Apostila Básico de END

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Apostila que trata sobre os principais ensaios não destrutivos e suas aplicações diversas.

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NDICE:

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21.Ensaio Visual

21.1Finalidades do ensaio

21.2Sequncia do Ensaio

31.3Vantagens

31.4Limitaes e Desvantagens

42.ENSAIO POR LQUIDO PENETRANTE

42.1Vantagens e Limitaes do Ensaio por Lquido Penetrante

52.2Materiais Penetrantes

62.3Lquido Penetrante

72.4Revelador

83.ENSAIO POR PARTCULAS MAGNTICAS

83.1Classificao Magntica dos Materiais

93.2Propriedades Magnticas

93.3Campo magntico

103.4Densidade de fluxo magntico

103.5Mtodos e Tcnicas de magnetizao

113.6Correntes de Magnetizao

123.7Partculas Magnticas

133.8Verificao da eficincia do ensaio

144.ENSAIO POR ULTRASSOM

144.1Princpios Fsicos

144.2Vantagens

144.3Desvantagens

154.4Tipos de Ondas

164.5Gerao e Recepo da Onda Ultrassnica

184.6Aplicaes

205.ENSAIO RADIOGRFICO

215.1Fontes de Radiao

225.2Absoro da Radiao

225.3Filmes Radiogrficos

235.4Indicadores de Qualidade de Imagem (IQI)

235.5Telas intensificadoras

235.6Processamento do filme

245.7Proteo

245.8Vantagens e Limitaes

256.TESTE MAGNTICO E TESTE POR PONTOS

267.ENSAIO DE ESTANQUEIDADE

267.1Mtodos de Ensaio

1. Ensaio VisualO ensaio visual o ensaio no destrutivo bsico. Todos os outros ensaios no destrutivos devem ser executados aps uma boa inspeo visual, que pode ser feito, vista desarmada, com o auxlio de lupa ou com aparelhos ou instrumentos para inspeo remota.

A norma Petrobrs N-1597, fixa as condies exigveis para a realizao do ensaio visual.

1.1 Finalidades do ensaio

O ensaio visual, no controle de qualidade, utilizado antes e aps qualquer operao de soldagem.

Antes da soldagem a inspeo visual tem por finalidade:

a) - detectar defeitos de geometria da junta, tais como:

ngulo do bisel

ngulo do chanfro

Nariz do bisel

Abertura da raiz

Alinhamento das partes a serem soldadas.

b) - detectar descontinuidades no metal de base, como por exemplo:

Dupla-laminao

Segregao.

Aps a operao de soldagem, o ensaio visual tem por finalidade detectar possveis descontinuidades induzidas na soldagem.

NOTA: Os termos de descontinuidades utilizados esto definidos na norma Petrobrs N-1738 - Descontinuidades em Juntas Soldadas, Fundidos, Forjados e Laminados. Esta deve ser consultada em caso de dvidas.

Alm de sua aplicao na soldagem, o ensaio se aplica, de uma maneira geral, na deteco de irregularidades superficiais de vrios tipos, tais como: dobras de laminao de chapas, pontos e estados de corroso, evidncias de vazamento, acabamento de peas usinadas ou forjadas e identificao de estados de superfcie.

1.2 Sequncia do Ensaio

Basicamente, a sequncia de cada ensaio visual se compe de apenas duas etapas:

- Preparao da superfcie, quando necessrio.

- Inspeo pelo mtodo visual previsto no procedimento qualificado, sempre sob iluminao adequada.

H, porm, uma sequncia correta de execuo do ensaio, que normalmente efetuado mais de uma vez ao longo de uma operao de soldagem. Desta maneira, evitam-se, no incio, incorrees que trariam problemas para serem corrigidos mais tarde, como por exemplo, ajustagem incorreta de juntas.

1.3 Vantagens

- O ensaio visual o ensaio no destrutivo de mais baixo custo.

- O ensaio visual permite detectar e eliminar possveis descontinuidades antes de se iniciar ou completar a soldagem de uma junta.

- O ensaio visual detecta as descontinuidades maiores e geralmente indica pontos de provveis descontinuidades, que devem ser inspecionados por outros ensaios no destrutivos.

- Um ensaio visual bem executado proporciona uma diminuio da quantidade de reparos de solda, uma maior produo dos outros ensaios no destrutivos e consequentemente diminui o custo da obra.

