Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

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Operador de Pregão BM&F BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS CURSO DE OPERADOR BM&F Instituto Educacional BM&F Jan/2006 Divisão de Cursos e Eventos Educacionais 1

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Uma parte do curso da BM&F

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Operador de Pregão BM&F

BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS

CURSO DE OPERADOR BM&F

Rio de Janeiro – RJJaneiro/2006

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1

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SUMÁRIO

II - MERCADOS FUTUROS E DE OPÇÕES

2 - Introdução aos Mercados Futuros e de

Opções..................................................................

67

2.1 - Introdução............................................................................................

................

67

2.2 - Mercado a

Termo.................................................................................................

70

2.2.1 - Problemas dos Mercados a

Termo........................................................

72

2.3 - Mercados

Futuros.................................................................................................

73

2.3.1 - Características funcionais e

operacionais..............................................

74

2.3.2 - Liquidação Física x Liquidação

Financeira..............................................

75

2.3.3 - O Conceito de Posições no Mercado

Futuro.........................................

77

2.3.4 - Diferenças entre os Mercados Futuro e a

Termo...................................

79

2.3.5 - Participantes do Mercado

Futuro..........................................................

80

2.4 - Mercado de

Opções.............................................................................................

82

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2.4.1 - Características

Operacionais.................................................................

82

2.4.2 - As diferenças entre os Mercados Futuros e de

Opções..........................

83

2.5 - Mercados

Cambiais..............................................................................................

89

2.5.1 - Taxas de

Câmbio..................................................................................

89

2.5.2 - Participantes do Mercado de

Câmbio...................................................

89

2.5.3 - Exemplo de Operações no Mercado Futuro de Dólar

Comercial............

92

2.6 - Mercados de Taxas de

Juros.................................................................................

94

2.6.1 - Mercados futuros de DI de 1

dia...........................................................

94

2.6.2 - Apresentação do

contrato....................................................................

97

2.6.3 - Ajuste

diário......................................................................................

...

10

1

2.7 - Mercado futuro de Cupom

Cambial.....................................................................

10

3

2.7.1 - Cupom Cambial: definições e

conceitos...............................................

10

3

2.7.2 - Contrato futuro de

DDI........................................................................

10

4

2.8 - Forward Rate Agreement de Cupom

Cambial…………………………………….…

10

9

2.8.1 - Características do FRA de

Cupom.........................................................

11

0

2.9 - Mercado futuro de Índice

Bovespa........................................................................

11

2

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2.9.1 - Apresentação do

Contrato...................................................................

11

2

2.9.2 - Exemplos de Operações no Mercado futuro de

IBovespa......................

11

4

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II – MERCADOS FUTUROS E DE OPÇÕES

2 – Introduções aos Mercados Futuros e de Opções

Neste segundo capítulo será feito um estudo dos principais mercados

desenvolvidos na BM&F.

- Aspectos Institucionais BM&F

- Fundamentos básicos dos Mercados Futuros

- Fundamentos básicos dos Mercados de Opções

- Os Mercados Cambiais

- Os Mercados de Taxas de Juro

- Os Contratos DDI/FRA

- Os Mercados de Ibovespa Futuro

2.1 - Introdução

Aspectos Institucionais:

Atualmente, com a modernização de diversas atividades mundiais,

tornou-se altamente instável ao comportamento dos diversos preços (agrícolas,

das taxas de juros e do câmbio) em qualquer economia. No Brasil isso não é

diferente, tornando também instáveis os riscos para os agentes econômicos.

O uso do hegde pode transferir esses riscos nos mercados derivativos da

BM&F, garantindo antecipadamente um nível adequado de rentabilidade

esperada. Os mercados da BM&F são os responsáveis pela segurança e

proteção dos hedgers e pelos objetivos dos investidores quanto à

administração do risco.

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Este capítulo traz esclarecimentos básicos sobre o funcionamento do

mercado de derivativos, a fim de divulgar uma compreensão mais abrangente

da mecânica desse mercado, dos direitos e deveres dos participantes e dos

riscos envolvidos nas operações.

A Bolsa de Mercadorias & Futuros

A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) é uma associação civil sem

finalidade lucrativa, cujo principal objetivo é desenvolver um centro de liquidez

de contratos derivativos, voltados essencialmente para as necessidades de

cobertura de risco. A BM&F é gerida por um Conselho de Administração

composto por membros eleitos por seus associados. A execução das diretrizes

do Conselho e a administração diária da Bolsa são realizadas pela sua diretoria,

liderada pelo Diretor Geral, que também integra o Conselho de Administração.

A BM&F tem a função central de prover um lugar adequado para a

negociação diária de contratos derivativos. As transações são realizadas na

sala de negociação (pregão) em locais especificamente designados (pits de

negociação) através de apregoação de “viva voz”. No pregão atuam os

representantes das corretoras de mercadorias que executam as ordens de

seus clientes. Os operadores acolhem as ordens diretamente das mesas de

operações de suas respectivas corretoras. A BM&F prevê ainda a participação

dos operadores especiais que agem por conta própria e são elementos

essenciais na geração de atividades.

Para participar do mercado de derivativos da BM&F, a primeira

providência é selecionar uma corretora membro da Bolsa. A Bolsa acompanha

de perto as atividades de seus associados, exigindo que os operadores

submetam-se a um exame de qualificação e solicitem seu credenciamento

junto à Bolsa, antes de serem autorizados a receber e executar ordens de

clientes. A abertura de uma conta em uma corretora implica em firmar um

contrato, um documento que obriga o cliente a saldar eventuais perdas

incorridas ao longo de uma transação. Deve haver suficiente disponibilidade de

recursos para o depósito de margem inicial e para atendimento dos ajustes Instituto Educacional BM&F Jan/2006

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diários. A BM&F estabelece exigências mínimas de margem, entretanto as

corretoras estão autorizadas a requerer depósitos mais elevados de acordo

com cada caso. Pela execução de uma operação em pregão, as corretoras

cobram uma taxa de corretagem.

Derivativos, definições e conceitos.

Os derivativos são ativos cuja formação de preços está sujeita a variação de

preços de outros ativos.

São instrumentos que foram criados com o objetivo de se transferir riscos entre

os participantes do mercado.

Os derivativos são formas de se negociar apenas a oscilação de preços dos

ativos sem haver necessariamente a negociação física da commodity

Na BM&F negociam-se derivativos de duas naturezas distintas:

Derivativos agropecuários: têm como ativo-objeto as commodities

agrícolas, tais como café, boi, milho, soja.

Derivativos financeiros: têm o seu valor de mercado referenciado em

alguma taxa ou índice financeiro: taxa de juros, taxas de inflação, taxas de

câmbio, índices de ações.

São quatro os principais tipos de derivativos: os mercados a termo, os

mercados futuros, as opções e os swaps.

A tabela abaixo apresenta as diferenças destas modalidades.

Modalidade Definição

Mercado a

termo

Negociações de compra e venda de ativos para liquidação

futura que podem ocorrer tanto em Bolsa como também em

Balcão.

Mercado

futuro

Negociações de compra e venda de contratos padronizados

para liquidação futura, que ocorrem apenas em Bolsa.

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Opções Negociação do direito de comprar ou de vender um ativo.

Swaps Acordos de troca futura de fluxos de caixa

Nas próximas seções estudaremos cada uma dessas modalidades em

detalhes.

2.2 - Mercado a Termo

Definição de Mercado a Termo:

Mercado a Termo: mercado em que são realizados acordos privados de

compra e venda de um ativo para liquidação em uma data futura por um preço

determinado.

O mercado a termo tem uma origem muito remota e seu surgimento

está associado a um problema de sazonal idade dos mercados agrícolas.

Para descrever a funcionalidade dos mercados a termo, será utilizado o

exemplo de um produtor e de um torrefador de café.

Imagine a situação do produtor de café no início da produção. O produtor

não tem nenhuma garantia do preço que poderá ser praticado ao final da safra,

pois simplificadamente, duas situações podem ocorrer:

Situação A:

Safra Recorde: As condições climáticas favoreceram muito o cultivo de

café e ocorreu superprodução no período. O excesso de oferta levará a uma

queda acentuada de preços de venda, reduzindo a margem de lucro do

produtor. Algumas vezes, o valor de venda é insuficiente até para cobrir os

custos de produção e nesses casos, o produtor poderá preferir destruir o café a

colocá-lo no mercado, pois dessa forma ele irá minimizar seus custos com

armazenagem e transporte e ao mesmo tempo conter a pressão da oferta.

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Situação B:

Escassez de café: Ocorrência de pragas, geadas ou outras intempéries

que dificultem o cultivo de café provocando escassez. Nesse caso haverá alta

nos preços do café e o produtor conseguirá vender sua produção por um preço

mais elevado do que ele imaginava anteriormente.

Imagine agora a situação do torrefador de café. O torrefador compra o

café do produtor, torra e vende para o consumidor final. Ele também não sabe

a que preço poderá negociar o café no final da safra, pois no caso da situação

B, os preços podem se elevar drasticamente atingir um nível superior ao que a

sua atividade permite.

No exemplo anterior o vendedor estará correndo o risco de uma queda

acentuada nos preços e o comprador de uma alta nos preços do café no

mercado a vista no final da safra.

O comprador corre o risco de alta acentuada nos preços.

O vendedor corre o risco de queda acentuada nos preços.

A fim de eliminar os riscos de variações adversas de preço o cafeicultor e

o produtor poderão realizar um contrato a termo que ocorrerá da seguinte

forma:

Suponha que ao preço de R$100,00 para cada saca de 60 quilos, o

produtor consiga pagar todos os seus custos de produção e ainda obter

lucratividade razoável dentro de sua atividade. Suponha também que

R$100,00 seja o preço máximo que o torrefador possa pagar para auferir lucro

e não realizar prejuízo em sua atividade.

Para ambos, R$100,00 é um preço de negociação razoável. Logo, o

torrefador e o cafeicultor, através de um contrato a termo, poderão fazer um

compromisso de compra e venda, em que o produtor se compromete a vender

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o café a esse preço no final da safra e o torrefador se compromete a comprar

esse café por essa quantia na data pré-determinada.

