Apostila Biomecanica

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APOSTILA BIOMECNICA E CINESIOLOGIA

Curso Tcnico em Podologia

Prof. Andra Grande

Biomecnica e Cinesiologia Definio: o estudo da estrutura e da funo dos sistemas biolgicos utilizando os mtodos da mecnica. Anlise das aes das foras (movimento, acelerao, velocidade, tempo) de aspectos anatmicos e funcionais dos organismos vivos. Posio Anatmica: a posio anatmica no uma posio ereta natural, mas uma orientao corporal convencionalmente usada como posio de referncia ou ponto de partida para definir movimentos das articulaes e segmentos e para registrar a localizao de pontos especficos no corpo no espao. definida como sendo a posio em p ereta com a cabea, os dedos dos ps e as palmas das mos para frente, os ps ligeiramente afastados e os braos relaxados ao lado do corpo. Termos de Direo: so utilizados para descrever a relao entre as partes do corpo ou a localizao de um objeto externo em relao ao corpo. Superior ou Cranial: prximo cabea Inferior ou Caudal (Crural, Podal): longe da cabea Anterior ou Ventral: voltado para frente do corpo Posterior ou Dorsal: voltado para a parte de trs do corpo Medial: em direo linha mdia do corpo Lateral: afastado da linha mdia do corpo Proximal: prximo ao tronco Distal: afastado do tronco Superficial: na superfcie do corpo Profundo: dentro do corpo e afastado da superfcie corporal Planos de Seces, Cardeais do corpo ou de referncia anatmica: so superfcies planas imaginrias usadas para dividir o corpo ou rgos em trs reas ou dimenses definidas. Plano mediano ou sagital: divide em dois lados direito e esquerdo; Plano frontal ou coronal: divide em ventral e dorsal; Plano transversal ou horizontal: divide em cranial e podlico. Descrio dos movimentos e planos: As cores indicam o plano em que ocorrem os movimentos: Sagital; Frontal; Transversal. Flexo: indica que dois segmentos aproximam-se um do outro (diminui o ngulo articular); Dorsiflexo: movimento do dorso do p aproximando-se, ou no sentido da tbia; Extenso: ocorre quando dois segmentos movem-se afastando-se um do outro (aumenta o ngulo articular); Hiperextenso: se a extenso for alm da posio de referncia anatmica; Flexo plantar: o movimento da planta do p afastando-se da tbia; Abduo: movimento do segmento afastando-se da linha mdia; Aduo: movimento ocorre aproximando-se da linha mdia; Flexo ou inclinao lateral: a lateralizao do tronco;

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Desvio radial: movimento de abduo do punho, no sentido do rdio (afastando da linha mdia do corpo na posio anatmica palma da mo voltada para frente); Desvio ulnar: movimento de aduo do punho, no sentido da ulna (aproximando da linha mdia do corpo na posio anatmica palma da mo voltada para frente); Rotao interna, para dentro ou medial: uma rotao orientada para superfcie anterior do corpo; Rotao externa, para fora ou lateral: na direo oposta, orientada para superfcie posterior do corpo; Pronao: a rotao interna do antebrao; Supinao: a rotao externa do antebrao e o ponto de referncia para posio anatmica; Inverso: a superfcie plantar do p se inclina na direo na linha mdia do corpo; Everso:a superfcie plantar do p se inclina na direo oposta a linha mdia do corpo; Abduo ou flexo horizontal: movimento do membro superior ou inferior em 90 graus de flexo articular para longe da linha mdia do corpo; Aduo ou extenso horizontal: movimento do membro superior ou inferior em 90 graus de flexo articular na direo da linha mdia do corpo; Pronao do p: movimento do p em trs planos simultaneamente: em abduo, everso e dorsiflexo; Supinao do p: movimento do p em trs planos simultaneamente: em aduo, inverso e flexo plantar; Circunduo: caracterizado como movimento no planar, o movimento circular de um segmento corporal, combina flexo, extenso, abduo e aduo de uma articulao.

Eixos de referncia anatmica: quando um segmento corporal se move, ele sofre um deslocamento angular em torno de um eixo imaginrio de rotao que passa atravs da articulao qual este segmento est ligado. Existem trs eixos imaginrios para descrio do movimento humano, e cada um orientado perpendicularmente a um dos trs planos de movimento. Eixo sagital: une os planos ventral ao dorsal; Eixo longitudinal: une os planos cranial ao podlico; Eixo transversal: une os planos laterais. Centro de Gravidade: definido como o nico ponto de um corpo em torno do qual a massa est igualmente distribuda. Se o corpo fosse suspenso neste ponto, o corpo ficaria perfeitamente equilibrado. Os planos imaginrios esto dispostos perpendicularmente a cada um dos outros atravs do corpo, com seus eixos interseccionando-se no centro de gravidade do corpo (um ponto ligeiramente anterior a segunda vrtebra sacra). ligeiramente mais alto nos homens do que nas mulheres, porque os homens tem ombros mais largos enquanto as mulheres tem os quadris mais largos, tambm o comprimento das pernas do homem representa 56% da altura, enquanto que nas mulheres essa relao de 50%.

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Qualquer alterao na posio anatmica faz com que o centro de gravidade se mova. Ex; se os braos forem elevado acima da cabea o CG sobe, em pacientes amputados acima do joelho o CG fica mais alto.

OSSOS Funes: Sustentao e sistemas de alavanca: o esqueleto constitui-se de peas sseas e cartilaginosas articuladas que do sustentao ao corpo, e fornecem pontos de apoio para a fixao dos msculos formando um sistema de alavancas movimentadas pelos msculos; Proteo: protege rgos internos (SNC, corao, pulmes); Local de produo de certas clulas do sangue: aloja a medula ssea que forma o tecido hematopoitico. Armazenamento de ons Ca e P

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Diviso do esqueleto: O esqueleto humano formado por 206 ossos no indivduo adulto, pode ser dividido em duas partes: Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torcica. Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escpulas e clavculas; cintura plvica, formada pelos ossos ilacos (da bacia, quadril) e o esqueleto dos membros (superiores e inferiores).

Tipos de ossos: Curtos: so aproximadamente cbicos, de propores aproximadas ex: ossos do carpo e do tarso. Realizam movimento de deslizamento e servem para absorver impacto. Planos: so planos, achatados ex: escpula; esterno; costelas ossos do crnio. Servem para proteger rgos internos e tecidos moles, tambm fornecem grande rea para insero dos msculos. Irregulares: tem diferentes formas ex: vrtebras, maxilar, cccix e sacro. Longos: aqueles cujo comprimento maior que a espessura ex; fmur; mero. Adaptados para funes biomecnicas especficas.

