) Após a lavagem, deixar o jejuno em repouso por 10 minutos no interior do béquer com líquido de

Tyrode a 37oC.

3. Adaptação do jejuno a aparelhagema) Tomar o jejuno e cortar um segmento de 2 cm.b) Usando uma agulha de sutura, dar um ponto com fio de linha em cada extremidade intestinal. Desse modo cada extremidade ficará em forma de 8. Formar uma argola numa das extremidades e deixar um fio longo na outra (ver Figura 1B).c) Dar 2 piques de aproximadamente 0,5 cm em cada extremidade do órgão. Facilita-se, assim, o contato das drogas com o interior do órgão.d) Fixar o jejuno na haste de vidro e colocá-lo dentro da cuba de vidro contendo líquido de Tyrode. A argola será presa à haste de vidro e o fio deverá ser atado à alavanca inscritora.

Experimento

1) Retirar, por sorteio, no balcão lateral, dois dos frascos numerados. Cada equipe trabalhará com 2 frascos diferentes.

2) Fazer uma curva dose-efeito cumulativa de Acetilcolina. A Acetilcolina será fornecida em tubos de ensaio, em várias concentrações, que variam entre si por uma razão 3. Adicionar 0,1 ml do primeiro tubo, aguardar o efeito máximo, adicionar imediatamente 0,1 ml do segundo tubo e assim por diante, até a adição de 0,1 ml do último tubo. Obtido o efeito máximo, desligar o quimógrafo, lavar várias vezes a preparação e aguardar 10 minutos. Medir as contrações produzidas e preencher o Quadro I.

3) Colocar no banho 0,1 ml de uma das substâncias. Verificar se há efeito. Em caso negativo, lavar a preparação e acrescentar 0,3 ml da mesma substância. Em seguida proceder da seguinte maneira:

a) em caso de contração do intestino, a droga é um agonista. É necessário determinar se o agonista é total ou parcial. Para isso, lavar a preparação e fazer uma curva dose-efeito cumulativa com a droga desconhecida. Lavar a preparação e fazer novamente uma curva dose-efeito de ACh. Comparar as alturas máximas das duas curvas e calcular a atividade intrínseca da droga desconhecida (atividade intrínseca da Acetilcolina = 1).

alfa desconhecido: efeito máximo da droga desconhecida efeito máximo da Acetilcolina

Se a droga for agonista parcial terá alfa menor que 1.b) em caso de ausência de contração, a droga poderá ser antagonista (competitivo ou não competitivo) ou inócuos. A distinção poderá ser feita da seguinte forma:

lavar a preparação e acrescentar 0,3 ml da droga desconhecida. Em seguida, sem lavar a preparação, fazer uma curva dose-efeito de Acetilcolina. Obtido o efeito máximo, lavar a preparação várias vezes e repetir a curva de Acetilcolina, sem adição prévia da droga desconhecida.

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comparar as alturas máximas das duas curvas e as doses necessárias para produzir efeitos iguais. Em caso das duas (curva 1 - com desconhecido e curva 2 - sem desconhecido) serem iguais, a droga desconhecida é inócua. Em caso de curvas com o mesmo aspecto, porém com necessidade de doses maiores para a curva 1, o antagonismo é competitivo. Em caso de diminuição na altura máxima da curva 1, o antagonismo é não competitivo.

4) Preencher o Quadro II com os resultados encontrados.

5) Fazer um gráfico a partir dos dados do Quadro II (logarítmo da dose em abcissas e efeito em ordenadas).

6) Repetir com a segunda droga desconhecida a conduta descrita em 3. Preencher o Quadro III e fazer o gráfico correspondente.

7) Solicitar ao assistente a identificação das drogas usadas, colocando os resultados nos Quadros II e III.

QUADRO I

- Curva dose-resposta de Acetilcolina

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

QUADRO II

A) Em caso de contração do intestino com o uso da primeira droga desconhecida:

- Curva dose-resposta da primeira droga desconhecida

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

- Curva dose-resposta da Acetilcolina

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

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B) Em caso de ausência de contração com o uso da primeira droga desconhecida:

- Curva dose-resposta da Acetilcolina na presença da primeira droga desconhecida

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

- Curva dose-resposta da Acetilcolina

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

QUADRO III

A) Em caso de contração do intestino com o uso da segunda droga desconhecida:

- Curva dose-resposta da segunda droga desconhecida

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

- Curva dose-resposta da Acetilcolina

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

B) Em caso de ausência de contração com o uso da segunda droga desconhecida:

- Curva dose-resposta da Acetilcolina na presença da segunda droga desconhecida

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

- Curva dose-resposta da Acetilcolina

Dose (log)Efeito (mm)Efeito (%)

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AULA PRÁTICA 2- EFEITO COMBINADO DE DROGAS

Nesta aula, a classe será dividida em 3 grupos, sendo que cada um deles trabalhará com um tipo de preparação. As preparações usadas serão: jejuno de rato, estômago de rato e íleo de cobaia.

