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PREVENO E CONTROLE DE PERDAS

Curso Tcnico SENAI-PR,2004

0603AA0105703

ElaboraoTcnica Reviso Tcnica

PauloRobertoPeruci JorgeMarcosdaSilva

Equipe de editorao

Coordenao Diagramao Ilustrao Capa

LuizHenriqueBucco DalvaCristinadaSilva DalvaCristinadaSilva RicardoMuellerdeOliveira

Ficha Catalogrfica SENAI-DR/PR

S474p

SENAI.PR PrevenoeControledePerdas /SENAI.PR.--Curitiba,2004. 137p.

1.Prevenodeacidentesdetrabalho. 2.Anlise de risco de condies ambientais. CDU: 614.8

Direitos reservados ao SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional do Paran AvenidaCndidodeAbreu,200-CentroCvico Telefone: (41) 350-7000 Telefax: (41)350-7101 E-mail: [email protected] CEP80530-902Curitiba-PR

SUMRIO

CAPTULO1 INTRODUO ......................................................................................................................... 7 HISTRICO ............................................................................................................................. 9 AENGENHARIADESEGURANATRADICIONAL ................................................................ 19 ESTUDOSREALIZADOS ...................................................................................................... 25 CONSIDERAESGERAIS ................................................................................................. 35 CAPTULO2 AEVOLUODOPREVENCIONISMO ................................................................................ 39 DEFINIESBSICAS ......................................................................................................... 43 CONTROLEDEDANOS ....................................................................................................... 47 CONTROLETOTALDEPERDAS ......................................................................................... 53 CAPTULO3 AEMPRESACOMOUMSISTEMA ......................................................................................... 59 GERENCIAMENTODERISCOS ........................................................................................... 63 FASESDOPROCESSODEGERENCIAMENTODERISCOS ........................................... 69 CAPTULO4 INTRODUO ....................................................................................................................... 77 TCNICASDEIDENTIFICAODEPERIGOS ................................................................... 79 TCNICASDEANLISEDERISCOS ................................................................................... 83 TCNICASDEAVALIAODERISCOS .............................................................................. 93 CAPTULO5 INTRODUO ..................................................................................................................... 111 CARACTERSTICASDEUMBOMMTODODEMEDIO .............................................. 113 CLASSIFICAODASMEDIES .................................................................................... 115 CAPTULO6 LGEBRABOLEANA ........................................................................................................... 121 CONFIABILIDADE ................................................................................................................ 123 CAPTULO7 PROGRAMATRADICIONALDESEGURANA ................................................................... 133 PROGRAMADECONTROLEDEPERDAS ....................................................................... 135

CAPTULO CAPTULOEVOLUO HISTRICA DA ENGENHARIA DE SEGURANA DO TRABALHO

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INTRODUO

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Historicamente,elhombrehatenidoqueconvivirconel riesgo...Eneldesarrollohumano,suprorpiaevoluciny elentornonaturalytecnolgicoplanteanununiversode riesgos,quedesdeunnivelelementalcuandoelhombre aparece sobre la Tierra, llega a alcanzar una extrema complejidadenelmomentopresente,caracterizadopor la concurrencia de mltiples y sofisticados sistemas, interrelacionadosanivellocalyglobal. FranciscoMartnezGarcia(1994b)

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ConformeafirmamANSELLeWHARTON(1992),oriscoumacaractersticainevitveldaexistnciahumana.Nem ohomem,nemasorganizaesesociedadeaosquaispertencepodemsobreviverporumlongoperodosemaexistnciadetarefasperigosas. Desdeaspocasmaisremotas,grandepartedasatividadessquaisohomemtemsededicado,apresentamuma srie de riscos em potencial, freqentemente concretizados emlesesqueafetamsuaintegridadefsicaousuasade. Assim,ohomemprimitivotevesuaintegridadefsicae capacidadeprodutivadiminudaspelosacidentesprpriosda caa,dapescaedaguerra,queeramconsideradasasatividadesmaisimportantesdesuapoca.Depois,quandoohomemdascavernassetransformouemarteso,descobrindo ominrioeosmetaispdefacilitarseutrabalhopelafabricaodasprimeirasferramentas,conhecendotambm,asprimeirasdoenasdotrabalho,provocadaspelosprpriosmateriaisqueutilizava. Apsarevoluoindustrial,asrelaesentreohomem eseutrabalhosofreramdrsticasmudanas.Ohomemdeixouoriscodeserapanhadopelasgarrasdosanimais,para7SENAI-PR

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submeter-seaoriscodeserapanhadopelasgarrasdasmquinas. Juntocomaevoluoindustrialproporcionadapelasnovasecomplexasmquinas,surgiramosriscoseosacidentes dapopulaotrabalhadora.Facesexignciasdemelhores condies de trabalho e maior proteo ao trabalhador, so dadososprimeirospassosemdireoproteodasadee vidadosoperrios.AEngenhariadeSeguranatomaformae comosestudosdeRamazzini-oPaidaMedicinadoTrabalho -,passandoporHeinrich,Fletcher,Bird,Hammereoutrosevoluiemudaconceitos,ampliandosuaabordagemdesdeasfilosofiastradicionaisatnossosdias. Oprocessotradicionaldeseguranabaseadoemtrabalhosestatsticos,queservemparadeterminarcomootrabalho afetaoelementohumano,atravsdeumenfoquealtamente filosfico,massemtomaratitudesconcretasfrenteaoaltondicedeacidentes,dlugarnovosconceitos,eosacidentes deixam de se tornar eventos incontrolveis, aleatrios e de causas inevitveis para tornarem-se eventos indesejveis e decausasconhecidaseevitveis.Semdesmerecerasfilosofiastradicionais,poiselassouminstrumentovaliosoeopassoinicialparabuscareficazmentenoapenasacorreomas aprevenodosacidentes,torna-seimperativoparaodesenvolvimentoecrescimentosocialeeconmicodeumanao, quetantoosrgosgovernamentaisquantoainiciativaprivadavejamnohomemsuariquezamaiorecompreendamque investiremseguranaumtimonegcio.