ARTICULAES Articulao ou juntura a conexo entre duas ou mais peas esquelticas (ossos ou cartilagens). Essas unies no s colocam as peas do esqueleto em contato, como tambm permitem que o crescimento sseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Alm disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a contrao muscular. Classificao: 3 grupos Fibrosa ou Sinartrose: As articulaes nas quais o elemento que se interpe s peas que se articulam o tecido conjuntivo fibroso so ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de

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mobilidade delas, sempre pequeno. Existem trs tipos de articulaes fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose. Ex: suturas dos ossos do crnio; sindesmoses (tbio-fibular) e interssea radio-ulnar; gonfose a articulao especfica entre os dentes. Cartilaginosa ou Anfiartrose: Nas articulaes cartilaginosas o tecido que se interpe a cartilagem. Quando se trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas snfises a cartilagem fibrosa. Em ambas a mobilidade reduzida. Ex: sincondrose esfeno-occipital e a snfise pbica, tambm o disco intervertebral. Sinoviais ou Diartrose: representado pela cpsula articular(formada por uma membrana fibrosa externa, uma membrana sinovial interna e um espao virtual a cavidade articular), na cavidade articular encontrado o lquido sinovial (produzido pela membrana sinovial), lubrificante que permite grande mobilidade articular. Ex: articulaes do ombro, cotovelo, quadril, joelho. Tipos morfolgicos de articulaes sinoviais:

Plana: na qual as superfcies articulares so planas ou ligeiramente curvas, permitindo deslizamento de uma superfcie sobre a outra em qualquer direo. Ex: articulao acromioclavicular e as articulaes entre os ossos curtos do carpo, do tarso e entre os corpos das vrtebras. Gnglimo: ou dobradia, ex: articulao do cotovelo. Trocide: na qual, as superfcies articulares so segmentos de cilindro ex:a articulao radio-ulnar proximal responsvel pelos movimentos de pronao e supinao do antebrao. Condilar: cujas superfcies articulares so de forma elptica e elipside seria talvez um termo mais adequado. Ex: articulao radio-crpica (ou do punho); a articulao temporomandibular e as articulaes metacarpofalngicas. Selar: na qual a superfcie articular de uma pea esqueltica tem a forma de sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro. Ex: articulao carpo-metacrpica do polegar. Esferide: que apresenta superfcies articulares que so segmentos de esferas e se encaixam em receptculos ocos. Ex: a articulao do ombro e a do quadril.

MSCULOS Msculos so estruturas que movem os segmentos do corpo por encurtamento da distancia que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contrao. Dentro do aparelho locomotor, constitudo pelos ossos, articulaes e msculos, estes ltimos so os elementos ativos do movimento. Alm de tornar possvel o movimento, a musculatura tambm mantm unidas as peas do esqueleto, determinando a posio e a postura do esqueleto. Mecnica muscular: a contrao muscular vai produzir um trabalho mecnico, em geral representado pelo deslocamento de um segmento do corpo. Ao contrair-se ocorre um encurtamento do comprimento do msculo e conseqente deslocamento da pea esqueltica.

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Tipos de msculos: Voluntrio estriado esqueltico Involuntrio liso Involuntrio estriado cardaco

Ao muscular: Concntrica: a contrao muscular resulta em encurtamento do msculo e promove a aproximao dos segmentos corporais, ou dos ossos onde esto inseridos os msculos. A contrao concntrica a responsvel pela maioria dos movimentos dos membros do corpo humano. Excntrica: quando o msculo se alonga durante a contrao, afastando os segmentos corporais ou dos ossos onde esto inseridos os msculos. Age como mecanismo de freio Isomtrica: o msculo contrai sem sofrer alterao no seu comprimento e no h movimento dos segmentos corporais, ou seja, sem alterao no ngulo da articulao.

BIOMECNICA DA EXTREMIDADE SUPERIOR

OMBRO O complexo do ombro o que permite a maior mobilidade de todas as regies do corpo, proporciona ainda estabilizao para o uso da mo e ampla variao para colocao da mo (diferentes posturas). Articulaes: Articulao Esternoclavicular: a extremidade proximal da clavcula se articula com o manbrio do esterno, fornece mobilidade para a clavcula e escpula, do tipo esferoidal modificada e permite movimentos nos planos frontal e transverso. Articulao Acromioclavicular: a articulao do processo acromial da escpula com a extremidade lateral da clavcula, do tipo diartrsica irregular, permite mobilidade limitada nos trs planos para a clavcula e escpula (rotao durante a elevao do brao) Articulao Coracoclavicular: entre o processo coracide da escpula e a superfcie interna da clavcula, unidos por um ligamento, permite pequenos movimentos. Articulao Glenoumeral: situa-se entre a cabea do mero e a cavidade glenide da escpula, uma articulao esferoidal considerada a principal articulao do ombro. A articulao glenoumeral a que tem os movimentos mais livres do corpo humano, permitindo movimentos de flexo. Extenso, hiperextenso, abduo, aduo, abduo e aduo horizontais e rotao medial e lateral do mero. A cabea quase hemisfrica do mero tem uma rea trs a quatro vezes maior que a rasa cavidade glenide da escpula com a qual se articula. No permetro da cavidade glenide

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existe um lbio de cpsula articular que aprofunda a cavidade fornecendo mais estabilidade articulao, juntamente com a tenso dos msculos e ligamento em torno da cpsula articular. Existem internamente cpsula articular do ombro, alguns sacos fibrosos que secretam lquido sinovial, as bolsas sinoviais, eles funcionam como coxim e reduzem o atrito . Movimento da articulao glenoumeral: Flexo: 90/ 180; Extenso / Hiperextenso: 0 ou 45/ 40 - 50 / 40 - 60; Abduo:180 / 124; Aduo: 45/ 30 - 45; Rotao medial: (muda conforme a elevao do brao) 55 com brao aduzido e cotovelo 90 flexo ou ainda 100 - 110 passando atrs do tronco / 70 com brao abduzido e flexo de 90 de cotovelo; Rotao lateral:40 - 45 ou 80 com aduo / 90 com abduo; Abduo horizontal: 30 - 40; Aduo horizontal: 140.

Leses comuns do ombro: Luxaes: estrutura frouxa da art. permite extrema mobilidade mas fornece pouca estabilidade, O mecanismo de trauma normalmente abduo com rotao lateral somado a fora externa de impacto; Sndrome do choque do manguito rotador: movimentos de fora envolvendo abduo ou flexo com rotao medial (arremesso, saque do tnis e natao); Leses por rotao: rotao repetida e forada do ombro ou o rompimento do tendo muscular, levando a um desgaste do lbio da glenide at roturas.

