APOSTILA CRIANÇAS ESPECIAIS -...

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__________________________ Prof. Wesley Lima de Oliveira – Bacharel em Enfermagem (UNIMONTES – 2000); Especialista em Saúde da Família; Educação em Saúde; Gestão Clínica da Atenção Primária à Saúde (UNIMONTES 2003; 2005; 2009); Especializando em Enfermagem do Trabalho (UCAMPROMINAS – 2012) Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG Pró-Reitoria de Extensão Bolsas-Formação do Pronatec C C U U R R S S O O C C U U I I D D A A D D O O R R I I N N F F A A N N T T I I L L Crianças especiais Prof. Wesley Lima de Oliveira Almenara – 2012

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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG

Pró-Reitoria de Extensão Bolsas-Formação do Pronatec

CCCUUURRRSSSOOO

CCCUUUIIIDDDAAADDDOOORRR IIINNNFFFAAANNNTTTIIILLL

Crianças especiais

Prof. Wesley Lima de Oliveira

Almenara – 2012

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SUMÁRIO

Crianças especiais..................................................................................................... 3

Causas e avaliação das necessidades especiais....................................................... 4

Dislexia....................................................................................................................... 19

Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)................................ 21

Autismo...................................................................................................................... 22

Deficiência Mental..................................................................................................... 25

Obesidade Infantil e na Adolescência...................................................................... 29

Sindrome de Down.................................................................................................... 32

Síndrome do Usher................................................................................................... 34

Síndrome de Williams.............................................................................................. 36

Esclerose tuberosa.................................................................................................... 38

Deficiência Auditiva.................................................................................................. 41

Deficiência Visual...................................................................................................... 43

Depressão Infantil .................................................................................................... 45

Transtorno Obsessivo Compulsivo na Infância..................................................... 49

Síndrome de Rubinstein-Taybi................................................................................ 51

Síndrome de Angelman............................................................................................ 53

Síndrome de Prader Willi....................................................................................... 55

Síndrome de West..................................................................................................... 57

Síndrome de Hutchinson-Gilford............................................................................ 58

Deficiência em X-Frágil............................................................................................ 59

Epilepsias................................................................................................................... 61

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CRIANÇAS ESPECIAIS

Este termo é muito genérico, abrange as mais diferentes síndromes infantis .

Todas as crianças são muito especiais, mas algumas precisam de um apoio, de

um olhar, de uma atenção especial, de um acompanhamento e acima de tudo

muito carinho.

É sobre estas crianças que vamos tentar falar um pouco e chamar sua atenção. A

criança portadora de necessidades especiais, além do direito, tem a necessidade

de cursar uma escola normal, de ser tratada com muito carinho e respeito por

todos nós.

ESTE MATERIAL FOI CONFECCIONADO A PARTIR DE ARTIGOS E

DOCUMENTOS DISPONÍVEIS EM VÁRIOS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS E

SEUS LINKS ASSOCIADOS ACESSADOS EM SETEMBRO E OUTUBO DE 2012,

COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES A CRITÉRIO DO PROFESSOR DA

DISCIPLINA

ENDEREÇOS CONSULTADOS

√ http://www.criancasespeciais.com.br/

√ http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/crianca-especial.htm

√ http://saude.hsw.uol.com.br/necessidades-especiais-infantis.htm

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CAUSAS E AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES ESPECIAIS

Problemas de desenvolvimento: causas possíveis

Algumas crianças possuem problemas congênitos, como danos ou

desenvolvimento incompleto do cérebro, que impedem que elas tenham um

desenvolvimento normal. Outras sofrem de condições ou doenças que podem ser

tratadas se forem identificadas. Uma doença metabólica hereditária rara, que é

testada quando as crianças completam alguns dias de vida ou em sua primeira

visita ao médico é a fenilcetonúria (PKU). Quando não tratada, a doença leva ao

retardamento mental, mas a detecção e tratamento rápido através da alimentação

costumam possibilitar o desenvolvimento de inteligência dentro da média. Outro

teste ao qual os recém-nascidos são submetidos é o de hipotireoidismo congênito,

que também é raro e causa retardamento quando não tratado.

As crianças que nascem com alguns problemas podem não parecer anormais

imediatamente, mas a maioria exibe atrasos específicos no desenvolvimento que

acabam sendo observados por seus pais ou médicos. A cada avaliação, o pediatra

observa o comportamento da criança para ter uma idéia de como está indo o

desenvolvimento. Ele também pode fazer testes rápidos em idades específicas da

vida do bebê. Tanto na observação como nos testes, o médico procura por

possíveis sinais de perigo.

Outras crianças, normais no nascimento, acabam sofrendo posteriormente

devido a cuidados insuficientes ou incompletos. Os médicos costumam ter mais

problemas para identificar problemas ambientais do que deficiências congênitas e

eles podem ser muito perigosos para o desenvolvimento da criança. Algumas das

pistas que dão o sinal de alerta ao médico são as seguintes:

• distúrbios na alimentação ou no sono (insuficientes ou excessivos). Tanto

a quantidade como a qualidade de cuidados recebidos dos pais influenciam a

maneira que uma criança come e dorme;

• sintomas físicos, como vômitos freqüentes, diarréia e erupções na pele;

• problemas no crescimento, tanto na altura como no peso. Uma criança,

privada de carinho, pode apresentar problemas no crescimento mesmo quando a

quantidade de comida ingerida é grande. Se a falta de cuidados não for o

problema, o médico vai investigar a supressão de fatores de crescimento no

cérebro do bebê;

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• atrasos ou desvios específicos em áreas específicas, como no

desenvolvimento motor, habilidade verbal, desenvolvimento intelectual,

aprendizado geral ou quem sabe ao se relacionar com os outros, em sua

autopercepção ou na capacidade de brincar.

Muitas vezes, quando os ingredientes necessários para a educação da criança

não estão presentes, ela desenvolve vários problemas médicos ou psicológicos.

Por exemplo, se não houver a criação do elo entre a mãe e o filho, é normal

encontrar um relacionamento perturbado entre os dois, além de dificuldades para

vencer problemas de comportamento. Isso não significa que há problemas

automáticos se o processo de vínculo ideal não ocorrer imediatamente após o

nascimento. Estudos recentes demonstraram que mães que passaram por

cesarianas, partos prematuros ou que adotaram bebês podem desenvolver esse elo

posteriormente.

Da mesma forma, os pais que estão cientes de suas imperfeições e falta de

conhecimento não precisam achar que, devido às suas limitações, o

desenvolvimento de seu bebê será automaticamente prejudicado. Os bebês

possuem uma tendência forte ao desenvolvimento normal que os ajuda a resistir

aos fatores ambientais "que não são os ideais". É claro que a habilidade das

crianças em se desenvolver pode ser prejudicada em situações de cuidados

insuficientes, mas nenhum de nós é perfeito. Devemos fazer o melhor por nossas

crianças, mas não é necessário ser perfeito para criar pessoas normais.

Pais preocupados com algum aspecto do desenvolvimento de seu filho ou,

posteriormente, com problemas comportamentais devem primeiro falar com o

médico. Há momentos em que a tendência da pessoa é evitar incomodar o

médico, e é verdade que o tempo é precioso para um médico. Mesmo assim, se o

médico parecer não querer discutir o que os pais vêem como um problema ou se

recusar por alguma razão a se envolver nas preocupações dos pais, o melhor é

procurar outro médico. Se o tempo necessário para conversar sobre problemas

comportamentais em uma consulta é maior do que uma consulta normal, alguns

médicos podem até cobrar mais. No entanto, pense nesse dinheiro extra como

dinheiro bem gasto se ele conseguir resolver problemas sérios.

Avaliações especiais do desenvolvimento

De vez em quando, uma criança cujos problemas são específicos, por

exemplo, desenvolvimento lento da fala ou gerais, como desenvolvimento geral

lento, precisa dos cuidados de um pediatra especializado no desenvolvimento de

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crianças nos primeiros anos de vida. Pais que suspeitam de um problema no

desenvolvimento motor ou cognitivo de seus filhos, ou vêem sinais de que seu

bebê se nega a sociabilizar ou que está retraído e deprimido, podem pedir a

avaliação desse tipo de médico, ou o próprio pediatra da criança pode

encaminhá-los. O especialista em desenvolvimento, que pode trabalhar com uma

equipe composta por outros profissionais como assistentes sociais e psicólogos,

observa a criança realizando várias atividades em uma situação de jogo para

determinar a existência e extensão dos problemas. Outros especialistas podem ser

chamados como consultores.

Após uma avaliação, o especialista irá conversar com os pais sobre sua

opinião e recomendações para o tratamento. Infelizmente, alguns pais recebem a

notícia de que seus medos não eram infundados. Outros ouvem que seu filho

pode se desenvolver normalmente, mas talvez precisem de alguma ajuda

especial. Mas qualquer que seja o resultado da avaliação, os pais devem buscar

um equilíbrio em suas reações. Excesso de preocupação não ajuda ninguém, e

tentar se isolar da dor escolhendo não se envolver é tão inapropriado quanto.

Avaliando a deficiência

Todas as crianças podem aprender e se desenvolver. Mas crianças não

aprendem e se desenvolvem da mesma maneira ou na mesma velocidade. Há

momentos em que os pais percebem a existência de um padrão geral de lentidão

nas respostas da criança ao mundo ao redor. Os pais podem perceber que o

crescimento e as realizações físicas gerais da criança parecem estar muito atrás

das de outras crianças.

Algumas crianças não parecem desenvolver respostas sensoriais normais.

Crianças cegas, por exemplo, podem não conseguir focar ou seguir objetos com

seus olhos. Uma criança surda pode não reagir a sons ou pode não conseguir falar

ou fazer sons anteriores à fala, ou ela pode murmurar quando está mais velha e

com menos freqüência do que outras crianças com audição normal.

Quando os pais percebem um padrão constante de atrasos, pode ser uma boa

idéia deixar que um profissional avalie a criança. Parte dessa avaliação consiste

na tentativa de determinar possíveis causas para o problema.

E são várias as causas possíveis para problemas de desenvolvimento. Nos

primeiros estágios de desenvolvimento do feto, por exemplo, uma modificação

espontânea nos cromossomos ou em genes específicos pode levar à síndrome de

Down, uma condição que faz com que as crianças afetadas se desenvolvam mais

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devagar do que crianças normais. O nascimento prematuro também pode levar a

dificuldades de desenvolvimento algumas vezes. Certas infecções que afetam a

mãe podem atingir o feto no início do seu desenvolvimento e levar ao

retardamento e outras anomalias. Outra possibilidade são traumas sofridos

durante o nascimento ou um pouco antes ou depois que podem afetar a criança de

modo adverso e levar a problemas como a paralisia cerebral. Certas doenças

infantis, como a encefalite e a meningite, também podem deixar a criança com

necessidades especiais físicas e mentais.

Mas nem sempre é possível determinar a causa de uma deficiência, pois

alguns desses problemas são difíceis de se diagnosticar. Um QI (quociente de

inteligência) abaixo de 69 indica que uma criança pode ter problema mental

(considera-se que a média seja de 90 a 109). Mas o diagnóstico de uma

deficiência não deve recair somente sobre um teste de QI. O comportamento

adaptativo de uma criança (sua habilidade de responder a estímulos, aprender e

se desenvolver) também deve ser medido. No entanto, não há testes com total

eficácia para nos dizer com que rapidez a deficiência irá se desenvolver, ou o

quanto a criança será capaz de se desenvolver.

Problemas de desenvolvimento comuns são o atraso na fala e/ou perda de

audição, que costumam estar relacionados. Na próxima seção, vamos falar sobre

como identificar os sintomas, fazer testes e aplicar tratamentos para os problemas

da fala e surdez.

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Problemas da fala e surdez em crianças O seu bebê se comunica com você através de meios não-verbais como gestos,

expressões faciais e linguagem corporal. Aprender a verbalizar os pensamentos,

sentimentos e desejos é uma parte importante do desenvolvimento dele. Muitos

bebês falam sua primeira palavra quando têm por volta de um ano de idade, mas

é claro que cada bebê é único e há casos em que primeiras palavras demoram um

pouco mais para sair. E, pelo fato de a fala ser tão ligada à audição, dificuldades

na primeira podem indicar perda de audição ou até surdez. Abaixo, você vai ler

sobre os diferentes tipos de problemas de fala e audição, suas causas e as

medidas corretas a serem tomadas se suspeitar que sua criança possui algum

deles.

Problemas da fala e gagueira

Há muitas razões pelas quais uma criança pode começar a falar um pouco

mais tarde, ou até muito mais tarde, do que crianças da mesma idade. Poucas

delas são sérias e a maioria das crianças acaba se ajustando. Por exemplo, a

maioria das meninas começa a falar antes dos meninos. O ambiente em que a

criança vive pode afetar o desenvolvimento da fala também. Se a família não fala

tanto, o filho provavelmente vai começar a falar depois e menos do que as outras

crianças. Se ele passa os dias em uma creche ou maternal na qual uma pessoa é

responsável por várias crianças, o desenvolvimento da fala pode ser mais

devagar. A competição por atenção individual em casa também pode fazer com

que a criança comece a falar mais tarde. Por exemplo, se existem dois filhos de

idades muito próximas, ou gêmeos, pode ser que não se consiga dar muito tempo

a cada um deles individualmente. Às vezes, a linguagem particular que os

gêmeos desenvolvem é mais devido à falta de conversas individuais com um dos

pais do que o desejo de falar entre eles mesmos.

