Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

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1 APOSTILA SOBRE ENFERMAGEM DO TRABALHO E EMERGÊNCIAS MÉDICAS

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APOSTILA SOBRE ENFERMAGEM DO TRABALHO E EMERGÊNCIAS

MÉDICAS

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EMENTA DA DISCIPLINA: História da Saúde do trabalhador; As funções dos trabalhadores de enfermagem do Trabalho; Programa s de saúde do trabalhador, Grupos especiais de trabalho; Exames de saúde, Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional(PCMSO); Processos de Esterilização materiais; programas de educação continuada na área do trabalho; qualidade de vida no trabalho; atendimento pré-hospitalar, definição; Sistemas Estaduais de Urgências e Emergências estaduais, avaliação da vítima, reanimação cardio- pulmonar, lesões torácicas, traumatismo cranio encefálico, princípio básicos de imobilização, queimaduras, acidentes com múltiplas vítimas.

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SUMÁRIO PÁGINA

1-História da Saúde Ocupacional...................................................4 2- Normas Regulamentadoras.......................................................6 3-A Enfermagem do Trabalho ......................................................13 4-A Educação de Enfermagem no Brasil.........................................13 5-Atribuições do Técnico de enfermagem.......................................16 6- O Téc. de Enfermagem na empresa...........................................17 7- Programas de Saúde do Trabalhador.........................................19 8- Grupos Especiais.......................................................................22 9-Programa de Controle Biológico...................................................24 10- Normas de Precauções Universais.............................................26 11- Normas e Rotinas de Enfermagem............................................27 12- Controle, preparo e Esterilização de materiais...........................28 13- Anotações e registros de enfermagem.......................................31 14- Integração do Profissional de Enfermagem................................33 15- Aspectos Nutricionais do Trabalhador........................................34 16- Programa de Imunização do Trabalhador...................................35 17- Educação em Saúde Individual e em grupo.................................38 19- Anexos.....................................................................................39 Emergências Médicas 20- Primeiros Socorros....................................................................45 21- Atendimento Pré- hospitalar.......................................................45 22- Sistemas Estaduais de Urgências e Emergências..........................47 23- Hora Dourada...........................................................................48 24- Avaliação e Abordagem Inicial da Vítima.....................................49 25- PCR/RCR...................................................................................53 26- RCR no Suporte Básico de Vida...................................................54 27- Técnicas Manuais de abertura de vias aéreas...............................55 28- RCR no suporte Básico Avançado de Vida.....................................57 29-Choque........................................................................................57 30- Lesões do tórax...........................................................................61 31- Tamponamento cardíaco..............................................................63 32- Tórax Instável.............................................................................64 33- Lesões abdominais.......................................................................66 34- Traumatismo Crânio Encefálico.....................................................67 35- Traumatismo Raquimedular..........................................................68 36- Lesões traumo ortopédicas...........................................................69 37- Queimaduras...............................................................................75 38- Acidentes com múltiplas vítimas....................................................94

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1-História da Saúde Ocupacional

O trabalho surgiu junto com a humanidade. Desde os primórdios o homem teve

necessidade de trabalhar para prover sua existência. Com o passar dos anos e o

surgimento de várias atividades e doenças ligadas ao trabalho foram surgindo estudos a

respeito da saúde ocupacional.

Em 1700, na Itália, foi publicado o livro As doenças dos Trabalhadores de

Bernadino Ramazzini, médico preocupado com o surgimento de várias doenças nos

trabalhadores. Este livro foi um marco na história da Saúde Ocupacional. Este autor foi

considerado o pai da Medicina do trabalho.

Com o surgimento da Revolução Industrial em no final do século XVIII, inicialmente

na Inglaterra, e depois em vários países da Europa, os problemas de saúde nos

trabalhadores se agravaram. A industrialização, com a introdução de máquinas, trouxe

profundas mudanças no mundo do trabalho. As pessoas abandonaram os campos e foram

viver em aglomerados nas cidades em torno das indústrias.

A improvisação dos locais de trabalho, a carga horária extensa( chegando a uma

jornada de 16 horas diárias de trabalho), a utilização de mão de obra feminina e infantil,

precárias condições de higiene e trabalho, favoreceram a ocorrência de vários problemas

ocupacionais.

Os acidentes eram numerosos e fatais, provocadas por máquinas e falta de

equipamento adequado para manuseá-la. Os trabalhadores não eram treinados com

relação ao funcionamento das máquinas e lidavam de forma amadora, contribuindo para o

aumento crescente de acidentes. Além disso, começaram a surgir produtos tóxicos que

eram utilizados na indústria sem qualquer orientação aos trabalhadores, levando a

ocorrência de mortes, principalmente entre crianças. A jornada extensa, que começava de

madrugada e se estendia até à noite, também contribuiu para aumentar os índices de

doenças profissionais.

Aos poucos, esta situação provocou revolta na sociedade que exigiu do governo

providências, pois pessoas estavam morrendo todos os dias devido a precariedade das

condições de trabalho.