COTOVELO a articulao intermediria do membro superior, realizando a juno mecnica entre o primeiro segmento brao e o segundo antebrao do membro superior. Articulaes: Articulao Umeroulnar: considerada a principal articulao do cotovelo, nesta articulao a trclea do mero, de formato oval, articula-se com uma estrutura de encaixe recproco ao olcrano da ulna, um articulao do tipo dobradia, permitindo flexo e extenso, e em alguns indivduos um pouco de hiperextenso. Articulao Umeroradial: adjacente a art. umeroulnar, formada entre o captulo esfrico da face lateral da extremidade distal do mero e a extremidade proximal do rdio. Articulao Radioulnar Proximal: entre a cabea do rdio e a incisura da ulna, uma articulao cilndrica na qual o ligamento anular une o rdio ulna. A pronao e supinao do antebrao ocorrem quando o rdio gira em relao a ulna nesta articulao.

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Movimentos do cotovelo: Flexo: 135 / 145 - 160(passiva); Extenso: 0 / - 5 / 5 - 10; Pronao: 90 / 85; Supinao: 90.

Leses comuns do cotovelo: Luxaes: no so to freqentes e normalmente acometem indivduos com menos de 30 anos, geralmente acontecem durante participao em esportes ocorrendo por hiperextenso, particularmente se acompanhada de fratura do mero ou ruptura de ligamento. Leses por uso excessivo: leses de estresse dos tecidos colgenos so progressivas, a epicondilite lateral em jogadores de tnis e golfe, a epicondilite medial em crianas puxadas pela mo para cima quando tropeam.

PUNHO a articulao distal do membro superior, permite que a mo (segmento efetor) apresente-se na posio tima para preenso. Articulaes: Articulao Radiocrpica: a articulao do rdio com os trs ossos proximais do carpo, o escafide, o semilunar e o piramidal, do tipo condilar, sendo considerada a principal articulao do punho. Permite movimentos nos planos sagital e frontal, assim como a circunduo Articulao Intercrpica: as articulaes intercrpicas so do tipo plana e acrescentam pouco movimento ao punho. Movimentos do Punho: Flexo:aproximao da face palmar da mo face anterior do antebrao, 80 / 85; Extenso: o retorno posio anatmica, 70 / 85; Hiperextenso: a superfcie dorsal da mo aproxima-se da face posterior do antebrao Flexo ou Desvio Radial: abduo, 20 / 15 (3 dedo); Flexo ou Desvio Ulnar: aduo, 30 / 45 (3 dedo); Circunduo: movimento seqencial da mo no punho nas quatro direes, 160 170.

MO A mo humana um utenslio maravilhoso, capaz se executar inmeras aes graas a sua funo essencial: a preenso.

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Articulaes: Articulaes Carpometacarpianas: entre trapzio e o primeiro metacarpo, tipo selar, as outras art. carpometacarpianas so geralmente referidas como planas; Articulaes Intermetacarpianas: so irregulares e compartilham as cpsulas articulares das carpometacarpianas; Articulaes Metacarpofalangianas: tipo condilar, entre as cabeas arredondadas distais dos metacarpos e as extremidades cncavas proximais das falanges; Articulaes Interfangianas: so do tipos dobradia entre as falanges, so proximal e distal. Movimentos da Mo: Articulaes Metacarpofalangianas: flexo (90), extenso (30 - 45), abduo (20), aduo (20) e circunduo do II ao V dedo, e a do polegar somente flexo (60 - 70 ativa; 80 - 90 passiva) e extenso (50); Articulaes Interfangianas: proximal - flexo (100) e extenso (0); distal flexo (90) e extenso (0 - 10), e a do polegar flexo ativa 75 - 80 e passiva 90, a extenso 5 - 10

Leses comuns do punho e mo: Toro do punho e o Estiramento do punho: normalmente acompanhados de luxao de um osso do carpo ou da extremidade distal do rdio, resultam de sustentar a fora de uma queda sobre o punho estendido; Fraturas metacarpianas: nos boxeadores levando a deformidade do dedo em martelo, art. interfalangiana distal cada; Sndrome do tnel do carpo: compresso dos nervos das mos e dedos; Doena de Quervain: tendinite do extensor e abdutor do polegar.

Atitudes patolgicas da mo e dos dedos: Deformidade em pescoo de cisne: hiperextenso da art.interfalangiana proximal e flexo da art. interfangiana distal, sinovite secundria artrite reumatide; Ndulos de Heberden: pequenos ndulos sseos nas articulaes interfalangianas, podem indicar osteoartrite; Dedo de macete: pela ruptura da insero do msculo extensor comuns dos dedos, afastando a falange distal.

BIOMECNICA DA COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral segmento mais complexo e funcionalmente significativo do corpo humano. Exercendo funo de ligao entre os membros superior e inferior, a coluna vertebral permite movimento em trs planos, funcionando ainda como proteo ssea

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para a medula espinhal. Para muitos pesquisadores e clnicos a regio lombar da coluna de especial interesse porque a lombalgia o principal problema mdico e scioeconmico dos tempos modernos, sendo tambm comum em atletas. Estrutura da coluna vertebral e articulaes: A coluna vertebral: - Sobreposio de 33 vrtebras separadas estruturalmente em cinco regies: 7 cervicais; 12 torcicas; 5 lombares; 5 sacrais fundidas e 4 coccgeas fundidas.

- Segmento motor: corresponde a regio entre duas vrtebras adjacentes e as partes moles entre elas que permitem movimento entre as vrtebras. O segmento motor considerado a unidade funcional da coluna vertebral.

Curvaturas da coluna: so 4, as curvas aumentam a resistncia da coluna vertebral aos esforos de compresso. - Primrias: so as cifoses torcica e sacral so cncavas anteriormente e presentes desde o nascimento.

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- Secundrias: so as lordoses cervical e lombar so cncavas posteriormente e desenvolvem-se partir da sustentao do peso corporal, quando a criana se senta e fica de p. Desenvolvimento da curva lombar: no 1 dia de vida do beb a lombar tem concavidade anterior, aos 3 meses de vida esta curva se retifica e ao 3 anos de idade inicia a lordose lombar de concavidade posterior que se afirma aos 8 anos e finaliza ao 10 anos de idade. - Postura: pode ser influenciada pela hereditariedade, patologias, estado mental e pelas focas as quais a coluna est sujeita habiltualmente, pois os ossos so modelados em resposta a intensidade e direo das foras que agem sobre eles. Vrtebras: constitudas de corpo, processos espinhosos e transversos, forame vertebral circundado pelo anel sseo chamado de arconeural que protege a medula espinhal. Crnio caudalmente (da cervical lombar) ocorre um aumento progressivo no tamanho dos corpos vertebrais e na orientao dos processos articulares. Sendo o corpo vertebral da regio lombar o maior e mais espesso, apresentando uma rea maior pode suportar maior peso, os processos articulares nas facetas limitam o movimento do segmento motor.

