Apostila de Astrologia

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    Astrologia

    Apostila deiniciao

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    Nota Preliminar

    O presente trabalho constitudo na sua quase totalidade de trechos recolhidos dasapostilas do Curso de Astrocaracterologia, ministrado pelo professor Olavo de Carvalhonos anos de 90 a 92, de que participei ativamente como aluno e que desde ento passei a

    lecionar, inclusive a pedido do pr!prio professor" Ao longo dos cursos, fui percebendo oquanto a imagem p#blica da astrologia era, de fato, pssima $ o que acabava impedindoa compreenso da seriedade dos nossos estudos, fruto de anos de debate e de pesquisa,

    bem como um di%logo maduro e honesto com profissionais de outras %reas e ci&ncias"Como anteve'o a import(ncia dos estudos astrol!gicos no desenvolvimento do serhumano e, por sua ve), da sociedade, e como preocupo em dar continuidade * srie dediscuss+es esclarecedoras lanadas pelo professor Olavo de Carvalho, fao, de suas

    palavras $ e das palavras trocadas com colegas de pesquisa $ as minhas, e tentorearran'ar todo esse imenso material discutido por n!s de uma maneira, digamos, -maisecon.mica/, sabendo que ao agir assim, corro o risco de macular a qualidade da obraoriginal e de me descobrir trado por este sentimento de urg&ncia que, entretanto, melana na tarefa de divulgar e disseminar toda a bagagem que a mim foi transmitida,esperando sinceramente que, por maior que se'a a escurido e as trevas, sempre ha'aalgum que insista em transportar a lu)"

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    Captulo 1 A Astrologia no contexto da Antigidade

    O Sistema das Artes Liberais

    A antiga diviso do universo num desenvolvimento ob'etivo no espao e no tempo, porum lado, e numa alma que reflete esse desenvolvimento, por outro, '% no serve para

    ponto de partida caso se queira compreender as ci&ncias modernas da nature)a" , antesde tudo, a rede de interliga+es entre o homem e a nature)a o ob'etivo central da

    ci&ncia" 1erner eisenberg

    3ara o homem moderno inconcebvel sequer levar em considerao a possibilidade de

    que ha'a alguma relao entre os astros celestes e a psique humana" Afinal, isto que chamado de -pura e remota possibilidade/ considerado $ pelo homem moderno $ comoum grande devaneio de apelo saudosista e nost%lgico, determinado pela crena correntede que aquilo que antigo, pertencente a tempos remotos, '% est% e sempre estar%ultrapassado, visto a evoluo a que chegamos" 4ntretanto, se assim o fosse, de nadaadiantaria a e5peri&ncia e o conhecimento '% conquistados pela gerao dos nossosantepassados e, desse modo, teramos sempre que comear do )ero, correndo o risco decometer ento os mesmos erros que eles inclusive '% cometeram por n!s $ tal como acriana que, insistentemente, leva choque ao colocar o dedo na tomada, apesar dasadvert&ncias do papai"

    3or isto, antes mesmo de criticar a astrologia di)endo que ela uma ci&ncia antiga que'% caiu em desuso, deveramos rever as nossas no+es de -novo/, -velho/ e, sobretudo,de -progresso/ ainda mais quando se trata do progresso e da evoluo doconhecimento" Afinal, o -novo/ no pode significar, unica e e5clusivamente, a derrota ea destruio de algo que perdeu a sua validade e que, por isso, se tornou obsoleto,ultrapassado e -velho/" Ao contr%rio6 um conhecimento dito -novo/ tambm ocorrequando est% firmemente ancorado no que de melhor o passado '% edificou e quando setorna o melhor prolongamento daquelas pedras angulares que pavimentaram o solo onde

    pode se erguer toda uma cultura" Ou se'a6 o novo no somente uma derrota do velho $ tambm a melhor continuidade do velho" O novo, no melhor das ve)es, uma releituraque e5pressa uma sntese mais profunda e mais sucinta das sucessivas m%scaras comque os fatos foram se apresentando ao longo do tempo e que tornaram o conhecimentoto confuso e difcil" 3or isso, um conhecido dito -novo/ e que possa ser consideradoaut&ntico deve na maior parte das ve)es abarcar a imensa massa incompreensvel dosfatos, apresentando$a sob uma !tica clara e compreensvel, dando$lhe uma lu) e um

    polimento at ento ine5istentes"

    Avaliando o progresso e a evoluo do conhecimento sob esse (ngulo 78,talve) se'apossvel compreender a idia e o valor que esto embutidos na palavra -tradio/, usadainclusive para qualificar um certo grupo de conhecimentos do passado da nossacivili)ao e a maneira como ele era transmitido e ensinado" A esse conhecimento era

    dado o nome de Ci&ncia :radicional" 3ara compreend&$lo perfeitamente, devemos noslembrar que a palavra -tradio/, etimologicamente, significa transmisso" 4 que eleprocurava transmitir certas no+es de uma maneira em que nunca se perdesse a viso do

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    con'unto ou de uma maneira em que um novo campo de conhecimento pudesse serabarcado pelo qu& de mais s!lido foi construdo por outras disciplinas, tal como umti'olo que, de unidade a unidade, vai compondo uma casa" Ali%s, o 3ensamento ou aCi&ncia dita :radicional caracteri)a$se sobretudo por esta noo6 de uma unidadeessencial que determina uma hierarquia e uma ordem que abarca todos os fatos

    e5istentes, propondo uma interpretao do homem e do universo de uma maneira emque todos os fatos ca!ticos e dispersos se encai5em, encontrem o seu devido lugar e asua devida e5plicao e faam sentido, eliminando assim o absurdo e a incoer&ncia quegeralmente abala e espanta a nossa intelig&ncia"

    ;este conte5to, no deveria nos espantar o fato de que a astrologia tenha sido adisciplina que coroava o sistema de conhecimentos tradicionais chamado de Artes

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    'eometria6 disciplina que levava o indivduo a perceber como as unidades sedistribuem ao longo do espao e o ocupam, demonstrando que as idias de proporo7da dimenso espacial bem como as de perspectiva 7da direo espacial eramdesenvolvidas com o fim de estabelecer o equilbrio e a harmonia espacial"

    ,-sica6 disciplina que levava o indivduo a perceber como as unidades se manifestamao longo do tempo, isto , o compasso de durao tpico de cada coisa, revelando oritmo sob o qual tudo se desenvolve, demonstrando que as idias de melodia eresson(ncia eram desenvolvidas com o fim de estabelecer o equilbrio e a harmoniatemporal"

    Astrologia6 disciplina que levava o indivduo a perceber o lao e5istente entre as tr&sno+es anteriormente apreendidas, isto , entre a noo de unidade, espao e tempo,demonstrando que cada coisa, por ser o que , se desenvolve ao longo de um tempo eocupa um certo lugar que lhe so muito peculiares, revelando assim os laos e as

    rela+es e5istentes entre a estrutura elementar particular 7o microcosmo e a estruturauniversal 7o macrocosmo, permitindo descobrir a unidade dentro da diversidade, aordem dentro do caos $ tudo com o fim de estabelecer, digamos, o equilbrio e aharmonia e5istencial" A astrologia era a disciplina que se ocupava com o estudo dosignificado do cu, enquanto a astronomia tratava somente do aspecto fsico e descritivodeste mesmo cu, sem o seu conte#do simb!lico" A astrologia era, antes de tudo, umestudo astron.mico sobre o sentido e o significado de como todas as coisas estoarran'adas" A astrologia, pois, no passava de uma astronomia significativa"72

    >esse modo, podemos perceber que as Artes

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    uma diferena de plano muito mais comple5a e5istente entre estas dimens+es para comuma outra dimenso6 a metafsica ou sobrenatural7" A passagem de uma destasdimens+es para a outra equivaleria a um salto de planos que pode ser encarado comouma verdadeira transcend&ncia, a ser reali)ada pelo indivduo humano" A diviso dasArtes

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    Outra coisa a se observar6 na estrutura das Artes

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    2aculdades Cogniti&as

    3ara completar, foi pelo fim de sua e5ist&ncia $ sc" MIII $ que todo o conhecimento

    reconhecidamente tradicional deu mostras do longo e proveitoso amadurecimento porque atravessou e que, como uma %rvore que atinge o seu ob'etivo ao desenvolver frutos,dei5ou$nos como legado dois estudos importantssimos que, desde '%, se tornamindispens%veis para compreender a concepo que se tinha da insero do homemdentro do cosmos e tambm para vislumbrar quais teriam sido os critrios com que sereali)ava uma interpretao astrol!gica" O primeiro estudo se refere aos tratados doescol%stico Alberto agno 782K0 sobre o funcionamento da alma humana que, segundoeste, se dava e se articulava em sete fun+es distintas 7chamadas de faculdadescognitivas que descreviam os modos com que o indivduo percebia, sentia e lidava comas circunst(ncias ao seu redor" O segundo estudo se refere aos tratados do fil!sofo %rabeohieddin IbnNArabi 7820 que associava certas -pot&ncias da alma/ a alguns planetascelestes"

    claro que no podemos fa)er vistas grossas a recente contribuio dada pelapsicologia da cognio que, durante toda a sua e5ist&ncia, contribuiu muito paraesclarecer as atribui+es de cada uma dessas faculdades, revelando o papel de cada umana integrao da personalidade do indivduo" O quadro de correspond&ncia abai5o tentailustrar todo esse conhecimento que assim pode ser resumido e sinteti)ado6

    Astros celestes 2aculdades cogniti&as

    FOurante este perodo se reali)a a passagem de umconhecimento que era fundamentado sobre a noo de ordem, de analogia e de sentido

    para um conhecimento que procura se fundamentar cada ve) mais sobre a noo derealidade e de ob'etividade" a partir deste momento que a cosmoviso dei5a de teruma estrutura tern%ria 7;ature)a$omem$>eus e tenta ficar em p somente sobre umaestrutura bin%ria, permitindo o desenvolvimento desintegrado das disciplinas doomem e da ;ature)a que se tornaram, ao longo do tempo, duas correntescompletamente antag.nicas e que no sculo M@II sero oficialmente separadas com aabertura das faculdades parisienses de entre v%rios, pelo menos necess%rio mencionar que oobscurecimento progressivo da dimenso metafsica e sobrenatural foi historicamenteconsolidado6