1.4 Limitaes e Desvantagens

- O ensaio visual depende grandemente da experincia e conhecimento de soldagem por parte do inspetor. O inspetor deve estar familiarizado com o projeto e os requisitos de soldagem.

O ensaio visual limitado deteco de defeitos superficiais.

2. ENSAIO POR LQUIDO PENETRANTE

um mtodo de ensaio que tem por objetivo a deteco de descontinuidadessuperficiais, abertas para a superfcie, em materiais slidos e no porosos.Este mtodo emprega um lquido penetrante, o qual aplicado na superfcie da pea previamente preparada e limpa, e que penetra nas descontinuidades. Aps um determinado tempo de penetrao, o excesso removido. Aplica-se ento um revelador que auxilia a deteco formando um fundo de contraste, permitindo a visualizao da descontinuidade pela formao da indicao, que ser avaliada de acordo com o critrio de aceitao da norma estabelecida. Posteriormente dever ser realizada uma limpeza final, para que os resduos do ensaio no prejudiquem a etapa seguinte de trabalho na pea (soldagem, p.e.).O ensaio por lquido penetrante est esquematizado na figura 1.

Figura 1. Esquema do ensaio por lquido penetrante.2.1 Vantagens e Limitaes do Ensaio por Lquido PenetranteVANTAGENSPodemos dizer que a principal vantagem do mtodo a simplicidade. fcil de fazer e fcil de interpretar os resultados. O aprendizado simples, requer pouco tempo de treinamento do inspetor.Como a indicao assemelha-se a uma fotografia da descontinuidade, muito fcil de avaliar os resultados. Em contrapartida o inspetor deve estar ciente dos cuidados bsicos a serem tomados, pois a simplicidade pode se tornar uma faca de dois gumes.No h limitaes para o tamanho e forma das peas a ensaiar, nem tipo de material, por outro lado, as peas devem ser susceptveis a limpeza e sua superfcie no pode ser muito rugosa e nem porosa.O mtodo pode revelar descontinuidades extremamente finas, da ordem de 0,001mm (1m) de largura.LIMITAESS detecta descontinuidades abertas superfcie, j que o penetrante tem que entrar na descontinuidade para ser posteriormente revelado.Por esta razo, a descontinuidade no deve estar preenchida com material estranho.A superfcie do material no pode ser porosa uma vez que a dificuldade de remoo do excesso de penetrante da superfcie pode causar um mascaramento dos resultados.A aplicao do penetrante deve ser feita numa determinada faixa de temperatura.Em algumas aplicaes imperativo uma limpeza posterior ao ensaio, de uma maneira bastante completa (caso da indstria alimentcia). Este fato limita a utilizao do ensaio especialmente quando esta limpeza for de difcil execuo (forma da pea).2.2 Materiais Penetrantes

Para que se compreenda melhor o ensaio no destrutivo por lquido penetrante, ser necessrio conhecer os materiais penetrantes.

Materiais penetrantes so todos os produtos utilizados no processo de ensaio por lquido penetrante para a deteco de descontinuidades.Logo, os materiais penetrantes so:( Solvente: produto utilizado na limpeza inicial da superfcie da pea.( Lquido penetrante: produto utilizado sobre a superfcie da pea, para penetrar nas possveis descontinuidades.( Removedor: produto utilizado na remoo do excesso de lquido penetrante.( Emulsificador: produto utilizado para facilitar a remoo do excesso de alguns lquidos penetrantes por meio de gua.( Revelador: produto utilizado para visualizar as descontinuidades.2.3 Lquido PenetranteO lquido penetrante composto por vrios elementos devidamente balanceados e que deve ter a capacidade de penetrar em aberturas muito pequenas, tais como nas trincas.Esta capacidade independe da ao gravitacional e, felizmente, da mesma forma como ele penetra, ele deve sair, acusando a presena da descontinuidade.