Discos intervertebrais: apresentam diferentes espessuras ao longo da coluna vertebral, sempre relacionado a altura do corpo vertebral adjacente. Na cervical 3mm, na torcica 5mm e na lombar 9mm. Articulao tipo snfese que tem funo amortecedora; Composto pelo nulo fibroso (anel formado de fibras que se cruzam em diferentes obliqidades e tambm na vertical), resistindo as foras de inclinao e toro, e pelo ncleo pulposo (em forma de quase esfera, apresenta consistncia gelatinosa com 88% de gua), no est localizado exatamente no centro do disco.

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Quando sofre compresso o disco perde gua e absorve potssio (traumas e o envelhecimento reduzem a capacidade de absoro de gua hidratao do disco), e a compresso constante sobre o disco reduz a hidratao e conseqentemente a altura do disco diminui.

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O disco no vascularizado portanto, sua nutrio ocorre atravs da ao de bombeamento entrada e sada de gua que transporta os nutrientes e removendo metablitos durante as alteraes posturais.

Movimentos da coluna: Os movimentos nos segmentos motores so pequenos, entretanto a ao combinada de muitos segmentos motores, permite um arco de movimento relativamente grande ao tronco, nos trs planos. Com a idade avanada ocorre decrscimo d e aproximadamente 50% no arco de movimento. Lombar: - Plano Sagital: flexo - 60; extenso - 35 - Plano Frontal: flexo ou inclinao lateral - 20 - Plano Transversal: rotao - 5

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Torcica: - Plano Sagital: flexo - 105; extenso - 60 - Plano Frontal: flexo ou inclinao lateral - 20 - Plano Transversal: rotao - 35 Cervical: - Plano Sagital: flexo - 40; extenso - 75 - Plano Frontal: flexo ou inclinao lateral 35 - 45 - Plano Transversal: rotao - 45 - 50

Angulao total da coluna = flexo 110; extenso 140; flexo lateral 75 - 85; rotao 90 Curvaturas Anormais:as curvaturas so deformadas devido a ao de foras assimtricas. - Hiperlordose: a acentuao da curva lombar que resulta de desequilbrio entre a musculatura posterior da coluna lombar e a anterior da regio abdominal (freqentemente acompanha a anteverso plvica) - Hipercifose: a acentuao da curva torcica, resulta freqentemente do desequilbrio muscular anterior da regio peitoral e a posterior da coluna torcica, tambm freqente em nadadores e na doena de Scheuermamnn (vrtebra em cunha) - Escoliose: o desvio lateral da coluna, os pequenos desvios laterais resultam de maus hbitos posturais enquanto que escolioses severas acompanham rotaes vertebrais so deformantes e dolorosas.

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-Escoliose: A escoliose uma deformao morfolgica tridimensional da coluna vertebral. considerada uma patologia multifatorial, podendo ter vrias origens: situaes compensatrias, congnitas, neuromusculares, por posturas antlgicas ou idiopticas. A escoliose idioptica uma afeco de crescimento e atinge mais de 20% da populao infantil. As escolioses podem ser classificadas em infantis (at 3 anos), juvenis (de 3 anos puberdade), do adolescente (aps a puberdade) e do adulto. As escolioses idiopticas no tem causa aparente, sabe-se que tm origem hereditria e multifatorial. Outro fator que pode estar envolvido diz respeito s anomalias do tecido colgeno, dos discos e dos corpos vertebrais. A grande incidncia da escoliose idioptica feminina pode ser explicada por fatores hormonais.

Leses comuns: - Lombalgia: resulta de componentes psico-sociais e fatores ocupacionais relacionados ao estresse mecnico no segmento lombar inferior, exemplo o levantamento de peso assimtrico e inapropriado e o sentar incorreto, provocando aumento da presso sobre os discos intervertebrais lombares. - Contuses e estiramentos musculares por impacto ou sobrecarga, gerando espasmos musculares. - Fraturas: - do corpo da vrtebra: esmagamento por compresso axial pode ser parcial = 600kg de compresso e total = 800kg; - dos processos espinhosos ou transversos da vrtebra: resultam de trauma forte sobre a coluna; - Hrnia de disco: consiste em protuso do ncleo pulposo atravs do nulo fibroso, principalmente relacionado ao mecanismo de trauma em flexo lateral associado a rotao da coluna e suporte de carga, mais comum na regio lombar baixa (L4-L5 e L5 e S1).

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BIOMECNICA DA PELVE Estutura: A pelve (bacia) consiste nos ossos do sacro, cccix e dois ossos ilacos (ou ossos do quadril), que por sua vez so formados pela fuso de trs outros ossos: lio, squio e pbis, eles esto separados, no incio da vida, mas no adulto esto unidos formando uma slida estrutura.

A bacia plvica proporciona suporte aos rgos abdominais, proteo aos rgos plvicos e transmite foras da cabea, tronco e membros superiores s extremidades inferiores. H uma diferena na morfologia da cintura plvica em relao aos sexos, quando se compara a pelve masculina com a pelve feminina, observa-se que a pelve feminina mais larga (com maior abertura), o tringulo no interior do qual ela se insere possui uma base mais larga daquele que se insere na pelve masculina, por outro lado a pelve feminina tem altura menor que a masculina, esta diferena morfolgica est ligada funo de gestao e sobretudo ao parto. A pelve est fechada posteriormente pelo sacro, situado entre os dois ossos ilacos, com os quais se articula, atravs das articulaes sacroilacas. E anteriormente os dois ossos ilacos articulam-se entre si ao nvel dos pbis na articulao da snfese pbica. Formando assim o anel sseo conhecido como pelve. Partes sseas: crista ilaca; espinha ilaca ntero-superior; tuberosidade ou tubrculo ilaco; tuberosidade ou tubrculo pbico; espinha ilaca pstero-superior e tubrculo ou tuberosidade isquitica.

