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Da Terra da Oportunidade à Terra do Sol Nascente Antigamente, os produtos fabricados no Japão eram conhecidos por sua qualidade inferior. (É verdade, pergunte aos seus professores, ou aos seus pais) Quando os japoneses perceberam que tinham um problema, não tentaram melhorar a sua “imagem”. Ao invés disso, lutaram para melhorar suas técnicas de fabricação. Hoje sabemos muito bem que eles conseguiram. O que a maioria de nós não sabe é que vários produtos vendidos com sucesso hoje em dia pelos japoneses foram inventados nos Estados Unidos e fabricados de acordo com padrões determinados por um americano. Em seu próprio país ele é praticamente desconhecido – um “santo de casa, daqueles que não fazem milagres”. Mas, no Japão, é uma celebridade. Seu nome é W. Edwards Deming. Em livros e artigos pregou durante décadas a “cruzada da qualidade”. Os japoneses descobriram-no em 1950, quando ele esteve lá fazendo uma palestra sobre suas idéias a respeito de controle de qualidade. Um ano mais tarde o Japão realizou um concurso nacional de melhoria de qualidade. O vencedor receberia o que hoje é chamado Prêmio Deming. É uma das maiores honrarias daquele país. Deming determinou 14 pontos para altos administradores que desejam promover a qualidade: 1. Planejar em longo prazo, não para o próximo mês ou o próximo ano. 2. Nunca ser complacente quanto à qualidade de seu produto. 3. Estabelecer um controle estatístico sobre seus processos de produção e exigir que os fornecedores façam o mesmo. 4. Negociar com o menor número possível de fornecedores – os melhores, claro. 5. Descobrir se seus problemas se confinam a partes específicas do processo de produção, ou se derivam do processo total. 6. Treinar os empregados para o trabalho que você pede que realizem. 7. Elevar a qualidade de seus supervisores de linha. 8. “Eliminar o medo”. 9. Encorajar os departamentos a trabalharem juntos, ao invés de se concentrarem na diferenciação entre departamentos ou divisões. 10. Não adotar objetivos estritamente numéricos, nem mesmo a fórmula de “zero defeitos”. 11. Exigir que seus funcionários façam um trabalho de qualidade, e não apenas que fiquem nos seus postos das 9h00 às 17h00. 12. Treinar seus empregados para que compreendam métodos estatísticos. 13. Treinar seus empregados em novas habilidades, à proporção que surja a necessidade. 14. Tornar os altos administradores responsáveis pela implementação desses princípios. Pagando a Conta e Usando o Coração Evidentemente, a função principal da Reebok International é produzir para pessoas ativas calçados esportivos para jogging, tênis e ocasionalmente ceder a marca para roupas esportivas. Mas a Reebok não perdeu de vista seus stakeholders - as pessoas direta ou indiretamente afetadas pelas atividades da empresa. Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. 1

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Da Terra da Oportunidade à Terra do Sol Nascente

Antigamente, os produtos fabricados no Japão eram conhecidos por sua qualidade inferior. (É verdade, pergunte aos seus professores, ou aos seus pais) Quando os japoneses perceberam que tinham um problema, não tentaram melhorar a sua “imagem”. Ao invés disso, lutaram para melhorar suas técnicas de fabricação. Hoje sabemos muito bem que eles conseguiram.

O que a maioria de nós não sabe é que vários produtos vendidos com sucesso hoje em dia pelos japoneses foram inventados nos Estados Unidos e fabricados de acordo com padrões determinados por um americano. Em seu próprio país ele é praticamente desconhecido – um “santo de casa, daqueles que não fazem milagres”. Mas, no Japão, é uma celebridade.

Seu nome é W. Edwards Deming. Em livros e artigos pregou durante décadas a “cruzada da qualidade”. Os japoneses descobriram-no em 1950, quando ele esteve lá fazendo uma palestra sobre suas idéias a respeito de controle de qualidade. Um ano mais tarde o Japão realizou um concurso nacional de melhoria de qualidade. O vencedor receberia o que hoje é chamado Prêmio Deming. É uma das maiores honrarias daquele país.

Deming determinou 14 pontos para altos administradores que desejam promover a qualidade:1. Planejar em longo prazo, não para o próximo mês ou o próximo ano.2. Nunca ser complacente quanto à qualidade de seu produto.3. Estabelecer um controle estatístico sobre seus processos de produção e exigir que os fornecedores façam o

mesmo.4. Negociar com o menor número possível de fornecedores – os melhores, claro.5. Descobrir se seus problemas se confinam a partes específicas do processo de produção, ou se derivam do

processo total.6. Treinar os empregados para o trabalho que você pede que realizem.7. Elevar a qualidade de seus supervisores de linha.8. “Eliminar o medo”.9. Encorajar os departamentos a trabalharem juntos, ao invés de se concentrarem na diferenciação entre

departamentos ou divisões.10. Não adotar objetivos estritamente numéricos, nem mesmo a fórmula de “zero defeitos”.11. Exigir que seus funcionários façam um trabalho de qualidade, e não apenas que fiquem nos seus postos das

9h00 às 17h00.12. Treinar seus empregados para que compreendam métodos estatísticos.13. Treinar seus empregados em novas habilidades, à proporção que surja a necessidade.14. Tornar os altos administradores responsáveis pela implementação desses princípios.

Pagando a Conta e Usando o Coração

Evidentemente, a função principal da Reebok International é produzir para pessoas ativas calçados esportivos para jogging, tênis e ocasionalmente ceder a marca para roupas esportivas. Mas a Reebok não perdeu de vista seus stakeholders - as pessoas direta ou indiretamente afetadas pelas atividades da empresa. Recentemente, ela assumiu um compromisso ético com um stakeholder peculiar – uma organização que está na vanguarda do movimento pelos direitos humanos.

A Reebok financiou - com 10 milhões de dólares – uma turnê pelos cinco continentes, patrocinada pela Anistia Internacional, com a participação de artistas populares como Sting e Peter Gabriel. “O objetivo deles combina com a filosofia de nossa corporação quanto ao direito das pessoas viverem do jeito que desejam”, explica Joseph LaBonte, o presidente da empresa. A Reebok encorajou os varejistas a participar, estabelecendo um prêmio anual de 10.000 dólares para premiar a expressão do direito à liberdade e comercializando itens auxiliares, como camisetas e jaquetas para promover a turnê. O valor total das vendas desses itens substanciais para apoiar a luta internacional pelos direitos humanos, para educar as pessoas quanto à violência doméstica e para combater o alto índice de evasão nas escolas urbanas.

Recentemente a empresa farmacêutica G. D. Searle doou a pacientes necessitados 10.000 dólares de um caro remédio contra a hipertensão. A empresa planeja continuar com o programa nos próximos anos, quando irá doar um suprimento ilimitado de sete diferentes medicamentos para tratamento de doenças cardíacas. Um paciente incapaz de reembolsar um médico ou uma clínica receberá um certificado de que a Searle resgatará a dívida. A Searle acredita que um dos atributos de uma excelente empresa é um “viés pela ação” – dando prioridade a fazer alguma coisa em favor da comunidade de seus clientes. Como diz o chairman Sheldon Gilgore: “Achamos que dar remédios aos necessitados faz parte do custo dos negócios. Planejamos tornar disponíveis nas mesmas bases todos os novos medicamentos que introduzimos no mercado”.

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A ADMINISTRAÇÃO E O ADMINISTRADOR

1) Quais são as funções da administração segundo Peter Drucker?

2) Diferencie Plano de Planejamento

3) Relacione as colunas:( 1 ) Planejar ( ) Rumo( 2 ) Organizar ( ) Motivação( 3 ) Liderar ( ) Distribuição de autoridade e de recursos( 4 ) Controlar ( ) Lógica e métodos

4) Como os administradores podem ser classificados quanto ao nível que ocupam na organização?

5) O que é um gerente funcional?

6) Por que a habilidade técnica é menos necessária aos administradores que ocupam os níveis hierárquicos mais altos?

7) Explique o que é a habilidade conceitual?

8) O que é Liderança?

9) Explique os três tipos de liderança.

10) Diferencie os termos conflito e dilema.

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Um dia Típico na Vida de Alison Reeves

Alison Reeves é gerente médio na Paramount Communications, um grande conglomerado com matriz em Nova Iorque. Ao embarcar no trem que a leva para casa em Nova Jersey, reflete sobre um dia fatigante – do tipo que, para ela, vem se tornando rotina.