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Em 1802, o Parlamento Britânico conseguiu aprovar a “ Lei da Saúde e Moral dos

Aprendizes”, que estabelecia uma jornada de 12 horas de Trabalho, proibindo o trabalho

noturno, e obrigando as fábricas a instalarem sistemas de ventilação.

Com a evolução Industrial as condições de trabalho pioraram, os patrões só

visavam os lucros, e tentavam a todo custo burlar as leis. Nesta época, em 1930, foi

criado o primeiro serviço médico industrial, em todo o mundo, com o médico Robert

Baker, surgindo então a figura do médico na saúde ocupacional.

A partir de 1833, as condições de trabalho começaram a melhorar, em função da

organização dos trabalhadores que começaram a exigir melhores condições de trabalho

vencendo a resistência dos empregadores.

No Brasil, somente em 1940, começaram a se preocupar com as questões

referentes à Saúde do Trabalhador. Neste ano foi fundada a Associação de Prevenção de

Acidentes de Trabalho.

Em 1943, um acontecimento histórico no país para os trabalhadores foi a criação da

CLT- Consolidação das Leis de Trabalho.

Em 1960 foram criados o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço(FGTS) e o Instituto

Nacional de Previdência Social que atualmente é chamado de Instituto Nacional de

Seguridade SociaL(INSS), nos qual os acidentes de trabalho são assegurados. Nesta

década foi Criado o FUNDACENTRO.

Em 8/06/1978, foi aprovada pelo Ministério do Trabalho a Portaria 3.214, que criou 28

Normas Regulamentadoras(NRS), que atualmente são 33NRs e 5 NRs Rurais. Estas

normas orientam empresas e trabalhadores acerca de deveres, obrigações e direitos,

principalmente sob regime celetista.

Desde 1987 todas as empresas do país com empregados em regime celetista tem que ter

um Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho(SEMST). Este serviço

obedece a uma escala de graduação de risco, de acordo com a atividade desenvolvida e

número de empregados, conforme estabelecido na NR 4.

Segue abaixo quadro com principais normas e seus resumos

2-NORMAS REGULAMENTADORAS

NR1 - Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas

Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do Trabalho Urbano, bem

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como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores

no tocante a este tema específico.

NR2 - Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão

solicitar ao MTb a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem

como a forma de sua realização.

NR3 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se

sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem

como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na

adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e a Medicina do Trabalho.

A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à

existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.

NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que

possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em

funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina

do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a

integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e

específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da

CLT.

NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA: Estabelece a

obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em

funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por

empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da

apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que melhore as

condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e

doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 163 a 165 da CLT.

NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI: Estabelece e define os tipos de

EPI's a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre

que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a

integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica,

que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 e 167 da

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CLT.

NR7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece a

obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os

empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de

promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

NR8 - Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser

observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas

trabalham.

NR9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a obrigatoriedade

de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições

que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade física

dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e

conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais

NR10 - Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições mínimas

exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações

elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução,

operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários

e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e

consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais

vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais.

NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais:

Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho,

no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de

materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de

infortúnios.

NR12 - Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de

segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à

instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à

prevenção de acidentes do trabalho.

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NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnicos-legais

relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de

modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho.

NR14 - Fornos: Estabelece as recomendações técnicos-legais pertinentes à

construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de

trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento

jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da CLT.

NR15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e

agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as

situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores,

ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os

trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde.

NR16 - Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as

operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações

prevencionistas correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n°

01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades

e Operações Perigosas com Inflamáveis, tem a sua existência jurídica assegurada

através dos artigos 193 a 197 da CLT.A fundamentação legal, ordinária e específica,

que dá embasamento jurídico à caracterização da energia elétrica como sendo o 3°

agente periculoso é a Lei n° 7.369 de 22 de setembro de 1985, que institui o

adicional de periculosidade para os profissionais da área de eletricidade.

NR17 - Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptaçào das

condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a

proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A

fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à

existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT.

NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção:

Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que

objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de

segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na

industria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso I da CLT.

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NR19 - Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito,

manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade

física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.

NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições

regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos

combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física

dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.

NR21 - Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas

com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais

como, em minas ao ar livre e em pedreiras.

NR22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de

segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos

subterrâneos de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de

Segurança e Medicina do Trabalho.

NR23 - Proteção Contra Incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra

Incêndios, estabelece as medidas de proteção contra incêndio que devem dispor os

locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos

trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento

jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os

preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho,

especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas,

alojamentos e água potável, visando a higiene dos locais de trabalho e a proteção à

saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

NR25 - Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem

observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais

resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade

física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

NR26 - Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem

utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a

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proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do

Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar

exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz

respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. A

fundamentação legal, ordinária e específica, tem seu embasamento jurídico

assegurado través do artigo 3° da lei n° 7.410 de 27 de novembro de 1985,

regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530 de 9 de abril de 1986.

NR28 - Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados

pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz

respeito à concessão de prazos às empresas para no que diz respeito à concessão

de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também,

no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas

Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.

NR29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Tem

por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças

profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores

condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As

disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em

operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que

exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo

e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado.