    "pela bula papal de Hrei Inoc&ncio III 7sc" MIII que d% soluo final a luta contra osgn!sticos, decretando que a busca de >eus no ntimo do indivduo e por iniciativa doindivduo pura heresia, e que somente dentro e atravs da Igre'a Cat!lica o omem

    pode alcanar o conhecimento transcendente" >essa maneira, fi5am$se os limites daci&ncia profana que fica encarregada de investigar somente o mundo material,acumulando dados sobre o reino ob'etivo $ sem questionar o sentido que, estando naesfera do esprito, passa a ser monop!lio do clero cat!lico e daquilo que passou a sechamar a ci&ncia sagradaB

    "pela desenvolvimento inflacionado da ret!rica que acabou suplantando edesprestigiando a l!gica, to corrente na Idade dia" Ali%s, pela Renascena que aaristocracia comea a formar o seu pr!prio quadro de intelectuais que passaria a see5pressar atravs da lngua natal recm instituda, estimulando assim o pendor defilosofar literariamente, preferindo as palavras *s idias" Isto ocorreu de tal maneira que

    a atmosfera intelectual reinante '% no era a da -seca terminologia tcnica/ e5igida pelal!gica e pela dialtica escol%stica mas, sim, a da conversao amena e elegante,

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    recheada de floreios" >esse modo, o abandono da dialtica em favor da ret!rica setornou uma mudana decisiva de mentalidade6 afinal, os argumentos '% no valiam mais

    pela sua demonstrao e5austiva mas pelo seu encanto persuasivo" %, assim, umaqueda de nvel do discurso" A grave conseq=&ncia disto que se perde a confiana no

    poder cognitivo do discurso l!gico e dialtico em conhecer a realidade" ;o entanto, o

    que caracteri)a a mente preparada e letrada compreender que, se partir de umapremissa real e se raciocinar corretamente, a concluso do raciocnio ser% to verdadeiraquanto * premissa" 4ssa transfer&ncia da veracidade da premissa * concluso a grandeconquista da educao porque isto que permite que o su'eito saiba de muitas coisassem necessitar da e5peri&ncia pessoalB

    "pela famosa revoluo cientfica proporcionada por Xalileu no sculo M@I quecomeou por operar com realidades mentalmente construdas 7com modelos e que, como tempo, acabou voltando as costas para o real manifesto a ponto de sub'ug%$lo edesmerec&$lo at substitui$lo definitivamente por equa+es matem%ticas, por esquemasde rela+es meramente possveis, tomando$os como se fossem a realidade mesma, isto

    , mais reais do que a pr!pria realidade fenom&nica" :al proposta significou a rupturadecisiva entre a l!gica formal 7as rela+es entre idias e 'u)os e a l!gica material7relao entre a l!gica formal e as coisas efetivamente conhecidas, proporcionando umdesenvolvimento at mesmo e5traordin%rio do primeiro, muito embora instaurasse umverdadeiro div!rcio entre ambas e decretasse por fim o desvario da ra)o" >iante dafal&ncia da l!gica e da ra)o, perde$se a noo do que se'a -raciocinar corretamente/"Ali%s, desenvolve$se com o passar dos sculos a idia de que as rela+es l!gicas se'amunica e e5clusivamente -fen.menos da mente/ $ um estilo de pensar que redu) tudo aum mero psicologismo e que toma de certo prestgio os meios universit%rios ecientficos, visto inclusive a hostilidade irracional que a so desenvolvidas contra aidia dos princpios universais situao que muito bem colocada sculos mais tarde

    por 4dmund usserl, no sculo MM 79

    "pelas observa+es feitas no sculo M@ por ;icolau de Cusa sobre a semelhanae5istente entre a infinitude c!smica e espacial e a infinitude de >eus, muito emborareconhecesse que somente >eus era, de fato, infinito e que o universo era apenasinterminado, isto , sem limites definidos, no sendo terminado em seus constituintes,faltando$lhe completamente preciso e determinao rigorosas" 3or causa desta aparentesemelhana, e pelo fato da ra)o humana se mostrar impotente para equacionar tanto ainfinitude espacial quanto a divina, acreditou que a nature)a espacial s! se tornaria

    conhecida plenamente se o indivduo lanasse mo do ato cognitivo supremo reservadopara conhecer >eus e somente a >eus, a que deu o nome de douta ignor(ncia, e quepermitia ao fil!sofo captar intuitivamente o que a ra)o no abarcava" Com isso, oconhecimento da nature)a foi elevado ao estatuto de mistrio e a intuio foi rebai5adade funo, sem que o resultado obtido fosse melhor do que aquele que '% se obtinha porvia racional" Afinal, focando a intuio na nature)a, que mais poderamos obter seno a

    prova cada ve) mais absoluta e certa da medida relativa e incerta das coisas, de suatransitoriedade e precariedade? >esse modo, o ser humano desenvolveu o ofuscamentoda intelig&ncia perante a comple5idade c!smica" 4ste ofuscamento provocou a distoro$ funcional e conceitual da mais nobre faculdade humana, que passava a se encarregarda tarefa ingl!ria de se certificar daquilo que, por si s!, de nature)a incerta, provis!ria,

    ine5ata e cambiante" 3ode$se duvidar da sensate) desse empreendimento mas certoque esse foi o caminho seguido pela evoluo da ci&ncia moderna" A filosofia de

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    ;icolau contribuiu, mesmo que involuntariamente, para o advento de uma ci&nciaamputada da sua rai) metafsica"

    "pela mudana de pensamento ocorrida em torno do ano de 8V00 e que foi muito bemobservada pelo grande historiador do istoricismo, Hriedrich einecYe 789K, quando

    se processa uma ruptura do pensamento europeu com o universo abstratista dos gregos,cu'a viso da nature)a humana como uma ess&ncia fi5a e imut%vel permaneceradominante apesar de todas as muta+es espirituais ocorridas na Idade dia" A partirdeste momento, t&m$se a viso do universo como um processo vivente, din(mico, e aintuio da personalidade humana e dos fatos como um processo que se desenvolve e secria no tempo" 3ara este historiador, o Conde de FhaftesburE 78KV8$8V8,

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    questo cientfica, tratando$se pois de um ato de fundao de uma ci&ncia, a partir doqual todas as tentativas de retorno a no+es que prevaleciam antes so eliminadas" ;oentanto, este corte se deu #nica e e5clusivamente no domnio da fsica, 'amaiscontemplando e abarcando as suas possveis rela+es com o domnio metafsico ehumano, tal como era considerado pela cultura do perodo anterior"

    5$ pelo fim do sculo MIM, Hriedrich ;iet)sche proclamou6 ->eus est% morto/"

    6$ @ide as seguintes obras6 AF 3AA>4 4RO3IA 4 A HI

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    Captulo ## A Astrologia e alguns de seus impasses

    A noo de ess%ncia e de exist%ncia

    ]Fe lanarmos de novo um olhar sobre todo o discurso astrol!gico de -analogia/,-conformidade/, -correspond&ncia/ e -correlao/ entre o plano superior dos astros e oplano inferior, representado pelos destinos terrenos, no poderemos dei5ar de constatarde que em tais termos se misturam com freq=&ncia e5agerada elementos genericamente

    conhecidos e elementos especificamente astrol!gicos $ elementos que convencem a

    todos e elementos altamente controversos" 4 no seu uso impensado se ocultamdiferenas importantes por debai5o de f!rmulas sofisticadas e sugestivas" Cada ve) quese usam tais palavras cabe indagar de que tipo de analogia se est% falando" m di%logo

    significativo entre concep+es antag.nicas se sustenta com tais esclarecimentosB adoecequando insistimos em manter a polival&ncia das palavras"]

    Sieg8ried $9:ringer

    3ara entender melhor aquilo que os astr!logos chamam de ess&ncia de um ser humano,

    seria interessante que recorr&ssemos a certas no+es filos!ficas, tais como as CategoriasAristotlicas780, onde se tentou formular os diversos nveis de propriedades com queum ser 788 se caracteri)a e se apresenta, sendo portanto todos os seres compreendidos

    por qualquer uma dessas categorias, desses -nveis/, a saber6

    Categoria n&el de propriedade descrio exemplo; gato

    Subst

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    determinado ser pode cometer

    paixose refere *s a+es especficas que umdeterminado ser pode sofrer

    $ aquele que caado por ces

    relao

    se refere *s rela+es especficas que um

    determinado ser pode manter

    $ aquele que participa da vida

    domstica do ser humano

    Fo, ao todo, 80 categorias78, e as cinco acima e5postas '% servem para demonstrar apreocupao aristotlica em distinguir e verificar qual o nvel de propriedade est% emquesto quando se di) que um ser tem determinada caracterstica6 uma propriedade donvel da qualidade, da ao ou da pr!pria subst(ncia? 4 isto porque, se'a qual for a

    propriedade que voc& este'a dando e predicando a um ser ou a um ob'eto, h% de sedistinguir os predicados que lhe se'am substanciais e que tradu)em as suascaractersticas mais essenciais, sendo que todos os outros lhe seriam subordinados, emmaior ou menor grau" 3ara Arist!teles, a subst(ncia era o nvel de propriedade suprema

    pois somente ela podia dar conta de uma descrio essencial e de retratar aquilo que umser , por mais difcil que fosse reali)ar verbalmente tal descrioi 78D"

    ;o entanto, o que cumpre salientar a noo que Arist!teles formula sobre os acidentesde uma subst(ncia, isto , sobre as caractersticas que porventura esse ser toma quandoele assume uma e5ist&ncia e se manifesta, sendo estas caractersticas nem sempreessenciais e, na maior parte das ve)es, contingentes, provis!rias, a encargo do tempo esuas mudanas, refletindo ento as diversas maneiras com que um mesmo ser podee5istir e se apresentar" 3ara este fil!sofo, o acidente - aquilo que pode pertencer a umas! e mesma coisa, qualquer que ela se'aB assim, por e5emplo, estar sentado pode

    pertencer ou no a um mesmo ser determinado, e tambm branco, pois nada impede que

    a mesma coisa se'a branca ou no branca78J/" O acidente - aquilo que pertence a umser e que pode ser afirmado dele em verdade, mas no sendo por isso nem necess%rionem constante 78K/"