Tinha chegado ao escritório às 7h45, encontrando sobre a mesa um relatório de pesquisa de mercado. Bob Chang, o chefe de pesquisa de mercado, passara a maior parte da semana compilando o relatório que Alison deveria revisar antes que fosse apresentado ao seu vice-presidente. Alison levou uns 20 minutos conversando com Bob, enquanto tomavam café, e planejando a logística para o setor de “processamento de textos e trabalhos gráficos” produzir a cópia final do relatório.

Ao voltar à sua sala, Alison encontrou três recados de telefonemas. Respondeu a dois, mas só encontrou uma das pessoas e marcou uma reunião para outro dia. Nesse momento, já estava atrasada para reunião do staff, marcada para as 8h30, e que durou até as 10h30. Em seguida, voltou à sua sala e encontrou outros cinco recados telefônicos, inclusive de uma das pessoas que ela tentara encontrar antes da reunião.

As previsões orçamentárias para o próximo ano deveriam ficar prontas no dia seguinte, bem como as revisões sugeridas para os textos que apresentariam os objetivos da divisão. Nesse ínterim, Alison teria que se encontrar com seu chefe, às 14h00, para explicar porque seu departamento tinha estourado o orçamento deste ano. Pensou em trabalhar na hora do almoço, preparando-se para a reunião, mas decidiu que não seria sensato cancelar o almoço com o novo gerente de um departamento que freqüentemente competia com o dela pelo tempo e pela atenção do chefe. Alison voltou do almoço ás 13h30, determinada a planejar o orçamento do próximo ano e a oferecer uma boa explicação para o estouro das verbas atuais.

A reunião das 14h00 correu bem. O chefe de Alison ficou satisfeito ao ver que ela estava adiantada no orçamento para o ano seguinte e ficou mais bem informado sobre os planos dela. Gastaram 15 minutos com a agenda planejada e 45 minutos discutindo sobre a Divisão. O chefe disse que estava considerando a possibilidade de reorganizar a Divisão, visando eliminar algumas duplicações de esforços. No final da reunião, Alison mencionou o relatório que ela e Bob haviam preparado, e comentou o bom trabalho que Bob realizara.

Às 15h00, Alison foi tomar café e encontrou um dos melhores vendedores da divisão, que estava mostrando a empresa a um cliente importante. Alison mencionou o relatório recém-terminado, já que este se referia a um produto que o cliente havia adquirido. Os três conversaram durante 20 minutos e Alison obteve alguns exemplos importantes para o relatório de marketing.

Às 15h30, alison participou de uma reunião do grupo de trabalho interdepartamental estabelecido para coordenar a campanha do United Way da companhia. Quando voltou para a sua sala, às 17h30, a mesa estava coberta de papéis cor-de-rosa com recados telefônicos. Ela contou oito deles e começou a responder as chamadas.

Por volta das 19h00, Alison saiu do escritório cansada, mas sentindo-se bem. Havia feito alguns progressos importantes em várias questões. Seu chefe demonstrara confiança nela pela primeira vez, e ela estava com uma sensação confortável de segurança. O relatório de Bob parecia excelente, e as informações sobre a clientela que obtivera naquela tarde iriam ajudar.

Agora podia começar a pensar numa decisão que tinha de tomar sobre a contratação de um funcionário. O processo de entrevistas indicara três finalistas bem qualificados – um homem branco, uma mulher asiática e uma mulher negra. Qual dos três seria o melhor para o departamento e para atender ao compromisso da Paramount de desenvolver uma força de trabalho diversificada? Alison dirigiu-se ao vagão de fumantes só para lembrar de que havia parado de fumar, atendendo a um pedido de que os gerentes dessem bom exemplo aos empregados. Bom, pensou, talvez seu clube de ginástica ainda estivesse aberto quando ela chegasse em casa.

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Quem Manda Aqui?

Os teóricos americanos tendem a defender uma administração participativa – enquanto essa for a idéia do administrador. Esta é apenas uma das conclusões do estudioso holandês Geert Hofstede, que acredita que muitas teorias americanas não podem ser aplicadas às práticas administrativas de outros países.

Tome idéia de que o administrador permite que os empregados participem da administração. Isso é compatível com a visão especificamente americana de que o poder nas instituições e nas organizações é distribuído de modo desigual. Na Alemanha, na Noruega, na Suécia e em Israel, entretanto, as distâncias de poder entre as pessoas são menores. Naqueles países há uma aceitação maior da “democracia” industrial, onde os subordinados tomam a iniciativa. Dentre os exemplos estão a codeterminação na Alemanha e o estilo de administração cooperativa em alguns países escandinavos. Ironicamente, muitas dessas idéias foram propostas por W. Edward Deming e outros teóricos americanos, que foram quase totalmente ignorados pelos administradores dos Estados Unidos durante muitos anos.

Recentemente muitas empresas americanas tentaram adotar práticas como a administração participativa da Suécia e os bens sucedidos círculos de controle de qualidade do Japão. Entretanto a maioria desses esforços não conseguiu se enraizar. Algumas avaliações culpam as falhas dos administradores americanos, que resistem à idéia de compartilhar genuinamente o poder com os empregados.

Hofstede conclui que os líderes não podem escolher à vontade um estilo. Em vez disso, precisam compreender a cultura de seus subordinados e o que ela diz sobre a distância de poder “correta” entre administradores e subordinados. Essa conclusão é importante para os administradores americanos que precisem trabalhar em outros países. Também é importante para administradores que nunca deixam o país, já que a força de trabalho nos Estados Unidos está tendo uma percentagem cada vez maior de mulheres e membros de minorias – que trazem expectativas culturais diferentes para o local de trabalho. Parece lógico que sua influência ajudará a reformar as expectativas sobre o poder no local de trabalho.

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Liderança centrada no subordinado

Liderança centrada no chefe

Área de liberdade dos subordinados

O administrador toma a decisão e a anuncia

O administrador “vende” a decisão

O administrador apresenta idéias e pede questionamentos

O administrador apresenta uma decisão provisória sujeita à mudança

O administrador apresenta o problema, recebe sugestões e toma a decisão

O administrador define os limites e pede ao grupo que tome a decisão

O administrador permite que os subordinados atuem dentro dos limites definidos pelos superiores

Uso da autoridade pelo administrador

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EXERCÍCIO DE REVISÃO

1) Dê a etimologia da palavra “administração”

2) Quais são as funções administrativas segundo Nogueira de Faria?

3) Qual é o símbolo da administração e o que ele representa?

4) Qual é a diferença entre eficiência e eficácia?

5) Explique a relação de dependência que existe entre um administrador e uma organização

6) Qual é a diferença entre planejamento e plano?

7) Qual é a ordem seqüencial das 4 funções administrativas?

8) Classifique os administradores pelos níveis que eles ocupam dentro de uma organização.

Defina cada tipo.

9) Quais habilidades os administradores devem ter? Explique-as.

10) Quais habilidades são requeridas nos níveis mais baixos? E nos mais altos?

11) Cite os papéis interpessoais do administrador?

12) Quando que um administrador exerce o papel de coletor de informações?

13) O que significa o termo Entrepreneur?

14) Defina o que é liderança.

15) Diferencie o estilo de liderança autocrática da democrática.

16) Que tipo de ênfase um líder deve seguir: orientada as pessoas ou orientada as tarefas?

17) O que são pessoas do tipo Carpa?

18) O que são pessoas do tipo Tubarão?

19) O que são pessoas do tipo Golfinho?

20) O que é uma organização?

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A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

A Administração científica, iniciada por Taylor e seus seguidores, constitui a primeira teoria administrativa. A preocupação em criar uma ciência da administração começou com a experiência concreta e imediata do trabalho de operários com ênfase nas tarefas.

No primeiro período de sua obra Taylor, voltou-se para a racionalização do trabalho dos operários, estendendo-se no segundo período à definição de princípios de administração aplicáveis a todas as situações da empresa. A organização racional do trabalho se fundamenta na análise do trabalho operário, no estudo dos tempos e movimentos, na fragmentação das tarefas e na especialização do trabalhador. Buscava-se a eliminação do desperdício, da ociosidade operária e a redução dos custos de produção.

A forma de obter a colaboração dos operários foi o apelo aos planos de incentivos salariais e de prêmios de produção, com base no tempo padrão (eficiência = 100%) e na convicção de que o salário constitui a única fonte de motivação para o trabalhador (homem econômico).