2.3.1 Propriedades principaisAbaixo destacamos algumas das propriedades dos lquidos penetrantes.Capilaridade - fenmeno fsico caracterizado pela tendncia de certos lquidos em penetrar em pequenas aberturas, tais como trincas ou fissuras.Viscosidade - a propriedade que os lquidos tm de fluir sobre uma superfcie com maior ou menor dificuldade. A viscosidade influi diretamente na velocidade com que um penetrante entra ou sai de uma descontinuidade. Quanto maior a viscosidade, menor a velocidade de penetrao, talvez nem chegue a penetrar. Por outro lado, se a viscosidade for muito baixa, o penetrante estar muito sujeito a remoo. Portanto, um lquido penetrante dever ter uma viscosidade mdia, a qual ser resultado da adio de vrios ingredientes.

Tenso superficial - por inmeras vezes voc j deve ter observado um conta-gotas. Cada gota que se forma tende a tomar uma forma esfrica. Tenso superficial o resultado das foras de atrao entre as molculas de um lquido, fazendo com que as superfcies desses lquidos se comportem como uma membrana elstica, que sempre procura contrair-se, mantendo-a aderida superfcie. Isso explica porque a gota tende a tomar forma esfrica, consequentemente, a tenso superficial exerce um papel importante, uma vez que ela determina a capacidade de penetrao. Genericamente, desejvel que um lquido penetrante tenha uma tenso superficial relativamente alta.2.3.2 Classificao do ensaio de lquido penetranteDe acordo com a norma ASME V, SE 165, edio de 1998 o ensaio por lquido penetrante classificado nas seguintes tcnicas:Tipo I Penetrante fluorescenteTipo IA Penetrante fluorescente removvel por guaTipo IB Penetrante fluorescente ps-emulsificvel (lipoflico)Tipo IC Penetrante fluorescente removvel por solventeTipo ID Penetrante fluorescente ps-emulsificvel (hidroflico)Tipo II Penetrante visvel coloridoTipo II A Penetrante visvel removvel por guaTipo II C Penetrante visvel removvel por solvente2.4 Revelador um produto composto por vrios componentes devidamente balanceados que so utilizados aps a remoo do excesso de lquido penetrante.Normalmente constitudo de um p muito fino e branco (talco, slica, etc.) que aplicado na superfcie do material, agindo como um mata borro, absorvendo o lquido penetrante contido na descontinuidade, proporcionando tambm um fundo de contraste contra a qual as manchas do lquido penetrante podero ser observadas.2.4.1 ClassificaoOs reveladores podem ser classificados da seguinte forma:P seco;mido aquoso em suspenso ou soluo;mido no aquoso (p suspenso em solvente voltil);Filme plstico.3. ENSAIO POR PARTCULAS MAGNTICASO ensaio por partculas magnticas utilizado na deteco de descontinuidades superficiais e subsuperficiais em materiais ferromagnticos. Pode ser aplicado tanto em peas acabadas quanto semi-acabadas e durante as etapas de fabricao.O processo consiste em submeter pea, ou parte desta, a um campo magntico.Na regio magnetizada da pea, as descontinuidades existentes, ou seja, a falta de continuidade das propriedades magnticas do material ir causar um campo de fuga do fluxo magntico. Com a aplicao das partculas ferromagnticas, ocorrer a aglomerao destas nos campos de fuga, uma vez que sero por eles atradas devido ao surgimento de plos magnticos. A aglomerao indicar o contorno do campo de fuga, fornecendo a visualizao do formato e da extenso da extenso da descontinuidade.

Figura 2: Esquema do ensaio por partculas magnticas

3.1 Classificao Magntica dos Materiais

A permeabilidade magntica relativa indica quantas vezes a constante magntica do meio menor que a constante magntica do vcuo (0). Sendo: 0 = 4( x10-7 henry/metro.De acordo com a permeabilidade magntica relativa ((r) podemos classificar os materiais em trs grandes grupos:

a) Ferromagnticos: ( > 1.

So assim definidos os materiais que so fortemente atrados por um im

Exemplo: ferro, cobalto e quase todos os tipos de ao. So ideais para inspeo por partculas magnticas.b) Paramagnticos: ( = 1.

So os materiais que so levemente atrados por um im. Exemplo: platina, alumnio, cromo, estanho, potssio. No so recomendados para inspeo por partculas magnticas.c) Diamagnticos: ( < 1.

