Apostila contabilidade tributaria 0000

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SUMÁRIO 1. Contabilidade 03

2. Balanço Patrimonial 12

3. Demonstração de Resultados 15

4. Contabilidade de Custos 16

5. Formação de Preços 22

5. Administração por Objetivos 30

6. Orçamento 37

7. Mercado de Capitais 39

8. Outros conceitos relevantes 42

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1. Contabilidade Contabilidade é a ciência que estuda e interpreta os registros dos fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade. O nome deriva do uso das contas contábeis. De acordo com a doutrina oficial brasileira (organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade), a contabilidade é uma ciência social, da mesma forma que a Economia e a Administração (esta por vezes considerada um ramo da Sociologia). Mas é comum autores refutarem essa condição científica, colocando-na como técnica ou arte. Nessa acepções alternativas, por exemplo, há quem a defina numa conotação tradicionalmente jurídica, como a arte de organizar os livros comerciais ou de escriturar contas.

1.1. História A Contabilidade iniciou-se empiricamente. Com Leonardo Fibonacci e depois Luca Pacioli, principal divulgador do método das partidas dobradas, encerrou-se a fase empírica e menos organizada da contabilidade, a partir do século XV. A chamada escola inglesa (Francis Bacon, Locke, Hume) contestou o excesso de especulação científica e concebeu o Empírico como um critério determinante do que seria ciëncia ou não (indução empírica, segundo o sociólogo Pedro Demo). Mas a Contabilidade só foi reconhecida como ciência propriamente dita no início do século XIX.Por longo período sua história se confundiu com a dos registros patrimoniais de organizações mercantis e econômicas e até os dias de hoje é possível se notar alguma confusão entre a Ciência Contábil e a escrituração de fatos patrimoniais. Outra dificuldade que se encontra no estudo da matéria, principalmente no Brasil, é a dos trabalhos científicos sobre contabilidade não raro sofrerem de um excesso de experimentalismo, o que tem prejudicado o desenvolvimento da matéria em várias áreas. Muitos desses trabalhos foram classificados até o final da década de 60 como de Economia Aziendal, um ramo da Economia proposto pelos italianos e outros estudiosos europeus, passando a prática contábil e, particularmente a escrituração, a ser mais conhecida como Contabilidade Aplicada. Apesar da conotação econômica, a Economia Aziendal ressaltava os vínculos contábeis com disciplinas administrativas e matemáticas. Por essa característica foi criticada pois sua estrutura se pareceria com um "Sistema de Ciências". Assim, no Brasil prevalece a abordagem acadêmica da essência econômica, deixando de ser destacada em primeiro nível as relações profundas com outras ciências observadas na contabilidade aplicada.

1.2. A atividade contábil A complexidade crescente das corporações e governos levou a uma preocupação da sociedade com a organização da atividade contábil. Até meados do século XX, muitos autores a viam como um processo (alguns a chamavam por isso de Contabilidade Histórica). Com a popularização da visão sistêmica e o advento do "Estruturalismo", que passaram a ser desenvolvidos na Economia e na Sociologia, os autores contábeis começaram a pensar a atividade em termos estruturalistas: no Brasil, diante das peculiaridades próprias da aplicação da matéria, foi proposto um sistema de funções (ver Funcionalismo) que atendesse os três principais objetivos contábeis: registro, controle e informação. Mas logo surgiriam outras propostas, visando a satisfazer diferentes usuários da atividade contábil:

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1.2.1. Em Economia, foi proposto a Contabilidade ser um sistema inserido dentro

dos sistemas econômicos maiores, como o das Empresas (Microeconomia) e dos governos (Macroeconomia). Dessa forma passou a ser visto com naturalidade o uso da Matemática e da Estatística para obtenção e interpretação das informações contábeis.

1.2.2. Em Administração, surgiu a proposta de um sistema baseado em princípios

contábeis, capaz de organizar a atividade para fins de atender a padronização da informação contábil e de outras necessidades dos administradores.

1.2.3. Em países como o Brasil, onde a legislação é um fator decisivo na forma

final `que receberá a atividade, há a idéia da contabilidade empresarial ser um sistema de escrituração: a Contabilidade de Custo, por exemplo, é vista pelos legisladores como um sistema à parte do Sistema Contábil, havendo um dispositivo que permite, contudo, que a empresa possa optar por integrar ou não à sua escrituração, o sistema de custos.

Todos os três tipos de propostas acima sofreram inúmeras modificações ao longo dos anos, que procuraram acompanhar o desenvolvimento acelerado das atividades econômicas e administrativas. Não se pode negar que a proliferação dos sistemas informatizados de contabilidade, foi a mais profunda inovação para a atividade. Ao contrário do que possa parecer, todavia, esses sistemas não se transformaram na síntese da contabilidade: organizam os dados em informações como qualquer software administrativo, mas que, sem o conhecimento científico e profissional contábil capaz de trabalhar essa infinita gama de informações, não conseguirão servir com eficácia aqueles que em última instäncia foram quem patrocinaram todas as mudanças da atividade: os citados usuários (gestores, legisladores, acionistas, etc).

1.3. Fenômenos Contábeis Dentro de uma visão estruturalista com objetivos econômicos, os fenômenos contábeis se estudam sob os aspectos ambientais e que são os que envolvem o patrimônio; dividem-se em:

• endógenos: do ambiente aziendal; • exógenos: do ambiente social, econômico, político, ecológico, legal, etc.

Mas também há a visão estruturalista com objetivos sociológicos, no qual o patrimônio é substituído como objeto pela gestão empresarial e pela informação. Nesse sentido, os fenômenos endógenos seriam os voltados para a informação dirigida a gestão, enquanto os fenômenos exógenos seriam os voltados para a informação de mercado (em inglês, disclosure). Para ser reconhecido como dado dentro de um sistema contábil objetivo, os fenômenos devem estar materializados em fatos contábeis, os quais devem ser escriturados. Ou então em atos, que podem se tornar objeto de escrituração caso haja o objetivo de se implementar um controle contábil para fins de informação.

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Dessa forma, um sistema contábil deve ser aquele capaz de organizar os fatos contábeis a partir de três objetivos primordiais: registro, controle e informação.

1.4. Dimensões Contábeis Como contribuição para a sistematização e estudo desses fenômenos da prática contábil, poderíamos partir para uma classificação de "dimensões contábeis", dos seguintes grupos de relações formados a partir do ponto de vista dos contabilistas, e derivados das influências mais importantes observadas na atividade prática:

• Dimensão Jurídica • Dimensão Administrativa • Dimensão Econômica

A relação com várias outras matérias, apesar de intensas com algumas não citadas tal como por exemplo a Informática ou Ciência da Computação, não se caracterizaria como uma nova dimensão pois nessa relação prevalece um caráter lógico-matemático, estranho à matéria contábil. Mas havendo o desenvolvimento para outras ciências relacionadas que não se atenham aos princípios da programação e processamento de dados, como parece ser a proposta de uma Ciência da Informação, essa restrição pode ser revista. Dentro da dimensão econômica da matéria, pode-se considerar que os fatos contábeis se baseiam nas seguintes razões lógicas: A azienda (AZIENDA - Palavra Italiana cuja tradução literal é Fazenda, defini-se a Azienda como a unidade econômica que possui vida própria, compondo um patrimônio bem determinado e dispondo de organização administrativa e trabalho como força dinâmica. ) tem necessidades;

• de acordo com as necessidades, cria suas finalidades ou metas; • para suprir as necessidades busca meios; • o exercício ou utilidade dos meios gera funções.

1.5. Correntes do Pensamento Científico

Entende-se a Contabilidade como ciência pois:

• tem um objeto próprio de estudos; • estuda o objeto sob um aspecto peculiar ou próprio; • estabelece leis (relações entre fatos de validade geral e perene); • enseja a previsão de fatos; • tem metodologia específica; • tem tradição como conhecimento; • enseja aplicação do seu conhecimento.

Existem diversas correntes do pensamento científico da Contabilidade, sendo as consideradas próprias de figurarem como de dimensão predominantemente econômica as seguintes:

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• Materialismo • Controlismo • Aziendalismo • Patrimonialismo • Universalismo • Neopatrimonialismo

As correntes abaixo serviram para se reconhecer uma dimensão jurídica da contabilidade, a saber:

• Contismo • Personalismo

A ressaltar ainda as teorias e técnicas desenvolvidas pelos anglo-americanos, as quais se enquadram na dimensão administrativa da contabilidade e que, apesar de não se revestirem de caráter científico, são bastante influentes: Auditoria (Auditoria interna e Auditoria externa), Princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP's), Contabilidade Divisional, Contabilidade Gerencial, da Análise financeira e da Consolidação dos Balanços.

1.6. Ramos da Contabilidade

• Contabilidade Administrativa, • Contabilidade Agrícola, • Contabilidade ambiental, • Contabilidade Analítica, • Contabilidade Aplicada, • Contabilidade Bancária, • Contabilidade Comercial, • Contabilidade de Custos, • Contabilidade Departamental ou Divisional • Contabilidade de Recursos Humanos, • Contabilidade de Seguros, • Contabilidade de Transportes, • Contabilidade Doméstica, • Contabilidade dos Serviços, • Contabilidade Estratégica • Contabilidade financeira, • Contabilidade Fiscal, • Contabilidade Geral, • Contabilidade gerencial, • Contabilidade Gráfica, • Contabilidade Hospitalar, • Contabilidade hoteleira, • Contabilidade Imobiliária, • Contabilidade Industrial (vide Contabilidade de Custos), • Contabilidade internacional • Contabilidade Mercantil, • Contabilidade Nacional,

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• Contabilidade Orçamentária, • Contabilidade Previdenciária, • Contabilidade pública, • Contabilidade Rural, • Contabilidade Superior, • Contabilidade Teórica, • Contabilidade do terceiro setor • Contabilidade tributária

1.7. Príncipios fundamentais de contabilidade

No Brasil, desde que a lei 6.404/76 o incluiu como matéria legislativa a ser observada pelos agentes do mercado de capitais, os princípios são objeto de regulamentação dos órgãos reguladores oficiais. O CFC definiu uma primeira versão em 1981, seguida pela CVM que emitiu uma deliberação em 1986, classificando-os em postulados, princípios propriamente ditos e convenções. Em 1993, (Resolução CFC 750), ambas as entidades acordaram em declarar "Os princípios fundamentais da Contabilidade", o que não significa que são mais importantes do que os outros ou que existam somente os 7 (sete) definidos pela norma profissional citada, a saber:

• Entidade Este princípio reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, ou seja, a necessidade de se diferenciar o patrimônio da empresa do patrimônio dos sócios, acionistas ou proprietários da mesma. A contabilidade deve ter plena distinção e separação de pessoa física e pessoa jurídica. Enfim, o patrimônio da empresa jamais se confunde com os dos seus sócios. E proprietário individual.