NR30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário :

Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte

de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na

cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como

em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de

apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não

desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação à

matéria e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.

NR31 - NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA

AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E

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AQÜICULTURA: Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no

ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o

desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração

florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

NR32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde: Tem por

finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de

proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem

como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em

geral.

NR33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados: Tem como objetivo

estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o

reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de

forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que

interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

NRR1 - Disposições Gerais: Estabelece os deveres dos empregados e empregadores

rurais no tocante à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.

NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural -

SEPATR: Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do

número de empregados que possuam, organizem e mantenham em funcionamento

serviços especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, visando à prevenção

de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais no meio rural.

NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR:

Estabelece para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter em

funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

NRR4 - Equipamento de Proteção Individual - EPI: Estabelece a obrigatoriedade

para que os empregadores rurais forneçam, gratuitamente, a seus empregados

Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito estado de

conservação, a fim de protege-los dos infortúnios laborais.

NRR5 - Produtos Químicos: Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do

Trabalho rural a serem observados no manuseio de produtos químicos, visando à

prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.

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3-A Enfermagem do Trabalho

A enfermagem profissional surgiu na INGLATERRA no século XIX após um período

considerado o mais obscuro da profissão, pois não eram aconselhados às moças de

famílias estudarem enfermagem devido a profissão estar vinculada a imagem negativa

perante a sociedade. Somente no alvorecer da ciência, ou seja, na representação moderna

e já com a simbologia de FLORENCE NIGHTINGALE, enfermeira pioneira no

desenvolvimento da profissão, é que a os paradigmas foram ultrapassados e a

enfermagem retomou sua escalada rumo ao crescimento profissional.

A enfermagem profissional moderna surgiu no contexto de emergência do sistema

capitalista europeu, particularmente na Inglaterra, subseguindo à decadência dos sistemas

monástico-caritativos de assistência à saúde das populações, que ocorreu entre os séculos

XVI a XIX. Desde as suas origens, a enfermagem profissional presenciou modos de divisão

social e técnica do seu trabalho e esteve submetida a relações de compra e venda de

força de trabalho, tais como conhecemos contemporaneamente.

O marco do nascimento da enfermagem moderna a data de 9 de julho de 1860, quando

15 candidatas tiveram suas matrículas aceitas na Escola Nightingale, que funcionava junto

ao Hospital St. Thomas, em Londres, pode identificar duas características do emergente

sistema capitalista: a reprodução da divisão do trabalho e a utilização de mulheres em

atividades que exigiam pouca qualificação. O trabalho de enfermagem ou das "criadas de

enfermaria" era comparável ao trabalho doméstico e, conseqüentemente, com baixa

remuneração. Essa primeira escola, que instituiu o padrão curricular de formação da

enfermagem profissional hegemônico no mundo moderno, definia duas categorias para a

formação: as lady-nurses e as nurses. Reproduzindo a estrutura social de classes da

sociedade, as primeiras, oriundas da burguesia, eram preparadas para o ensino e

supervisão, e as nurses, geralmente oriundas da classe baixa, executavam o trabalho de

cuidado direto dos doentes e moravam e trabalhavam no hospital durante o período de

formação. Ou seja, as lady-nurses eram responsáveis pelo trabalho intelectual e as nurses

pelo trabalho manual de enfermagem.

Nesse período de transição da enfermagem tradicional para a moderna, os

instrumentos de trabalho de enfermagem relacionavam-se mais ao treinamento disciplinar

dos agentes do que a elaboração do saber de enfermagem.

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4-A Educação de Enfermagem no Brasil

A formação do pessoal de enfermagem principiou com a criação pelo governo, da Escola

Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras no RIO DE JANEIRO. Esta escola, que é de fato

a primeira escola de enfermagem brasileira foi criada pelo Decreto Federal 791, de 27 de

setembro de 1890 e denomina-se hoje Escola de Enfermagem ALFREDO PINTO

pertencendo à Universidade do RIO DE JANEIRO – UNI -RIO.

Com a reforma de CARLOS CHAGAS em 1920 houve uma reorganização dos serviços de

saúde foi criado o departamento Nacional de Saúde Pública, órgão que executava as

atividades de saúde pública no Brasil.

Neste permeio em 1923, em concordância os governos americano e brasileiro fundaram

a 1a escola brasileira de enfermagem guiado pelos moldes das enfermeiras americanas

adaptada do modelo nightingaleano, a ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY.

O exercício profissional foi regulamentado pela Lei 2.604, de setembro de 1955 e a Lei

2.822 de 14 de junho de 1956 que dispõe sobre o registro de diplomas de enfermeiro

expedidos até o ano de 1950.

Em 1959 aconteceu uma Conferência Internacional do Trabalho e, nesta houve a

recomendação de número 112 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que

conceituou a Medicina do trabalho.

Em 1964 a Escola de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

incluiu a saúde ocupacional no curso de graduação.

O auxiliar de enfermagem do Trabalho foi incluído na equipe de saúde ocupacional em

1972.

Em 1973 criou-se o CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN) e o CONSELHO

REGIONAL DE ENFERMAGEM.