O desenho de cargos e tarefas enfatiza o trabalho simples e repetitivo das linhas de produção e montagem, a padronização e as condições de trabalho que assegurassem a eficiência. Verificou-se que não adiantava racionalizar o trabalho do operário se o supervisor, o chefe, o gerente, o diretor continuavam a trabalhar dentro do mesmo empirismo anterior. Para envolver os escalões mais elevados, os engenheiros da administração científica se preocuparam com os princípios de adminsitração capazes de balizar o comportamento dos gerentes e chefes.

Contudo, inúmeras críticas são feitas à administração científica: o mecanismo de sua abordagem, que lhe garante o nome de teoria da máquina; a superespecialização que robotiza o operário; a visão microscópica do homem tomado isoladamente e como um apêndice da maquinaria industrial; a ausência de qualquer comprovação científica de suas afirmações e princípios; a abordagem incompleta envolvendo apenas a organização formal; a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa; a abordagem prescritiva, normativa e típica de sistema fechado são inúmeras dessas críticas. Tais limitações e restrições não apagam o fato de que a administração científica foi o primeiro passo na busca de uma teoria administrativa. E um passo pioneiro e irreversível.

Glossário de Termos da Administração Científica

Administração Científica: é a corrente administrativa iniciada por Taylor e que enfatiza a administração das tarefas, isto é, focaliza a racionalização do trabalho operário, a padronização e o estabelecimento de princípios básicos de organização racional do trabalho.

Divisão do Trabalho: significa a distribuição de tarefas entre os indivíduos ou grupos sociais, de acordo com a posição que cada um deles ocupa na estrutura social e nas relações de propriedade. Cada pessoa ou grupo torna-se um especialista para realizar um tipo específico de atividade.

Engenharia Industrial: é a área da engenharia que cuida basicamente do aumento da eficiência da produção através do estudo dos tempos e movimentos, racionalização do trabalho humano e estabelecimento de métodos de trabalho.

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Especialização: é a distribuição de diferentes atividades entre as pessoas no sentido de aumentar o potencial de capacidades, economia de tempo, aquisição de habilidades por treinamento e prática, e, em conseqüência, aumento da produção, redução de custos e economia de escala.

Fadiga: cansaço ou estafa decorrente do trabalho continuado. A fadiga pode ser física ou psicológica.

Padronização: é a aplicação de normas fixas para homogeneizar ciclos de produção e obter redução de custos e aumento de eficiência.

Princípios de Administração: são regras básicas para o trabalho do administrador. Para Taylor são: planejamento, preparo, execução e controle.

Racionalização: é o emprego de métodos científicos de trabalho visando ao planejamento e à organização de atividades para obter redução de custos e aumento da eficiência e produtividade dos operários.

Tempos e Movimentos: é o setor da área de organização e métodos ou engenharia industrial que define o método científico e o tempo necessário para a realização de determinado trabalho.

Therblig: Anagrama invertido no nome Gilbreth. Significa a menor unidade de movimento para a determinação dos tempos e movimentos dos operários e para a definição do método de trabalho.

A TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

O pioneiro da Teoria Clássica, Henri Fayol, é considerado – juntamente com Taylor – um dos fundadores da moderna administração.

Definiu as funções básicas da empresa, o conceito de administração (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar), bem como os chamados princípios gerais de Administração como procedimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de organização ou empresa. Para Fayol, há uma proporcionalidade da função administrativa que se reparte proporcionalmente por todos os níveis da empresa.

A Teoria Clássica formula uma Teoria da Organização, tendo por base a administração como uma ciência. A ênfase na estrutura visualiza a organização como uma disposição das partes (órgãos) que a constituem, sua forma e o inter-relacionamento entre essa partes. Essa teoria da organização restringiu-se apenas à organização formal. Para tratar racionalmente a organização, esta deve se caracterizar por uma divisão do trabalho e correspondente especialização das partes (órgãos) que a constituem.

A divisão do trabalho pode ser vertical (níveis de autoridade) ou horizontal (departamentalização). À medida que ocorre divisão do trabalho e especialização, deve haver coordenação para garantir a harmonia do conjunto e, conseqüentemente, a eficiência da organização. Além disso, existem órgãos de linha (autoridade linear) e órgãos de staff (autoridade de staff para prestação de serviços e consultoria).

Para conceituar a Administração, os autores clássicos utilizam o conceito de elementos da administração (ou funções do administrador), que formam o processo administrativo.

Glossário de Termos da Teoria Clássica

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Autoridade: é o direito de dar ordens e esperar obediência. Está relacionada com à posição que o administrador ocupa formalmente na organização.

Cadeia de Comando: é a linha de autoridade que interliga as posições da organização e especifica quem se subordina a quem.

Funções Administrativas: Para Fayol as funções administrativas englobam: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (POC3). Modernamente as funções administrativas envolvem: planejamento, organização, direção e controle. Em seu conjunto as funções administrativas formam o processo administrativo.

Hierarquia: é o conjunto de níveis de autoridade existentes em uma organização formal.

Organização: Do ponto de vista de função administrativa, constitui o duplo organismo material e social da empresa. Do ponto de vista de entidade social, constitui o conjunto de pessoas que interagem entre si para alcançar objetivos específicos.

Princípios de Administração: são as regras básicas de conduta do administrador para conduzir a direção. Constituem a base da ciência da administração. Fayol enunciou 14 princípios gerais e universais de administração.

Responsabilidade: Significa o dever de uma pessoa em prestar contas ao seu superior.

Teoria Clássica: é a corrente administrativa predominante na primeira metade do século XX e que enfatizava a estrutura organizacional e os princípios universais de administração. Foi iniciada pro Henri Fayol.

ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA E TEORIA CLÁSSICA(Comparação)

Administração Científica

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A abordagem microscópica e mecanicista da Administração Científica

Teoria Clássica

A abordagem prescritiva e normativa da Teoria Clássica

Questões sobre a Administração Científica e a Teoria Clássica

1) O que é divisão do trabalho e especialização do operário?Para reduzir tempos e movimentos cada operário ficaria responsável por uma única tarefa ou de tarefas simples e elementares. Visava à elevação da produtividade.

2) Explique o conceito de Homo Economicus.O homem é movido por recompensas salariais, econômicas e materiais.

3) Por que se fala em visão microscópica do homem?Porque se ignora o trabalhador como um ser social, ele é tratado de forma individualizada. (trabalha sozinho, peça da máquina).

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4) A Administração Científica se caracterizou pela ausência de comprovação científica? Sim, pois ela foi elaborada baseada no empirismo e na improvisação.

5) Por que se diz que a administração científica tinha uma abordagem incompleta da organização?Porque só falava em tarefas, omitindo até mesmo os aspectos humanos.

6) Por que a teoria clássica abordava a organização como um sistema fechado?Porque não se enxergava a influência do ambiente fora dela. Ênfase na estrutura.

7) Por que a teoria clássica é chamada de teoria da máquina?Porque considera a organização sob o prisma do comportamento mecânico de uma máquina. De cada ação resulta uma conseqüência previsível.

8) Cite o nome do autor da Teoria da Administração Científica?Frederick W. Taylor

9) Cite o nome do pai da Teoria Clássica da administração?Henri Fayol

10) Quais são as funções administrativas segundo Fayol?As cinco funções são: prever, organizar, comandar, coordenar, controlar.

TEXTO SOBRE O FORDISMO

Estresse na Linha de Montagem 

Comparando o Fordismo com a Abordagem Sociotécnica

Desde os anos 60 e 70, acumulavam-se os indícios (empíricos) de que os trabalhadores nas linhas de montagem sofriam de fadiga e exaustão devida ao estresse e ao trabalho monótono e repetitivo. Como consequência, os níveis de absentismo e de rotatividade de pessoal eram elevados, tal como a percentagem de material rejeitado e de problemas de qualidade. A tradicional paz social na Suécia foi inclusive abalada por pequenas greves selvagens, desencadeadas pelos colarinhos azuis da indústria automóvel em  1971.

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Segundo estudos de opinião então realizados, a satisfação profissional dos operários suecos era inversamente proporcional ao trabalho em cadeia.

Por outro lado, os investigadores punham em evidência que o trabalho em cadeia, baseado na lógica do taylorismo (especialização, parcelarização, individualização do posto de trabalho, imposição de um tempo-padrão, separação das tarefas de concepção, planejamento, execução, avaliação e controle) não era propriamente a maravilha de eficiência técnica que todo o mundo imaginava, desde os gloriosos tempos de Henry Ford (Caixa 1).