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HISTRICO

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As atividades laborativas nasceram com o homem e sempre houveram condies e atos inseguros. O problema dosacidentesedoenasprofissionaisacompanhaodesenvolvimento das atividades do homem atravs dos sculos. Partindodaatividadepredatria,evoluiuparaaagriculturaeo pastoreio,alcanouafasedoartesanatoeatingiuaeraindustrial,sempreacompanhadodenovosediferentesriscosque afetavameaindaafetamsuavidaesade. Napocaatual,otrabalhohumanovemsedesenvolvendosobcondiesemqueosriscossoemquantidadee qualidademaisnumerososemaisgravesdoqueaquelesque hmaisdecemanoseramameaaaohomemnasuabusca diriadeproveraprpriasubsistncia. Ohomempr-histricoprocuravaproteocontraanimaisferozesadestrando-senacaaevivendoemcavernas. Inicialmente,amaneiracomaqualsubsistiaeenfrentavaos perigoseradevidasuaastcia,intelignciasuperioreuso desuasmos.Comadescobertadofogoedasarmasea prpria organizao tribal com maior planejamento e ao grupal,ohomemevoluiucientificamenteeobtevemaiorproteo,porm,novosriscosforamintroduzidos.Ainvenodo machadodepedra,umavanoparaasseguraralimentao parasiesuafamlia,incorriaemgravesacidentesdevido prticasinsegurasemseumanejo.Portanto,tantoohomem pr-histricoquantoodaIdadedaPedrajestavamconstantementeexpostosaperigosnavidadiria,emsualutapela existncia. Correrriscospois,umahistriaantiga. AntesdaRevoluoIndustrial,comoartficeindividuale aindaquandoaforausadaeraemgeralahumanaouatrao animal, os acidentes mais graves eram devidos que9SENAI-PR

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das, queimaduras, afogamentos, leses devidas a animais domsticos.Comaaplicaodaenergiahidrulicamanufatura,seguidadaaplicaodamquinaavaporeeletricidade, ocorreuumaevoluograndiosanainvenodenovasemelhoresmquinasqueacompanhassemaindustrializao,incorporandonovosriscosetornandoosacidentesdetrabalho maiores e mais numerosos. Mesmo assim, pouco se falava emsadeocupacional. Odesenvolvimentotecnolgicoeodomniosobreforascadavezmaisamplas,deramnascimentoaumaextensa gamadesituaesperigosasemqueamquina,asengrenagens,osgases,osprodutosqumicos,apoeira,etc.,vemenvolvendoohomemdetalformaqueobrigam-noaagircom cautelaenquantotrabalha,umavezqueestsuscetvel,aqualquermomento,desofrerumalesoirreparvelouatmesmo amorte. Juntamente com a evoluo industrial, as pessoas e empresaspassaramaterumapreocupaomaiorcomoelevadondicedeacidentesqueseproliferava.Nostemposmodernos,umadasgrandespreocupaesnospasesindustrializadoscomrespeitosadeeproteodotrabalhadorno desempenho de suas atividades. Esforos vem sendo direcionadosparaestecampo,visandoumareduodonmerodeacidenteseefetivaproteodoacidentadoedependentes.Nosemmotivosqueasnaesvemseempenhandoemusarmeioseprocessosadequadosparaproteodo homemnotrabalho,procurandoevitarosacidentesqueoferem,destroemequipamentoseaindaprejudicamoandamentodoprocessoprodutivo. Emboracomocitado,otrabalho,osriscosinerentesa eleeosacidentestenhamsurgidonaTerrajuntocomoprimeirohomem,asrelaesentreasatividadeslaborativasea doenapermanecerampraticamenteignoradasatcercade 250anosatrs.FoinosculoXVIquealgumaspoucasobservaescomearamasurgir,evidenciandoapossibilidadede queotrabalhopudessesercausadordedoenas.

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DeacordocomSOTO(1978),asprimeirasreferncias escritas,relacionadasaoambientedetrabalhoedosriscos inerentesaeles,datamde2360a.c.,encontradasnumpapiro egpcio,oPapiroSellerII,quediz:Eujamaisviferreirosem embaixadasefundidoresemmisses.Oquevejosempre ooperrioemseutrabalho;eleseconsomenasgoelasde seusfornos.Opedreiro,expostoatodososventos,enquanto adoenaoespreita,constrisemagasalho;seusdoisbraossegastamnotrabalho;seusalimentosvivemmisturados com os detritos; ele se come a si mesmo, porque s tem comopoosseusdedos.Obarbeirocansaosseusbraos paraencheroventre.Oteceloviveencolhido-joelhoaoestmago-elenorespira.Aslavadeirassobreasbordasdo rio,sovizinhasdocrocodilo.Otintureirofedeamorrinhade peixe,seusolhossoabatidosdefadiga,suasmosnoparam e suas vestes vivem em desalinho. Em 460 a.c. Hipcrates,consideradooPaidaMedicina,tambmfalados acidentesedoenasdetrabalho.Noinciodaeracrist,Plnio novamenteretomaoproblema.MasfoiGeorgeBauerquem fezumestudoconcretosobreasdoenasqueafetamostrabalhadores. ComorefereHunterapudNOGUEIRA(1981),em1556 GeorgeBauer,conhecidoporseunomelatinoGeorgiusAgrcolapublicavaolivroDeReMetallica,ondeforamestudados os problemas relacionados extrao de minerais argentferoseaurferosefundiodeprataeouro.Elediscute os acidentes do trabalho e as doenas mais comuns entreosmineiros,emdestaqueaasmadosmineiros,que segundoAgrcolaeraprovocadaporpoeirascorrosivas,cuja descriodossintomaserpidaevoluodadoenademonstraramtratar-sedesilicose,mascujaorigemnoficouclaramente descrita porAgrcola. Onze anos aps a publicao destelivroapareceaprimeiramonografiasobreasrelaes entretrabalhoedoena,deautoriadeAureolusTheophrastus BembastusvonHohenheim-ofamosoParacelso-,entitulada Dosofciosedoenasdamontanha,ondeforamrealizadas numerosasobservaesrelacionandomtodosdetrabalhoe substnciasmanuseadas,comdoenas.Fala,nasuaobra, dasilicoseedasintoxicaespelochumboemercriosofri11SENAI-PR