Somente em 1974 aconteceu o primeiro Curso de Especialização de Enfermeiro do

Trabalho. Em 1975 foi incluído o enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional

através da portaria 3.460 do Ministério do trabalho, neste mesmo ano criou-se O Código

de Deontologia de Enfermagem.

Como podemos constatar a história da enfermagem de trabalho no Brasil é recente, e

inicialmente era vista como atendimento emergencial nas empresas. Contudo, o

desempenho dos profissionais vem demonstrando o oposto, o profissional tornou-se

imprescindível.

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Em 1986 houve uma ratificação da lei anteriormente adotada e fica estabelecido que

os profissionais que podem atuar intitulando-se da enfermagem são os profissionais

atuantes da enfermagem: ENFERMEIROS TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM,

bem como as Parteiras que atualmente são representadas por enfermeiras pós graduadas

em obstetrícia.

O Decreto no 94.406/87 regulamenta a Lei no 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe

sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências:

Art. 4º - São Enfermeiros:

I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da

lei;

II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos

nos termos da lei;

Art. 5º. São técnicos de Enfermagem:

I - o titular do diploma ou do certificado de técnico de Enfermagem, expedido de acordo

com a legislação e registrado no órgão competente;

II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso

estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no

Brasil como diploma de técnico de Enfermagem.

5-ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

EM CONSONÂNCIA COM O CÓDIGO DE DEONTOLOGIA

Art. 10 - O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico,

atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:

I - assistir ao Enfermeiro:

a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência

de Enfermagem;

b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave;

c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de

vigilância epidemiológica;

d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;

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e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a

pacientes durante a assistência de saúde;

f) na execução dos programas referidos nas letras i e o do item II do Art. 8º.

II - executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas as privativas do

Enfermeiro e as referidas no Art. 9º deste Decreto:

III - integrar a equipe de saúde.

6-O TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABALHO NA EMPRESA

Nas empresas o técnico de enfermagem do trabalho necessita, realizar procedimentos

mais específicos, afim de garantir um controle mais eficaz em relação à prevenção

associada á saúde do trabalhador e em tudo o que envolve o profissional que está sob sua

responsabilidade. Há necessidade de comprometimento integral e imprescindível com o

serviço de saúde ocupacional. O Técnico de enfermagem precisa trabalhar de forma

integrada com os demais profissionais de saúde da empresa (engenheiro, médicos,

técnicos de segurança de trabalho, assistente social, psicólogo) bem como com os

trabalhadores.

O técnico de enfermagem tem que estar atualizado no que concerne as normas da

empresa e entender quais são os pontos críticos do seu trabalho, os possíveis riscos que

possam decorrer de suas imperícias, imprudências e negligências.

Em saúde ocupacional as dúvidas e inseguranças têm que ser sanadas, pois a vida do

trabalhador estará inicialmente nas mãos do técnico de enfermagem, pois na maioria das

ocasiões ele será o primeiro a chegar aos locais de acidentes e sua agilidade, destreza e

boa conduta é que serão o guia do serviço médico da empresa, por este e outros fatos é

que além da técnica existe também o procedimento específico da atuação do técnico de

enfermagem do trabalho. A seguir observaremos as atribuições específicas do serviço de

enfermagem do trabalho nas empresas.

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CONTINUAÇÃO:

7-PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR

Introdução:

Atendendo ao Disposto na Lei No 6.514 de 22 de dezembro de 1977, que obriga as

empresas que possuem acima de 01 funcionário com registro na Carteira de Trabalho a

terem programas de correntes das exigências que estão descritas nas Normas

Regulamentadoras da lei acima.

PPRA

É um programa de prevenção de riscos ambientais, que visa a atender as

obrigações contidas na NR 09. A principal característica do PPRA é atender, reconhecer,

avaliar e controlar os riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de

trabalho. Para efeito legal da NR 09 são considerados Riscos ambientais os agentes físicos,

químicos e biológicos. O PPRA tem a importante missão de promover o bem estar do

trabalhador.

O PCMSO

O Programa de Controle Médico de Saúde tem como finalidade principal proteger os

trabalhadores de eventuais danos que possam ocorrer na exposição a agentes nocivos.

todas as empresas que possuem acima de 01 funcionário registrado , independente do

grau de risco da atividade, está obrigada a elaborar e implementar o PCMSO, conforme a

NR 07 do Ministério do Trabalho.

PCMAT Nr18

LTCAT

PPRA Nr09

PCMSO Nr07

Page 18: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

18

O PCMSO deve se implantado de acordo com os riscos identificados no PPRA(Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais). Ele determina quais serão os exames realizados pelos

trabalhadores de acordo com os riscos identificados no PPRA. A Elaboração e coordenação

do PCMSO compete ao médico especializado em Medicina do Trabalho.

PCMAT

Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalhador contido na NR 18.

Deve ser realizado pelas empresas que estão enquadradas no grupo da indústria da

construção e que possuem 20 trabalhadores ou mais, conforme determinação da NR 04. O

PCMAT deverá contemplar todas as exigências contidas no PPRA da empresa.