    A noo de acidente contrap+e, pois, a de subst(ncia visto que, se a subst(ncia e5pressao que o ser , os acidentes e5pressam tudo aquilo que pode ou no acontecer a este serdesde que ele tenha se manifestado e passado a e5istir" O acidental distingue$se por issodo essencial" >istingue$se tambm do necess%rio, de tal modo que o acidente fortuito econtingente, podendo e5istir ou no e5istir, enquanto o necess%rio e5pressa umacondio que no pode ser de outro modo e que, por conseguinte, s! e5iste deste modo"Ali%s, a palavra necess%rio, etimologicamente, vem do original nec cedo, significando

    tudo aquilo que no cede e permanece constante"

    3ercebemos, assim, que h% uma distino entre subst(ncia e acidente da mesma maneiraque e5iste entre ess&ncia e e5ist&ncia $ sendo a ess&ncia uma coisa enquanto a e5ist&ncia totalmente outra" 3or isso, se o hor!scopo de fato um instrumento capa) de retrataruma ess&ncia humana, seria necess%rio que o astr!logo tivesse noo de tal distino,

    para que no predicasse o indivduo com caractersticas que no lhe so pr!prias eessenciais e, sim, circunstanciais"

    A dificuldade de entender tal noo de ess&ncia ocorre porque, atualmente, s! temos anoo do que um ser pela matria de que ele composto, isto , pelas suas

    propriedades sensveis, se esquecendo de que, para que qualquer ser se manifeste, elevai ter que se manifestar de uma forma e no de outra, sendo esta forma e5pressa por

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    uma e5ig&ncia de unidade e de integrao que lhe pr!pria e, por isso mesmo, diferenteda de qualquer outro ser, tendo pois cada ser uma forma de se individuali)ar e de sedistinguir dos demais, sendo uno e ntegro de uma forma especfica e e5pressando a suaindividualidade de uma forma que lhe inerente e particular"

    Ali%s, a noo de unidade sempre ocupou a mente do homem antigo" 3ara este, semprehouve um misterioso ne5o de unidade que coere e d% uma forma especfica a tudo quee5iste e se manifesta, sendo tal unidade a e5presso maior de uma necessidadefundamental que cada ser tem para ser o que " >esse modo, todo ser tem uma forma $uma necessidade $ que lhe pr!pria, e esta forma fundamental e necess%ria o retrato ea e5presso da sua ess&ncia"

    3or isso, h% certas caractersticas nos seres que no so acidentais e, sim, formais7essenciais, visto que cada ser o que e s! pode se manifestar se cumprirdeterminadas e5ig&ncias" A ess&ncia e5pressa, pois, a condio b%sica e necess%ria paraque qualquer coisa se'a e, em termos humanos, a forma mais fundamental que cada

    individualidade se arroga e toma" >esse modo, s! conhecemos um ser humano $ na suaess&ncia $ na medida em que reconhecemos ou percebemos as caractersticas que sonecess%rias a sua coeso e unidade, isto , que so e5igidas pela sua identidade" comodi) Christoph Fig\art78V6

    -A ess&ncia a unidade de um ente na medida que reivindica para este ente anecessidade de certas propriedades/"

    3ercebemos, assim, que as coisas so o que so 'ustamente porque h% uma necessidadeimperiosa que fa) com que assim elas se'am e no por haverem outras causasintervenientes, de nature)a fsica ou hist!rica" Afinal, h% causas suficientes para queuma ma apodrea, havendo somente uma #nica causa para que ela se'a mesmo o que $ uma ma $ e no um hipop!tamo6 a sua e5ig&ncia formal e estrutural, que , nom%5imo, uma causa de nature)a ontol!gica 78W" Ali%s, se no houvesse esta causaformal determinando que os seres se'am de determinada maneira, eles tomariamaleatoriamente formas variadas, de modo que seria possvel a um ser tomar

    provisoriamente uma forma e depois outra e, assim, de ma chegar a hipop!tamo $ oque nunca ocorre" essa impossibilidade l!gica e concreta que fa) com que os seresse'am tal como so, distinguveis e reconhecveis, com identidade pr!pria $ com statusontol!gico, como diria um bom fil!sofo $ pois t&m uma forma que lhes pr!pria einerente"

    claro que h% as causas eficientes, respons%veis por determinado efeito ouconseq=&ncia esperada $ mas h% a causa formal, respons%vel para que uma coisa se'a oque ela " Arist!teles inclusive imp.s um requisito adicional *s interpreta+escientficas, e5igindo que uma e5plicao adequada de um processo deveria especificartodos os quatro aspectos da causao" 4sses quatro aspectos so os que distinguimosabai5o e, * titulo de e5emplo, analisaremos a mudana de cor da pele do camaleo *medida que se desloca numa %rvore6

    1 Causa 8ormalG corresponde ao ser em que este processo ocorre e se d%, e que temcaractersticas que lhe so pr!prias e que '% e5igem que o processo se d& uma forma

    e no de outra" >escrever a causa formal especificar o ser no qual o processo a seranalisado se d%, e que delimita de antemo a an%lise e o estudo, corrigindo eventuais

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    erros" Afinal, h% uma diferena substancial entre a mudana de cor da pele docamaleo e da pele do homem6 no primeiro, um sinal de normalidadeB no segundo, um sinal de anormalidade"

    /Causa materialG corresponde a subst(ncia contida na pele, que sofre a mudana de

    cor"

    0Causa e8icienteG corresponde * transio da folha para o ramo, transio estaacompanhada por uma mudana de lu) refletida e uma variao qumicacorrespondente na pele do camaleo"

    Causa 8inalG corresponde ao final do processo, ou melhor, a sua finalidade, que ado camaleo escapar * deteco pelos seus predadores"

    Fomente uma diferenciao como esta consegue nos demonstrar que, para que qualquercoisa e5ercesse uma ao sobre outra, necessariamente teria que ser algo antes pois, seno chegasse a ser nada, se no fosse nada, como poderia ento causar ou sofrer uma

    ao? Feria impossvel" necess%rio, pois, que o ser que sofra uma ao qualquer se'aalgo, 'ustamente para que possa sofrer de tal ao" 4 este algo caracterstico de que seconstitui um ser determinado por um causa de nature)a formal e 'amais de nature)aeficiente ou material, como costumamos pensar 789" 3or isso que Arist!teles disse queas categorias da ao e da pai5o esto condicionadas *s da subst(ncia6 a ao e a

    pai5o de um ser dependem da sua ess&ncia, do que ele " >esse modo, no apenas asnossas a+es esto delimitadas por aquilo que somos como tambm as nossas pai5+es,ou se'a, aquilo de que s! n!s podemos padecer e sofrer"

    O que possibilita a descrio de um ser em suas caractersticas essenciais 'ustamenteessa diferenciao que se d% entre o que, no indivduo, formal e essencial e o que,nele, acidental e circunstancial" possvel, pois, falar de um ser, descrev&$lo em suaess&ncia, desde que saibamos6

    8"distinguir as coisas em ess&ncia e em e5ist&nciaB

    2"discernir a e5ig&ncia formal de cada coisa, que lhe d% unidade e identidade pr!prias"

    :arefa e5tremamente %rdua e comple5a e que nos parece !bvia e enfadonha mas que, seno for e5ecutada, 'amais permitir% reali)ar aquilo que a astrologia ao longo dos sculosdisse ser capa)6 diagnosticar o que tpico e essencial em um ser humano"

    Notas

    1=$ recomendo, em particular, a obra de %rio Herreira dos Fantos >AFCA:4XORIAF, onde se analisa a obra aristotlica em que estas no+es soapresentadas6 o ORXA;O;

    11$ deveria estar usando aqui o termo filosoficamente correto6 ente" 4ntretanto, parafacilitar a compreenso do leitor no assunto abordado, preferi usar o termo ser para

    designar uma coisa, um ob'eto, um fen.meno inclusive um ser" A distino entre entee ser to importante que foi tema de v%rios debates filos!ficos"

    http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-02-a.asp#19http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-02-a.asp#19
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    1/$ subst(ncia G sub ^ stare G aquilo que est% por debai5o das coisas e as sustenta

    10$ subst(ncia, quantidade, qualidade, relao, lugar, tempo, situao ou posio, posseou condio, ao e pai5o

    1$ para Arist!teles, a despeito desta dificuldade, era facultado ao homem a capacidadede perceber intuitivamente os princpios gerais dos fen.menos e esta faculdadee5pressava uma certa viso interior" :radu)ia a capacidade de ver o que era -essencial/nos dados da e5peri&ncia sensorial" 4sta capacidade seria an%loga aquela -viso/ tpicade um ta5onomista" :a5onomista um cientista que aprende a -ver/ os atributosgenricos e as differentiae de um espcime" >e certo modo, ele -v& mais/ do que umobservador destreinado" 4le sabe o que deve olhar" Ali%s, o pr!prio Arist!teles foi um

    ta5onomista de grande &5ito, que se prop.s classificar umas JD0 espcies biol!gicas"

    13$ em :_3ICOF, obra do autor"

    14$ em 4:AH`FICA, obra do autor"

    15$ em

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    Como vimos, todo ser o que 'ustamente por ser, digamos, uma -fuso/ depropriedades que lhe so formais e estruturais e outras que lhe so circunstanciais emateriais" 3orm, de tudo aquilo que ele concretamente , h% certos aspectos sem osquais ele no poderia ser o que e nem e5istir, e outros que poderiam variar sem que noentanto ele dei5asse de ser o que " >esse modo, tudo aquilo que num ser

    absolutamente essencial para que ele se'a o que denomina$se emergenteB , em suma,o que vem * e5ist&ncia 'untamente com o ser porque, se no viesse desse modo, este sersimplesmente no poderia se manifestar, e no e5istiria"

    Contudo, h% outros aspectos no ser que, mesmo no fa)endo parte intrnseca dele,mesmo no precisando estar incondicionalmente nele, so necess%rios tambm para queo ser e5ista e, sem os quais, os aspectos emergentes no poderiam se manifestar, sendoestes os aspectos denominados predisponentes" Ali%s, conveniente lembrar que

    predispor quer di)er -aquilo que est% de antemo arran'ado, disposto ou ordenado paraque algo se'a e se torne possvel/, e isto para que possamos compreender que diversosfatores predisponentes podem proporcionar a emerg&ncia de um mesmo ser, o mesmo

    fator emergente6 afinal, e5istem muitas maneiras de fa)er com que uma mesma coisaocorra" >esse modo, o fator predisponente pode variar mas o emergente no, e isto

    porque o fator emergente a pr!pria coisa"