1. JEJUNO DE RATO - Antagonismo Competitivo

Drogas: Acetilcolina 10-1 M e Atropina 10-3 M

Líquido Nutritivo Líquido Tyrode (ver composição no roteiro da Aula Prática 1)

Técnica Sacrificar o animal, aprofundando a anestesia com éter. Abrir o animal e retirar um segmento de mais ou menos 10 cm de jejuno. Lavar a luz intestinal com Tyrode aquecido a 37o C. Adaptar o órgão à aparelhagem, conforme descrito na Aula Prática 1. A preparação, depois de montada, deve ficar em repouso por 15 minutos.

Diluições Diluir Acetilcolina até 10-8 M

Diluir Atropina até 10-6 M

Experimento 1. Fazer uma curva cumulativa de Acetilcolina iniciando com a dose que não produza efeito e ir aumentando as doses até obtenção do efeito máximo. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

2. Colocar Atropina para uma concentração final no banho de 10-8 M. Esperar 3 minutos e, sem lavar a preparação, repetir a curva de acetilcolina. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

3. Colocar Atropina para uma concentração final no banho de 3.10-8 M. Esperar 3 minutos e, sem lavar a preparação, repetir a curva de acetilcolina. Lavar a preparação e esperar o relaxamento.

4. Colocar Atropina para uma concentração final no banho de 10-7 M. Esperar 3 minutos e, sem lavar a preparação, repetir a curva de acetilcolina.

5. Fixar o gráfico em verniz.

6. Medir os efeitos em milímetros (mm). Transformar as medidas em porcentagem, considerando o efeito máximo da primeira curva de Acetilcolina como 100% para ela própria e para todas as curvas seguintes. Fazer um gráfico em papel milimetrado mostrando as curvas dose-efeito.

2. ESTÔMAGO DE RATO - Agonistas Totais e Parciais

Drogas Mecolil 1 M e Butirilcolina 1 M

Técnica Sacrificar o animal, aprofundando a anestesia com éter. Abrir o animal e retirar o estômago. Cortar o fundus e lavar com Tyrode aquecido a 37o C. Colocar o fundus sobre um basto de vidro e retirar uma faixa de 1 a 2 cm de comprimento e cerca de 0,5 cm de largura. A preparação, depois de montada, deve ficar em repouso por 30 minutos.

Diluições Diluir Mecolil até 10-7M e Butirilcolina até 10-4 M.

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Experimento 1. Fazer uma curva cumulativa de mecolil até a dose que não produza mais efeito adicional e, sem lavar a preparação, iniciar a curva cumulativa de butirilcolina. Lavar a preparação e esperar o relaxamento.

2. Fazer uma curva cumulativa de butirilcolina. Lavar a preparação e esperar o relaxamento.

3. Fazer uma curva cumulativa de Mecolil até a dose que produza um efeito um pouco menor que a altura máxima da curva anterior de butirilcolina, e, sem lavar a preparação, iniciar a curva cumulativa de butirilcolina.

4. Fazer uma curva de mecolil somente até a primeira dose que produza efeito e, sem lavar a preparação, iniciar a curva de butirilcolina.

5. Fixar o gráfico em verniz.

6. Medir os efeitos em milímetros (mm) e transformá-los, em seguida, em porcentagem, considerando como 100% e efeito máximo da primeira curva de mecolil. Fazer um gráfico em papel milimetrado mostrando as curvas dose-efeito.

3. ÍLEO DE COBAIA - Antagonismo não competitivo

Drogas Acetilcolina 10-1 M e Papaverina 10-3 M

Técnica Após o sacrifício, abrir o animal e retirar um segmento de mais ou menos 10 cm de íleo, próximo ao ceco. Lavar a luz intestinal com Tyrode aquecido a 37oC. Adaptar o órgão à aparelhagem, conforme descrito no roteiro da Aula Prática 1. A preparação, depois de montada, deve ficar em repouso por 10 minutos.