Dessa forma, independentemente do resultado da safra e dos preços

estabelecidos no mercado à vista no período da entrega, ambos terão seus

preços de compra e de venda travados em R$100,00 por saca.

Resultados da Operação:

Situação A:

Safra Recorde e conseqüente queda nos preços.

Suponha que o preço estabelecido no final da safra seja de R$90,00:

O produtor obterá êxito nessa operação, pois conseguirá vender sua

produção por R$100,00; um preço superior ao estabelecido pelo mercado

(R$90,00). Os custos de produção serão cobertos e a lucratividade garantida.

O torrefador pagará um preço mais alto do que o preço estabelecido

pelo mercado a vista, mas que ainda lhe convém, pois R$100,00 é um preço

que o torrefador considera razoável dentro da sua atividade.

Situação B:

Escassez de café no mercado e conseqüente alta nos preços.

Suponha que o preço estabelecido pelo mercado à vista no final da safra

seja de R$120,00; nesse caso, quem obterá êxito será o torrefador que

comprará por R$100.00, uma mercadoria cujo valor de mercado é de

R$120,00. O produtor venderá a mercadoria para o torrefador a um preço

inferior ao estabelecido pelo mercado, mas que ainda assim cobre todos os

seus custos de produção e garante uma lucratividade razoável para sua

atividade.

Conclusão

Tanto para o comprador como para o vendedor no mercado a termo e em

ambas as situações (alta ou queda de preços), o prejuízo realizado não será

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encarado propriamente como um prejuízo e sim como algo que se deixou de

ganhar, como um prêmio de seguro.

No exemplo “Cafeicultor- Torrefador”, ao preço de R$100.00 a saca, ambos

tinham seus custos cobertos e a lucratividade dentro de suas atividades

garantida.

Quando o participante entra no mercado com a finalidade de obter proteção,

ele estará abrindo mão de um possível ganho para não incorrer num prejuízo

efetivo.

2.2.1 - Problemas dos Mercados a Termo:

Falta de transparência na formação de preços:

Como os mercados a termo são negociações privadas, os demais

participantes do mercado não têm informações em relação a esse negócio. Não

há nenhum tipo de divulgação formal dos preços que são praticados, logo

nenhum participante do mercado estará certo de estar negociando pelo preço

mais justo porque não sabe como se esta se dando a formação de preços da

commodity no mercado como um todo.

Impossibilidade de recompra e revenda:

Os contratos a termo não oferecem a possibilidade de intercambialidade

de posições, ou seja, nenhuma das partes consegue encerrar sua posição antes

da data da liquidação. Os contratos a termo são contratos particulares e

pessoais, ou seja, suas especificações só atendem as necessidades dos seus

detentores, logo o detentor dificilmente encontrará um outro participante que

aceite assumir sua posição, o que o obriga a permanecer no mercado até o

vencimento do contrato.

Risco de inadimplência e de não cumprimento do contrato

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O risco de crédito e risco de não cumprimento do contrato estão

relacionados com a ausência de um sistema de garantias adequado.

Os negócios para liquidação futura envolvem elevados riscos dessa

natureza. A incerteza com relação ao crédito e o cumprimento do contrato

também representam um grande fator de desestímulo a esse tipo de

negociação.

No sentido de aprimorar os negócios para liquidação futura e sanar os

problemas anteriormente citados, surgiram os mercados futuros cuja

funcionalidade será apresentada na próxima seção.

Vale a pena frisar, que os mercados a termo não foram extintos e alguns

deles apresentam substancial liquidez, como por exemplo, os contratos a

termo de ações da Bovespa.

2.3 - Mercados Futuros

Definição de Mercados Futuros:

Mercados Futuros: Operação de compra e venda de uma determinada

quantidade de um ativo padronizado, por um preço combinado entre elas, para

liquidação em uma data futura.

Os contratos futuros são modalidades operacionais muito semelhantes

aos mercados a termo com a diferença de serem negociados somente em

bolsa.

Assim como nos mercados a termo, nos mercados futuros também são

realizadas operações de compra e venda de um ativo para uma data futura,

por um preço determinado previamente, porém as operações são realizadas

somente através de um pregão de Bolsa.

O pregão de Bolsa nada mais é do que um sistema de leilões múltiplos

onde ofertas de compra e de venda são realizadas simultaneamente. As

informações dos negócios realizados no pregão são divulgadas publicamente a

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todos os participantes do mercado, o que lhes confere total transparência na

formação de preços. Essa é uma das principais vantagens do mercado futuro

em relação ao mercado termo.

Nas próximas seções serão apresentados maiores detalhes destes

mercados.

2.3.1 - Características funcionais e operacionais

O Conceito de Padronização de Contratos e sua Importância para

os Mercados Futuros:

Entende-se por um contrato padronizado, um contrato que possua uma

estrutura previamente padronizada por regulamentação de bolsa,

estabelecendo limites quanto à especificação do produto, a qualidade, locais e

datas de entrega, embalagem, meios de transporte e formalidades de entrega

e pagamento.

Abaixo estão relacionadas as principais especificações contratuais:

1. Objeto de negociação:

É a descrição do ativo cuja oscilação de preços está em negociação.

Exemplo: Café, Dólar, Boi.

2. Cotação:

É a unidade de valor atribuída a cada unidade física da commodity em

negociação. Exemplo: reais por saca, reais por dólares.

3. Unidade de negociação:

É o tamanho do contrato. Por exemplo: O tamanho do contrato de café é

de 60 sacas de 100 kg, o de dólar é de cinqüenta mil dólares.

4. Datas de vencimento

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Meses em que serão liquidados os contratos. São determinados de

acordo com a conveniência dos participantes mercados.

2.3.2 - Liquidação Física X Liquidação Financeira:

A liquidação das operações, tanto nos mercados a termo como nos

mercados futuros podem ocorrer de duas formas:

Liquidação Física: O negócio é liquidado mediante a entrega física da

commodity.

Liquidação Financeira: A liquidação é feita através de um acerto financeiro,

pelo diferencial entre compra e venda sem haver a entrega física da

commodity.

Na liquidação física, há a entrega efetiva do ativo objeto do contrato. É

comum nos mercados agrícolas e consiste na entrega física do ativo em

negociação na data do vencimento do contrato.

Em muitos casos, a liquidação física pode ser muito dispendiosa ou ainda

indesejável, pois o participante pode não ter nenhum interesse no ativo objeto,

sendo o seu único intuito a obtenção do valor do diferencial entre compra e

venda desse ativo (especuladores). Nesses casos opta-se pela liquidação

financeira que consiste em um acerto financeiro em relação ao preço à vista do

ativo: Se o preço à vista se movimentou favoravelmente, o participante

receberá um valor correspondente ao saldo positivo obtido do diferencial entre

compra e venda. Caso contrário o participante pagará o saldo negativo à sua

contraparte.

Alguns contratos, como os futuros de café e milho admitem ambas as

formas de liquidação, mas a maior parte dos contratos futuros admite apenas a

liquidação financeira.

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Os exemplos a seguir ilustram a liquidação de um contrato por

diferença:

Negociação de dez contratos de compra e venda de café a R$100,00 a

saca. O tamanho do contrato é de 100 sacas de 60 kg. A cotação da saca no

final da safra é de R$90,00. Qual é o resultado da operação para o comprador

e para o vendedor?

Resultado da operação para o comprador:

10 x (100 x R$90) – 10 x (100 x R$100) = -R$1.000,00

Resultado da operação para o comprador:

10 x (100 x R$100) – 10 x (100 x R$90) = +R$1.000,00

O COMPRADOR PAGARÁ R$10.000,00 PARA O VENDEDOR

Mas se a cotação no mercado a vista fosse a R$110,00?

Resultado da operação para o comprador:

10 x (100 x R$110) – 10 x (100 x R$100) = +R$10.000,00

Resultado da operação para o comprador:

10 x (100 x R$100) – 10 x (100 x R$110) = -R$10.000,00

O VENDEDOR PAGARÁ R$10.000,00 PARA O COMPRADOR

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Nos mercados futuros a liquidação física é muito rara e só está presente

em alguns contratos agrícolas. Em contrato futuro apenas duas variáveis

(preço e nº de contratos) estão em negociação. As demais variáveis estão

definidas pelo contrato em questão. Poucos são os participantes que estão

preocupados em receber ou entregar a mercadoria no futuro, mas sim garantir

o preço da mercadoria para uma data futura. Uma vez que os mercados

futuros não têm como objetivo proteger os agentes econômicos de problemas

de abastecimento e sim de variações adversas de preços, a liquidação

financeira se tornou a mais vantajosa.

2.3.3 - O Conceito de Posições no Mercado Futuro

A seguir a definição de posição no mercado futuro que se encontra no

regulamento das operações da BM&F:

Posição: O saldo numa determinada data, resultante das operações realizadas

por um mesmo cliente, com o mesmo contrato, intermediadas pela mesma

corretora de mercadorias e registradas pelo mesmo Agente de Compensação.

Uma posição pode ser definida, de forma simplificada, como sendo o

saldo líquido dos contratos negociados por um mesmo contratante para um

mesmo vencimento através de operações no mercado futuro.

Abertura de posições:

A abertura de uma posição no mercado futuro se dá através da compra

ou venda de contratos futuros. Assim sendo podemos afirmar que um

participante está abrindo uma posição quando toma para si uma posição

comprada ou vendida em um determinado vencimento no mercado futuro que

anteriormente ele não possuía No jargão do mercado, diz-se que o comprador

do contrato está long e o vendedor short.

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Classifica-se um participante como short (vendido) ou long (comprado)

de acordo com sua posição líquida para um determinado vencimento no

mercado futuro. Se o número de contratos vendidos é maior do que o número

de contratos comprados, sua posição é vendedora, caso contrário a sua

posição é compradora.

É importante frisar que a posição líquida é determinada para um único

vencimento.

