apostila completa de clínica cirúrgica

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[PROFA. DRA. SUELI FONSECA] 2 de maio de 2010 APOSTILA COMPLETA DE CLÍNICA CIRÚRGICA

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APOSTILA COMPLETA DE CLÍNICA CIRÚRGICA

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CLÍNICA CIRÚRGICA

Preparo pré-operatório

O preparo pré-operatório tem inicio com a internação estendendo-se até o momento da cirurgia.

Objetivo

Levar o paciente as melhores condições possíveis para cirurgia, para garantir-lhe menores possibilidades de complicações.Cada paciente deve ser tratado e encarado individualmente.

Dependendo da cirurgia a ser realizada, o preparo pré-operatório poderá ser feito em alguns dias ou ate mesmo em minutos. A s cirurgias que exigem um rápido preparo são as cirurgias de emergência estas devem ser realizadas sem perda de tempo a fim de salvar a vida do paciente.

Preparo psicológico

Tem como objetivo assegurar confiança e tranqüilidade mental ao paciente.

A internação para o paciente pode significar reclusão, afastamento dos familiares e o paciente podem ficar ansioso e cheio de temores.O trabalho, a vida diária do paciente é momentaneamente paralisados e o desconhecimento do tratamento a que será submetido, tudo isso gera stress, insegurança, desassossego e medo.

Estes estados psicológicos quando não reconhecidos e atendidos pode levar o paciente a apresentar vômitos, náuseas, dor de cabeça, não cooperando para a recuperação pós-cirurgicas, levando-o a complicação respiratórias, agitação e outros problemas.

Para auxiliar o paciente a enfermagem deve ser calma, otimista, compreensiva, e saiba como desenvolver confiança.

Inteirados da aflição do paciente a enfermeira chefe deve ser notificada para que tome a melhor medida.

Muitas vezes o paciente tem medo da morte, durante ou após a cirurgia, tem medo de não acordar da anestesia, tem medo de perder qualquer parte do corpo ou de sentir dor durante a cirurgia.

Dependendo da necessidade, a enfermeira solicitara a presença do cirurgião ou anestesista para esclarecer o paciente.

Portanto a enfermagem, embora solicitando outros profissionais para atender o paciente em suas necessidades psicológicas, é principalmente a pessoa que ouve, compreende, ampara e conforta.

Preparo físico:

É dividido em três etapas:

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1 - inicial

2 - na véspera da cirurgia

3 - no dia da cirurgia

1. Preparo inicial é quando o paciente vai ser submetido a exames laboratoriais (exames pré-operatórios), que vão assegurar a viabilidade ou não da cirurgia.

Nesta fase, a atuação da enfermagem no preparo se relaciona:

- Ao preparo do paciente, explicando os procedimentos a serem realizados.

- A coleta e encaminhamento dos materiais para exames.

- A manutenção do jejum quando necessário.

- A aplicação de medicamentos, soro e sangue.

- A realização de controles.

- Sinais vitais.

- Diurese. - Observação de sinais e sintomas.

- Anotação na papeleta.

2. Preparo físico na véspera da cirurgia tem por objetivo remover toda a fonte de infecção, através da limpeza e desinfecção conseguida com um mínimo de esgotamento do paciente.

Essa segunda etapa se processa assim:

- Verificar lista de cirurgia quais os pacientes que serão operados, nome da cirurgia, horário, se há pedido de sangue, preparos especiais ou de rotina. - Providenciar material e colher a amostra de sangue para tipagem sanguínea. - Observar sintomas como tosse, coriza, febre, variação de p.a e outros.

Proceder à limpeza e preparar a pele para cirurgia da seguinte forma:

- Tricotomia da região a ser operada, bem ampla.

- Banho completo, incluindo cabeça e troca de roupa.

- Limpeza e corte das unhas, remover esmaltes (pés e mãos) para poder observar a coloração durante a cirurgia.

- Mandar barbear os homens.

- Dieta leve no jantar.

- Lavagem intestinal ou gástrica, de acordo com a prescrição medica.

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- Jejum após o jantar, orientar o paciente.

- Promover ambiente tranqüilo e repousante.

3. Preparo físico no dia da cirurgia.

- Verifica se o jejum continua sendo mantido.

- Verificar se todos os cuidados da véspera foram feitos.

- Remover maquiagem, próteses e jóias.As jóias e próteses serão enroladas e guardadas conforme rotina do local.

- Controlar pulso, temperatura, respiração e P.A.

- Urinar meia hora antes da cirurgia.

- Aplicar a medicação pré-anestésica seguindo prescrição medica e geralmente é feito de 30 á 45 minutos da cirurgia.

- Checar a medicação pré-anestésica dada. Ela acalma o paciente.

- Fazer anotação na papeleta.

- Ajudar o paciente a passar da cama a maca.

- Levar a maca com o paciente até o centro cirúrgico, juntamente com o prontuário.

- Qualquer cuidado não efetuado deve ser comunicado ao centro cirúrgico.

Preparo da unidade do paciente e atendimento pós-operatório

Introdução

Os cuidados de enfermagem no pós-operatório são aqueles realizados após a cirurgia ate a alta.

Visam ajudar o recém operado a normalizar suas funções com conforto e da forma mais rápida e segura.

Incluímos nesses cuidados o preparo da unidade para receber o paciente internado.

Observação: nos hospitais que possuem no centro cirúrgica sala de recuperação, pós-anestésica, recebem os pacientes nestes locais imediatamente após a cirurgia dando-lhes assistência até a normalização de reflexos e sinais vitais.

Só posteriormente esse paciente é encaminhado a unidade onde estão internados.

Cuidados no preparo da unidade visa equipa-la para o recebimento do paciente operado, a fim de proporcionar-lhe conforto, segurança e rápido atendimento.Esse preparo é feito após o encaminhamento do paciente para a s.o.

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Cuidados

- Promoção da limpeza e ordem de todo o ambiente.

- Arrumação da cama “tipo operado”.

- Limpeza e arrumação da mesa de cabeceira.

- Trazer suporte de soro e coloca-lo ao lado da cama.

- Deixar oxigênio com equipamento completo.

Atendimento de enfermagem no pós-operatório

Ao receber o paciente no quarto.

- Transporta-lo da maca para a cama com o auxilio de outros funcionários.

- Manter a cama em posição horizontal.

- Cobri-lo e agasalha-lo de acordo com a necessidade.

- Verificar na papeleta as anotações do centro cirúrgico.Se foi feita a anestesia raque deixar o paciente sem travesseiro e sem levantar pelo o menos 12 horas.

- Enquanto estiver semiconsciente, mantê-lo sem travesseiro com a cabeça voltada para o lado.

- Observar o gotejamento do soro e sangue.

- Observar estado geral e nível de consciência.

- Verificar o curativo colocado no local operado, se esta seco ou com sangue. - Restringi-lo no leito com grades para evitar que caia.

- Se estiver confuso, restringir os membros superiores para evitar que retire soro ou sondas. - Observar sintomas como:palidez, sudorese, pele fria, lábios e unhas arroxeados, hemorragia, dificuldade respiratória e outros, porque podem ocorrer complicações respiratórias e circulatórias. - Controlar, pulso, temperatura, respiração e pressão arterial.

- Fazer anotação na papeleta.

- Ler a prescrição medica, providenciando para que seja feita.

- Qualquer sintoma alarmante deve ser comunicado imediatamente.

Nas horas em seguida:

- Ao recuperar totalmente a consciência avisa-lo do lugar onde esta e que esta passando bem.

- Periodicamente, controlar sinais vitais e funcionamento de soro e sondas.

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- Promover comodidade no leito.

- Medica-lo para dor, quando necessário.

- Movimenta-lo no leito, de decúbito.

- Verificar e estimular a aceitação da dieta.

Preparação da pele e a região a ser operada

Conceito

O preparo da pele a ser operada, consiste em tratar a pele empregando meios químicos e mecânicos, os quais a manterão limpa, sem pelos livres de micróbios.

Finalidade

Evitar infecção e promover uma boa cicatrização da ferida operatória.

Meios utilizados

Desinfecção por agentes químicos (povidini) e tricotomia (raspagem de pelos).

Desinfecção com agentes químicos

São utilizados sabões especiais e anti-sépticos da pele. A limpeza da pele com esses produtos é feita durante o dia que precede a cirurgia ou no mesmo dia, dependendo da rotina do hospital.

O emprego desta técnica visa remover ou destruir os germes existentes na pele.

Tricotomia

É a raspagem dos pelos na pele.

É feita com a finalidade de facilita a limpeza e a desinfecção da pele e da região a ser operada.

No caso de cirurgias programadas a tricotomia é feita no dia ou na véspera da cirurgia. No caso de cirurgia de emergência é feita na hora, antes de encaminhar o paciente ao centro cirúrgico.

Áreas de tricotomia

- Cirurgia de crânio: todo o couro cabeludo ou conforme prescrição medica.

- Cirurgias torácicas: região torácica até umbigo e axilas.

- Cirurgia cardíaca: toda extensão corporal (face anterior e posterior), menos o couro cabeludo.

- Cirurgia abdominal: desde a região mamaria até o púbis.

- Cirurgia dos rins: região abdominal anterior e posterior.

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- Cirurgia de membros inferiores: todo o membro inferior e púbis.

Procedimento da tricotomia:

Material: bandeja contendo:

- Recipientes com bolas de algodão.

- pacote com gases.

- Cuba redonda com sabão liquido diluído.

- Cuba rim.

- Aparelho de barbear com lamina nova.

- Pinça.

Execução:

- Cerque a cama com biombos.

- Exponha a região.

- Umedeça a bola de algodão com sabão.

- Ensaboar a região.

- Com a mão esquerda estique a pele.

- Faça a raspagem dos pelos de cima para baixo.

- Lave a área com água e sabão para remover os pelos cortados.

- Retire o material usado.

Complicações pós-operatórias

Dor: é um dos primeiros sintomas a surgir no pós-operatório.O auxiliar neste caso deve administrar o medicamento analgésico comunicar o fato a enfermeira, fazer anotação sobre a dor e sobre as providencias tomadas.