• Continuidade Este princípio diz que a empresa deve ser avaliada e escriturada na suposição de que a entidade nunca será extinta. As Demonstrações Contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos anteriores e subseqüentes, a vida da empresa é continuada (going concern), até circunstância esclarecedora em contrário. Seus Ativos devem ser avaliados de acordo com a potencialidade que têm em gerar benefícios futuros para a empresa, na continuidade de suas operações, e não pelo valor que se poderia obter se fossem vendidos no estado em que se encontram. Caso ocorra situação desfavorável a entidade poderá ser investigada pelo conselho de contabilidade, podendo conseqüentemente ser encerrada, terminando suas atividades empresariais. Obs: No Brasil, as punições sobre erros e fraudes contábeis se concentram nos administradores e contadores (incluído aqui também os auditores externos). Os contadores, além das sanções profissionais previstas nas normas do CFC -Conselho Federal de Contabilidade, poderão se haverem ainda com punições previstas nos Códigos Penal (Código Penal), Civil (Código Civil) e legislação tributária do Imposto de Renda. O Banco Central do Brasil é quem tem o poder de encerrar atividades das instituições financeiras que causem crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

• Oportunidade

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O princípio da oportunidade enfatiza a necessidade de apreensão, registro e relato de todas as variações no patrimônio de uma entidade, no momento em que elas ocorrerem, de forma integral. Assim, as modificações de elementos patrimoniais devem ser contempladas mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência. A preocupação básica é que devem estar reconhecidas nos registros contábeis todas as variações patrimoniais de uma entidade, para que as informações contábeis espelhem com fidelidade a situação do patrimônio em determinado período – advém daí a necessidade da utilização (sempre que possível) de documentação hábil e comprobatória de todas as transações.

• Registro pelo valor original Os elementos patrimoniais devem ser registrados pela contabilidade por seus valores originais, expressos em moeda corrente do país. Assim, os registros da contabilidade são efetuados com embasamento no valor de aquisição do bem ou pelo custo de fabricação (vide contabilidade de custos), incluindo-se, ainda, todos os gastos que foram necessários para colocar o bem em condições de gerar benefícios (presentes ou futuros) para a empresa; caso ela efetue transações em moeda estrangeira.

• Atualização monetária Refere-se ao ajuste dos valores dos componentes patrimoniais, devido à perda do poder aquisitivo num ambiente inflacionário. Portanto, a atualização monetária não representa uma avaliação e sim apenas um ajuste dos valores originais, mediante aplicação de indicadores oficiais, que reflitam a variação do poder aquisitivo da moeda. Serve também para homogeneizar as diversas contas das mais variadas espécies. Hoje em dia no Brasil existe uma tensão no meio contábil, entre os órgãos reguladores (CFC e CVM) e a classe, por causa da resolução que admite a correção monetária apenas se a inflação passar de um determinado patamar. (Na verdade, essa resolução atende ao padrão internacional). Sucede entretanto, que mesmo uma inflação baixa vai distorcer o real valor do patrimônio em poucos anos. A posição é antiga da classe contábil brasileira, que além de não observar o padrão internacional deixou de ter base legal com o advento do Plano Real (1994), que vetou a "correção monetária de balanços" (a denominação antiga do Princípio era "da Correção Monetária"). Porém, no âmbito da Contabilidade Gerencial e na Análise de Balanços em moeda constante, essa informação poderá continuar a ser processada e fornecida aos gestores internos, que podem decidir por comunicar seus resultados ao mercado, se a acharem relevantes.

• Competência "As despesas e receitas devem ser contabilizadas como tais, no momento de sua ocorrência, independentemente de seu pagamento ou recebimento". Este princípio está ligado ao registro de todas as receitas e despesas de acordo com o fato gerador, no período de competência, independente de terem sido recebidas (receitas) ou pagas (despesas). Assim, é fácil observar que o princípio da competência não está relacionado com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas (realização) e das despesas incorridas em determinado período. A receita é considerada realizada:

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o no momento em que há a transferência do bem ou serviço para terceiros,

efetuando estes o pagamento ou assumindo o compromisso firme de fazê-lo no futuro (exemplo: venda a prazo);

o quando ocorrer a extinção de uma exigibilidade sem o desaparecimento concomitante de um bem ou direito (exemplo: perdão de dívidas ou de juros devidos);

o pelo aumento natural dos bens ou direitos (exemplo: juros de aplicações financeiras);

o no recebimento efetivo de doações e subvenções. A despesa é considerada incorrida quando:

o ocorrer o consumo de um bem ou direito (exemplo: desgaste de máquinas); o ocorrer o surgimento de uma obrigação (exigibilidade) sem o

correspondente aumento dos bens ou direitos (exemplo: contingências trabalhistas);

o deixar de existir o correspondente valor do bem ou direito pela sua transferência de propriedade para um terceiro (exemplo: a baixa de mercadorias do estoque quando da efetivação da venda).

• Prudência

O princípio da prudência especifica que ante duas alternativas, igualmente válidas, para a quantificação da variação patrimonial, será adotado o menor valor para os bens ou direitos e o maior valor para as obrigações ou exigibilidades. Assim, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos outros princípios fundamentais de contabilidade será escolhido a opção que diminui o valor do Patrimônio Líquido. Baseia-se na premissa de "nunca antecipar Lucros e sempre prever possíveis Prejuízos".

1.8. Demonstrações Contábeis As Demonstrações Contábeis são o conjunto de informações que devem ser divulgadas anualmente pela administração de uma sociedade por ações e representa a sua prestação de contas para os sócios e acionistas. A prestação anual de contas é composta pelo Relatório da Administração, as Demonstrações Contábeis e as notas explicativas que as acompanham, o Parecer dos Auditores Independentes (caso houver) e o Parecer do Conselho Fiscal (caso existir).

1.8.1. Composição das Principais Demonstrações Contábeis

• Balanço Patrimonial • Demonstração do Resultado do Exercício – DRE • Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e de Lucros ou

Prejuízos Acumulados • Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR • Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC • Demonstração do Valor Adicionado – DVA • Demonstrações Comparativas • Consolidação das Demonstrações Contábeis

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• Balanço Social

1.9. Balanço Patrimonial É uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade numa determinada data, representando, portanto, uma posição estática da mesma. O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (exigibilidades e obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos.

1.10. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE Destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência, a DRE oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de divulgação, em geral são feitas mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais.sasas

1.11. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e de Lucros ou Prejuízos Acumulados

No Brasil a Lei das Sociedades por Ações aceita uma ou outra, sendo que a primeira é a mais completa e uma de suas colunas é a dos Lucros ou Prejuízos acumulados. Ela evidencia a mutação do Patrimônio Líquido em termos globais (novas integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos, reavaliações, etc.) e em termos de mutações internas (no caso de ,m,m,.m.m.prejuízo incorporações de reservas ao capital, no caso de lucro transferências de lucros acumulados para reservas etc.)

1.12. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR Procura evidenciar as origens de recursos que ampliam a folga financeira de curto prazo (ou o capital circulante líquido, numa linguagem mais técnica) e as aplicações de recursos que consomem essa folga. Há uma tendência para se substituir essa demonstração pelo fluxo de caixa ou completá-la até converter-se em um fluxo puro de disponibilidades, porém isto ainda não está previsto pela legislação brasileira. Ou seja, é a Entrada de Recursos e Saída de Recursos que identificam os fluxos financeiros que aumentaram ou reduziram o CCL – Capital Circulante Líquido:

Origens de Recursos Aplicações de Recursos

Lucro Líquido Aquisição de Ativos Permanentes Depreciação Aumento do R.L.Prazo Aumento de Capital TRF Dívidas do ELP p/PC Empréstimos à Longo Prazo Dividendos Propostos Valor da Venda de Ativos Permanentes

a) o que é o CCL = Ativo Circulante (-) Passivo Circulante b) o que é variação do CCL = Origens (-) Aplicações de Recursos

1.12.1. Capital de Giro

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Capital de Giro é o capital que “circula”, que “gira”, portanto é a soma de recursos aplicados no Ativo Circulante das empresas. Capital de Giro Líquido (CGL) é o mesmo que o CCL, ou seja, Ativo Circulante menos Passivo Circulante. As Fontes de Capital de Giro são as que contribuem para o aumento do Ativo Circulante das empresas:

a) as dívidas a curto prazo com o conceito de que, se aumentarmos o prazo dos fornecedores em mais 10 dias, por exemplo, o capital de giro será afetado para melhor.

b) fontes onerosas são aquelas que embutem despesas financeiras (juros) – como empréstimos bancários, atraso no pagamento de tributos.

c) fontes não onerosas são aquelas derivadas de operações normais da empresa, para as quais os juros não afetam.

1.13. Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC

Visa mostrar como ocorreram as movimentações de disponibilidades em um dado período de tempo. Vem substituindo em alguns paises a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, e é provável que isto também ocorra futuramente no Brasil. Demonstra a circulação do dinheiro. Se elaborado diariamente, ajuda a administrar o dinheiro. Se elaborado anualmente, ajuda a entender como a empresa “viveu” durante este período. Se os recursos utilizados foram os melhores ou ocorreu algum erro estratégico

1.14. Demonstração do Valor Adicionado – DVA Tem como objetivo principal informar ao usuário o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição.

1.15. Demonstrações Comparativas É a comparação das demonstrações contábeis dos dois últimos exercícios, e o grande objetivo é que a análise de uma empresa seja feita sempre com vista no futuro, por isso, é fundamental verificar a evolução passada, e não apenas a situação de um momento.

1.16. Consolidação das Demonstrações Contábeis No caso de Companhias Abertas e Grupos Societários, é necessário que complementarmente às demonstrações contábeis normais, também sejam apresentadas demonstrações contábeis consolidadas da investidora com suas controladas (No Brasil - Instrução CVM nº 247/96).

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1.17. Balanço Social Com o crescimento da preocupação da população mundial com o meio ambiente e com a sociedade que cerca as companhias, muitas empresas estão demonstrando a interação neste meio através das seguintes demonstrações:

1.17.1. Balanço Ambiental Reflete a postura da empresa em relação aos recursos naturais, compreendendo gastos com a preservação, proteção e recuperação; investimentos com equipamentos, tecnologias e campanhas voltadas para a área ambiental. Pode também ser demonstradas as quantidades comparativas de poluentes produzidos entre um período e outro.