Exemplos:

Suponha que um participante tenha comprado trinta contratos futuros

de taxa de câmbio reais por dólar para o vencimento do mês de abril e vendido

a mesma quantidade de contratos para o mês de maio. Qual é a sua posição

líquida?

Esse participante estará assumindo uma posição comprada para abril

em trinta contratos e vendida para maio em 30 contratos.

Mas se o participante do exemplo anterior tivesse comprado 30

contratos de dólar para vencimento no mês de março e vendido 20 contratos

de dólar para esse mesmo vencimento, qual seria sua posição líquida?

Resposta: A posição líquida seria comprada em dez contratos.

Encerramento das posições:

O encerramento de uma posição no mercado futuro se dá através de

uma operação de natureza inversa à original. Dessa forma o participante

estará transferindo seus direitos e haveres para outro participante.

O quadro abaixo sintetiza os procedimentos de abertura e encerramento

das posições:

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Abertura da Posição Encerramento da Posição

Comprada Venda de contratos

Vendida Compra de contratos

Exemplo:

Suponha que um participante tenha assumido uma posição comprada

em 30 contratos de IBOVESPA futuro para o vencimento no mês de março e

deseja encerrar sua posição antes da data do vencimento. Como esse

participante deve proceder?

O participante deverá vender 30 contratos de IBOVESPA futuro para o

vencimento no mês de março. Sendo a posição igual ao saldo líquido do

número de contratos comprados e vendidos para o mesmo vencimento, sua

posição será igual a zero.

Ajuste diário:

O ajuste diário é um sistema de equalização de todas as posições no

mercado futuro, com base no preço de compensação do dia, e com

conseqüente movimentação diária de débitos e créditos nas contas dos

Clientes, de acordo com a variação negativa ou positiva no valor das posições

por ele mantidas.

Assim sendo, os participantes recebem os seus lucros e pagam os seus

prejuízos de modo que o risco assumido pela Clearing se decompõe

diariamente.

Além disso, o ajuste diário é uma forma de obrigar os participantes a

reavaliarem suas posições diariamente, de modo à “expulsar” do mercado

participantes que estão acumulando grandes perdas.

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O ajuste diário é uma das grandes diferenças entre os mercados Futuros

e a Termo. Nesses últimos há um único ajuste na data do vencimento de modo

que se acumula toda a perda (ou ganho) para o último dia, logo o risco de não

cumprimento do contrato é muito maior do que nos mercados futuros onde os

prejuízos (e ganhos) são acertados diariamente.

O mecanismo de ajuste diário será melhor ilustrado no decorrer das

explicações das operações no mercado futuro.

2.3.4 - Diferenças entre os Mercados Futuro e a Termo

Uma vez apresentados os dois mercados podemos identificar as

diferenças entre eles. Na tabela a seguir estão relacionadas as principais

diferenças entre os mercados futuros e a termo:

Mercado a Termo Mercado Futuro

Negociações em Balcão ou em bolsa Negociações somente em Bolsa

Predomínio da entrega física Predomínio da liquidação financeira

Ativos não padronizados Ativos Padronizados

Impossibilidade de se encerrar a

posição antes da data da liquidação

do contrato.

Intercambialidade de posições.

Uma única movimentação financeira

na data do vencimento.

Ajuste diário

Os riscos de crédito devem ser

completamente assumidos pelas

contrapartes

A Câmara de Compensação da Bolsa de

Futuros (“Clearing”) assume os riscos de

crédito dos participantes.

2.3.5 - Participantes do Mercado Futuro:

A tabela a seguir sintetiza a participação de cada um dos integrantes do

mercado Futuro:

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Participante Objetivo

ClientesHedger Obter proteção

Arbitrador Obter lucro (Livre de riscos)

Especulador Obter lucro (assumindo riscos)

Agentes Operacion

ais

Corretora Estabelece o relacionamento entre o cliente e a corretora.

Membro de compensação

Garante as posições da corretora perante a Bolsa.

Clearing Registro das Operações, Compensação e liquidação dos Contratos.

Bolsa Oferece a infra-estrutura ao mercado.

Hedgers:

Os hedgers são os participantes para os quais os mercados futuros

foram criados.

O objetivo dos hedgers no mercado futuro é obter proteção contra

oscilação de preço, ou seja, são participantes que tem alguma negociação no

mercado físico cujo preço está sujeito a variações de difícil controle.

A principal preocupação do hedger não é obter lucro através de

operações no mercado futuro, mas garantir o preço de compra ou de venda de

uma determinada commodity numa data futura e eliminar o risco de variações

adversas de preço.

Exemplos de Hedgers:

Produtor agrícola que participa do mercado futuro para travar o preço de

venda e não corre o risco de uma queda acentuada de preços.

Um importador que tem um passivo em dólares e compra contratos

cambiais no mercado futuro porque teme que o dólar sofra uma alta acentuada

quando ele tiver que comprar dólares no mercado.

Arbitradores:

O arbitrador é um participante que tem como o objetivo o lucro, mas o

arbitrador não assume nenhum risco.

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Page 21: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

Sua atividade consiste em buscar distorções de preços entre mercados,

e tirar proveito dessa diferença ou da expectativa futura dessa diferença.

A estratégia do arbitrador consiste em comprar no mercado onde o

preço está mais barato e vender no mercado onde está mais caro, lucrando um

diferencial de compra e venda completamente imune a riscos porque ele sabe

exatamente por quanto ele irá comprar e a quanto vender.

É importante notar que à medida que os arbitradores compram no

mercado A e vendem no mercado B, estão aumentando a procura no mercado

A (e consequentemente os preços) enquanto há um aumento de oferta e queda

de preços no mercado B. Num dado momento, os dois preços tendem a se

equilibrar num preço intermediário e o arbitrador acaba por agir exatamente

como um árbitro por acabar com as distorções de preços entre mercados.

Especuladores

O especulador é um participante cujo principal objetivo é a obtenção de

lucro.

Diferentemente dos hedgers, os especuladores não têm nenhuma

negociação no mercado físico que necessite de proteção. Sua atuação consiste

na compra e na venda de contratos futuros apenas com o objetivo de ganhar o

diferencial entre o preço de compra e de venda, não tendo nenhum interesse

no ativo objeto.

O conceito dos especuladores tem recebido, na mídia financeira, uma

conotação muito depreciativa, talvez devido ao fato do seu objetivo ser apenas

o lucro.

No entanto, a participação dos especuladores é fundamental nos

mercados futuros, pois ele é o único participante que é tomador de riscos.

Quando os hedgers entram no mercado futuro, eles não estão propriamente

eliminando o risco de variações adversas de preços e sim transferindo esse

risco para outro participante. Como já foi demonstrado anteriormente, os

arbitradores também não assumem riscos.

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Page 22: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

O único participante que assume risco é o especulador, que entra no

mercado arriscando o seu capital em busca de lucro. Dessa forma, a

especulação aumenta o volume negociado, trazendo liquidez para o mercado.

Como as posições assumidas pelos especuladores são muito arriscadas e

eles não precisam do ativo objeto, eles não costumam permanecer por muito

tempo no mercado e dificilmente carregam suas posições até a data da

liquidação do contrato. O fato dos especuladores estarem abrindo e

encerrando suas posições a todo momento, faz com que o volume negociado

aumente, trazendo liquidez para o mercado.

A operação de especulação mais conhecida é a Day-Trade, que

consiste na abertura e no encerramento da posição no mesmo dia.

2.4 - Mercado de Opções

2.4.1 - Características Operacionais

No Mercado de Opções é negociado o direito de compra ou de venda algum

ativo, numa data futura por preço pré-determinado, denominado preço de

exercício.

Os Participantes do Mercado de Opções

Os contratos de opções envolvem basicamente dois participantes, o

titular e o lançador da opção:

Titular da Opção: O titular compra do lançador da opção o direito de

comprar ou vender algum ativo numa data futura, por um preço pré-

determinado.

Ë importante frisar que o titular é detentor de um direito que ele pode

exercer ou não, de acordo com a sua conveniência.

Para obter esse direito, o titular da opção paga ao lançador, em data

presente, um valor, o prêmio da opção.

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Page 23: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

Prêmio da Opção: Definimos como prêmio o valor pago pelo titular ao

lançador para obter um direito. É o valor da opção que é negociado entre as

partes (no pregão viva voz, sistema eletrônico ou no mercado de balcão), ou

seja, é a o preço da opção.

Lançador da Opção: O lançador da opção vende ao titular o direito de

comprar ou vender algum ativo, numa data futura por um preço pré-

determinado, porém o lançador tem uma obrigação para com o titular da

opção, ou seja, uma vez que o titular resolver exercer o seu direito o lançador

tem a obrigação de cumprir o contrato. Para assumir essa obrigação o lançador

recebe, em data presente, do titular um valor, que é o prêmio da opção.

Preço de exercício: Preço pelo qual o titular da opção poderá exercer seu

direito.

Existem dois tipos de Opções:

Opção de Compra: denominada também como Call, é a opção que

fornece ao titular o direito de comprar o ativo objeto e ao lançador, a obrigação

de vendê-lo.

Os titulares de uma opção de compra são agentes com interesse de

compra do ativo em uma data futura, garantindo o preço máximo a ser pago

(preço de exercício).

Os lançadores são agentes que assumem a obrigação de vender o ativo

da opção, caso o titular assim deseje, na data do exercício, em troca do

pagamento presente de um prêmio.

Opção de Venda: denominada também como Put, é a opção que

fornece ao titular o direito de vender o ativo objeto e ao lançador, a obrigação

de comprá-lo. Os titulares de uma opção de venda são agentes que desejam

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Page 24: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

vender um ativo em uma data futura, garantindo o preço mínimo de venda do

ativo (preço de exercício).

Os lançadores são agentes que assumem a obrigação de comprar o

ativo, caso o titular assim exigir, na data do exercício, em troca do pagamento

presente de um prêmio.