Vômitos: pode haver nas primeiras 24 horas o auxiliar deve colocar o paciente com a cabeça voltada para o lado e avisar a enfermeira, administrando o medicamento se houver prescrição. Fazer anotação.

Sede: para evitar o ressecamento da boca, deve-se umedecê-la com água e lubrificar os lábios com vaselina.

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Complicações pulmonares:

As mais comuns são: pneumonia e embolia pulmonar. Para prevenir o aparecimento dessas complicações o auxiliar deve:

- Movimentar o paciente no leito.

- Forçá-lo a tossir.

- Ensiná-lo a realizar exercícios respiratórios.

- Estimular deambulação.

Complicações urinarias:

Podem ocorrer:

- Infecções urinárias.

- Retenção urinária.

- Anúria.

No ato de retenção urinaria, deve-se estimular a micção pelos seguintes meios:

- Compressa de éter sobre a bexiga.

- Abrir a torneira mais próxima.

- Sondagem vesical de alivio em ultimo caso.

Complicações gastro intestinais

Pode ocorrer obstrução intestinal, por isso o numero e aspecto da evacuação deve ser sempre anotada.

Complicações da ferida operatória

As mais freqüentes são:

- Hematoma ocorre por haver uma hemorragia oculta na ferida.Quando é grande, pode interferir no processo de cicatrização.

- Infecção ocorre devido a diversos fatores, inclusive devido a curativo mal feito.

Rotura ou deiscência

É uma abertura que ocorre na ferida operatória, que ocorre devido à infecção ou grande distensão abdominal.

Retirada de pontos

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A cicatrização é um processo que ocorre de dentro para fora.

Pode ocorrer sem nenhum problema (primeira intenção), apresentar dificuldade para cicatrização imediata (segunda intenção) ou ainda necessitar de uma nova sutura (terceira intenção).

A retirada de pontos é feita geralmente no sétimo dia após a cirurgia ou nos dias posteriores.

Material necessário:

- Pinça anatômica

- Tesoura - Bisturi ou gilete

- Gases - Anti-sépticos - Esparadrapo

Procedimento

- Observar as condições da ferida

- Retirar pontos alternados e se não houver problemas retirar o restante - Anotar na papeleta.

Definição de pré-operatório: é o período de tempo que tem início no momento em que se reconhece a necessidade de uma cirurgia e termina no momento em que o paciente chega à sala de operação.

Subdivide-se em mediato (desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior a ela) e em imediato (corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia). Definição de pós - operatório: é o período que se inicia a partir da saída do paciente da sala de cirurgia e perdura até a sua total recuperação

Subdivide -se em:

Mediato (após 24 horas e até 7 dias depois)/Tardio(após 07 dias do recebimento da alta)

Drenos

É um procedimento para tratamento de derrames ou pneumotórax na cavidade pleural. A toracotomia de forma fechada resolve grande parte situações, quer sejam por doenças inflamatórias ou traumas que podem ser abertos ou fechados. As doenças como tuberculose complicada, insuficiência cardíaca congestiva, pneumonias, tumores, etc, podem levar a derrames da cavidade pleural ou pneumotórax. Os traumas abertos por lesão por armas branca ou de fogo ou outros objetos perfurantes e os traumas fechados causados por volante de automóvel, queda de grandes alturas ou outro tipo de impacto também levam a derrames, principalmente o hemo e o pneumotórax. As chamadas BLEBS são bolhas dos ápices pulmonares e podem também se localizar nas fissuras da pleura visceral. Rompem espontaneamente causando pneumotórax. São mais comuns em pessoas do sexo masculino. O dreno de tórax é colocado sob anestesia local ou toco regional (bloqueio intercostal), na cavidade pleural (entre pleura frontal e visceral). É feito, em geral, por material descartável,

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mas nada impede a montagem através de tubos de silicone e vidros especiais para receber a drenagem

Noções básicas de controle hidroeletrolítico, drenos, cateteres e sondas

Distúrbios Hidroeletrolíticos

Equipe Editorial Bibliomed Neste artigo: - Introdução - Hipovolemia - Hipervolemia - Hiperosmolaridade - Hipoosmolaridade - Conclusão - Referências Bibliográficas "As alterações hidroeletrolíticas são muito comuns e, apesar de na maioria dos casos serem secundárias a moléstias subjacentes, desempenham um papel importante no tratamento de diversos distúrbios". Introdução Os distúrbios hidroeletrolíticos distribuem-se em dois grupos principais: as variações de volume (hipo e hipervolemia) e as variações de concentração (hiper e hipoosmolaridade). Para compreender esses distúrbios, são necessárias algumas noções básicas sobre a distribuição da água corporal e fundamentos do metabolismo hidroeletrolítico. A água corporal total (ACT) corresponde a aproximadamente 60% do peso corporal e relaciona-se inversamente à quantidade de gordura, devido às propriedades hidrófobas do tecido adiposo. Conseqüentemente, ela encontra-se em menor volume nas mulheres, nos indivíduos obesos e na senectude. A ACT encontra-se distribuída, principalmente, nos compartimentos Intracelular (IC) e extracelular (EC). Este último, por sua vez, subdivide-se nos compartimentos intersticial e intravascular. Do ponto de vista de importância clinica, são considerados apenas estes dois compartimentos (IC e EC). Um terceiro compartimento, chamado de Transcelular, é representado pelo trato gastrintestinal, pelas serosidades (p.ex.: pleura, peritônio) e pelo líquido cefalorraquidiano. Este “Terceiro Espaço” não possui relevância na reserva líquida, mas torna-se importante nos casos de seqüestro hídrico, acumulando líquidos, eletrólitos e proteínas, situação que pode ser observada nos pacientes com obstrução intestinal, peritonite, queimaduras e traumas de partes moles. Apesar da neutralidade entre os diversos compartimentos, no IC predominam os cátions potássio e magnésio e os ânions fosfato, sulfato e proteínas, enquanto que no EC o cátion predominante é o sódio e os ânions são representados principalmente pelo cloreto

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e bicarbonato.

Tabela 01 - Eletrólitos do Espaço Extracelular (EC)

Eletrólitos Valores Normais

Sódio 135 –145

Potássio 3.5 – 4.5

Cloro 100 –106

Bicarbonato 22-26

Cálcio 4.5-5.5

Magnésio 1.5-2.5

Fósforo 2.5-4.0

O número de partículas osmoticamente ativas em cada compartimento determina sua osmolalidade. Uma vez que o sódio é o principal cátion no EC, ele é utilizado como referência para determinar a Osmolalidade plasmática (Osm): a Osm normal varia de 280 a 300 mOsm/L, o que equivale ao dobro da concentração plasmática de sódio acrescida de 6 a 8 mOsm. A Osm também pode ser determinada pela fórmula:

Osm = (2 x Na) + (1/2,8 x Uréia Plasmática) + (1/18 x glicose plasmática)

O organismo está permanentemente em busca da Homeostase Hidroeletrolítica. O Balanço Hídrico corporal representa esta tentativa em se manter o equilíbrio entre a água ingerida e a eliminada. A água livre na dieta e aquela presente nos alimentos sólidos representam cerca de 90% do aporte hídrico diário do organismo. Por outro lado, a Água Endógena corresponde àquela produzida pela combustão dos alimentos e responde por apenas 10% do aporte hídrico, mas, nos estados hipercatabólicos, pode chegar a 1.200 mL por dia. A eliminação da água é controlada principalmente pelo hormônio antidiurético (ADH) e este, por sua vez, é estimulado pela hiperosmolaridade. O controle da natremia é feito pelos rins, via aldosterona – que se encontra aumentada nas situações de hipovolemia.

Tabela 02 - Balanço Hídrico Diário

Ganhos Perdas

Água endógena 300 mL Urina 1.500 mL

Líquidos livres na dieta 1.200 mL Fezes 100 mL

Líquidos em alimentos sólidos 1.000 mL Perdas insensíveis 900 mL

Hipovolemia Este é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum e caracteriza-se por um estado de hipovolemia e normoosmolaridade decorrente da perda de sangue ou secreções corporais isotônicas. O paciente hipovolêmico apresenta-se adinâmico, com hipotonia muscular, hiporreflexia, Pressão Venosa Central (PVC) baixa, taquicardia e hipotensão postural ou de decúbito. Os sinais periféricos de desidratação tendem a se instalar apenas tardiamente, mas pode-se observar oligúria mesmo nos casos mais brandos. O nível de torpor varia de acordo com a intensidade da hipovolemia e o Choque instala-se quando as perdas alcançam 30-40% da volemia. Laboratorialmente, observas-se aumento do hematócrito, hipocalemia e aumento da relação uréia / creatinina (valor normal = 10:1).

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Tabela 03 - Causas de Hipovolemia

Vômitos Diarréia Fístulas digestivas Aspiração contínua por sonda nasogástrica (SNG) Peritonite Obstrução intestinal Hemorragias agudas Uso de diuréticos Diabetes Melito Queimaduras extensas

No tratamento do paciente hipovolêmico, recomenda-se iniciar a reposição com sangue caso o hematócrito seja inferior a 32%. Nas demais situações, podem ser utilizados solução salina a 0,9% ou ringer lactato. Existem diversas fórmulas para calcular o volume hídrico necessário, mas sem dúvida alguma o dado mais seguro para orientar o volume e a velocidade da reposição é o exame freqüente do paciente. A diurese é um dos melhores parâmetros clínicos para avaliar o andamento da reposição, mas não é útil nos casos de choque hiperdinâmico (nestes pacientes, a hiperosmolaridade provoca vasodilatação renal com oligúria tardia). Nos pacientes mais graves, recomenda-se monitorização invasiva por cateter de Swan-Ganz. Obviamente, assim como nos demais distúrbios hidroeletrolíticos discutidos adiante, corrigir a alteração de base (p.ex.: controle do foco hemorrágico ou tratamento da obstrução intestinal nos casos de hipovolemia) é fundamental. O tratamento do choque hipovolêmico foge ao escopo deste artigo. Hipervolemia Em geral, a hipervolemia é iatrogênica (super-hidratação), mas pode ocorrer em pacientes submetidos à reposição volêmica porém com dificuldade para eliminar a sobrecarga hídrica.