1.17.2. Balanço de Recursos Humanos

Visa mostrar o perfil da força de trabalho, remuneração, benefícios recebidos e gastos com treinamento de funcionários, além da discriminação dos gastos em benefícios da sociedade na qual está inserida, como centros de recreação e entidades assistenciais.

1.18. Outros Itens da Prestação Anual de Contas

1.18.1. Relatório da Administração

Não faz parte das demonstrações contábeis propriamente ditas, mas a lei exige a apresentação do relatório, que deve evidenciar os principais fatos administrativos e financeiros ocorridos no período (exercício), os investimentos feitos em outras entidades, a política de distribuição de dividendos, a política de re-investimento de lucros etc.

1.18.2. Notas Explicativas As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas, quadros analíticos e outras demonstrações contábeis necessárias para uma plena avaliação da situação e da evolução patrimonial de uma empresa. As notas devem conter no mínimo a descrição dos critérios de avaliação dos elementos patrimoniais e das práticas contábeis adotadas, dos ajustes dos exercícios anteriores, reavaliações, ônus sobre ativos, detalhamento das dívidas de longo prazo, do capital e dos investimentos relevantes em outras empresas etc.

1.18.3. Parecer dos Auditores Independentes No Brasil a Lei das Sociedades por Ações (nº 6.404/76), determina que as demonstrações contábeis sejam auditadas por auditores independentes registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Normas específicas também exigem que as instituições subordinadas ao Banco Central do Brasil, à Superintendência de Seguros Privados e outras também tenham suas demonstrações contábeis auditadas. Em países com economias mais avançadas, onde a auditoria é uma obrigatoriedade para a grande maioria das empresas e entidades, inclusive as governamentais, quando não por lei, por exigência natural da sociedade e da comunidade de negócios; empréstimos, relações comerciais, transações importantes e linhas de crédito, normalmente só são concretizados nestes países, quando acompanhadas de demonstrações contábeis avalizadas por auditores independentes; nos EUA esta necessidade é ainda maior após o advento da SOX (The Sarbanes-Oxley Act of 2002 ou Sarbanes-Oxley compliance) e normalmente esta necessidade se reflete em todas filhadas americanas domiciliadas em outros países.

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1.18.4. Parecer do Conselho Fiscal No Brasil não é obrigatória a publicação do Parecer do Conselho Fiscal, caso existir ele deve ser submetido à Assembléia Geral dos acionistas, mas a sua publicação é opcional, contudo, a prática mostra de que ele é publicado na maioria das vezes em que existe. 2. Balanço Patrimonial Nas Ciências Sociais e no Direito, a palavra "balanço" decorre do equilíbrio ou da igualdade expresso nas seguintes fórmulas contábeis: Ativo = Passivo + PL Aplicações = Origens. Parte-se da idéia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Mas em vez de se denominar balança, denomina-se balanço. O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. Juntando as duas partes, obtém-se o balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data Em terminologia moderna em uso no Brasil, o Balanço é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição financeira e economica de uma entidade (em geral uma empresa) em determinada data, representando, tanto uma posição estática (igualdade ou elementos de inventário) como dinâmica (equilíbrio ou elementos de gestão). No Direito Privado, era chamado anteriormente pelo Código Comercial Brasileiro de "Balanço Geral". A partir da lei 6.404/76, o Balanço das companhias passou a ser denominado de "Balanço Patrimonial", procurando diferenciar essa Demonstração Contábil do "Balanço Financeiro", próprio das entidades sem fins lucrativos. O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos. O Balanço Patrimonial é parte de um conjunto de relatórios que compõem as Demonstrações Contábeis de uma entidade. Além do balanço, há a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração do Valor Adicionado. Tais demonstrações devem ser sempre apresentadas acompanhadas de Notas Explicativas. O Balanço patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, resumidamente, o patrimônio da empresa, quantitativa e qualitativamente. O artigo 178 da Lei nº 6.404/1976 estabelece o seguinte:

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Art. 178. No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a ánalise da situação financeira da companhia. §1º No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementtos nelas registrados, nos seguintes grupos:

a)Ativo Circulante; b)Ativo Realizável a longo Prazo; c)Ativo Permanente, dividido em Investimentos, Ativo Imobilizado e ativo Diferido.

§2º No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

a)Passivo Circulante; b)Passivo Exigível a Longo Prazo; c)Resultados de Exercícios Futuros; d)Patrimônio Líquido, dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reserva de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados.

§3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.

As contas do Ativo sujeitas à depreciação, à amortização, à exaustão e à provisão para créditos de liquidação duvidosa aparecerão, no Balanço Patrimonial, deduzidas das respectivas depreciações, amortizações, exaustões ou provisões para créditos de liquidação duvidosa.

2.1. Classificação das Contas Conforme o art. 178 da Lei nº 6.404/76, "no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia".

2.2. Órgãos regulamentadores Os critérios para a elaboração do balanço e demais demonstrações contábeis são definidos por órgãos específicos de cada país. No Brasil esse órgão é o Conselho Federal de Contabilidade-CFC, que expede as normas gerais sobre temas contábeis. Há outros órgãos oficiais brasileiros, como a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, o Banco Central do Brasil, a STN - Secretaria do Tesouro Nacional e os Tribunais de Contas, dentre outros, que podem expedir normas específicas para as instituições por eles fiscalizadas.

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Balanço Patrimonial (exemplo)

ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Disponível Fornecedores Duplicatas a Receber Empréstimos Bancários Estoques Contas a Pagar Outras Contas

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo Investimentos financeiros Financiamentos Permanente Outras Contas Investimentos em empresas Imobilizado Patrimônio Líquido Depreciação Acumulada (-) Capital Social + Reservas Diferido Lucros Acumulados (-) 3. Demonstração do Resultado do Exercício A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), ou destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência (princípio contábil. A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de divulgação, em geral são feitas mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais. De acordo com a legislação mencionada (Lei nº 6.404, de 15 – 12 – 1976, Lei da Sociedade por Ações), as empresas deverão na Demonstração do Resultado do Exercício discriminar:

• A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

• A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

• As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

• O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais • O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o

imposto; • As participações de debêntures, empregados, administradores e partes

beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;

• O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

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Demonstração do Resultado (exemplo)

Receita Bruta de Vendas (-) Deduções da Receita Bruta (impostos e cancelamentos)

= Receita Líquida de Vendas

(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV, CMV ou CSP) M.Prima – Estoque Inicial + M.Prima – Compras + M.Prima – Estoque Final - M.Prima – Consumo = Mão de Obra Direta + Custos Indiretos de Fabricação + Depreciação +

= Lucro Bruto ou Margem Bruta

(-) Despesas Operacionais Administrativas - Comerciais ou Vendas - Financeiras – Despesas - Financeiras – Receitas +

= Lucro Operacional (+ ou -) Resultados Não Operacionais

= Lucro Antes do IR e CS (-) Provisão do IR e CS

= Lucro Líquido 4. Contabilidade de Custos A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, e de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões. A contabilidade de custos coleta, classifica e registra os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos. Os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos. Exemplos de dados físicos operacionais: unidade produzidas, horas trabalhadas, quantidade de requisições de materiais e de ordens de produção, entre outros.

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A contabilidade de custos requer a existência de métodos de custeio para que, ao final do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao objeto de estudo. Os principais métodos de custeio são:

4.1. Custeio por absorção O Custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço)absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. Esse método foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha no início do século XX conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit). Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos (rateados) para todos os produtos feitos. Na legislação tributária brasileira do imposto de renda, esse método é o recomendado, sendo vetado o chamado método direto ou variável (vide contabilidade tributária). Nessa especialização, contudo, deve-se fazer sempre ressalvas: apesar do nome, muitos gastos potenciais não fazem parte do Custo de Absorção para fins tributários, simplesmente porque não são reconhecidos tributáriamente como encargos: o imposto de renda do exercício, por exemplo, é um gasto em potencial que não faz será rateado pelo CIF, nem classificado como despesa operacional

4.2. Custeio Variável ou Direto Os métodos de Custeio atribuem para cada custo uma classificação específica, na forma de custos fixos ou custos variáveis. O custeio variável ( direto) é um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e produtos acabados só conterão custos variáveis. O sistema de custeio variável fundamenta-se na separação dos gastos em gastos variáveis e fixos, isto é, em gastos que oscilam proporcionalmente ao volume da produção/venda e gastos que se mantêm estáveis perante volumes de produção/venda oscilantes dentro de certos limites. Esse sistema produz informações importantissimas como a margem de contribuição (contribuição marginal) e é o sistema que proporciona os subsídios necessários para a tomada de decisões nas empresas. Porém esse método de custeio não é aceito para demonstrativos externos, pois fere um os princípios contábeis aceito no Brasil e também não é aceito perante a legislação do imposto de renda.

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4.3. Custeio ABC - Activity Based Costing Custeio ABC (Activity Based Costing) é um médodo de custeio que está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. Metodologia desenvolvida pelos professores americanos Robert Kaplan e Robin Cooper em meados da década de 80 (Harvard), voltada à análise de Custos de Atividades, seus direcionadores, objetos de custos focada para um tratamento especial de custos indiretos e sua junção com a metodologia: UP’ – Unidade de Produção© (UEP).

4.3.1. Conceitos básicos O sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas pelo uso do rateio, necessários aos sistemas tratados anteriormente, principalmente no que tange ao sistema de custeio por absorção. Poderia ser tratado como uma evolução dos sistemas já discutidos, mas sua relação direta com as atividades envolvidas no processo configura mero aprofundamento do sistema de custeio por absorção. Martins (2003, p. 87), informa que o Custeio Baseado em Atividades “é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos”. Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da causa, ou seja, procura identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o valor. A idéia básica é atribuir primeiramente os custos às atividades e posteriormente atribuir custos das atividades aos produtos. Sendo assim, primeiramente faz-se o rastreamento dos custos que cada atividade causou, atribuindo-lhes estes custos, e posteriormente verificam-se como os portadores finais de custos consumiram serviços das atividades, atribuindo-lhes os custos definidos. Conforme Eller (2000, p.82), “o Custeio Baseado em Atividades parte da premissa de que as diversas atividades desenvolvidas geram custos e que os produtos consomem essas atividades”. Segundo Martins (2003, p.96) para atribuir custos às atividades e aos produtos utilizam-se de direcionadores. Martins (2003, p.96) ensina ainda que “há que se distinguir dois tipos de direcionador: ... direcionador de custos de recursos, e os ...direcionadores de custos de atividades” (grifado). O citado autor continua afirmando que “o primeiro identifica a maneira como as Atividades consomem recursos e serve para custear as atividades”. Afirma ainda que “o segundo identifica a maneira como os produtos consomem atividades e serve para custear produtos”. Nakagawa (2001, p.42), conceitua atividade “como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos”. Assim para o estudo do método ABC deve-se ponderar sobre as atividades envolvidas em cada processo de produção, seja de uma mercadoria ou um serviço.