2.4.2 - As diferenças entre os Mercados Futuros e de Opções:

As vantagens dos mercados de opções em relação aos mercados

futuros:

Há duas características que impõe limitações aos participantes dos

mercados futuros:

Os mercados futuros permitem apenas a proteção contra oscilações

desfavoráveis de preços, mas não permitem, entretanto, que os seus

participantes possam aproveitar de um movimento favorável de preços. Isso

porque o preço que é fixado na abertura da posição é o preço liquido alcançado

com a operação, ou seja, independente dos preços no mercado físico terem se

movimentado, favoravelmente ou não, no fim da operação, a posição será

encerrada por aquele preço estipulado na abertura da posição.

Todos participantes do mercado futuro devem depositar a margem de

garantia, porque ambos (comprador e vendedor) oferecem risco ao sistema.

Além do depósito da margem, o participante deve dispor de uma quantia

razoável para poder cobrir os eventuais ajustes diários negativos. Assim sendo,

o participante fica com um capital imobilizado devido à margem de garantia e

ainda deve administrar ajustes diários, o que pode ser muito custoso,

principalmente aos hedgers.

Os mercados de opções possuem algumas características que

solucionam os problemas dos mercados futuros apontados anteriormente.

A principal distinção entre os mercados futuros e os mercados de

opções, é que nos primeiros tanto comprador quanto o vendedor possuem Instituto Educacional BM&F Jan/2006

Divisão de Cursos e Eventos Educacionais24

Page 25: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

obrigações e no segundo, uma das partes possui uma obrigação (lançador) e a

outra um direito (titular).

Assim sendo, os titulares das opções tem a possibilidade de se proteger

apenas contra a alta ou queda de preços exercendo ou não o seu direito.

As margens de garantia e ajustes diários que desestimulam muitos

participantes, são substituídas por um único pagamento inicial (prêmio da

opção) que é também a perda máxima que o titular pode realizar. Apenas o

lançador da opção precisa depositar a margem, pois é o único que oferece

risco de não cumprimento do contrato.

O próximo quadro sintetiza as diferenças funcionais e operacionais entre

os Mercados Futuros e de Opções:

Mercados Futuros Opções

As duas contrapartes possuem

obrigações quando da liquidação do

negócio.

Uma contraparte possui uma obrigação

(lançador) e outra um direito (titular).

O preço de abertura de uma posição a

futuro é o preço liquido alcançado

pela estratégia. O comprador ou

vendedor do contrato negocia a

mercadoria por um preço fixo

independente das cotações no

mercado a vista terem caído ou

subido É possível se garantir contra

movimentos desfavoráveis de preço e

não é possível aproveitar as

oscilações favoráveis do Mercado.

Os mercados de opções permitem aos

seus titulares montar estratégias que

permitem a proteção apenas contra a

alta ou a queda de preços de modo que

é possível aproveitar movimentos

favoráveis de preços.

Comprador e vendedor devem

depositar margem de garantia

O titular da opção faz apenas um

pagamento inicial (prêmio da opção) e

não precisa depositar a margem de

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Page 26: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

garantia.

Apenas o lançador da opção necessita

depositar a margem de garantia.

Ajuste diário Ausência de ajuste diário

Com os conceitos apresentados anteriormente podemos apresentar a

definição completa dos participantes do Mercado de Opções:

Participante Definição

Comprador de uma

Opção de Compra

É o titular que tem o direito de comprar o ativo objeto

por um preço de exercício até ou na data de

exercício.

Vendedor de uma Opção

de Compra

É o lançador, possui a obrigação de vender o ativo

objeto, se o titular exigir, pelo preço de exercício até

ou na data de exercício.

Comprador de uma

Opção de Venda

É o titular que tem o direito de vender o ativo objeto

por um preço de exercício até ou na data de

exercício.

Vendedor de uma Opção

de Venda

É o lançador, possui a obrigação de comprar o ativo

objeto, se o titular exigir, pelo preço de exercício até

ou na data de exercício.

Exemplo de uma operação no Mercado de Opções:

Compra de uma Call (opção de compra) para vencimento em 20 de

fevereiro de 2003 com preço de exercício R$ 2.500,00; pagando um prêmio de

R$100,00.

Interpretação:

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Page 27: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

O comprador da opção (titular) estará adquirindo o direito (mas não a

obrigação) de comprar um determinado ativo por R$ 2.500,00. O vendedor da

opção (titular) estará assumindo a obrigação de vender o ativo se o titular

assim o desejar. Para assumir essa obrigação, o lançador recebeu do titular um

valor presente de R$100,00 (prêmio).

Situações possíveis:

O valor do ativo objeto é superior ao preço de exercício:

Suponha que o valor do ativo objeto na data do exercício seja de R$

2.800,00. Esse valor é maior do que o preço de exercício somado ao prêmio

(R$ 2.500,00+ R$100,00=R$2.600,00), logo o titular exercerá o seu direito,

pois dessa forma ele estará obtendo um ganho líquido de R$200,00

(R$2.800,00- R$2.600,00=R$200,00).

O valor do ativo objeto é inferior ao preço de exercício:

Suponha que o valor do ativo objeto no Mercado à vista na data de

exercício seja de R$2.200,00. Nesse caso o valor do ativo objeto no Mercado a

vista é inferior ao preço de exercício somado ao prêmio

(R$2.200,00+R$100,00= R$2.300,00). Nesse caso a opção não será exercida

porque o comprador poderá comprar o ativo no mercado à vista por um preço

inferior ao preço de exercício. O titular abrirá mão do seu direito perdendo

apenas R$100,00 (prêmio da opção).

O Valor do ativo objeto é inferior ao preço de exercício:

Suponha agora que o valor à vista do ativo objeto seja de R$2.500,00. O

preço a vista do ativo é igual ao de exercício. Nesta situação para o titular será

indiferente exercer a opção ou não.

Classificação:

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Page 28: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

As opções podem ser classificadas de diversas formas. Abaixo estão

relacionadas algumas delas:

Classificação conforme a relação do preço de exercício com o preço à

vista do ativo objeto (Preço a Vista x Preço de Exercício).

Segue abaixo a tabela de classificação de acordo com a relação do preço

de exercício com o preço a vista do ativo objeto:

Classificação Call Put

Dentro do

dinheiro

Preço do Exercício menor

que o Preço à Vista

Preço de Exercício maior que o

Preço à Vista

No dinheiro Preço de Exercício igual ao

Preço à Vista

Preço de Exercício igual ao

Preço à Vista

Fora do

dinheiro

Preço de Exercício maior que

o Preço à Vista

Preço de Exercício menor que o

Preço à Vista

Portanto, na situação A, do exemplo da seção anterior, classificamos a

opção como “Dentro do dinheiro”, na situação B como “Fora do dinheiro” e na

situação C como “No dinheiro”.

Classificação quanto ao Prazo de exercício

Opções Americanas: Opção que dá ao titular o direito de exercício até

a data de Exercício.

Opções Européias: Opção que dá ao titular o direito de exercício

apenas na data de vencimento.

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Page 29: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

Na BM&F, as Opções variam de acordo com os ativos negociados:

Ativo negociado Tipo de Opção

IBOVESPA Call : Americana

Put : Européia

OURO Call : Americana

Put : Européia

DÓLAR Call: Européia e Americana

Put: Européia e Americana

IDI Call: Européia

Put: Européia

AGROPECUÁRIOS Call e Put: Americana

Classificação quanto ao objeto do Contrato:

Opções sobre disponível: são opções cujo objeto do contrato é o

próprio ativo objeto

Exemplos: opções sobre ações, opções sobre ouro.

Opções sobre futuro: são opções cujo objeto do contrato é um

contrato futuro de um determinado ativo objeto.

Exemplos: opções sobre Ibovespa, opções sobre Boi Gordo, opções sobre

Café.

Um comprador de opção de venda (Put) de Ibovespa exercendo seu

direito receberá contratos futuros de Ibovespa com a posição vendida e neste

mesmo dia ficará sujeito aos mecanismos dos contratos futuros, sofrerá ajuste

diário e deverá depositar margem. Caso leve sua operação à data de exercício

Instituto Educacional BM&F Jan/2006Divisão de Cursos e Eventos Educacionais

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Page 30: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

compulsoriamente a bolsa registrará uma posição vendida em futuros do

Ibovespa na mesma quantidade que possuía com opções.

2.5 - Mercados Cambiais

2.5.1 - Taxas de Câmbio

A Taxa de câmbio pode ser definida como o valor de uma moeda em função

de outra, ou seja o valor da moeda estrangeira em termos da moeda

doméstica ou em outras palavras, a taxa de conversão de uma moeda em

outra.

Exemplos:

1U$$ = R$ 3,15 , leia é necessário R$3,15 para se comprar um Dólar.

1 Euro= R$ 3,70, leia é necessário R$3,70 para se comprar um Euro.

A taxa de câmbio é um preço e assim como os demais preços da

economia são determinados pela interação conjunta dos compradores e

vendedores que negociam moeda estrangeira, ou seja a taxa de câmbio é a

taxa que equilibra a demanda e a oferta de divisas (moeda estrangeira) e é

determinada nos mercados cambiais.

2.5.2 - Participantes do Mercado de Câmbio:

Os principais participantes do Mercado de Câmbio são os bancos

comerciais, as empresas que participam do comércio internacional, instituições

financeiras não bancárias e os Bancos Centrais. Segue abaixo uma breve

descrição das características de cada um desses participantes:

Instituto Educacional BM&F Jan/2006Divisão de Cursos e Eventos Educacionais

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Page 31: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

* Bancos Comerciais:

Praticamente todas as transações internacionais envolvem débito e

crédito das contas de bancos comerciais e a grande maioria das transações de

câmbio envolvem trocas de depósitos bancários denominados em moedas

diferentes.

Além disso, atualmente, a maior parte das atividades no mercado de

câmbio são realizadas no mercado interbancário (negociações entre bancos)

Nesse mercado nenhuma quantidade inferior a R$1.000.000,00 é

comercializada.

As taxas de câmbio disponíveis para as empresas, denominadas taxas

de “varejo’, são em geral bem menos favoráveis do que as taxas de

‘’atacado’’. O diferencial entre as taxas de varejo e de atacado é a

remuneração dos bancos para realizar negócios.