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Articulaes: A pelve compe se basicamente de trs articulaes: duas articulaes sacroilacas (par) e uma snfese pubica (mpar). H ainda, autores que consideram outras duas articulaes: lombosacra (mpar) e a sacrococcgea. Todas estas articulaes juntamente com as duas articulaes dos quadris, chamadas articulaes coxofemorais, formam a cintura plvica. Estas articulaes foram consideradas imveis pelos clnicos antigos, exceto por ligeiros movimentos ocorrendo durante a gravidez. No sculo XX foi estabelecido que pequenos movimentos nestas articulaes ocorrem em mulheres e homens, mas como so difceis de medir, ainda h uma tendncia em considera - los insignificantes, at imveis. Entretanto muitos clnicos consideram que, leses dos ligamentos, hiper ou hipomobilidade e condies inflematrias da articulao sacroilaca como origem de lombalgia. Para compreendermos o movimento dessas articulaes preciso lembrar que as sacroilacas, junto com a snfise pbica, formam o anel plvico. Adicionando ainda a este as articulaes coxo-femorais e lombosacrais temos uma cadeia de articulaes interligadas. Portanto os movimentos em uma das articulaes desta cadeia afeta necessariamente as outras, pois esto interligadas na funo e na disfuno. Articulaes Sacroilacas:

A articulao formada pelo sacro e os lios uma articulao sinovial, sustentada por trs dos mais fortes ligamentos do corpo humano, (os ligamentos sacro ilacos anterior e posterior e pelo ligamento intersseo). A possibilidade de movimento das articulaes sacrilacas muito reduzida, tanto que, praticamente, toda estrutura da bacia plvica pode ser considerada como um s osso. A caracterstica exata do movimento da sacroilaca controverso, no h um consenso na literatura para um modelo nico de movimento da articulao sacroilaca ou para um eixo fixo desse movimento. Snfise Pbica:

As superfcies articulares dos ossos pbicos so do tipo cartilaginosa, sendo a articulao protegida por fortes ligamentos e fixaes musculares. A snfise pbica completa o fechamento do anel plvico, assim, mesmo pequenos movimentos ocorrendo na art. sacroilacas devem ser acompanhados de movimentos na snfise pbica. Movimentos da art. sacro ilaca: nutao, contranutao e movimento dos ilacos

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Na nutao, a base do sacro, tambm chamada de promontrio, move-se inferior e anteriormente enquanto que o pice ou a rea distal do sacro e cccix, movem-se posteriormente (durante este movimento o sacro se move em relao aos ilacos que permanecem relativamente fixos). Alm disto, as cristas ilacas se aproximam e as tuberosidades isquiticas afastam-se (neste movimento os ilacos se movem em relao ao sacro relativamente fixo). Esse movimento ocorre durante a flexo do tronco para frente ou como quando na posio sentada. A nutao faz a sada plvica tornar-se maior e a entrada menor. A contranutao o movimento oposto com o promontrio do sacro movendo-se para cima e posteriormente enquanto o pice do sacro e o cccix movem-se anteriormente (durante este movimento o sacro se move em relao aos ilacos que permanecem relativamente fixos), quando as cristas ilacas afastam-se e as tuberosidades isquiticas so aproximadas(neste movimento os ilacos se movem em relao ao sacro relativamente fixo). Esse movimento ocorre durante a extenso do tronco ou como quando na posio em p. Movimentos da snfise pbica:

Apresenta grau de mobilidade quase nula, mantm a integridade do anel plvico, quando se produz uma deslocao da snfise pbica, ocorre a distase entre os dois pbis permitindo o afastamento das superfcies ilacas das articulaes sacroilacas e o sacro, no podendo mais ser mantido, pode deslocar-se para frente. A secreo de hormnio durante a gravidez causa frouxido ligamentar e permite o aumento da amplitude de movimentos das sacroilacas e da snfise pbica, assim a entrada da pelve fica maior para acomodar o feto e a sada torna-se maior no parto. A excessiva frouxido ligamentar pode produzir dor grave at luxao. Movimentos da pelve: A pelve pode ser movida em trs planos: os movimentos no plano sagital so chamados inclinao anterior ou anteverso e inclinao posterior ou retroverso; o movimento no plano frontal conhecido como inclinao lateral para direita ou para esquerda; pode ocorrer tambm rotao da pelve no plano transverso, como observado durante a marcha ou corrida. O movimento plvico resulta de alteraes na orientao da articulao lombossacra e/ou dos fmures (articulaes coxo-femurais), ou ainda de ambos. Movimentos plvicos isolados so chamados: movimentos primrios da pelve. Mais comumente, o movimento plvico acompanha e facilita o movimento da coluna ou do quadril, isto conhecido como movimento secundrio da pelve, sendo o movimento cooperativo da pelve necessrio durante a execuo de muitas atividades que geralmente so consideradas movimentos da coluna ou do quadril.

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Movimentos primrios da pelve: PELVE Anteverso Retroverso Inclinao lateral direita Rotao direita LOMBAR Hiperextenso Flexo discreta Flexo lateral esquerda Rotao esquerda QUADRIL Flexo Extenso Abduo Dir.; Aduo Esq. Rotao externa Esquerda; Rotao interna Direita

Movimentos secundrios da pelve: COLUNA Flexo Hiperestenso Flexo lateral esquerda Rotao esquerda FMUR Flexo Extenso Abduo direita Rotao interna direita PELVE Retroverso Anteverso Inclinao lateral direita Rotao direita PELVE Retroverso Anteverso Inclinao lateral direita Rotao esquerda

BIOMECNICA DA EXTREMIDADE INFERIOR

Embora existam algumas semelhanas entre as articulaes dos membros superiores e inferiores, o membro superior mais especializado para atividades que requerem grandes arcos de movimentos. Por outro lado, a estrutura anatmica do membro inferior bem adaptada s funes de sustentao de peso e de locomoo. Alm destas funes bsicas o membro inferior revela competncias mais especializadas como: a manuteno do equilbrio na ponta do p por uma bailarina, ou a execuo de um gol. QUADRIL Estrutura: O quadril uma articulao esferoidal. A cabea do fmur forma aproximadamente dois teros de uma esfera. O acetbulo uma estrutura cncava que esta angulada obliquamente em uma direo anterior, lateral e inferior. O acetbulo tambm fornece um encaixe mais profundo que a cavidade glenide da articulao do ombro, sendo a estrutura ssea do quadril portanto, muito mais estvel e menos sujeita a luxao que a do ombro.

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Articulao: A articulao do quadril o melhor exemplo de uma articulao de bola e soquete (junta esfrica) no corpo humano. A cartilagem articular recobre ambas as superfcies articulares, sendo mais espessa na periferia do acetbulo (maior estabilidade). A rea medial da cartilagem articular chamada fossa acetabular, que serve de reservatrio para o lquido sinovial (lubrifica e nutre a cartilagem), tambm a fossa acetabular contm o ligamento redondo, que fornece uma insero direta da borda do acetbulo at a cabea do fmur, sua funo principal levar suprimento vascular cabea do fmur.

Movimento: A articulao do quadril possui trs graus de liberdade de movimento: flexo extenso, abduo aduo e rotao interna externa. Na maioria das atividades ocorrem combinaes destes trs tipos de movimentos, e os movimentos do quadril so acompanhados de movimentos da coluna lombar e da pelve para mobilidade total.