So os materiais que so levemente repelidos por um im. Exemplo: prata, zinco, chumbo, cobre, mercrio. O ensaio por partculas magnticas no aplicvel a estes materiais. 3.2 Propriedades MagnticasPermeabilidade magntica: definida como sendo a facilidade com que um material pode ser magnetizado, e representado pela letra (. um nmero adimensional, isto , no possui unidade, pois uma relao entre duas grandezas. A permeabilidade magntica de um material a relao entre a condutividade magntica do material e a condutividade magntica do ar , ou ainda a relao entre o magnetismo adquirido pelo material ( B ) pela presena de um magnetismo externo e a fora de magnetizao externa ( H ). importante salientar que a permeabilidade magntica de um material no constante e depende da fora externa de magnetizao.Retentividade: definida como sendo a habilidade de um material em reter uma parte do campo magntico aps a interrupo da fora magnetizante.Fora Coercitiva: a magnetizao inversa que se aplicada ao material, anula o magnetismo residual.3.3 Campo magntico

Uma regio do espao que foi modificada pela presena de um im, recebe a denominao de campo magntico. O campo magntico pode ser visualizado quando limalha de material ferromagntico pulverizada sobre um im. Tais partculas se comportam como minsculos ims e se alinham na direo do campo magntico, formando o que chamamos de linhas de induo ou linhas de fluxo. As linhas de induo so sempre contnuas e mostram claramente a forma do campo magntico.A intensidade do campo magntico representada pela letra H

Figura 3: Forma do campo magntico produzido por uma barra imantada e visualizada por limalha de ferro.

3.4 Densidade de fluxo magntico a quantidade de linhas de fluxo que atravessam perpendicularmente umadeterminada rea, representado pela letra B. A unidade de medida do mdulo do vetor induo no sistema internacional (SI) denomina-se Tesla (T), outra unidade bastante utilizada o Gauss (G).3.5 Mtodos e Tcnicas de magnetizao3.5.1 Magnetizao longitudinal assim denominado o mtodo de magnetizao que produz um campo magntico longitudinal da pea e fechando o circuito atravs do ar. Portanto, recomendamos para a deteco de descontinuidades transversais na pea A magnetizao longitudinal obtida por induo de campo por bobinas ou eletroms (Yoke).

Figura 4: Exemplos de magnetizao longitudinal.

3.5.2 Magnetizao circular

Neste mtodo, que pode ser tanto por induo quanto por passagem de corrente eltrica atravs da pea, as linhas de fora que formam o campo magntico circulam atravs da pea em circuito fechado, no fazendo uma ponte atravs do ar. usada para a deteco de descontinuidades longitudinais.Este tipo de magnetizao conseguido atravs do uso da tcnica do contato direto, eletrodos e condutor central.

Figura 5: Exemplos de magnetizao circular3.6 Correntes de MagnetizaoAs correntes eltricas utilizadas na magnetizao para inspeo por partculas magnticas podem ser das mais variadas fontes existentes, como segue:

3.6.1 Corrente contnua (CC): somente obtida atravs de baterias, e que na prtica no aplicvel em processos industriais.

3.6.2 Corrente alternada (AC): usada para deteco de descontinuidades superficiais. A corrente alternada, devido ao ciclo alternado da corrente, promove maior mobilidade s partculas, tem pouca penetrao, as linhas de fora so mais concentradas na superfcie e, portanto mais recomendada para a deteco de descontinuidades superficiais.3.6.3 Corrente alternada retificada: usada para deteco de descontinuidades subsuperficiais, o que na prtica representa poucos milmetros de profundidade.

As principais correntes retificadas utilizadas em ensaio por partculas so:

- Corrente alternada retificada de meia onda;- Corrente alternada retificada de onda completa;- Corrente alternada retificada trifsica.3.7 Partculas Magnticas As partculas magnticas podem ser fornecidas na forma de p, em pasta ou dispersas em lquido. Em todos os casos, as partculas se constituem de um p ferromagntico de dimenses, forma, densidades e cor adequadas ao exame.

Denominamos de via ou veculo, o meio no qual a partcula est sendo aplicada.3.7.1 Via SecaDizemos que as partculas so para via seca, como o prprio nome indica, quando aplicadas a seco. Neste caso comum dizer que o veculo que sustenta a partcula at a sua acomodao o ar.Na aplicao por via seca usamos aplicadores de p manuais ou bombas aspersoras que pulverizam as partculas na regio do ensaio, na forma de jato de p.Comparando com o mtodo por via mida, as partculas por via seca so mais sensveis na deteco de descontinuidades subsuperficiais, mas no so mais sensveis para pequenas descontinuidades superficiais.3.7.2 Via mida mtodo de ensaio pela qual as partculas encontram-se em disperso em um lquido, denominado de veculo. Este lquido pode ser a gua, querosene ou leo leve.