    A comple5idade que tal abordagem oferece que as ve)es praticamente impossvelsaber onde termina a emerg&ncia e onde comea a predispon&ncia" A relao doemergente e do predisponente , pois, muito mais ntima do que parece"

    Fabemos, entretanto, que a influ&ncia e5terna que um ser pode sofrer $ a pai5o $ proporcional a sua forma interna e que, da mesma maneira, a emerg&ncia limita apredispon&ncia" as ocorre tambm o contr%rio, ou melhor6 para que um ser sur'a eaparea, necess%rio haver alguma predisposio para talB do contr%rio, nada poderia semanifestar, ocorrer e e5istir" >esse modo, a emerg&ncia, para se manifestar, depende deuma condio que a predisponha, sendo porm esta condio m#ltipla e variada e noessencial, e isto porque, se fosse essencial, seria a pr!pria emerg&ncia"

    Isto significa que 'amais a emerg&ncia e a predispon&ncia vo estar separadas e que aidentidade concreta de um ser resulta em parte da sua emerg&ncia e em parte da sua

    predispon&ncia, e isto de tal modo que a predispon&ncia 'amais se torna alheia *emerg&ncia" Os fatores predisponentes atuam, pois, proporcionalmente * nature)a doser, a sua ess&ncia, proporcionando * determinada emerg&ncia sua manifestao"

    por tais raciocnios que podemos, ento, admitir que6

    1.as propriedades que um ser vai adquirindo ao longo da sua e5ist&ncia no podem $ eno conseguem $ 'amais revogar a sua forma, aquilo que ele , havendo pois uma fusoentre os fatores que predispuseram a emerg&ncia desta forma e a forma mesmaB

    /.a forma do ser 'amais vai emergir e se manifestar de maneira, digamos, pura, massomente atravs de elementos que a predispuseram aparecer e que, aos poucos, foram sesomando uns aos outros, criando laos comple5os entre o que, num ser, emergente e

    predisponente $ laos porm discernveis"

    :odas estas observa+es refletem um aprofundamento rico em detalhes da viso e

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    do raciocnio de Arist!teles, visto que o ser, para ele, fruto de uma unio entre matriae forma, sendo que6

    mat+riaG aquilo que transforma o particular em indivduo #nico"

    8ormaG aquilo que transforma o particular em membro de uma classe de coisassemelhantes" >esse modo, especificar a -forma/ de um particular especificar aspropriedades que ele compartilha com outros particulares"

    4 todas estas observa+es se fa)em necess%rias para compreendermos que um ser emparticular 'amais poder% ser compreendido como -pura forma/, visto que esta igual ade qualquer outro ser da mesma espcie" Afinal, dois seres diferentes no t&m igualdadenumrica, mas podem ter, sim, igualdade especfica visto que, pela perspectiva daespcie, a forma seria a mesma para ambos, podendo ento ser distinguidos apenasmaterialmente"

    3or isso, se o mapa astrol!gico retrata uma ess&ncia, e se a ess&ncia revela uma formaque deve ser compartilhada por todos da mesma espcie, surge uma pergunta6 comoseria possvel dedu)ir caractersticas to individuali)antes de uma estrutura to essencialcomo a de uma mapa astrol!gico? >e duas, uma6 ou a ess&ncia que uma mapaastrol!gico tradu) no a ess&ncia tal como concebida por Arist!teles, ou o ser humanoseria o #nico ser que comportaria um grau de diferenciao a mais de espcie $ o quedeterminaria suas in#meras variedades"

    :alve) o ser humano se'a isto6 o #nico ser que se diferencia bem mais alm do que e5igido pela forma da sua espcie visto que, se de fato o #nico ser em vias dereali)ao, ele se diferenciaria 'ustamente por cada membro da espcie procurar talreali)ao a sua maneira, prefigurando aquela famosa observao de Xoethe6

    o exemplar perfeito de uma espcie j no est mais nesta espcie ele funda uma

    espcie.

    as isto '% passar do territ!rio da filosofia para a poesia sem fechar o assunto e semencontrar nenhuma concluso" 4 isto porque talve) o assunto se'a muito espinhoso edifcil prova suficiente de que a dita ess&ncia humana imp+e muito mais dificuldadesde avaliao do que qualquer astr!logo atual imagina"

    Notas

    /=$ em HIA C

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    estudo na %rea de astrologia, di)endo que determinada caracterstica a ess&ncia doindivduo, isto , que ela pr!pria e inerente do indivduo e 'amais adquirida,esbarraremos com um gravssimo problema, visto que no h% a possibilidade de apontarum #nico trao ou qualidade do indivduo que, de certo modo, no dependa do meioe5terno, embora ha'a traos e5ternos que so $ como %rio Herreira formulou $ a

    pr!pria e5presso de um ser e de sua identidade"

    O conceito 728 de ess&ncia que usado na astrologia e5ige, pois, que isolemos oindivduo somente na sua emerg&ncia, sendo sua ess&ncia aquilo que ele independentemente do meio circunstancial, do qual entretanto depende para semanifestar e e5istir" >esse modo, s! conseguiramos formular uma descrio essencial e

    pura do indivduo se estabelec&ssemos uma espcie de predispon&ncia, digamos, va)ia,ou melhor6 se estabelec&ssemos ao menos uma total indiferena ao meio s!cio$hist!rico$familiar, considerando o indivduo apenas em face ao meio terrestre e celeste $que 'ustamente o meio que a astrologia leva em considerao" Ali%s, nemconseguiramos estabelecer um meio que fosse ao mesmo tempo to genrico e real

    quanto este, e isto porque s! este meio consegue reunir, em si, as caractersticas de talgeneralidade e realidade"

    Fendo assim, se fosse possvel formular uma espcie de tipologia de car%ter puro eessencial, certamente ela teria que ser de predispon&ncia astron.mica, isto , ela terianecessariamente que considerar o ser humano apenas em refer&ncia ao universoc!smico $ o que revelaria que esta tipologia pura e essencial, para se fa)er, necessita deum meio que propriamente astrol!gico, e que a astrologia no nada mais e nadamenos do que esta tipologia pura e essencial" por isso que, caso no se'a possvel odiscernimento da emerg&ncia de um ser, 'amais ser% possvel erguer esse conhecimentoque chamam de astrologia" Afinal, parece que a #nica tipologia essencial possvel denature)a astrol!gica $ e que a astrologia a #nica tipologia propriamente pura"

    Isto significa tambm que se a emerg&ncia pura de um indivduo $ a sua ess&ncia $ est%necessariamente ligada a uma predispon&ncia astron.mica, a #nica predispon&ncia coma qual a ess&ncia de um indivduo pode manter relao a sua condio espao$sideral,ou se'a, o tempo e lugar em que passou a e5istir e se manifestar $ que so, precisamente,os dois fatores 722 com que o astr!logo trabalha ao confeccionar um hor!scopo" >essemodo, o indivduo passa a ser visto como um indivduo puro e considerado como umaespcie de -cidado c!smico/, isto , como cidado de um universo fsico e geral $ que, em suma, o indivduo de que a astrologia, h% sculos, vem tentando falar"

    Notas

    /1$ o conceito uma coisa e a forma pura ou essencial $ a qual ele se refere $ outra" Aforma e5pressa por um conceito $ ela no o conceito" O conceito nos o inventamosB aforma, no" O conceito apenas a descrio das condi+es mnimas que este sernecessita para que ele se'a ele mesmo" O conceito no esgota a ess&ncia" A atividadeconceitual chega apenas ao ponto de distinguir uma ess&ncia de todas as outras" Oconceito delimita o ser de maneira que possamos diferenci%$lo dos demais seres" >essemodo, a forma no meramente -negativa/, isto , no somente a diferena de um ser

    dos demais mas o que fa) com que ele se'a o que realmente " O conceito $ que atraduo da forma $ se limita a assinalar a diferena entre um ser e os outros, sendo esta

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    distino suficiente para que saibamos do que se trata" ;otem, entretanto, que estadiferena no basta para constituir positivamente um ser6 afinal, para que um ser se'a,no basta que ele se'a discernvel ou diferente dos demais"

    //$ no devemos nos esquecer que, para a Hsica, uma unidade 7identidade tambmreconhecida 'ustamente por haver a impossibilidade de -dois corpos ocuparem o mesmoespao ao mesmo tempo/, sendo ento o tempo e o espao dois fatores capa)es dediscernir um ente"

    A Arte Astrol)gica a Camin:o de uma Ci%ncia Astrol)gica

    O verdadeiro intuito da astrologia, ao longo dos tempos, foi sempre o de captar estaess&ncia individualB empreendimento e5tremamente difcil e que, na maioria dos casos,se revelou fracassado" Afinal, por no conseguirmos discernir e e5pressar tal ess&nciacom clare)a e preciso, sempre recorremos ao e5pediente de retrat%$la de maneirametaf!rica e aleg!rica" A rigor, s! tivemos at ho'e uma arte astrol!gica que, mesmoconseguindo captar intuitivamente esta diferena individual, sempre encontroudificuldades para descrever o indivduo puro em face ao meio astron.mico, lhe

    predicando caractersticas e propriedades que no lhe pertencem propriamente e queso, sim, do seu meio $ lhe so circunstanciais" >esse modo, enquanto a mente humanano dispuser de conceitos claros e precisos para empreender uma tal descrio, elacontinuar% apelando para descri+es aleg!ricas e artsticas, que so belas, magnticas e,

    por isso mesmo, persuasivas $ mas que dei5am d#vidas com relao * sua veracidade"

    A astrologia tem uma rai) metafsica por um lado e, por outro, uma rai) emprica,estando pela sua pr!pria nature)a colocada numa linha de demarcao entre uma coisa eoutra $ da resultando a enorme comple5idade que sua investigao imp+e" 3or isso quea astrologia sempre foi uma forma de conhecimento considerada nobre por um lado e,

    por outro, uma grande palhaada, visto que, pela grandiosidade da sua inteno e do seuob'eto ela se mostra nobre, mas pelo seu estudo e desenvolvimento concreto, ela serevela uma l%stima" >esse modo, a astrologia ora vista como rainha e, ora, como

    prostituta, tomando e perdendo tais status * medida que o homem vai formulando ereformulando a noo da envergadura do pr!prio fen.meno humano que, desde '%, nos

    parece impossvel de ser compreendido apenas por uma #nica via, isto , por uma #nicaforma de conhecimento, e5igindo pois a converg&ncia de v%rios e criando, assim, um

    perfil mais integral do que se'a o omem"