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A amplitude normal dos movimentos da articulao do quadril varia consideravelmente com a idade, sendo que a flexibilidade do quadril diminui gradualmente durante toda infncia, adolescncia e maturidade, diminuindo a amplitude dos movimentos. FLEXO ATIVA COM JOELHO ESTENDIDO : 90 FLEXO PASSIVA COM JOELHO ESTENDIDO: 120 FLEXO ATIVA COM JOELHO FLETIDO: 120 FLEXO PASSIVA COM JOELHO FLETIDO: 140 EXTENSO ATIVA COM JOELHO ESTENDIDO : 20 EXTENSO PASSIVA COM JOELHO ESTENDIDO: 20 EXTENSO ATIVA COM JOELHO FLETIDO: 10 EXTENSO PASSIVA COM JOELHO FLETIDO: 30 ABDUO ATIVA: 90 (120 - 130 TREINAMENTO) ABDUO PASSIVA: 180 ADUO ATIVA: 30 ADUO PASSIVA: 30 ROTAO INTERNA: 30 - 40 ROTAO EXTERNA: 60

JOELHO

Estrutura: O joelho a articulao intermediria do membro inferior formada por trs ossos: fmur, tbia e fbula, trabalha essencialmente em compresso, sob ao da gravidade. Funcionalmente o joelho capaz de suportar o peso corporal e permite a sustentao de grande cargas na posio ereta, quando em extenso completa possui grande estabilidade articular. Assim como apresenta a mobilidade necessria para atividades de locomoo, a partir de um certo grau de flexo.

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A estabilidade da articulao do joelho propiciada pela ao em conjunto das estruturas da cpsula articular, que forma um envlucro fibroso envolvendo desde a extremidade inferior do fmur at a extremidade superior da tbia, mantendo o contato destas superfcies; dos ligamentos colaterais medial e lateral, que so fortes ligamentos que impedem os movimentos laterais do joelho; e aos ligamentos cruzados anterior e posterior, que limitam o deslizamento para frente e para trs do fmur sobre o plat tibial; tambm outros ligamentos e inseres de tendes musculares trabalham associadamente para manuteno da estabilidade a articulao do joelho.

Articulaes: O joelho um grande complexo articular que inclui trs articulaes: as articulaes tibiofemoral medial, tibiofemoral lateral e a patelofemoral.

Articulao tibiofemoral:

Os cndilos medial e lateral da tbia e do fmur articulam-se para formar uma articulao bicondilar, pela sua proximidade estas duas articulaes condilares funcionam como uma nica articulao do tipo dobradia. Os cndilos medial e lateral do fmur so convexos e articulam-se com os dois cndilos tibiais, tambm conhecidos como plats tibiais, que so menores e possuem uma ligeira concavidade, formando suaves depresses separadas por uma regio conhecida como eminncia intercondilar ou intercondiliana da tbia, que juntamente com os meniscos compensam a no concordncia das superfcies articulares tibiofemorais.

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A superfcie articular longitudinal dos cndilos femorais possuem praticamente o dobro do comprimento da superfcie dos cndilos tibiais. Meniscos: Os meniscos so discos de fibrocartilagem que aprofundam as depresses articulares do plat tibial, e servem para aumentar a congruncia as articulaes tibiofemorais e para distribuir a presso, no sentido de absorver a fora sobre o joelho. Os meniscos tambm conhecidos como cartilagens semilunares, tem forma de meia lua sendo mais espessos nas bordas como cunhas, esto localizados na periferia de cada plat tibial. O menisco externo ou lateral, do lado da fbula forma um anel quase completo, enquanto o menisco interno ou medial forma um C. Os meniscos no esto livres ou soltos nas duas superfcies articulares, suas extremidades, chamadas de cornos, sendo corno anterior e posterior, esto fixados sobre o plat por meio de vrias inseres, como na cpsula articular, por ligamentos e juntamente a tendes de alguns msculos.

Articulao Patelofemoal:

A articulao patelofemoral consiste na articulao da patela envolvida pelo tendo patelar, a patela um osso sesamide, assentado dentro da cpsula da articulao para articular-se com as superfcies dos cndilos femorais (trclea femoral). A superfcie articular da patela possui uma crista vertical proeminente dividindo-a em facetas articulares medial e lateral. A finalidade principal da patela aumentar o desempenho do msculo quadrceps na extenso do joelho pelo prolongamento de sua insero junto ao tendo patelar na tbia, o tendo infrapatelar, tambm a patela protege parcialmente a face anterior do joelho.

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Movimento: A articulao do joelho possui dois graus de liberdade de movimento: flexo - extenso e rotao interna externa. A flexo e extenso so os principais movimentos do joelho, sendo a flexo definida como a aproximao da face posterior da perna face posterior da coxa, a amplitude de flexo do joelho diferente de acordo com a posio do quadril: FLEXO ATIVA COM QUADRIL FLETIDO: 140 FLEXO ATIVA COM QUADRIL ESTENDIDO: 120 FLEXO PASSIVA COM QUADRIL FLETIDO: 160 EXTENSO ATIVA COM EXTENSO OU FLEXO DO QUADRIL : 0 HIPEREXTENSO PASSIVA OU PATOLGICA: 5 - 15

A rotao da tbia em relao ao fmur s possvel quando o joelho est em flexo e o p no realiza contato com o solo, ou seja, sem sustentao de peso. ROTAO EXTERNA ATIVA: 40 ROTAO EXTERNA PASSIVA: 45 - 50 ROTAO INTERNA ATIVA: 30 ROTAO INTERNA PASSIVA: 35

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Alinhamento e Deformidade do joelho: Normalmente entre o eixo longitudinal das difises do fmur e da tbia forma-se um ngulo aberto, de cerca de 170, este ngulo devido a posio aduzida da difise do fmur em relao ao alinhamento da tbia, desencadeando o valgo ou valgismo fisiolgico do joelho. O valgo fisiolgico mais acentuado nas mulheres do que no homens, por conseqncia da bacia feminina ser mais larga, ocorre maior separao dos quadris em relao aos tornozelos, abrindo ainda mais o ngulo

. O ngulo de valgismo sofre variaes patolgicas: Genu varum ou varo: aparece quando o ngulo do valgismo se inverte, o centro do joelho deslocado para fora e o ngulo entre o eixo das difises do fmur e da tbia maior do que 170, ex: 180 . Genu valgum ou valgo: quando o ngulo se fecha, sendo menor que o fisiolgico 170, ex: 165 e o centro do joelho deslocado para dentro. Genu recurvatum: a hiperextenso dos joelhos, que pode estar relacionada a fatores como: frouxido ligamentar, p eqino e fraqueza muscular.

TORNOZELO E P

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Estrutura: O tornozelo, o p e os dedos do p consistem em um complexo de 34 articulaes que, pela estrutura ssea, fixaes ligamentares e contrao muscular so capazes de mudar, em um nico passo, de uma estrutura flexvel que se amolda s irregularidades do solo, para uma estrutura rgida de sustentao de peso. As caractersticas flexveis-rgidas do complexo tornozelo-p proporcionam mltiplas funes como: suporte do peso; controle e estabilizao da perna sobre o p plantado; ajustamento a superfcies irregulares; amortecimento de choques ao andar, correr ou aterrissar de um salto; e elevao do corpo, como ao ficar nas pontas dos ps, subir ou saltar. Segmentos do p: Os ossos do p podem ser classificados em trs segmentos: o retrop (talo e calcneo), o mediop (navicular, cubide e os trs cuneiformes) e o antep (metatarsianos e falanges).