No mtodo por via mida as partculas possuem granulometria muito fina, sendo possvel detectar descontinuidades muito pequenas, como trincas de fadiga.Devemos ressaltar que neste mtodo de ensaio, as partculas que esto em disperso, mesmo na presena do campo magntico, tm maior mobilidade do que na via seca, e podem percorrer maiores distncias enquanto se acomodam ou at serem aprisionadas por um campo de fuga. Da mesma forma, nas superfcies inclinadas ou verticais requerem menor esforo para remoo do excesso.3.7.2.1 Preparao das partculas via midaA preparao da suspenso por via mida muito importante para garantia da homogeneizao do banho e disperso das partculas na regio em ensaio, aps aplicao. Os fabricantes indicam nas prprias embalagens os valores de concentrao adequada para a suspenso. Algumas partculas so utilizadas tanto em querosene quanto em gua, fazendo com que o banho tenha uma composio homognea, evitando a formao de espuma e a oxidao da superfcie da pea logo aps o ensaio.3.8 Verificao da eficincia do ensaioA verificao da eficincia do ensaio deve ser realizada antes da execuo do ensaio, atravs de padres estabelecidos por norma, esta verificao nos garante que o conjunto de ensaio (equipamento de magnetizao e partculas) so capazes de detectar as descontinuidades procuradas.

Figura 6: Padres para verificao da eficincia.4. ENSAIO POR ULTRASSOM4.1 Princpios Fsicos

Ondas ultrassnicas so ondas mecnicas que consistem na oscilao de partculas atmicas ou moleculares de uma substncia, em torno de sua posio de equilbrio; estas vibraes repetem-se periodicamente durante certo tempo (com uma certa frequncia). O som pode ser classificado em infrassom, som audvel e ultrassom.

Figura 7:Espectro de frequncias sonorasAs ondas ultrassnicas comportam-se da mesma forma que as ondas snicas audveis. Elas propagam-se em meios elsticos os quais podem ser slidos, lquidos ou gasosos, mas nunca no vcuo.4.2 VantagensGrande poder de penetraoAlta sensibilidadePreciso (localizao da descontinuidade)Acesso por uma superfcieNo prejudica a sade do operadorPortabilidade4.3 DesvantagensExige experinciaPeas de geometria irregularUso de acoplantesBlocos padres e de referncia4.4 Tipos de Ondas4.4.1 Ondas longitudinais (compresso) So as ondas cujas partculas vibram na mesma direo de propagao da onda.Elas se propagam em lquidos, gases e slidos e a sua velocidade de propagao de aproximadamente 6000 m/s no ao, 1500 m/s na gua e 330 m/s no ar.

Figura 8: Propagao da onda longitudinal4.4.2 Ondas transversais (cisalhamento )So as ondas cujas partculas vibram perpendicularmente a direo de propagao da onda.

Figura 9: Propagao da onda transversalAs ondas transversais no se propagam nos lquidos e gases pela caracterstica das ligaes entre partculas, destes meios.A velocidade das ondas transversais de aproximadamente 50% da velocidade da onda longitudinal no mesmo meio.4.4.3 Ondas superficiaisOndas superficiais so caracterizadas pelo movimento das ondas ao longo da interface entre um corpo slido e um gs (ar). Estas ondas tm em geral um pequeno alcance por serem fortemente atenuadas.Existem dois tipos de ondas superficiais:Rayleigh e Creeping.4.5 Gerao e Recepo da Onda Ultrassnica4.5.1 Efeito piezoeltrico a propriedade que possui certos cristais de transformarem energia eltrica em energia mecnica e vice-versa.E a sua frequncia fundamental de ressonncia pode ser calculada pela expresso abaixo:

4.5.2 Tipos de cristaisOs principais cristais piezoeltricos so:- Quartzo- Sulfato de ltio- Titanato de brio

- Metaniobato de chumbo4.5.3 Transdutores (cabeotes) A transmisso e recepo das ondas snicas so feita atravs de cabeotes que operam conectados no aparelho de ultrassom, por meio de cabos coaxiais.