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daspelosmineirosefundidoresdemetais. Apesardaimportnciadestesestudos,osmesmospermaneceramignoradospormaisdeumsculo,nosendofeitonadaarespeitodaproteoesadedotrabalhador. Foiapenasem1700,comapublicaodaobraDeMorbis Artificum Diatriba do mdico italiano Bernardino Ramazzini queoassuntodedoenasdotrabalhocomeouatermaior repercusso. Ramazzini, considerado o Pai da Medicina do Trabalho, descreveu uma srie de doenas relacionadas a cercade50profisses,deixandoumaperguntanoarQual suaocupao?,qualnosejaalertarparaadesinformao quantoaoriscodasinmerasdoenasquequalquertrabalhadorpoderiaestarsendoalvo. MesmosendoummarcoparaaEngenhariadeSegurana,otrabalhodeRamazzinifoipraticamenteignoradopor quase um sculo, pois na poca ainda predominavam as corporaesdeofciocomnmeropequenodetrabalhadores, comsistemadetrabalhopeculiare,porestemotivo,compequenaincidnciadedoenasprofissionais. Comoaparecimentodaprimeiramquinadefiar,aRevoluoIndustrialInglesaentre1760e1830veioamudarprofundamente toda a histria da humanidade. O advento das mquinas,quefiavamemritmomuitssimosuperioraodomais hbil artfice, a improvisao das fbricas e a mo-de-obra destreinada,constitudaprincipalmentedemulheresecrianas,resultouemproblemasocupacionaisextremamentesrios.Osacidentesdetrabalhopassaramasernumerosos,quer pelafaltadeproteodasmquinas,pelafaltadetreinamento parasuaoperao,pelainexistnciadajornadadetrabalho, pelo rudo das mquinas monstruosas ou pelas ms condiesdoambientedetrabalho.Amedidaquenovasfbricasse abriamenovasatividadesindustriaiseraminiciadas,maioro nmerodedoenaseacidentes,tantodeordemocupacional comono-ocupacional. Diantedoquadroapresentadoedapressodaopinio12SENAI-PR

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pblica,criou-senoParlamentoBritnico,sobadireodesir RobertPeel,umacomissodeinqurito,conseguindoem1802 aaprovaodaprimeiraleideproteoaostrabalhadores,a LeideSadeeMoraldosAprendizes,estabelecendoajornada diria de doze horas de trabalho, que proibia trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fbricasduasvezesporanoetornavaobrigatriaaventilao destas.Estaleifoiseguidadediversasoutrascomplementares,masmesmoassim,parcelamnimadoproblemafoiresolvida,poisasleis,devidoforteoposiodosempregadores,geralmentetornavam-sepoucoeficientes. Em1830,oproprietriodeumafbricainglesa,descontentecomascondiesdetrabalhodeseuspequenostrabalhadores,procurouomdicoinglsRobertBaker-queviriaa sernomeadopeloparlamentobritnicocomoInspetorMdico deFbrica-,paraauxili-loquantoamelhorformadeproteger a sade de seus operrios. Baker, conhecedor da obra de Ramazziniehbastantetempoestudandooproblemadesadedostrabalhadoresaconselhou-oacontratarummdicopara visitardiariamenteolocaleestudarainflunciadotrabalho sobreasadedospequenosoperrios,quedeveriamserafastados de suas atividades quando notado que estas estivessemprejudicandoasadedosmesmos.Eraosurgimentodo primeiroserviomdicoindustrialemtodoomundo. Ofatoacimaveioaculminarem1831comumrelatrio dacomissoparlamentardeinqurito,sobachefiadeMichael Saddler,quefinalizavacomosseguintesdizeres:Diantedesta comissodesfiloulongaprocissodetrabalhadores-homens emulheres,meninosemeninas.Abobalhados,doentes,deformados, degradados na sua qualidade humana, cada um deleseraclaraevidnciadeumavidaarruinada,umquadro vivo da crueldade do homem para com o homem, uma impiedosacondenaodaqueleslegisladores,quequandoem suasmosdetinhampoderimenso,abandonaramosfracos capacidadedosfortes.Em1833,comoimpactodesterelatriosobreaopiniopblica,foibaixadooFactoryAct,1833, aLeidasFbricas,aprimeiralegislaorealmenteeficiente nocampodaproteoaotrabalhador,oquejuntocomapres13SENAI-PR

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sodaopiniopblica,levouosindustriaisbritnicosaseguiremoconselhodeBaker.Nestemesmoano,aAlemanhaaprovava a Lei Operria. Criam-se assim os primeiros esforos domundoindustrialdereconhecimentonecessidadedeproteodosoperrios,frutodasreivindicaesdosoperrios. Em1842,naEsccia,comJamesSmithcomodiretorgerente de uma indstria txtil, houve a contratao de um mdicocujasincumbnciasiamdesdeoexameadmissional eperidicoataorientaoeprevenodasdoenastanto ocupacionaiscomonoocupacionais.Passaramentoaexistirasfunesespecficasdomdiconafbrica. Apartirda,comograndedesenvolvimentoindustrialda Gr-Bretanha,umasriedemedidaslegislativaspassarama serestabelecidasemproldasadeeseguranadotrabalhador.DesdeaexpansodaRevoluoIndustrialemdiversos pasesdorestodaEuropa,houveoaparecimentoprogressivo dosserviosmdicosnaempresaindustrial,sendoqueem algunspases,suaexistnciapassoudevoluntria,comona Gr-Bretanha,aobrigatria. NosEstadosUnidos,osserviosmdicoseosproblemas de sade de seus trabalhadores no tiveram ateno especial,apesardoacentuadoprocessodeindustrializaoa partir da metade do sculo passado. Os primeiros servios mdicosdeempresaindustrialcomearamasurgirnoincio do presente sculo, a partir do aparecimento da legislao sobre indenizaes em casos de acidentes de trabalho. O objetivobsicodosempregadoreseraentoreduzirocusto dasindenizaes,sendoquenosltimostrinta-quarentaanos houvetalampliaonoprograma,queosserviosmdicos passaram a existir no somente nas indstrias cujo risco ocupacionalfossegrande,mastambmnaquelascujorisco eramnimo.Excelentesresultadosforamobtidosnestepas, levandoosserviosmdicosindustriaisaseremvoluntariamente instalados nas fbricas, sendo que em 1954 deu-se origem aos princpios bsicos que devem guiar o funcionamentodesses,estabelecidospeloCouncilofIndustrialHealth daAmerican MedicalAssociation e revistos em 1960 pelo14SENAI-PR