Arcos do p: Os ossos associados aos ligamentos do p formam trs arcos: o arco longitudinal medial, o arco longitudinal lateral e o arco transverso.

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A finalidade destes arcos a de auxiliar no suporte do peso corporal e tambm fornecem alavanca para o caminhar. Arco Longitudinal Interno ou Medial: o mais longo e o mais alto, ele composto dos ossos: calcneo, talo, navicular (escafide), primeiro cuneiforme e primeiro metatarsiano. Conserva sua concavidade durante a transmisso de esforo mecnico. muito flexvel graas a mobilidade do talus sobre o calcneo. Arco Longitudinal Externo ou Lateral: mais baixo e composto do calcneo, cubide e quinto metatarsiano. Toma contato com o plano de apoio durante a transmisso de esforo mecnico. mais rgido para poder transmitir o impulso ao trceps sural.

Arco Transverso: cncavo e vem de medial lateral, se estendendo das reas desde a cabea do primeiro metatarsiano cabea do quinto metatarsiano. A concavidade deste arco pouco acentuada.

H uma estrutura que atua suportando o arco longitudinal medial, como uma viga virtual, a aponeurose plantar ou fscia plantar formada de faixas densas, fibrosas e interligadas de tecido conjuntivo, que se originam na tuberosidade do calcneo e estende-se ao longo da planta do p, inserindo-se nas estruturas ligamentares prximas s cabeas dos metatarsos, recobrindo todas as estruturas de tecido mole da planta do p.

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A tenso na fscia plantar sustenta o arco, quando a fscia estirada durante a sustentao do peso, ela funciona como uma mola para acmulo de energia mecnica, que usada para remover o p da superfcie de sustentao.

Articulaes do Tornozelo: A regio do tornozelo inclui as articulaes tibiotalar, fibulotalar e tibiofibular distal, todas as trs articulaes esto envolvidas pela cpsula articular.

Articulao Tibiotalar ou Tibiotrsica tambm chamada Talocrural:

a articulao entre o talo ou talus e a tbia, do tipo dobradia permite um grau de liberdade de movimento. A trclea do talo possui uma superfcie superior convexa para sustentao do peso que se articula com a extremidade cncava distal da tbia e possui as superfcies medial e lateral que se articulam com o malolo medial da tbia e com o malolo lateral da fbula, assim os malolos formam um encaixe forte para a trclea do talo. Articulao Tbiofibular:

A tbia e a fbula esto firmemente conectadas nas articulaes tibiofibulares superior e inferior pela membrana interssea, a sindesmose tbiofibular. Os malolos so mantidos firmemente unidos pelos ligamentos anterior e posterior da articulao tibiofibular distal. Os movimentos nestas articulaes so limitados a poucos graus, mas so essenciais para os movimentos normais de dorsiflexo e flexo plantar. A dorsiflexo faz com que a cabea da fbula mova-se superiormente, e a flexo plantar faz com que se mova inferiormente

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Articulao Fibulotalar:

Trabalha junto com a articulao tibiotrsica. Articulaes do P: Da mesma forma que a mo, o p uma estrutura composta de 26 ossos e numerosas articulaes. Esto includas as articulaes subtalar e mdiotrsicas, alm das articulaes tarsometatrsicas, intermetatrsicas, matatarsofalngianas e interfalangianas.

Articulao Subtalar:

As facetas anterior e posterior do talo se articulam com a face superior do calcneo para formar a articulao subtalar e quatro ligamentos talocalcaneanos unem o talo e o calcneo. Articulao Mdiotrsica ou Transversa do Tarso:

Quando vista de cima, sua linha articular tem forma de S, formada por duas superfcies de articulao, as articulaes talonavicular e calcaneocubidea. A mdiotrsica participa no movimento do antep sobre o retrop, para baixar o arco longitudinal da p na pronao e para elevar o arco durante a supinao. Articulaes Tarsometatrsicas (anas) e Intermetatrsicas (anas):

Os ossos cubide e os trs cuneiformes articulam-se com as bases dos cinco metatarsianos para formar as articulaes tarsometatarsianas. A relao entre os metatarsos assim como nas mos, formam as articulaes intermetatrsianas. Ambas articulaes permitem apenas movimentos de deslizamento, apenas as mais mveis: do quarto e quinto metatarsos, demonstram ter em mdia 9 e 11 de movimentao total durante os movimentos de dorsiflexo flexo plantar e supinao - pronao. Essas articulaes capacitam o p a funcionar como uma unidade semi-rgida ou a adaptar flexibilidade s superfcies irregulares durante a sustentao de peso. Articulaes Metatarsofalangianas e Interfalangianas:

So semelhantes s correspondentes na mo, com as primeiras sendo do tipo condilar e as ltimas tipo dobradia, numerosos ligamentos fornecem reforo para estas articulaes. Msculos do tornozelo e p: No aspecto muscular, os msculos que atuam sobre o tornozelo e o p possuem fixaes proximais na perna e podem ser divididos em trs grandes grupos: posterior, anterior e lateral. Msculos posteriores do p/tornozelo: gastrocnmios (medial e lateral), sleo, tibial posterior, flexor longo dos dedos e flexor longo do hlux. Msculos anteriores do p/tornozelo: tibial anterior, fibular anterior, extensor longo do hlux, extensor longo dos dedos e extensor curto dos dedos. Msculos laterais do p/tornozelo: fibular longo e fibular curto.

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Movimento da articulao Tibiotalar:

Dorsiflexo: movimento de aproximao as superfcie dorsal do p superfcie anterior da perna. A amplitude de movimento de dorsiflexo a partir da posio anatmica de 20 30 Flexo plantar: movimento de afastamento da superfcie plantar do p em relao superfcie anterior da perna, ou aproximao em relao a superfcie posterior da perna. A amplitude de movimento de flexo plantar a partir da posio anatmica de 30 - 50

Movimento da articulao Subtalar:

Inverso 20

Everso 5

Inverso: a rotao medial da planta do p em direo linha mdia do corpo (p para dentro), tem amplitude mdia de movimento de 20. Everso: a rotao lateral da planta do p em direo oposta linha mdia do corpo (p para fora), tem amplitude mdia de movimento de 5.

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Movimento da articulao Mdiotrsica: Aduo: quando a ponta do p levada para dentro, em direo a linha mdia do corpo, tem amplitude de 20. Abduo: quando a ponta do p gira para fora e se afasta da linha mdia do corpo, tem amplitude de 10.