Diluições Acetilcolina até 10-8 M e Papaverina até 10-6 M

Experimento 1. Fazer uma curva de acetilcolina iniciando com uma dose que não produza efeito e ir aumentando a dose até o efeito máximo. Lavar a preparação e esperar o relaxamento.2. Colocar papaverina numa concentração final de 10-6 M. Esperar 3 minutos e, sem lavar a preparação, iniciar a curva de acetilcolina. Lavar a preparação e esperar o relaxamento.

3. Colocar papaverina numa concentração final de 3.10-6 M. Esperar 3 minutos e, sem lavar a preparação, iniciar a curva de Acetilcolina.

4. Colocar papaverina numa concentração final de 10-5 M. Esperar 3 minutos e, sem lavar a preparação, iniciar a curva de Acetilcolina.

5. Fixar o gráfico em verniz.

6. Medir os efeitos em milímetros (mm), transformando-os em seguida em porcentagem, considerando o efeito máximo da primeira curva de Acetilcolina como 100% para ela própria e para todas as curvas seguintes. Fazer um gráfico em papel milimetrado mostrando as curvas dose-efeito.

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AULA PRÁTICA 3 - SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO

O ducto deferente de rato é uma preparação que tem sido utilizada para o estudo de drogas que agem sobre o neurônio simpático.

Sabemos que a noradrenalina é o neurotransmissor deste sistema e que a sua liberação ocorre por exocitose devido à passagem do potencial de ação através da fibra nervosa. A noradrenalina liberada, além de atuar nos receptores, sofre um processo de captação neuronal, que é importante para o término de sua ação.

Existem drogas que são capazes de liberar noradrenalina dos seus estoques neuronais e, por isso, são classificadas como simpatomiméticos de ação indireta.

Na aula de hoje, estudaremos a ação de drogas que interferem no armazenamento, liberação e captação do neurônio adrenérgico.

Serão fornecidos, para cada grupo, 1 animal normal ou 1 pré-tratado com reserpina (10 mg/kg, 24 horas antes) e drogas como Tiramina, Adrenalina e Cocaína.

Os alunos deverão responder às seguintes questões:

1. A reserpina impede a captação granular e neuronal de noradrenalina ou apenas a granular?

2. Qual o mecanismo de ação da Tiramina ?

Preparação Ducto deferente de rato.

Líquido Nutritivo Tyrode modificado, LNV (mM): NaCl 138; KCl 5,7; CaCl2 1,8; NaH2PO4 0,36; NaHCO3 15 e

glicose 5,5.

Drogas Concentração Concentração no banhoTiramina 10-2 M 10-4 MAdrenalina 1 M -Cocaína 100 g/ml 1,5 g/ml

Diluição Adrenalina 10-1 M, 10-2 M, 10-3 M, 10-4 M, 10-5 M, 10-6 M.

Técnica

1. Montagem da aparelhagem:

a) Encher o frasco de Mariotte e as tubulações com líquido nutritivo.

b) Colocar o líquido nutritivo em um becker e deixá-lo aquecer. O experimento será feito na temperatura de 30o C.

c) Equilibrar a alavanca e arrumá-la para que dê uma ampliação de 6 vezes, com carga de 1 g.

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2. Retirada do Ducto Deferentea) Sacrificar o rato, aprofundando a anestesia com éter.

b) Fazer uma incisão longitudinal mediana na altura do púbis, identificar o canal deferente, retirá-lo e colocá-lo no becker com líquido nutritivo previamente aquecido.

c) Com auxílio de uma seringa, lavar a luz do deferente com líquido nutritivo aquecido.

d) Amarrar a extremidade prostática do deferente com um fio de algodão curto, fazendo uma argola, e a parte epididimal com um fio longo.

e) Amarrar a extremidade prostática do deferente à haste em S, adaptá-la à cuba cheia do líquido nutritivo aerado e aquecido.

f) Amarrar a outra extremidade da linha à alavanca, aguardar 10 minutos.

Experimento

Serão realizados dois ensaios diferentes, um com o ducto deferente de animal normal (A) e outro com o do animal tratado com Reserpina (B).

A - GRUPO NORMAL

1. Adicionar por quatro (4) vezes sucessivas Tiramina ao banho nutritivo, na concentração final de 10-4 M. Entre uma dose e outra, lavar a preparação e deixar um intervalo de 10 a 15 minutos.