LTCAT

Laudo Técnico das Condições ambientais de Trabalho. É um laudo descrito pelo

engenheiro de segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho.

O LTCAT documenta todos os aspectos ambientais que estão inseridos no PPRA da

empresa. Ele identifica todos as condições ambientais, o registro de agentes nocivos e

suas conclusões. Através do LTCAT o trabalhador terá ou não direito a aposentadoria

especial(15, 20 ou 25 anos de contribuição)

Page 19: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

19

8- Grupos Especiais

O

Programa de controle auditivo é realizado por médicos especialistas na área de

otorrinolaringologia

COMO CRIAR UM PROGRAMA DE CONTROLE AUDITIVO (PCA)

1- Conhecer a situação.

2- Controlar a correta realização das medições.

3- Elaborar alternativas para reduzir a exposição.

4- Criar modelos de solicitação de informação para a empresa.

Como norma geral, sempre que não se pode conversar

normalmente a ½ metro de distância, deve-se suspeitar de que o nível de ruído é maior

do que 80 dB(A), e portanto deve ser avaliado. Para conhecer a situação, solicitar da

empresa que faça as medições ambientais, ou que apresente os resultados.

2) Controlar a correta realização das medições.

GRUPOS

ESPECIAIS

PROGRAMA DE

CONTROLE

AUDITIVO PCA

PROGRAMA

DE

CONTROLE

BIOLÓGICO

PROGRAMA

DE

CONTROLE

RESPIRATÓRIO

Page 20: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

20

- Que se realizem sempre na presença de um representante dos trabalhadores.

- Comprovar que se medem todos os postos de trabalho nos lugares onde habitualmente

se colocam os trabalhadores, e na altura de seu ouvido.

- Utilizar dosímetros do ruído e calibrador para avaliar postos de trabalho que impliquem

em mobilidade do trabalhador, ou avaliar exposição de funções que expõem o trabalhador

a diferentes níveis de exposição.

- Avaliar a exposição real de cada função/trabalhador, e não só o nível de ruído da

máquina.

- Realizar dosimetria representativa da atividade em pelo menos 40% a 50% do tempo

da atividade. Realizar duas amostragens se ruído maior que 75 dB(A) ou se o trabalhador

é remanejado constantemente entre postos de trabalho.

-Elaborar alternativas para reduzir a exposição.

a- Analisar informações procedentes da Empresa, sobre os estudos e programas de

prevenção.

-Conhecer as ações realizadas pela empresa para diminuir os limites de exposição ao

ruído, verificando medições antes e depois destas ações, e registros fotográficos e

documentais. .

- Conhecer as justificativas técnicas de que não foi possível reduzir os níveis de ruído por

outro meio, e que portanto se devem utilizar EPIs auditivos.

-Modelo de solicitação dos resultados da audiometria

a. Conhecer os resultados globais dos testes audiométricos com as seguintes informações:

Page 21: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

21

- Remanejo para áreas onde a exposição ao ruído seja menor do que 80 dB(A) para

trabalhadoras grávidas, no ultimo trimestre de gestação.

9-Programa de Controle Biológico

A saúde do trabalhador é uma área técnica que busca intervir na relação entre o

sistema de produção e a saúde e a saúde, no sentido de promover um trabalho que

dignifique o homem.

A criação do SUS definiu uma política pautada no direito e em devertes do Estado, com a

promoção, proteção e recuperação da saúde.

Em 1989 foi criada a Assessoria de Saúde do Trabalhador AST que tem por objetivo

consolidar a Vigilância em saúde do Trabalhador no Estado do Rio de Janeiro.

No campo da Vigilância Epidemiológica o Estado do Rio de Janeiro possui o

SINAN(Sistema Nacional de Agravos de Notificação Compulsória)

São considerados agravos de notificação segundo os códigos da CID 10(Classificação

Internacional de doenças). São elas: acidentes de trabalho, intoxicação por metais ou

solventes(inclui benzinismo), intoxicação por agrotóxicos, perda auditiva induzida pelo

ruído(pair), pneumoconiose, dermatose ocupacional, Ler/dort(lesões por esforço

repetitivo/doenças osteo-musculares.

A notificação de acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho é obrigação de todo

serviço médico.

As informações do SINAM, de denúncias, de outros programas de saúde, as ações de

vigilância preventiva resultam em ações de vigilância nos ambientes e processos de

trabalho. Estas ações são importantes para analisar problemas como: intoxicações

coletivas, acidente fatal, ou problemas de organização de processo de trabalho.

A vigilância intervém nas empresas de forma interdisciplinar. Sua ação se dá em 3 etapas:

Análise do ambiente, do processo de trabalho e dos instrumentos legais de saúde e

segurança.

Avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos;

Medidas de intervenção na causa básica dos problemas identificados.

Na Saúde do Trabalhador, o controle social é exercido através do Conselho Estadual de

Saúde do Trabalhador.

Page 22: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

22

Com relação ao programa de controle de biológico o ministério da saúde elaborou um

manual que trata da questão

Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados

devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que as intervenções para

profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciados logo após a

ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia.