Tabela 04 - Causas de Hipervolemia

Infusão excessiva de líquidos Insuficiência renal Insuficiência cardíaca Insuficiência hepática Insuficiência pulmonar Desnutrição

O ganho ponderal é a manifestação clínica mais precoce. Também podem ser observados alterações cardiopulmonares, taquicardia com tendência à hipotensão arterial, aumento da PVC, queda do hematócrito e hipoproteinemia. A natremia em geral encontra-se dentro da normalidade. A abordagem terapêutica da Hipervolemia baseia-se na correção do distúrbio de base (p.ex.: suspender a infusão de soluções endovenosas, corrigir a insuficiência cardíaca congestiva, etc). Hiperosmolaridade Este estado também costuma ser denominado Hipertonicidade ou Hipernatremia e

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decorre (a) da perda excessiva de água em relação à perda de sódio, (b) do aumento de solutos em relação ao ganho de água ou (c) do aumento de solutos associado à perda de água. O cenário clínico mais comum da Hiperosmolaridade é a Desidratação Verdadeira, mas esta alteração hidroeletrolítica também pode ser encontrada em paciente com diabetes insipidus ou sobrecarga de solutos.

Tabela 05 - Causas de Hiperosmolaridade

Privação hídrica Febre alta e prolongada Outros estados de sudorese profusa Diabetes melito Diabetes insípido Outros estados de diminuição dos níveis de ADH Reposição hídrica insuficiente Superdosagem de diurético osmótico Nutrição parenteral total Hiperfunção da adrenal Síndrome de Cushing Hiperaldosteronismo Taquipnéia

As manifestações mais freqüentes da hiperosmolaridade são sede intensa, febre, confusão mental (podendo evoluir para coma), perda ponderal, pele seca e quente, língua geográfica, densidade urinária reduzida e hemoconcentração. O tratamento é feito com solução glicosada a 5%. Nos pacientes com hiperglicemia, recomenda-se solução salina a 0,45%. O volume a ser reposto pode ser definido por diversas fórmulas (TABELA 6). Deve-se infundir metade do valor encontrado nas primeiras 24h e o restante nas 48h seguintes, sempre respeitando o limite de 100 ml/Kg/dia. Havendo hipernatremia sem sinais de desidratação, deve-se diminuir a oferta de sódio por via oral ou parenteral. Pacientes com Diabetes Insipidus devem receber reposição de ADH (p.ex: 01 a 02 gotas instiladas por via nasal de 8/8h).

Tabela 06 - Fórmulas para Cálculo do Déficit de Volume no Estado Hiperosmolar

a) Déficit de volume = (0,6 x peso corporal em Kg) x (1 – 140/natremia) b) Déficit de volume = 84 x peso corporal em Kg / natremia

Hipoosmolaridade Este estado também costuma ser denominado Hipotonicidade ou Hiponatremia e, na maioria dos casos, resulta de uma sobrecarga hídrica associada a um distúrbio de excreção. Boa parte dos pacientes com hiponatremia (sódio plasmático abaixo de 134 mmol/L) não possui deficiência de sódio, mas excesso de líquidos (hiponatremia dilucional).

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Tabela 07 - Causas de Hipoosmolaridade

Hiponatremia dilucional (é a mais comum) Insuficiência hepática Insuficiência cardíaca Insuficiência renal Desnutrição Síndrome de secreção inapropriada do ADH Pneumopatia aguda Hemorragias graves Uso de diuréticos sem restrição hídrica Cirrose Hepática Neoplasias Hiperglicemia Diarréia Uso de drogas que aumentam a excreção de ADH (p.ex.: meperidina, indometacina, ciclofosfamida, carbamazepina)

A Hipoosmolaridade costuma ser oligo ou mesmo assintomática, com manifestações clínicas ocorrendo apenas nos casos de hiponatremia severa de instalação abrupta. Mesmo assim este é um diagnóstico difícil e exige um alto índice de suspeição por parte do médico assistente. Podem ser observados cefaléia, irritabilidade, distúrbios da personalidade, delírios, alucinações, ataxia, hipo/hiperrreflexia, afasia, midríase paralítica, convulsões, vômitos, bradicardia, apnéia, edema, oligúria e aumento do peso corporal. A presença de insuficiência renal sugere um prognóstico sombrio. As manifestações neurológicas são as mais importantes e, em alguns casos agudos e severos, pode ocorrer uma complicação grave denominada Mielinólise Pontina Central (MPC). Pacientes com MPC apresentam perda seletiva da bainha de mielina nos neurônios localizados na porção mais central da ponte. Este evento é mais comum em alcoólatras e manifesta-se com ausência de resposta ao estímulo doloroso, incapacidadede falar ou deglutir apesar do estado alerta, flutuações do nível de consciência, convulsão, hipotensão, paralisia pseudo-bulbar ou mesmo quadriplegia flácida. A MPC também pode decorrer da correção excessivamente rápida de um estado hiponatrêmico crônico. A abordagem terapêutica da Hipoosmolaridade deve ser iniciada descartando-se a pseudo-hiponatremia e isto pode ser feito utilizando-se a determinação da osmolaridade plasmática. Pacientes com hiponatremia e hiperosmolaridade apresentam pseudo-hiponatremia por aumento dos níveis circulantes de glicose. A hiponatremia associada a osmolaridade normal decorre do excesso de lipídios ou proteínas. Na maioria dos casos de hiponatremia, porém, a osmolaridade encontra-se diminuída. Nos pacientes com Hiponatremia Hipoosmolar deve-se inicialmente procurar corrigir o distúrbio de base (p.ex.: ressuscitação volêmica com soluções salinas isotônicas para o choque hipovolêmico, tratamento da diarréia, etc). Nos casos suspeitos de SIADH, indica-se reposição de sódio via SNG em doses fracionadas – a infusão endovenosa pode acentuar a poliúria e agravar o quadro. A tetraciclina pode ser empregada para bloquear o ADH. Sendo necessário repor sódio, o déficit deve ser calculado segundo a fórmula abaixo.

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Repõe-se metade e então se repete o ionograma. Muitos autores recomendam iniciar imediatamente a reposição nos casos de natremia < 118 mEq/L, mas esta reposição deve ser igualmente cautelosa, lenta e parcial.

Déficit de Sódio = (Na normal – Na do paciente) x (0,6 x peso corporal)

Conclusão A abordagem dos distúrbios hidroeletrolíticos pode ser feita a partir de alguns passos elementares: anamnese e exame físico detalhados e direcionados para avaliação da volemia e análise laboratorial incluindo ionograma, osmolaridade plasmática e osmolaridade urinária. Os resultados advindos destes passos freqüentemente bastam para guiar o tratamento. Palavras-Chave: hidroeletrolítico; hipovolemia; hipervolemia; osmolaridade; hiponatremia; hipernatremia Referências Bibliográficas 1. Abraham A, Jacob CK. Severe hyponatraemia: current concepts on pathogenesis and treatment. Natl Med J India 2001 Sep-Oct;14(5):277-83 2. Fall PJ. Hyponatremia and hypernatremia. A systematic approach to causes and their correction. Postgrad Med 2000 May 1;107(5):75-82; quiz 179 3. Halperin ML, Bohn D. Clinical approach to disorders of salt and water balance. Emphasis on integrative physiology. Crit Care Clin 2002 Apr;18(2):249-72 4. Ichikawa I. A bridge over troubled water...mixed water and electrolyte disorders. Pediatr Nephrol 1998 Feb;12(2):160-7 5. Iggulden H. Dehydration and electrolyte disturbance. Elder Care 1999 May;11(3):17-22; quiz 23. 6. Kapoor M, Chan GZ. Fluid and electrolyte abnormalities. Crit Care Clin 2001 Jul;17(3):503-29 7. Kreimeier U. Pathophysiology of fluid imbalance. Crit Care 2000;4 Suppl 2:S3-7 8. Milionis HJ, Liamis GL, Elisaf MS. The hyponatremic patient: a systematic approach to laboratory diagnosis. CMAJ 2002 Apr 16;166(8):1056-62 9. Oster JR, Singer I. Hyponatremia, hyposmolality, and hypotonicity: tables and fables. Arch Intern Med 1999 Feb 22;159(4):333-6 10. Riggs JE. Neurologic manifestations of electrolyte disturbances. Neurol Clin 2002 Feb;20(1):227-39, vii

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CUIDADOS PRÉ E PÓS OPERATÓRIOS

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 18

Definição de pré-operatório ............................................................................................................... 18 Definição de pós – operatório ............................................................................................................ 18

1. Cirurgia Cardíaca .............................................................................................................................. 18 1.1. Tipos de cirurgia cardíaca: ......................................................................................................... 18 1.2. Conduta pré – operatória/cuidados de enfermagem: ................................................................. 19 1.3. Conduta pós-operatória/cuidados de enfermagem: ................................................................... 19 1.4. Intervenções de enfermagem ..................................................................................................... 19

2. Cirurgia Ortopédica ........................................................................................................................... 20 2.1. Tipos de cirurgia: ........................................................................................................................ 20 2.2. Cuidados de enfermagem no pré-operatório .............................................................................. 20 2.3. Cuidados de enfermagem no pós – operatório: ......................................................................... 21 2.4. Intervenções de enfermagem ..................................................................................................... 21

3. Cirurgia Gastrintestinal ...................................................................................................................... 21 3.1. Tipos de cirurgia: ........................................................................................................................ 21 3.2. Tratamento pré-operatório/cuidados de enfermagem ................................................................ 21 3.3. Tratamento Pós – operatório/cuidados de enfermagem: ........................................................... 22

4. Cirurgia Renal.................................................................................................................................... 22 4.1.Tratamento pré-operatório/cuidados de enfermagem: ................................................................ 23 4.2. Tratamento pós-operatório/cuidados de enfermagem: .............................................................. 23 4.3. Intervenções de enfermagem ..................................................................................................... 24

5. Cirurgias proctologicas ...................................................................................................................... 24 5.1. Intervenções cirúrgicas ............................................................................................................... 24 5.2. Tratamento pré-operatório / cuidados de Enfermagem ............................................................. 24 5.3. Tratamento pós – operatório/cuidados de Enfermagem: ........................................................... 25 5.4. Intervenções de enfermagem ..................................................................................................... 25

6. Cirurgia neurológica .......................................................................................................................... 25 6.1. Tratamento pré-operatório .......................................................................................................... 26 6.2. Tratamentos pós – operatório:.................................................................................................... 26 6.3. Tratamento de Enfermagem: ...................................................................................................... 26 6.4. Prescrições de Enfermagem: ..................................................................................................... 26

7. Cirurgias ginecológicas ..................................................................................................................... 27 7.1. Cuidados pré – operatórios: ....................................................................................................... 27 7.2. Cuidados pós – operatórios: ....................................................................................................... 27

BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................... 28

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INTRODUÇÃO

Definição de pré-operatório

É o período de tempo que tem início no momento em que se reconhece a necessidade de uma cirurgia e termina no momento em que o paciente chega à sala de operação.