Isso faz com que os bancos comerciais estejam sempre no centro do

Mercado de Câmbio.

* Empresas

Empresas multinacionais efetuam pagamentos ou recebem suas receitas

em moedas diferentes dos países em que estão sediadas. Empresas

exportadoras e importadoras tem suas atividades extremamente ligadas ao

Mercado cambial.

* Instituições financeiras não bancárias:

Compreendem corretoras, fundos de investimento, fundos de pensão,

enfim investidores institucionais, que não captam seus recursos a partir de

depósitos à vista (como fazem os bancos comerciais), e que oferecem uma

gama de serviços a seus clientes muito semelhantes ao dos bancos.

A participação das instituições financeiras não bancárias nos mercados

cambiais, é recente e ocorreu em consequência da desregulamentação dos

mercados financeiros nas últimas décadas. Desde então essa participação tem

aumentado progressivamente.

Instituto Educacional BM&F Jan/2006Divisão de Cursos e Eventos Educacionais

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Page 32: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

* Bancos Centrais:

Os Bancos Centrais intervêm no mercado de câmbio, em alguns casos,

através da compra ou venda de divisas para executar a politica monetária.

Embora o volume das transações realizadas pelos Bancos Centrais não

sejam grandes, os efeito dessas transações podem ser enormes pois os demais

participantes dos mercados cambiais veêm as decisões dos Bancos Centrais

como sinais das políticas macroeconômicas que poderão influenciar as taxas

de cambio

A demanda por moeda estrangeira:

A demanda por moeda estrangeira pode ser impusionada por diversos

motivos. Nesse texto nos concentraremos nos motivos transação e

especulação.

Os participantes que demandam moeda estrangeira para transações

são:

Importadores de bens e serviços, como por exemplo:

- Importação de bens e serviços

- Turismo Remissivo

- Pagamentos ao exterior

- Amortizações e empréstimos ou financiamentos

Os participantes que demandam moeda para fins de especulação são

investidores que vislumbram obter ganhos do seu capital através de aplicações

em moeda estrangeira. A demanda desses participantes por um depósito em

moeda estrangeira é determinada pelos mesmas considerações que

determinam a demanda de qualquer outro ativo, mas o principal dessas

considerações é a visão de quanto valerá o depósito no futuro. O valor futuro

de um depósito em moeda estrangeira depende de dois fatores: a taxa de

juros que um depósito nessa moeda oferece e a expectativa de mudança

na taxa de cambio em relação a outras moedas.

A Oferta por moeda estrangeira:

Instituto Educacional BM&F Jan/2006Divisão de Cursos e Eventos Educacionais

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Page 33: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

A oferta de moeda estrangeira é influenciada por razões análogas à

demanda ou seja por exportadores de bens e serviços que tem suas receitas

em moeda estrangeira, turismo receptivo, recursos captados no exterior

(empréstimos, financiamentos e pagamentos antecipados) ou ainda

recebimentos diversos como lucros juros e dividendos, doações, heranças.

O Mercado futuro de Dólar Comercial:

Sendo o dólar a moeda veículo para transações internacionais e tendo as

autoridades monetárias adotado um regime de taxas de câmbio flexíveis,

tornou-se imprescindível a criação de mecanismos de proteção aos agentes

econômicos que estão sujeitos à variação cambial.

O contrato futuro de taxa de câmbio reais por dólares dos Estados

Unidos é um dos principais instrumentos de hedge nos mercados cambiais.

São exemplos de hedgers nesse mercado: importadores, exportadores e

empresas em geral que tenham ativos ou dívidas atreladas ao dólar.

A seguir o resumo desse contrato:

Resumo do Contrato

Objeto de negociação: taxas de câmbio de reais por dólares dos EUA

para pronta entrega

Tamanho do Contrato: US$50.000.000

Data de Vencimento: primeiro dia útil do mês de vencimento

Cotação: Reais por mil dólares

Limite de Oscilação Diária: 5%

Fórmula do ajuste diário:

1ºdia:

AD= (Pat-PO) x m x n

Posições mantidas em aberto no dia anterior:

AD = (Pat-Pa (t-1)) x m x nInstituto Educacional BM&F Jan/2006

Divisão de Cursos e Eventos Educacionais33

Page 34: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

Onde:

AD: valor do ajuste diário

Pat: preço de ajuste do dia

PO: preço da operação

N: nº de contratos

Pa (t-1): preço de ajuste do dia anterior

2.5.3 - Exemplo de Operações no Mercado Futuro de Dólar

Comercial

1 – Um participante compra 10 contratos de DOL FEV3 em 13/11/2002

ao preço de R$ 3.511,00 por contrato. Qual o ajuste ao final do dia?

Resolução

AD= (Pat-PO) x m x n

AD= (3,51212-3.511,00) x10 x 50.0000 = 560

Resposta: O participante receberá um ajuste de R$560,00

2 – Este participante mantém os mesmos 10 contratos no dia

14/11/2002. Qual o ajuste no final do dia?

Resolução

AD= (Pat-Pa (t-1)) x m x n

AD= (3,603. 49 – 3.512.12) X 50.000 x 10= 45.685,00

3 – No dia 18/11/2002 o participante vende 5 dos seus contratos ao

preço de R$3.484,00 por contrato. Qual o ajuste ao final do dia?

Resolução

Ajuste das Posições encerradas

AD= (3.484,00-3,48570) x 5 x 50.000 = (R$425)

Instituto Educacional BM&F Jan/2006Divisão de Cursos e Eventos Educacionais

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Page 35: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

Ajuste das posições mantidas em aberto

AD= (3,48570 – 3,603. 49) x 50.000 x 10= (R$58895,00)

,

2.6 – Mercados de Taxas de Juros

Os Mercados futuros de taxas de juros e de moedas surgiram no

contexto das transformações econômicas assistidas mundialmente na década Instituto Educacional BM&F Jan/2006

Divisão de Cursos e Eventos Educacionais35

Data Spot Dezembro Janeiro Fevereiro Abril01/11/02 3.6113 3,550.05 3,503.31 3,468.58 3,029.1804/11/02 3.5418 3,514.41 3,472.03 3,449.71 3,034.6605/11/02 3.5625 3,506.39 3,456.65 3,427.11 3,064.7706/11/02 3.5976 3,637.37 3,572.37 3,523.68 3,054.6907/11/02 3.6218 3,578.15 3,520.75 3,469.84 3,020.1108/11/02 3.5271 3,522.21 3,483.19 3,446.01 3,043.9111/11/02 3.5035 3,494.09 3,457.09 3,426.16 3,019.0212/11/02 3.5527 3,591.05 3,541.05 3,499.89 3,031.6213/11/02 3.6342 3,616.07 3,564.41 3,513.12 3,064.8414/11/02 3.6797 3,705.10 3,650.64 3,603.49 3,097.7318/11/02 3.5889 3,556.27 3,512.27 3,485.70 3,098.2119/11/02 3.5547 3,565.40 3,539.40 3,516.44 3,147.2120/11/02 3.5146 3,504.99 3,489.93 3,470.71 3,222.9421/11/02 3.5103 3,520.36 3,505.36 3,482.88 3,209.3122/11/02 3.5616 3,553.44 3,534.44 3,510.50 3,323.0925/11/02 3.5492 3,532.00 3,508.00 3,475.64 3,519.5426/11/02 3.5872 3,608.57 3,582.57 3,556.86 3,395.7227/11/02 3.5898 3,574.68 3,553.68 3,533.97 3,486.3828/11/02 3.6030 3,583.69 3,565.69 3,543.00 3,586.4229/11/02 3.6365 3,636.50 3,634.38 3,612.41 3,463.5802/12/02 3.6160 3,636.50 3,584.74 3,559.69 3,388.0203/12/02 3.6625 3,629.39 3,599.39 3,406.4504/12/02 3.7049 3,672.54 3,642.04 3,397.2305/12/02 3.7514 3,766.49 3,730.49 3,392.4206/12/02 3.7526 3,707.08 3,678.47 3,537.4309/12/02 3.7980 3,738.93 3,707.93 3,534.95

Vencimento 3/12/2002 2/1/2003 3/2/2002 1/4/2003

Futuro - Ajuste

Page 36: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

de 70 que levaram a profundas mudanças nos regimes cambiais e no

comportamento das taxas de juros, impondo aos vários segmentos da

atividade econômica exposição a riscos até então desconhecidos.

Tal situação exigiu o desenvolvimento de formas de gerenciamento de

riscos contra a volatilidade do câmbio e das taxas de juros. Criaram-se então

os derivativos de juros e moedas, como alternativa de proteção a esses novos

riscos.

Atualmente, os derivativos referenciados em taxas de juros são os mais

negociados no mundo. Na BM&F, os contratos de DI, ocupam uma posição de

destaque representando cerca de 60% do volume financeiro negociado

diariamente.

Neste capítulo apresentaremos os instrumentos oferecidos pela BM&F.

2.6.1 - Mercados futuros de DI de 1 dia

Operações de depósito Interfinanceiro – O Mercado de CDI à

vista

Antes de entrarmos em matéria com os mercados futuros de DI, é

preciso compreender o funcionamento das operações de CDI, uma vez que o

contrato de DI é um derivativo das negociações.

O CDI é um título de dívida, utilizado como instrumento de transferência

de recursos entre os Bancos.

O mercado à vista de CDI, conhecido também como mercado

interbancário, foi criado em 1986 junto com a implantação do Plano Cruzado e

tem como finalidade a transferência ágil de recursos e de liquidez entre as

instituições financeiras que constituem o sistema financeiro.

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Operador de Pregão BM&F

Apenas às instituições financeiras é permitida a participação neste

mercado. O sucesso desse tipo de operação deve-se ao fato de ser uma fonte

rápida de captação de recursos, em que o mercado redistribui a liquidez do

Sistema sem a participação do Bacen. Quando o Bacen interfere diretamente

das operações de transferência de recursos entre bancos, isso incorre em

varias implicações como alteração da Base Monetária, ou criação de moeda,

enfim efeitos colaterais à política monetária do país que são ausentes no

mercado CDI.