    Ademais, toda forma de conhecimento teve a sua fase simb!lica e se desenvolveudepois6 o que ocorrer%, um dia, com a astrologia, demarcando ento um importanteavano dentro do quadro dos conhecimentos humanos, pois ela acabar% demonstrandoos laos comple5os que sempre e5istiram entre as ci&ncias naturais e humanas" Ali%s,todo constrangimento e dificuldade que a astrologia sempre imp.s * mente humanareside no fato dela ter como hip!tese central a relao de correspond&ncia e5istenteentre o cosmos e os fatos terrestres, como se tudo o que acontecesse aqui na :erradependesse, de alguma maneira at ento ine5plic%vel, da estrutura c!smica, supondoento que o lugar da espcie dentro do universo no se'a nada gratuito" >entro deste

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    conte5to, o omem passa a ser visto como uma -ponte/ entre tudo aquilo que o tempoimp+e e tudo aquilo que o espao encerra" A astrologia sup+e ento um lugar muitoespecial para o ser humano6 o de interventor e mediador entre o cu e a terra, ou se'a,entre uma dimenso absoluta e uma dimenso onde tudo ef&mero"

    ;a antig=idade, este era o retrato do homem, ou se'a, o que procurava fa)er tudo deacordo com o tempo" ;a atualidade, ele tenta fa)er de tudo no seu espao, noconsiderando o momento, se tornando ento 'oguete de uma hist!ria que '% no maismanobra e na qual se afunda e se encerra" ;o * toa que se reclama sobre o sentido davida $ ela no tem mais sentido algum" ;o h% sequer um #nico sentido ou direo que

    possamos tomar, tampouco princpios que assegurem uma correta avaliao da situao,ou valores aos quais a raa humana possa se devotar" como se todos os princpiosintitulados de -humanos/ houvessem cados ou sido esquecidos" 4 pior6 quemestabeleceu essa condio na qual nos encontramos foi o pr!prio ser humano"

    Notas

    1$ que no corresponde de forma alguma * perspectiva continusta e descontinusta comque a Hilosofia da Ci&ncia tenta interpretar a evoluo dos fatos pois, para a primeira, odesenvolvimento do saber cientfico ocorreria em termos lineares e contnuos, seminterrup+es, sem crises, sendo pois cumulativa, estando aberta aos conceitos deinflu&ncia, atmosfera, tradio e precursores, enquanto que para a segunda odesenvolvimento do saber cientfico ocorreria atravs de muta+es, envolvendo

    perodos crticos e revolucion%rios e fases de normali)ao, 'amais acumulando valoresdo perodo anterior e sempre rompendo com os mesmos" ;o entanto, o que a Hilosofiada Ci&ncia deveria considerar que o conhecimento pode progredir e evoluir de ambasas maneiras, isto , de maneira contnua mas no propriamente linear, ou se'a,

    progredindo atravs de an%lises e acrscimos que lhe dariam, digamos, um ritmoascensional, determinando uma alterao de conceitos e valores que no re'eitaria os dapoca precedentes visto que estes estariam sendo apenas revistos e reinterpretados sobuma !tica mais abrangente e universali)ante"

    /$ durante a Idade dia, os termos astronomia e astrologia eram empregadosindiferentemente para designar a mesma disciplina, muito embora '% possussemconte#dos distintos e passassem a ser estudadas separadamente logo depois" Isidoro de

    Fevilha 7JK0$KJ foi o primeiro a empregar a distino moderna entre os dois termosnas suas 4tEmologiae" 3ara entender o significado que cada uma dessas disciplinastinha, devemos lembrar que o sufi5o -nomos/ se reporta *s regras e as leis que regulamos fatos ou fen.menos enquanto o sufi5o -logos/ se reporta a ra)o ou ao princpiosupremo que a tudo engloba e d% sentido $ de onde se subentende que a astronomia era aci&ncia que estudava as leis que regulam os astros, enquanto a astrologia era a ci&nciaque estudava o sentido e o significado maior do arran'o dos mesmos"

    0$ termos aqui utili)ados para e5pressar uma mesma idia, visto que ambos se referem aum plano que este'a para alm do plano fsico ou natural

    $ essa diviso tern%ria se mantm presente em toda e qualquer cosmovisoreconhecidamente tradicional e, por nomes diferentes, e5pressam as mesmas no+es6 na

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    cosmoviso taosta, reconhecemos as dimens+es de :i 7:erra, Len 7omem e :ien7CuB na crist, as dimens+es de ;atura, omo e >eusB na idade mdia, Corpo, Alma e4sprito

    Captulo ### No>es Astrol)gicas

    Astrologia e c+u

    ]>eus inventou e nos deu a viso para que, contemplando as revolu+es celestes,pudssemos aplic%$las sobre as revolu+es dos nossos pensamentos que, apesar dedesordenadas, so parentes das revolu+es imperturb%veis do cu, dos movimentos

    peri!dicos e regulares da intelig&ncia divina" >esse modo, ao estudar a fundo osmovimentos celestes e e5ercer a retido natural do raciocnio, estaramos imitando osmovimentos absolutamente invari%veis da divindade, ordenando atravs destes os

    nossos pr!prios pensamentos que, dei5ados a si mesmos, esto su'eitos * aberrao"]Plato

    O ser humano sempre nutriu um grande terror de confirmar que h% algo mesmo no cuque determina $ se'a em que grau for $ os fatos aqui na :erra, visto que para ele talconfirmao certamente eliminaria por definitivo a sua possibilidade de livre decidir" O

    que um grande absurdo6 o omem sempre p.de decidir contra ou a favor do quequisesse, por maior que fossem os obst%culos e por menos que soubesse avaliar a

    pr!pria situao" O omem sempre pode di)er sim ou no, pagando um preo porcontrariar e negar aquilo que lhe imp+e alguma resist&ncia e se mostra real" >essemodo, o omem pode at agir contra si mesmo, se quiser, contrariando seus valores e oque 'ulga fundamental" as pode agir a favor $ e a sua liberdade no fica de maneiranenhuma limitada por ter que agir a favor da pr!pria nature)a" Ali%s, assim que ela see5pressa, com todo o seu poder 72" Ademais, so estes valores pessoais que, ao longoda hist!ria, vo se consolidando e se mostrando como os mais dignos da pr!priaespcie, e que sempre norteiam o indivduo no sentido de definir qual o melhor caminhoa tomar" Ali%s, foi 'ustamente o fato de alguns homens terem devotado a pr!pria vida aalguns princpios e personificado alguns valores que fe) com que o rumo da hist!riafosse mudado, para o bem ou para o mal"

    Isto nos fa) crer que, se h% algo que possa nortear a conduta to duvidosa dos homens,este algo se refere e5atamente aos princpios ditos humanos, por mais que estes, de

    pessoa a pessoa, se'am vari%veis" Afinal, h% pessoas que fa)em a vida, por e5emplo,totalmente voltadas para si mesmas, para a auto$estima, para o respeito pr!prio,enquanto h% pessoas que so completamente voltadas para o outro, para o convviom#tuo" as, de qualquer forma, tanto o respeito pr!prio quanto o convvio m#tuo so

    princpios humanos fundamentais, dos quais uma ou outra pessoa se investe para se

    orientar e construir a pr!pria vida" Fo princpios com que a pessoa se identifica e dosquais no consegue abrir mo $ o que, se fosse feito, significaria a destruio total da

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    sua identidade" Ali%s, ela nem mesmo concebe que a vida possa ser levada de outraforma"

    Cada ser humano, pois, se espelha $ ou procura se espelhar $ em determinado princpioque tem como fundamental para si mesmo" 4 isto, como se sabe, uma questo de

    nature)a psicol!gica" O que devemos nos lembrar, entretanto, que o cu sempre foi ainst(ncia para onde o omem mirou a sua ateno para se orientar em pleno mar, tantoquanto para constatar determinado perodo favor%vel *s planta+es $ o que, como sesabe, uma questo da %rea das navega+es e da agricultura" 4ntretanto, o cu semprefoi tambm o lugar de personifica+es mticas das mais e5travagantes, de >euses queresumiam, em sua pr!pria epopia, a consagrao de determinados valores humanos $ oque, por sua ve), uma questo de nature)a simb!lica" 3oderamos at nos valer danoo bblica de que o homem deve procurar ser -a imagem e o refle5o de >eus/ paralanar uma hip!tese astrol!gica derradeira6 o cu de nascimento de um indivduo tra) aimagem $ ou personifica $ aquilo que ele pretende ser, ou os valores aos quais dedicar%toda a sua vida" Ali%s, foi e5atamente isto que a pesquisa de ichel Xauquelin 72D

    dei5ou entrever6 cada personalidade clebre fe) da pr!pria vida e5atamente aquilo queestava prefigurado no cu no instante do seu nascimento e, por isso, dedu)imos que avida de qualquer indivduo que persevere na sua reali)ao acaba tomando o desenho ea forma do seu mapa astrol!gico"

    claro que a nossa deduo no est% baseada nesta noo bblica mesmo que ela se'auma maneira persuasiva de apresentar a situao, como alguns podero pensar" A nossadeduo est% baseada em v%rios fatores que veremos mais adiante, tanto quanto ao valore o significado do cu dentro da cosmoviso tradicional, sem os quais qualquercorrespond&ncia entre o homem e o espao sideral se torna incompreensvel" ;acosmoviso tradicional, como '% e5pusemos anteriormente, a totalidade da nature)asideral configurava uma )ona de indeterminao e era considerada como um mundointermedi%rio, %rea de transio entre 6

    sendo esta a #nica dimenso que corresponde simultaneamente ao omem e ao Cu emtoda e qualquer cosmoviso tradicional" O Cu estaria, assim, no mesmo plano em quese situa o omem"

    3ercebemos, assim, que a astrologia aponta para o fato de que os tipos humanos $esboados pelos hor!scopos $ no so apenas criao e concepo da mente humana

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    mas, sim, dados que fa)em parte intrnseca do real 7como uma espcie de simbolismonatural , no podendo ser pois pura inveno '% que esto sendo interpretados" >essemodo, parece que fa)emos parte de uma grande estrutura c!smica, como se f.ssemos

    peas inconscientes do grande mecanismo a que pertencemos $ o que facilmente nosremete * imagem de um rel!gio ou de um mecanismo vivo 7 um crebro, por e5emplo,

    que so imagens recorrentes na astrologia" Ali%s, o pressuposto mesmo da astrologia de que o cosmos pensa e pensa humanamente, isto , como se fosse um homem, tendopois uma inteno, e de que fa)emos parte de um pensamento c!smico e de umainteno cu'o vulto nos escapa, sendo ento o mapa astrol!gico o instrumento que nos

    permitiria avaliar a ambos"