Subdivide-se em mediato (desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior a ela) e em imediato (corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia).

Intervenções de enfermagem • Atender o paciente conforme suas necessidades psicológicas (esclarecimento

de dúvidas); • Verificar sinais vitais; • Pesar o paciente; • Colher material para exames conforme solicitação médica; • Observar e anotar a aceitação da dieta; • Orientar higiene oral e corporal antes de encaminhar o paciente para o centro

cirúrgico; • Manter o paciente em jejum, conforme rotina; • Fazer tricotomia conforme rotina; • Orientar o paciente a esvaziar a bexiga 30 minutos antes da cirurgia; • Retirar próteses dentárias, jóias, ornamentos e identificá-los; • Encaminhar o paciente ao centro cirúrgico

Definição de pós – operatório

É o período que se inicia a partir da saída do paciente da sala de cirurgia e perdura até a sua total recuperação

Subdivide –se em: Mediato: (após 24 horas e até 7 dias depois) Tardio: (após 07 dias do recebimento da alta)

Intervenções de enfermagem

• Receber e transferir o paciente da maca para o leito com cuidado, observando sondas e soro etc.

• Posicionar o paciente no leito, conforme o tipo de anestesia; • Verificar sinais vitais; • Observar o estado de consciência (sonolência); • Avaliar drenagens e soroterapia; • Fazer medicações conforme prescrição; • Realizar movimentos dos membros superiores ou inferiores livres se possível; • Controlar a diurese; • Assistir psicologicamente o paciente e os familiares; • Observar e relatar as seguintes complicações: (pulmonares “cianose, dispnéia,

agitação”); Urinárias (infecção e retenção urinária); Gastrointestinais (náuseas, vômitos, constipação intestinal, sede); Vasculares (Cianoses e edemas); da ferida operatória (hemorragia, infecção e deiscência) e choque.

1. Cirurgia Cardíaca

A cirurgia do coração aberto é mais comumente realizada para a doença da artéria coronariana, disfunção valvular e defeitos cardíacos congênitos.

1.1. Tipos de cirurgia cardíaca:

1-Cirurgia de “transposição” da artéria coronária. 2-Cirurgia valvular. 3-Cirurgia cardíaca congênita.

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1.2. Conduta pré – operatória/cuidados de enfermagem:

• Rever a doença do paciente para determinar o estado dos sistemas pulmonar, hepático, hematológico e metabólico.

• Obter estudos laboratoriais pré-operatórios. • Avaliar os esquemas medicamentosos; digital, diuréticos, Bloqueadores beta-

adrenergicos, psicotrópicos, anti-hipertensivos, álcool, anticoagulantes, corticosteróides, antibióticos profiláticos.

• Melhorar a doença pulmonar subjacente e a função respiratória para reduzir o risco de complicações.

- Estimular o paciente a interromper o fumo. - Tratar a infecção e a congestão pulmonar vascular.

• Preparar o paciente para os acontecimentos no período pós – operatório. • Avaliar estado emocional do paciente e tentar diminuir as ansiedades. • Preparação cirúrgica.

1.3. Conduta pós-operatória/cuidados de enfermagem:

• Garantir uma oxigenação adequada no período pós-operatório imediato a insuficiência; a insuficiência respiratória é comum após a cirurgia de coração aberto.

• Empregar a monitorização hemodinâmica durante o período pós-operatório imediato, para avaliar o estado cardiovascular e respiratório e o equilíbrio hidroeletrolitico, no sentido de evitar complicações ou reconhecê-las o mais cedo possível.

• Monitorar a drenagem dos drenos torácicos mediastinais e pleurais. • Monitorar rigorosamente o equilíbrio hidroeletrolítico, podem ocorrer a acidose

metabólica e o equilíbrio eletrolítico depois do uso de um oxigenador de bomba.

• Administrar medicamentos pós-operatórios. • Monitorar quanto a complicações. • Instituir o marcapasso cardíaco se indicado através dos fios do marca-passo

temporário.

1.4. Intervenções de enfermagem

• Minimizar ansiedade; • Promover uma troca gasosa adequada; • Manutenção do débito cardíaco adequado; • Mantendo o volume adequado de líquido;

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• Aliviar a dor; • Promover a orientação perceptiva e psicológica; • Outras responsabilidade de enfermagem evitando complicações.

G1- Arritmias G2- Tamponamento cardíaco G3- IM G4- Embolização G5- Sangramento G6- Febre/infecção G7- Insuficiência renal

2. Cirurgia Ortopédica

2.1. Tipos de cirurgia:

• Redução aberta • Fixação interna • Enxerto ósseo • Artroplastia • Substituição articular • Substituição articular total • Minescectomia • Transferência tendinosa • Fasciotomia • Amputação

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2.2. Cuidados de enfermagem no pré-operatório

• Avaliar o estado nutricional: hidratação ingesta protéica e calórica maximizar a cicatrização e reduzir o risco de complicações pelo fornecimento de líquidos intravenosos, vitaminas e suplementos nutricionais, conforme indicado.

• Determinar se a pessoa recebeu previamente terapia com corticosteróides. • Determinar se a pessoa apresenta infecção poderia contribuir para o

surgimento de osteomielite após cirugia. • Preparar o paciente para as rotinas pré-operatórias: tosse e respiração

profunda, checagem freqüente dos sinais vitais. • Pedir ao paciente que pratique como urinar na comadre ou no compadre na

posição de decúbito dorsal, antes da cirurgia. • Familiarizar o paciente com o aparelho de tração e a necessidade de uma tala

ou um aparelho gessado, conforme indicado pelo tipo de cirurgia

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2.3. Cuidados de enfermagem no pós – operatório:

• Monitorar o estado neurovascular e tentar eliminar a tumefação causada por edema e sangramento para dentro dos tecidos.

• Imobilizar a área afetada e eliminar a atividade a fim de proteger o local operado e estabilizar as estruturas músculo esqueléticas.

• Monitorar quanto a hemorragia e choque, que podem resultar de um sangramento significativo e de uma hemostasia precária dos músculos que ocorre com a cirurgia ortopédica.

2.4. Intervenções de enfermagem

• Monitorando quanto choque e hemorragia • Promovendo um padrão respiratório eficaz • Monitorando o estado neurovascular periférico • Aliviando a dor • Prevenindo infecção • Minimizando os efeitos da imobilidade • Proporcionando cuidados adicionais de enfermagem

3. Cirurgia Gastrintestinal

3.1. Tipos de cirurgia:

• Cirurgias Gástricas • Cirurgia para Hernia • Cirurgias Intestinais • Cirurgias Laparoscopica

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3.2. Tratamento pré-operatório/cuidados de enfermagem

• Explicar todas as provas diagnosticas e procedimentos para promover uma colaboração e relaxamento.

• Descrever o motivo e o tipo do procedimento cirúrgico, bem como os cuidados pós-operatórios (isto é soro, bomba de analgesia controlada pelo paciente, sonda nasogástrica, drenos, cuidados com a incisão, possibilidade de ostomia.

• Explicar os fundamentos da respiração profunda e ensinar ao paciente como virar-se tossir, respirar, usar o espirômetro de incentivo e mobilizar a incisão. Essas medidas minimizarão as complicações pós – operatórias

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• Administrar líquidos IV ou nutrição parenteral total (NPT) antes da cirurgia, conforme determinado para melhorar o equilíbrio hidroeletrolítico e o estado nutricional.

• Monitorar a ingestão e a eliminação. • Enviar amostras de sangue conforme prescrito para estudos laboratoriais pré-

operatórios, e monitorar os resultados. • Informar que o preparo do intestino será iniciado 1 a 2 dias antes da cirurgia

para uma melhor visualização. • Administrar antibióticos, conforme prescrito. • Coordenar uma consulta como enfermeiro terapeuta quando o paciente estiver

programado para uma ostomia a fim de iniciar o conhecimento o tratamento precoce dos cuidados pós – operatórios.

• Explicar que o paciente estará em dieta zero após a meia noite da véspera da cirurgia

3.3. Tratamento Pós – operatório/cuidados de enfermagem:

• Realizar um exame físico completo pelo menos uma vez por plantão ou mais freqüentemente, conforme indicado.

• Monitorar os resultados dos exames laboratoriais e avaliar o paciente quanto a sinais e sintomas de desequilíbrio eletrolítico.

• Manter drenos, acessos IV e todos os cateteres. • Manter a SNG, quando prescrito. • Aplicar meias elásticas. • Estimular e ajudar o paciente a virar-se, tossir, respirar profundamente e usar o

espirômetro de incentivo a cada 2 Hs e conforme necessidade. • Instruir sobre o uso de analgesia controlada pelo paciente ou fornecer conforto

com outros analgésicos. • Mudar os curativos todos os dias ou quando necessário, mantendo uma

técnica asséptica. • Aumentar a dieta conforme prescrito o retorno dos sons intestinais indica que o

trato GI readquiriu a motilidade. • Orientar quanto aos hábitos dietéticos.