4.3.2. Importância e utilização do ABC A importância que se dá à utilização do sistema de custeio ABC é em virtude do mesmo não ser apenas um sistema que dá valor aos estoques, mas também proporciona informações gerenciais que auxiliam os tomadores de decisão, como por exemplo, os custos das atividades, que proporcionam aos gestores atribuírem responsabilidades aos responsáveis pelas mesmas. Um diferencial do sistema de custeio ABC, é que a sua

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utilização, por exigir controles pormenorizados, proporciona o acompanhamento e correções devidas nos processos internos da empresa, ao mesmo tempo em que possibilita a implantação e/ou aperfeiçoamento dos controles internos da entidade.

4.3.3. Implementação do ABC A implementação do ABC requer uma cuidadosa análise do sistema de controle interno da entidade. Sem este procedimento que contemple funções bem definidas e fluxo dos processos, torna-se inviável a aplicação do ABC de forma eficiente e eficaz. O ABC, por ser também um sistema de gestão de custos, pode ser implantado com maior ou menor grau de detalhamento, dependendo das necessidades de informações gerenciais para o gestor, o que está intimamente ligado ao ramo de atividade e porte da empresa.

4.3.4. Vantagens e desvantagens da aplicação do custeio ABC Para melhor entendimento apresentamos as vantagens e desvantagens da aplicação do método de custeio ABC. Como vantagens podemos ressaltar: • informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio; • adequa-se mais facilmente às empresas de serviços, pela dificuldade de definição do que seja custos, gastos e despesas nessas entidades; • menor necessidade de rateios arbitrários; • atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (similar ao custeio por absorção); • obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos; • proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos; • identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais recursos; • identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade; • pode ser empregado em diversos tipos de empresas (industriais, comerciais,e serviços, com ou sem fins lucrativos); • pode, ou não, ser um sistema paralelo ao sistema de contabilidade; • pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição; • possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto. Por outro lado, pode-se enumerar como desvantagens: • gastos elevados para implantação; • alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados;

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• necessidade de revisão constante; • leva em consideração muitos dados; • informações de difícil extração; • dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa; • necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação; • dificuldade na integração das informações entre departamentos; • falta de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e acompanhamento; • necessidade de formulação de procedimentos padrões; • maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usá-las;

4.4. Desenvolvimento da Contabilidade Custos O desenvolvimento da Contabilidade de Custos recebeu seu maior impulso quando da Revolução Industrial, a ponto de gerar um novo campo de aplicação conhecido como Contabilidade Industrial. A partir desse evento, a contabilidade passou de seu foco principal que era a avaliação de estoques, para as diferentes técnicas de custeio. No século XX começaram a surgir as teorias e técnicas de gestão contábil na Europa e posteriormente nos Estados Unidos. Passou-se a questionar o que muitos autores chamavam de contabilidade tradicional de custos, basicamente as técnicas centradas na realocação de custos indiretos (rateios do CIF). As novas propostas formariam a maior parte do escopo atribuido a vertente da Contabilidade Gerencial, Controladoria Contábil (integração de Orçamento e Contabilidade) e Contabilidade Estratégica (integração de orçamentos plurianuais e contabilidade, havendo também propostas múltiplas que buscam identificar e sistematizar tendências gerenciais de longo prazo).

4.5. Custeio Indústrial O custo de produção do período (CPP) é a totalidade de custos incorridos na produção durante determinado período de tempo. É compostos por três elementos:

4.5.1. Materiais Diretos (MD) Referem-se se a todo material que se integra ao produto acabado e que possa ser incluído diretamente no calculo do custo do produto. Ex.: matéria-prima, insumos secundários, material de embalagens.

4.5.2. Mão-de-Obra Direta (MOD) É o custo de qualquer trabalho executado no produto alterando a forma e natureza do material de que se compõe. Ex.: gasto total com sálarios e encargos com a mão-de-obra apropriável diretamente ao produto.

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4.5.3. Custo Indiretos de Fabricação (CIF) Ou Gastos Gerais de Fabricação ou Despesas Indiretas de Fabricação são os outros demais custos necessários para a operação da fábrica, porém genéricos demais para serem apropriados diretatamentos ao produto. Ex.: materiais indiretos, mão-de-obra indireta, energia elétrica, seguro e aluguel da fábrica, depreciação de máquinas.

4.6. Estes custos também podem ser classificados da seguinte forma:

4.6.1. Custos Diretos e Indiretos Dizem respeito ao relacionamento entre o custo e o produto feito: Os primeiros são fáceis, objetivos e diretamente apropriáveis ao produto feito. Os indiretos precisam de esquemas especiais para a alocação, tais como bases de rateio, estimativas, etc.

4.6.2. Custos fixos e variáveis São classificações que não leva em consideração o produto, e sim o relacionamento entre o valor total do custo num período e o volume de produção. Fixos, como o próprio nome diz, são custos que mantém um montante fixado não em função das oscilações na atividade. Por outro lado, os variáveis são os que têm seu valor determinado em função dessa oscilação.

4.7. Terminologia em termos industriais

4.7.1. Gasto Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

4.7.2. Investimento Gasto ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a futuros períodos.

4.7.3. Custo Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

4.7.4. Despesa Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.

4.7.5. Desembolso Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

4.7.6. Perda Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

4.8. Custo Custos são medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com os quais uma organização, uma pessoa ou um governo, têm que arcar a fim de atingir seus objetivos,

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sendo considerados esses ditos objetivos, a obtenção de um produto ou serviço qualquer, utilizados na obtenção de outros bens ou serviços. Objeto de sistematização por parte da Contabilidade de Custos, que decompõe esse sacrifício financeiro também conhecido genéricamente como gastos ou dispêndios (que nesse caso abrangem Despesas e Investimentos, objeto da Controladoria Contábil), que podem receber as seguintes categorias analíticas:

4.8.1. Custos Diretos Gastos com mão-de-obra e matéria-prima

4.8.2. Custos Indiretos Gastos indiretos, passiveis de rateio (mão-de-obra da administração, depreciação, aluguel da fábrica, etc.). Dentro do conceito econômico (Teoria da Empresa ou Teoria da Firma - vide Microeconomia), os custos podem ser classificados em:

4.8.3. Custo fixo De valor invariável dentro de um ciclo econômico. Exemplo: Aluguéis, Salários de funcionários mensalistas, Depreciação Linear.

4.8.4. Custo variável É valor variável dentro de um ciclo econômico. Exemplo: Custo da Matéria-Prima e Materiais, salários de diaristas. A Contabilidade Gerencial incorpora esses e outros conceitos econômicos para fins de elaborar Relatórios de Custos de uso da Gestão Empresarial. Custo marginal - é o valor necessário para a produção de uma unidade extra de produto. Exemplos: um kilograma de arroz e um saco de 8 quilogramas do mesmo arroz. O custo marginal é função dos custos fixos e variáveis. 5. Formação de Preços

5.1. Preço Em economia e negócios, o preço é o valor monetário expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou patrimônio. O conceito de preço é central para a microeconomia, onde é uma das variáveis mais importantes na teoria de alocação de recursos (também chamada de teoria dos preços). Em Marketing preço é uma das quatro variáveis no Composto Mercadológico, que os mercadólogos usam para desenvolver um plano de marketing. Segundo Jay Conrad Levinson 14% dos consumidores decidem suas compras baseando-se exclusivamente no preço. Computa-se no preço, não apenas o valor monetário de um produto, mas tudo aquilo que o consumidor tem que sacrificar ao adquirir um bem. O verdadeiro preço de alguma coisa é o trabalho e a dificuldade para adquirí-la. Por isso os mercadólogos incluem em suas considerações os custos indiretos, custos de manutenção, a necessidade de recompra, e mesmo a energia física, o tempo e o custo emocional de se adquirir uma oferta.

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5.2. Estratégias de Preço

Estratégia de precificação é o elemento de tomada de decisão da empresa preocupado com o estabelecimento de preços que atrairão o mercado-alvo, permitindo assim alcançar os objetivos de lucro. Na definição de sua estratégia a empresa se defronta com algumas opções que irão orientar sua política, em termos de quais variáveis serão predominantes na sua determinação, a saber: (a) o cliente; (b) os competidores e (c) custos.

5.3. Conceito de Precificação Precificação (Pricing ) é a atividade de marketing preocupada com a colocação de preços para novos produtos e o ajuste de preços para produtos existentes. A preficificação faz parte do composto mercadológico e, do ponto-de-vista do consumidor, é elemento inseparável do produto (bem ou serviço). É através dessa relação que o consumidor pode avaliar a relação custo-benefício ou, em outros termos, sua possibilidade de extrair valor do dinheiro que ele dispende.

5.3.1. Precificação de penetração de mercado. Uma abordagem de precificação em que um fabricante estabelece um preço relativamente baixo para um produto na fase introdutória de seu ciclo de vida, com a intenção de construir participação de mercado.

5.3.2. Estratégia de preço alto. Uma abordagem planejada de precificação, apropriada em situações de demanda inelástica, em que uma organização decide manter seus preços altos; as razões para tal estratégia podem incluir: desenvolvimento de um segmento super premium do mercado, abarrotamento na parte inferior do mercado ou o desejo de criar uma imagem de prestígio para o produto. Também denominada Precificação Premium.

5.3.3. Precificação de ordenha do mercado. Uma abordagem de precificação em que o produtor fixa um preço introdutório alto para atrair compradores com um desejo forte pelo produto e também dispõem dos recursos para comprá-los, e então, gradualmente, reduz o preço para atrair as camadas subseqüentes do mercado.

5.3.4. Inclinção da curva de demanda para baixo. Um método de precificação, em que o preço inicial é fixado no nível mais alto possível, e então gradualmente reduzido para atrair ondas sucessivas de compradores, na medida em que a demanda diminui.

5.3.5. Precificação de prestígio. A estratégia de precificação em que os preços são fixados em um nível alto, reconhecendo-se que preços mais baixos inibirão as vendas em vez de encorajá-las, e que os compradores associarão o preço alto para o produto com qualidade superior; também denominada Precificação pela Imagem.

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5.3.6. Precificação baseada em valor. Abordagem de precificação em que o preço de venda de um bem ou serviço é baseado na avaliação da companhia do valor mais alto do produto para o consumidor; isto é, em que o consumidor está disposto a pagar por isto.