Outros fatores que afetam o desenvolvimento da fala são a inteligência,

audição e controle dos músculos envolvidos no ato da fala. A fala pode ser

atrasada ou impedida se os centros da fala no cérebro não forem normais, ou se

houver alguma anormalidade da laringe, garganta, nariz, língua ou lábios. E ela

também pode não se desenvolver normalmente devido à surdez parcial ou total,

deficiência mental, danos cerebrais ou problemas no funcionamento dos centros

de fala no cérebro.

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Disfemia (gagueira) - crianças entre os dois e os cinco anos de idade costumam

não ter fluência na fala e podem gaguejar quando não encontram as palavras

certas para se expressar. Pausas involuntárias ou bloqueios na fala e rápida

repetição de sílabas ou no som inicial de uma palavra podem ocorrer. Esses

problemas podem ser temporários, acontecendo apenas ocasionalmente quando

uma criança está empolgada, impaciente ou envergonhada, ou podem ser

crônicos, causados por espasmos musculares ou conflitos mentais ou emocionais

subjacentes que precisam ser resolvidos para que a habilidade da fala possa

melhorar.

Quando ocorre em uma criança de dois a cinco anos de idade, a gagueira

não precisa ser considerada um problema tão grande, a menos que o problema

continue vários meses após o primeiro sinal. A criança pode nem estar consciente

de seu problema, a não ser que mostrem a ela. Para ajudar uma criança que

gagueja, não demonstre raiva ou impaciência recusando-se a entendê-la,

completando o seu pensamento ou tentando forçá-la a falar devagar e claramente.

Ignore a gagueira e não deixe que os irmãos ou outras crianças debochem ou

riam dela. Leia, cante e fale com a criança o máximo que puder.

Quando se preocupar - consulte o pediatra caso seu a criança fale somente no

mesmo tom ou com um forte som nasal, se seu vocabulário e habilidade de

pronunciar as palavras parecer diminuir em vez de melhorar, ou se a gagueira for

grave, constante ou prolongada. Além de testar a audição da criança, o médico

irá realizar um exame físico e verificar a garganta, o céu da boca e a língua. Se a

criança tiver menos de cinco anos de idade, o médico pode encaminhá-lo para

um fonoaudiólogo, para que avalie e receite o melhor tratamento se considerar

que a gagueira é um problema grave ou se a criança parecer muito frustrada em

suas tentativas de falar claramente ou ainda se os pais precisarem de ajuda para

lidar com o desenvolvimento da fala do seu filho. E se a criança continuar a

substituir sons (r pelo l, por exemplo) ou gaguejar após os cinco ou seis anos de

idade, o médico pode sugerir uma consulta e, talvez, tratamento com um

fonoaudiólogo.

Infecções do ouvido e surdez

A surdez é uma perda parcial ou completa da audição em um ou dois

ouvidos. Uma criança pode nascer com perdas na audição ou desenvolver o

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problema posteriormente. Como as crianças aprendem a falar imitando os outros,

uma criança que não ouve os outros falando não consegue reproduzir esses sons.

A audição normal ocorre quando as ondas sonoras passam pelo canal

auditivo e fazem com que o tímpano vibre. As vibrações do tímpano, por sua vez,

movem três pequenos ossos no ouvido médio. O movimento desses ossos

transmite as vibrações do ouvido médio para o ouvido interno, onde elas são

transformadas em impulsos elétricos carregados ao cérebro através do oitavo

nervo craniano. O cérebro interpreta estes impulsos elétricos como sons. Danos,

doenças ou problemas no funcionamento de qualquer uma dessas estruturas pode

causar surdez. Qualquer um dos problemas a seguir podem levar a dificuldades

na audição que, provavelmente, levarão a dificuldades de aprendizado.

• Problemas no canal auditivo que podem causar perda auditiva incluem

acúmulo de cera, objeto estranho no canal e infecção conhecida como otite.

• Problemas no tímpano e no ouvido médio podem ser causados por uma

inflamação do ouvido médio ou um bloqueio na trompa de eustáquio, que

conecta a garganta e o ouvido médio. A infecção do ouvido médio (otite média)

costuma ocorrer nos dois primeiros anos de vida, especialmente entre crianças

expostas freqüentemente a ela nas creches. A infecção costuma envolver um

acúmulo de líquidos que causa perda auditiva leve ou moderada e intermitente

por até nove meses, ameaçando o desenvolvimento correto das habilidades de

linguagem da criança.

• Problemas do ouvido interno podem ser causados por ferimentos ou

infecções.

• Já os problemas do oitavo nervo craniano têm muitas causas possíveis.

Este nervo é responsável por transportar todos os sinais dos ouvidos e estruturas

de equilíbrio ao cérebro. Uma criança pode nascer com um nervo que não se

desenvolveu corretamente ou que foi danificado antes do nascimento. Por

exemplo, se uma gestante contrai rubéola, o vírus pode infectar o oitavo nervo

craniano do feto. Após o nascimento, um ferimento ou infecção por um vírus

(caxumba ou sarampo) ou bactéria (meningite) pode danificar esse nervo. Há

também certos medicamentos que podem afetá-lo.

Detectando a surdez- normalmente, são os pais que detectam os primeiros

sinais de perda auditiva em uma criança. Pode-se desconfiar de algum tipo de

perda auditiva se algum dos comportamentos a seguir ocorrer: uma criança maior

do que três meses ignora sons ou não vira a cabeça na direção de um som, um

bebê maior de um ano de idade não parece entender nem mesmo algumas

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palavras, uma criança maior de dois não produz frases de ao menos duas ou três

palavras ou quando uma criança simplesmente parece não ouvir bem. Esses

sintomas, porém, também podem ter outras causas. O médico pode encaminhar a

criança a um centro especializado em fala e audição. Uma criança com audição

deficiente deve começar a receber educação especial assim que o problema for

descoberto, mesmo se ela tiver apenas um ano de idade.

Tome precauções - é possível prevenir problemas de audição no seu filho se

tomar algumas precauções. Nunca coloque qualquer objeto, incluindo cotonetes,

dentro de seu canal auditivo. Se o fizer, pode acabar forçando a cera para dentro

e entupir o canal ou danificar o tímpano. Deve-se observar o cartão de vacina,

uma vez que vacinas contra sarampo e caxumba, devido aos seus efeitos

colaterais podem causar surdez. No caso de mulheres em idade de engravidar,

consulte seu médico sobre possíveis métodos de imunização contra a rubéola.

Independentemente das necessidades especiais que a criança apresenta, vai

ser preciso fazer um esforço especial para ajudar no seu desenvolvimento. Na

próxima página, indicaremos as etapas que você pode seguir para estimular o

desenvolvimento de uma criança com necessidades especiais.

Estimulando o desenvolvimento de uma criança com necessidades especiais

Não há duas crianças com necessidades especiais iguais, nem as que

têm necessidades especiais semelhantes. Nesta seção, vamos explorar as

necessidades especiais variadas e saber como estimular uma criança com

necessidades especiais e ajudá-la no processo de seu desenvolvimento.

O papel dos pais

Dar amor e apoio - as criança com necessidades especiais precisam de amor e

apoio de seus pais, assim como qualquer criança. Algumas vezes, os pais ficam

tão absorvidos pela necessidade de estimular seu filho e compensar sua

deficiência que acabam esquecendo que a tarefa mais importante é amá-lo e

gostar dele como ser humano. Quando uma criança vê que seus pais gostam de

estar com ela, ela aumenta o valor que dá a si própria. Esse sentimento crescente

de valor é uma medida importante do sucesso dos pais em criar uma criança com

necessidade especial.

Estimule a independência - se você tem uma criança com necessidades

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especiais, seus objetivos são estimular a independência e ajudar seu filho a

desenvolver um sentimento de valor e realização pessoal. Com terapia e jogos,

você ajuda o seu filho a lidar com seu problema e realizar seu potencial

completo. A quantidade de independência de seu filho vai depender, bastante,

não apenas de qual necessidade especial ele possui, mas como você o deixa

realizar sozinho cada estágio.

Todas as crianças passam por momentos em que parecem parar de melhorar ou

quando podem até regredir um pouco. Esse pode ser um momento especialmente

difícil para os pais, pois têm que aprender a avaliar o progresso de seu filho.

Concentre-se em objetivos a curto prazo - quando seu filho atingir um platô

(estagnar seu desenvolvimento), olhe para trás e se concentre no quanto ele já

progrediu. Este também pode ser um bom momento para esquecer objetivos a

longo prazo e se concentrar nos objetivos a curto prazo: alimentar-se com as

mãos, vestir-se, repetir a primeira palavra ou frase inteligível ou finalmente ir ao

banheiro sozinho. Quando os pais concentram suas energias em um único

objetivo a curto prazo, uma criança com necessidade especial pode começar a

progredir novamente. Ao parar de observar como a criança lida com esses

desafios, como se adapta a novas e maiores necessidades, os pais podem se

ajudar a desenvolver expectativas realistas para seus filhos.

As crianças progridem mais quando os pais agem como seus advogados,

escolhendo os métodos educacionais mais apropriados, definindo objetivos

razoáveis e fornecendo um ambiente caloroso e protetor. Os pais deveriam

enxergar a si próprios como parceiros dos profissionais na hora de planejar os

cuidados de seus filhos com necessidades espaciais.

Estimulando o potencial de desenvolvimento

A partir do momento em que nascem, as crianças começam a aprender sobre o

mundo ao seu redor. Elas aprendem através de seus movimentos e dos cinco

sentidos. Quando um ou mais desses sentidos são danificados, a maneira como a

criança vê o mundo é alterada e sua habilidade de aprender se altera. Mas com os

avanços na medicina, tecnologia e nossa compreensão sobre como os bebês

crescem e aprendem, podemos esperar desenvolvimento mental e físico muito

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maior de crianças com com necessidades especiais do que imaginávamos há uma

década. O tamanho desse desenvolvimento depende da extensão da sua

limitação, quão breve ela foi diagnosticada corretamente e o quão rapidamente a

criança é colocada em um ambiente de estímulos apropriados. Crianças

com limitações mentais, por exemplo, precisam de estímulos freqüentes e

consistentes devido às suas dificuldades de concentração e memória. Elas

também podem ter dificuldades de percepção que tornam difícil compreender o

que está acontecendo ao redor e o motivo dessas coisas.

Concentre-se no sentido debilitado - em muitos casos, as habilidades da criança

podem ser melhoradas ao estimular o sentido deficiente. Crianças com distrofia

muscular, síndrome de Down e paralisia cerebral costumam se beneficiar de um

programa de fisioterapia que exercite seus músculos. Exercitar as pernas e pés da

criança com casos graves de espinha bífida os preparam para andar com

aparelhos e muletas. Já as crianças surdas podem aprender a usar sua audição

residual com a ajuda de equipamentos auditivos e treinamento auditivo que

aumenta e expande sua habilidade de ouvir. As crianças cegas podem afiar seus

outros sentidos para ajudar a compensar sua falta de visão, enquanto aprendem

sobre o mundo. E, por último, as crianças com síndrome de Down e paralisia

cerebral também podem se beneficiar de terapias visuais, auditivas e

ocupacionais.

Trabalhe com um fisioterapeuta - (ou terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo,

psicólogo) programas de estímulo preparados para crianças desde o nascimento

até os três anos demonstraram que mesmo crianças com necessidades

especiais graves podem aprender, crescer e participar do mundo que as cerca. Os

pais podem guiar muitos dos exercícios desses programas sozinhos, mas quase

sempre se beneficiam da supervisão de um terapeuta especializado. O seu posto

de saúde, escola pública ou secretaria da saúde locais podem ter um programa de

estímulo infantil adequado ou podem lhe recomendar um terapeuta especializado

que pode visitar sua casa regularmente para ajudar seu filho e ensinar exercícios

e jogos adequados para você. Hospitais universitários e organizações privadas

que auxiliam crianças com necessidades especiais também são boas fontes de

informação.

Use brincadeiras para explorar - brincadeiras são uma importante forma de

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__________________________ Prof. Wesley Lima de Oliveira – Bacharel em Enfermagem (UNIMONTES – 2000); Especialista em Saúde da Família; Educação em Saúde; Gestão Clínica da Atenção Primária à Saúde (UNIMONTES 2003; 2005; 2009); Especializando em Enfermagem do Trabalho (UCAMPROMINAS – 2012)

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aprendizado para todas as crianças. As crianças com necessidades especiais que

não podem se movimentar para explorar sozinhas ainda têm a possibilidade de

aprender sobre os arredores ao viajar com a família. Dentro de casa, ela pode ser

carregada ou guiada de um cômodo a outro para tocar, sentir, ver, cheirar ou

ouvir vários objetos. Crianças cegas podem usar suas mãos, rostos, pés e outras

partes de seus corpos para explorar e aprender. E as surdas precisam de estímulos

de linguagem constantes e, como todas as crianças, precisam ouvir explicações

sobre o que está acontecendo ao seu redor. Figuras em livros e revistas são outra

forma de expor essas crianças a lugares, pessoas, animais e formas de vida fora

de seu círculo comum.

Brinquedos dão outro meio de compreender nossos corpos e o mundo.