4. Cirurgia Renal

A cirurgia renal pode incluir a nefrectomia (remoção do rim), transplante renal para insuficiência renal crônica, procedimentos para remover obstrução, tal como cálculos ou tumores, procedimentos para introduzir tubos de drenagem, (nefrostomia). As abordagens variam mas podem envolver o flanco, as regiões torácicas e abdominal.

A nefrectomia é mais utilizada, para tumores malignos do rim, mas também pode estar indicada para traumatismo e rim que não mais funciona devido a distúrbios obstrutivos e outras doenças renais.

A ausência de um rim não leva a uma função renal inadequada quando o rim remanescente é normal.

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Imagem retirada em pagina da google 4.1.Tratamento pré-operatório/cuidados de enfermagem:

• Preparar o paciente para cirurgia, com informações a respeito da rotina da sala de cirurgia, administrar antibióticos para limpeza intestinal.

• Avaliar os fatores de risco para a tromboembolia (Fumo, uso de anticoncepcionais orais varizes nas extremidades inferiores) e aplicar meias elásticas, se prescrito. Rever os exercícios com a perna e fornecer informações a respeito das meias compressivas/seqüenciais que serão utilizadas no pós-operatório.

• Avaliar o estado pulmonar (presença de dispnéia, tosse produtiva, outros sintomas cardíacos relacionados) e ensinar os exercícios de respiração profunda, tosse eficaz e uso do espirômetro de incentivo.

• Se a embolização da artéria renal está sendo feita antes da cirurgia para pacientes com carcinoma de células renais, monitorar e tratar dos seguintes sintomas da síndrome pós-infarto, que pode durar até 3 dias:

- Dor no flanco. - Febre. - Leucocitose. - Hipertensão.

4.2. Tratamento pós-operatório/cuidados de enfermagem:

• Monitorar os sinais vitais e a área da incisão quanto a indícios de sangramento ou hemorragia.

• Avaliar quanto a complicações pulmonares de atelectasia, pneumonia, pneumotórax. Manter os pulmões limpos e boa drenagem do tubo torácico, quando usado (a proximidade da cavidade toráxica com a região operada pode levar à necessidade de uma drenagem torácica pela colocação de um dreno no pós-operatório).

• Manter a permeabilidade dos tubos de drenagem urinária (nefrostomia, cateter suprapubiano ou uretral) e extensores uretrais, quando indicados.

• Monitorar as extremidades inferiores e o estado respiratório quanto a complicações trombólicas.

• Avaliar sons intestinais, distensão abdominal e dor que possa indicar íleo paralítico e necessidade de descompressão nasogástrica.

• Para os pacientes de transplante renal, administrar medicamentos imunossupressores (corticosteróides, associados com azatioprina [imuran] ou

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agente semelhante), conforme prescrito, e monitorar os sinais precoces de rejeição- temperatura superior a 38.5ºC, débito urinário diminuído, aumento de peso de 1kg ou mais durante a noite, dor ou hipersensibilidade sobre o local do enxerto. Hipertensão, creatinina sérica aumentada.

4.3. Intervenções de enfermagem

• Aliviando a dor. • Promovendo a eliminação urinária. • Evitando a infecção. • Mantendo o equilíbrio hídrico.

5. Cirurgias proctologicas

A cirurgia proctologicas pode ser feita para HPB ou câncer de próstata. A abordagem cirúrgica depende do tamanho da glândula, intensidade da obstrução, idade, saúde subjacente e doença prostática.

5.1. Intervenções cirúrgicas

• Ressecção trasuretral da próstata (RTU ou RTUP)- a mais comum e feita sem uma incisão por meio de instrumento endoscópico.

• Prostatectomia aberta • Suprapubaian- incisão na área suprapubiana e através da parede vesical; feita

freqüentemente para HBP • Perineal – incisão entre o escroto e a área retal; pode ser feita em pacientes

com baixo risco cirúrgico, mas produz uma incidência mais elevada de incontinência urinária e impotência.

• Retropúbica- incisão ao nível da sínfise pubiana; conserva os nervos responsáveis pela função sexual em 50% de pacientes.

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5.2. Tratamento pré-operatório / cuidados de Enfermagem

• Explicar a natureza da cirurgia e os cuidados pós-operatórios presvistos,

incluindo a drenagem por cateter, irrigação e monitoramento da hematúria. • Discutir as complicações da cirurgia e como o paciente se adaptará. • Incontinência ou gotejamento da urina por até 1 ano após a operação;

exercícios perineais (kegel) ajudam a readquirir o controle urinário. • Ejaculação retrógrada – líquido seminal liberado para dentro da bexiga e

eliminado na urina me vez da uretra durante as relações sexuais; a impotência geralmente não é uma complicação da RTU, mas é freqüentemente uma complicação da prostatectomia aberta.

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• Administrar a preparação intestinal conforme prescrito, ou instruir o paciente na

administração doméstica e manter-se em jejum após a meia – noite. • Garantir um bom estado cardíaco, respiratório e circulatório para diminuir o

risco de complicações. • Administrar antióticos profiláticos, conforme prescrito.

5.3. Tratamento pós – operatório/cuidados de Enfermagem:

• Manter a drenagem urinária e monitorar quanto à hemorragia. • Proporcionar cuidados com a ferida e evitar a infecção. • Aliviar a dor e promover a deambulação precoce. • Monitorar e evitar as complicações :

- Infecção e deiscência da ferida. - Obstrução ou infecção urinária. - Hemorragia. - Tromboflebite, embolia pulmonar. - Incontinência urinária, disfunção sexual.

5.4. Intervenções de enfermagem

• Facilitando a drenagem Urinária. • Evitando a infecção. • Aliviando a Dor. • Reduzindo a ansiedade.

6. Cirurgia neurológica

Os avanços tecnológicos e o refinamento dos procedimentos de imageamento e das técnicas cirúrgicas tornaram possível aos neurocirurgiões localizar e tratar das lesões intracranianas com maior precisão que outrora. Os instrumentos microcirúrgicos permitem que o delicado tecido seja separado sem trauma. O uso de armações e equipamentos estereotáxicos possibilitam a localização de um alvo puntiforme específico no cérebro; as condutas esterotáxicas são utilizadas com lasers e bisturi gama. Os vasos às estruturas podem ser coagulados sem provocar lesões para as próprias estruturas. Para alguns pacientes, a craniotomia permanece como a conduta mais apropriada; ela pode ser combinada a outras modalidades de tratamento.

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6.1. Tratamento pré-operatório

Em geral são colocados sob medicamentos anticonvulsivantes antes da cirurgia para diminuir o risco de convulsões pós – operatórias. Antes da cirurgia, os esteróides podem ser administrados para reduzir o edema cerebral. Os líquidos podem ser restringidos. Um agente hiperosmótico e um diurético podem ser administrados imediatamente antes e por vezes, no decorrer da cirurgia, caso o paciente tenda a reter líquidos, como acontece com muitos portadores de disfunção intracraniana. Uma sonda urinária de demora é inserida antes que o paciente seja levado para a sala de cirurgia, de modo a drenar a bexiga durante a administração dos diuréticos e para permitir que o débito urinário seja monitorizado. O paciente pode ter um acesso central instalado para a administração de líquidos e para a monitorização da pressão venosa central depois da cirurgia. O paciente pode receber antibióticos, caso exista um possibilidade de contaminação cerebral, ou diazepam antes da cirurgia para combater a ansiedade.

O couro cabeludo é tricotomizado imediatamente antes da cirurgia, de modo que quaisquer abrasões superficiais resultantes não tenham tempo para ficar infectadas.

6.2. Tratamentos pós – operatório:

Um acesso arterial e uma linha de pressão venosa central podem estar posicionados para monitorizar a pressão arterial e a pressão venosa central. O paciente pode estar intubado e pode receber oxigenoterapia suplementar. Além disso deve-se obter os seguintes resultados:

• Reduzir o edema cerebral. • Aliviar a dor e prevenindo as convulsões. • Monitorar a PIC.

6.3. Tratamento de Enfermagem:

O histórico pré-operatório serve como uma linha basal contral a qual podem ser julgados o estado pós-operatório e a recuperação. Esse histórico inclui a avaliação do nível de consciência e responsividade aos estímulos e a identificação de quaisquer déficits neurológicos, como a paralisia, disfunção visual, alterações na personalidade e na fala, bem como distúrbios vesicais e intestinais. A função motora dos membros é testada pela força de preensão manual ou pela impulsão com os pés.

A compreensão que o paciente e a família têm do procedimento cirúrgico previsto e suas possíveis seqüelas é avaliada, juntamente com suas reações à cirurgia iminente. Avalia-se a disponibilidade de sistemas de suporte para o paciente e para a família.

Na preparação para a cirurgia, os estados físico e emocional do paciente são trabalhados até um nível ótimo, a fim de reduzir o risco de complicações pós-operatórias. O estado físico do paciente é avaliado para os déficits neurológicos e seus impactos potenciais depois da cirurgia. Quando os braços ou as pernas estão paralisados, os apoios de trocanter são aplicados aos membros e os pés são posicionados contra uma prancha de pé. Um paciente está afásico, os materiais para escrever ou os cartões com figuras e palavras, indicando a comadre, copo para água, cobertor e outros itens freqüentemente utilizados, podem ser fornecidos para ajudar a melhorar a comunicação.

O preparo emocional do paciente inclui fornecer informações sobre o que esperar depois da cirurgia. O grande curativo craniano aplicado depois da cirurgia pode comprometer temporariamente a cura. A visão pode ficar limitada, caso os olhos apresentem edema. Quando uma traqueostomia ou tubo endotraqueal está em posição, o paciente será incapaz de falar até que o tubo seja removido, de modo que deve ser estabelecido um método alternativo de comunicação.

Um estado cognitivo alterado pode fazer com que o paciente não fique ciente da cirurgia iminente. Mesmo assim, são necessários o encorajamento e a atenção para as necessidades do paciente. A despeito do estado de consciência do paciente, os membros da família precisam de tranqüilização e apoio porque eles reconhecem a gravidade da cirurgia cerebral.

6.4. Prescrições de Enfermagem:

• Obter a homeostase neurológica. • Regular a temperatura. • Melhorar a troca gasosa.