É importante ressaltar que as medidas profiláticas pós-exposição não são totalmente

eficazes, enfatizando a necessidade de se implementar ações educativas permanentes,

que familiarizem os profissionais de saúde com as precauções universais e os

conscientizem da necessidade de empregá-las adequadamente, como medida mais eficaz

para a redução do risco de infecção pelo HIV ou hepatite em ambiente ocupacional.

Este manual deverá ser revisado periodicamente, de modo a incorporar novos conceitos:

No Brasil, a utilização da vacina para hepatite B é recomendada para todos os

profissionais de saúde. Após exposição ocupacional a material biológico, mesmo para

profissionais não imunizados, o uso da vacina, associado ou não a gamaglobulina

hiperimune para hepatite B, é uma medida que, comprovadamente, reduz o risco de

infecção.

É importante ressaltar que não existe intervenção específica para prevenir a

transmissão do vírus da hepatite C após exposição ocupacional.

10- NORMAS DE PRECAUÇÕES UNIVERSAIS

Precauções Universais, atualmente denominadas Precauções Básicas, são medidas de

prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes na manipulação

de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas e pele não-íntegra. Isso

independe do diagnóstico.

definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/aids, hepatites B e C).

Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.), com

a finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos corpóreos, e os

cuidados específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais pérfuro-

cortantes contaminados por material orgânico.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Page 23: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

23

Os equipamentos de proteção individual são: luvas, máscaras, gorros, óculos de proteção,

capotes (aventais) e botas, e atendem às seguintes indicações:

· Luvas - sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e

excreções, com mucosas ou com áreas de pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas

cirúrgicas e outros);

· Máscaras, gorros e óculos de proteção - durante a realização de procedimentos em que

haja possibilidade de respingo de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da

boca, nariz e olhos do profissional;

· Capotes (aventais) - devem ser utilizados durante os procedimentos com possibilidade

de contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas;

· Botas - proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material

infectante

11-Normas e Rotinas de Enfermagem

� Utilização e manuseio dos Equipamentos:

Os técnicos necessitam de destreza na hora do manuseio de equipamentos, por isto é

de suma importância estudar os manuais e treinar a utilização dos mesmos com

profissional capacitado.

� Aparelhos Usados nos Serviços de Saúde do Trabalhador

Os principais estão listados abaixo e são de uso contínuo no serviço de saúde ocupacional.

Compõe-se dos mais variados,e vão desde os utilizados para a proteção individual (EPI),

Proteção Coletiva até os comumente utilizados na área hospitalar. demonstrados abaixo:

_Ambú**

_Ambulância**

_Bala de oxigênio**

_ Colar cervical**

_Computador**

_ Coletes**

_ Desfibrilador**

Page 24: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

24

_Manômetros**

_ Máquina Fotográfica**

_Capacetes diversos**

_Óculos de segurança**

_Prancha longa, **

_Red Block(colete) **

_Protetor Auricular**

_Roupas de Segurança**

_Termômetro digital de geladeira**

12- Controle, Preparo e esterilização de Materiais

� Introdução

Nas unidades empresariais, na modalidade que concerne os serviços médicos e neste

estão contidos o serviço de enfermagem algumas atribuições nossas são em relação a

limpeza e desinfecção de equipamentos para procedimentos invasivos ou não.

Antes de definir o tipo de processo que será utilizado na esterilização de materiais é

importante verificar alguns pontos: qual é a clientela da empresa, quantos atendimentos

terão?..Estas são respostas contidas principalmente no grau de risco e do cliente da

empresa que elabora as regras. Na elaboração destas regras, haverá a necessidade do

técnico de enfermagem informar à empresa alguns procedimentos confiáveis de

esterilização para que esta tenha subsídios para realizar levantamentos e investimentos,

verificando a viabilidade de custo e benefício em adquirir materiais para procedimentos no

próprio serviço médico ou terceirizar o serviço. No relatório a ser elaborado é importante

frisar que o serviço de enfermagem cuida desta tarefa com garantias e eficiências

Normalmente existem no mercado várias opções de componente que visam

esterilizar materiais, demonstraremos apenas os mais utilizados e mais viáveis pois

conservam os instrumentais mais tempo esterilizados de acordo com procedimentos pré -

estabelecidos.

Observação:

Para todos os procedimentos realizados a seguir o material deverá ser previamente

lavado, seco para só então iniciar o processo de esterilização.

Page 25: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

25

CALOR ÚMIDO

AUTOCLAVE:

SUA AÇÃO ESTERILIZADORA SE DÁ PELA TERMOCOAGULAÇÃO DAS PROTEÍNAS

BACTERIANAS.

Este é o processo de esterilização indicado para a maioria dos instrumentos cirúrgicos.

Vapor saturado sob pressão. Agente esterilizante : CALOR + UMIDADE . Umidade 100%

relativa (saturação). Penetração do vapor saturado que condensa o calor + precipitação

da umidade (umidifica o microorganismo,amolecendo até a quebra capsular, destruindo os

esporos).