5.3.7. Precificação por comparação. Um método de precificação, em que o preço para um novo produto é fixado comparando os benefícios que ele oferece, comparado aos de outros produtos da mesma categoria.

5.3.8. Precificação retroativa da demanda. Método precificação em que os preços são fixados pela determinação do que os consumidores estão dispostos a pagar; então os custos são deduzidos. Um método de precificação em que uma estimativa é feita sobre preço que os clientes estão dispostos a pagar por um produto dado; este preço é então comparado ao custo por unidade para ver se vai de encontro aos objetivos de lucro da firma.

5.3.9. Precificação diferencial. A estratégia de precificação em que uma companhia fixa preços diferentes para o mesmo produto com base em diferentes tipos de clientes, época da compra etc.; também chamado Precificação Discriminatória, Precificação Flexível, Precificação Múltipla e Precificação Variável.

5.3.10. Método de tentativa de ajuste de preço. Abordagem de precificação, baseada no comprador, em que o pessoal de vendas, testa as reações dos revendedores ao preço proposto de um produto a chegar, antes que uma decisão final de preço seja feita.

5.3.11. Precificação por produto complementar. A precificação de um produto no nível ótimo (de máxima aceitação pelo mercado), não importando considerações de custo ou lucro, de forma que a demanda por outro produto que é usado com ele possa aumentar e então maximizar os lucros de ambos os produtos juntos.

5.3.12. Preço diferenciado. Precificação de diferentes produtos em uma linha de produtos em vários níveis de preço, dependendo de seus tamanhos e características, para torná-los disponíveis a um leque maior de clientes.

5.4. Opções Estratégicas Centradas nos Competidores As estratégias de precificação orientadas para a competição, consistem no conjunto de métodos em que a empresa determina o preço de seus produtos levando em consideração mais os preços de produtos semelhantes praticados por seus competidores (principalmente quando se trata de competidores poderosos) que por considerações de demanda do consumidor ou de custo de produção. A força motriz dessa estratégia de precificação é basicamente a ação da concorrência.

5.4.1. Estratégia de precificação siga-o-líder. Uma estratégia de precificação adotada por firmas que copiam os preços praticados pelo líder de mercado.

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5.4.2. Precificação para afastar novos competidores. Prática de precificação bem comum em situações de mercados oligopolísticos, em que as maiores empresas do mercado mantêm preços muito baixos para desencorajar competidores pequenos e deste modo proteger suas próprias participações de mercado.

5.4.3. Precificação indiferenciada. Prática de precificação em que a empresa procura manter preços de mercado semelhantes aos de seus competidores principais, de modo a desencorajar a eclosão de "guerras de preço". Nesse tipo de competição as empresas buscam ganhar participação de mercado através da prestação de serviços ou da criação de outros diferenciais de marketing, que não o preço.

5.4.4. Precificação predatória. A prática de precificação pela qual uma companhia espera inibir ou eliminar a competição cobrando preços mais baixos que os preços normais de seus produtos em determinadas regiões geográficas.

5.5. Opções Estratégicas Centradas nos Custos As estratégias de precificação orientadas para custos, consistem no conjunto de métodos em que a empresa determina o preço de seus produtos levando em consideração principalmente os aspectos de custos de produção e distribuição, bem como as expectativas de retorno financeiro.

5.5.1. Precificação baseada em custo total. Estratégia de precificação em que todos os custos variáveis relevantes e a parte total de custos fixos diretamente atribuíveis ao produto são usados para estabelecer seu preço de venda.

5.5.2. Precificação com base no incremento de custos. Abordagem em que o preço de todas as unidades adicionais produzidas, após descontados os custos fixos de produção, é baseado no custo variável ao invés do custo total.

5.5.3. Meta de retorno sobre o investimento. Método de precificação que busca a realização de um retorno sobre o investimento desejado. Nesse método, uma fórmula é usada para calcular o preço a ser estabelecido para o produto, de modo a retornar um lucro desejado ou taxa de retorno sobre o investimento, assumindo que uma quantidade particular do produto seja vendida.

5.5.4. Precificação de custo adicionado (Markup). Um método simples de precificação em que uma quantia ou porcentagem especificada, conhecida como margem padrão, é adicionada ao custo da unidade de produção ou de aquisição de um artigo para determinar seu preço de venda.

5.5.5. Precificação pelo custo médio. Método de precificação em que um markup para lucro é adicionado ao custo médio de produção ou de aquisição.

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5.5.6. Precificação baseada na curva de experiência. A precificação de um produto em nível mais baixo que seu custo médio, na crença de que o custo diminuirá na medida em que a experiência de produção aumente.

5.5.7. Maximização de lucro a curto prazo. Objetivo de precificação, em que uma firma visa gerar tanto lucro quanto possível, tão depressa quanto possível; a máxima penetração de mercado e considerações de lucro a longo prazo são ignoradas.

Figura: modelo de cálculo de margens (markdown e markup)

5.6. Situações Especiais de Precificação

5.6.1. Licitação. Método de precificação em que organizações vendedoras entram em competição por um comprador. Normalmente a oferta vencedora é a de melhor preço. Prática determinada por legislação em vendas governamentais.

5.6.2. Precificação orientada para o controle. Sistema de precificação em que o preço do produto é controlado pelo governo ou por algum outro órgão de regulamentação. Ainda é o caso dos preços de medicamentos ao consumidor no Brasil, onde é estabelecido o Preço Máximo ao Consumidor. Em decorrência dessa política, as margens são calculadas pelo método "markdown" (de cima para baixo) e a competição de preços centra-se nos descontos em relação ao Preço Máximo.

5.7. NOMENCLATURA USUAL DA PRECIFICAÇÃO No comércio internacional existem práticas consolidadas de precificação, normalmente conhecidas pelas suas siglas. A seguir discrimina-se as mais usuais.

• CIF - (Cost, Insurance and Freight) Precificação de custo seguro e frete. Uma prática de precificação comum em exportações; o preço cotado para o comprador inclui custo, seguro e frete.

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• C&F - (Cost and Freight) Precificação de custo e frete. Prática de precificação também usual em exportações; o preço cotado para o comprador inclui o custo e o frete, ficando o seguro por conta do comprador.

• FIS - (Free In Store) Precificação até o ponto de destino. Método de precificação

em que o produtor é responsável por todo frete e custos de entrega; os bens solicitados são entregues livres de frete para o cliente.

• FOB - (Free On Board) Precificação livre a bordo. Método de precificação em que o

produtor absorve apenas os custos envolvidos até a entrega dos bens "livre-a bordo", ou seja: até o ponto de despacho de um transportador local. Nesse momento a propriedade dos bens passa para o comprador, que é responsável pelo remanescente dos custos de frete e seguro.

• FAS (Free Alongside Ship) Livre no porto. Método de precificação em que o

fabricante paga os custos de frete até o porto. Os custos associados com carregamento, transporte e seguro são absorvidos pelo comprador.

5.8. ASPECTOS TÁTICOS DA PRECIFICAÇÃO

Na competição diária de mercado um dos elementos mais usados para atrair a atenção do consumidor é exatamente o aspecto do preço. De todos os elementos do composto mercadológico é aquele mais facilmente manipulável. Torna-se então a precificação uma das armas táticas mais usadas pelas empresas, no sentido de criar diferenciais competitivos.

5.8.1. Reduções de preços são dirigidas para: (a) realizar vendas, ou (b) aumentar, manter ou recuperar participação de mercado. Em todos esses casos, deve-se considerar o aspecto da elasticidade preço da demanda. Ou seja: reduções de preços de produtos que não resultem em um aumento mais que proporcional nas vendas, irão certamente corroer as margens de lucro da empresa. Abaixo discrimina-se algumas das práticas mais usuais nas táticas de precificação.

5.8.2. Precificação de líder de perda. Consiste na precificação de um produto abaixo do custo, para atrair compradores para um ponto de varejo, na expectativa de que eles comprarão artigos adicionais a preços normais.

5.8.3. Precificação com ímpares. Método de precificação de forma que todos os preços terminem em um número ímpar, como: $19.99, $9.95. Tem grande efeito psicológico sobre os clientes, desde que os números ímpares se associam com uma noção de "não totalidade", parecendo assim mais baixos que os preços determinados com terminações pares, que parecem maiores.

5.8.4. Precificação "isca". Anunciar um artigo a um preço irrealmente baixo como "isca" para atrair clientes a um ponto de venda.

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5.8.5. Precificação de "isca" e troca. Anúncio de um artigo a um preço irrealmente baixo como "isca" para atrair clientes para um ponto de venda e então tentar dirigí-los para artigos de preço mais alto.

5.8.6. Empacotamento. A prática de oferecer dois ou mais produtos diferentes em um pacote único a preço especial.

5.8.7. Precificação por unidades múltiplas. Oferta de um preço mais baixo por unidade pela compra de duas ou mais unidades do mesmo produto, quando compradas conjuntamente.

5.8.8. Precificação promocional. A precificação temporária de bens e serviços em níveis mais baixos que os normais, para facilitar um esforço especial de promoção.

5.8.9. Precificação para evento especial. Redução de preços, em lojas de varejo, em certos períodos do ano (por exemplo: logo após grandes períodos de vendas, como o Natal) com o objetivo de atrair clientes nos períodos de vales que se seguem a esses picos de vendas.

5.9. ASPECTOS ÉTICOS DA PRECIFICAÇÃO Em muitos casos ocorrem as práticas de táticas de precificação em que as empresas se utilizam de artifícios de natureza ética e legal duvidosa no sentido de realizar vendas. Tais táticas se demonstram perigosas ao longo do tempo, pois tendem a colaborar para deteriorar a credibilidade, e conseqüentemente, a imagem da empresa no mercado. A seguir são listadas algumas dessas práticas.

5.9.1. Precificação fictícia. Prática pouco ética, possivelmente ilegal, de anunciar uma redução de preço (por exemplo: de $99,99 por $49,99) quando, de fato, não houve nenhuma redução do mesmo. Muito utilizada em falsas "liqüidações".

5.9.2. Precificação enganosa. A precificação de bens e serviços de modo a levar o cliente a ser enganado. Ocorre quando a quantidade de produtos anunciados àquele preço é tão pequena, que leva a maioria dos consumidores à frustação pela inexistência em estoque, por exemplo.

5.9.3. Preço maquiado. Uma técnica de precificação monopolística em que o vendedor aproveita-se da falta de competição para colocar preços muito altos com relação aos custos dos produtos.

5.9.4. Discriminação de preço. Estratégia de precificação, geralmente ilegal, em que um vendedor cobra preços diferentes, a intermediários de marketing, pelo mesmo produto.

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5.9.5. Venda casada.