Crianças com necessidades especiais podem ter problemas para usar brinquedos

convencionais, mas os pais podem adaptá-los às necessidades deles ou criar

brinquedos apropriados. Muitas comunidades possuem brinquedotecas que

funcionam como recurso para fornecer brinquedos projetados ou selecionados

especialmente para crianças com necessidades especiais.

No entanto, não importa o quanto um pai ou uma mãe tente dar a seu filho,

sempre há limites para o que eles podem conseguir sozinhos. Na próxima página,

vamos observar as opções disponíveis para suprir as outras necessidades dessas

Programas especiais para uma criança com necessidades especiais

Mais cedo ou mais tarde, uma criança com necessidades especiais vai participar

de um programa específico para ela, como um acampamento ou creche. Aqui vão

algumas dicas para escolher um programa especial.

Escolhendo um programa especial

Muitas deficiências possuem associações de âmbito nacional, que fornecem

informações e recomendam programas ou recursos. Muitas dessas associações

possuem sedes locais e grupos de apoio aos pais.

Se for sortudo o bastante para ter um leque de programas para escolher, como vai

escolher o melhor para o seu filho? Baseie suas decisões no quanto você confia

nos profissionais dos programas disponíveis e nas terapias que eles apresentam.

Algumas terapias são menos conhecidas e não disponíveis em tantos lugares

como outras. Freqüentemente, os educadores discordam quanto à seqüência de

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aprendizagem, alguns educadores de surdez, por exemplo, acreditam que o

correto é apresentar a linguagem dos sinais à criança quase que imediatamente,

enquanto outros acreditam que as crianças devem ter somente treinamento

auditivo-oral antes de aprender quaisquer tipos de sinais. E pelo fato de as

opiniões e métodos dos profissionais serem diferentes, pesquise vários programas

antes de se comprometer (e o seu filho) com algum específico. Se considerar um

programa particular com terapeutas, lembre-se de que o custo do programa nem

sempre é um indicador de sua qualidade ou de que ele é o mais apropriado.

Embora os fatores custo e conveniência certamente influenciem sua decisão, os

pais também deveriam considerar outros:

• Por quanto tempo o programa será o melhor para seu filho?

• Você está falando de um novo programa que usa técnicas

experimentais ou de um programa já estabelecido que usa terapias

amplamente aceitas?

• Qual o nível da educação dos terapeutas que irão trabalhar com o seu

filho?

• Quem supervisiona o trabalho dos terapeutas?

• O que o terapeuta espera de você?

• Ele parece disposto a compartilhar a experiência dele com você?

• O terapeuta quer que você entenda seus métodos?

• O terapeuta parece capaz de estabelecer um bom entendimento com o

seu filho?

• Caso seja um programa novo, ele tem recursos garantidos ou tem que

levantar esses recursos todos os anos?

• Quantas crianças o programa ajuda no momento e como é a relação

entre os funcionários e alunos?

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• As crianças com necessidades especiais múltiplas estão juntas em salas

de aula com crianças que têm somente uma ou duas claramente

definidas?

Expectativas dos profissionais - talvez o fator mais importante ao escolher um

desses programas sejam as expectativas dos profissionais envolvidos. Cada

criança é diferente e traz ao programa sua própria determinação para conseguir

atingir o resultado. Os pais podem ver pontos fortes e reconhecer progressos que

os profissionais não percebem. Se as expectativas dos profissionais forem muito

baixas, seu filho pode não progredir tão rapidamente quanto você acha que seria

o correto. E se as expectativas deles forem muito grandes, o seu filho pode se

sentir frustrado.

Seu relacionamento com os profissionais

A maioria dos profissionais recebe bem e encoraja o envolvimento ativo dos pais

em decisões que afetam a criança. Embora seja seguro presumir que a maioria

dos profissionais que lida com crianças com necessidades especiais quer vê-las

bem cuidadas, eles podem trazer consigo certos preconceitos que não ajudam a

todas as crianças. Se você tem as suas próprias opiniões, expresse-as. O ideal é

que você fale abertamente com os profissionais a respeito de suas preocupações e

dúvidas. Se o terapeuta estiver muito ocupado ou apresentar resistência a essas

discussões, ou se achar que essas reuniões são improdutivas e insatisfatórias,

reflita sobre a possibilidade de encontrar um novo programa ou terapeuta.

Embora seja do interesse da criança ter um tratamento a longo prazo, é melhor

mudar de programa se acredita que seu filho não está recebendo o que deveria.

Outra consideração importantíssima para pais de uma criança com necessidade

especial é quando seu filho deve ir para escola e qual a melhor escola. Vamos

olhar as opções disponíveis na próxima seção.

Educação para uma criança com necessidades especiais

Conforme as crianças vão ficando mais velhas, os pais podem considerar a

hipótese de mandá-las para a pré-escola ou maternal. Você deve enviar o seu

filho para uma escola especial onde estará com outras crianças na mesma

condição e na qual os professores são treinados para lidar com se problema

específico? Algumas vezes, não há escolas especiais ou elas ficam muito longe, o

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que obriga seu filho a fazer uma viagem longa para a escola todos os dias ou

morar nela.

Colocando seu filho em escolas comuns - mesmo quando há escolas especiais

por perto, uma opção é mandar seu filho para um maternal comum. Muitos

especialistas acreditam que crianças jovens com deficiências leves a moderadas

ficam melhores quando são mantidas em um ambiente normal o máximo período

de tempo possível. Essas crianças costumam aceitar melhor as diferenças do que

crianças mais velhas ou adultos, o que vai fazer com que uma criança com

necessidades especiais não se sinta diferente ou isolada em um maternal comum.

Muitos maternais têm boa vontade e capacidade para aceitar crianças

com problemas leves a moderadas. Há até mesmo aqueles que aceitam crianças

com necessidades especiais graves.

Certas filosofias de educação são mais dispostas a integrar essas crianças. Se não

puder encontrar uma dessas escolas em sua região, procure uma escola do

método Montessori ou de outro método não tradicional para a educação maternal.

Se estiver pensando em colocar seu filho em uma escola comum com pouca ou

nenhuma experiência nessa área, observe e fale com o diretor e com os

professores que cuidarão dele. Seja honesto a respeito de suas necessidades.

Pergunte sobre as atitudes da escola com relação a essa questão e com relação ao

problema esepecífico do seu filho. Como os professores costumam lidar com

problemas de indisciplina e ironias? Como eles agem quando outras crianças

fazem perguntas sobre o seu filho? Você sente que as expectativas dos

professores são razoáveis e consistentes com as suas para crianças em geral e

para o seu filho em particular?

Se decidir mesmo colocar seu filho em uma escola comum, prepare-se para servir

como fonte de informações para a escola. Você pode decidir visitar a sala de aula

e conversar com as crianças sobre como funciona um aparelho de surdez, o

motivo de seu filho usar aparelhos ou a razão de sua aparência ou o motivo de

sua fala. Prepare-se para frustrações, especialmente no começo, enquanto os pais

e outros alunos se esforçam para entender seu filho e como se relacionar com ele.

Planeje-se para observar a rotina da escola com freqüência. Se a sua presença

perturba a rotina do seu filho, peça a amigos para fazer essa observação. Ao

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observar, não se concentre somente no seu filho. Os pais de crianças

com necessidades especiais costumam ter surpresas (agradáveis) quando

observam o quanto as outras crianças são parecidas com seu filho.

Seus direitos

De acordo com a lei 7853 (24/10/98) regulamentada pelo Decreto 3298

(20/10/99), cada criança tem um programa de educação individualizado que

indica quais tipos de educação especial e serviços relacionados a criança irá

receber. Os pais têm o direito de participar de cada decisão relacionada à

educação de seu filhos e de contestar e apelar contra qualquer decisão a respeito

da identificação, avaliação ou colocação de seu filho.

Há muitas entidades e órgãos que dão respaldo a crianças com deficiências dos 3

aos 21 anos. Mas é possível encontrar várias escolas que fornecem programas

para crianças menores de três anos de idade mesmo quando isso não é exigido

por lei. Muitos desses programas recebem financiamento federal.

Embora a lei tenha tentado fornecer educação à maioria das crianças com

necessidades especiais, ela não padronizou a qualidade dessa educação, o que

pode variar muito de estado para estado e de uma escola para outra. E até dentro

da mesma escola, certas necessidades especiais encontram um suporte maior do

que outras. E mais, cortes nos orçamentos governamentais têm afetado

especialmente os programas educacionais, muitos dos quais foram cortados ou

simplesmente eliminados. Esteja ciente de que o melhor programa para o seu

caso pode não estar disponível perto de sua casa. Muitos distritos escolares

fornecem informações sobre o que está disponível, assim como orientações

descrevendo os direitos educacionais das crianças. Se o seu distrito não pode

fornecer informações e uma cópia das leis em vigor, entre em contato com o

órgão governamental responsável pela educação.

Criar uma criança com necessidades especiais traz desafios únicos para os pais.

Mas há muitos recursos por aí que podem dar assistência e muito conhecimento

disponível sobre como estimular o desenvolvimento, o que significa que uma

criança deficiente agora pode progredir mais do que podia há uma década. E,

como com qualquer criança, é possível compartilhar com os outros as alegrias

das novas conquistas!

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Dislexia Dislexia é um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem

neurobiológica, que se caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo

escrito ou o símbolo gráfico. A dislexia compromete a capacidade de aprender a

ler e escrever com correção e fluência e de compreender um texto. Em diferentes

graus, os portadores desse defeito congênito não conseguem estabelecer a

memória fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras.

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de

0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com

inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.

A causa do distúrbio é uma alteração cromossômica hereditária, o que explica a

ocorrência em pessoas da mesma família. Pesquisas recentes mostram que a

dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela

mãe durante a gestação da criança.

Sintomas

Os sintomas variam de acordo com os diferentes graus de gravidade do distúrbio

e tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização. Entre os mais comuns

encontram-se as seguintes dificuldades: 1) para ler, escrever e soletrar; 2) de

entendimento do texto escrito; 3) para de identificar fonemas, associá-los às

letras e reconhecer rimas e aliterações; 4) para decorar a tabuada, reconhecer

símbolos e conceitos matemáticos (discalculia); 5) ortográficas: troca de letras,

inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia); 6) de organização

temporal e espacial e coordenação motora.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por exclusão, em geral por equipe multidisciplinar (médico,

psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). Antes de afirmar que

uma pessoa é disléxica, é preciso descartar a ocorrência de deficiências visuais e

auditivas, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais,

psicológicos e socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem.

É de extrema importância estabelecer o diagnóstico precoce para evitar que

sejam atribuídos aos portadores do transtorno rótulos depreciativos, com reflexos

negativos sobre sua auto-estima e projeto de vida.

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Tratamento

Ainda não se conhece a cura para a dislexia. O tratamento exige a participação de

especialistas em várias áreas (pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para

ajudar o portador de dislexia a superar, na medida do possível, o

comprometimento no mecanismo da leitura, da expressão escrita ou da

matemática.

Recomendações

* Algumas dificuldades que as crianças podem apresentar durante a alfabetização

só ocorrem porque são pequenas e imaturas e ainda não estão prontas para iniciar

o processo de leitura e escrita. Se as dificuldades persistirem, o ideal é

encaminhar a criança para avaliação por profissionais capacitados;

* O diagnóstico de dislexia não significa que a criança seja menos inteligente;

significa apenas que é portadora de um distúrbio que pode ser corrigido ou

atenuado;

* O tratamento da dislexia pressupõe um processo longo que demanda

persistência;

* Portadores de dislexia devem dar preferência a escolas preparadas para atender

suas necessidades específicas;

* Saber que a pessoa é portadora de dislexia e as características do distúrbio é o

melhor caminho para evitar prejuízos no desempenho escolar e social e os rótulos

depreciativos que levam à baixa-estima.

Ref. Bibliográfica

http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/dislexia/

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Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) A Síndrome do Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade, conhecida

pela sigla TDAH, é caracterizada pela presença simultânea de desatenção,

hiperatividade e impulsividade.

A desatenção pode ser identificada por:

� Dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em

atividades escolares e de trabalho;

� Dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;

parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra;

� Não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou

deveres profissionais;

� Dificuldade em organizar tarefas e atividades;

� Evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental

constante;

� Perder coisas necessárias para tarefas ou atividades;

� Ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa;

� Apresentar esquecimentos em atividades diárias.

A hiperatividade se caracteriza pela presença freqüente das seguintes

características:

� Agitar as mãos ou os pés ou se remexer na cadeira;

� Abandonar sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se

espera que permaneça sentado;

� Correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado;

� Dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de

lazer;

� Estar freqüentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a

todo o vapor”;

� Falar em demasia.

Os sintomas de impulsividade são:

� Freqüentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido

concluídas;

� Com freqüência ter dificuldade em esperar a sua vez;

� Freqüentemente interromper ou se meter em assuntos de outros. Ref. Bibliográfica

http://www.tuasaude.com/transtorno-do-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-tdah/

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Autismo

Definições:

O autismo é uma deficiência no desenvolvimento que se manifesta de maneira

grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros

anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes

mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o

mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se

conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas

crianças, que possa causar a doença.

( Autism Society of American Associação Americana de Autismo-ASA).

Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por: um desenvolvimento

anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e apresentando

uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios

seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e

repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas

outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou

da alimentação, crises de birra ou agressividade. (CID-10 – 2000)

Causas:

Não se conhece a causa do autismo, mas, estudos de gêmeos idênticos indicam

que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos

os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma

causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral, fenilcetonúria

que é uma deficiência herdada de enzima, ou a síndrome do X frágil. Além disso,

pode-se admitir que tenha relação com fatos ocorrido durante a gestação ou

parto.

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Sintomas:

Os sintomas do autista, geralmente persistem ao longo de toda a vida e são

verificados através de muita observação, tais como:

• Usa as pessoas como ferramenta, isto é, aponta objetos para que as

pessoas peguem para eles sem manifestarem esforço para faze-lo.

• Resiste a mudanças de rotina.

• Isola-se e não se mistura a outras crianças.

• Não mantêm contato visual com outra pessoa.

• Age como se fosse surdo, não atendendo a chamados.

• Resiste ao aprendizado.

• Apresenta apego a determinados objetos.

• Não apresenta medo de perigos.

• Gira objetos de maneira estranho e peculiar.

• Apresenta risos e movimentos com relação a nada.

• Resiste extremamente ao contato físico.

• Acentuada hiperatividade física.

• Às vezes torna-se agressivo, destrói objetos, ataca e fere pessoas

aparentemente sem motivo.

• Apresenta certos gestos imotivados como balançar as mãos ou ficar

balançando-se.

• Apresenta comportamento indiferente e arredio.

• Cheira ou lambe os brinquedos, etc...

Diagnóstico

Não existem exames laboratoriais ou de imagem que diagnostiquem o autismo.

Os pais são os primeiros a notar algo diferente nas crianças autistas. Quando

bebê mostra-se indiferente à estimulação por pessoas ou brinquedos, focando sua

atenção por longos períodos em determinados itens. Outras crianças começam

com um desenvolvimento normal nos primeiros meses para mais tarde tornar-se

isolado a tudo e a todos. Normalmente, o diagnóstico é feito clinicamente através

de entrevista e histórico do paciente. No entanto, tem famílias que levam anos

para perceber algo anormal na criança, causando atraso para o início de uma

educação especial, pois quanto antes se inicia o tratamento, melhor é o resultado.

Tratamento

O tratamento deve ser feito por uma equipe multi e interdisciplinar:

• Tratamento médico - formado por pediatra, neurologista, psiquiatra e

dentista.

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• Tratamento não-médico - formado por psicólogo, fonoaudiólogo,

pedagogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e orientador familiar.

Contudo, a família e a base do tratamento com envolvimento total ao mesmo,

estes devem procurar uma fonte de apoio que pode ser um terapeuta, um amigo,

uma religião e lembrar-se sempre que o autismo é para sempre, mas não é uma

sentença de morte e todos os familiares devem procurar se informar ao máximo

sobre o autismo, para poder auxiliar no tratamento.

Os medicamentos continuam sendo componentes importante para o tratamento,

porém nem todos os pacientes deverão utilizá-lo.

O sucesso do tratamento depende exclusivamente da dedicação qualificação dos

profissionais que se dedicam ao atendimento, bem como a dedicação e empenho

dos familiares.

Bibliografia:

MELLO, A. M. S. R, Autismo: Guia prático, 3ª Edição, São Paulo: AMA;

Brasília: CORDE, 2004, 93p.

CAVALCANTE, A. E. C., ROCHA, P. S; Autismo, 2ª Edição, São Paulo – Casa

do Psicólogo, 2002, 150p.

http://www.autismo.com.br/ Endereço eletrônico acessado em 04 de outubro de

2005.

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Deficiência Mental

Segundo a AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental) e DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), pode-se definir deficiência mental como o estado de redução notável do funcionamento intelectual inferior à média, associado a limitações pelo menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, competência domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho. Segundo critérios das classificações internacionais, o início da Deficiência Mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando assim um transtorno do desenvolvimento e não uma alteração cognitiva como é a Demência. É preciso que haja vários sinais para que se suspeite de deficiência mental. Um único aspecto não pode ser considerado como indicativo de qualquer deficiência. A deficiência mental pode ser caracterizada por um quociente de inteligência (QI) inferior a 70, média apresentada pela população, conforme padronizado em testes psicométricos ou por uma defasagem cognitiva em relação às respostas esperadas para a idade e realidade sociocultural, segundo provas, roteiros e escalas, baseados nas teorias psicogenéticas.

Classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde)

Coeficiente intelectual

Denominação Nível cognitivo segundo Piaget

Idade mental correspondente

Menor de 20 Profundo Período Sensório-Motriz 0-2 anos Entre 20 e 35 Agudo grave Período Sensório-Motriz 0-2 anos Entre 36 e 51 Moderado Período Pré-operativo 2-7 anos Entre 52 e 67 Leve Período das Operações

Concretas 7-12 anos

Todos os aspectos citados anteriormente devem ocorrer durante o desenvolvimento infantil para que um indivíduo seja diagnosticado como sendo portador de deficiência mental. Intensidade dos Apoios Intermitente:

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__________________________ Prof. Wesley Lima de Oliveira – Bacharel em Enfermagem (UNIMONTES – 2000); Especialista em Saúde da Família; Educação em Saúde; Gestão Clínica da Atenção Primária à Saúde (UNIMONTES 2003; 2005; 2009); Especializando em Enfermagem do Trabalho (UCAMPROMINAS – 2012)

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Apoio 'quando necessário'. Se caracteriza por sua natureza de episódios. Assim, a pessoa não precisa sempre de apoio ou requer apoio de curta duração durante momentos de transição em determinados ciclos da vida (por exemplo, perda do emprego ou fase aguda de uma doença). Este apoio pode ser de alta ou de baixa intensidade. Limitado: Apoios intensivos caracterizados por sua duração, por tempo limitado, mas não intermitente. Podem requerer um menor número de profissionais e menor custo que outros níveis de apoio mais intensivos (por exemplo, treinamento para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola e a vida adulta). Extenso: Apoios caracterizados por sua regularidade (por exemplo, diária) em pelo menos em algumas áreas (tais como na vida familiar ou na profissional) e sem limitação temporal (por exemplo, apoio a longo prazo e apoio familiar a longo prazo) Generalizado: Apoios caracterizados por sua constância e elevada intensidade, proporcionados em diferentes áreas, para proporcionar a vida. Estes apoios generalizados exigem mais pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado. " Dados Estatísticos Segundo a Organização Mundial de Saúde, 10% da população em países em desenvolvimento, são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que metade destes são portadores de deficiência mental. Causas e Fatores de Risco As causas e os fatores de risco que podem levar à instalação da deficiência mental são inúmeros e muitas vezes não se chega a definir a causa da deficiência mental. Citaremos alguns fatores de risco que podem levar a deficiência mental: Fatores de Risco e Causas Pré Natais. Incidem desde a concepção até o início do trabalho de parto como:

• desnutrição materna; • má assistência à gestante; • doenças infecciosas: sífilis, rubéola, toxoplasmose; • tóxicos: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de

medicamentos (medicamentos teratogênicos), poluição ambiental, tabagismo;

• genéticos: alterações cromossômicas (numéricas ou estruturais), ex. : Síndrome de Down, Síndrome de Matin Bell; alterações gênicas, ex.: erros

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inatos do metabolismo (fenilcetonúria), Síndrome de Williams, esclerose tuberosa, etc.

Fatores de Risco e Causas Periantos. Incidem do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê como:

• má assistência ao parto e traumas de parto; • oxigenação cerebral insuficiente; • Prematuridade e baixo peso; • Icterícia grave do recém nascido.

Fatores de Risco e Causas Pós Natais. Incidem do 30º dia de vida até o final da adolescência e podem ser:

• Desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global; • Infecções: meningoencefalites, sarampo, etc. ; • Intoxicações exógenas (envenenamento): remédios, inseticidas, produtos

químicos (chumbo, mercúrio, etc.); • Acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas, etc. • Infestações: neurocisticircose (larva da Taenia Solium).

Como Identificar:

• Atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor (a criança demora para firmar a cabeça, sentar, andar, falar.

• Dificuldade no aprendizado (dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade no aprendizado escolar).

Diagnóstico: O diagnóstico, sempre que possível, deve ser feito por uma equipe multiprofissional, composta pelo menos de um assistente social, um médico e um psicólogo que atuando em equipe possuem condições de avaliar o indivíduo em sua totalidade.

• assistente social - analisará os aspectos sócio culturais • médico - analisará os aspectos biológicos • psicólogo - avaliará os aspectos psicológicos e nível de deficiência

mental. Após as avaliações, em reunião, todos os aspectos devem ser discutido em conjunto pelos profissionais que atenderem o caso, para as conclusões finais e diagnóstico, definindo as condutas a serem tomadas. Acreditamos que com essa sistemática de trabalho em equipe, é bem mais fácil a orientação da família que, entendendo as potencialidades do filho e suas necessidades poderá participar e cooperar no tratamento proposto. A participação da família é fundamental no processo de atendimento à pessoa com deficiência mental.

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Bibliografia

• LUCKASSON, R et. al. Mental retardion: definition, classification and systems of supports. 9ª ed. Washington, AAMR, c1992, 1997.

• MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS. DSM-IV. Trad. De Dayse Batista. 4.ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1995.

• KRYNSKI, S. et. al. Novos rumos da deficiência mental, São Paulo, Sarvier, 1983

• FEDERAÇÃO DAS APAES DO ESTADO DE SÃO PAULO, Prevenção - a única solução, São Paulo, APAE,

• 1991. • VERDUGO, M. A. El cambio de paradigma en la concepcion del retraso

mental: la nueva definicion de la AAMR. Ciclo Cero, Vol. 25(3). Pág.5-25, 1994.

• MATOS, C. J. B. de; Gorla, J. I.; Gonçalves, H. R. Crescimento e desenvolvimento físico de portadores de deficiência mental da APAE de Umuarama – PR. Endereço eletrônico: http://www.efdeportes.com/efd51/apae.htm, acessado em 15/09/2005.

• TEMBE, F. M. A Criança portadora da deficiência mental e a educação. Disability World, Volumen No. 12 Enero-Marzo 2002. Endereço eletrônico: http://www.disabilityworld.org/01-03_02/spanish/ninos/educationport.shtml, acessado em 15/09/2005

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Obesidade Infantil e na Adolescência A obesidade não é mais apenas um problema estético, que

incomoda por causa da “zoação” dos colegas. O excesso de peso

pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde como

diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto.

Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de

obesidade, e oito em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta.

As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores tais como:

hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário,

distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre outros.

As pessoas dizem que crianças obesas ingerem grande quantidade de comida.

Esta afirmativa nem sempre é verdadeira, pois em geral as crianças obesas usam

alimentos de alto valor calórico que não precisa ser em grande quantidade para

causar o aumento de peso.

Consumo demasiado de alimentos gordurosos

Como exemplo podemos citar os famosos sanduíches (hambúrguer,

misto-quente, cheesburguer etc.) que as mamães adoram preparar

para o lanche dos seus filhos, as batatas fritas, os bife passados na

manteiga são os verdadeiros vilãs da alimentação infantil, vindo de

encontro ao pessoal da equipe de saúde que condenam estes

alimentos expondo os perigos da má alimentação aos pais onde

alguns ainda pensam que criança saudável é criança gorda. As

crianças costumam também a imitar os pais em tudo que eles

fazem, assim sendo se os pais tem hábitos alimentares errados,

acaba induzindo seus filhos a se alimentarem do mesmo jeito.

Falta de atividades físicas

A vida sedentária facilitada pelos avanços tecnológicos

(computadores, televisão, videogames, etc.), fazem com que as

crianças não precisem se esforçar fisicamente a nada. Hoje em dia,

ao contrário de alguns anos atrás, as crianças devido a violência

urbana a pedido de seus pais, ficam dentro de casa com atividades

que não as estimulam fazer atividades físicas como correr, jogar

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bola, brincar de pique etc., levando-as a passarem horas paradas

enfrente a uma tv ou outro equipamento eletrônico e quase sempre

com um pacote de biscoito ou um sanduíche regados a refrigerantes.

Isto é um fator preocupante para o desenvolvimento da obesidade.

Ansiedade

Não são apenas os adultos que sofrem de ansiedade provocados pelo

stress do dia a dia. Os jovens também são alvos deste sintoma,

causados, por exemplo, por preocupações em semanas de prova na

escola ou pela tensão do vestibular, entre outros. A ansiedade os faz

comer mais.É como se fosse uma comilança compulsiva, sem fome.

Psiquiatras afirmam que por trás de um obeso sempre poderá existir

um problema psicológico, agravando-se devido a nossa cultura onde

a sociedade exclui os gordinhos de várias brincadeiras devido a sua

situação. Isso só leva a criança ou adolescente a piorar porque quase

sempre são tímidas e sentem-se envergonhadas, acabam se isolando e

fazendo da alimentação uma “fuga” da realidade, isto é, quanto mais

rejeitado, mais ansiosos mais comem.

Depressão

Pessoas com sintomas de depressão, sofrem alterações no apetite

podendo emagrecer ou engordar. Algumas pesquisas comprovaram

que a pessoa deprimida, geralmente não pratica atividades físicas e

come mais doces, principalmente, o chocolate.

Fatores hormonais

A obesidade pode ainda ter correlação com variações hormonais

tais como: excesso de insulina; deficiência do hormônio de

crescimento; excesso de hidrocortizona, os estrógenos etc.