2. Fazer uma curva dose-efeito cumulativa para Adrenalina até obtenção do efeito máximo. Lavar a preparação e deixar em repouso de 10 a 15 minutos.

3. Repetir a adição de Tiramina de forma a obter a concentração final de 10-4 M e observar os efeitos.

B - GRUPO TRATADO COM RESERPINA

1. Adicionar ao banho nutritivo Tiramina, de forma a obter a concentração final de 10-4 M e observar os efeitos. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

2. Fazer uma curva dose-efeito cumulativa para a Adrenalina até a obtenção do efeito máximo. Lavar a preparação e deixar em repouso de 10 a 15 minutos.

3. Repetir por duas vezes sucessivas a adição de Tiramina ao banho nutritivo, na concentração final de 10-4 M. Entre uma dose e outra lavar a preparação e deixar um intervalo de 10 a 15 minutos.

4. Adicionar Cocaína ao banho nutritivo na concentração final de 1,5 g/ml. Esperar 10 minutos e, sem lavar a preparação, repetir a curva cumulativa de Adrenalina. Lavar a preparação e deixar em repouso durante mais ou menos 10 a 15 minutos.

5. Repetir a adição de Tiramina ao banho nutritivo na concentração final de 10-4 M e observar os efeitos.

No relatório os resultados obtidos nos 2 grupos experimentais devem ser comparados e o mecanismo de ação das drogas empregadas explicado.

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AULA PRÁTICA 4 - SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO

Preparação: Duodeno isolado de coelho.

Objetivo: O duodeno de coelho apresenta tônus e automatismo tanto maiores quanto mais alta é a porção intestinal observada. Sua ocorrência é dependente, em grande parte, de arcos reflexos intrínsecos originados em terminações sensitivas da mucosa intestinal e mediados por uma sinapse nos gânglios mioentéricos. Nessa preparação o tônus e o automatismo são conservados, pelo menos em parte, permitindo assim o estudo de drogas relaxantes e espasmódicas que atuam por diferentes mecanismos de ação.

Líquido Nutritivo: Líquido Tyrode (composição descrita no roteiro da Aula Prática 1).

Drogas Acetilcolina (cloridrato) 50 g/ml; Adrenalina (bitartarato) 50 g/ml; Pilocarpina 50 g/ml; Atropina (sulfato) 500 g/ml; Nicotina 10 mg/ml; Papaverina (cloridrato) 1 mg/ml.

Técnica Aquecer Tyrode (± 200 ml) a 37oC. Sacrificar o animal, abrir o abdomem, identificar o duodeno a partir do estômago e isolar cerca de 10 cm; desfazer as pregas do mesentério e, com o auxílio de uma pipeta, lavar a luz do órgão com 20 ml de solução nutritiva aquecida. Mergulhar a preparação no restante do líquido e deixar em repouso a 37oC, até o aparecimento dos movimentos pendulares. Retirar um segmento de mais ou menos 3 cm de comprimento. Usando uma agulha de sutura, amarrar o órgão de modo a deixar as extremidades em forma de 8. Adaptar o órgão à aparelhagem.

Experimento 1. Registrar os movimentos espontâneos durante 2 minutos

2. Registrar o efeito de 1 g/ml de Acetilcolina por cerca de 3 minutos. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

3. Registrar o efeito de 1 g/ml de Adrenalina. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

4. Registrar o efeito de 100 g/ml de Nicotina. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

5. Registrar o efeito de 1 g/ml de Pilocarpina durante 1 minuto. Sem lavar a preparação, adicionar 10 g/ml de Atropina e registrar o efeito por mais 3 minutos. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

6. Registrar o efeito de 10 g/ml de Papaverina. Lavar a preparação e esperar a volta à linha de base.

7. Ficar o gráfico em verniz e analisar o comportamento de cada droga.

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Exemplo: O intervalo entre as diferentes drogas deve obedecer ao esquema delineado abaixo, ou seja, entre uma dose e outra deve ser registrado os movimentos espontâneos durante 2 minutos e o efeito da droga deve ser observado por cerca de 3 minutos O

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AULA PRÁTICA 5 - FARMACOLOGIA DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR

Objetivos 1. Evidenciar a destruição enzimática da acetilcolina

2. Discriminar a ação dos curares competitivos e não competitivos

Animais Ratos (200-300 g) e pintos com 3 semanas de vida

Experimento I: Preparação nervo frênico - músculo diafragma de rato.