Prática em que uma empresa (normalmente fabricante ou distribuidor) que tem um produto de alta demanda se aproveita desse fato para forçar o comprador (normalmente varejista) a adquirir uma certa quantidade de produtos sem rotação, como condição de realização da venda.

5.10. Aspectos Psicológicos O preço têm ainda aspectos psicológico que devem ser levados em conta. Alguns artigos precisam ser caros, pois as pessoas pagam pelo status, exclusividade e luxo que oferecem. Preços baixos remetem a produtos populares e em geral descartáveis enquanto preços médios são tidos como um pagamento justo por um serviço e produto esperado.

5.11. Exemplos de Cálculos de Preços 1) Exemplo de Formação de Preços cm mark-up divisor

Calcular o preço de venda a partir das seguintes informações:

Custo do Produto 75,00R$ 100%Impostos 27%Despesas Comerciais 4%Despesas Administrativas 5%Despesas Financeiras 2%Lucro Desejado 12%

Preço de Venda =

Preço de Venda = 75,00R$

Preço de Venda = 75,00R$ 50%

Preço de Venda = 150,00R$

Impostos+ DC + DA + DF + LucroR$ Custo do Produto

27% + 4% + 5% + 2% + 12%

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2) Exemplo de Formação de Preços com markup multiplicador

Calcular o preço de venda a partir das seguintes informações:

Custo do Produto 75,00R$ 100%Impostos 27%Despesas Comerciais 4%Despesas Administrativas 5%Despesas Financeiras 2%Lucro Desejado 12%

Preço de Venda =

Preço de Venda = 100%

Preço de Venda = 100%50%

Preço de Venda = 150,00R$

= 150,00R$

X 75,00R$

X R$ Custo% Custo do Produto%Imp.+ %DC + %DA + %DF + %Lucro

27% + 4% + 5% + 2% + 12%

X 75,00R$

6. Administração por Objetivos (APO) A APO surgiu a da partir da década de 1950, quando a Teoria Neoclássica decolou as atenções antes fixadas nas “atividades-meio”, para os objetivos ou finalidades da organização. O enfoque passou a ser nos resultados e nos objetivos alcançados, fazendo com que o trabalho passasse de um fim em si mesmo, para constituir um meio de obter resultados.

6.1. Origens da Administração por Objetivos Com a pressão econômica da época, surgiu uma administração por pressão, que obrigou as empresas a endurecessem seus controles, foi então que se buscou uma forma de equilibrar objetivos, admitir maior participação, descentralizar decisões, permitir auto-controle e auto-avaliação, permitindo maior liberdade e relaxamento dos controles. Com isso, surge então, idéias de descentralização e de administração por objetivos.

6.2. Características da APO A APO funciona com uma abordagem amigável, democrática e participativa, onde gerentes e subordinados definem metas, identificando os objetivos comuns, definindo as áreas de responsabilidade de cada um em termos de resultados esperados e utilizando estes objetivos como guias para sua atividade. Analisando o resultado final, podemos compará-lo com o resultado esperado e também avaliar o desempenho de gerente e subordinados. Suas principais características são:

1. Estabelecimento conjunto de objetivos entre executivo e superior, tratando-se de um processo de negociação entre ambos.

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2. Estabelecimento de objetivos para cada departamento, determinando os resultados que o gerente e subordinado deverão alcançar.

3. Interligação entre os vários objetivos departamentais. Os objetivos devem estar correlacionados, envolvendo os objetivos comerciais e os objetivos de produção

4. Ênfase na mensuração e no controle de resultados, onde são elaborados planos táticos adequados para alcançar da melhor maneira seus objetivos.

5. Contínua avaliação, revisão e reciclagem dos planos, que permite que providências sejam tomadas e novos objetivos sejam fixados para o período seguinte.

6. Participação atuante das gerências. O gerente estabelece os objetivos, vende-os aos subordinados, avaliando depois o processo tornando-se um controle por objetivos, do que propriamente uma administração por objetivos.

7. Apoio intensivo do staff.

6.3. Fixação de Objetivos

A Administração por Objetivos é um modelo de administração onde todas as gerências de uma organização estabelecem metas para suas administrações, no início de cada período, de preferência coincidindo com o exercício fiscal, em consonância com as metas gerais da organização, fixadas pelos acionistas, por meio da diretoria. Um objetivo é um enunciado escrito sobre resultados a serem alcançados num período determinado. A importância dos objetivos pode ser avaliada pelos seguintes aspectos:

a) Proporcionam uma finalidade em comum. b) Permitem trabalho em equipe e eliminam as tendências egocêntricas de grupos

existentes na organização. c) Servem de base para avaliar planos e evitar erros de omissão. d) Melhoram as possibilidades de previsão do futuro. e) Ajudam a orientar e prever a distribuição de recursos escassos

A APO tem como aspectos prioritários o estabelecimento de objetivos (resultados) a serem alcançados e acompanhamento sistematicamente o desempenho (controle) procedendo às correções necessárias.

6.4. Critérios de Escolha dos Objetivos

São fixados de acordo com a prioridade e contribuição para o alcance dos resultados-chave da empresa. Eis alguns dos critérios:

a) Procurar atividades que têm maior impacto sobre os resultados. b) O objetivo deve ser específico, mensurável, claro e basear-se em dados

concretos. c) Focalizar objetivos na atividade e não na pessoa. d) Detalhar cada objetivo em metas subsidiárias. e) Usar linguagem compreensível para os gerentes. f) Manter-se dentro dos princípios de administração. g) O objetivo deve indicar os resultados a atingir, mas não deve limitar a liberdade

de escolha dos métodos. h) O objetivo deve ser difícil de ser atingido, requerendo um esforço especial, mas

não a ponto de ser impossível.

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i) O objetivo deve representar uma tarefa suficiente para todo exercício fiscal da empresa.

j) O objetivo deve estar ligado ao plano de lucros da empresa. 6.4.1. Os objetivos mais comuns são:

• Posição competitiva no mercado. • Inovação e criatividade nos produtos. • Produtividade, eficiência e qualidade. • Aplicação rentável dos recursos físicos e financeiros. • Taxa de dividendos ou índice de retorno do capital investido (lucro). • Qualidade da administração e desenvolvimento dos executivos. • Responsabilidade pública e social da empresa. • Satisfação do cliente. • Competitividade no cenário globalizado.

Cada área da empresa apresenta uma forte tendência para maximizar seus objetivos e resultados, de tal maneira que o esforço de uma área anula o esforço de outra, estabelecendo um esforço de subobjetivação. O ideal seria o efeito não da soma dos esforços, mas sim da sua multiplicação: o sinergismo. A sinergia significa o efeito multiplicador da combinação dos recursos, pois os recursos utilizados conjugadamente produzem um efeito maior do que a sua soma. Daí a necessidade de um sistema de resultados globais previamente definidos por departamentos – convergindo os objetivos em uma direção única.

6.5. Hierarquia de Objetivos Os objetivos precisam ser escalonados em uma ordem gradativa de importância, relevância ou prioridade, em função a sua contribuição à organização como um todo. Os objetivos organizacionais estão acima dos objetivos departamentais e estes acima dos objetivos operacionais. Com isso, existem três níveis de objetivos: estratégicos (ou organizacionais), táticos (ou departamentais) e operacionais (refere-se a cada atividade). Para que a hierarquia de objetivos possa ser equilibrada, são necessários cuidados, como:

a) Os objetivos devem traduzir as aspirações fundamentais da empresa. b) Devem fazer com que todos os órgãos da empresa contribuam com uma

parcela do esforço geral. c) Devem levar em conta a necessidade de várias alternativas para sua execução. d) Devem ser comunicados a todos os interessados para que cada qual

compreenda as metas da respectiva função. e) Devem ser periodicamente reexaminados e reformulados.

6.6. Planejamento Estratégico e Planejamento Tático Após a fixação dos objetivos organizacionais, deve-se definir como alcança-los estabelecendo uma estratégia empresarial.

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6.6.1. Conceito de estratégia e de Tática Estratégia, em termos empresariais, é a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito global visando atingir os objetivos a longo prazo. Tática é um esquema específico de emprego de recursos dentro de uma estratégia geral. A diferença básica entre estratégia e tática é que, a estratégia se refere à organização como um todo, pois procura alcançar objetivos organizacionais globais, enquanto a tática se refere a um de seus componentes, pois procura alcançar objetivos departamentais. A estratégia é composta de muitas táticas simultâneas e integradas entre si. Eis alguns mal-entendidos a respeito de estratégia:

a) Deve-se tomar decisões tendo em mente o futuro e não tomar decisões sobre o futuro.

b) A estratégia não é um fim de si mesma, mas apenas um meio. c) A estratégia não dá certeza, mas apenas a probabilidade com relação ao futuro.

Alguns autores propõem certas categorias de estratégias, onde cada empresa se enquadraria, ou seria uma combinação, entre elas.

a) Máximo rendimento anual: extrai o máximo de seu ativo e eleva ao máximo sua liquidez de caixa, visando sobreviver para produzir rendimentos.

b) Ganhos de capital: busca lucratividade no longo prazo, a fim de criar uma imagem pública de empresa em rápido crescimento.

c) Liquidez de patrimônio: busca atrair compradores, procurando demonstrar flexibilidade patrimonial, mesmo que com baixa rentabilidade.

d) Responsabilidade social: demonstra interesse em que questões comunitárias ou ecológicas, com as quais o seu interesse está identificado.

e) Filantropia: a empresa envia recursos a objetivos não econômicos ou instituições não lucrativas.

f) Atitude para com os riscos: voltada para a redução dos riscos do negócio.

6.6.2. Planejamento Estratégico É um planejamento global e a longo prazo, relacionado à maneira pela qual a empresa pretende aplicar determinada estratégia para alcançar os objetivos propostos. Sua elaboração exige quatro fases:

a) Formulação dos objetivos organizacionais A organização escolhe objetivos globais que pretende alcançar a longo prazo.

b) Análise interna da empresa Essa análise envolve: - Análise dos recursos de que a empresa dispõe para suas operações atuais

e futuras - Análise da estrutura organizacional da empresa, aspectos positivos e

negativos, divisão de trabalho entre departamentos e unidades. - Análise do desempenho da empresa, em termos de lucratividade, produção,

produtividade, inovação, crescimento e desenvolvimento de negócios. c) Análise Externa do Meio Ambiente

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Análise das condições externas que rodeiam a empresa e que lhe impõem desafios e oportunidades, como mercados abrangidos pela empresa, concorrências e fatores externos (conjuntura econômica, tendências políticas, etc.).

d) Formulação das Alternativas Estratégicas Nesta fase, formulam-se as alternativas estratégicas que constituem os cursos de ação futura que a organização pode adotar para atingir seus objetivos globais, que refere-se ao produto ou ao mercado, onde a empresa presta serviços.