Fatores Genéticos

Algumas pesquisas já revelaram que se um dos pais é obeso, o

filho tem 50% de chances de se tornar gordinho, e se os dois pais

estão acima do peso, o risco aumenta para 100%. A criança que

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tem pais obesos corre o risco de se tornar obesa também porque a

obesidade pode ser adquirida geneticamente.

Você já prestou atenção e que tem sempre alguém gordinho na

sua turma ou entre os seus amigos do bairro?

Isso indica que a obesidade é um risco cada vez mais presente na

vida dos jovens de hoje em dia, o que é muito preocupante. Você

sabia que nos anos 70, a relação de brasileiros obesos entre 6 e 18

anos em condições acima do peso eram apenas 3%?

E o pior que nos últimos 30 anos o contingente de gordos

aumentou 5 vezes, ou seja, aproximadamente 6,5 milhões de

crianças e adolescentes são obesos.

Prevenção é a palavra chave para evitar a obesidade. Aqui vão

algumas dicas recomendadas por médicos e nutricionistas para

que você se previna contra esse mal e tenha uma vida sempre

saudável:

• Seguir uma alimentação balanceada, rica em frutas, legumes

e verduras.

• Respeitar os horários das refeições e não beliscar guloseimas

entre um intervalo e outro.

• Evitar alimentos gordurosos, como doces, frituras e

refrigerantes

• Praticar atividades físicas, sejam esportes no colégio ou

academia, desde que seja orientado por um profissional.

Caminhar é a melhor pedida, pois qualquer pessoa pode.

• Beba bastante água, pelo menos 2 litros por dia. A água é

importantíssima no bom desempenho das funções do organismo.

Principalmente para quem pratica atividades físicas, pois mantém

o corpo sempre hidratado.

A obesidade é um problema grave e deve ser encarado com cuidado. Se você está

ou conhece alguém que esteja acima do peso, deve procurar ajuda médica, pois

as causas da obesidade podem ter diversas origens desde hábitos irregulares até

fatores genéticos e hormonais. Quanto mais cedo for tratado, maiores são as

chances de cura. Mas não se esqueça que o mais importante é estarmos de bem

com nós mesmos. Ter um corpo legal depende do equilíbrio emocional e uma

mente consciente.

Ivana Silva e Cássia Nunes

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Sindrome de Down

Para entender melhor o termo vamos

tentar explicar por partes começando

pela origem do nome da síndrome.

Síndrome – Conjunto de características

que prejudicam de algum modo o

desenvolvimento do indivíduo.

Down – Sobrenome do médico que

descreveu esta síndrome John Langdon

Down .

A Síndrome de Down também pode ser chamada de trissomia do 21 e as pessoas

que a possuem de trissômicos . Freqüentemente, a Síndrome de Down é chamada

de "mongolismo" e as pessoas que a apresentam de "mongolóides". Todavia,

estes termos são totalmente inadequados preconceituosos, criados a partir de

descrições incorretas realizadas no passado e, por isso, devem ser evitados .

A síndrome de down é um atraso no desenvolvimento, das funções motoras do

corpo e das funções mentais, o bebê é pouco ativo e “molinho” (hipotonia).

células possui 46 cromossomos, que são iguais, dois a dois, quer dizer, existem

23 pares ou duplas de cromossomos dentro de cada célula. Um desses

cromossomos, chamado de nº21 é que está alterado na Síndrome de Down. A

criança que possui a Síndrome de Down, tem um cromossomo 21 a mais, ou seja,

ela tem três cromossomos 21 em todas as suas células, ao invés de ter dois. É a

trissomia 21. Portanto a causa da Síndrome de Down é a trissomia do

cromossomo 21. Podemos dizer que é um acidente genético. Esse erro não está

no controle de ninguém.

Conseqüências

Em face de hipotonia do bebê, este é mais quieto, apresenta dificuldade para

sugar, engolir, sustentar a cabeça e os membros.

A abertura das pálpebras é inclinada como parte externa mais elevada, e a prega,

no canto interno dos olhos é como nas pessoas da raça amarela. Tem a língua

protusa (para fora da boca). Em 40% dos casos são encontradas cardiopatias. Sua

estatura é baixa. Apresenta um rebaixamento intelectual.

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Não há cura para esta síndrome, ela é uma anomalia das próprias células, por isso

não exite meio algum de cura até o momento.

Como forma de tratamento pode-se iniciar a partir do 15º dia do nascimento

programas de estimulação precoce que propiciem ao bebê seu desenvolvimento

motor e intelectual.

Bibliografia PUECHEL, S. – Síndrome de Down Guia Para Pais e Educadores. 4º ed.

Campinas: Papitus, 1993.

MANTOAN, E. T. M. Essas Crianças Tão Especiais. – Manual para Solicitação

do Desenvolvimento de Crianças Portadoras da Síndrome de Down, Corde

(Coordenação Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência) –

Brasília, 1993.

TELFORD, C. W., Sawrey, J. M. O indivíduo Excepcional - 5ª Edição

Texto de Ivana Silva, revisado por Cássia Nunes

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Síndrome do Usher

A comunicação com o tato facilita a vida dos portadores da doença, que afeta a audição

e a visão.

De origem genética, a síndrome tem graus variáveis se associando a surdez, presente já

no nascimento, com a perda gradual da visão, que se inicia na infância ou na

adolescência. A cegueira, parcial ou total, é causada pela retinose pigmentar, mal que

pode atingir até não-portadores.

A doença afeta primeiro a visão noturna e depois a periférica, das laterais, preservando

por mais tempo a central. Causa também sensibilidade a excesso de luminosidade.

Embora esta síndrome seja incurável, é possível suavizar ou espaçar alguns de seus

efeitos. Nos casos de surdez parcial pode-se atenuar com cirurgias e aparelhos auditivos.

Os óculos também podem ser mais adequados, incluindo os de visão subnormal. A

retinose pigmentar costuma ainda ter problemas associados, como catarata e edema

macular, que podem ser operados, permitindo que a pessoa enxergue melhor por mais

tempo.

O importante é diagnosticar precocemente esta síndrome para que se possa tomar

medidas no sentido de amenizar ou mesmo retardar as seqüelas desta doença. Nos casos

de qualquer sintoma relacionado à surdez e a visão na infância, precisa-se estar atento ,

para identificar a presença da Síndrome de Usher.

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EXISTEM QUATRO TIPOS DE SÍNDROME DE USHER USHER TIPO I Provoca surdez profunda de nascimento e

retinose pigmentar, cegueira noturna com perda de equilíbrio.

USHER TIPO II Provoca surdez leve a moderada, não progressiva com retinose pigmentar no início na puberdade, cegueira noturna e com perda de equilíbrio na maioria dos casos na fase adulta.

USHER TIPO III Provoca surdez neuro-sensorial congênita progressiva, isto é, nascem com uma boa audição ou com ligeira perda, que aos poucos vai aumentando. Apresentam também retinose pigmentar e cegueira noturna que aparece na infância, com perda de equilíbrio.

USHER TIPO IV É um tipo mais raro , afeta apenas 10% da população acometida pela Síndrome de Usher.

Bibliografia:

• Swaricz, W. B.; Bonfim, R. O. do; Dias, S. M. S. Você sabe o que é Síndrome de USHER? Universidade Tuiuti do Paraná Centro de Reabilitação"Sydnei Antonio" – CRESA

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• HECKENLIVELY R.P. Jr. Syndromes. Philadelphia: J B Linppincott; 1988. p.221-38.

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Síndrome de Williams

Embora comecem a falar

tarde, por volta dos 18 meses, demonstram facilidade para aprender rimas e

canções, demonstrando muita sensibilidade musical e concomitantemente boa

memória auditiva.

Seu desenvolvimento motor é mais lento. Demoram a andar, e tem grande

dificuldade em executar tarefas que necessitem de coordenação motora tais

como: cortar papel, desenhar, andar de bicicleta, amarrar o sapato etc..

O que é?

A Síndrome de Williams também conhecida como síndrome Williams-Beuren é

uma desordem genética que, talvez, por ser rara, freqüentemente não é

diagnosticada. Sua transmissão não é genética. O nome desta síndrome vem do

médico, Dr. J.C.P. Williams que a descreveu em 1961 na Nova Zelândia e pelo

Dr. A. J. Beuren da Alemanha em 1962 .

Acometendo ambos os sexos, na maioria dos casos infantis (primeiro ano de

vida), as crianças têm dificuldade de se alimentar, ficam irritadas facilmente e

choram muito.

A síndrome de Williams é uma doença caracterizada por "face de gnomo ou

fadinha”, nariz pequeno e empinado, cabelos encaracolados, lábios cheios, dentes

pequenos e sorriso freqüente. Estas crianças normalmente têm problemas de

coordenação e equilíbrio, apresentando um atraso psicomotor. Seu

comportamento é sociável e comunicativo embora utilizem expressões faciais,

contatos visuais e gestos em sua comunicação.

Tratamento e Prevenção das Complicações

É muito importante identificar portadores desta síndrome logo na primeira

infância, pois, tem influência em diversas partes do desenvolvimento cognitivo,

comportamental e motor.

As medidas preventivas devem-se iniciar logo após o diagnóstico com um estudo

minucioso para descarte de anomalias do coração e rins. É necessário monitorar

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freqüentemente a hipertensão arterial, incluindo a avaliação da tensão arterial nos

quatro membros.

A otite crônica exige avaliações auditivas freqüentes e quando necessário o envio

para uma consulta de otorrinolaringologia. O tratamento de problemas dentários

necessita da profilaxia da endocardite. Face às infecções urinárias freqüentes

torna-se necessário avaliar a função renal periodicamente e realizar um estudo

minucioso na infância e na adolescência.

Na adolescência, para além de se manter a vigilância dos sistemas já descritos,

deve-se pesquisar a presença de escoliose e contratura das articulações. Os

problemas alimentares observados nos mais novos são ultrapassados, sendo a

obesidade encontrada em 29% dos adultos. O comportamento e aproveitamento

escolar, quando problemáticos carecem de medidas de apoio. A ansiedade pode

estar associada à úlcera péptica e a litíase biliar é um diagnóstico possível em

doentes com dores abdominais.

Personalidade e comportamento

Nas crianças portadoras desta síndrome é grande a sociabilidade, entusiasmo,

grande sensibilidade, tem uma memória fantástica para pessoas, nomes e local;

ansiedade medo de alturas, preocupação excessiva com determinados assuntos ou

objetos, distúrbios do sono, controle do esfíncter É normal crianças com esta

síndrome serem amigas de adultos e procurarem a companhia deles ao mesmo

tempo tem dificuldade em fazer amizades outras crianças da sua idade. Muitas

crianças com esta síndrome demonstram medo ao escutarem ruídos de bater

palmas, liquidificador, avião, etc., por serem hipersensíveis ao som.

Referências Bibliográficas:

MACHADO, M. T., et al. Achados Neuro-Urológicos da Síndrome de Williams: Relato de Caso. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 1998, 56 (3-b): 683-687.

EWART A.K.; et al: A human vascular disorder, supravalvular aortic stenosis, maps to chromosome 7. Porc Natl Acad Sci USA 90:3226-30, 1993.

FRANGISKAKIS J. M.; et al; Lim-kinase hemizigosity implicated in impaired visuospatial constructive cognition. Cell 86:59-69, 1996.

DUTLY, F , Schnitzel, A: Unequal interchromosomal rearrangements may result in elastin gene deletions causing Williams Beuren syndrome. Hum Mol Genet 12:1893-98, 1993.

ASHKAN LASHKARI, B.S., et al. Williams- Beuren Syndrome: An update and review for the primary Physician. Clinical Pediatrics, 1999; 38: 189-208.

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ESCLEROSE TUBEROSA

Doença rara e pouco conhecida de difícil diagnóstico. Em muitos casos de

Esclerose Tuberosa os portadores são tardiamente diagnosticados e a falta de

informação dificulta o tratamento de seus sintomas.

A Esclerose Tuberosa, também conhecida como Síndrome de Bourneville-

Pringle ou Epilóia, é uma desordem genética e, portanto, uma doença não

contagiosa, causada por anomalias nos genes TSC1 ou TSC2, dos cromossomos

9 e 16, respectivamente.

Inicialmente a Esclerose Tuberosa foi descrita no sistema nervoso central por

Bourneville, em 1880.

É uma doença degenerativa, causadora de tumores benignos, que pode afetar

diversos órgãos, especialmente cérebro, coração, olhos, rins, pele e pulmões.

As manifestações clínicas da doença podem variar dependendo do grau de

acometimento dos órgãos afetados. Podendo surgir lesões na pele, nos ossos,

dentes, rins, pulmões, olhos, coração e sistema nervoso central.

As lesões dermatológicas se apresentam sob a forma de nódulos de cor vermelha

ou cereja geralmente na região facial. As lesões retinianas afetam as camadas

superficiais da retina e as lesões cerebrais podem ser tumores e calcificações na

região dos ventrículos cerebrais.

É uma doença rara, de tendência evolutiva que pode afetar ambos os sexos de

todas as raças e grupos étnicos.