Material Cuba de 10 ml, com suporte de vidro e reservatório; Alavanca inscritora ou transdutor de força; Registrador; Eletródio de platina; Estimulador; Bomba de ar

Solução Nutritiva Tyrode de mamífero. Composição (mM): NaCl 140; NaHCO3 10; KCl 2,7; NaH2PO4 0,4; MgCl2

2; Glicose 5 e CaCl2 1,8.

Drogas d-tubocurarina 100 g/ml (= 1,4 x 10-4 M); Succinilcolina 100 g/ml; Neostigmina0,5 mg/ml

Montagem: a) Anestesiar o rato com éter e fixá-lo o animal em placa de cortiça. b) Retirar a pele do tórax e abrir o abdome cortando a parede muscular rente às costelas.

b) Segurar o processo xifóide com pinça dente de rato e abrir o tórax, cortando costelas e esterno 0,5 cm acima do diafragma.

c) Identificar o frênico esquerdo e dissecá-lo em toda sua extensão. Cuidado para não estirar o nervo.

d) Cortar lateralmente o gradeado costal e removê-lo de tal forma a visualizar o nervo desde sua entrada no tórax.

e) Cortar as estruturas do mediastino e as ligações do frênico com o fígado e isolar a preparação cortando o músculo o mais dorsalmente possível.

f) Colocar imediatamente o músculo em líquido nutritivo. Cuidado com o nervo .

g) Distender o músculo numa placa de parafina e fixá-lo com alfinetes. Cortar em leque, 1 cm de cada lado da entrada do nervo, uma linha nas costelas e formar um laço.

h) Amarrar uma linha nas costelas e formar um laço e outra de ± 20 cm no tendão.

i) Amarrar linha curta de mais ou menos 10 cm no nervo. Cuidado para não estirá-lo.

j) Adaptar o músculo na haste de fixação na cuba e prendê-lo à alavanca inscritora ou ao transdutor.

k) Passar a linha do nervo por dentro do eletródio. Fixar o eletródio. Fixar o eletródio e puxar o nervo para o eletródio.

l) Ligar o fio do eletródio ao estimulador. Não esquecer de terrar o aparelho antes de ligá-lo.

m) Estimular o músculo a cada 10 segundos com pulsos supramáximos de 0,5 ms.

n) Regular a inscrição da alavanca ou do polígrafo para mais ou menos 5 cm.

o) Registrar continuamente por 5 min e iniciar a administração de drogas.

Execução do Experimento:

a) Registrar as contrações por 5 min.

b) Pipetar a solução de d-tubocurarina para obter na cuba uma concentração final de 0,1 g/ml.

c) Registrar o efeito por 3 min.

d) Lavar a preparação, 3 vezes ou mais, até recuperar a contração controle.

e) Dobrar a concentração anterior do padrão e repetir 3 e 4.

f) Dobrar a concentração anterior e ir sucessivamente até obter bloqueio total em 3 min.

g) Escolher a concentração que em 3 min reduz a contração a 50% da inicial (CE50) e registrar os efeitos.

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h) Após 3 min, sem lavar a preparação, pipetar neostigmina (20 g/ml). Registrar por 3 min.

i) Lavar a preparação até recuperar a contração controle.

j) Pipetar na cuba succinilcolina em concentração final de 2.5 g/ml e registrar por 3 min.

k) Após 3 min, sem lavar a preparação, pipetar neostgmina (20 g/ml) e registrar por 3 min.

l) Lavar a preparação.

m) Terminado o experimento, desmontar a preparação e limpar a mesa.

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AULA PRÁTICA 6- SISTEMA RECEPTOR: UMA VISÃO INTEGRADA

Objetivo: Incentivar o pensamento crítico do aluno e discussões em grupo para a proposição de protocolos

experimentais para o estudo de receptores farmacológicos, envolvendo conhecimentos

multidisciplinares.

Problema

Um pesquisador tem o seguinte problema: a estimulação do receptor R por um agonista D, acoplado à proteína G

(Gs), responsável pela ativação da enzima adenililciclase (AC) e subsequente produção de AMPcíclico e consequente

ativação da enzima proteína quinase A (PKA), promove um efeito final aumentado em um tecido de um rato Wistar

3RC, quando comparado ao efeito obtido no mesmo tecido de um rato Wistar normal.