O cabeote pode conter um ou mais cristais piezoeltricos.Basicamente os cabeotes podem ser divididos em duas categorias:

(cabeote de incidncia normal

(cabeote de incidncia angular

4.5.3.1 Cabeote normalEste tipo de cabeote o mais utilizado na inspeo ultrassnica industrial, onde tem inmeras aplicaes. O cabeote normal emite ondas longitudinais que penetram na pea de maneira perpendicular (normal) a superfcie.

Figura 10: Cabeote Normal4.5.3.2 Cabeote angularA onda snica gerada pelo cristal do tipo longitudinal. Entretanto, quando esta onda passa da sapata acrlica para o material em ensaio, ocorre a refrao da onda, passando ento a ser do tipo transversal.

Figura 11: Cabeote AngularObs.: importante destacar que o ngulo do cabeote sempre o ngulo formado pela onda refratada no material em ensaio (ao) com a normal a superfcie e nunca o ngulo de incidncia.4.5.3.3 Cabeotes duplo cristalA dificuldade de deteco de descontinuidades prximas a superfcie foi superada com os cabeotes duplo cristal. Nestes cabeotes dois cristais, eltrica e acusticamente separados, atuam independentemente, um como emissor e outro como receptor.

Figura 12: Cabeote duplo-cristalO posicionamento dos cristais, geralmente de forma inclinada, feito com o objetivo de focalizar o feixe snico obtendo-se assim uma sensibilidade mxima no ponto focal, possibilitando a deteco de descontinuidades muito pequenas.4.6 Aplicaes4.6.1 GeralMedicinaAgropecuriaSoldagemLimpeza4.6.2 INDSTRIAFundidosForjadosLaminadosSoldados4.6.3 Aplicaes especficasDeteco e avaliao de descontinuidades internasDeteco de descontinuidades superficiaisMedio de espessurasAvaliao de corrosoDeterminao de propriedades fsicas:EstruturaTamanhoConstantes elsticas5. ENSAIO RADIOGRFICOA radiografia um mtodo usado para inspeo no destrutiva que baseia-se na absoro diferenciada da radiao penetrante pela pea que est sendo inspecionada.Devido s diferenas na densidade e variaes na espessura do material, ou mesmo diferenas nas caractersticas de absoro causadas por variaes na composio do material, diferentes regies de uma pea absorvero quantidades diferentes da radiao penetrante. Essa absoro diferenciada da radiao poder ser detectada atravs de um filme, ou atravs de um tubo de imagem ou mesmo medida por detectores eletrnicos de radiao. Essa variao na quantidade de radiao absorvida, detectada atravs de um meio, ir nos indicar, entre outras coisas, a existncia de uma falha interna ou defeito no material.A radiografia industrial ento usada para detectar variao de uma regio de um determinado material que apresenta uma diferena em espessura ou densidade comparada com uma regio vizinha, em outras palavras, a radiografia um mtodo capaz de detectar com boa sensibilidade descontinuidades volumtricas. Isto quer dizer que a capacidade do processo de detectar descontinuidades com pequenas espessuras em planos perpendiculares ao feixe, como trinca depender da tcnica de ensaio realizado. Descontinuidades volumtricas como vazios e incluses que apresentam uma espessura varivel em todas as direes sero facilmente detectadas, desde que no sejam muito pequenas em relao espessura da pea.O ensaio radiogrfico se utiliza da radiao ionizante. A radiao ionizante obtm se a partir de aparelhos de Raios X industriais, ou pela desintegrao de istopos radiativos, tais como Cobalto-60, Irdio-192 ou Selnio-75, entre outros. A radiao incide e deve atravessar a pea, chapa ou elemento de mquina que desejamos ensaiar. Do lado oposto ao da incidncia do feixe de radiao, coloca-se o elemento sensor que poder ser um filme radiogrfico, ou modernamente os captadores de imagem na forma de painis, placas de fsforo ou outros materiais que gravam a imagem recebida. A presena ou no de descontinuidades forma imagem no elemento sensor (filme ou placa) que contrastam com a imagem da pea, conotando deste modo a presena de descontinuidades.

5.1 Fontes de Radiao

5.1.1 Raios XOs raios X so gerados ao se acelerar, por meio de uma fonte externa de energia, os eltrons de um ctodo. Esses eltrons saem em alta velocidade em direo ao nodo.