Como se operacionalizam as operações de CDI

O CDI over é um título de dívida emitida por uma instituição financeira

por apenas um dia. Podem ser emitidos títulos com prazos de vencimento

maiores que 1 dia: 30, 60, 360 dias, por exemplo.

As operações de CDI são registradas pela CETIP (Central de liquidação e

Custódia de Títulos) que é uma instituição que se constitui sob a forma de um

mercado de balcão organizado, que se incumbe do registro de operações dessa

natureza e divulga diariamente as taxas médias do CDI, denominadas taxa

CDI-CETIP.

Um dos principais componentes de formação da taxa CDI/Cetip é o

prêmio pelo risco. Dado que uma instituição que concede o empréstimo nunca

tem certeza da devolução do valor concedido, as taxas de juros são acrescidas

de um ágio de risco que aumenta ou diminui de acordo com a confiança na

concessão de crédito.

Exemplo de operação de CDI

Valor de ida = R$10.000.000,00

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Operador de Pregão BM&F

Devido à ampla generalização do uso das instituições financeiras do mercado

de CDI como fonte de captação de recursos, podemos dizer que o CDI é uma

operação de empréstimo entre bancos e a taxa média CDI/CETIP é a taxa

referencial básica do custo interbancário.

Os Futuros de DI de 1 dia

Resumo do Contrato:

1) Ativo Objeto:

Taxa de juro efetivo até o vencimento do contrato, definida para esse

efeito pela acumulação das taxas diárias de DI no período compreendido entre

a data de negociação e o último dia de negociação do contrato.

2) Cotação:

Taxa de juro efetiva anual base 252 dias úteis, com até três casas

decimais.

3) Variação mínima de apregoação:

0,001 pontos por taxa

4) Unidade de negociação

PU (preço unitário) multiplicado pelo valor em reais de cada ponto,

estabelecido pela BM&F.

5) Meses de Vencimento:

Os quatro primeiros meses subseqüentes ao mês em que a operação foi

realizada e, a partir daí, os meses que se caracterizarem como início de

trimestre.

6) Data de Vencimento

Primeiro dia útil do mês de vencimento

7) Ultimo dia de negociação

Dia útil anterior à data do vencimento

8) Ajuste diário

Ajuste das operações realizadas no dia

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Operador de Pregão BM&F

ADt = (PAt-PO) x M x N

Ajuste das posições em aberto no dia anterior

ADt = [PAt – (PAt-1 x FCt)] x M x N

Onde:

ADt = valor do ajuste diário, em reais, referente à data “t’’

PAt =preço de ajuste diário do contrato na data “t”, para o vencimento

respectivo

PO = preço da operação, em PU, calculado da seguinte forma após o

fechamento do negócio

M= valor em reais de cada ponto de PU, estabelecido pela BM&F

N=nº de contratos

PAt-1= = preço de ajuste na data t-1

FCt= fator de correção na data t

Nas próximas seções serão apresentadas as características das

principais especificações contratuais relacionadas anteriormente.

2.6.2 - Apresentação do contrato

O contrato futuro de DI de um dia tem como ativo objeto a taxa média

do CDI/CETIP over, ou seja, a taxa de juros média para o período entre a data

de negociação e a data de vencimento do contrato.

Hedgers

Esse contrato foi criado em 1991, com objetivo de oferecer um

instrumento de proteção para empresas e instituições financeiras contra o risco

das oscilações das taxas de juros. Exemplos: uma empresa com um passivo em

CDI corre o risco das taxas de juros subirem. Já um banco com um passivo pré-

fixado e ativo em CDI corre o risco das taxas de juros caírem.

Características funcionais e operacionais do Contrato

Preço Unitário (PU):

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Operador de Pregão BM&F

O contrato futuro de DI é negociado em taxa de juros ao ano. Como

traduzir os movimentos desta taxa em valores a pagar ou a receber? Para

resolver esse problema, determinou-se que os as taxas negociadas dos

contratos futuros de DI seriam transformadas para Preços Unitários (Pus). O

valor do contrato futuro de DI na data de vencimento é sempre o mesmo,

100.000 pontos, sendo que cada ponto equivale, atualmente, a R$1,00. O PU

nada mais é do que o valor presente, R$100.000,00, trazidos à taxa de juros

negociada.

Definimos PU (Preço Unitário) como sendo o valor presente de uma aplicação

teórica num título hipotético que sendo remunerado pela taxa de juro de um

dia da CETIP, teria um valor de resgate de R$100.000,00.

A fórmula de obtenção do PU pode ser derivada do modelo valor

futuro/valor presente, usualmente utilizado na matemática financeira.

Demonstração da obtenção da Fórmula do PU do contrato Futuro de DI

VF = VP (1+i)n

VF = é o valor de face do contrato futuro de DI, ou seja, seu preço na data do

vencimento que é sempre igual a 100.000 pontos.

VP = é o PU preço unitário

I = taxa de juros negociados

N = nº de saques reserva, compreendido entre a data de negociação e a data

de vencimento do contrato.

PU x (1+i)n/252 = 100.000

Logo:

Os PU’s dos contratos variam de acordo com a oscilação das taxas de

juros projetadas para o período em questão. As taxas de juros afetam os PU’s

da seguinte forma:

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O preço de negociação (PU) é sempre igual ao preço na data de

vencimento (100.000 pontos), descontado pela taxa de juros projetada para

período, como indica a fórmula apresentada acima. Observe que existe uma

relação inversa entre PU e taxa de juros negociada, de modo que a elevação ou

redução da segunda implica num movimento inverso no primeiro, ou seja,

quanto maior a taxa de juros negociada menor é o PU do contrato e vice-versa.

Exemplos:

a) Um contrato negociado para determinado vencimento, com 121

saques (ou dias úteis) a decorrer:

Taxa negociada – 18,70% ao ano

Ou seja, para uma taxa negociada de 18,70%, o PU é de 92.098,35.

b) Um contrato negociado para determinado de vencimento com 59

saques (ou dias úteis) a decorrer.

Taxa negociada – 18,90%

Ou seja, para uma taxa negociada de 18,90%, o PU é de 96.028,00.

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Operador de Pregão BM&F

Uma característica importante é que todos os vencimentos têm valor de

liquidação igual a R$ 100.000,00. Dessa forma, os PUs dos vencimentos mais

longos acumulam as taxas de juros dos vencimentos mais curtos.

Cotação

Os contratos futuros de DI são negociados em taxa (taxa de juro efetiva

anual, base 252 dias úteis com até três casas decimais), ou seja, a negociação

do futuro de DI consiste na compra ou na venda de uma taxa para uma data

futura.

A operação de compra ou venda a taxa gera um PU em posição

contrária, ou seja, compra de taxa gera um PU vendido e similarmente a venda

de taxa gera um PU comprado. O PU é sempre expresso em duas casas

decimais.

No Pregão são realizadas operações de compra e venda de taxa de juros anual

efetiva com base 252 dias úteis.

Operações de compra de taxa são convertidas em posições de vendidas de

PU.

Operações de venda de taxa são convertidas em posições compradas de PU.

Assim sendo o participante que estiver comprado em taxa (vendido em

PU), terá ajustes positivos quando a taxa de juros subir e negativos quando a

taxa de juros cair. Analogamente o participante que estiver vendido em taxa

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(comprado em PU), terá ajustes negativos quando a taxa cair e ajustes

positivos quando a taxa de juros subir.

Conclusões:

O comprado é um altista em taxa de juros (ganha ajuste quando as taxas

sobem), logo posições compradas revelam expectativa de alta nas taxa de

juro CDI.

O vendido é um baixista em taxas de juros (ganha quando as taxas de juros

caem), posições compradas revelam expectativa de queda nas taxas de juro

CDI.

Taxas esperadas para os vencimentos:

Como já foram mencionados anteriormente, os vencimentos mais longos

acumulam as taxas de juros dos vencimentos mais longos. Observe o quadro

abaixo:

Como podemos observar, o quarto vencimento carrega as taxas de juros

de todos os vencimentos anteriores. Logo, se quisermos saber qual é a taxa de

juros projetada para um determinado mês, basta dividir um vencimento pelo

imediatamente posterior. Por exemplo, dividindo o vencimento maio-02 pelo

vencimento jun-02, obtém-se a expectativa do juro de maio-02:

A taxa over anual estimada para maio de 2002 é de 19,0955% ao ano.

2.6.3 - Ajuste diário

Ajuste das operações realizadas no dia

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Page 44: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

As posições realizadas no dia são ajustadas da seguinte forma. Toma-se

o preço de ajuste do dia (PU do dia), subtrai-se o preço correspondente à taxa

negociada no pregão (preço de abertura da posição), multiplica-se pelo valor

do ponto (estipulado atualmente em R$1,00) e multiplica-se novamente pelo

número de contratos negociados.

Segue abaixo a fórmula de ajuste das operações realizadas no dia:

ADt = (PAt-PO) x M x N

Onde:

ADt = valor do ajuste diário, em , reais, referente à data “t’’

PAt =preço de ajuste diário do contrato na data “t”, para o vencimento

respectivo

PO = preço da operação, em PU, calculado da forma usual após o

fechamento do negócio

M= valor em reais de cada ponto de PU, estabelecido pela BM&F

N=nº de contratos

PAt-1= = = preço de ajuste na data t-1

FCt= fator de correção na data t

Ajuste das posições em aberto no dia anterior

O ajuste das posições mantidas em aberto no dia anterior por sua vez é

obtido da seguinte forma: Toma-se o preço de ajuste do dia e subtrai-se o

preço de ajuste do dia anterior, corrigido pela taxa CDI/CETIP do dia anterior.

Multiplica-se então pelo valor do ponto e pelo número de contratos.