Lembrando que:

e, considerando as metodologias científicas disponíveis, como você ajudaria o pesquisador a determinar qual (quais) etapa(s) da cadeia acima poderia(m) estar alterada(s) no tecido do rato 3RC? Descreva sucintamente uma metodologia para cada etapa (1, 2 e 3), indicando os resultados esperados.

Estratégia de trabalho

Os grupos terão o horário relativo a duas aulas para a realização das discussões em grupo, consulta a

material didático e elaboração do relatório final. Na terceira aula, além da entrega do relatório por escrito, cada grupo

terá aproximadamente 10 minutos para apresentar e justificar oralmente as metodologias escolhidas que deverão, em

seguida, serem discutidas por toda a classe. O conceito final será computado pela avaliação do relatório,

apresentação oral e participação efetiva de cada grupo nas discussões.

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D + R DR Gs/AC AMPc/PKA/ ... Efeito Farmacológico1 2 3

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AULA PRÁTICA 7 – ANDRÓGENOS E ANTIANDRÓGENOS

Objetivo Observar os efeitos decorrentes da castração cirúgica e do tratamento hormonal de ratos machos, sobre o peso e a secreção dos órgãos genitais acessórios.

Animais Ratos, adultos, machos, com 3 meses e 15 dias de idade. Sem marcas (SM) serão os controles. DT, orelha direita total; ET, orelha esquerda total e DET, orelha direita e esquerda total receberão tratamentos que, até o final da aula, deverão ser identificados.

Drogas - Durateston 250 (propionato de testosterona 30 mg, fenilpropionato de testosterona 60 mg, isocaproato de testosterona 60 mg, caproato de testosterona 100 mg dissolvidos em óleo de amendoim 1 ml); Benzoginoestril (composto por hexahidrobenzoato de estradiol 5 mg/ml em óleo de amendoim).

Castração cirúrgica: O animal foi anestesiado por inalação de vapores de éter etílico, um dos testículos foi exposto, ligado o pedículo vascular com um fio de algodão e seccionado. O mesmo procedimento foi repetido para o testículo contralateral. Extirpadas as gônadas, as estruturas remanescentes foram recolocadas no interior da bolsa escrotal e o animal suturado com fio de algodão.

Tratamentos: Todos os tratamentos de animais serão mantidos por 15 dias. Portanto, os animais serão sacrificados com 4 meses de idade.

Grupos Experimentais:

I. Grupo Controle: Ratos tratados com 0,1 ml de óleo de amendoim, por via subcutânea.II. Grupo Castrado: Ratos castrados e tratados, a partir do dia da castração, com 0,1 ml de óleo

de amendoim, por via subcutânea.III. Grupo Castrado e tratado com droga com Atividade Androgênica: Ratos castrados e

tratados, no primeiro dia da castração e a cada 7 dias, com 0,1 ml de Durateston 250, por via subcutânea, durante 15 dias.

IV. Grupo tratado com droga com Ação Antiandrogênica: Ratos tratados 2 vezes por semana, por 15 dias.por via, subcutânea com 0,2 ml Benzoginoestril.

Procedimento

1. Inicialmente, o rato controle (SM) deverá ser pesado e o valor anotado na tabela de resultados.

2. Após ser sacrificado por inalação de vapores de éter etílico, o animal deverá ser fixado em decúbito dorsal sobre uma placa de cortiça, a cavidade abdominal aberta e o intestino rebatido para exposição dos seguintes órgãos genitais acessórios: vesículas seminais, ductos deferentes e próstatas ventrais.

3. A ausência ou presença de testículos, assim como o tamanho, a vascularização, a presença e a quantidade de secreção dos órgãos genitais acessórios deverão ser observados.

4. Os órgãos genitais acessórios deverão ser retirados do animal, separados dos tecidos adjacentes, lavados com salina, secos entre folhas de papel de filtro e pesados em balança analítica.

5. O mesmo procedimento deverá ser repetido para os demais grupos experimentais.

6. Os valores obtidos deverão ser anotados na tabela de resultados. Ao final do experimento, a tabela de resultados deverá ser preenchida com os dados de todos os animais. Os grupos experimentais deverão ser identificados. Os resultados deverão ser discutidos e interpretados.

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Tabela de resultados

Marca do Animal

Grupo de alunos

Peso do animal

(g)

Presença de

testículo

Peso dos órgãos (mg) Secreção(+ a ++++

+)Próstata ventral

Ducto deferente

Vesícula seminal

SM

Tratamento:

I

II

III

IV

V

VI

média EPM

DT

Tratamento:

I

II

III

IV

V

VI

média EPM

ET

Tratamento:

I

II

III

IV

V

VI

média EPM

DET

Tratamento:

I

II

III

IV

V

VI

média EPM

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AULA PRÁTICA 8 - REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE DO MIOCÁRDIO

Objetivo Verificar os efeitos de drogas cardioativas na frequência de batimentos e força de contração do átrio isolado de mamíferos.