Ao colidirem com o nodo, esses eltrons penetram na eletrosfera do metal do nodo, causando sua instabilidade, com grande liberao de calor e de ondas eletromagnticas. Os raios X.

Figura 13: Esquema da gerao de raios XA intensidade dos raios X determinado pela corrente eltrica que passa pelo filamento. Quanto maior a intensidade da corrente, maior o aquecimento do filamento e maior o nmero de eltrons que ele libera.5.1.2 Raios (O ncleo atmico do elemento qumico formado por partculas chamadas prtons e nutrons. Os elementos qumicos so definidos em funo do nmero de prtons presentes no ncleo do tomo.Entretanto, possvel encontrar tomos do mesmo elemento qumico com diferentes quantidades de nutrons no seu ncleo. Esses elementos so os chamados istopos.

Muitos dos istopos dos elementos encontrados na natureza so radioativos, isto , emitem espontaneamente do ncleo partculas e radiaes eletromagnticas.Existem dois tipos de istopos: os naturais e os artificiais. Os primeiros so encontrados normalmente na natureza. Os artificiais so produzidos nos reatores nucleares bombardeando-se nutrons nos ncleos dos tomos.

Figura 14: Esquema do equipamento para raios (5.2 Absoro da RadiaoTodos os materiais absorvem radiao, alguns mais do que outros. Os materiais densos e os de maior nmero atmico absorvem maior quantidade de radiao do que os materiais menos densos e os de menor nmero atmico. A espessura tambm contribui para a absoro, pois quanto maior a espessura, maior a quantidade de radiao absorvida.5.3 Filmes Radiogrficos

O filme para radiografia semelhante aos filmes comuns. A nica diferena que recoberto dos dois lados por uma emulso de sais de prata (brometo de prata - AgBr).Depois que o filme exposto radiao, os gros dos sais de prata reagem quimicamente quando em contato com o revelador, transformando-se em prata metlica enegrecida. essa prata escurecida que forma a imagem na chapa radiogrfica.5.4 Indicadores de Qualidade de Imagem (IQI)

um dispositivo, cuja imagem na radiografia usada para determinar o nvel de qualidade radiogrfica (sensibilidade).Estes indicadores podem ser na forma de lminas de uma ou vrias espessuras, ou fios de diversos dimetros, colocados em evidncia sobre a pea, para verificar a sensibilidade radiogrfica, isto , a nitidez desses dispositivos na radiografia.Em geral, o IQI deve ter 2 % da menor espessura da pea analisada e precisa necessariamente ser visvel na radiografia.5.5 Telas intensificadoras

So utilizadas com o intuito de filtrar determinadas radiaes, proteger o filme contra radiaes dispersas e tambm atuar como intensificadoras, isto , diminuir o tempo necessrio para exposio.A tela mais usada a tela de chumbo.

5.6 Processamento do filme

O processamento pode ser realizado de forma automtica ou manual, sendo este ultimo o mais utilizado. Depois que o filme exposto radiao, os gros dos sais de prata reagem quimicamente quando em contato com o revelador, transformando-se em prata metlica enegrecida. essa prata escurecida que forma a imagem radiogrfica.Abaixo a sequncia de processamento do filme:a) revelao;

b) banho de parada;

c) lavagem intermediria;

d) fixao;

e) lavagem final;

f) banho umectante;

g) secagem.

5.7 Proteo

As radiaes ionizantes dos tipos X e ( tm uma ao nociva sobre o organismo humano. Os efeitos dependem da quantidade de radiao que o corpo recebe. Os sintomas que se observa, na ordem de doses crescentes, so dores de cabea, falta de apetite, diminuio dos glbulos vermelhos, esterilidade e destruio dos tecidos.Um excesso de radiao pode provocar a morte de uma pessoa.Para se evitar qualquer problema, deve-se seguir rigorosamente o plano de radioproteo da empresa executante e aprovado pela CNEN (comisso Nacional de Energia Nuclear).