Caixa 1 - Henry Ford (1863-1947)

Ford foi o homem que  popularizou o automóvel, com o seu célebre modelo T: lançado em 1908, seis anos mais tarde havia já meio milhão  de veículos circulando.

Historicamente, foi graças ao taylorismo-fordismo que o automóvel se tornou um produto de consumo de massas ou pelo menos ao alcance da classe média, e inclusive  dos operários que o fabricavam, graças ao seu baixo preço, aos salários elevados e às próprias facilidades de crédito introduzidas pela administração da Ford Motor Company.  

Ford que tinha trabalhado como engenheiro na fábrica de Thomas Edison, antes de criar a sua própria empresa (em 1903),  revolucionou a indústria automóvel, ao inaugurar em 1913 a primeira linha de montagem em cadeia, na nova fábrica de Highland Park, Michigan. Com o "scientific management" (1911) e com o trabalho em cadeia, tornava-se absolutamente dispensável o operário de ofício, e desenvolviam-se as potencialidades da produção em grande série.

Recorde-se que a F.W. Taylor (1856-1915) deve-se, sobretudo a criação de "um sistema, o da racionalização do trabalho, através da medição de tempos e movimentos, tornando assim possível a substituição progressiva do operário profissional ou de ofício, por um novo tipo de operário, não qualificado, o operário-massa, o OS ("ouvrier spécialisé"), no dizer dos franceses" (Graça, 1991).

A intensificação do ritmo de trabalho, graças à especialização,

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parcelarização e  individualização das tarefas em linhas de montagem mecanizadas permitiu um considerável aumento da produtividade e, por conseguinte a redução dos custos de produção.

Com uma produção anual de quase 250 mil unidades, Ford consegue baixar o preço do seu modelo T para os 500 dólares!... Os lucros tornam-se fabulosos: mais de 11,2 milhões de dólares são pagos em dividendos em 1913 (Hill, 1989).

Em contrapartida, o novo sistema de produção tinha feito aumentar o turnover do pessoal operário (da ordem dos 50% ao mês). É então que Ford, no início de 1914, decide introduzir os cinco dólares por dia de trabalho de oito horas (quando o que se praticava era os dois dólares e 34 cêntimos por 9 horas de trabalho diário!), além de um esquema de participação nos lucros.

Além de estabilizar a mão de obra (mais de 70% da qual era, de resto, recrutada nas levas de imigrantes que chegavam à América), aumentar a produção e estimular a produtividade do trabalho, Ford pretendia também  fazer do seu produtor de massa  um consumidor de massa: "A car for the masses... One in every family... Nothing will do as much to make roads as a car in every familiy", escreveu ele ainda no início do seu negócio.

Comercialmente, o modelo T foi uma história de sucesso: venderam-se mais de 15 milhões de carros deste tipo até 1927! E a sua nova fábrica de River Rouge (1927), no Michigan, chega a empregar 80 mil pessoas. Até 1941 Ford mantém um braço de ferro com os sindicatos e, em 1939, perde a supremacia no mercado norte-americano, para a General Motors.

Na década de 1930, as relações de trabalho tinham-se degradado muito: os salários voltaram ao nível de 1913, não havia segurança de emprego nem eram reconhecidos direitos de antiguidade do pessoal. Com o New Deal (1933), Ford encontra dificuldades adicionais (Hill, 1989):

Recusa assinar o National Industrial Recovery Act (NIRA), por não querer a negociação coletiva e nem a intromissão dos sindicatos nas suas fábricas;

Apesar do NIRA ter sido considerado anticonstitucional pelo Supremo Tribunal, há uma nova ameaça, o Wagner Act, que obriga empregadores e  sindicatos a se entenderem;

Ford só em 1941 é que autorizada a sindicalização do seu pessoal e reconhecida a negociação coletiva.

A cadeia clássica fordiana foi rapidamente imitada e adoptada por todos os concorrentes (nomeadamente na Europa: Citroen, Renault, Fiat, Morris, Opel, Mercedes-Benz, etc.). A resistência operária (sobretudo da aristocracia

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operária) à introdução da "organização científica do trabalho" (como se dizia em França) foi-se esbatendo até à época da grande crise mundial do capitalismo (1929). Mesmo depois da II Guerra Mundial, é preciso esperar pelos anos 60 para que o taylorismo-fordismo comece a ser contestado, primeiro do ponto de vista técnico e depois social. Durante mais de meio século (1910-1965), a indústria norte-americana produzia anualmente mais de 50% dos veículos automóveis. A supremacia começa a ser posta em causa pelos construtores europeus e japoneses.

Começam então a desenharem-se sistemas alternativos de produção e de organização do trabalho, em grande parte inspirados na abordagem sociotécnica (quadro 2).

Quadro 2 — Principais características de dois sistemas de produção e de organização do trabalho

Sistema tayloriano- fordianoSistema alternativo ou sociotécnico

Estandardização dos produtos Variedade e flexibilidade dos produtos

Linha de montagem Produção modular ou por ilhas

Mecanização para um único uso Mecanização flexível

Operário-massa desqualificado Operador qualificado

Baixo nível de motivação no trabalho (Indiferença)

Alto nível de motivação no trabalho (Identificação)

Relações de trabalho conflitantes Relações de trabalho cooperativas

Gestão hierárquica e centralizada Gestão participada e descentralizada

Divisão vertical do trabalho (separação das tarefas de concepção e de execução)

Integração vertical do trabalho ou enriquecimento de tarefas (execução e controle pelo operador)

Divisão horizontal do trabalho (parcelarização das tarefas)

Integração horizontal do trabalho (recomposição das tarefas)

Posto de trabalho fixo Rotação do posto de trabalho

Ritmo de trabalho imposto pela máquina ou pela linha de montagem

Ritmo de trabalho independente do ciclo produtivo

Trabalho individual Trabalho em equipe

Heterocontrole dos tempos e métodos de trabalho

Autocontrole dos tempos e métodos de trabalho

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Perguntas:

1) Qual foi o estilo de liderança adotado por Henry Ford? Justifique.2) Havia satisfação no trabalho por parte dos empregados? Explique.3) Qual das variáveis da TGA era enfatizada por Ford? Explique.4) Explique o que é Turnover.5) Por que ocorreu turnover na Ford?6) Qual foi a razão que levou outras organizações a copiarem o modelo da

Ford?7) Qual era a teoria administrativa adotada por Ford?

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS(humanizando a empresa)

O que é?Corrente administrativa iniciada com a experiência de Hawthorne e que enfatizava as pessoas, os grupos e a organização informal em contraposição aos pressupostos formais da Teoria Clássica.Também conhecida como a Escola Humanística da Administração.

Por que Teoria das Relações Humanas?

- pela necessidade de humanizar e democratizar a Administração;- devido ao desenvolvimento das ciências humanas (principalmente a psicologia);- as conclusões da experiência de Hawthorne

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

A partir da experiência de Hawthorne, desenvolveu-se uma nova concepção a respeito da natureza humana: o homem social. Concomitantemente, verificou-se que a formação e os processos de grupos podem ser manipulados por meio de algum estilo de liderança e comunicação.

Com os primeiros estudos sobre a motivação humana (Teoria do Campo e o levantamento das necessidades humanas básicas) chegou-se a noção do ciclo motivacional e suas resoluções em termos de satisfação, frustração ou compensação. Com isso, chegou-se a noção de objetivos individuais e sua influência sobre o moral e a atitude das pessoas e grupos.

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Além do mais, experiências pioneiras sobre liderança e seus resultados quanto ao desempenho dos subordinados mostraram a excelência da liderança democrática. Outros estudos posteriores passaram a envolver outras variáveis além das características pessoais do líder e concluíram que o padrão de liderança deve ser escolhido em função de variáveis (forças do administrador, nos subordinados e na situação).

A organização informal passou a ser profundamente pesquisada, tanto nas suas características como nas suas origens. Praticamente, os autores humanistas deixaram a organização formal de lado para se concentrarem somente na organização informal. A dinâmica de grupo e o profundo interesse sobre os grupos informais caracterizaram a escola das relações humanas.

Como toda corrente de oposição ferrenha, essa corrente apresentou profundas distorções – uma visão inadequada dos problemas de relações industriais, limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levaram gradativamente essa teoria a um certo descrédito. A concepção ingênua e romântica do operário e a ênfase exagerada nos grupos informais colaboraram rapidamente para que essa teoria fosse repensada e criticada duramente. O seu enfoque manipulativo e certamente demagógico não deixou de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos. Mais tarde essa teoria foi reformulada originando a Teoria Comportamental.