Animal Rato ou cobaia.

Líquido Líquido Nutritivo Tyrode borbulhado com mistura de 95% CO2 e 5% O2 a 37o C.

Drogas Adrenalina 2 x 10-5 M;

Acetilcolina 2 x 10-5 M;

Ouabaína 2 x 10-5 M

Propranolol 2 x 10-5 M;

Atropina 2 x 10-5 M;

Cloreto de Cálcio 10-1 M

Isoprenalina 2 x 10-5 M;

Isobutilmetilxantina (IBMX) 2 x 10-4 M

Procedimento Sacrificar o animal, expor a cavidade torácica, retirar o coração rapidamente e colocá-lo em recipiente contendo líquido nutritivo aquecido. Isolar os átrios direito e esquerdo e, por meio de amarras de linha nas duas extremidades, suspender a preparação em cuba de vidro contendo Tyrode aerado com carbogênio a 370 C. Registrar a força e a frequência dos batimentos atriais em registrador poligráfico. Após 15 minutos de registro controle, observar os efeitos das drogas conforme a sequência abaixo:

1. Adrenalina 10-7 a 10-6 M

2. Acetilcolina 10-7 a 10-6 M

3. Atropina 10-6 M - aguardar 5 minutos, sem lavar a preparação, injetar a dose média de acetilcolina e esperar a recuperação do átrio.

4. Isoprenalina 10-7 a 10-6 M

5. Adrenalina dose média

6. Propranolol 10-6 M - aguardar 5 minutos sem lavar a preparação, injetar isoprenalina (dose média), observar o efeito e lavar.

7. Isobutilmetilxantina (IBMX) 10-5 M

8. Ouabaína 10-6 M - após 30 segundos injetar Cloreto de Cálcio (10-2 M)

9. Ouabaína 10-6 M

10. Discutir os resultados.

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AULA PRÁTICA 9 - NEUROLÉPTICOS

Objetivo O objetivo geral desta aula prática é caracterizar experimentalmente diferentes aspectos do perfil farmacológico de drogas estimulantes e depressoras do Sistema Nervoso Central (SNC).

Experimento 1

Um meio comum para verificar se uma substância tem ação sobre o sistema nervoso central é estudar seus efeitos sobre a movimentação espontânea (atividade motora) de animais. Um dos métodos utilizados neste estudo consiste em dividir uma determinada área em quadrados e verificar o número de invasões efetuadas pelo animal num certo período de tempo. Este método, chamado de campo aberto (open-field) além de ser extremamente simples, tem a vantagem de permitir a observação direta dos parâmetros comportamentais do animal.

De um modo geral, drogas estimulantes do sistema nervoso central como a anfetamina, se caracterizam por aumentar a movimentação espontânea. O efeito oposto é observado para as drogas depressoras como os neurolépticos e os benzodiazepínicos. Com relação às substâncias depressoras, vale salientar que enquanto a diminuição da função motora promovida pelos neurolépticos é acompanhada de rigidez, aquela produzida pelos benzodiazepínicos não o é. A rigidez, por sua vez, pode ser quantificada colocando-se as patas dianteiras do animal sobre uma barra horizontal, registrando-se o tempo em que este permanece na posição vertical. Tal método é denominado de catatonia experimental.

O objetivo desse experimento é possibilitar, através da utilização destes métodos, a identificação de soluções contendo anfetamina, um neuroléptico (haloperidol) e um benzodiazepínico (diazepan), levando-se em consideração as características farmacológicas de cada droga.

Material Utilizado (por mesa)

8 camundongos 4 seringas de 1 ml com agulhas hipodérmicas Solução de NaCl 0,9% Solução de Haloperidol, Diazepam e Anfetamina 1 campo aberto 3 barras de catatonia

Procedimento

ANIMAL TRATAMENTO COMPORTAMENTO

1 e 2 NaCl 0,9% (i.p.) - 30 min Campo Aberto - 1 min Catatonia3 e 4 Solução A (i.p.) - 30 min Campo Aberto - 1 min Catatonia5 e 6 Solução B (i.p.) - 30 min Campo Aberto - 1 min Catatonia7 e 8 Solução C (i.p.) - 30 min Campo Aberto - 1 min Catatonia

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Observações Importantes

1. No registro da atividade espontânea em campo aberto colocar os animais individualmente no centro da arena e quantificar sua locomoção (número de quadrados em que o animal entra com as quatro patas) por 4 minutos. Quantificar também o número de segundos que cada animal permanece parado.