    Astrologia e cosmo&iso

    3or tudo isso que foi e5posto, vemos que a astrologia $ a ci&ncia da nature)a c!smicapor e5cel&ncia $ representava o coroamento de um conhecimento integrado" Hoi, porisso mesmo, chamada tambm de mathesis universalis, representando a medidaestruturante de todas as coisas e de todos os conhecimentos, o sistema de padr+es ecritrios em que se estruturava6 de um lado, a percepo que cada indivduo tinha docosmosB e, de outro, o cosmos propriamente dito em toda a sua diversidade"

    Fomos ento forados $ pela tradio $ a pelo menos supor que o cu de nascimento deum indivduo parece demarcar uma certa -percepo natural/ com que o ser humanocapta e observa tudo que o cerca" Afinal, a estrutura deste cu que est% desenhado e

    prefigurado num mapa astrol!gico, demarcando, para cada nascimento, quais asperspectivas e rela+es que se abrem entre o su'eito nascido e o mundo em torno,

    formando o campo de viso muito particular de cada um" O mapa natal de um indivduoseria, assim, um espcie de mapeamento das perspectivas com que ele se nortearia aolongo da sua vidaB perspectivas, estas, que se abrem para compreender tudo o que ocerca e que formam a sua viso particular do mundo, isto , a sua cosmoviso" >entrodeste conte5to, um mapa astrol!gico s! poderia ser visto como um mapeamentocognitivo do su'eito, ou se'a, daquilo que ele preferentemente presta ou no prestaateno, e isto quando as circunst(ncias no e5ercem press+es que o obrigam a atentar

    para outras coisas $ o que, de fato, quase nunca ocorre"

    O mapa astrol!gico seria tambm um instrumento com o qual se poderia reconhecer ascoordenadas de ao que o indivduo procura tomar ao longo de toda sua vida visto que,

    se descobrimos quais so as perspectivas que particularmente ele nutre e vislumbrasobre tudo que o cerca, descobriramos tambm que ele tentaria traar o seu caminho damaneira que estas perspectivas lhe indicaram, construindo ento o seu destino de ummodo e no de outro, ou melhor6 conforme a sua pr!pria consci&ncia lhe disse"

    as""" que perspectivas fundamentais so estas que os seres humanos podem ter davida? uais so os princpios gerais com que cada indivduo, a sua maneira, v& o mundoe procura se orientar? Fe lembrarmos que princpio -uma relao fundamentalapreendida pelo pensamento/, poderamos di)er que todo e qualquer indivduo teriauma mentalidade diferenciada que lhe capacitaria apreender o mundo fenom&nico sobos seguintes princpios6

    CASA 1 sob o princpio da identidade

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    7se mobili)a 72J pela imagem que todos e tudo passa e pro'eta

    CASA /sob o princpio da materialidade7se mobili)a pelos recursos disponveis no real a sustentar o bem$estar

    CASA 0sob o princpio da comunicabilidade7se mobili)a pelas idias e5plicitadas e ainda implcitas

    CASA sob o princpio da interioridade7se mobili)a pelas e5ig&ncias e press+es emocionais

    CASA 3sob o princpio da capacidade 7se mobili)a pelas coisas que fa) e pelovalor$pr!prio

    CASA 4

    sob o princpio organicidade

    7se mobili)a pelo todo esquemati)ado e o seu funcionamento equilibrado

    CASA 5sob o princpio da alteridade7se mobili)a pela reciprocidade e pelos nveis de relacionamento

    CASA 6sob o princpio da potencialidade7se mobili)a pelo poder de reao e transformao das coisas

    CASA 7sob o princpio da uni&ersalidade7se mobili)a pelos princpios e5plicativos que fundam certe)as

    CASA 1=sob o princpio da sociedade7se mobili)a pelas e5ig&ncias e press+es sociais

    CASA 11sob o princpio da prospecti&idade7se mobili)a pelas perspectivas futuras e pelo pro'eto a reali)ar

    CASA 1/sob o princpio da 8inalidade7se mobili)a por um sentido e um fim para o qual tudo caminha

    4stes seriam, a grosso modo 72K, os princpios e os valores cardinais com que oindivduo se orientaria ao longo da sua vida, tal como uma b#ssola e5istencial" comose o simbolismo natural celeste personificasse e tradu)isse certos princpios capa)es deresumir toda a dimenso da e5peri&ncia humana" Afinal, se at mesmo para a>ramaturgia Cl%ssica toda diversidade de enredos pode ser resumida em ou Jconflitos b%sicos, porque que no pode haver um outro sistema ou um outro -c!digodos conflitos humanos/ que resuma a vida em 82 e5peri&ncias fundamentais?

    O sistema astrol!gico seria 'ustamente isso6 um sistema de princpios que resumiria avariedade das e5peri&ncias humanas"

    http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-capitulo3.asp#25http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-capitulo3.asp#26http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-capitulo3.asp#25http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-capitulo3.asp#26
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    Astrologia e destino

    3arece que o esquema que est% esboado num mapa astrol!gico representa um modelo,uma figura pessoal que e5pressaria ao m%5imo um certo grupo de possibilidadessuperiores humanas que pode ou no ser reali)ada, visto que no h% nada neste modelo

    que possa garantir tal reali)ao" >esse modo, o homem de sucesso seria aquele quepersonali)aria o seu destino, enquanto o homem comum seria aquele cu'o destino odespersonali)aria, e5ercendo sobre ele tamanhas influ&ncias que acabaria levando a vidade uma forma que no lhe adequada" Afinal, a fora dos acontecimentos pode sermuito mais forte do que sua vontade pessoal"

    3or isso que o mapa astrol!gico no $ e no pode ser $ a e5presso literal de umdestino humano" Isso s! acontece em casos muito privilegiados, em que o indivduo6 setorna o autor dos acontecimentos, pela fora da sua vontadeB au5iliado pelascircunst(ncias moment(neas e hist!ricasB au5iliado pela sorte"

    >esse modo, entre aquilo que ditado pela pr!pria nature)a e as circunst(ncias pode seestabelecer tanto uma )ona de atrito como de harmonia, sendo que talve) a m% ou boaadaptao dependa tambm de caratersticas que '% este'am ditadas na pr!pria nature)a">eve$se, portanto, encontrar um encai5e entre as circunst(ncias e5ternas e a formaindividual internaB deve$se encontrar uma resoluo dialtica entre o que se e ascircunst(ncias, sendo um destino a resultante de ambos fatores" Afinal, a defasagem quese d% entre o que imposto pela pr!pria nature)a e o que imposto pela circunst(ncia setorna a rai) do sofrimento humano"

    3or isso que o mapa astrol!gico no e no pode ser a e5presso literal de um destino

    humano" Afinal, este composto no s! pela forma individual $ que est% e5pressa nohor!scopo $ mas, tambm, pelas circunst(ncias, que so imprevisveis e vari%veis e que,por isso mesmo, no podem ser dedu)idas de uma mapa astrol!gico" Ali%s, a idia deque o mapa astrol!gico se'a a traduo literal de um destino suprime simplesmente anoo de acidentalidade $ que, no entanto, e5iste" O mapa astrol!gico no pode ser,

    portanto, a causa de tudo o que acontece ao indivduo"

    O mapa astrocaracterol!gico pode ser comparado, ento, * planta arquitet.nica de umacasa6 temos a sua estrutura $ a parte formal $ mas no temos ainda a matria de que elaser% feita, de modo que esta estrutura pode corresponder tanto a uma simples maquetede papel quanto a uma casa de verdade" A matria de que tal casa ser% feita $ a parte

    material $ depende de in#meros outros fatores que no esto necessariamente prescritosna planta, sendo estes incalcul%veis e imprevistos, e que surgem no transcurso da vida"

    Astrologia e car(ter

    Como vimos, o mapa astrol!gico no descreve o que somos mas, sim, o quepretendemos ser, e isto se nos esforarmos para tal ou se tivermos, digamos, sorte">esse modo, o indivduo que est% descrito e esboado num mapa astrol!gico umindivduo genrico e ideal e no o indivduo concreto e real" O indivduo do qual aastrologia fala , sim, um indivduo ideal mas que representa o modelo ou a figurasonhados por algum, aquilo que o ob'eto da sua mais alta aspirao espiritual eafetiva, se tornando assim a sntese de tudo a que se aspira, de toda perfeio que se

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    vislumbra e pode se conceber"

    >esse modo, o homem puro que se reflete no mapa astrol!gico $ o homo astrologicus $, queiramos ou no, uma abstrao" ma abstrao muito especial, certo, que parecetradu)ir no somente aquilo que de emergente e essencial h% em todo homem como

    tambm o sentido e a direo que se esfora por tomar dentro da m#ltipla e5peri&nciahumana" as, como toda e qualquer abstrao, deve e pode ser tratado como umenfoque$limite, isto , como um enfoque que abstrai do indivduo concreto e real aquiloque nele se di) essencial"

    assim que percebemos que o homo astrologicus uma camada do ser humano e noum ser humano concreto e real" 4sta camada tem caractersticas6

    1?como ela tradu) o que h% de essencial e de emergente num ser humano, refere$se'ustamente *quilo que h% de fi5o e imut%vel numa personalidade, revelando ento umaespcie de grade est%tica por onde qualquer fora que passe ter% que assumir a forma

    dela, e5igindo inclusive do indivduo que ele imponha esta forma *s circunst(nciasB

    /?como ela a menos determinada de todas por qualquer condio efetiva do meio emtorno e como ela a melhor e5presso da emerg&ncia pura, ela no pode ser alterada emhip!tese alguma pelo que venha a lhe acontecer" Isso quer di)er que uma mesmaemerg&ncia $ uma mesma ess&ncia $ compatvel com uma multido de predispon&nciasdiferentes e possveis e que, portanto, um determinado hor!scopo pode refletir v%rias

    personalidades diferentes, e isto conforme as predispon&ncias 7as circunst(ncias ondetenha nascido e se inserido 72VB