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CouncilonOccupationalHealthdamesmaassociao. Aconscientizaoeosmovimentosmundiaiscomrelaosadedotrabalhadornopoderiadeixardeinteressar OrganizaoInternacionaldoTrabalho(OIT)eOrganizao MundialdaSade(OMS).Destaforma,em1950,aComisso conjuntaOIT-OMSsobreSadeOcupacional,estabeleceude formaamplaosobjetivosdaSadeOcupacional.Otema,desdeestapoca,foiassuntodeinmerosencontrosdaConferncia Internacional doTrabalho a qual, em junho de 1953, adotou princpios, elaborando a Recomendao 97 sobre a ProteoSadedosTrabalhadoresemLocaisdeTrabalho eestabeleceu,emjunhode1959,aRecomendao112com o nome Recomendao para os Servios de Sade Ocupacional,1959. AOITdefineoserviodesadeocupacionalcomoum serviomdicoinstaladoemumestabelecimentodetrabalho, ouemsuasproximidades,comosobjetivosde: -protegerostrabalhadorescontraqualquerriscosua sade,quepossadecorrerdoseutrabalhooudascondies emqueesterealizado; -contribuirparaoajustamentofsicoementaldotrabalhador,obtidoespecialmentepelaadaptaodotrabalhoaos trabalhadores,epelacolocaodestesematividadesprofissionaisparaasquaistenhamaptides; -contribuirparaoestabelecimentoeamanutenodo maisaltograupossveldebem-estarfsicoementaldostrabalhadores. OBrasil,comoorestantedaAmricaLatina,tevesua RevoluoIndustrialocorrendobemmaistardedoquenos pases europeus e norte-americanos, por volta de 1930, e emborativssemosemmenorescalaaexperinciadeoutros pases,passamospelasmesmasfases,sendoqueem1970, sefalavaseroBrasilocampeodeacidentesdotrabalho.

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Osserviosmdicosemempresasbrasileirassorazoavelmenterecentes,eforamcriadosporiniciativadosempregadores,consistindoinicialmenteemassistnciamdica gratuita para seus operrios, geralmente vindos do campo. Estes servios tinham carter eminentemente curativo e assistencial e no preventivo como recomendado pela OIT. Osmovimentosnascidoscomofimdequeogovernobrasileiroseguissearecomendao112nosurtiramresultado,e somenteemjunhode1972oGovernoFederalbaixandoaPortariano3.237eintegrandooPlanodeValorizaodoTrabalhador,tornouobrigatriaaexistnciadosserviosmdicos, dehigieneeseguranaemtodasasempresascommaisde 100trabalhadores. SegundoMACHER(1981),nohdvidasdequeas doenas oferecem um srio obstculo ao desenvolvimento scio-econmicodeumpas,poisumtrabalhadordebilitado tememgrandepartesuacapacidadedeproduorestringida, comopodeserverificadomaisclaramentenospaseslatinoamericanos, cujo desenvolvimento ainda no proporcionou umavisorealmenteclaradanecessidadedeseinvestirno bem-estarfsicoementaldenossostrabalhadores.ConformeevocaocrculoviciosodapobrezadeWinslow,apobrezalevaadoenaeestaporsuavezaproduzirmaisemais pobreza,podemosnosreportaraofatodequemuitostrabalhadoresquevivendoemcondiesinadequadasdehabitao, saneamento, alimentao deficiente, baixa renda, com poucaounenhumainstruoemtermosdehigieneegrande exposiosdoenascontagiosas,levamaumasituaode perdas para o pas, tanto no aspecto econmico-financeiro quanto no humano-social. Os acidentes e doenas ocupacionaisreduzemgrandementeacapacidadedaparcela maissignificantedeumanao,apopulaoeconomicamente ativa,pelageraodeincapacidadeoumortedostrabalhadores. OspasesdaAmricaLatinasofrempeloselevadosndices de incapacidade produzidos por acidentes e doenas profissionais,quesecolocadosemtermosmonetrios,ascifrasresultantescausariamrealmenteimpacto.Talvezsejaeste16SENAI-PR

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altocustoemacidentesdotrabalhoumdosfatoresqueimpede muitas empresas, principalmente latino-americanas, de competirnomercadoaberto.Eainda,muitosempresrios,ou porignornciaouporexpectativadesmedidadelucrosimediatos,nopercebemqueaproteodotrabalhadoremsuas funesenacomunidadeumbomnegcio. NaLatinoAmricautiliza-secomorecursoparasairda etapadesubdesenvolvimentoumaceleradoprocessodeindustrializaoacurtoprazo,trazendoinegveisbenefcioseconmicos,masqueporoutroladocolocamohomemsobcondiesarriscadas,tantoemseumeiodetrabalhoquantona comunidade.MACHER(1981),enfatizaqueantieconmico buscarodesenvolvimentoindustrialdeumpassemresolver asconseqnciastcnicas,sanitriasesociaisqueesteprocessotrazconsigo,poisnobalanofinalverificar-se-iaque somenteoscustosdeenfermidadeseacidentesjseriasuperioraosnovosbensproduzidos. ConformesugereMARTHA(1981),nopode-seesquecerqueportrsdequalquermquina,equipamentooumaterialestohomem,amaiorriquezadanao,esenobastasseissoparaavaliarmosaimportnciadaSeguranaeMedicinadoTrabalho,pode-sepensarque,enquantoumaindstria automobilstica tem capacidade de produzir mais de 1.000 automveispordiacomaajudahumana,necessita-sedeno mnimo20anosparaformarumhomem. Torna-se imperativo que as prprias empresas com o passardotempopassemacompreenderanecessidadede preveniracidentesedoenasocupacionais,dadoosdanose custos que produzem.Ao se estabelecer a obrigatoriedade dasempresasdedispordeserviosespecializadosemsegurana,higieneemedicinadotrabalho,tm-seopropsito deevitarqueacidentesedoenasocupacionaisocorrame, emconseqncia,reduzir-seaomnimoosdanosqueocasionam.