A seguir a fórmula de ajuste das posições em aberto no dia anterior

ADt = [ PAt – ( PAt-1 x FCt)] x M x N

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Page 45: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

Onde:

ADt = valor do ajuste diário, em , reais, referente à data “t’’

PAt =preço de ajuste diário do contrato na data “t”, para o vencimento

respectivo

M= valor em reais de cada ponto de PU, estabelecido pela BM&F

N=nº de contratos

PAt-1 = preço de ajuste na data t-1

FCt= fator de correção na data t

A esta altura o leitor deve estar se perguntando: como são obtidos os

preços de ajuste do dia no pregão da BM&F? Isso é feito da seguinte forma:

Diariamente no final do pregão, a BM&F determina os PUs de fechamento (PU

de Ajuste), para cada contrato em aberto, sobre os quais serão feitos o ajuste

diário de todas as posições em aberto. Isso é feito através de um Call de

fechamento, isto é, nos últimos 15 minutos de pregão obtém-se a média de

negócios e é neste período que se define este preço. No dia seguinte esse PU

de Ajuste será corrigido pelo CDI Cetip definindo o PU de abertura.

Exemplos:

a) Ajuste da posição negociada no dia:

PU da operação do dia 06/02/02 – 98.739

PU de Ajuste do dia 06/02/02 – 98.740

Quantidade 100 contratos comprados

Valor do Ajuste pago no dia útil seguinte (dia 07/02/02)

b) Ajuste da posição negociada no dia anterior

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Operador de Pregão BM&F

PU de Ajuste do dia 06/02/02 – 98.740,00

PU de Ajuste do dia 07/02/02 – 98.810,00

CDI Cetip do dia 06/02/02 – 19,04

Quantidade – 100 contratos comprados

Valor do Ajuste pago no dia útil seguinte (dia 07/02/02)

2.7 - Mercado futuro de Cupom Cambial – DDI Futuro

2.7.1 - Cupom Cambial: definições e conceitos

Antes de definirmos o que é o Cupom Cambial é preciso entender o

significado do que é um cupom. Cupom nada mais é do que uma parcela da

taxa de juros de ativo que excede o valor de um outro ativo.

Existem diversos tipos de cupom, como por exemplo, o cupom de IGPM,

cupom de TR.

De imediato, para nossa análise nos interessa o cupom cambial, que

nada mais é do que o excedente da taxa de juros doméstica CDI e a variação

cambial.

Cupom cambial: definimos o cupom cambial como sendo o diferencial entre a

taxa de juros doméstica e a variação cambial para um determinado período.

2.7.2 - Contrato futuro de DDI

Ativo objeto

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Page 47: Apostila Curso de Operador 2006(derivativos) -parte Mercados [1]

Operador de Pregão BM&F

Em termos mais específicos o contrato futuro de cupom cambial tem

como ativo objeto o diferencial entre a taxa de juro efetiva e a variação

cambial, definidas, para esse efeito, como:

a) A taxa de juro efetiva de Depósitos Interfinanceiros-DI, calculada a

partir da acumulação das taxas médias diárias de DI de um dia, apuradas pela

Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos-Cetip, para o período

compreendido entre a data da operação no mercado futuro, inclusive, e o

último dia do mês anterior ao mês de vencimento do contrato, inclusive;

b) A variação cambial, medida pela taxa de câmbio de reais por dólar

dos Estados Unidos, para entrega pronta, contratada nos termos da Resolução

1690/90, do Conselho Monetário Nacional-CMN, apurada e divulgada pelo

Banco Central do Brasil-Bacen e observada entre o dia útil anterior à data da

operação no mercado futuro, inclusive, e o último dia do mês anterior ao mês

de vencimento do contrato, inclusive.

Em poucas palavras podemos dizer que o cupom cambial é calculado

com base na taxa de juros CDI-CETIP em relação à variação cambial medida

pela Ptax800.

Segue a fórmula de obtenção do Cupom Cambial:

Onde:

CC = Cupom Cambial

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Operador de Pregão BM&F

CDI = taxa de juros CDI CETIP expressa por dia útil

TCt-1= ptax de 1 dia

TCt-2= ptax de 2 dias

Hedgers

O contrato de cupom cambial tem por finalidade oferecer proteção aos

participantes do mercado que tenham suas atividades sujeitas a variação do

cupom cambial.

Imagine a situação de um banco que tenha ativo em dólar mais uma

taxa fixa e passivo em CDI. Este banco estará correndo o risco de que o CDI

aumente e supere o valor da variação cambial mais a taxa do ativo dolarizado.

Outra estratégia possível com esse contrato é a sua combinação com DI

futuro de modo a sintetizar a compra e a venda de dólar futuro.

PU do contrato de DDI

Similarmente ao contrato futuro de DI, o contrato futuro de cupom

cambial também é negociado no pregão em taxa e as posições em taxa são

automaticamente transformadas em posições inversas em PU, ou seja, uma

operação de compra de Cupom Cambial gera uma posição vendida de PU e

uma operação de venda gera uma posição comprada.

No mercado futuro de cupom cambial os participantes negociam o

cupom cambial que eles estão esperando para o período compreendido entre a

data da abertura da posição e a data do vencimento do contrato. O contrato de

DDI também tem o seu valor na data de vencimento determinado em 100.000

pontos. Atualmente o valor de cada ponto é de US$0,50. Logo o PU do contrato

futuro de DDI está definido como US$50.000 descontados pela taxa (Cupom

Cambial) negociada no pregão ajustada ao seu prazo.

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Operador de Pregão BM&F

O Preço unitário do contrato de DDI nada mais é do que o valor presente de

uma aplicação hipotética remunerada pelo cupom cambial e cujo valor futuro é

de 100.000 pontos. A taxa negociada no pregão é a diferença entre o valor

presente PU e o valor futuro (100.000 pontos) e representa o cupom cambial

que os participantes estão esperando para o período de vigência.

Fórmula do PU do contrato futuro de DDI:

Onde:

PU = preço unitário

cc = cupom cambial

N = número de dias compreendidos entre a data da abertura da posição

e a data do vencimento do contrato.

Exemplo de uma operação no Mercado Futuro de Cupom

Cambial:

Um contrato de DDI negociado em 04/10/2002, cujo vencimento é

02/04/2003 (vencimento ABR03), com 181 dias úteis a decorrer:

Valor Futuro = Valor no vencimento = 100.000 pontos

Valor Presente = PU preço unitário = 96.533,47

Qual é o Cupom Cambial esperado para o período? E para o ano?

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Operador de Pregão BM&F

Resolução:

Para obter a taxa que foi negociada, a partir do PU, basta dividir 100.000

(nº de pontos no valor do vencimento), pelo valor do PU, subtrair 1 e

multiplicar por 100. Já para obter a taxa ao ano, basta ajustar a taxa que está

ao período de 180 dias ao ano.

Cupom esperado para o período= = 3,59103%

Cupom esperado ao ano = = 7,1423%

Ajuste diário

Ajuste das Posições realizadas no dia:

(PA de ajuste do dia – PA do dia Anterior) Valor do ponto x quantidade x

Ptaxd-1

Onde:

PA = preço de ajuste calculado pela Bolsa para o pregão do dia

Valor do ponto = estipulado pela Bolsa. Atualmente é de R$0,50

Quantidade = nº de contratos mantidos em aberto

Ptaxd-1 = preço do dólar ptax no dia anterior

Ajuste diário das posições mantidas em aberto no dia anterior:

1252

d-11

2

CDI1

100PA do dia -PA do dia anterior x x Valor x Quantidade x Ptax

PtaxPtax

d

d

Onde:

PA = preço de ajuste calculado pela Bolsa para o pregão do dia

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Operador de Pregão BM&F

Valor = valor do ponto, estipulado pela Bolsa. Atualmente é de R$0,50

Quantidade = nº de contratos mantidos em aberto

CDI = taxa CDI/Cetip do dia anterior

Ptaxd-1= preço do dólar Ptax venda no dia anterior

Ptaxd-2= preço do dólar Ptax venda no segundo dia anterior

Exemplo – Uma operação de venda de taxa e compra de PU no contrato

NOV0 (novembro de 2000), com data de vencimento em 01/02/2000 (30 dias

corridos). A instituição ao vender a uma taxa hipotética de 2,70%, estará

assumindo uma posição comprada em PU 100 contratos.

a) Cálculo do PU

b) Ajuste realizado no dia da negociação

c) Ajuste realizado no dia seguinte

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Operador de Pregão BM&F

2.8 - Forward Rate Agreement de Cupom Cambial

O FRA de cupom é uma modalidade operacional dos derivativos

referenciados em taxas de juros que foi implementada em fevereiro de 2001

com objetivo de permitir a negociação do Cupom Limpo para qualquer prazo

entre o primeiro vencimento do contrato futuro de cupom cambial em aberto

(DDI) e um vencimento posterior.

Cupom Limpo: é o cupom cambial sem a variação causada pela defasagem

de um dia da PTAX800, (taxa de câmbio do dia anterior ao dia da operação

utilizada na liquidação dos contratos de DDI).

Anteriormente ao lançamento do FRA, a negociação do Cupom Limpo só

era possível através da montagem de uma operação sintética que consistia na

combinação de duas operações no mercado futuro de DDI da seguinte forma:Instituto Educacional BM&F Jan/2006

Divisão de Cursos e Eventos Educacionais52

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Operador de Pregão BM&F

1) Abertura de uma posição comprada ou vendida em DDI

2) Abertura de uma posição inversa à primeira no primeiro vencimento

em aberto de DDI

Dessa forma, as partes conseguiam negociar a taxa de juro linear para

um período que começa em uma data futura, no dia da liquidação do primeiro

vencimento do DDI e acaba no dia da liquidação do vencimento mais distante

negociado, ou seja, o Cupom Limpo.

O FRA de Cupom é uma modalidade operacional que dispensa a

necessidade de se realizar duas operações com objetivo de se alcançar uma

terceira, que é a negociação do Cupom Limpo. As negociações são apregoadas

diretamente como cupom cambial limpo e as operações são realizadas como

se fossem operações de um novo contrato, ou seja, possuem códigos de

negociação próprios e se sujeitam a todas as regras de pregão existentes para

os demais contratos futuros. No entanto, toda vez em que se gerarem posições

no FRC, estas serão automaticamente transformadas pelo sistema da BM&F em

duas outras operações:

a) para o vencimento de DDI idêntico ao vencimento negociado no FRC (ponta

longa);

b) ao primeiro vencimento de DDI (ponta curta) de natureza inversa a

operação anterior.