Glossário de Termos da Teoria das Relações Humanas

Ambiente Psicológico: é o ambiente tal como é visto, percebido e interpretado pela pessoa e intimamente relacionado às suas necessidades.

Atração: é a força ou vetor favoravelmente dirigido para um objeto, pessoa ou situação que adquire valência positiva.

Ciclo motivacional: é o processo de surgimento e tentativa de satisfação de uma necessidade humana.

Clima Organizacional: é a qualidade do ambiente psicológico de uma organização. Pode ser positivo e favorável (quando é receptivo e agradável) ou negativo e desfavorável (quando é frio e desagradável).

Frustração: é a não resolução do ciclo motivacional devido a alguma barreira que impede a satisfação de uma necessidade humana.

Homem Social: ou homo social é a concepção do ser humano motivado por recompensa e sanções sociais e simbólicas em contraposição ao homo economicus (motivado por recompensas e sanções salariais e materiais).

Manipulação: é o processo por meio do qual se induz e condiciona a pessoa a fazer algo como se fosse de sua vontade, quando, na verdade, ela faz o que os outros querem.

Motivação: referem-se as forças dentro de cada pessoa que a conduzem a um determinado comportamento.

Repulsa: é a força ou vetor desfavoravelmente dirigido a um objeto, pessoa ou situação que adquire valência negativa.

Valência: é a qualidade adquirida por objetos, pessoas ou situações em um campo dinâmico de forças psicológicas. Pode ser positiva ou negativa.

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Questionário de Revisão

1) Cite o nome dos precursores das seguintes teorias administrativas:

Adm. Científica _______________________________________

Teoria Clássica _______________________________________

Teoria das Relações Humanas ____________________________

2) Qual era a variável da TGA enfatizada em cada uma das seguintes teorias administrativas:

Adm. Científica _______________________________________

Teoria Clássica _______________________________________

Teoria das Relações Humanas ____________________________

3) O que é uma tarefa?

4) Explique o que é estudo de tempos e movimentos?

5) Explique o sistema de incentivos salariais e prêmios?

6) Por que Henri Fayol adotou como um dos 14 princípios básicos da administração a unidade de comando?

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7) Qual é o nome do industrial que primeiramente utilizou os conceitos de linha de montagem e de produção em série?

8) Por que a Teoria das Relações Humanas se opôs a Administração Científica e a Teoria Clássica?

9) Explique o significado de Homo Social?

10) Por que a Teoria das Relações Humanas valorizou tanto os grupos informais?

VOCÊ SABE O QUE É BUROCRACIA?

Pelo conceito popular "burocracia" significa morosidade e complicação nos serviços públicos, a exemplo das organizações como; INSS, DETRAN, Receita Federal, Universidades Federais, Bancos, etc., com seus departamentos, filas, carimbos e amontoado de papéis impedindo soluções rápidas aos seus clientes. O dicionário Aurélio ratifica esta visão apocalíptica. Reflete também o apego dos funcionários aos regimes e rotinas, causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de burocracia, defeito de sistema (disfunções) e não ao sistema em si mesmo.

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Quando se estuda a teoria das organizações, verifica-se que esse tipo de pensamento é um engano. À luz do famoso sociólogo Max Weber, (1864-1920) pai da teoria burocrática e das organizações, a burocracia é uma forma de organização humana e que se baseia na racionalidade, isto é na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos.

A burocracia como forma de organização humana remonta à época da Antigüidade. Contudo, a burocracia tal como ela existe hoje como a base do moderno sistema de produção teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento.

A teoria da burocracia se desenvolveu dentro da administração ao redor dos anos 40, quando houve a necessidade de um modelo de organização racional em decorrência do crescente tamanho e complexidade das empresas.

A conseqüência prevista quando temos uma instituição burocrática é a previsibilidade do comportamento humano e, a padronização do desempenho dos participantes, que tem por objetivo obter a máxima eficiência da organização.

Na sua concepção original, a burocracia deveria servir para introduzir racionalidade à organização do trabalho. Nenhuma empresa principalmente, se for organização de grande porte, pode sobreviver sem padrões mínimos de confiabilidade, isto é, com as normas, procedimentos, hierarquias e controle. Ela esta diretamente relacionada com, precisão, rapidez, univocidade de interpretação, uniformidade de rotinas e procedimentos, continuidade, redução da fricção entre as pessoas, constância, subordinação dos mais novos aos mais antigos, confiabilidade, benefícios sob o prisma das pessoas na organização.

Vários estudos concluem que as empresas brasileiras, públicas ou privadas, pelo menos a maioria delas, não são burocráticas, elas são frutos de disfunções burocráticas. Elas operam engessadas pelo excesso de normas e procedimentos, sofrem com a falta de espírito empreendedor e convivem com a apatia e falta de comprometimento dos funcionários.

A confusão é criada pela dificuldade que se faz entre o modelo burocrático e suas perversões. As conseqüências negativas da burocracia são: a rigidez, alienação, baixo comprometimento e lentidão.

Neste novo século uma demanda global crescente de recursos financeiros, capital intelectual, bens e principalmente de serviços são necessários para suprir uma expectativa, cada vez maior, das necessidades criadas e percebidas pelos consumidores. A concorrência, para atender esse mercado, passa pela sobrevivência do mais apto, do mais competente e o diferencial competitivo será a forma como se administra a organização. Se quisermos participar ativamente desse novo século, além dos novos procedimentos que atendam aos padrões de qualidades exigidas, precisamos rever

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também os princípios da teoria burocrática Weberiana do século XIX e adaptá-las e forma flexível e orientada para o mercado do século XXI.

A Burocracia é baseada, segundo Weber, em: 1. Regulamentação e normatização; 2. Formalidade das ordens e comunicações, 3. Divisão e especialização do trabalho, 4. Profissionalização, 5. Hierarquização e impessoalidade, 6. Meritocracia e 7. Previsibilidade.

Glossário de Termos da Teoria Burocrática

Autoridade: significa o poder institucionalizado e oficializado que depende de legitimidade.

Burocracia: é a organização legal, formal e racional por excelência.

Dominação: é uma relação de poder na qual o governante (dominador) impõe o seu arbítrio sobre os demais, acreditando ter o direito de exercer o poder enquanto os governados (dominados) consideram sua obrigação obedecer-lhe as ordens.

Legitimidade: é a capacidade de justificar legalmente ou explicar racionalmente o exercício do poder.

Meritocracia: ênfase dada ao mérito e competência técnica das pessoas.

Racionalidade: adequação dos meios aos fins visados e que garante eficiência na organização.

Exercícios:

1) Dê a etimologia da palavra “Burocracia”.2) Qual foi o nome dos livros mais importantes publicados em 1904 e 1905 por

Max Weber?3) Caracterize os tipos de autoridades estudadas por Weber.4) Qual é o nome da doutrina que desvaloriza os aspectos mundanos e corpóreos e

valoriza o comportamento ético e moral?5) O que é dominação?6) Caracterize o homem organizacional proposto por Weber.7) Defina o que é meritocracia?8) O que é nepotismo?9) Cite duas características da Burocracia.10) Cite duas disfunções da Burocracia.

TEORIA BEHAVIORISTA

A Teoria Behaviorista, também denominada Comportamental marca a mais profunda influência das ciências do comportamento na Administração. Para muitos, representa a aplicação da Psicologia Organizacional à Administração. Surgiu em 1947 nos Estados Unidos, dentro de uma fundamentação amplamente democrática.

A Teoria Comportamental assenta-se em novas proposições acerca da motivação humana, notadamente as contribuições de McGregor, Maslow e Herzberg. O

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administrador deve conhecer os mecanismos motivacionais para poder dirigir adequadamente as organizações através das pessoas.

Um dos assuntos prediletos dos behavioristas são os estilos de administração. McGregor traça dois extremos: a Teoria X e a Teoria Y, enquanto Likert propõe quatro sistemas organizacionais, variando desde um sistema autoritário explorador até um sistema participativo grupal eminentemente democrático.

A Teoria Comportamental enfatiza o Processo Decisorial. Todo indivíduo é um tomador de decisão, baseando-se nas informações que recebe do seu ambiente, processando-as de acordo com suas convicções e assumindo atitudes, opiniões e pontos de vista em todas as circunstâncias. A organização é vista como um sistema de decisões, em que todos se comportam racionalmente apenas em relação a um conjunto de informações que conseguem obter a respeito de seus ambientes. Para que os participantes tomem decisões consentâneas com as da organização, esta lança mão de uma série de artifícios para orientar as decisões.