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• Tratar a privação de sensação. • Estimular a auto – imagem. • Monitorar a PIC aumentada, o sangramento e o choque hipovolêmico. • Prevenir as infecções. • Monitorar a atividade convulsiva.

7. Cirurgias ginecológicas

As cirurgias ginecológicas são uma gama de cirurgia relacionada ou aparelho reprodutor feminino, entre algumas delas pode-se relacionar: a histectomia, salpingectomia, oforectomia, portos cesarianos, perinioplastia, ligadura tubária entre outras, todas elas possuem cuidados em comuns estes cuidados também irá depender bastante das necessidades de cada paciente, a enfermagem tem papel fundamental para com estas paciente isso se deve pela grande influencia psicossocial que a mesma irá enfrentar, desta forma cabe a enfermagem diversos cuidados relacionados ao paciente alguns deles estão relacionados logo abaixo:

Imagem retirada em pagina da google 7.1. Cuidados pré – operatórios:

• Manter paciente em jejum. • Efetuar tricotomia local. • Providenciar enteroclisma. • Elaborar tipagem sangüínea. • Aplicar pré – anestésico prescrito. • Providenciar preparo psicológico.

7.2. Cuidados pós – operatórios:

• Sonda vesical: deverá ser retirada 24 à 48 horas após cirurgia, observar drenagem e aspectos da urina.

• Monitorar e observar curativos, drenos e sangramentos vaginais. • Alimentação progressiva – iniciar 24 ou 48 horas após cirurgia (critério médico). • Estimular deambulação precoce. • Retirar gazes de tamponamento 24 horas após determinadas cirurgias

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BIBLIOGRAFIA

- BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico – cirurgico. 9ª ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan: 2002. - NETTINA. Prática de Enfermagem. 6ª ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan: 1996.

Terminologia Cirúrgica Algumas palavras aparecerão em textos, cujos significados não devem ser claros para quem com elas toma o primeiro contato. Outras aparecerão durante o dia-a-dia cirúrgico e, por pertencerem a um vernáculo técnico ou por constituirem às vezes gíria dentro do hospital ou sala de operações, merecem um esclarecimento adequado. OPERAÇÕES DE REMOÇÃO (ECTOMIA) - Apendicectomia - remoção do apêndice - Cistectomia- remoção da bexiga - Colecistectomia - remoção da vesícula biliar - Colectomia - remoção do colo - Embolectomia - extração de um êmbolo - Esofagectomia - remoção do esôfago - Esplenectomia - remoção do baço - Fistulectomia - remoção de fístula - Gastrectomia - remoção parcial ou total do estômago - Hemorroidectomia - remoção de hemorróidas - Hepatoectomia - remoção de parte do fígado - Histerectomia- extirpação do útero - Lobectomia - remoção de um lobo de um órgão - Mastectomia - remoção da mama - Miomectomia - remoção de mioma

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- Nefrectomia - remoção do rim - Ooforectomia - remoção do ovário - Pancreatectomia - remoção do pâncreas - Pneumectomia - remoção do pulmão - Prostatectomia - remoção da próstata - Retossigmoidectomia - remoção do retossigmóide - Salpingectomia - extirpação da trompa - Tireoidectomia - remoção da tireóide OPERAÇÕES DE ABERTURA (TOMIA) - Artrotomia - abertura da articulação - Broncotomia - abertura do brônquio - Cardiotomia - abertura do cárdia (transição esôfago-gástrica) - Coledocotomia - abertura e exploração do colédoco - Duodenotomia - abertura do duodeno - Flebotomia - dissecção (individualização e cateterismo) de veia - Laparotomia - abertura da cavidade abdominal - Papilotomia - abertura da papila duodenal - Toracotomia - abertura da parede torácica CONSTRUÇÃO CIRÚRGICA DE NOVAS BOCAS (STOMIA) - Cistostomia - abertura da bexiga para drenagem de urina - Colecistostomia - abertura e colocação de dreno na vesícula biliar - Coledocostomia - colocação de dreno no colédoco para drenagem - Colostomia - abertura do colo através da parede abdominal - Enterostomia - abertura do intestino através da parede abdominal - Gastrostomia abertura e colocação de uma sonda no estômago através da parede abdominal - Ileostomia - formação de abertura artificial no íleo - Jejunostomia - colocação de sonda no JeJuno para alimentação

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- Nefrostomia - colocação de sonda no rim para drenagem de urina OPERAÇÕES DE FIXAÇÃO ou REPOSICIONAMENTO (PEXIA) - Histeropexia - suspensão e fixação do útero - Nefropexia - suspensão e fixação do rim - Orquiopexia - abaixamento e fixação do testículo em sua bolsa - Cistopexia – Fixação da bexiga geralmente á parede abdominal OPERAÇÕES PARA ALTERAÇÃO DA FORMA E/OU FUNÇÃO (PLASTIA) - Piloroplastia - plástica do piloro para aumentar seu diâmetro - Rinoplastia - plástica do nariz - Salpingoplastia - plástica da trompa para sua recanalização - Toracoplastia - plástica da parede torácica OPERAÇÕES DE SUTURA (RAFIA) - Colporrafia - sutura da vagina - Gastrorrafia - sutura do estômago - Herniorrafia - sutura da hérnia - Perineorrafia - sutura do perineo - Tenorrafia - sutura de tendão OPERAÇÕES PARA OBSERVAÇÃO e EXPLORAÇÃO (SCOPIA) - Broncoscopia - exame sob visão direta dos brônquios - Cistoscopia - idem para bexiga - Colposcopia - idem para vagina - Esofagoscopia - idem para esôfago - Gastroscopia - idem para estômago - Laringoscopia - idem para laringe - Laparoscopia - idem para cavidade abdominal - Retossigmoidoscopia - idem para retossigmóide

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SONDAGENS

Apesar de termos inúmeros tipos de sondas e diferentes locais para utilizá-los, iremos nesta aula nos deter basicamente nas sondagens vesical, gastrointestinal e retal. Importante é a conceituação correta de sonda e cateter, que freqüentemente são utilizados para funções semelhantes. Sonda é definida como um tubo que se introduz em canal do organismo, natural ou não para reconhecer-lhe o estado, extrair ou introduzir algum tipo de matéria. Na definição de cateter temos: instrumento tubular que é inserido no corpo para retirar líquidos, introduzir sangue, soro, medicamentos e efetuar investigações diagnósticas.

SONDAGEM VESICAL

Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser drenada artificialmente através de sondas ou cateteres que podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal. A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada através da uretra ou por via supra-púbica, e tem por finalidade a remoção da urina. Suas principais indicações são: obtenção de urina asséptica para exame, esvaziar bexiga em pacientes com retenção urinária, em preparo cirúrgico e mesmo no pós operatório, para monitorizar o débito urinário horário e em pacientes inconscientes, para a determinação da urina residual ou com bexiga neurogênica que não possuam um controle esfincteriano adequado.

A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência da mesmo. Nestas sondagens de demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvaziamento, perdendo com o tempo, um pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo detrursor; portanto antes da remoção de sonda vesical de demora, o treinamento com fechamento e abertura da sonda de maneira intermitente, deve ser realizada para a prevenção da retenção urinária.

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Sonda vesical de alívio Sondas vesicais de demora de duas e três vias vias

Quando há a necessidade de uma sonda de demora, é imperativo a utilização de um sistema fechado de drenagem, que consiste de uma sonda ou cateter de demora, um tubo de conexão e uma bolsa coletora que possa ser esvaziada através de uma valva de drenagem, tudo isto para a redução do risco de infecção (ilustração abaixo).

O risco de infecção é inerente ao procedimento; a colonização bacteriana ocorre na metade dos pacientes com sonda de demora por duas semanas e praticamente em todos os pacientes após seis semanas de sondagem. Sabe-se que as infecções do trato urinário são responsáveis por um terço de todas as infecções hospitalares, e que na grande maioria das vezes existiu um procedimento invasivo do trato urinário, pois nesses procedimentos os microorganismos podem ter acesso ao trato urinário através da uretra no momento da sondagem, através da delgada camada de líquido uretral externo à sonda e através da luz interna da sonda após contaminação. Este índice de infecção acontece mesmo com a obediência de todos os preceitos de uma boa técnica de sondagem vesical.

DRENAGEM VESICAL SUPRA-PÚBICA - É realizada através da introdução de um cateter após uma incisão ou punção na região supra-púbica, a qual é preparada cirurgicamente, sendo que o cateter é posteriormente conectado à um sistema de drenagem fechado. Suas indicações principais são pacientes com retenção urinária por obstrução uretral sem possibilidades de cateterização, em pacientes com neoplasia de próstata ou em pacientes com plegias, ou seja quando há necessidade de uso crônico da sonda. São várias as vantagens da drenagem supra-púbica: os pacientes são capazes de urinar mais precocemente, é mais confortável do que uma sonda de demora trans-uretral, possibilita maior mobilidade ao

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paciente, maior facilidade de troca da sonda e principalmente apresenta um menor risco de infecção urinária. Como desvantagem é ser um método cirúrgico.

Drenagem vesical supra-púbica

TIPOS DE SONDAS OU CATETERES - variam de modelos e materiais, de acordo com o tipo de sondagem, se de alívio ou de demora. Para as sondagens de alívio, as mais utilizadas são a sonda de nelaton; para as sondagens de demora temos as sondas de duas vias, como a de Foley (figura abaixo) ou a de três vias para lavagem vesical.

PROCEDIMENTO - quanto ao material necessário: pacote esterilizado contendo: cuba rim, campo fenestrado, pinça, gaze, ampola de água destilada, seringa de 10 ml e cuba redonda, e ainda: sonda vesical, luvas esterilizadas, frasco com solução antisséptica (PVPI), saco plástico, recipiente para a coleta de urina e lubrificante (xylocaína esterilizada).

De início devemos ao paciente uma orientação sobre as necessidades e técnicas. Após lavagem adequada das mãos, deve-se reunir todo o material necessário para o procedimento. O isolamento do paciente nos quartos comunitários é humano. Quanto à melhor posição, é para as mulheres a ginecológica e para os homens o decúbito dorsal com as pernas afastadas. Após a abertura do pacote de cateterismo, calçar luvas estéreis.