5.8 Vantagens e Limitaes

5.8.1 Vantagens

Das tcnicas convencionais de ensaios no destrutivos (lquidos penetrantes, partculas magnticas, ultrassom manual) o nico mtodo que apresenta registro permanente por meio de filme ou de imagem digitalizada de fcil compreenso, facilitando a situao de anlise, laudo e documentao, inclusive no acompanhamento atravs de auditagem. A Radioscopia Industrial tem a grande vantagem de mostrar um visual tridimensional da descontinuidade, ao vivo e em tempo real, se a pea for manipulada dentro do feixe de radiao.

5.8.2 Limitaes

Apresenta limitaes na deteco de descontinuidades planares (trincas) que so as mais graves em termos de afetar a integridade dos materiais. o ensaio com potencial nocivo sade, aos operadores e s pessoas da redondeza; exigem cuidados de radioproteo que incluem o isolamento da rea, o que prejudica sua aplicao em perodos normais de trabalho, passando a ser. Seguir e aplicar as normas de proteo radiolgica inclusive com a presena de instrumentos de medio de radiao registrados e calibrados. A rea de execuo do ensaio deve estar devidamente demarcada, impossibilitando o acesso de pessoas no autorizadas.6. TESTE MAGNTICO E TESTE POR PONTOSEste teste tem por objetivo a identificao de metais e ligas metlicas mais usadas na indstria por meio de im e reaes qumicas que podem ser aceleradas eletroliticamente.

Este teste pode ser aplicado em materiais recozidos ou normalizados. Materiais com tratamento trmico superficial tal como tmpera ou com mudanas decorrentes das condies de servio podem apresentar resultados errados.

7. ENSAIO DE ESTANQUEIDADE

Este ensaio tem por objetivo a estanqueidade de um sistema, atravs da localizao e deteco de descontinuidades passantes em juntas soldadas, como por exemplo, as chapas de reforo, soldas em ngulo de ligao fundo costado, podendo ser utilizado tambm em chapas e fundidos.

Convm lembrar que os testes pneumticos e os testes hidrostticos no se caracterizam como ensaio de estanqueidade, embora eles proporcionem a deteco de vazamentos, estes ensaios visam anlise da resistncia mecnica, deformao e recalques estruturais do equipamento.7.1 Mtodos de Ensaio

7.1.1 Ensaio de formao de bolhas com presso positivaEste mtodo utilizado para detectar descontinuidades passantes, atravs da aplicao da soluo formadora de bolha, estando pea, equipamento ou tubulao sujeita, a uma determinada presso de teste positiva.

7.1.2 Ensaio de formao de bolhas com presso negativa o mtodo utilizado para detectar descontinuidades passantes atravs da aplicao da soluo formadora de bolhas, estando cada trecho inspecionado sujeito a um vcuo parcial de no mnimo 14 kPa, abaixo da presso absoluta, obtido no interior de uma caixa de vcuo.

Este mtodo muito utilizado na inspeo de soldas em ngulo de juntas sobrepostas do fundo e das juntas da ligao fundo costados de tanques de armazenamento.

7.1.3 Ensaio de capilaridadeEnsaio utilizado para detectar a presena de descontinuidades passantes, atravs da aplicao de um lquido de alto efeito capilar por um lado da solda, equipamento ou pea, e do outro lado, aplicao de um revelador com comprovada eficincia de absoro. Aps um determinado tempo de penetrao, no mnimo 24 horas, inspeciona-se pelo lado por onde foi aplicado o revelador, vestgios do lquido utilizado na camada de revelador.

O lquido utilizado deve ser de difcil evaporao sob efeito do ar e ou temperatura, e o tempo de secagem deve ser superior ao tempo de penetrao. Normalmente, o lquido utilizado o leo diesel ou querosene, podendo ser adicionado a estes um corante para melhorar o contraste.

O revelador a ser utilizado pode ser tinta base de alvaiade, talco ou mesmo revelador de lquido penetrante. EMBED PBrush

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EMBED PBrush

EMBED PBrush

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onde :F = frequncia (Hz) V = velocidade do som no cristal (m/s) e = espessura do cristal

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_1279017285.vsd

conectores

Bloco amortecedor

Bloco amortecedor

cristal

cristal

Isolante acstico

Bloco de retardo

Bloco de retardo

_1279021137.vsdconector

cristal

Bloco

amortecedor

Bloco

amortecedor

carcaa

cunha acrilica

onda incidente

onda refratada

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Espiras

Yoke

Vazamento de fluxo

Partculas( indicao formada )

Descontinuidade

Pea