Com todos os elementos citados acima, a organização tem condições para preparar seu planejamento estratégico, que deve especificar onde a organização pretende chegar futuramente e como se propõe a fazê-lo a partir do presente. O planejamento estratégico deve comportar decisões sobre o futuro da organização, como:

- Objetivos organizacionais a longo prazo e seu desdobramento em objetivos departamentais detalhados.

- As atividades escolhidas, ou melhor, produtos que pretende produzir. - O mercado visado pela empresa. - Os lucros esperados para cada atividade - Alternativas estratégicas quanto às suas atividades - Alternativas estratégicas quanto ao mercado - Interação vertical em direção aos fornecedores de recursos ou integração

horizontal em direção aos consumidores ou clientes. - Novos investimentos em recursos para inovação ou para recursos.

6.6.3. Desenvolvimento dos Planos Táticos A partir do planejamento estratégico, a organização desenvolve o conjunto de planejamentos táticos. O planejamento estratégico passa a ser desdobrado em vários planos táticos que precisam ser integrados e coordenados no planejamento estratégico. Por sua vez, os planos táticos precisam ser desdobrados em planos operacionais específicos. Enquanto o planejamento tático se refere ao médio prazo, o plano operacional é mais detalhado e se refere ao curto prazo.

6.6.4. Ciclo da APO A APO envolve um processo cíclico de tal forma que o resultado de um ciclo permite correções e ajustamentos no ciclo seguinte, por meio da retroação proporcionada pela avaliação dos resultados. O ciclo da APO corresponde ao exercício fiscal da empresa para facilidade de execução e de controle. Existem vários modelos de APO, dos quais destacamos:

6.6.4.1. Modelo de APO de Humble John W. Humble define a APO como “um sistema dinâmico que integra as necessidades da companhia de definir e atingir seus alvos de lucro e crescimento com a necessidade do gerente de contribuir e de desenvolver-se”.

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6.6.4.2. Modelo de APO de Odiorne

George Odiorne propõe um modelo composto por um ciclo de sete etapas:

1. Objetivos da organização; Medidas de desempenho da organização. 2. Revisão na estrutura da organização. 3. O superior estabelece objetivos e medidas para subordinados; Subordinado

propõe objetivos e medidas para o seu trabalho. 4. Acordo comum sobre os objetivos do subordinado. 5. Novos dados; Retroação de resultados periódicos contra prazos intermediários;

Abandono dos objetivos inadequados. 6. Avaliação periódica cumulativa dos resultados dos subordinados contra

objetivos. 7. Avaliação periódica cumulativa dos resultados dos subordinados contra

objetivos.

6.6.5. Desenvolvimento dos Executivos A APO geralmente está interligada a um programa de desenvolvimento de executivos. As pessoas constituem a base da organização. Elas precisam participar e colaborar na fixação dos objetivos para que possam enfrenta-los com vitalidade, motivação e interesse. As técnicas da APO variam quanto à avaliação do desempenho e quanto às recompensas oferecidas pelo alcance dos objetivos. As pessoas precisam ser devidamente preparadas, treinadas e desenvolvidas em suas habilidades e competências. A APO requer em paralelo, um programa de desenvolvimento dos gerentes e subordinados, para que possam melhorar suas qualificações pessoais. O programa de desenvolvimento requer avaliação do desempenho e resultados alcançados e a identificação do potencial para fundamentar o treinamento e aperfeiçoamento, bem como o esquema de recompensas e prêmios. A APO procura integrar os objetivos de lucro e desenvolvimento da empresa com os objetivos individuais das pessoas que estão incumbidas de sua execução. O desenvolvimento da empresa deve ser conduzido em paralelo com o desenvolvimento de seus gerentes e de todo o pessoal envolvido.

6.6.6. Apreciação Crítica da APO A APO não é uma fórmula mágica. Como a APO envolve um processo político, um processo de planejamento e um processo de direção, é comum que um ou mais desses três processos não funcionem bem. Aí começam a ocorrer problemas com a APO.

6.6.6.1. Os Pecados Capitais da APO: - NÃO OBTER a participação da alta direção. - Dizer a todos que a APO é uma técnica capaz de resolver TODOS os

problemas. - Adotar a APO dentro de um programa acelerado. - Fixar somente objetivos quantificáveis. - Simplificar ao extremo todos os procedimentos. - Aplicar APO em áreas isoladas – não fazer a companhia participar globalmente. - Delegar todo o projeto da APO ao pessoal de nível inferior.

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- Concentrar em indivíduos e ignorar os problemas do grupo. - Inaugurar o sistema e depois deixa-lo andar sozinho, sem avalia-lo. - Ignorar as metas pessoais dos gerentes, concentrando-se nos objetivos da

companhia.

6.6.6.2. Crítica de Levinson Levinson salienta que a APO coloca o gerente em uma posição parecida com a de uma cobaia em laboratório, à frente de apenas duas alternativas: ou acerta o caminho pelo labirinto e come ou então passa fome simplesmente. O processo “ideal” da APO deve ser acompanhado de contatos mais freqüentes, até mesmo diários, e esteja separado da análise salarial. Tais processos podem ser melhorados de forma a incluir avaliação coletiva e dando –se prioridade às metas pessoais dos funcionários.

6.6.6.3. Crítica de Lodi Lodi refere-se à vantagem ou ameaça dos objetivos. A APO exige muito de cada um e que as pessoas devem ser preparadas para receber o método e para poder aplicá-lo criteriosamente. A formulação da estratégia organizacional esbarra num conflito entre os objetivos de longo prazo e os de curto prazo. Os gerentes tendem a desprezar os objetivos estratégicos em benefício de resultados espetaculares a curto prazo, porque percebem que o sistema de compensação premia o desempenho espetacular imediato, em detrimento de uma contribuição para os resultados futuros de negócio.

6.6.7. Aplicação Incompleta e Superficial da APO A APO falha quando é utilizada de forma incompleta e superficial, a saber: 1. Os objetivos organizacionais são definidos superficialmente e não refletem os

interesses da organização. 2. Não houve experiência adequada para a realização do plano estratégico: o

levantamento foi incompleto ou foi efetuado fora de época. 3. Se os resultados imediatos são inacessíveis, as pessoas ficam impacientes

quanto ao projeto todo. 4. Não se tomam as providências para revisar, atualizar periodicamente o plano

em vista das mudanças ocorridas, flutuações no cenário econômico, desenvolvimento tecnológico e mudanças nas tendências sociais.

6.6.8. Benefícios e problemas com a APO.

Alguns Benefícios da APO Alguns problemas da APO Aclaramento dos objetivos Coerção sobre subordinados Melhoria do planejamento Aprovação de objetivos incompatíveis Padrões claros para controle Papelório em excesso Aumento da motivação do pessoal

Focalização sobre resultados mais facilmente mensuráveis do que sobre resultados mais importantes

Melhoria no moral Perseguição rígida de objetivos que poderiam ser abandonados.

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A APO teve um período de apogeu e acabou caindo no descrédito devido a três exageros:

- Excesso de regulamentos e de papelórios. - Autocracia e imposição. - Motivação negativa.

Hoje, os programas bem-sucedidos de APO incluem os seguintes aspectos:

- Ênfase consciente na formulação de objetivos consensuais. - Freqüente interação e retroação entre subordinados e superiores quanto ao

progresso frente aos objetivos, remoção de obstáculos ou necessidade de revisão dos objetivos.

- Oportunidade de participação, mesmo quando as decisões finais devam ser tomadas na cúpula da empresa.

A transição do estilo administrativo a partir da APO

Pré-APO Pós-APO Administração do cotidiano Focalização no futuro Visualização para dentro Visualização para fora Orientação para produtos Orientação para pessoas Orientação para organização Orientação para clientes Orientação para atividades Orientação para resultados Administração da rotina Criação de inovações Ênfase no “como” Ênfase no “para que” Ênfase no dinheiro, máquinas e materiais

Ênfase em pessoas, mentalidade e tempo

Controle centralizado, funcional e tecnocrático

Iniciativa descentralizada dos subordinados

Estilo autoritário Estilo participativo Diretrizes e supervisão Delegação e responsabilidade Individualismo Trabalho em equipe 7. Orçamento É o plano financeiro para implementar a estratégia da empresa para determinado exercício. Um orçamento em contabilidade e finanças é a expressão das receitas e despesas de um indivíduo ou organização, dentro de um período limitado (geralmente, mensal ou anual). O orçamento, na verdade, deriva do processo de planejamento organizacional; ou seja, a organização (pública ou privada com ou sem fins lucrativos) deve estabelecer objetivos e metas, materlizados em um Plano. Este deverá conter valores em moeda para o devido acompanhamento e avaliação da gestão. O estudo do orçamento, segundo alguns autores, remonta à década de 1920. Na verdade, a gestão organizacional vem tendo saltos de qualidade desde a Revolução Industrial no Século XIX. Esta evolução na gestão proporcionou diversas técnicas na

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elaboração dos orçamentos, partindo do orçamento tradicional. Surgiram então o Orçamento de Desempenho, o Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento (PPBS), o Orçamento Base Zero e o Orçamento-Programa, dentre outras. Apesar de ser planejado com mais ou menos cuidado, um orçamento pode ser cumprido à risca, ou com sobras ou com falta de recursos planejados.

7.1. Orçamento empresarial A grande maioria das empresas de grande porte e multinacionais têm entre suas responsabilidades desenvolver orçamentos para seus períodos de operação. Um orçamento empresarial deve detalhar quais serão as receitas e despesas da companhia dentro de períodos futuros.

7.1.1. Períodos orçamentários Os períodos mais comuns para o levantamento orçamentário são : Próximos 12 meses (Orçamento Anual), orçando totais para cada mês, totalizações por trimestre quarter americano e Business Plan ou Orçamento Plurianual ou de Capital, que corresponde ao orçamento dos próximos 5 anos.

7.1.2. Conteúdo orçado Os orçamentos anuais podem ser divididos em : Despesas, Receitas e Caixa, este último também conhecido pelo nome de Fluxo de Caixa Projetado. Essa formatação permite que haja uma integração com as contas contábeis, facilitando o acompanhamento da "execução orçamentária". Já o Orçamento Plurianual, é mais comum de se dividir em Programas, Projetos e Atividades, como se utiliza na Contabilidade pública Brasileira. Como informações adicionais do orçamento de Despesas, pode-se ter as informações de Ativo Fixo e Posições - o primeiro indicará a previsão de despesas com depreciação de bens no período, e o segundo uma projeção da quantidade de funcionários/cargos alocados por departamento para o próximo período, destacando admissões ou demissões.