A idéia de um tomador de decisões, dentro de uma racionalidade limitada pela escassez de informações que pode obter e processar, conduz ao conceito do homem administrativo, que se comporta buscando soluções satisfatórias, e não soluções ótimas.

As organizações se caracterizam por conflitos entre os objetivos individuais e os objetivos organizacionais. À medida que as organizações pressionam para alcançar os seus objetivos, elas privam os indivíduos da satisfação de seus objetivos pessoais, e vice-versa. Modelos e proposições são apresentados pelos autores behavioristas para reduzir ou eliminar os aspectos negativos dos conflitos.

O comportamento organizacional é o tema preferido dos behavioristas. A reciprocidade entre indivíduos e organizações e suas relações de intercâmbio são importantes para o estudo das organizações.

A apreciação crítica a respeito da Teoria Comportamental na Administração deve levar em conta a ênfase nas pessoas, a abordagem mais descritiva e menos prescritiva, a relatividade das teorias da motivação e a visão tendenciosa como os aspectos mais importantes dessa teoria humanista e democrática.

Glossário de Termos da Teoria Behaviorista

Behaviorismo: nome dado à Psicologia Comportamental (ou behaviorista). Em administração significa abordagem que enfatiza o sucesso organizacional através das variáveis humanas dentro da organização.

Comportamento: Conduta, maneira de proceder e de agir ou reagir ao ambiente externo.

Comportamento Organizacional: é o estudo do comportamento de indivíduos e grupos em função do estilo administrativo adotado pela organização.

Decisão: escolha ou opção entre várias alternativas de cursos futuros de ação.

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Estilo de Liderança: é o padrão de comportamento adotado por um líder para dirigir os membros da organização em direção aos objetivos propostos.

Motivação: é o estado íntimo que leva uma pessoa a se comportar de maneira a assegurar o alcance de determinado objetivo ou a se engajar em uma atividade para satisfazer necessidades pessoais.

Motivo: é o impulso íntimo que incita uma pessoa à ação e que sustenta e dá direção ao comportamento.

Necessidades Humanas: conjunto de motivos fisiológicos, psicológicos, sociais e de auto-realização que condicionam o comportamento das pessoas.

Organizações: são conjuntos de pessoas trabalhando juntas para alcançar propósitos e objetivos comuns.

Psicologia Organizacional: é a área da psicologia voltada para o estudo das pessoas nas organizações.

Satisfaciente: é a escolha da alternativa satisfatória em vez de uma alternativa ótima de decisão.

Exercícios:

1) Qual é a variável da TGA enfatizada nessa teoria administrativa?.2) Qual é o nome do precursor dessa Teoria?3) Quais são as necessidades primárias e secundárias da hierarquia das

necessidades propostas por Maslow? Desenhe a pirâmide e dê um exemplo para cada hierarquia.

4) Explique a teoria dos dois fatores de Herzberg.5) Diferencie as Teorias X e Y de McGregor.6) Qual é a concepção de homem na Teoria Behaviorista?7) Por que as teorias de Maslow e de Herzberg não são consideradas absolutas e

sim relativas?

TEORIA ESTRUTURALISTA

A Teoria Estruturalista surgiu por volta da década de 1950, como um desdobramento das análises dos autores voltados para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela de Relações Humanas.

Os autores estruturalistas (mais voltados para a Sociologia Organizacional) procuram inter-relacionar as organizações com o seu ambiente externo, que é a

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sociedade maior. Daí, a sociedade de organizações caracterizada pela interdependência entre as organizações. Nesta teoria tem-se o conceito do homem organizacional que desempenha papéis simultâneos em diversas organizações diferentes.

A análise das organizações sob o ponto de vista estruturalista é feita dentro de uma abordagem múltipla e globalizante: tanto a organização formal como a informal devem ser compreendidas (numa alusão a Teoria clássica e à de Relações Humanas), bem como as recompensas materiais e sociais devem ser consideradas no comportamento das pessoas; todos os tipos de organizações devem ser levados em conta (empresas industriais, comerciais, de serviços, exércitos, igrejas, partidos políticos, universidades, hospitais, etc.), os diferentes níveis hierárquicos devem ser abrangidos pela análise organizacional, bem como as relações externas da organização com outras organizações (análise inter-organizacional).

A análise organizacional, dentro dessa abordagem múltipla e globalizante, é facilitada com a utilização de tipologias organizacionais, assunto em que os estruturalistas são mestres: Etzioni, Blau e Scott sugerem tipologias simples e unidimensionais para analisar e comparar organizações.

Para avaliar a realização das organizações, os estruturalistas estudam os objetivos organizacionais que representam as intenções das organizações. Seu alcance mostra até que ponto as organizações são eficazes e bem sucedidas.

A Teoria Estruturalista inaugura os estudos do ambiente dentro do conceito de que as organizações são sistemas abertos em constante interação com o seu contexto externo. Até então, a teoria administrativa havia se confinado aos aspectos internos da organização dentro de uma concepção de sistema fechado.

Todavia, as organizações não funcionam dentro de um mar de rosas. Existem conflitos e dilemas organizacionais que provocam tensões e antagonismos envolvendo aspectos positivos e negativos, mas cuja resolução conduz a organização, à inovação e à mudança.

Numa apreciação crítica do estruturalismo dentro da administração, com seus aspectos positivos e suas restrições e limitações, conclui-se que esta é uma teoria de transição em direção à Teoria dos Sistemas.

Glossário de Termos da Teoria Estruturalista

Ambiente Organizacional: é o contexto externo (humano, social, político e econômico) que envolve externamente uma organização. O ambiente é constituído pelas outras organizações que formam a sociedade.

Conflito: é uma situação em que duas ou mais pessoas ou grupos discordam entre si ou experimentam antagonismo recíproco. O mesmo que divergência ou contraposição.

Dilema: representa uma situação em que deseja atender a dois interesses inconciliáveis entre si; o atendimento de um deles impede o atendimento do outro.

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Estruturalismo: é um método analítico e comparativo que estuda os elementos ou fenômenos em relação a sua totalidade.

Sociedade de Organizações: a sociedade moderna é constituída de organizações, das quais as pessoas passam a depender para nascer, viver e morrer.

Sociologia Organizacional: é a área da sociologia que se encarrega do estudo das organizações.

Tipologia das Organizações: é uma classificação das organizações de acordo com uma ou mais variáveis que servem de critérios ou padrões para facilitar a análise comparativa de organizações.

Exercícios:

1) Qual é o nome do precursor da Teoria Estruturalista?2) Quais são as variáveis da TGA enfatizadas nessa teoria administrativa?3) Conceitue a Teoria Estruturalista.4) Por que essa teoria originou a expressão “organizações sociais”?5) Qual é a concepção do homem nessa teoria?6) Quais são os níveis organizacionais propostos na Teoria Estruturalista?7) Por que os conflitos organizacionais são considerados como inevitáveis?8) Por que segundo a Teoria Estruturalista deve-se dar atenção especial ao

ambiente?

TEORIA DOS SISTEMAS

A Teoria dos Sistemas é uma decorrência da Teoria Geral de Sistemas desenvolvida por VonBertalanffy e que se espalhou por todas as ciências, influenciando notavelmente a administração.

A abordagem sistêmica contrapõe-se à micro-abordagem do sistema fechado.Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. 23

O conceito de sistemas é complexo: para a sua compreensão torna-se necessário o conhecimento de algumas características dos sistemas – propósito, globalismo, entropia e homeostasia -, bem como dos tipos possíveis dos parâmetros dos sistemas (entrada, processo, saída, retroação e ambiente). O sistema aberto é o que melhor permite uma análise ao mesmo tempo profunda e ampla das organizações.

As organizações são abordadas como sistemas abertos, pois o seu comportamento é probabilístico e não determinístico; as organizações fazem parte de uma sociedade maior, constituídas de partes menores; existe uma interdependência entre as partes das organizações; a organização precisa alcançar uma homeostase ou estado firme; as organizações possuem fronteiras ou limites mais ou menos definidos; têm objetivos; caracterizam-se pela morfogênese.

Dentro dessa abordagem, avulta o modelo de Katz e Kahn – importação; processamento; exportação – com características de primeira e segunda ordem.