O FRA de cupom não é um novo contrato, mas sim uma forma de

realizar, em uma única operação, o que só seria possível em duas, reduzindo

assim os custos operacionais e facilitando a montagem de estratégias de

hedge no mercado de derivativos referenciados em taxas de juros.

2.8.1 - Características do FRA de cupom

* As interferências nos negócios de FRC só poderão ser efetuadas para a

totalidade do negócio ofertado (as ofertas de compra ou de venda se realizarão

no seu total).Instituto Educacional BM&F Jan/2006

Divisão de Cursos e Eventos Educacionais53

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Operador de Pregão BM&F

* A partir do segundo dia de negociação do primeiro vencimento de DDI,

a ponta curta será gerada para o segundo DDI em aberto, mantendo esse

vencimento até o ultimo de negociação e assim sucessivamente.

* No vencimento da ponta curta a posição de FRA é desfeita. Caso a

instituição deseje manter a posição em cupom limpo deverá abrir uma nova

posição no DDI curto uma vez que não há rolagem automática.

* A operação para o primeiro vencimento de DDI será registrada

automaticamente pela BM&F, pelo preço de ajuste desse contrato, que será

apurado com base nos preços de ajustes do DI futuro e do dólar futuro para os

mesmos vencimentos, sem prejuízo da prerrogativa da BM&F de arbitrar um

preço diferente, caso julgue esse critério inconsistente. O limite de oscilação de

preços será de 15% sobre o taxa de ajuste de referência o dia anterior (preço

de ajuste teórico do FRC).

* Todos os resultados financeiros das operações de FRC, inclusive as

operações de day trade, serão apurados de acordo com os procedimentos

estabelecidos para o contrato de DDI, já que não haverá posições em aberto de

FRC. Para facilitar a formação de preços pelos traders, a cotação do FRC, em

pregão, se fará em taxa de juro linear anual, com base em 360 dias corridos,

da mesma forma que o DDI. Essas cotações estarão expressando a expectativa

quanto ao nível a termo das taxas de juros cambiais, da data de vencimento do

DDI ponta curta até a data de vencimento do DI ponta longa.

* As operações são feitas em taxa e transformadas pelo sistema em PU.

Exemplo de uma operação:

Compra de FRC realizada em 12/02/2001, com vencimento em 02 de

janeiro de 2002 (JAN2), a operação equivale a comprar o vencimento de DDI

JAN2 e a segunda operação, de natureza inversa, a vender o vencimento MAR1

(01/03/2001).

A formação desses PUs é feita de forma que entre os dois vencimentos

(curto e longo) se mantenha a taxa original da operação, da seguinte forma:

Data da operação – 12/02/2001

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Operador de Pregão BM&F

Taxa negociada – compra de FRC a 7,30%

NDC ponta longa – 324 dias corridos

NDC ponta curta – 17 dias corridos

Preço de Ajuste MAR1 em 12/02/2001 – 99.354,42

Cupom da ponta curta =

Cupom da ponta longa =

PU DDI ponta longa =

Se a instituição ficou comprada em taxa no DDI, vencimento JAN2, a

7,68%, e conseqüentemente, vendido em PU, e vendida em taxa no DDI, a

13,76%, vencimento MAR1, e conseqüentemente comprada em PU.

Operação de Compra de FRC

Taxa PU

FRC JAN2 Compra = 7,30%Resultado no DDI

DDI longo JAN2 Compra = 13,76% Venda = 93.534,86DDI curto MAR1 Venda = 7,68% Compra = 99.354,42

A instituição ao apregoar a compra 1000 contratos de FRC, vencimento

JAN2, a taxa de 7,30%, ela assume uma posição vendida em PU de DDI de

Instituto Educacional BM&F Jan/2006Divisão de Cursos e Eventos Educacionais

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Operador de Pregão BM&F

1000 contratos no vencimento JAN2, e na posição curta, no caso MAR1, a

seguinte quantidade, arredondando-se para unidade mais próxima:

Assim, temos 941 contratos comprados em PU de DDI no vencimento

MAR1.

2.9 - Mercado futuro de Índice Bovespa

2.9.1 - Apresentação do Contrato

No mercado Futuro de Ibovespa negocia-se o índice de ações da Bolsa

de Valores de São Paulo. O índice Bovespa é o principal indicador do

desempenho médio das ações no mercado brasileiro.

O valor do índice é obtido através da simulação de uma aplicação

hipotética em uma carteira teórica constituída pelas ações que em conjunto

representam 80% do volume transacionado à vista nos doze meses anteriores

a formação da carteira.

Além disso, as ações que constituem o índice devem apresentar 80% de

presença nos pregões do período. A participação de cada uma das ações

recebe pesos diferentes de acordo com a sua representatividade nos

mercados.

O mercado futuro de IBOVESPA tem como finalidade permitir aos

participantes do mercado a cobertura contra movimentos adversos dos preços

das ações.

Hedge

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Operador de Pregão BM&F

Os hedgers nesse mercado futuro de IBOVESPA são basicamente

participantes que possuem ações do índice e temem uma possível

desvalorização ou ainda participantes que pretendem fazer aquisição de ações

do índice numa data futura e correm o risco de uma alta no preço das ações.

Os compradores do índice ganham com a alta da pontuação do índice e

os vendedores com a queda. Os especuladores nesse mercado atuam

comprando contratos, quando tem expectativa de alta e vendendo quando tem

expectativa de queda.

O comprador de contratos futuros de IBOVESPA é um altista do índice, pois

recebe ajustes positivos quando o índice sobe.

O vendedor dos contratos futuros de IBOVESPA é um baixista do índice, pois

recebe ajustes positivos quando o índice cai.

Assim sendo posições compradas revelam expectativas de alta do índice

e posições vendidas revelam expectativa de queda do índice.

Resumo do Contrato:

Objeto de negociação: Índice de ações da Bolsa de Valores de São

Paulo (Índice Bovespa - Ibovespa).

Tamanho do Contrato: Ibovespa futuro multiplicado pelo valor em

reais de cada ponto do índice, estabelecido pela BM&F (atualmente o valor do

ponto é de R$3,00).

Data de Vencimento: primeiro dia útil do mês de vencimento

Cotação: Pontos do índice, sendo cada ponto equivalente ao valor em

reais estabelecido pela BM&F. (atualmente o valor do ponto é de R$3,00)

Limite de Oscilação Diária: 5%

Fórmula do ajuste diário:

1ºdia:

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AD= (Pat-PO) x M x n

Posições mantidas em aberto no dia anterior:

AD= (Pat-Pa (t-1)) x M x n

Onde:

AD: valor do ajuste diário

Pat: preço de ajuste do dia

PO: preço da operação

N: nº de contratos

Pa (t-1): preço de ajuste do dia anterior

2.9.2 - Exemplos de Operações no Mercado futuro de Ibovespa

Exemplo nº1

Compra de 10 contratos por 10.100 e venda 10 contratos por 10.200:

Resolução:

AD= (Pat-PO) x M x n

AD= (10.200-10.100) x 10 x R$3,00 = R$3.000

O resultado da operação foi um ganho de R$3.000,00

Exemplo nº2

Venda de 5 contratos por 9.500 e compra 5 contratos por 9.450:

Resolução:

AD= (Pat-PO) x M x n

AD= (9.500-9.450) x 5 x R$3,00 = R$750,00

O resultado da operação foi um ganho de R$750,00

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Exemplo nº3

Primeiro dia: Compra de 20 contratos por 9.300, e venda de 5 por

9.400 e tive um ajuste de 9.420.

Segundo dia: Venda de 10 contratos por 9.250 e um ajuste de 9.370.

Terceiro dia: Compra de 10 contratos por 9.300 e venda do saldo por

9.450, zerando a posição.

Resolução

1º dia

No primeiro dia foram abertas 20 posições sendo cinco encerradas no

próprio dia e quinze mantidas em aberto para o dia seguinte:

Posições encerradas no próprio dia:

AD = (Pat-PO) x M x n

AD = (9400 – 9.300) x 5 x R$3,00= R$1.500,00

Posições mantidas em aberto para o dia seguinte:

AD = (Pat-PO) x M x n

AD = (9420 – 9.300) x 15 x R$3,00= R$5.400,00

Resultado do dia= R$1.500,00+ R$5.400,00 = R$6.900,00

2º dia

Foram encerradas dez das quinze posições mantidas em aberto do dia

anterior e as outras cinco foram carregadas para o dia seguinte:

Posições encerradas no dia

AD= (Pat-PO) x M x n

AD= (9250-9420) x 10 x R$3,00= (R$5.100,00)

Posições encerradas no próprio dia:Instituto Educacional BM&F Jan/2006

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AD= (Pat-Pa (t-1)) x M x n

AD= (9250-9420) x 10 x R$3,00= (R$5.100,00)

Posições mantidas em aberto para o dia seguinte:

AD= (Pat-Pa (t-1)) x M x n

AD= (9370-9420) x 5 x R$3,00= (R$750,00)

Resultado do dia = (R$5.100,00) + (R$750,00) = (R$5.850,00)

3º dia

No terceiro dia foram abertas dez novas posições e em seguida todas as

posições, tanto as novas como as mantidas em aberto do dia anterior foram

encerradas.

Posições abertas e encerradas no próprio dia

AD= (9450-9300) x 10 x R$3,00 = R$4.500,00

Encerramento das posições mantidas em aberto do dia anterior:

AD = (9.450 – 9370) x 5 x R$3,00 = R$1.200,00

Resultado do dia = R$4.500,00 + R$1.200,00 = R$5.700,00

Resultado final do participante= R$6.900,00 + (R$5.850,00) +

(R$5.700,00) = R$6.750,00

O resultado final foi um ganho líquido de R$6.750,00.

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