Movimento das articulaes Metatarsofalangianas: Flexo: 45 Extenso: 70 - 90

Movimentos associados: Pronao: a combinao de dorsiflexo, everso e abduo do p. Supinao: a combinao de flexo plantar, inverso e aduo do p.

Msculos: Dorsiflexores: tibial anterior; extensor longo dos dedos e fibular terceiro so os principais dorsiflexores, o extensor longo do hlux auxilia a dorsiflexo. Fllexores plantares: gastrocnmio e solear so os principais e os auxiliares da flexo plantar so o tibial posterior, fibular longo, fibular curto, plantar, flexor longo do hlux e flexor longo dos dedos. Inversores: tibial anterior e o tibial posterior. Eversores: fibular longo e fibular curto. Adutores / Supinadores: tibial posterior, tibial anterior e extensor prprio do hlux. Abdutores / Pronadores: fibular curto e fibular longo.

MARCHA Definio: Marcha normal o mais alto controle, e coordenao, em repetitivas sries de movimentos do membro cuja funo avanar seguramente o corpo de um lugar para outro, com um mnimo de gasto de energia. Seqncia repetida de movimento dos membros inferiores para deslocar o corpo para frente mantendo o centro de gravidade o mais estvel possvel e com a finalidade de conservar energia. Ao recproca de perda e recuperao do equilbrio, onde o Centro de Gravidade (CG) muda constantemente, envolvendo vrias partes do corpo. A marcha uma atividade dinmica repetitiva em uma seqncia definida de eventos. Ciclo das Marcha: Um passo a distncia de um p a outro durante a marcha, uma passada a distncia de um p at este mesmo p tocar o solo outra vez. A maior unidade empregada marcha chamada de ciclo da marcha. No ato normal de caminhar, um ciclo de marcha comea quando o calcanhar do membro inferior de referncia entra em contato com a superfcie de sustentao, e este ciclo termina quando o calcanhar do mesmo membro entra em contato novamente o solo, logo um ciclo da marcha definido por uma passada.

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Fases da Marcha: O ciclo da marcha divide-se em duas fases: a primeira de apoio e a segunda de balano. Na marcha normal a fase de apoio constitui 60% do ciclo da marcha e definida como o intervalo em que o p est apoiado o solo, sendo que destes 60%, 20% se do com ambos os ps apoiados no solo, no chamado apoio duplo, refere-se aos dois intervalos (10% cada um) num ciclo da marcha em que o peso corporal est sendo transferido de um p para o outro, e ambos os ps esto em contato com o solo, ao mesmo tempo; a fase de balano constitui 40% do ciclo da marcha, e onde o p est no ar (sem sustentar o peso ou estar apoiado).

Subfases: Cada fase da marcha por sua vez, se divide em componentes menores. A fase do primeiro duplo apoio se subdivide em outras duas subfases: contato inicial e resposta de carga; a fase de apoio simples se subdivide em outras duas subfases: mdio apoio e apoio terminal; a fase de segundo duplo apoio se subdivide em: pr-balano. A fase de balano se subdivide em trs fases: balano inicial, balano mdio e balano terminal.

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Contato inicial e Resposta de carga:

Tornozelo: neutro ou leve flexo plantar Joelho: extenso completa Quadril: flexo 30

Tornozelo: flexo plantar 10 Joelho: flexo 15 Quadril: flexo 30

Descida controlada do antep ao solo, ocorre absoro do choque, movimento sutil de flexo plantar contrao excntrica do tibial anterior.

Mdio apoio e Apoio terminal:

MDIO APOIOTornozelo: leve dorsiflexo Joelho: extenso completa Quadril: diminuio progressiva da flexo at extenso Tbia avana sobre o p estacionrio

APOIO TERMINALTornozelo: mxima dorsiflexo 10 Joelho: extenso completa Quadril: hiperextenso Contrao excntrica do trceps sural freiando o avano da tbia

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Pr-balano:

Tornozelo: flexo plantar 20 Joelho: flexo passiva 45 Quadril: extenso at neutro

O retrop sai do solo, contrao concntrica do trceps sural, movimento de flexo plantar responsvel pela impulso.

Balano inicial:

Tornozelo: flexo plantar Joelho: flexo mxima 60 Quadril: flexo

Balano mdio:

Tornozelo: posio neutra Joelho: diminuio da flexo passiva Quadril: aumento da flexo

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Balano terminal:

Tornozelo: posio neutra ou leve flexo plantar, prepara o p para o prximo contato inicial Joelho: extenso completa Quadril: flexo

Parmetros da Marcha:

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Extenso da Base: A extenso ou largura da base no deve exceder de 5 a10 cm de um calcanhar a outro. Comprimento do Passo: de aproximadamente 40cm em um adulto, mas o tamanho do passo varia de acordo com o tamanho do membro inferior. Centro de Gravidade (CG):

Durante um ciclo completo, o CG deslocado duas vezes em seu eixo vertical. O pico se d durante o meio da postura na fase de apoio, na acomodao intermediria, quando a perna sustentadora de peso est vertical , e seu ponto mais baixo quando as duas pernas esto sustentando peso, no apoio de calcanhar, quando um membro est em posio de apoiar o calcanhar e o outro em ponta de dedos. Na deambulao normal, variam de 2 5cm em direo vertical, dependendo do comprimento da passada e da velocidade. Lateralizao da Pelve e Tronco:

A pelve e o tronco desviam-se lateralmente cerca de 2 cm do lado que sustenta o peso do corpo durante aquele passo.

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Rotao da Pelve:

Durante a fase de oscilao ou balano a pelve roda 40 para frente, esta rotao plvica visa diminuir o deslocamento vertical do CG. Subtalar: Realiza leve inverso (5) no contato inicial, leve everso (5) no apoio simples, novamente inverso (5) no pr-balano e posio neutra no balano. Alteraes na marcha: Marcha antlgiaca: Muitas vezes a fase de apoio da marcha pode ser dificultada p problemas de calados, que podem causar dor, ainda a dor pode ser decorrente de encravamento das unhas nos sapatos, forros speros ou fora de prumo, ou mesmo devido ao tamanho do calado, tambm devido a presena de esporo de calcneo, o paciente se apoiar sobre a extremidade comprometida o menor tempo possvel, repercutindo significativamente no contato inicial da marcha. Ps planos, artrite da subtalar, e presena de calosidades no metatarsos e dorso dos dedos podem levar a irregularidades na fase de mdio apoio. Hlux rgido ou parcialmente rgido devido a osteoartrite, dificulta a capacidade de hiperextender a metatarsofalangiana durante a fase de impulso, e o paciente compensa forando a face lateral do p.

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