Ao primeiro sinal de depressão, os pais devem acolher a criança e encaminhá-la

a um profissional o mais rápido possível. Na maioria das vezes, o apoio da

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__________________________ Prof. Wesley Lima de Oliveira – Bacharel em Enfermagem (UNIMONTES – 2000); Especialista em Saúde da Família; Educação em Saúde; Gestão Clínica da Atenção Primária à Saúde (UNIMONTES 2003; 2005; 2009); Especializando em Enfermagem do Trabalho (UCAMPROMINAS – 2012)

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família e a psicoterapia são suficientes. Somente a partir dos 6 anos de idade, é

necessário, em alguns casos, intervir com medicamentos. A depressão infantil

desencadeia várias outras doenças tais como: anorexia, bulimia, etc.

Quadro Clínico

A Esclerose Tuberosa é caracterizada por Deficiência Mental, epilepsia e

erupção facial tipo adenoma sebáceo. Devido a tais características a doença

também foi chamada de epilóia.

epil = epilepsia

oi = oligofrenia ==> Epiloia

a = adenoma

Os sintomas da Esclerose Tuberosa são o aparecimento de neoplasias benignas

em um ou mais órgãos, sendo o sistema nervoso central e retina, pele, coração e

rins os mais comuns de serem afetados. Tumores cerebrais no Sistema Nervoso

Central também podem ocorrer em casos confirmados da doença, aparecendo até

aos 20 anos de idade do paciente.

Esclerose Tuberosa aparece no sistema nervoso central através de tumores

benignos e nódulos.

As variações de sintomas entre pacientes são muitas, mas, os mais comuns são

as crises epiléticas, incluindo também o Retardo Mental ou a hidrocefalia

secundária. A Deficiência Mental pode estar ausente em cerca de 30% dos casos,

mas as convulsões, de difícil controle, aparecem em cerca de 80%, começando

antes dos 5 anos de idade.

Os exames que se pode fazer para constatação e acompanhamentos da Esclerose

Tuberosos são os exames genéticos de Cariótipo, a Tomografia Craniana

Computadorizada, Ressonância Magnética Nuclear e Craniografia

Tratamento:

Ainda não há cura para essa síndrome, apenas tratamento para seus sintomas,

mas há muito a ser feito para melhorar a qualidade de vida do portador. O

tratamento é sintomático, isto é, procura-se sanar os sintomas que se

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manifestam, e normalmente é acompanhado da aplicação de anticonvulsivantes

no intuito de se controlar as crises convulsivas presentes na maioria dos casos.

Além das medicações convencionais, diversas formas de terapias já mostraram

resultados positivos, como o shiatsu, o reiki e as freqüências de brilho que

trazem benefícios que variam de quadro para quadro, mas podem ser sensíveis

em alguns casos. Terapias como a Homeopatia, a Fisioterapia e a Terapia

Ocupacional têm sido um ganho enorme junto aos pacientes portadores da

doença.

Bibliografia:

BALLONE G.J. - Esclerose Tuberosa - in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://sites.uol.com.br/gballone/infantil/dm2.html acessado em 13 de outubro de 2005.

KATO, M.; WICHERT-ANA, L.; GARZON, E.; TERRA, V.C.; VELASCO, T.R.; FERNANDES, R.M.F.; IASIGI, N.; SANTOS, A.C.; MACHADO, H.R.; SAKAMOTO, A.C. - Esclerose Tuberosa: Sensibilidade do Spect Ictal na Avaliação do Foco Epileptogênico in XIX

Brazilian Congress of Nuclear Medicine Serviço de Medicina

Nuclear, Departamento do Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica & Centro de Cirurgia de Epilepsia & CIREP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, de Ribeirão Preto – USP

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Deficiência Auditiva

A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e na

manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar

como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas

por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos.

Tipos de Deficiência Auditiva: 1. Condutiva :

Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto

auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas

condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Esta

deficiência pode ter várias causa, entre elas pode-se citar: C orpos estranhos no

conduto auditivo externo, tampões de cera , otite externa e média, mal formação

congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, perfuração

do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc.

2. Sensório-Neural :

Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células

ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é

irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem

hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis,

herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes etc. Também podem ser

Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre a

desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de

acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute

(ANSI - 1989).

Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para

detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição).

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causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma

de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo etc.

3. Mista :

Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial

associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra

geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com

comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.

4. Central ou Surdez Central :

Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de

diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de

dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos

mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (Sistema

Nervoso Central).

Em 1966 Davis e Silverman, os níveis de limiares utilizados para caracterizar os

graus de severidade da deficiência auditiva são:

• Audição Normal – Limiares entre 0 a 24 dB nível de audição.

• Deficiência Auditiva Leve – Limiares entre 25 a 40 dB nível de audição.

• Deficiência Auditiva Moderna – Limiares entre 41 e 70 dB nível de

audição.

• Deficiência Auditiva Severa – Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição.

• Deficiência Auditiva Profunda – Limiares acima de 90 dB.

Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a

linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um

mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no

Brasil é chamada de Libras.

Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – Feneis, um

indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para

aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade

auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por

ter se habituado à linguagem oral. Bibliografia:

BESS, F. H. E HUMES, L. E.; 1995 Audiology: The Fundamentals. Baltimore Williams & Wilkins Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Coordenadoria de Estudos a Normas Pedagógicas, O Que Você Sabe Sobre Deficiência Auditiva; Guia de Orientação aos Pais, São Paulo, SE/ CENP, 1985. MONDELLI, M. F. C. G. , BEVILACQU, M. C.; Estudo da deficiência auditiva das crianças do HRAC-USP, Bauru-SP: subsídios para uma política de intervenção. Sinopse de Pediatria; V.8, N.3 Ed. Moreira Jr; Outubro de 2002

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Deficiência Visual

É uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de

causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico

e uso de óculos convencionais. A deficiência visual inclui dois grupos: cegueira,

visão subnormal.

Cegueira

Têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam

aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam

relacionados com o uso da visão. Deverá, no entanto, ser incentivado a usar seu

resíduo visual nas atividades de vida diária sempre que possível.

Visão Subnormal ou Baixa Visão É considerado portador de baixa visão aquele que apresenta desde a capacidade

de perceber luminosidade até o grau em que a deficiência visual interfira ou

limite seu desempenho. Sua aprendizagem se dará através dos meios visuais,

mesmo que sejam necessários recursos especiais.

Tanto a cegueira total quanto a visão subnormal pode afetar a pessoas em

qualquer idade. Bebês podem nascer sem visão e outras pessoas podem tornar-se

deficientes visuais em qualquer fase da vida.

Ela também ocorre independentemente de sexo, religião, crenças, grupo étnico,

raça, ancestrais, educação, cultura, saúde, posição social, condições de residência

ou qualquer outra condição específica.

A deficiência visual interfere em habilidades e capacidades e afeta não somente a

vida da pessoa que perdeu a visão, mas também dos membros da família, amigos,

colegas, professores, empregadores e outros. O mais importante é criar o

ambiente propício para a criança com deficiência visual conseguir alcançar um

desenvolvimento compatível com o estágio de vida que se encontrar até que

possa ter a capacidade de se tornar independente e ativa socialmente. Para tanto é

extremamente importante que pais, amigos, professores e profissionais de saúde

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formem uma "equipe humana" onde cada um terá seu papel na estimulação

precoce da criança, inserindo-a verdadeiramente na circunstância social em que

se encontre.

• Causas:

Através de acidentes com ferimentos, envenenamento, ou doenças tais como:

tracoma, oftalmia neonatorum, xerofatalmia e fibroplasia retrolental.

• Tratamento:

Deverá ser precoce com atendimento educacional adequado e programas

especializados para que a criança tenha uma vida independente, completa e

produtiva.

Bibliografia:

HADDAD, M. A. O.; SEI, M.; BRAGA, A. P.; Perfil da Deficiência Visual em Crianças e dolescentes disponível em:http://www.icevi.org/publications/icevix/wshops/0348.html BRUNO, M. M. G.; O Desenvolvimento Integral do Portador de Deficiência Visual; 144

páginas

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Depressão Infantil

Ao contrário do que muitos pensam, criança também sofre de depressão. A

depressão que sempre pareceu um mal exclusivo dos adultos hoje em dia afeta

cerca de 2% das crianças e 5% dos adolescentes do mundo.

Diagnósticar depressão é mais difícil nas crianças, pois os sintomas podem ser

confundidos com malcriação, pirraça ou birra, mau humor, tristeza e

agressividade. O que diferencia a depressão das tristezas do dia-a-dia é a

intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da

criança.

Costuma manifestar-se a partir de uma situação traumática, tais como: separação

dos pais, mudança de colégio, morte de uma pessoa querida ou animal de

estimação.

Sintomas:

• Sentimentos de desesperança.

• Dificuldade de concentração, memória ou raciocínio.

• Angústia.

• Pessimismo.

• Agressividade.

• Falta de apetite.

• Tronco arqueado.

• Falta de prazer em executar atividades.

• Isolamento.

• Apatia.

• Insônia ou sono excessivo que não satisfaz

• Desatenção em tudo que tenta fazer.

• Queixas de dores.

• Baixa auto-estima e sentimento de inferioridade

• Idéia de suicídio ou pensamento de tragédias ou morte.

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• Sensação freqüente de cansaço ou perda de energia

• Sentimentos de culpa.

• Dificuldade de se afastar da mãe.

Medos e aflições de abandono e rejeição. Ao primeiro sinal de depressão, os pais devem acolher a criança e encaminhá-la a

um profissional o mais rápido possível. Na maioria das vezes, o apoio da família

e a psicoterapia são suficientes. Somente a partir dos 6 anos de idade, é

necessário, em alguns casos, intervir com medicamentos. A depressão infantil

desencadeia várias outras doenças tais como: anorexia, bulimia, etc.

Bibliografia:

ASSUMPÇÃO, F. B. Jr. Depressão na infância. Pediatria Moderna. 28 (4), p. 323 – 328, 1992.

BANDIN, J. M.; et al. Depressão em crianças: características

demográficas e sintomatologia. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. 44 (1), p. 27 – 32, 1995.

CHESS, S. e HASSIBI, M. Princípios e práticas da psiquiatria

infantil .Porto Alegre: Artes Médicas, 1982.

Ballone GJ, Dificuldades de Aprendizagem, in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2005.

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Depressão na Adolescência Durante tempos acreditou-se que os adolescentes, assim como as crianças, não eram afetadas pela Depressão, já que se supunha que esta faixa etária não tinha problemas existenciais, pois, acreditava-se que a Depressão era uma resposta emocional à problemática da vida, sendo assim quem não tinha problemas não tinha Depressão.

Hoje em dia sabe-se que os adolescentes estão tão vulneráveis à Depressão quanto os adultos e ela é um distúrbio que deve ser encarado seriamente em todas as faixas etárias e classes sociais. A Depressão interfere de maneira extremamente significativa na vida, nas relações sociais e no bem-estar geral do adolescente, e podem levar ao suicídio se não for tratada. Todos nós experimentamos sentimentos transitórios de tristeza em alguma fase de nossa sobrevivência. Atualmente confundem-se muito estes sentimentos que se achegam em nossas vida e desaparecem sem tratamento algum, isto não se trata da depressão.

Depressão é uma doença como tantas outras com sintomas próprios, com duração e importância suficiente para afetar e comprometer a vida de um adolescente em todos os sentidos para se ter uma vida normal. Os deprimidos não devem ser julgados como loucos ou psicopatas.

O depressivo pode ter vários episódios de depressão no decorrer de sua vida. Muitas pessoas apresentam sua primeira crise depressiva durante a adolescência (entre os 13 e 18 anos).

Os adolescentes deparam-se com novas situações e várias pressões sociais que favorecem os mais sensíveis e sentimentais, a desenvolver quadros de depressão demonstrando sintomas de confusão, solidão, rebeldia, descontentamento, angústia etc.

As mudanças na fase da puberdade também são fatores que podem ser responsáveis pelo desencadeamento da depressão na adolescência, visto que há um certo descontentamento quanto ao quadro físico nesta fase, pois as meninas sonham com seios fartos, pernas bem torneadas e grossas pele de bebê, por outro lado os meninos sonham em ter barba, serem musculosos. Esse desencontro com o que se é com o que se esperava ser, podem desencadear dificuldades de adaptação, baixa auto-estima, falta de aceitação pessoal causando também problemas depressivos.

As novas relações sociais do adolescente, notadamente com os pais e com seu grupo de amigos também podem ser uma forte fonte de ansiedade e confusão ao sentir que ninguém o entende. Os adolescentes em geral sempre se acham injustiçados por tudo e por todos. Isto se agrava se este adolescente estiver dentro de uma família mal estruturada, ou que estaja passando por problemas tais como separação dos pais, problemas econômicos, violência doméstica, doença ou morte.

Normalmente o adolescente comunica-se mais através da ação, do que utilizando palavras, como por exemplo se ele é cobrado para que estude e suas notas estiverem na média ele se sente injustiçado e provavelmente terá uma diminuição nas notas por conta de mostrar que suas notas estavam dentro da média, o que seria bem mais fácil dialogar. Sendo assim, na busca de uma soluções para seus conflitos, os jovens podem recorrer às drogas, ao álcool, à prostituição ou a agressividade na tentativa de aliviar a ansiedade e encontrar tranqüilidade de vida.

A depressão pode também ser mascarada por doenças tais como a anorexia nervosa, a bulimia.

Normalmente os adolescentes deprimidos sentem-se cansados, sonolentos, exaustos e tendem a dormir horas a fio. Durante a crise depressiva o jovem tende a irritar-se com facilidade, isola-se de todos, tem dificuldade de concentração, perde o interesse por tudo, perde o prazer de viver, de realizar atividade que antes eram de seu interesse.