Nas mulheres, realizar antissepsia da região pubiana, grandes lábios e colocar campo fenestrado; entreabrir os pequenos lábios e fazer antissepsia do meato uretral, sempre no

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sentido uretra-ânus, levando em consideração de que a mão em contato com esta região é contaminada e não deve voltar para o campo ou sonda. Introduzir a sonda lubrificada no meato urinário até a verificação da saída de urina. Se for uma sonda de Foley, insuflar o balão de segurança com água destilada, obedecendo o volume identificado na sonda. Conectar à extensão, fixar a sonda e reunir o material utilizado. Se for uma sonda de alívio, aguardar esvaziar a bexiga e remover imediatamente a sonda.

Nos homens, após a antissepsia da região púbica, realiza-se o mesmo no pênis, inclusive a glande com movimentos circulares, e para a passagem do cateter, traciona-se o mesmo para cima, introduzindo-se a sonda lentamente.

Nas sondagens vesicais de demora, com o sistema de drenagem fechado, deve-se observar algumas regras para diminuição do risco de infecção do trato urinário: nunca elevar a bolsa coletora acima do nível vesical; limpeza completa duas vezes ao dia ao redor do meato uretral; nunca desconectar o sistema de drenagem fechado, e a troca do sistema deve ser realizado a cada sete dias na mulher e a cada 15 dias no homem, ou na vigência de sinais inflamatórios.

SONDAGEM GASTROINTESTINAL

A passagem de sonda gastrointestinal é a inserção de uma sonda de plástico ou de borracha, flexível, pela boca ou pelo nariz, cujos objetivos são:

1. descomprimir o estômago 2. remover gás e líquidos 3. diagnosticar a motilidade intestinal 4. administrar medicamentos e alimentos 5. tratar uma obstrução ou um local com sangramento 6. obter conteúdo gástrico para análise

PROCEDIMENTOS

1. orientação ao paciente sobre o procedimento 2. lavagem das mãos 3. reunir o material e levar até o paciente: sonda, copo com água, seringa de 20 ml,

gazes, lubrificante hidrossolúvel (xylocaína geléia) esparadrapo, estetoscópio e luvas. 4. posicionar o paciente em Fowler ou decúbito dorsal 5. medir o comprimento da sonda: da ponta do nariz até a base da orelha e descendo até

o final do esterno, marcando-se com uma tira de esparadrapo 6. Aplicar spray anestésico na orofaringe para facilitar a passagem e reprimir o reflexo do

vômito. 7. lubrificar cerca dos 10 cm. iniciais da sonda com uma substância solúvel em água (K-Y

gel), introduzir por uma narina, e após a introdução da parte lubrificada, flexionar o pescoço de tal forma que o queixo se aproxime do tórax. Solicitar para o paciente que faça movimentos de deglutição, durante a passagem da sonda pelo esôfago, observando se a mesma não está na cavidade bucal.

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8. introduzir a sonda até a marca do esparadrapo. 9. fixar a sonda, após a confirmação do seu posicionamento.

Fixação

COMPROVAÇÃO DE CORRETO POSICIONAMENTO

1. Teste da audição: colocar o diafragma do estetoscópio na altura do estômago do paciente e injetar rapidamente 20 cc de ar pela sonda, sendo que o correto é a audição do ruído característico.

2. Aspiração do conteúdo: aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico e determinar do seu pH. O pH do conteúdo gástrico é ácido (aproximadamente 3), do aspirado intestinal é pouco menos ácido (aproximadamente 6,5) e do aspirado respiratório é alcalino (7 ou mais); também está confirmado o correto posicionamento, se com a aspiração verificarmos restos alimentares.

3. Teste do borbulhamento: colocar a extremidade da sonda em um copo com água, sendo que se ocorrer borbulha, é sinal que está na traquéia.

4. Verificação de sinais: Importância para sinais como tosse, cianose e dispnéia.

SONDAGEM RETAL

A mais importante utilização da sonda retal é para a lavagem intestinal, que possui como por finalidade: eliminar ou evitar a distensão abdominal e flatulência, facilitar a eliminação de fezes, remover sangue nos casos de melena e preparar o paciente para cirurgia, exames e tratamento do trato intestinal.

PROCEDIMENTOS

1. orientar o paciente 2. preparo do material: forro, vaselina ou xylocaína geléia, papel higiênico, comadre,

biombos, sonda retal, gaze, equipo de soro e luvas. 3. lavar as mãos e utilizar luvas 4. adaptar a sonda retal à solução prescrita e ao equipo de soro 5. colocar o paciente na posição de Sims 6. lubrificar cerca de 10 cm da sonda com vaselina 7. afastar os glúteos e introduzir a sonda

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8. 9. 10. no caso de lavagem intestinal, abrir o equipo, deixar escoar o líquido, fechar o equipo

após e término, retirar a sonda e encaminhar o paciente ao banheiro ou colocá

Manuseio do Sistema Coletor de Drenagem Torácica

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(pleural ou mediastinal)

Indicações: Os sistemas coletores de drenagem pleural ou mediastinal (SCDPM) são empregados em cirurgias torácicas ou cardíacas e destinam-se à evacuação de conteúdo líquido e ou gasoso da cavidade torácica (derrames pleurais ou pericárdico, empiema, sangue, pneumotórax, etc.)

Descrição: Os SCDPM utilizam o princípio da sifonagem para manter em equilíbrio a pressão intrapleural ou intrapericárdica, que é negativa em relação à atmosférica, evitando a entrada de ar na cavidade torácica (pneumotórax aberto). Os sistemas de frasco coletor único são os mais comumente empregados, devido ao seu baixo custo e fácil manuseio.

Treinamento: Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares e técnicos de enfermagem devem ter o conhecimento técnico necessário ao perfeito funcionamento do SCDPM, devendo estar capacitados para a resolução das eventuais complicações inerentes à drenagem pleural, pericárdica ou mediastinal.

Instruções de uso:Recomenda-se a leitura do manual por toda a Equipe hospitalar de modo a padronizar e protocolar a rotina do uso do SCDPM.As técnicas de manuseio poderão ser individualizadas, a critério médico e de acordo com as necessidades cirúrgicas.

Preparo do frasco coletor:

Verificar a capacidade do frasco coletor escolhido e colocar solução fisiológica ou água destilada estéril no frasco coletor, de modo a atingir a marca do nível líquido mínimo obrigatório, conforme a capacidade do reservatório.

Preparo do sistema coletor:

A tampa do SCDPM deve ser rosqueada ao frasco coletor de modo correto e firme.Somente o correto rosqueamento possibilitará a vedação adequada quando for necessária a aspiração contínua.

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Revisão do sistema de drenagem:Rever se a extremidade do tubo no interior do frasco ficou submersa cerca de 2 cm abaixo do nível líquido mínimo obrigatório. Marcar na etiqueta do frasco coletor o nível líquido, a data e a hora da instalação do frasco coletor.Verificar se existe oscilação ou borbulhamento no nível líquido.

Faixa adesiva de fixação:A faixa adesiva de fixação é de extrema importância para o conforto do paciente e deverá ser fixada no flanco do paciente.Ela evita que as trações da mangueira do SCDPM sejam transmitidas ao(s) ponto(s) de fixação cirúrgica do dreno torácico com a pele.Desta forma, se previne o doloroso deslocamento ou arrancamento do dreno torácico.

Curativos: A limpeza da ferida cirúrgica deverá ser realizada com solução anti-séptica e o curativo da pele, em torno do dreno torácico, deverá ser trocado diariamente ou quantas vezes forem necessárias.

Verificação do(s) ponto(s) cirúrgico(s):Ao verificar as condições do(s) ponto(s) cirúrgico(s) e da fixação do dreno torácico durante o curativo, deve-se observar se ocorreu arrancamento parcial do dreno torácico com deslocamento do(s) ponto(s) cirúrgico(s). Também se deve verificar se está ocorrendo vazamento aéreo em torno do dreno torácico devido à folga no(s) ponto(s) cirúrgico(s).

Ordenha: As manobras de ordenha são empregadas sob supervisão médica ou da enfermagem quando ocorrer obstrução por coágulos do SCDPM.Utilizar pinça de ordenha ou ordenhar com a mão a mangueira de drenagem e o dreno torácico de modo a remover possíveis obstruções.

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Advertências: Alguns cuidados devem ser tomados de modo a evitar obstrução da mangueira do SCDPM por torção ou angulação excessiva. Portanto, a mangueira do SCDPM deverá ser mantida quase esticada, sem curvas, desta forma evita-se a formação de sifões por coleção de líquido na própria mangueira.Para evitar o refluxo de líquido para a cavidade torácica não se deve elevar o frasco coletor acima do nível da cintura.Evitar o clampeamento prolongado da mangueira do SCDPMprincipalmente quando houver escape aéreo (borbulhamento), o que poderá provocar pneumotórax hipertensivo ou enfisema de subcutâneo. Pelo mesmo motivo, nunca tampe o suspiro do frasco coletor.

Pneumotórax aberto:O Pneumotórax aberto com suas repercussões clínicas de insuficiência respiratória ocorrerá em caso de desconexão do SCDPM, ou se o frasco coletor estiver sem o nível líquido mínimo obrigatório. Também nunca deixe virar ou tombar o frasco coletor.Em caso de ruptura do frasco coletor deve-se fechar a mangueira do SCDPM e rapidamente substituir por outro íntegro.Verificar as conexões de todo o SCDPM de modo a não permitir vazamentos de líquido ou entrada de ar.Não é recomendável perfurar o dreno torácico ou a mangueira do SCDPM para colher secreções.Evitar as adaptações que podem ocorrer quando se utilizam dispositivos de diversos fabricantes.

Precauções médicas:A reexpansão rápida do pulmão colabado deve ser evitada.A evacuação rápida do líquido pleural (pneumotórax, hidrotórax ou hemotórax) poderá provocar mal estar, dor, dispnéia e até edema pulmonar com grave repercussão sistêmica.