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A ENGENHARIA DE SEGURANA TRADICONAL

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SegundoDECICCOeFANTAZZINI(1993),osistema convencionaldeanlisetemumcarterpuramenteestatsticoeestbaseadoemfatosocorridos(acidentes),sendoos ndicesdaretiradosdediscutvelrepresentatividadeparao estabelecimentodeaesdecontrolequereflitamcoerentementeapotencialidadedosriscospresentesemcadaambientedetrabalho. Sobomesmoaspecto,deacordocomIIDA(1991),no sistematradicionalosacidentessoanalisadospelafreqnciadeocorrnciaeumrelatriocomdescriosumriados mesmos.Osrelatriosgeralmenteapresentampoucasinformaesquantoscondiesdetrabalhonolocaldoacidente,nofornecendosubsdiossuficientesparaqueessascondiessejamaperfeioadas. DeacordocomKLETZ(1984?),omtodotradicionalde identificao de perigos, utilizado desde os princpios da tecnologiaindustrialatnossosdias,eraodeseimplantar umafbricaeesperarparaveroqueocorria,ouseja,deixar que os acidentes ocorressem para s ento tomar alguma atitude a respeito. Este tipo de mtodo at poderia ser admissvelantigamente,quandoasdimensesdoriscoeram limitadas,masdemaneiraalgumasoconcebveishojeem dia,emqueaevoluotal,queemfunodemaquinrios, equipamentosedoprpriodesenvolvimentodohomem,acidentespodemacarretarconsequnciasdeelevadagravidade. Nomodelotradicionalosprogramasdeseguranaso bastantelimitados,baseando-seemalgunsprincpiosjultrapassadosparaopresentecomo:prevenodelesespessoais;atividadereservadaparargosepessoalespecializado; aesreativasenopreventivas,baseadasemfatosjacontecidos - os acidentes, e; aceitao do acidente como fato inesperadoedecausasfortuitaseouincontrolveis.19SENAI-PR

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Vejamos porque estes princpios ou filosofias bsicas daengenhariadeseguranatradicionalsoconsideradaslimitadasdentrodarealidadeatual: a)Seguranavistacomosinnimodeprevenode lesespessoais: Inicialmenteasegurananasceueprosperoucomoatividadeparafazerfrenteaosexcessospraticadospelasempresascontraaforadetrabalho.Apreocupaoemtermos de segurana era totalmente voltada para morte ou leses incapacitantes permanentes dos trabalhadores.A partir de acordosealgumasleisespecficasforamcriadosalgunsplanosdeassistncia,beneficiandooempregadoesuafamlia. Comopassardotempoecomosavanosdaslutassociais, almdosplanosdeassistncia,ostrabalhadorespassaram asercobertosporseguroseoutrosdispositivosqueosprotegianoapenascontraaslesesincapacitantespermanentes mastambmpelaperdamomentneadacapacidadedetrabalho.Maistarde,tiveramatenoespecialoutrasformasde lesespessoais,inclusiveasquenoafastavamoindivduo dotrabalho. Ofatodasempresasadotaremplanosparareduziras lesesdostrabalhadoresnoaconteceudeformavoluntria, masdevidopressodosaltosgastosfinanceirosoriundos dasindenizaeseseguros,sreivindicaessociaisediscriminao caso no acompanhassem os novos rumos da segurana. Destaforma,apesardosavanos,osacidentesqueno envolvessem pessoas no tinham valor nenhum, embora muitosdestesacidentespossussemasmesmascausasou causassemelhantesaosacidentescompessoas.Omotivo destedesinteresse,talvezfossedevidoaosimplesdesconhecimentodoaltondicedeocorrnciadosacidentes,bemcomo doscustosqueacarretavam. Apesardaevoluoemquechegamosatualmente,em termosdeengenhariaeseguranadotrabalho,estafilosofia20SENAI-PR

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perduraathojeemgrandepartedasempresasergosdo governo,principalmentenospasessubdesenvolvidos,sendo quegrandepartedosacidentescomo:quebradeequipamentos,interrupodoprocessoprodutivoeagressesaomeio ambiente, no so nem mesmo registrados e muito menos analisadosoudivulgados. b)Oacidentesendomaldefinido: Osacidenteseramconsideradosfatosinesperados,de causasfortuitase/oudesconhecidas.Estadefinioerrnea colocaosacidentes,emgrandeparte,comoocorrnciasinevitveis e incontrolveis. Esta constatao leva as pessoas emgeraleaorganizaocomoumtodo,aumestadodeinrciafrenteaosacidentes,semquesejatomadanenhumaatitudeparasuapreveno.Estainrciapoderiaserexplicada porumaconclusolgicadequesendooacidenteinevitvel, nadapoderiaserfeitoparaevit-lo. Noentanto,sabe-sequeosacidentescomcausasfortuitas ou desconhecidas devem-se geralmente a fatores incontrolveisdanaturezacomoterremotos,maremotos,raios,etc.,sendoosdemaisacidentesgeralmenteprevisveise, portanto,controlveis. Atualmenteosacidentessoconsideradoscomofatos indesejveis, podendo as causas da maior parte dos mesmosseremconhecidasecontroladas.Estecontroledepende daeficinciadasequipesepessoasenvolvidas,ficandotanto a investigao quanto a preveno aliadas aos materiais e recursosdisponveisecapacidade,iniciativaecriatividade dopessoaltcnicodeseguranaedaaltaadministraoda empresa. c)Programasdirecionadosparafatosjacontecidos: Osprogramastradicionaisdeseguranaeramdesenvolvidosparaagirapsosacidentesjteremacontecidotendo,quantomuito,umcartercorretivo.Aposturaeraesperar os acidentes acontecerem para s ento agir, atacando as21SENAI-PR