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Tratamento

A primeira coisa a fazer é procurar ajuda de um profissional capacitado para que o mesmo possa diagnosticar a doença e então entrar com aconselhamento e tratamento. O adolescente, os familiares e o médico devem chegar a uma decisão sobre o tipo mais adequado de tratamento para o paciente. Para alguns adolescentes, o aconselhamento pode ser a única terapia necessária mas para outros não é o suficiente sendo necessário o uso de medicamentos juntamente com o aconselhamento que envolve o adolescente e sua família sendo bastante benéfico.

Bibliografia:

• WELLER, E. B. e WELLER, R. A. Transtornos depressivos em crianças e adolescentes. In: Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

• BANDIN, J. M.; et al. Depressão em crianças: características demográficas e

sintomatologia . Jornal Brasileiro de Psiquiatria. 44 (1), p. 27 – 32, 1995. • BARBOSA, A. B.; GAIÃO, A. de A. Ansiedade e depressão infanto-juvenil: um só

transtorno . Pediatria Moderna . 35 (2), p. 46-56, 1999. • Ballone GJ, Dificuldades de Aprendizagem, in. PsiqWeb, Internet, disponível

em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2005.

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Transtorno Obsessivo Compulsivo na Infância

O Transtorno obsessivo-compulsivo é a combinação de obsessões e compulsões

que nada mais é do que a repetição de atos, rituais, atividades e pensamentos

recorrentes e insistentes que se caracterizam por serem desagradáveis, repulsivos

e contrários à índole do paciente.

O quadro clínico do transtorno obsessivo-compulsivo na infância ou na

adolescência é bastante semelhante ao do adulto, contudo existem algumas

características que diferem do infantil valendo a pena fazer um estudo em

separado do assunto.

Inciando-se geralmente na infância crianças tentam ocultar seus sintomas, assim

como os adultos. É diagnosticado através de um diálogo entre a criança e alguém

em quem ela confie e assim não será difícil fazer o diagnóstico. O tratamento

precoce minimiza muito o prejuízo causado pelo “TOC” (Transtorno Obsessivo-

compulsivo) que prejudica principalmente na educação e na área de

relacionamentos.

Este transtorno leva o indivíduo a realizar atos, rituais, pensamentos e atividades

que não consegue evitar realizar e quando não realizados, o paciente passa por

sintomas físicos tais como, palpitações, tremores, suor excessivo e uma aflição

brutal achando que poderá acontecer algo de ruim para si ou para outras pessoas

podendo levá-lo a um quadro de depressão.

Na infância o quadro clínico do transtorno é bem semelhante ao do adulto e

assim como o adulto, as crianças tentam ocultar os sintomas. Além de prejudicar

a educação e o relacionamento das amizades pode se tornar uma doença crônica e

limitante.

A criança portadora deste transtorno é presa à seus próprios pensamentos que

chamamos de obsessão e repetições de gestos que são as compulsões. Estes

pensamentos continuados geram angústia e ansiedade e as ações compulsivas são

uma tentativa de controlá-los. Olhar-se no espelho repetidas vezes, por exemplo,

tem o objetivo trazido pelo pensamento obsessivo de estar sempre gordo ou

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magro demais. O paciente quando se olha no espelho passa a angustia

temporariamente e logo surge o pensamento novamente, desencadeando

novamente as compulsões.

Sintomas:

• Qualquer ritual diário de higiene, repetitivo e exagerado.

o Lavar as mãos

o Escovar dentes

o Tomar banho

• Repetição de ações.

o Escrever a mesma palavra ou texto.

o Ler a mesma revista, jornal ou livro.

• Checagens compulsivas.

o Tarefa escolar.

o Arrumação de brinquedos.

• Contagem

o Contar as lâminas de uma persiana várias vezes.

• Simetria

o Na arrumação de armários.

o Na arrumação de brinquedos.

Normalmente, essas manias obsessivas consomem muito tempo, gerando

angústia e ansiedade tanto para a criança quanto para seus familiares.

Tratamento

Ao observar os sintomas citados acima se deve procurar a orientação de

profissionais qualificados, que trabalham com crianças, para fazer o diagnóstico,

pois na maioria das vezes, a criança não tomará iniciativa de queixar-se dos

sintomas obsessivos compulsivos. O profissional deverá recomendar psicoterapia

acompanhada ou não de uso de medicamentos. Bibliografia

KAPLAN & SADOCK; Manual de Farmacologia Psiquiátrica, 1993. LEVY, Daniela; Transtorno Obsessivo Compulsivo na Infância, in.Clube do Bebe endereço eletrônico: http://www.clubedobebe.com.br/, acessado em 26 de outubro de 2005. LOTUFO-NETO, F. Distúrbio obsessivo-compulsivo e Depressão.Jornal Brasileiro de

Pasiquiatria, v. 42, n. 1, p. 29-32, 1993. MIGUEL, E.C. Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo: Diagnóstico e Tratamento. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1996. MORAES, C. Tratamento do TOC Infantil, in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, 2004.

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Síndrome de Rubinstein-Taybi

Doença rara, pouco conhecida pela sociedade. A anomalia pode ocorrer em

meninos e meninas, das raças branca e amarela. Algumas crianças, quando

nascem já apresentam algumas das características específicas da doença, que são:

• Baixa estatura.

• Nariz pontiagudo.

• Orelhas ligeiramente deformadas.

• Palato curvado.

• Cabeça pequena.

• Sobrancelhas grossas ou curvadas.

• Polegares largos e as vezes angulados

• Dedão dos pés grandes e largos.

• Olhos inclinados para baixo com fendas antimongolóides.

• Marca de nascença vermelha na testa.

• Articulações hiperextensíveis.

• Pelve pequena e inclinada.

• Excesso de cabelos

• Nos meninos normalmente os testículos não descem.

• Comportamento estereotipado: batem palmas ou balançam o corpo quando

nervosas ou ansiosas.

Esta doença não é possível ser diagnosticada durante a gestação, já que o

diagnóstico, geralmente, só pode ser feito a partir dos 15 meses de idade. Entre 0

e 2 anos, a criança costuma engasgar muito com líquidos, têm vômitos

constantes, fica resfriada freqüentemente e tem paradas repetidas e temporárias

da respiração durante o sono.

O desenvolvimento de cada criança com esta síndrome será peculiar a cada uma,

embora elas apresentem semelhanças nas características físicas, comportamentais

e personalidade, cada uma terá o seu tempo de desenvolver seu potencial.

Segundo o site Entre Amigos, a criança portadora da síndrome tem normalmente

um caráter amigável e alegre, são muito felizes e bastante socializadas.

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__________________________ Prof. Wesley Lima de Oliveira – Bacharel em Enfermagem (UNIMONTES – 2000); Especialista em Saúde da Família; Educação em Saúde; Gestão Clínica da Atenção Primária à Saúde (UNIMONTES 2003; 2005; 2009); Especializando em Enfermagem do Trabalho (UCAMPROMINAS – 2012)

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Costumam ter um sorriso como se estivesse fazendo careta, mas na realidade, é

um sorriso irradiando amor, carinho e aceitação que estas crianças têm por todos

ao seu redor. Tem o costume de tocar qualquer coisa e gostam de manipular

instrumentos e eletrônicos. Gostam de livros, água, pessoas e são muito sensíveis

a qualquer forma de música.

Como o retardo mental está presente nesta síndrome a sua extensão varia em

cada paciente.A intensidade de comprometimento dependerá de cada um, uns

mais afetados que os outros.

A criança com esta síndrome deve ser estimulada e para isso, um diagnóstico e

tratamento precoce ajudaria muito em seu desenvolvimento. Sendo a fala a área

de desenvolvimento mais lento da criança afetada por esta síndrome se indica o

tratamento através da fonaudiologia para que se tivesse uma abordagem de

comunicação total e começando o mais cedo possível. A fisioterapia e terapia

ocupacional também são grandes aliadas no tratamento destas crianças levando-

as a alcançar altos níveis do desenvolvimento motor.

É necessária educação especial para a maioria das crianças com Síndrome de

Rubinstein-Taybi. As crianças com Síndrome de Rubinstein-Taybi costumam se

adaptar bem a rotina não gostam de atividades em grupos com agitação e

barulho.

Existe também a necessidade de auxílio e orientação profissional para os pais da

criança com a síndrome Rubinstein-Taybi no que diz respeito a:

• Problemas de alimentação.

• Refluxo e vômitos.

• Cuidado de repouso.

• Treinamento respiratório.

• Terapias familiar.

• Ajuda financeira para despesas médicas.

• Modificação de comportamentos.

• Infeccções respiratórias.

Alguns estudos já comprovam a origem genética da Síndrome de Rubinstein-

Taybi. Um pedaço da informação hereditária (do cromossomo 16) pode ter sido

apagado ou ter mudado de lugar resultando nas características da síndrome.

Bibliografia: BALLONE G.J; Síndromes das Deficiências Mentais, in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005, acessado em 27 de outubro de 2005.

Site consultado: ARTS - www.artsbrasil.org.br, acessado em 27 de outubro de 2005.

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Síndrome de Angelman

Relatada pela primeira vez em 1965 pelo neurologista britânico, Dr. Harry

Angelman , é um distúrbio neurológico causando Retardo Mental, alterações de

comportamento e características físicas próprias.

Por ser uma doença rara e pouco divulgada, esta doença genética compromete

substancialmente o diagnóstico por parte dos profissionais da saúde infantil e

mesmo da neuro-psiquiatria.

Diagnóstico

É feito, geralmente a partir do primeiro ano de vida por um pediatra, geneticista

clínico ou pelo neurologista que se baseiam na história do desenvolvimento

motor, desenvolvimento da fala, em relatos de movimentos atípicos incluindo

tremores, flapping das mãos, andar desequilibrado com as pernas rígidas, abertas

e os braços afastados do corpo na tentativa de melhorar o equilíbrio.

O paciente com esta síndrome tem um comportamento alegre, caracterizado com

riso fácil e freqüente, se comunicando com dificuldade em conseqüência da

diminuição de sua capacidade de expressão oral.

Sintomas:

• Problemas alimentares.

• Atraso em aprender a engatinhar, a sentar e a andar.

• Dificuldade ou ausência de fala.

• Dificuldade de aprendizado.

• Epilepsia.

• Eletroencefalograma anormal.

• Movimentos anormais.

• Natureza afetuosa, alegre e com sorriso freqüente.

• Transtornos no sono.

• Andar desequilibrado com as pernas abertas e rígidas.

• Tamanho da cabeça menor do que o normal, freqüentemente com

achatamento posterior.

• Traços faciais característicos (boca grande, queixo proeminente, dentes

espaçados, bochechas acentuadas, lábio superior fino, olhos fundos,

tendência a deixar a língua entre os dentes).

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• Tem os cabelos finos, claros e a pele também bastante clara, normalmente

são confundidos com os albinos.

• Redução da pigmentação ocular (normalmente tem olhos claros).

• Estrabismo.

• Desvio de coluna.

Tratamento: Não há cura para a Síndrome de Angelman, mas, há alguns tratamentos para os

seus sintomas. A epilepsia pode ser controlada através do uso de medicação, a

fisioterapia é uma aliada importante para estimular as articulações prevenindo

sua rigidez. Terapia ocupacional ajuda a melhorar a motricidade fina e controlar

a conduta motoro-bucal. Terapias de comunicação e fonaudiologia também são

essenciais para se trabalhar a fala. A hidroterapia e musicoterapia também são

muito utilizados na melhoria dos sintomas desta síndrome. Modificação da

conduta tanto em casa, quanto no colégio, podem permitir que a criança possa

desenvolver, ela mesma, a capacidade de realizar a maioria das tarefas

relacionadas com o comer, o vestir e realizar inclusive atividades de casa, neste

caso a ajuda, compreensão e paciência dos familiares é essencial para essa

conduta.

Bibliografia

• BALLONE, G. J.Síndrome de Angelman in. PsiqWeb, Internet, disponível em <http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/dm3.html> revisado em 2003. Acessado em 10 de novembro de 2005.

• ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Transtornos do

desenvolvimento psicológico.in Classificação dos transtornos mentais e

de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes

diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas. 1993:227-53

• PENNER, K.A., et al. Communication, cognition, and social

interaction in the Angelman Syndrome. Am. J. Med. Genet. 46:34- 9, 1993

• CAMARGOS W. J; Aguiar, M; Leão, L. Síndrome de Angelman; 1994.

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Síndrome de Prader Willi

Esta síndrome descrita em 1956 é de origem genética localizada no cromossomo

15 ocorrendo no momento da concepção. Afeta meninos e meninas em um

complexo quadro de sintomas, durante todas suas vidas, estes variando em

presença e intensidade de indivíduo para indivíduo. Um diagnóstico precoce,

antes da manifestação dos sintomas, principalmente a obesidade, tem trazido

uma melhora na qualidade de vida dos portadores nos últimos anos. Mas ainda

em caso de diagnósticos tardio, uma série de cuidados pode ser iniciados,

retornando na qualidade de vida dos portadores.

Bebês com Síndrome de Prader Willi (PWS) apresentam baixo Apgar ao nascer,

dificuldade de sugar, choro fraco e são muito pouco ativos, dormindo a maior

parte do tempo. Raramente conseguem ser amamentados. Seu desenvolvimento

neuro-motor é lento, tardam a sentar, engatinhar e caminhar.