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Instruções ao paciente:A instrução sobre o funcionamento do SCDPM ao paciente ou aos seus representantes é da responsabilidade da Equipe médica e da enfermagem.As instruções devam incluir noções e cuidados para se obter uma perfeita sifonagem do SCDPM no paciente acamado, na deambulação e no transporte.Orientar que não se deve elevar o frasco coletor acima do nível da cintura, para evitar o refluxo de líquidos do frasco coletor para a cavidade torácica.Orientar como manter a mangueira de drenagem quase esticada, sem formar sinuosidades acentuadas, dobras ou acotovelamentos.Também, deve-se orientar que o paciente não deite em cima da mangueira de drenagem de modo a não obstruí-la.Orientar como se devem evitar movimentos corpóreos bruscos de modo a não tracionar a mangueira de drenagem, o que pode provocar desconexões, deslocamento doloroso ou arrancamento do dreno torácico.Avisar imediatamente ao médico, em caso de desconexão acidental ou sangramento.

Deambulação: O paciente deverá deambular normalmente, caso não haja contra-indicação clínica. Para maior comodidade, o paciente deverá utilizar a alça de transporte.

Transporte do paciente:Não deixar formar curvas acentuadas, dobras ou acotovelamentos na mangueira de drenagem. Manter sempre o frasco coletor abaixo do nível da cintura, deste modo se evita que o líquido seja aspirado para o interior do tórax do paciente.Na presença de fístula aérea, o dreno não deve ser pinçado durante o transporte em maca ou cadeira de rodas.Não pinçar o dreno torácico ao fazer radiografias, transporte ao centro cirúrgico ou nas ambulâncias.

Exames radiográficos:A radiografia de tórax e a tomografia computadorizada de tórax são indicadas na avaliação do posicionamento do dreno torácico e da efetividade da drenagem pleural.

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NEFROLOGIA

HEMODIÁLISE I - Introdução 1- Tema : Como a Hemodiálise interfere na vida do portador de I.R.C. 2- Problema: Neste trabalho Abordaremos a Hemodiálise como sendo uma forma de tratamento para o portador de Insuficiência renal crônica, destacando os transtornos psicológicos que a mesma causa ao paciente. 3- Justificativa Este trabalho auxiliará o profissional de enfermagem a conhecer o paciente dentro de uma visão holística. Pretendemos que os mesmos apartir de então desenvolvam novas habilidades de cuidar deste paciente que depende da hemodiálise para viver. 4- Objetivo Visamos identificar a interferência da hemodiálise na qualidade de vida do portador d I.R.C. II- Revisão da Literatura 1- Aspectos Fisiopatológicos Para PAOLUCCI (1997), a expressão insuficiência renal crônica aplica-se a toda condição patológica de instalação gradual capaz de deteriorar em graus variáveis a capacidade funcional renal. Grande parte dos casos assume curso progressivo e irreversível, culminando na síndrome urêmica ou simplesmente uremia. Então todos os órgãos e tecidos ficam praticamente entregues à própria sorte no tocante à regulação homeostática: verificam-se severos distúrbios do meio interno, onde fluidas e produtos catabólicos se acumulam dando lugar ao dramático quando sintomatológico da uremia. "A rapidez com que a diminuição progressiva do número de néfrons ocorre está na dependência direta da doença de base e no acompanhamento clínico do paciente" (JACOB GAMARSKI 1996 pg. 43) Nas formas avançadas de insuficiência renal crônica virtualmente todos os órgãos e tecidos sofrem seus efeitos. Ocorre um acúmulo de substâncias tóxicas no meio interno, seja por excreção deficiente, seja por excesso de produção devido a distúrbios metabólicos. Entre estes produtos indesejáveis estão: uréia, creatinina, ácido úrico, amônia, guanidina, fenóis, além de muitos outros. A I.R.C. leva às seguintes complicações, dentre outras: - Anasarca - Anemia - Alterações ósseas - Alterações da acuidade mental e ritmo do sono - Alterações da pressão intraocular - Alterações cardíacas - Hipertensão 2- Formas de Tratamento a) Diálise Peritoneal - Este procedimento substitui o trabalho dos rins, remove o excesso de água, resíduos e substâncias químicas do corpo. Usa o revestimento do abdome (membrana peritoneal) para filtrar o sangue. Uma solução purificadora chamada dialisato flui por um tubo especial em seu abdômen. Líquido, resíduos e substâncias químicas passam de minúsculos vasos de sangue da membrana peritoneal para o dialisato. Depois de várias horas, o dialisato é escoado de seu abdômen e leva os resíduos do sangue. A seguir novamente se enche o abdômen de dialisato fresco e o processo de limpeza recomeça para tal procedimento se coloca um catéter permanente em seu abdome para transportar o dialisato para a cavidade peritoneal e vice-versa. Há três tipos de diálise peritoneal: - C.A.P.D. - é a diálise peritoneal ambulatorial continuada. É a mais comum , não precisa de máquina e o

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sangue é limpo continuadamente. O dialisato passa de uma bolsa de plástico pelo catéter para o abdômen. O dialisato fica no abdômen com o catéter lacrado. Depois de várias horas o portador escoa a solução de reserva à bolsa e reenche o abdômen com solução fresca. - C.C.P.D. - Diálise peritoneal cíclica contínua. É como a C.A.P.D., difere por necessitar de uma máquina que se conecta ao catéter e automaticamente enche e drena o dialisato do abdômen. Pode ser feita à noite, quando o paciente dorme. - D.P.I. - Diálise peritoneal intermitente, usa o mesmo tipo de máquina da C.C.P.D. para infundir e escoar o dialisato. Pode ser feita em casa, mas é normalmente feita no hospital, levam muito mais tempo que a C.C.P.D. b) Hemodiálise Segundo CIVITA (1985). A hemodiálise substitui parcialmente os rins. A hemodiálise usa um dialisador, ou filtro especial, para limpar sangue. O dialisador é conectado a uma máquina. Durante o tratamento, o sangue flui por tubos para o dialisador. O dialisador filtra os resíduos e o excesso de líquido. Então o sangue recentemente limpo flui através de outro tudo de volta para o corpo. Os princípios básicos de funcionamento do hemodialisador são muito simples: uma membrana de celofane , com poros minúsculos é interposta entre o sangue e um líquido (ou fluido) de limpeza ou líquido de diálise. O sangue tem uma concentração muito alta de moléculas de produtos inúteis do sangue, que não existem no fluído de diálise. Esse fluído aquecido a 38º C é composto em geral por 100 litros de uma mistura de água e vários tipos de compostos (bicarbonato de sódio, cloreto de potássio e sódio, magnésio, cálcio e glicose). Na diálise as moléculas de resíduos metabólicos do sangue tendem naturalmente a atravessar a membrana do dialisador em direção ao líquido de limpeza, uma solução menor concentrada. A passagem das moléculas sanguíneas para o fluído dialisador continua até que a concentração dos dois líquidos se iguale totalmente. O tamanho do orifício da membrana impede que moléculas grandes como são os glóbulos e proteínas do sangue passem para o líquido dialisador e se percam. Há dois modos de se ligar o paciente ao hemodialisador. No primeiro, mais usado em pessoas que vão precisar de poucas sessões de diálise, insere-se um tubo de plástico muito delgado numa artéria e outro numa veia do doente, que fica assim conectado à máquina. Para um arranjo mais permanente usa-se um procedimento chamado fístula. Nele une-se cirurgicamente uma veia e uma artéria superficiais. Depois de umas seis semanas, a conexão fica com as paredes bem espessas e pode então ser perfurada continuamente com agulhas ligadas à máquina por tubos plásticos próprios. Com o objetivo de evitar a coagulação do sangue no interior da máquina ou nas conexões, injeta-se na tubulação um anticoagulante chamado heparina. É importante que não haja formação de bolhas no sangue, pois sua presença na circulação do paciente poderia causar obstrução dos delgados vasos sanguíneos pulmonares. Para evitar esse problema há um "detector de bolhas" no hemodialisador. Finalmente, é necessário utilizar uma bomba para forçar o sangue através da membrana do hemodialisador, pois se o sangue chegar frio ao paciente seu corpo entraria rapidamente em hipotermia. A freqüência com que um paciente precisa ser submetido à diálise depende da gravidade de sua doença renal e das condições de ligação arteriovenosa com a máquina. Mas a maioria dos pacientes renais crônicos precisam de duas a três sessões semanais de hemodiálise, cada uma com duração de duas a quatro horas. Todos os pacientes com insuficiência crônica dos rins acabam ficando anêmicos, mas esse é um problema que a hemodiálise não resolve. Uma das causas dessa anemia é a deficiência de uma substâncias fabricada nos rins e que estimula a formação de hemácias na medula óssea. Esse tipo de anemia costuma ser tratada por transfusões de sangue feitas a intervalos regulares de tempo. Um dos riscos enfrentados pelas pessoas que fazem hemodiálise é o de contraírem doenças transmitidas através do sangue devido à má esterilização do hemodialisador. c) Transplante- é o procedimento que coloca um rim saudável no portador de I.R.C. para que ele faça o trabalho do rim doente. III- Referências Bibliográficas

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· MALNIC, Gerhard; MARCONDES, Marcelo. Fisiologia Renal. Edart- São Paulo 1997 · PAOLUCCI, Alberto A. Nefrologia . Guanabara Koogan 1997, Rio de Janeiro- RJ · CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. - Metodologia Científica 4a edição- São Paulo Makron Books, 1996. · GAMARSKI, Jacobs; Temas da Medicina Atualização Diagnóstica e Terapêutica, 1996. · CIVITA, Victor. O Médico da Família- Nova Cultura, VI. São Paulo, 1998 · URONEWS - Internet, Sociedade Brasileira de informações Urológicas 1998, nº 23 · R. S. CVRANDI- Revista de tergaia médica v. 16, março-abril. Rio de Janeiro , 1983

TRABALHO EM GRUPO: 1. MONTAR UM QUADRO COM CIRURGIAS, TIPOS, ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM,

COMPLICAÇÕES, RISCOS E TRATAMENTOS.