7.1.3. Cenários orçamentários Um orçamento também é dividido ou classificado por cenários, um cenário significa uma versão de conteúdo orçamentário, portanto cenários difrentes demonstram valores diferentes para a mesma informação a ser orçada. Os cenários mais comuns são: Exibição de Dados Históricos, Cenário Inicial, Revisões, e Cenário Final, este último é a versão aprovada, que será utilizada para acompanhamento orçamentário..

7.1.4. Fases orçamentárias Um orçamento empresarial é elaborado em fases, o que permite que ao longo do tempo gasto para desenvolver um orçamento, todos os níveis da empresa sejam envolvidos neste trabalho. Portanto a fase orçamentária tem relação direta com o momento no tempo em que o orçamento está sendo desenvolvido. As fases mais comuns do são Inicial, Revisões e Final. No acompanhamento da "execução orçamentária" há o auxílio do ramo da Controladoria, embora esse segmento da atividade contábil necessite trabalhar com os chamados "itens controláveis", deixando de lado os chamados "itens 'não controláveis", que podem corresponder a diversos elementos patrimoniais relacionados na Contabilidade.

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7.1.5. Empresas sem orçamento

Uma corrente de financistas mais recente, criou a teoria da "Empresa sem Orçamento", "Budgetless", essas empresas seguem a premissa de não efetuarem um orçamento prévio para suas despesas e receitas em um determinado período. 8. Mercado de capitais Mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que proporciona liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. Os principais títulos negociados (título mobiliário) representam o capital social das empresas, tangibilizado em suas ações ou ainda empréstimos tomados pelas empresas, no mercado, representado por debêntures que são conversíveis em ações, bônus de subscrição e outros papéis comerciais. Esta constituição permite a circulação de capital e custeia o desenvolvimento econômico. No mercado de capitais ainda podem ser negociados os direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e outros derivativos autorizados à negociação. Seu objetivo é canalizar as poupanças (recursos financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria, outras atividades econômicas e para o próprio governo. Distingue-se do mercado monetário que movimenta recursos a curto prazo, embora tenham muitas instituições em comum. Nos países capitalistas mais desenvolvidos os mercados de capitais são mais fortes e dinâmicos. A fraqueza desse mercado nos países em desenvolvimento dificulta a formação de poupança, sendo um sério obstáculo ao desenvolvimento, obrigando esses países a recorrerem ao mercado de capitais internacionais.

8.1. Tipos de mercados

8.1.1. Mercado de crédito Os contratos são feitos de forma individualizadas entre as duas partes e as obrigaçãoes resultantes em geral não são transferíveis. Há intermediação financeira, no caso o banco comercial é o intermediador entre o tomador do empréstimo e o proprietário do recurso. Podem ser divididos em:

• curto prazo e • longo prazo

8.1.2. Mercado de títulos

Os contratos são mais genéricos e padronizados de forma que podem ser transferíveis a terceiros, ou seja, tais contratos podem ser negociáveis em mercados secundários, ganhando liquidez. Não há intermediação financeira, o banco apenas promove o encontro entre investidores e tomadores com a cobrança de uma taxa de corretagem.

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Divide-se em:

• Títulos de propriedade (ações) • Títulos de dívidas (debentures, commercial, papers, bônus-bonds)

8.1.3. Mercado primário e secundário

8.1.3.1. Mercado primário

Refere-se a colocação inicial de um título, é aqui que o emissor toma e obtém os recursos. Os lançamentos de ações novas no mercado, de forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais acionistas, chamam-se lançamentos públicos de ações. É um esquema de lançamento de uma emissão de ações para subscrição pública, no qual a empresa encarrega a um intermediário financeiro a colocação desses títulos no mercado. Para colocação de ações no mercado primário, a empresa contrata os serviços de instituições especializadas, tais como: bancos de investimento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras, que formarão um pool de instituições financeiras para a realização de uma operação, que pode ser conceituada como sendo um contrato firmado entre a instituição financeira líder do lançamento de ações e a sociedade anônima, que deseja abrir o capital.

8.1.3.2. Mercado secundário Onde ocorre a negociação contínua dos papéis emitidos no passado Exemplo: Bolsa de valores e BM&F Para operar no mercado secundário, é necessário que o investidor se dirija a uma Sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas.

8.2. Funções

• Proporcionar liquidez. • Estabelecer preço para o mercado primário.

8.3. Principais papéis negociados no sistema financeiro

8.3.1. Títulos públicos

Podem ser emitidos pelos governos, Federal, Estadual e Municipal. O objetivo desses papéis reside em:

• Consecução de política monetária. • Financiar o déficit público.

8.3.2. Ações

Representam uma fração do capital social de uma S/A, de modo geral podem ser:

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• Ordinárias: Característica principal, O direito a voto. • Preferenciais: Característica principal: Não tem direito a voto, e tem preferência no

recebimento de dividendos. Tem a preferência no reembolso de capital em caso de liquidação da empresa.

• Nominativas: Característica principal, Tem o nome do adquirente.

8.3.3. Commercial Papers É como uma nota promissória de curto prazo para financiar seu capital de giro.

8.3.4. Debêntures Títulos emitidos por empresas do tipo S/A (Sociedades Anônimas), seus recursos são destinados principalmente para capital fixo das empresas, paga juros, participações nos lucros, etc. São títulos de médio prazo.

8.3.5. Letras de câmbio Forma de captação de financeiras. Títulos emitidos por sociedades de crédito, financiamento e investimento, para dar cobertura à compra de bens de consumo durável, ou mesmo capital de giro das empresas.

8.3.6. CDBs - Certificados de Depósitos Bancários Forma de captação dos bancos comerciais e de investimentos Certificados de depósitos que ocorrem entre instituições financeiras deficitárias com o mercado em geral para equilibrar o caixa do dia.

8.3.7. CDIs - Certificados de Depósitos Interfinanceiros ou Interbancários Certificados de depósitos que ocorrem entre instituições financeiras deficitárias com as superavitárias para equilibrar o caixa do dia.

8.3.8. CFDs – (Contract For Difference) Contratos Por Diferença É uma ferramenta de investimento no mercado de capitais que oferece ao especulador a possibilidade de adquirir um contrato sobre uma determinada ação, ganhando ou perdendo pela diferença entre o valor da compra e de venda do contrato que é determinado pelo preço da acçäo. Este instrumento permite alavancar o investimento, uma vez que, é requerida apenas uma margem inicial, para cobrir riscos cambiais, já que o ganho/perda é determinado pela diferença entre a cotação do ativo na hora da compra do contrato e a cotação desse mesmo ativo no ato da venda desse mesmo contrato, realizado sempre na mesma moeda.

8.4. Principais intervenientes no mercado financeiro

• Reguladores Regulam e vigiam o funcionamento do mercado No Sistema Financeiro Nacional:

o O CMN é quem define a atuação do sistema. É o órgão principal e regulador o O Banco Central é o órgão executivo

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o A CVM responde pela regulamentação do sistema e do mercado de valores mobiliários

• Traders, investidores e instrumentos de investimento

Asseguram a liquidez no mercado

• Especuladores • Investidores • Clubes de investidores • Fundos de investimento

9. Outros Conceitos Econômicos Relevantes 9.1. Valor do Dinheiro no Tempo

O dinheiro é tão importante e fundamental que requer uma conceituação, seja pela inflação reinante na maioria dos países, seja pelo momento em que é utilizado. Hoje, ou amanhã, são questões que diferenciam o dinheiro. Assim, podemos entender o valor do dinheiro em diversas terminologias:

a) Valor Presente. Corresponde ao valor futuro descontado a determinada taxa de juros.

b) Valor Futuro

Corresponde ao valor presente multiplicado por determinado fator de juros

c) Taxa Interna de Retorno (TIR) É a taxa de desconto do fluxo de caixa. É a taxa implícita numa série de pagamentos (saídas) e recebimentos (entradas), levando ou trazendo o valor do fluxo de caixa para uma data focal (data de hoje).

d) Data Focal

É a data-base dos cálculos

e) Valor Presente Líquido É a soma das entradas e saídas de um fluxo de caixa na data inicial

f) Valor Futuro Líquido

É a soma das entradas e saídas de um fluxo de caixa na data final

g) Série Uniforme Equivalente É uma relação de pagamentos ou recebimentos uniformes, iguais

9.2. Risco

É o perigo de uma aplicação ou investimento vir a perder-se, total ou parcialmente.

• risco do não recebimento de um crédito, nas vendas a prazo • risco do não recebimento de um empréstimo • risco de não receber juros, numa aplicação a prazo

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• risco da falta de liquidez (aplicação num imóvel) • risco da contingência (passivos ocultos) • risco tributário (mudanças na legislação) • risco cambial • risco da carteira de investimentos • risco do negócio • risco financeiro (falência, concordata) • risco político

9.2.1. Avaliação dos Riscos

a) análise de sensibilidade - percepção estatística da variabilidade

b) probabilidade - chance de ocorrer um risco c) desvio padrão - mensura a dispersão do risco

9.2.2. Risco Diversificável

a) coeficiente beta - índice do grau do movimento do retorno de um ativo em resposta a uma mudan- ça no retorno do mercado b) aversão ao risco - ocorre quando exigimos retornos maio- res para aceitarmos riscos maiores

9.3. Retorno É a remuneração de uma aplicação ou investimento

• retorno sobre o patrimônio líquido • retorno sobre o ativo • retorno do mercado • retorno dos dividendos • retorno esperado • Ebitda

9.4. Hedge

É um sistema de proteção dos ativos, através da minimização dos riscos. Num mercado competitivo e globalizado com oscilações de preços, moedas e juros, é necessária a prevenção contra os riscos.

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Bibliografia: DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. 4a. ed. São Paulo, Atlas, 1995. HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant M. Contabilidade de custos. 9a. ed. Rio de Janeiro, LTC Editora, 2000. LEONE, George Sebastião Guerra, at alli. Dicionário de Custos. São Paulo: Atlas, 2004. KOLIVER, Olívio. Tópicos especiais de custos. Belo Horizonte: Fundação Visconde de Cairu, 2003. MEGLIORINI, Evandir. Custos. 1.ed. São Paulo: Makron Books, 2001. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2003. NAGAGAWA, Masayuki. ABC Custeio baseado em atividades. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2001. http://www.wikipedia.org/ - artigos sobre Contabilidade, Custos e Mercado de Capitais Robert Kaplan e Robin Cooper, The Balanced Scorecard, Harvard Business School Pr, 2005. http://www.dearaujo.ecn.br – página pessoal de Osnaldo Araújo – Universidade Gama Filho