Por outro lado o modelo sociotécnico de Tavistock representa igualmente uma abordagem sistêmica calcada sobre dois subsistemas:o técnico e o social.

Em uma apreciação crítica da Teoria dos Sistemas, verifica-se que essa abordagem trouxe uma fantástica ampliação na visão dos problemas organizacionais em contraposição à antiga abordagem de sistema fechado. Seu caráter integrativo e abstrato e a possibilidade de compreensão dos efeitos sinergísticos da organização são surpreendentes. A visão do homem funcional dentro das organizações é a decorrência principal sobre a concepção da natureza humana. Apesar do enorme impulso, a Teoria de Sistemas ainda carece de melhor sistematização e detalhamento, pois sua aplicação prática é ainda incipiente.

Glossário de Termos da Teoria dos Sistemas

Ambiente: é o meio que envolve externamente o sistema.

Entrada: ou insumo é o material, a energia ou a informação que ingressa no sistema para faze-lo funcionar. Recebe o nome de input.

Entropia: é a segunda lei da termodinâmica e se refere a perda de energia dos sistemas fechados. Significa a tendência para a perda de energia e o desvanecimento do sistema quando não consegue repor suas perdas.

Equilíbrio Dinâmico: é o mesmo que homeostasia ou auto-regulação

Homeostasia: ou homeostase (do grego, homo = o mesmo, stasis = equilíbrio) é a tendência do sistema em manter o seu equilíbrio interno apesar das perturbações ambientais. O mesmo que auto-regulação ou estado firme. Envolve equilíbrio, permanência e estabilidade.

Processamento: é o mecanismo interno do sistema que converte as entradas em saídas. Recebe o nome de throughput.

Progresso: é o caminho em direção ao objetivo do sistema.

Retroação: ou retroalimentação, ou retroinformação, ou alimentação de retorno é a função do sistema que visa comparar a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido a fim de manter o funcionamento do sistema dentro daquele critério ou padrão. Recebe o nome de feedback.

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Saídas: ou produtos ou resultados é a conseqüência do funcionamento do sistema. Recebe o nome de output.

Sistemas: são um conjunto de elementos interdependentes e interagentes que formam um todo organizado no sentido de alcançar um objetivo.

Exercícios:

1) Qual é a idéia central da Teoria dos Sistemas?2) Quem foi o autor que influenciou o aparecimento da Teoria dos Sistemas?3) Qual é a variável as TGA enfatizada nessa teoria administrativa?4) Quais são os parâmetros de um sistema?5) Como os sistemas podem ser classificados conforme a sua constituição?6) E como eles podem ser classificados quanto a sua natureza?7) O que é resiliência do sistema?8) Qual é a concepção do homem na Teoria dos Sistemas?

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

A Teoria do desenvolvimento Organizacional (DO) nasceu na década de 1960 em função das mudanças no mundo das organizações e em função da inadequação das estruturas convencionais a essas novas circunstâncias.

O DO tem sua origem na Teoria Behaviorista e nos consultores da dinâmica de grupo e comportamento organizacional. O DO ampliou sua área de atuação chegando a abordar a organização como um todo e assumindo a abordagem sistêmica. Nesse ponto, passou a ganhar ares de teoria administrativa.

O DO apresenta novos conceitos de organização, de cultura organizacional e de mudança organizacional dentro de pressupostos da Teoria Behaviorista.

O Processo de DO é constituído basicamente de três etapas: coleta de dados, diagnóstico organizacional e ação de intervenção.

Há uma variedade de técnicas de DO para o relacionamento interpessoal, grupal, intergrupal e organizacional. Entre elas destacam-se: a análise transacional, o desenvolvimento de equipes, reuniões de confrontação e o tratamento de conflitos intergrupal.

Há também uma variedade de modelos de DO. Os mais famosos são os de Blake e Mouton, de Lawrence e Lorsch, e o de Redin.

Muito embora pareça uma moda passageira na teoria administrativa, o DO é uma alternativa democrática e participativa muito interessante para a renovação e revitalização das organizações e que não se pode desprezar.

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Glossário de Termos da Teoria do Desenvolvimento Organizacional

Agente de Mudança: é uma pessoa interna ou externa à organização que tenta modificar uma situação organizacional existente.

Atitude: é a predisposição para reagir de maneira positiva ou negativa frete a pessoas, objetos ou situações.

Clima organizacional: significa o ambiente psicológico existente na organização em decorrência do estado motivacional das pessoas.

Cultura organizacional: é o sistema de crenças e valores compartilhados que se desenvolve dentro de uma organização ou de uma subunidade e que guia e orienta o comportamento de seus membros.

Empowerment: é o estilo de dar aos funcionários autoridade, informações e ferramentas necessárias para realizar suas tarefas com mais autonomia, liberdade e confiança.

Equipes: são grupos de pessoas com habilidades complementares que trabalham juntas visando um objetivo comum.

Mudança: é o estado em que um indivíduo começa a experimentar o desempenho através de novos comportamentos.

Teoria do DO: é a abordagem baseada nas ciências comportamentais em um esforço conjugado para melhorar a capacidade de uma organização confrontar-se com o ambiente externo e incrementar sua capacidade de resolver problemas.

Exercícios:

1) Qual é idéia central da Teoria do Desenvolvimento Organizacional?2) Quais são as variáveis da TGA enfatizadas nessa teoria administrativa?3) O que é desenvolvimento organizacional?4) O que é cultura organizacional?5) O que é mudança organizacional?6) Cite as três etapas do processo de desenvolvimento organizacional.7) Diferencie um gerente eficiente de um gerente eficaz.8) Como deve ser o processo de tomada de decisões para que a eficiência do grupo

de trabalho seja otimizada?

TEORIA NEOCLÁSSICA

A Teoria Neoclássica surgiu da necessidade de utilizar os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos do pioneirismo e condensando-os com outros conceitos válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas mais recentes.

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A Teoria Neoclássica é identificada por algumas características marcantes: ênfase na prática da administração; reafirmação relativa (e não absoluta) dos postulados clássicos de administração; ênfase nos resultados e objetivos e, sobretudo, o ecletismo aberto e receptivo.

Essa teoria considera a administração uma técnica social básica. Isso leva à necessidade de que o administrador conheça, além, dos aspectos técnicos e específicos de seu trabalho, aspectos relacionados à direção de pessoas dentro das organizações.

A Teoria Neoclássica surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das questões foi o dilema sobre centralização versus descentralização. Os neoclássicos focalizam os fatores de descentralização e as vantagens e desvantagens da centralização.

São enfatizadas as funções do administrador: planejamento, organizaqção, direção e controle. No conjunto elas formam o processo administrativo.

O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente os objetivos e como alcançá-los. O estabelecimento dos objetivos é o primeiro passo do planejamento. Há uma hierarquia de objetivos para conciliar os objetivos simultâneos de uma organização, cobrindo objetivos organizacionais, políticas, diretrizes, metas, programas, procedimentos, métodos e normas. Em sua abrangência o planejamento ocorre em três níveis: estratégico, tático e operacional. O resultado do planejamento chama-se plano.

A organização é a função administrativa que consiste no agrupamento das atividades necessárias para realizar o planejado. Quanto a sua abrangência, a organização pode ocorrer em três níveis: nível global (desenho organizacional), nível departamental (desenho departamental) e nível das tarefas e operações (desenho de cargos e tarefas).

A direção é a função administrativa que orienta e guia o comportamento das pessoas na direção dos objetivos a serem alcançados. É uma atividade de comunicação, motivação e liderança e refere-se a pessoas. Em sua abrangência, a direção ocorre em três níveis: nível global (direção); nível departamental (gerência) e nível operacional (supervisão).

O controle é a função administrativa que busca assegurar se o planejado, organizado e dirigido cumpriu os objetivos pretendidos. O controle é constituído por quatro fases: estabelecimento de padrões, observação do desempenho, comparação do desempeno com o padrão estabelecido e ação corretiva para eliminar os desvios. Em sua abrangência, o controle pode ocorrer em três níveis: estratégico, tático e operacional.

Glossário de Termos da Teoria Neoclássica

Centralização: significa a concentração do processo decisorial na cúpula da organização.

Corporação: significa uma organização de grande porte (como por exemplo, uma multinacional).

Delegação: é o processo de transferir autoridade e responsabilidade para posições inferiores da hierarquia.

Eficácia: é uma medida do alcance de resultados, ou seja, a capacidade de atingir objetivos e alcançar resultados. “É fazer a coisa certa”.