    0?como ela e5pressa o que h% de fi5o e imut%vel numa personalidade individual, dei5a aentender que dever% haver algo de fi5o e imut%vel na psique para que tal avaliao se'av%lida" >esse modo, se nada de fi5o e imut%vel houver numa estrutura psicol!gicaindividual $ e isto para alm das to proclamadas influ&ncias familiares e sociais $ aavaliao de tal camada 7a avaliao astrol!gica se torna impossvel"

    3ortanto, urge saber se dentre tudo o que foi pesquisado em nome da psicologia humanah% alguma refer&ncia sobre uma estrutura de base ou sobre uma camada da

    personalidade que permanea est%vel por toda a vida" 4ncontramos tal refer&ncia numestudo chamado Caracterologia, cu'o ob'eto de investigao chamado de car%ter e que descrito como6

    a?-um fei5e de traos que conferem a um indivduo uma originalidade natural" O termoengloba, portanto, no s! as disposi+es est%veis e inatas mas tambm a maneira pelaqual o su'eito e5plora essa base primitiva" O car%ter aparece como resultante ouresultado de uma ao sobre um dado suscetvel de evoluir/ 7Roger XaillatB

    b?-o n#cleo constitucional primitivo do psiquismo humano" uma estrutura psico$fisiol!gica ao mesmo tempo organi)adora e relacional que coloca o indivduo, demaneira original, em relao constante e din(mica com o dado e5istencial/7RogerXaillatB

    c?-uma unidade viva, ou a qualidade distintiva essencial de uma alma individual"Afinal, todo homem dotado de uma alma mas possui, alm disso, um esprito, quer

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    di)er6 ele um eu ou um si" 3or isso, num sentido muito especfico, o car%ter aqualidade da vontade pessoal, assinalando condi+es constantes que revelam uma certadireo preferencial de um eu ou de uma consci&ncia $ o que determina, portanto, entreoutras coisas, as metas *s quais algum se sente impelido/ 7

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    possvel ao centro da :erra" 4m cada caso, o estado futuro -pu5a consigo/ a sucesso deestados que leva a ele" O car%ter humano teria esta mesma caracterstica e seria, assim,um misto de causa formal e final, e5pressando no somente aquilo que de emergente eessencial h% em todo homem como tambm o sentido e a direo que ele se esfora portomar dentro da m#ltipla e5peri&ncia humana, prefigurando aquela famosa observao

    de Ortega Xasset6

    A reabsoro das circunstncias o destino concreto do homem

    @ma proposta para a interpretao astrol)gica

    Feguindo o raciocnio de tudo o que foi e5posto, dedu)imos que uma possvel leitura domapa astrol!gico natal seria composta ento de duas estruturas que se relacionariam e seinterpenetrariam6

    as perspectivas e os pontos$de$vista fundamentais que o indivduo nutre, ao longo detoda a sua e5ist&ncia, sobre o que o cerca $ representado pelas chamadas CasaUodiacaisB a maneira como o indivduo apreende e se coloca perante tais pontos$de$vista$ representado pelos chamados Astros Celestes"

    Fomente para dar uma idia longnqua do que poderia ser uma aplicao dessaastrologia, damos o e5emplo de um ser humano cu'as e5ig&ncias de integrao da suaindividualidade seriam e5pressas por6

    a?Fol na Casa M 7intuio topol!gica ou sociol!gica G uma percepo imediata domomento s!cio$poltico pelo qual o seu lugar est% passando, isto , das e5ig&ncias epress+es sociais, dos poderes e5istentes, dos deveres e das responsabilidades queemanam da posio que cada um toma dentro do grupo e da posio que deve tomar

    para fa)er frente a estas circunst(ncias e no sucumbir a elasB

    b?Faturno na Casa IM 7 ra)o tica ou legal G uma necessidade de compreenderprofundamente as regras e leis com as quais o ser humano se certifica daquilo que se'acerto, correto e verdadeiro, descobrindo inclusive certos princpios que valhamigualmente para todos e que possam dar uma medida sobre a conduta mais correta atomarB

    c?L#piter na Casa I 7 vontade personal ou arro'ada G uma vontade suprema de se fa)errespeitado e de mostrar quem 'ulga ser, arrogando e tomando as coisas para si eimpondo o seu estilo, a sua presena, de modo que a sua imagem se'a impactanteB

    d?arte na Casa MI 7 estimativa estratgica G uma vontade instintiva de se pro'etarpara adiante e de 'amais ficar para tr%s no curso da hist!ria, nutrindo um faro absurdopara detectar situa+es que possam ameaar o seu futuro e o seu pro'eto e tambm desitua+es que possam coloc%$lo numa posio de popularidadeB

    e?@&nus na Casa @III 7 imaginao emergencial G uma imaginao que vislumbra

    alternativas e solu+es para o caso da situao se apertar e que tambm descortina o quepoderia acontecer e como as coisas se processariam caso a situao chegasse a um

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    limiteB

    8?

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    /5$ foi mais ou menos isto que Ren Xuenon quis di)er ao falar que, de todas ascondi+es a que o homem est% submetido quando nasce, o hor!scopo e5pressa as maisgerais" Ora, as mais gerais so tambm as mais sutis, as mais difceis de se en5ergarB

    porm, so as mais rgidas e imut%veis"

    /6$ do voc%bulo grego charaYter, que significa impresso, gravaoB do verbo gregocharassein, designando o ato de agudi)ar, riscar, esculpir, o que se aplicava a princpio atodo signo 7de escrita, astron.mico, sendo utili)ado depois para designar coisas muitoespeciais" Representa, portanto, signos distintivos mas que geralmente parecem ter vida

    pr!pria e uma certa import(ncia m%gica" Isto nos condu), por graus, ao emprego atualdesta palavra6 cunho, marca, especificidadeB propriedade ou qualidade inerente a umente e que o distingue dos demaisB a forma especfica de cada coisa"

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    Captulo # @ma poss&el Astrologia para a ,odernidade

    A Astrocaracterologia; uma pes*uisa astrol)gica

    ]A Alta Igre'a da Ci&ncia oderna tambm no se mostrou, em sua maior parte, menosrelutante em e5aminar a evid&ncia quanto * astrologia" A astrologia , de acordo com o

    modelo apresentado, impossvel" 3or isso, aqueles que afirmam o contr%rio oupretendem ter evid&ncias so ou iludidos ou deliberados charlates que no podem ter

    lugar em uma sociedade inteligente" 4m face de tal tabu, somente os cientistas cora'osos que ainda esto dispostos a levar em considerao a evid&ncia da astrologia, e s! os

    mais valentes esto prontos a dedicar suas energias criativas e reputa+es na e5ploraodesta ci&ncia proscrita 7""" de olhar alm da evid&ncia e formular uma teoria realista,

    rigorosamente elaborada, sobre o modo como a astrologia poderia funcionar" 4steprocesso de busca por cone5+es causais e de elaborao e teste de teorias que

    respondero pelos fatos sempre foi a mola mestra da ci&ncia" Como Lohn AddeE dissemuitas ve)es, a astrologia s! pode ser beneficiada se as normas da ci&ncia forem

    seguidas com o m%5imo rigor possvel" 7""" um degrau essencial no processo derestabelecimento deste antiga disciplina a seu lugar de direito entre a fraternidade das

    ci&ncias" ual deveria ser e5atamente este lugar ainda est% su'eito a con'ecturas, masningum com mentalidade tolerante pode ter qualquer d#vida de que a dimensocientfica da astrologia desafiar% gradativamente nosso conceito sobre a relao do

    homem com o cosmo"]C:arles Bar&e

    Fo dessas premissas colocadas a princpio pelas Ci&ncias :radicionais $ que partimospara elaborar a hip!tese que acima demonstramos e que, acrescidas de contribui+es

    dadas por algumas ci&ncias modernas 7 psicologia, antropologia, filosofia da ci&ncia,epistemologia, estatstica, metodologia e etc, nos permitiu desenvolver, ao longo desses#ltimos vinte anos, uma pesquisa astrol!gica que pode confirmar tal hip!tese, ou se'a,que o mapa astrol!gico o mapeamento cognitivo do indivduo, daquilo que eleespontaneamente presta ou no a ateno $ e isto com todas as ressalvas e advert&nciasque a psicologia da cognio, somadas a ontologia, pode nos dar e frisar"

    :al pesquisa intitulada Astrocaracterologia e foi proposta, nos seus princpios gerais,pelo fil!sofo Olavo de Carvalho que inclusive a'udou a implantar o movimentoastrol!gico no [rasil atravs da figura de 4mma Costet de ashville e de sua escolaL#piter 789VW" as, desde que o rumo do movimento astrol!gico foi tomando um

    caminho doentio e inusitado $ transformando a pr%tica da leitura astrol!gica numinstrumento, digamos, massageador do ego $ Olavo de Carvalho se viu diante da

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    responsabilidade de alterar o rumo deste movimento que a'udara a implantar, seesforando ento para fa)er uma verdadeira assepsia na %rea astrol!gica $desenvolvendo, assim, os primeiros esboos da pesquisa astrocaracterol!gica"

    A Astrocaracterologia vai assim, * princpio, contra * pr%tica da astrologia atual $ a

    astrolatria $ que pretende obter um retrato est%tico e coisificado dos indivduos sob aforma de uma descrio puramente e5terior" Afinal, ho'e em dia, considera$se o auto$conhecimento como a simples identificao de traos de personalidade $ se esquecendode que o -eu/ no pode ser conhecido apenas teoricamente mas, sim, vivido e assumidoem toda a sua sub'etividade" >essa forma, o auto$conhecimento, to proclamado emnossa poca, dei5a de ser visto como luta e reali)ao de valores livremente assumidose se transforma em mera investigao auto$contemplativa e auto$complacente,curiosidade de desocupados"

    claro que isso s! possvel de ocorrer numa cultura em que a economia se tornou aregra, permitindo com que houvesse um terrvel descompasso entre educao tcnico$

    cientfica e formao humanstica$filos!fica, aumentando cada ve) mais a dificuldadeem entender o sentido e a realidade da subst(ncia individual 7do eu, empurrando entoa todos para dentro de uma crise de identidade na qual geralmente vive preso o tipoconsumidor que v& e considera tudo como transit!rio e substituvel $ inclusive o g&nerohumano" Ali%s, a sociedade atual nos p+e em contato direto com ob'etos de fabricaoindustrial que se sucedem em velocidade vertiginosa, fa)endo com que tenhamos umanoo do mundo e5terior 'amais composto de entes $ cada qual com seu statusontol!gico pr!prio $ mas, sim, composto de apar&ncias transit!rias que se fa)em e sedesfa)em, e de que no h% nada que se'a ou possa ser" A noo de eu, identidade,integridade, ess&ncia, neste conte5to, se confunde e se perde, e entra num atoleiro deconsidera+es doentias e estapaf#rdias"