Os sintomas da síndrome variam de individuo para individuo e estão também

associados ao ambiente em que este vive, aos estímulos e ao acompanhamento

terapêutico e educacional que recebe, os principais sintomas são:

• Hiperfagia - constante sensação de fome e interesse com comida, que pode

surgir entre os 2 e 5 anos de idade e levar a obesidade ainda na infância.

• Hipotonia - atraso nas fases típicas do desenvolvimento psicomotor

quando bebês. Mais tarde fraco tônus muscular, dificuldades com alguns

movimentos, equilíbrio, escrita, uso de instrumentos, lentidão.

• Dificuldades de aprendizagem e fala.

• Instabilidade emocional e imaturidade nas trocas sóciais.

• Alterações hormonais - atraso no desenvolvimento sexual.

• Baixa estatura.

• Diminuição da sensibilidade à dor.

• Mãos e pés pequenos.

• Pele mais clara que os pais.

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• Boca pequena com o lábio superior fino e inclinado para baixo nos cantos

da boca.

• Fronte estreita.

• Olhos amendoados e estrabismo.

A obesidade manifestada por muitos portadores é conseqüência de um consumo

excessivo de calorias, pelo comportamento compulsivo em relação a comida,

somado a fatores metabólicos e pouca atividade física.A fome constante é

provavelmente causada por uma desordem do hipotálamo, no cérebro: durante

uma refeição, a "mensagem" de saciedade não é processada. E se não controlado

esse acesso a quantidade/composição da comida, o ganho de peso é rápido.

Portadores desta síndrome, em geral, necessitam algum nível de assistência ou

supervisão em sua alimentação, mesmo quando bem informados de sua condição

de saúde. Diferentemente por exemplo de portadores de diabetes.

Muitos efeitos relacionados aos sintomas podem ser amenizados com um

diagnóstico, que proporciona a chance de intervenções terapêuticas e

educacionais; pelo conhecimento e compreensão da síndrome pela família que

deve buscar estruturar um ambiente inclusivo, seguro, assistido e estimulador

para o individuo se desenvolver; e por um acompanhamento de saúde e

educação adequada.

Bibliografia:

PWS ASSOCIATION UK - Babies and children with Prader-Willi Syndrome 2001 - ISBN- 0 9521023 6 6

BALLONE, G.J. - Trastornos Alimentares, in. PsiqWeb , no endereço eletrônico < http://www.psiqweb.med.br/anorexia.html>, revisto em 2003.

ASOSIACION ESPANOLA PRADER-WILLI, Guía familiar y profesional del síndrome de PRADER-WILLI. Cada capitulo esta escrito por um especialista en el tópico. 400 p.; 2001.

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Síndrome de West

Esta síndrome é um tipo raro de epilepsia, chamada de "epilepsia mioclónica".

Inicia-se normalmente no primeiro ano de, sendo o sexo masculino mais afetado.

A síndrome de West é diagnosticada através de sinais clínicos e

eletroencefalográficos: atraso no desenvolvimento, espasmos físicos e traçado

eletroencefalográfico com padrão de hipsarritmia.

As características principais de um registro de EEG com hipsarritmia são:

• Desorganização marcante e constante da atividade basal;

• Elevada amplitude dos potenciais;

• Ondas lentas delta irregulares de voltagem muito elevada;

• Períodos, habitualmente breves, de poli ondas e polipontas-onda;

• Períodos de atenuação da voltagem que, em alguns casos, parece chegar

ao "silêncio" elétrico.

No quadro clínico consta-se o atraso no desenvolvimento e espasmos infantis. Os

espasmos são diferentes para cada criança. Podem ser tão leves no início que não

são notados ou pode-se pensar que são cólicas. Estes espasmos são traduzidos

com características de flexão súbita da cabeça, com afastamento dos membros

superiores e flexão da pernas, é comum o paciente soltar um grito por ocasião do

espasmo. A crise dura alguns segundos. Normalmente estas crise ocorrem

durante a vigília, podendo chegar até a centena ou mais por dia.

Bibliografia

AJURIAGUERR, J de - Manual de Psiquiatria Infantil . Ed Atheneu, 1992 – 2ª edição. LIPPI, J. R. S.; Neurologia Infantil. 1987.

DYNSKI, M. K.; Atlas de Pediatria .

DUlAC O, ET ALL ; Infantile spasms and West syndrome. London: Saunders. 1994.

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Síndrome de Hutchinson-Gilford Progeria ou Envelhecimento Precoce

É uma doença genética extremamente rara que acelera o processo de

envelhecimento em cerca de sete vezes em relação à taxa normal. Uma criança

com 10 anos se parece com uma pessoa de 70 anos. A palavra progeria é

derivada do grego e significa "prematuramente velho". A expectativa média de

vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos. Desde a sua

identificação foram relatados cerca de 100 casos. As vítimas de progeria nascem

bebês normais mas, por volta dos 18 meses, começam a desenvolver sintomas de

envelhecimento precoce.

Características

As principais características clínicas e radiológicas incluem a queda do cabelo,

perda de gordura subcutânea, artrose estatura baixa e magra, clavícula anormal,

envelhecimento prematuro, face estreita, pele fina e enrrugada, puberdade tardia,

sobrancelhas ausente, unhas dos pés finas, voz anormal, lábios finos ,

osteoporose entre outras. A inteligência não é afetada. A morte precoce é causada

por aterosclerose.

Não há cura, e até a conclusão da pesquisa, no final do ano passado, sua causa

era desconhecida. Agora, cientistas franceses e norte-americanos descobriram

que a doença está ligada a um gene que controla a estrutura do núcleo das

células. Neste caso as pesquisas estão avançando para uma provável cura da

doença.

Bibliografia:

• BADAME A: Progeria. Arch Dermatol 1989; 125: 540-4. • BEAUREGARD S, Giechrest BA. Syndromes of premature

ageing. Dermatol Clin . 1987;5: 109-21.

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Deficiência em X-Frágil O nome desta síndrome se dá ao fato de o cromossomo X de

um indivíduo apresentar uma falha na porção subterminal de

seu braço longo, quando suas células são cultivadas em

condições de deficiência de ácido fólico ou que afetem o

metabolismo das bases nitrogenadas necessárias para a síntese

do DNA. A esse cromossomo se dá o nome de X frágil –

detectando-se essa falha no exame dos cromossomos diz-se que

o indivíduo com retardo mental tem a síndrome e do

cromossomo X frágil.

A síndrome afeta tanto o sexo feminino quanto o masculino, sendo de maior

freqüência nos meninos e nas meninas o quadro clínico em geral é menos

grave.

Esta síndrome é uma condição genética herdada que estes associados a

problemas de conduta, de aprendizagem e diversos graus de deficiência

mental.

Sintomas: Os sintomas da Síndrome do X Frágil são diferentes entre os sexos.

Sexo masculino: • Região frontal algo protuberante. • Face alongada • Orelhas grandes e, freqüentemente, de implantação baixa. • Mandíbula projetada para frente. • Aumento do tamanho dos testículos. • Desenvolvimento retardado da linguagem. • Graves problemas de atenção. • Conduta instável com momentos de carinho e momentos de violência. • Diminuição quanto ao padrão de personalidade, aparecendo logo na

primeira infância. • Olhar evasivo. • Comer unhas desde muito cedo. • Flacidez muscular.

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• Retardamento intelectual. • Convulsões.

Sexo feminino: É freqüente encontrar esta síndrome no sexo feminino sendo que a maioria é

assintomática apresentando um quadro clínico dentro da normalidade.

Normalmente a causa da procura ao médico seja pela dificuldade de

aprendizagem ou desvios de condutas.

Características: • As crianças portadoras de Síndrome do X Frágil apresentam alterações

da fala e da linguagem não conseguindo elaborar frases curtas.A fala é

rápida em ritmo desordenado, com volume alto e dificuldade na relação

semântica.

• O aprendizado das crianças acometidas desta síndrome com retardo

mental dá-se, por estimulação visual e a maioria deles têm dificuldades

variáveis para a solução de problemas. O aprendizado está

comprometido na maioria dos casos.

• Tanto os adultos quanto as crianças portadores da Síndrome do X

Frágil apresentam freqüentemente problemas comportamentais.

• Oscilação do humor e momentos de agressividade são mais comuns em

meninos. Esta agressividade predomina nos pacientes adolescentes e

adultos jovens, incluindo aqui também as meninas.

• A ansiedade é também uma característica comum nos pacientes

• Quando estes se deparam com novas situações a ansiedade se manifesta

podendo chegar a ataques de pânico.

Bibliografia:

• BALLONE, G.J. - Síndrome do X Frágil- in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005. Site acessado em 14 de fevereiro de 2006.

• YORK A; von Fraunhofer N; Turk J; Sedgwick P - Fragile-X syndrome, Down's syndrome and

autism: awareness and knowledge amongst special educators- J Intellect Disabil Res, 1999 Aug, 43 ( Pt 4):, 314-24.

• SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: problema de aprendizagem. Petrópolis/RJ:Vozes, 1994.

• MORGANTE, A . V. - A Síndrome do Cromossomo X-Frágil. In: Estudos Avançados-Coleção Documentos Série Especial- Ciclo de Conferências Temáticas - 1.3. Publ. USP On line. Janeiro/1997.

• SHARFENAKER, S. Características del Habla y del Lenguagje en el Síndrome X Frágil. In: El Síndrome X Frágil - Material Educativo de la Fundación Nacional de X Frágil de Estados Unidos, p99 - 113. Publ. IMSERSO. Madri, 1998.

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Epilepsias

Conceito:

Condição caracterizada por espasmos repetitivos, não provocada por nenhuma

causa identificada. Crises múltiplas ocorridas em um período de 24 horas são

consideradas crise única.

As epilepsias afetam muitas pessoas no mundo. Os epiléticos constituem um

grupo heterogêneo de doenças e síndromes entre os quais um grupo importante

apresenta o sintoma de lesão cerebral, um segundo grupo as causas genéticas são

dados importante na patogenia e um terceiro grupo as causas ainda não foram

determinadas.

As crises epilépticas constituem as manifestações clínicas resultantes de uma

descarga anormal e excessiva de neuromas no cérebro. As manifestações clínicas

consistem em fenômenos anormais súbitos e transitórios que podem incluir

alterações da consciência, motoras, sensoriais, autonômicas ou eventos psíquicos,

percebidos pelo paciente ou por um observador.

Existem uma grande variedade de crises epilépticas, variando de paciente para

paciente a constância e forma dos ataques.

Atualmente classifica-se as crises epiléticas em dois grandes tipos:

• Parcial

o Parcial Simples- quando

determinam sintomas

elementares e a consciência

não é prejudicada e o

paciente percebe sensações

anormais no corpo, tais

como: movimentos súbitos

• Generalizada

o Generalizada de ausência-

caracteriza-se por lapsos de

perda de consciência por alguns

segundos. O paciente parece

estar desligado do mundo, os

olhos podem apresentar

movimentos circulares, bem

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de uma parte do corpo,

distorção na visão e audição,

mal estar, medo.

o Parcial Complexas-

caracteriza-se por uma ação

motora mais complexa e

existe a perda da consciência.

No decorrer da crise o

paciente fica entorpecido e

confuso, apresentando

comportamentos automáticos

tais como: caminhar

desorientado, murmurar,

rodar a cabeça, sentar e

levantar, mexer nas roupas

esticando-as, olhar fixo etc.

Neste caso o paciente não

lembra desses atos praticados

por ele mesmo.

como outros sintomas

psicomotores automáticos. Após

esta crise a atividade pode ser

retomada imediatamente sendo

algumas vezes até ignorada pelo

paciente. Normalmente estas

crises ocorrem em crianças e sua

tendência é desaparecer na

adolescência, no entanto o

paciente poderá desenvolver

outros tipos de crises em sua

fase adulta.

Tônico-clônica- compreende-se duas

fases: na fase tônica há perda de

consciência, o paciente cai, o corpo se

contrai e enrijece. Já na fase clônica o

paciente contrai e contorce as

extremidades do corpo perdendo a

conciência que após a crise é

recobrada gradativamente.

A diferença entre as crises parciais e generalizadas é o tipo de descarga elétrica

excessiva no cérebro. Quando a descarga elétrica está limitada só a uma área

cerebral, diz-se que a crise é parcial, se está em todo o cérebro, é generalizada.

Ao todo há em torno de 30 tipos diferentes tipos de crises epilépticas.

Diagnóstico: Exames como eletroencefalograma e neuroimagem são instrumentos que ajudam

no diagnóstico, mas, o histórico clínico do paciente é muito importante, já que

exames normais não excluem a possibilidade da pessoa ser epiléptica. Se o

paciente não se lembra das crises, a pessoa a presenciou torna-se uma testemunha

útil na investigação do tipo de epilepsia em questão e, conseqüentemente, na

busca do tratamento apropriado.

Bibliografias: • FEJERMAN & MEDINA. Convulsiones en la Infancia , 2ª Edição, Editorial El Ateneo - Buenos Aires -

Argentina • CASTRO,P; Sacristian,M.; Sanabra,F.R. - Síndromes Epilépticos, Libreria Médico Espanha, Madrid,

1960. • COELHO,L.M. - Epilepsia e Personalidade, Atica, S.Paulo, 1978

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"Quando você tem uma meta, o que era obstáculo passa a ser etapa."

(anônimo)