2. No registro de catatonia experimental, o animal deve ser seguro pela cauda, suas patas dianteiras colocadas na barra e depois, rápida e suavemente, as patas traseiras são levadas ao balcão, de tal maneira que o animal fique em posição quase vertical. Anotar o número de segundos em que o animal fica nesta posição. Repetir mais duas vezes o processo imediatamente após cada vez que o animal deixa a posição imposta. Tempo máximo de observação: 20 minutos.

Experimento 2

Numerosas evidências clínicas e experimentais sugerem que os sintomas da esquizofrenia estejam associados a um aumento da transmissão dopaminérgica no SNC. Neste aspecto, os neurolépticos, drogas bloqueadoras de receptores dopaminérgicos centrais, vêm a ser o tratamento farmacológico praticamente único dessa patologia.

Em animais de laboratório a administração do agonista dopaminérgico apomorfina elicia a expressão de comportamentos estereotipados (comportamentos repetitivos e sem finalidade) que podem ser considerados um modelo animal de esquizofrenia, sendo, consequentemente abolidos pela administração prévia de neurolépticos.

Material Utilizado (por mesa)

3 ratos 3 seringas de 1 ml com agulhas hipodérmicas soluções de NaCl 0.9%, Haloperidol , Clorpromazina e Apomorfina 3 gaiolas metálicas

Procedimento

Três ratos serão injetados intraperitonealmente com soluções de NaCl 0.9% (solução controle) ou com os neurolépticos Haloperidol e Clorpromazina. Trinta minutos mais após, os três animais receberão, subcutaneamente, solução de Apomorfina, sendo imediatamente após, observados para o registro do comportamento estereotipado.

O comportamento estereotipado será quantificado após observações de 10 segundos, realizadas de 5 em 5 minutos, por 60 minutos. A cada observação o animal será avaliado de acordo com a seguinte escala de escores:

ESCORES COMPORTAMENTO

0 Adormecido ou parado.1 Ativo2 Predominantemente ativo, mas com curtos períodos de farejar e/ou levantar

estereotipado.3 Atividade estereotipada constante tal como farejar, levantar ou balançar a

cabeça, mas com atividade locomotora ainda presente.4 Atividade estereotipada constante tal como farejar, levantar ou balançar a

cabeça, mas realizada em um só local.5 Atividade estereotipada constante, mas com períodos curtos de lamber e/ou

roer e morder as barras da gaiola.6 Lamber e/ou roer as barras da gaiola de maneira compulsiva

Ao final do período de observação os escores de cada animal serão somados e comparados.Experimento 3

Um dos principais efeitos colaterais de drogas ansiolíticas benzodiazepínicas vem a ser a amnésia anterógrada. Esse efeito normalmente não é percebido pelo paciente, pode prejudicar um tratamento psicoterápico concomitante e, no caso de indivíduos idosos, pode potenciar severamente a amnésia basal que usualmente os acompanha. O objetivo deste experimento é caracterizar esse importante efeito colateral.

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Material Utilizado

2 ratos 2 seringas de 1 ml com agulhas hipodérmicas soluções de NaCl 0.9% e Diazepam Caixa de Esquiva Passiva

Procedimento

Dois camundongos serão injetados com NaCl 0.9% ou Diazepam, respectivamente. Trinta minutos após, cada animal será colocado no compartimento iluminado da caixa de esquiva passiva. Ao passar para o compartimento escuro, uma porta-guilhotina entre os dois compartimentos será imediatamente acionada ao mesmo tempo em que o animal receberá em suas patas um choque leve (0.4 mA por 2 segundo), após o qual retornará para a sua gaiola moradia. Noventa minutos após, cada rato será recolocado no compartimento iluminado da caixa de esquiva passiva sendo quantificado o tempo (máximo de 5 minutos) par que o mesmo penetre no compartimento escuro. Desta forma, a permanência prolongada do animal no compartimento iluminado (e, portanto, incômodo) indica memória (esquiva do choque), enquanto a passagem para o compartimento escuro indica amnésia.

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