    Fendo assim, se para o homem moderno difcil compreender o ser em toda suacomple5idade e com todas as suas implica+es, imagine quo grandiosa a dificuldade

    para compreender a astrologia $ imensa Ali%s, a astrologia, por ter uma rai)metafsica por um lado e, por outro, uma rai) emprica, est% $ pela sua pr!pria nature)a $colocada numa linha de demarcao entre uma coisa e outra, da resultando a enormecomple5idade que sua investigao imp+e" @emos, assim, o quanto que o fen.menoastrol!gico muito mais comple5o do que pretende qualquer vil moralismo c!smico,impondo discernimentos que fariam com que o pr!prio Arist!teles ou o pr!prio Fo:om%s de Aquino perdessem a cabea"

    >essa maneira, a Astrocaracterologia pretende demonstrar tambm que h% umainconsist&ncia metodol!gica total na %rea astrol!gica, impedindo com que uma dasformas de conhecimento mais antigas 729 do ser humano tenha respeitabilidade p#blicae possa ser averiguada, dei5ando de ser vista ento como se fosse uma questo de-crena/" A astrologia no uma crendice, um folclore, uma bru5aria, uma loucura ouum absurdo, assim como pensaram um dia que a medicina, a psicologia e a ecologia ofossem" A astrologia um fen.meno como qualquer outro e, por mais dificuldades deinvestigao que ele oferea, deve e pode ser estudado" [astaria, para isso, que uma#nico smbolo astrol!gico tivesse comprovadamente uma relao com algum fen.meno

    psicol!gico $ o que, curiosamente, a pesquisa de ichel Xauquelin '% dei5ou a entrever"

    as, por enquanto, a astrologia se limitou a constatao de fatos $ onde uns soverdadeiros e, outros, duvid%veis $ e a uma observao clnica, sendo por isso mesmo

    http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-capitulo4.asp#29http://portodoceu.terra.com.br/estudo/astrocaracterologia-capitulo4.asp#29
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    e5tremamente emprica e no te!rica, desenvolvendo ento descri+es tipol!gicas queso e5tremamente persuasivas mas que, infeli)mente, tradu)em casos particulares eraramente a regra geral"

    4m parte isto ocorre porque as pessoas que procuram -estudar/ astrologia esto, na

    realidade, procurando, digamos, uma espcie de muleta c!smica que suporte afragmentao da pr!pria psique e que d& um simulacro de sentido * pr!pria e5ist&ncia e,ao invs de encontrarem isto, acabam se deparando com uma coisa que s! oferece mais

    problemas $ problemas, estes, para os quais no querem atentar e nem tampoucoresolver" :emos que reconhecer com honestidade que a astrologia ainda um enigmacomo qualquer outro e que, onde buscamos o sentido da vida, s! encontramos maiscontradi+es e d#vidas" Ali%s, os indivduos que se recusam a avaliar a comple5idade dofen.meno astrol!gico $ e que so qualificadas para estud%$lo $ t&m medo, digamos, deserem rotuladas de msticas, idiotas, irracionais, e largam o problema, dei5ando$o nas

    piores mos" >esse modo, quem acaba se interessando pelo problema louco e quem sadio foge ou no se interessa pelo problema" 4ntretanto, o tema astrol!gico

    importante e ser% difcil fugirmos dele"

    rge, por isso, uma pesquisa no campo astrol!gico" ma pesquisa que no s! tentedesenvolver uma tcnica diagn!stica do tipo humano determinado pela estrutura celestemas que organi)e todo o patrim.nio astrol!gico que se mantm ainda em estadosimb!lico, transformando$o num estudo sistem%tico e crtico e descobrindo umametodologia que lhe se'a aplic%vel" 4ssa pesquisa, em suma, a Astrocaracterologiaque, como tal, 'amais poderia dei5ar de considerar6

    .o legado da antropologia e, principalmente, dos estudos de religi+es comparadas querecomp+em e do uma vaga idia do que foram as Artes

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    A AstrologiaD as ci%ncias e o debate astrol)gico

    4ssas so $ de acordo com o nosso entendimento $ premissas b%sicas para elevar a

    qualidade do debate e da investigao do fen.meno astrol!gico" Ali%s, todo o debate emtorno do tema astrol!gico tem sido e5tremamente ret!rico e partid%rio, onde6

    de um lado se coloca o astr!logo como um guru que, por deter um conhecimento que sedi) -secreto/, acaba alegando que no h% como e5plic%$lo, dei5ando a astrologia semqualquer estudo e sem qualquer fundamentao rigorosa $ o que 'ustamente a tornaindigna de respeitoB de outro lado se coloca o -homem de saber/ que, mesmo sem terestudado o suficiente qualquer refer&ncia sobre o assunto se d% o direito de 'ulg%$lo,evitando ao mesmo tempo se envolver com a questo para no manchar a pr!priareputao intelectual, dei5ando ento a astrologia num completo abandono quando,curiosamente, o mais apto a estud%$lo"

    3or isso, enquanto no sairmos do debate astrol!gico que ainda se mantm no nvel daargumentao ret!rica e no empreendermos uma discusso l!gica e analtica, tentandoequacionar o problema, 'amais daremos um passo com relao ao que se concebe comoo -conhecimento da astrologia/" Ademais, toda forma de conhecimento teve a sua fasesimb!lica e se sistemati)ou depois6 o que ocorrer%, um dia, com a astrologia,demarcando ento um importante avano dentro do quadro dos conhecimentos humanosatuais pois acabar% revelando os laos comple5os que sempre pareceram e5istir entre asditas ci&ncias naturais e humanas $ o que, para as Ci&ncias :radicionais, '% era !bvio"

    o'e em dia, inclusive, tenta$se descobrir esses laos, e tal tentativa constitui$se no queh% de mais inovador no mundo acad&mico6 a transdisciplinariedade" 4la no s! prop+eum di%logo entre todas as disciplinas com a intuito de compreender mais profundamenteo que se'a o omem mas tambm admite que, quando uma questo no pode serrespondida e esgotada pelo conhecimento acumulado de uma disciplina, outra dever%intervir com este prop!sito o que, mal ou bem, demonstraria o limite de cadadisciplina, e as possveis rela+es entre elas" Ou se'a6 aquilo que a academia atualmente

    prop+e como necess%rio para o conhecimento do ser humano inerente * disciplinaastrol!gica $ e isto porque a astrologia participava do primeiro con'unto deconhecimentos interdisciplinares de que se tem conhecimento na hist!ria dahumanidade"

    Ademais, tanto a nature)a quanto o ser humano sempre foram ob'etos e campos deprofundo interesse e ateno, dos quais inclusive '% se e5traiu algum conhecimento,havendo, entretanto, um #nico conhecimento que ainda no foi levantado com a suadevida import(ncia $ aquele conhecimento que fala e5atamente da relao do homemcom o mundo e do mundo com o homem, levando isto a seus #ltimos termos e *s suas#ltimas conseq=&ncias que, de uma maneira muito grosseira, foi e a tentativa dahist!ria e da sociologia e, muito mais recentemente, da ecologia" ;um futuro talve) nomuito distante, quem sabe tal tentativa chegue e alcance o limite do astron.mico"uando isto acontecer, estaremos inevitavelmente retomando o raciocnio astrol!gico"

    3or isso de se acreditar que, quando o omem se perguntar seriamente sobre o seulugar no universo e sobre o sentido da sua vida, talve) pare de mirar o cu de forma

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    meramente potica e passe a levantar srias quest+es que, para sua surpresa, '% foramelaboradas em tempos remotos $ mas que nunca tiveram continuidade e o seu devidorespeito" 4 estas quest+es, queiramos ou no, sero de nature)a astrol!gica"

    A Astrologia e a sua 8undamentao

    A suposio implcita da astrologia de que o mundo tem uma ordem que lhe inerente$ e a Astrocaracterologia no poderia dei5ar de se apoiar nessa premissa e nessefundamento" Ali%s, muitos de n!s, com a inteno de dar legitimidade e respeitabilidadea astrologia, se apoiam nessa premissa como se ela fosse indiscutvel, e tambm porquese pensa erroneamente que a validade de qualquer conhecimento se estabelece se h%, deantemo, uma fundamentao rigorosa e e5plcita de tudo o que esse conhecimento

    envolve $ o que, infeli)mente, s! ocorre depois de muita an%lise e esforo intelectual" Apr!pria hist!ria das ci&ncias comprova que muitas hip!teses foram levantadas, muitasforam discutidas e refutadas para que, s! depois, se chegasse ao conhecimento dosfundamentos #ltimos em que estas se apoiavam"

    >esse modo, no se deveria e5igir da astrologia $ como comprovante da sualegitimidade $ que ela demonstrasse, desde '% e de uma maneira rigorosa e irrefut%vel, ofundamento em que ela se apoia, visto que este no o processo natural inerente *e5peri&ncia do conhecimento e visto que, assim, no estaramos discutindo a astrologiae sim o seu suposto princpio, a saber, o princpio da -organicidade do mundo/$

    princpio, este, muito discutido por intelectuais de porte, tais como 1erner eisenberg,a5 orYheimer e RaEmond Abellio, para no mencionar outros"

    ;o fundo, talve), e5igimos de n!s mesmos algum fundamento, alguma premissa, paratranq=ili)ar nosso crebro pasmado dessa caminhada to %rida que ele ter% que

    percorrer, se esquecendo de que, o que e5igimos no incio da 'ornada, s! encontraremosno final $ e isto se chegarmos a encontrar"

    Notas

    /7$ a Astrologia, tanto quanto a Agricultura, configuram as primeiras formas deinteresse e de conhecimento do homem primitivo"

    0=$ confirmando o quanto importante e imprescindvel a avaliao da posio dosplanetas nas casas astrol!gicas, mais do que a pr!pria posio dos planetas nos signos,isto , no )odaco" @ide Astrologia, Cosmo e >estino, de Fiegfried [hringer, @o)es,8992"

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    $#$L#O'A2#A

    de astrologiaD astronomia e cosmologia;

    CAR@Aestino" 4d" @o)es$RL, 8992

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