Validade da esterilização: 7 à 15 dias. O perfeito funcionamento da Autoclave deve ser

freqüentemente confirmado e serem sempre observadas:

• Corrosão nas tubulações; presença de sinais de oxidação; partículas metálicas;

presença de óleo e o vapor utilizado na esterilização deve estar isento de toda

impureza (através da utilização de água desmineralizada ou destilada, do contrário,

podem produzir corrosão e manchas nos instrumentos. Para evitar incidentes dessa

natureza deve-se seguir fielmente as recomendações de operação do fabricante da

Autoclave. Os instrumentos devem ser dispostos em bandejas abertas forradas com

campos cirúrgicos, caixas furadas ou cestos aramados em aço inoxidável,

envolvidas externamente com tecido não tecido. Deixar espaço dentro do rack

entre um material e outro para haver circulação do agente esterilizante. As

válvulas, manômetros e registros devem operar corretamente, tendo certa relação

entre si. A pressão do vapor desde a caldeira até a Autoclave deverá ser mantida

no nível recomendado pelo fabricante. Recomenda-se a instalação de filtro de

vapor. na alimentação da Autoclave, com capacidade de filtragem de material

particulado (para solucionar o problema de manchas e corrosão em instrumentos e

pacotes molhados).

• Evitar abrir prematuramente a Autoclave. Isto leva ao surgimento de ar frio

no interior do compartimento do esterilizador, resultando em rápida condensação

do vapor que irá depositar resíduos nos instrumentos, manchando-os.

Page 26: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

26

• Evitar abrir a Autoclave rapidamente. Deixe todo o vapor sair primeiro e que o ciclo

de secagem se complete, principalmente se a Autoclave se dispor de bomba à

vácuo.

• Evite exceder a temperatura e o tempo recomendado para a esterilização.

Normalmente, o instrumental deve ficar em Autoclave convencional durante 30

minutos à uma temperatura de 121°C a 132°C. Resfriamento : processo gradativo.

Não colocar o material retirado da Autoclave direta e sobre a superfície fria. Forrar

a superfície com vários campos.

• Em ambos os casos o tempo de penetração + tempo de exposição conta a partir do

momento em que se atingiu a temperatura da esterilização.

Antes de imergir os equipamentos deve-se passar pelo processo de limpeza

manual com escova de cerdas macias com detergente enzimático. Após passar pelo

enxagüe com água destilada ou desmineralizada. Colocar os instrumentos abertos,

submersos no líquido esterilizante escolhido, pelo tempo determinado pelo fabricante. O

enxagüe deve ser feito com água destilada esterilizada e efetuar a secagem com

compressas esterilizadas. Ex: Instrumentos ópticos (fibra óptica, materiais termolábeis,

termosensíveis, endoscópios, laparoscópios).

Este processo não é muito recomendado, pois para ter sua eficiência total, deveria

ser feito em sala totalmente estéril e também há relatos de ação corrosiva do

instrumental.

QUÍMICOS LÍQUIDOS:

SUA AÇÃO ESTERILIZANTE SE DÁ PELA FORMAÇÃO DE COMPOSTOS INCOMPATÍVEIS

COM AS FUNÇÕES CELULARES VITAIS.

Agente químico Esterilizante à base de :

ALDEÍDOS : GLUTACID, CIDEX, GLUTA-LABOR, etc.

Tempo mínimo de exposição do instrumental é de 30 minutos para desinfecção e 10 horas

para esterilização.

Altamente corrosivo.

HIPOCLORITO DE SÓDIO:

Utilizado em unidade de Hemodiálise + Banco de sangue - Tempo de exposição do

instrumental para desinfecção é de 30 minutos. Altamente corrosivo.

Page 27: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

27

13- ANOTAÇÕES E REGISTRO

Relatórios / Registros e Anotações.

Registros ou anotações de enfermagem consistem na forma de comunicação escrita de

informações pertinentes ao cliente e aos seus cuidados. Entende-se que os registros são

elementos imprescindíveis no processo de cuidado humano visto que, quando redigidos de

maneira que retratam a realidade a ser documentada, possibilitam à comunicação

permanente, podendo destinar-se a diversos fins (pesquisas, auditorias, processos

jurídicos, planejamento e outros). A comunicação representa uma troca de informação e

compreensão entre as pessoas, com o objetivo de transmitir fatos, pensamentos e

valores. É um processo humano de emissão e recepção de mensagens, no qual existem

Relatório das atividades de Enfermagem do trabalho Manuseio e controle de Arquivo Manuseio e controle de Prontuários

Page 28: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

28

dois meios de transmissão: o verbal e o não-verbal. O verbal contempla a linguagem

falada e escrita, enquanto os gestos, as expressões corporais e o toque fazem parte da

forma não-verbal.

O registro é um aspecto vital da prática de enfermagem. Ao longo do tempo, a

forma e a qualidade do registro evoluíram, porém o foco continua a ser o impacto positivo

do cuidado sobre o cliente. Nos Estados Unidos da América, os registros têm se tornado

um dos temas mais desafiadores na enfermagem, pois denota a qualidade do cuidado

prestado e subsidia os financiamentos e reembolsos pelas instituições seguradoras.

Manuseio e controle de Arquivos

Manuseios e Controle de prontuário.