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conseqnciasouevitandoacidentessemelhantes.Noexistiadeformaalgumaoenfoquepreventivo. Apreocupaocomseguranapreventivaocorreuapenasmaistarde,quandosurgiramosconceitosdeatoinseguroecondioinsegura.Osenfoquestradicionaispassaram, ento,asersubstitudosporoutrosmaismodernos,comuma maior preocupao com os acidentes pessoais e perdas a elesassociadas,bemcomocomasperdasrelativasaoutros tiposdeacidentesenoapenasosqueenvolvessempessoas. Hoje,existemmodelosqueprocuramexplicaroacidente,mostrando-ocomosendoumeventoparticipantedeuma cadeiaquepossui:umantes,umduranteeumdepois.Conhecendo-se os estgios desta cadeia possvel identificar ospontosdeataqueparamudar,controlarouinterrompera cadeiaoriginal,comoobjetivodeevitaroureduziraprobabilidadedeocorrnciadeacidenteseasperdasdelesoriginrias. d)Asatividadesdeseguranasendocentralizadaspor pessoasergosespecializados: Ofatodenosmodelostradicionaisaseguranaserdesenvolvida por rgos especializados acabou por deixar os executantes pouco informados e pouco capazes de agir de formapreventiva,jqueamesmavemdeoutrosrgos,de outraspessoas.Destemodo,pornoconheceremprofundidadetodosostrabalhosexecutadosnumaempresa,oprofissionalespecializadodeseguranaficaimpossibilitadodeprevere,porconseguinte,prevenirdeformacompletaosperigos inerentesaostrabalhososquaisnodomina.Porsertarefa deumrgoespecializado,ostrabalhadoresepessoasque nofazempartedareadeseguranaacabamporacharque esta tarefa no de sua responsabilidade, havendo descomprometimentoporpartedosmesmos. Atualmentesabe-sequeparasercompletaeeficaz,a seguranadevenascereprogredirjuntocomatecnologiada22SENAI-PR

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rea.Todaaorganizaodeveestarintegrada,etodotrabalho deveserpensadoeplanejadocomseguranasendo,portanto,aexecuoseguraumadecorrncianatural. Nadcadade60jsabia-sequeprogramascomafilosofiatradicionallimitavaasatividadesdesegurana,havendo estagnaoderesultadosedesmotivao,almdefaltade interesse,tantoporpartedeempregadoscomodaschefiase superviso. Diversos autores que buscavam em seus estudosintensificarasatividadesdesegurananasempresas,e com isso obter melhores resultados nas estatsticas e nos custos,apontavamaslimitaesdafilosofiatradicional. No entanto, mesmo tendo conscincia das limitaes dosistemaconvencionaldeanlisederiscos,nodeve-se, sobremaneira,desprez-loouminimizarsuaimportncia.Os ndices,taxasemedidasfornecidaspelomesmonossoimportantesinstrumentosparaservirdebasesmodernastcnicasdeanlisederiscos,paraefetuarinferncias,conhecer eavaliaraseveridadedosriscospotenciaisnosambientesde trabalho,estabelecerprioridadeseprogramase,principalmente,daroprimeiropassoparacontrolare,oquemaisimportante, detectar falhas ou imprevistos antes que ocorram os acidentespodendo,assim,preveni-los. Destaforma,nocabedesprestigiartotalmenteosprogramas tradicionais, pois qualquer programa de segurana, pelosimplesfatodeexistir,jumfatorpositivo.Osmtodos tradicionaistm,issosim,alcancelimitadofrenteaosproblemaseexigncias,hojecaractersticas,tantodergosgovernamentaisquantodainiciativaprivada. Pode-seconcluirquenafilosofiatradicionalascausas fundamentaisebsicasdosacidentesnoeramatacadassimplesmentepornoseremdevidamenteconhecidas.Aspessoaseaestruturacomoumtodotinhamumaposiopassiva,esperandoumfatoporelesconsideradoinevitvel-oacidente,parasentoagiroumelhor,reagirformandoequipes paracombateremergnciassemnenhumcarterpreventivo. Pouca ou nenhuma ateno era dada a danos materiais e23SENAI-PR

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ambientais que pudessem ocorrer, sendo os acidentes que no envolvessem pessoas considerados como decorrncia normaldaatividade.Destaformaoscustosdosacidentesno eramconhecidos,jqueospessoaissodedifcilquantificao eosoutroseramaceitoscomocustosnormaisdeproduo. Comodecorrnciadetodooprocessotradicional,osempregados,chefiasesupervisoficavampoucoengajadosepoucocomprometidoscomasatividadeseresultadosenvolvendosegurana. FoigraasaosestudosdeHeinrich,Bird,FletcheredepoisHammer(abordadosaseguir)queaengenhariadeseguranapassouaterumoutroenfoque,dandosurgimentos doutrinas preventivas de segurana. Segundo esta nova viso,aatividadedeseguranaseficazquandoessencialmentedirigidaparaoconhecimentoeatuaonofoco,nas causasdosacidentes,envolvendoparaissotodaaestrutura organizacional,desdeosnveismaisaltosdechefiaesupervisoatomaisbaixoescalo.

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ESTUDOS REALIZADOS

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Diversos autores se destacaram e desenvolveram importantes estudos buscando uma melhor compreenso dos problemasrelativossegurana,propondometodologiaspara mudananoestilodeabordagemetrabalhandonaobteno demelhoresresultados. atravsdestamudanadeabordagemqueotermo acidentepassaateroutraconotao,quedecausasfortuitas, desconhecidaseincontrolveispassouaservistocomosendo ocasionado por causas indesejveis que podem ser conhecidas previamente e, portanto, controladas. O acidente passouaservistodeformamaisampla,ondesemrelegaros acidentes com leses pessoais, passaram a ser consideradosacidentestodasaquelassituaesquedeformadiretaou indireta viessem a comprometer o bom andamento do processoprodutivo,querpelaperdadetempo,pelaquebrade equipamentoouqualqueroutroincidenteenvolvendoounoo homem,provocandoounoleso,masquetenhaprovocado desperdcio, ou seja perdas tanto a nvel monetrio quanto pessoal.