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Eficiência: significa fazer corretamente as coisas e enfatizar os meios pelos quais elas são executadas. “É fazer certo as coisas”.

Funções do administrador: correspondem aos elementos da administração: planejamento, organização, direção e controle.

Gerência: é a função de direção em um nível intermediário da organização.

Metas: alvos a serem atingidos no curto prazo.

Objetivos: são resultados futuros que se pretende atingir dentro de certo espaço de tempo.

Orçamento: é um plano relacionado as questões financeiras.

Plano: é um curso determinado de ação necessário para se atingir um objetivo. É o produto do planejamento.

Pragmatismo: é a corrente filosófica inaugurada por John Dewey e que enfatiza os aspectos práticos traduzidos na administração pela prática da administração e pela ação administrativa.

Teoria Neoclássica: é a corrente administrativa que se caracteriza pelo renascimento da Teoria Clássica, devidamente atualizada e redimensionada de acordo com o espírito pragmático e se baseio no processo administrativo e na ênfase de resultados e objetivos.

Exercícios:

1) Quais são os dois principais precursores da Teoria Neoclássica?

2) Quais são as variáveis da TGA enfatizadas nessa teoria administrativa?

3) Por que a administração é considerada como sendo uma técnica social básica?

4) Quais são as funções do administrador?

5) Diferencie os termos eficiência e eficácia.

6) Quais são as vantagens da descentralização?

7) O que é o processo administrativo?

8) Quais são os níveis de planejamento?

TEORIA CONTINGENCIAL

A Teoria Contingencial é a mais recente das teorias administrativas e marca um passo além da Teoria dos Sistemas. Suas origens remontam às pesquisas de Chandler, Burns e Stalker, Woodward e Lawrence e Lorsch a respeito das organizações e seus

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ambientes. Essas pesquisas revelaram que a teoria administrativa disponível era insuficiente para explicar os mecanismos de ajustamento das organizações aos seus ambientes.

Verificou-se que as características das organizações são decorrentes do que existe fora delas: seus ambientes. Passou-se a estudar os ambientes e a interdependência entre a organização e o meio ambiente. As organizações escolhem seus ambientes e depois passam a serem condicionados por eles, necessitando adaptar-se a eles para poderem sobreviver e crescer. O conhecimento do ambiente passou a ser vital para a compreensão dos mecanismos organizacionais. Entretanto, a análise ainda é bastante precária, requerendo muita pesquisa pela frente.

Outra variável que condiciona a estrutura e o comportamento organizacional é a tecnologia utilizada pela organização. Para defrontar-se com o ambiente, a organização utiliza tecnologias que condicionarão sua estrutura organizacional e o seu funcionamento. A partir da Teoria Contingencial, a variável tecnologia passou a assumir um importante papel na teoria administrativa. Alguns autores chegam a falar em imperativo tecnológico sobre a estrutura organizacional.

A Teoria das Contingências parte para novos modelos organizacionais mais flexíveis e orgânicos, respeitando as outras variáveis (pessoas, estrutura e tarefas) e chamando a atenção para o surgimento do homem complexo.

Em uma apreciação crítica, verifica-se que a Teoria Contingencial é eclética e interativa, mas ao mesmo tempo relativista. Em alguns casos, ela é muito mais uma maneira relativa de encarar o mundo do que propriamente uma teoria administrativa.

Glossário de Termos da Teoria Contingencial

Ambiente: Constitui tudo o que envolve externamente uma organização.

Ambiente Geral: Macroambiente. É o ambiente comum a todas as organizações.

Ambiente de Tarefa: Microambiente. É o ambiente de operações específico de cada organização (clientes, fornecedores, concorrência e agências reguladoras).

Contingência: Algo que pode ou não acontecer, mas quando acontece passa a influenciar o comportamento da organização.

Homem Complexo: É a visão do homem como um sistema complexo de valores, percepções, características pessoais e necessidades. Ele funciona como um sistema aberto capaz de manter seu equilíbrio interno diante de demandas feitas pelas forças externas do ambiente.

Imperativo Tecnológico: É a idéia de que a estrutura e o comportamento da organização devem ser ajustados à tecnologia, se ela pretende ser bem sucedida.

Tecnologia: É o conjunto de conhecimentos, técnicas, ferramentas e atividades utilizadas para transformar os insumos organizacionais em saídas ou resultados.

Teoria da Contingência: É a abordagem que enfatiza que a administração depende de um determinado conjunto de circunstâncias – uma situação.

Exercícios:

1) O que é contingência?2) Qual é a idéia central da Teoria Contingencial?

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3) Quais são as variáveis da TGA enfatizadas nessa teoria administrativa?4) Diferencie as organizações mecanísticas das orgânicas.5) O que é diferenciação?6) O que é integração?7) Qual é a concepção do homem na Teoria Contingencial?8) Diferencie o ambiente geral do ambiente de tarefa.9) Diferencie a tecnologia incorporada da não incorporada.10) Diferencie a tecnologia fixa da flexível.

Exercício de Revisão – TGA 1

1) Cite o nome dos precursores e as variáveis da TGA enfatizadas nas seguintes teorias administrativas:

Adm.Científica ______________________________________________________Teoria Clássica ______________________________________________________Teoria das Relações Humanas ___________________________________________Teoria Burocrática ____________________________________________________Teoria Behaviorista ___________________________________________________Teoria Estruturalista __________________________________________________Teoria dos Sistemas ___________________________________________________Teoria do Desenvolvimento Organizacional (só as variáveis) __________________Teoria Neoclássica (2 precursores e as variáveis) ____________________________Teoria Contingencial (só as variáveis) ____________________________________

2) Qual é a teoria administrativa que defende a idéia de que as características das organizações são variáveis conforme o ambiente e a tecnologia adotada?

3) A elaboração do PLANO é conseqüência de qual função administrativa?

4) Qual teoria administrativa afirmou a administração como sendo uma técnica social básica, e o que esse termo significa?

5) O que é Cultura Organizacional e qual foi a teoria administrativa que apresentou esse conceito?

6) Qual é a diferença entre um sistema aberto e um fechado?

7) Por que a Teoria das Relações Humanas se opôs a Administração Científica e a Teoria Clássica?

8) Quais são os níveis administrativos, quem ocupa esses níveis e o que fazem os ocupantes?

9) Você entende que um conflito é maléfico ou benéfico à uma organização?

Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. 30

10) Diferencie as Teorias X e Y de McGregor.

11) Desenhe a pirâmide das necessidades segundo Maslow, alocando as 5 necessidades no desenho?

12) A regulamentação, a normatização e a formalidade nas ordens e comunicações são características oriundas de qual teoria administrativa?

13) Cite os 14 princípios de Fayol.

14) Explique o que significam os termos Homo Economicus, Homo Social, Homo Administrativo e Homo Complexo.

15) Quais são os parâmetros de um sistema?

16) Por que o conhecimento das metas e dos objetivos por parte dos integrantes da organização são determinantes na avaliação da eficiência do trabalho em grupo?

17) Explique o que é motivação?

18) Explique o que é meritocracia?

19) Diferencie o Ambiente Geral do Ambiente de Tarefa.

20) O que significa o termo Contingência?

21) Por que a Teoria Neoclássica afirmou a administração como sendo uma técnica social básica?

22) Quais são as variáveis da TGA?

23) Qual é a diferença entre um sistema aberto e um fechado?

24) Por que a Teoria das Relações Humanas se opôs a Administração Científica e a Teoria Clássica?

25) Explique a função planejamento conforme a Teoria Neoclássica?

26) Cite 3 características da Teoria Burocrática?

27) Diferencie as Teorias X e Y de McGregor.

28) Dê exemplos de necessidades fisiológicas e de segurança segundo Maslow?

29) Por que a Teoria de Relações Humanas deu importância para a formação dos grupos informais?

30) Qual teoria administrativa foi denominada teoria da motivação?

Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. 31

31) Explique o que significam os termos Homo Economicus, Homo Social, Homo Administrativo e Homo Complexo.

32) Quais são os 4 parâmetros de um sistema?

33) Diferencie os sistemas físicos dos abstratos

34) Qual é a idéia central da Teoria do desenvolvimento Organizacional?

35) Quais são as vantagens da descentralização?

36) Diferencie o Ambiente Geral do Ambiente de Tarefa.

37) O que significa o termo Contingência?

38) Defina o termo tecnologia.

39) Diferencie a tecnologia fixa da flexível.

Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. 32