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ESTUDOSDEH.W.HEINRICHER.P.BLAKE-(Idia deacidentescomdanospropriedade-acidentes semleso) Foramosprimeirosaapontarqueapenasareparao dedanosnoerasuficienteesimanecessidadedeaesto oumaisimportantes,quealmdeasseguraroriscodeacidentes(pelaabordagemtradicionalacidente=leso)tendessemapreveni-los. Heinrich pertencia a uma companhia de seguros dos EstadosUnidoseem1926,apartirdaanlisedeacidentesdo trabalholiquidadosporsuacompanhia,iniciouumainvestiga25SENAI-PR

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onasempresasemqueosacidenteshaviamocorrido,tentando obter informaes sobre os gastos adicionais que as mesmashaviamtido,almdasindenizaespagaspeloseguro.Osdadosrefletiamamdiadaindstriaamericana,no sendosuainteno,noentanto,generalizarestaestimativa paratodososcasosdelevantamentodecustosdeacidentes nas empresas. Destaforma,Heinrichchamoudecustosdiretososgastosdacompanhiaseguradoracomaliquidaodeacidentes, edecustosindiretosasperdassofridaspelasempresasem termosdedanosmateriaisedeinterfernciasnaproduo. Comrelaoaestescustos,em1931Heinichrevelouemsua pesquisaarelao4:1(custosindiretos:custosdiretos)entreoscustosdosacidentes,ouseja,oscustosindiretoseram cercade4vezesmaioresdoqueoscustosdiretos,paraa indstriacomoumtodo. De acordo com DE CICCO (1984) a consistncia e o significadodaproporode4para1soextremamentefracos,eofatodenotersidoutilizadonenhummodelopadronizadoparaoclculodosreferidoscustostornaoempregodesta proporototalmenteinvivel,almdoque,anecessidadeda realizao de estudos especficos e da no generalizao derivatambmdofatodequeestarelaopodervariarde 2,3:1at100:1,nosendoobjetivodoautoraplicartalproporoemcasosindividuaiseespecficos. Em1947,apartirdosestudosdeoutronorte-americano R.H.SimondsapudDECICCO(1984),ostermoscustodiretoecustoindiretodeHeinrichforamsubstitudos,respectivamente,porcustoseguradoecustonosegurado.Omtodo propostoporSimonds,paraoclculodoscustosdeacidentes,enfatizaarealizaodeestudos-pilotoemcadaempresa,doscustosassociadosaquatrotiposbsicosdeacidentes:lesesincapacitantes,casosdeassistnciamdica,casosdeprimeirossocorroseacidentessemleso. FoiHeinrichquemintroduziupelaprimeiravezaidiade acidentessemleso,ouseja,osacidentescomdanosapropri26SENAI-PR

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edade.Sobesteenfoquesoconsideradostodosaquelesacidentesque,deumaformaoudeoutra,comprometemoandamentonormaldeumaatividade,provocandodanosmateriais. As propores obtidas entre os diversos tipos de acidentes: com leso incapacitante, com leses no incapacitanteseacidentessemleso,obtidospelosestudos deHeinrich,soosrepresentadosnafigura1.1.

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DeacordocomapirmidedeHeinrichobserva-seque para1acidentecomlesoincapacitante,correspondiam29 acidentescomlesesmenoreseoutros300acidentessem leso.Estagrandeparceladeacidentessemlesonovinha sendoconsiderada,atento,emnenhumaspecto,nemno financeiroenemnoquetangeaosriscospotenciaisqueimplicasadeevidadotrabalhadorcasoalgumfatorcontribuinte(atooucondioinsegura)ostransformassememacidentescomperigodeleso. HeinrichapudHEMRITAS(1981),emsuaobraIndustrialAccidentPrevention,apontaqueosacidentesdetrabalho, com ou sem leso, so devidos personalidade do trabalhador,prticadeatosinseguroseexistnciadecondiesinsegurasnoslocaisdetrabalho.Supe-se,destaforma,queasmedidaspreventivasdevemater-seaocontrole destes trs fatores causais. Neste ponto, pode-se ter uma idia da importncia e do no esquecimento dos mecanismostradicionais,poisoreconhecimentoeidentificaodas causaspodemserrealizadosatravsdacoletadedadosduranteainvestigaodosacidentes.Ousodosquadrosestatsticosbaseadosnestacoletapodemserfundamentaispara elaboraoeprogramaodaprevenodeacidentes.27SENAI-PR

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Anosmaistarde,R.P.Blakeanalisandooassuntosobo mesmopontodevistadeHeinrich,chegouaformularcomele afirmativasesugestes,visandoadiminuiodaperdapor acidentes.Dopontodevistadestesautoresasempresas,mais doquepromovermedidasdeproteosocialaseusempregados,deveriamefetivamentepreocupar-seemevitarosacidentes,sendoelesdequalquernatureza.Estasugestoestava calcada no pressuposto de que, segundo suas observaes,apesardasempresasdirecionaremesforosnaproteosocialdeseuempregado,asperdasmateriaiscomacidentescontinuavamaserdegrandemagnitudesendoque, muitasvezes,osacidentescomdanospropriedadetinham asmesmascausasou,pelomenos,causassemelhantesaos dosacidentespessoais.

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ESTUDOS DE FRANK E. BIRD JR. - (Controle de Danos,PrevenodePerdas,ControledePerdas) ApesardejhaversidoalertadoporHeinrichduasdcadasantes,foisomentenadcadade50quetomouformanos E.U.Aummovimentodegrandevalorizaodosprogramas deprevenoderiscosdedanosmateriais. O Conselho Nacional de Segurana dos E.U.A., em 1965,concluiuqueemdoisanosopashaviaperdidoemacidentesmateriaisumaparcelaqueseigualavaaomontantede perdas em acidentes pessoais, chegando as perdas a uma cifra de US$ 7,2 e US$ 7,1 bilhes para danos materiais e pessoaisrespectivamente.Emais,em1965osacidentescom danos materiais nas empresas superavam, quase em duas vezes,asperdascomdanosmateriaisemacidentesdetrnsitonoanode1964,ficandoasperdasemumvalordeUS$ 1,5bilhesparaestesedeUS$2,8bilhesparaaqueles.Nesta mesma poca estimativas semelhantes comearam a ser realizadaspelasempresas. Em1915aLuckensSteel,empresasiderrgicadaFiladlfia,havianomeadoumDiretordeSeguranaeBem-Estar conseguindo,comisto,reduzir,at1954,ocoeficientedefre28SENAI-PR

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qnciade90para2acidentespessoaispormilhodehomens-horatrabalhados.Igualsucesso,porm,noobtevena reduodosacidentesgravescomdanospropriedadesofridospelaempresanestemesmoano.Oscontrolesdemediodecustoseprogramasexecutadosduranteos5anos subsequentesserviramparamostrargerncia,osgrandes danos incorridos na empresa por decorrncia de acidentes materiais.Em1956,reconhecendoaimportnciadoproblema,osacidentescomdanospropriedadeeram,ento,incorporadosaosprogramasdeprevenodelesesjexistentesnaempresa. Faceaosresultadossatisfatriosobtidos,oanode1959 foiadotadocomobaseparaofuturo,sendoocustodosdanospropriedadeobservadonesteano-basedeUS$325.545 pormilhodehoras-homemtrabalhadas.Em1965omesmo custoeraestimadoemUS$137.832pormilhodehoras-homemtrabalhadas,comumareduo,duranteestes7anos, deUS$187.713. NaLuckensSteel,BirddesenvolveuseusestudoseiniciouumprogramadeControledeDanos,quesemdescuidar dosacidentescomdanospessoais-ohomemofatorpreponderanteemqualquerprogramadeengenhariadesegurana-,tinhaoobjetivoprincipaldereduzirasperdasoriundasdedanosmateriais.Amotivaoinicialparaseutrabalho foramosacidentespessoaiseaconscinciadosacidentes ocorridosduranteesteperodocomeleeseuscompanheiros de trabalho, j que o prprio Bird fora operrio da Luckens Steel.Estesdoisfatoresaliadoslevaram-noasepreocupar com a rea de segurana. Os quatro aspectos bsicos do programaporeleelaboradoforam:informao,investigao, anliseerevisodoprocesso. Em1966,baseandosuateoriadeControledeDanos em uma anlise de 90.000 acidentes ocorridos na Luckens Steel,duranteumperododemaisde7anos,observouque dototal,145acidentesforamincapacitantes,15.000acidentescomlesoe75.000foramacidentescomdanospropriedade.Assim,Birdchegouaproporoentreacidentespessoaisecomdanospropriedademostradanafigura2.2.29SENAI-PR

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PelapirmidedeBird,nafigura2.2.,observa-sequepara cadaacidentecomlesoincapacitante,ocorriam100pequenos acidentes com leses no incapacitantes e outros 500 acidentescomdanospropriedade. Bird, em seu trabalho, tambm estabeleceu a proporo entre os custos indiretos (no-segurados) e os diretos (segurados),obtendoaproporo6,1:1.Oobjetivodoestabelecimentodetaiscustosfoiodemostrarcomocadaempresa podeestimarosseusindividuais.CaberessaltarqueaproporodeBird(6,1:1)nomaissignificativadoqueaproposta,porexemplo,porHeinrich(4:1),equecadaempresa deve,naverdade,fazerinfernciassobreosresultadosdos prpriosdadoslevantados.

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Aoinvsdesimplesslogans,comoeracomumnapoca,otrabalhodeBirdteveomritodeapresentardadoscom projeesestatsticasefinanceiras,almdasperdasmateriaisepessoaissofridaspelaempresa. Apesardisto,nosltimos10anosnohouvediminuio significativanataxadefreqnciadeacidenteshavendo,isso sim,umadiminuiodecercade50%nataxadegravidade dos mesmos. SegundoBirdapudOLIVEIRA(1991)aformadesefazerseguranaatravsdocombateaqualquertipodeacidente e que a reduo das perdas materiais liberar novos recursosparaasegurana. Maistarde,osestudosdeBirdforamdenominadosde ControledePerdaseosprogramasgerenciaiscomoAdmi30SENAI-PR

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nistraodoControledePerdas,cujaviso,anosmaistarde, foibastante. AmpliadapelosestudosdeFletcherqueincorporaoutrosfatorescomo:proteoaomeioambiente,qualidade,projeto,confiabilidade,etc.

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ESTUDOS DA INSURANCE COMPANY OF NORTH AMERCIA(ICNA)-(dadosestatsticossobreacidentesespessoaisemateriais). Seguindo-seosestudosdeBird,em1969aICNAanalisou e publicou um resumo estatstico de dados levantados juntoa297rca1.753.498relatosdeocorrncias.Estaamostra,consideravelmentemaior,propiciouchegar-seaumarelaomaisprecisaqueadeBirdeHeinrichquantoproporo deacidentes,almdeincluirumfatonovo-osquaseacidentes. Como pode-se observar na figura 2.3, as propores obtidaspelaICNAdemonstramque,paracadaacidentecom leso grave associam-se 10 acidentes com leso leve, 30 acidentescomdanospropriedadee600acidentessemlesooudanosvisveis-osquaseacidentes. Cabeaquiressaltaraimportnciadainclusodosacidentessemlesooudanosvisveis,pois,porseremquase-acidentesosmesmosnosrevelampotenciaisenormesdeacidentes, ouseja,situaescomriscopotencialdeocorrnciasemque tenhahavido,ainda,aperdapessoalounopessoal.

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5703 - Preveno e Controle de Perdas

ApesardoobjetivodaICNAserexclusivamenteeconmico-financeiro, os resultados apresentados so de grande importncianosparaevitarasperdasmateriais,mastambmparaevitarasperdaspessoais,jqueseoacidentequase ocorreu,aperdatambmquaseaconteceueserealmente ocorresse,poderiasertantomaterialcomopessoal.

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