O prontuário do paciente é um importante documento referente não apenas à

anamnese, exame físico, prescrição médica e de enfermagem, resultados de exames, mas

também a todos os cuidados médicos, de enfermagem e de outros profissionais da área

da saúde prestados ao paciente. Serve tanto para analisar a evolução da doença como

para defesa do profissional da saúde, além de ser importante fonte de dados estatísticos

do serviço. No processo assistencial, o prontuário do paciente tem sido a principal fonte de

informações.

Ao se referir ao prontuário do paciente e aos registros relacionados a ele, deve-se

enfatizar que o prontuário consiste numa “... forma de comunicação entre aqueles cujos

talentos profissionais são dirigidos no sentido da sua assistência ao paciente”.

14-INTEGRAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE

� Aspectos Nutricionais do trabalhador;

� Programa de Imunização do Trabalhador;

Page 29: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

29

� Atendimento de socorro de Urgência;

� Técnicas de Educação em saúde individual e em grupo

� Educação continuada

15-Aspectos Nutricionais do trabalhador

O governo Getúlio Vargas garantiu uma refeição, pelo menos, aos trabalhadores, por

meio dos restaurantes mantidos pelo Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS).

Posteriormente, esse encargo foi transferido para os serviços sociais das confederações da

indústria, do comércio, dos bancos, dos marítimos, entre outras.

Os encargos da alimentação e nutrição são suportados, majoritariamente, pelas

empresas; os trabalhadores pagam uma pequena parcela. A meta é ofertar o alimento

básico ao desempregado e às famílias desestruturadas, geralmente vivendo abaixo da

linha da pobreza, estimados em 50 milhões de pessoas.

A função de uma nutrição normal é sustentar a vida, fornecer energia, repor perdas

nutricionais e promover crescimento.

A alimentação influencia as funções do organismo. Se a alimentação for inadequada

pode interferir no desempenho do trabalhador.

Os alimentos são compostos de carboidratos(massas, pães, etc), proteínas(carnes,

peixes, leite), lipídeos( gorduras, óleos), vitaminas, minerais( cálcio, ferro,etc), água.

Para homens com atividade intensa, foi calculada uma dieta de 2800kcal/dia.

Segue abaixo pirâmide alimentar:

Page 30: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

30

16-Programa de Imunização do Trabalhador

� Introdução

A vacinação, pela sua importância assume um espaço privilegiado no modelo de gestão e

de atenção à saúde explicitado na Norma Operacional Básica do SUS de 1996 – a

NOB/SUS 96, que tem como modelo de atenção o enfoque epidemiológico, centralizado na

qualidade de vida das pessoas e do seu meio ambiente, e nas relações entre equipe de

saúde e comunidade, onde Estados e Municípios assumem efetivamente o seu papel,

responsabilizando-se pela estruturação e organização do sistema de saúde estadual e

municipal.

ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS DA ATIVIDADE DE VACINAÇÃO

Organização e funcionamento da sala de vacinação

Page 31: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

31

A sala de vacinação é o local destinado à administração dos imunobiológicos, cujas

atividades devem ser desenvolvidas por uma equipe de enfermagem, com treinamento

específico no manuseio, conservação e aplicação dos imunobiológicos. Essa equipe deve

ser composta, preferencialmente, por dois técnicos ou auxiliares de enfermagem,

contando com a participação de um enfermeiro , responsável pela supervisão e

treinamento em serviço.

As principais responsabilidades do pessoal que trabalha em sala de vacinação:

• Orientar e prestar assistência à clientela com segurança, responsabilidade e

respeito;

• Prover periodicamente as necessidades de material e imunobiológicos;

• Manter as condições ideais de conservação de imunobiológicos;

• Manter os equipamentos em boas condições de funcionamento;

• Acompanhar as doses de vacinas administradas de acordo com a meta;

• Buscar faltosos;

• Divulgação dos imunobiológicos disponíveis;

• Avaliação e acompanhamento sistemático das coberturas vacinais e Buscar

periodicamente atualização técnico-cientifica.

Conservação dos imunobiológicos

O sistema de conservação de imunobiológicos é denominado rede de frio e inclui o

armazenamento, transporte e a manipulação destes produtos em condições adequadas de

refrigeração desde o laboratório produtor até o momento em que as mesmas são

administradas.

Na rede de frio destacam-se 5 níveis: nacional, central estadual, regional, municipal e

local.

Administração de imunobiológicos

Os imunobiológicos têm indicações específicas quanto à composição, apresentação, via e

local de aplicação, doses a serem administradas, idade recomendada, intervalo entre as

doses, conservação e validade, os quais deverão ser criteriosamente observados.

● Nesse processo é importante identificar qual o produto a ser administrado,

verificando a caderneta de vacinação, o cartão da criança ou outro documento de

controle ou a indicação médica; preparar e aplicar o imunobiológico segundo a

técnica específica; observar reações imediatas e reforçar as recomendações. As

Page 32: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

32

doses da aplicação das vacinas deverão ser anotadas nas fichas de registro

permanente e arquivadas no sistema de fichário da Unidade de Saúde.

Ao final de cada mês, através do controle de mapa diário de vacinação, devem ser

consolidadas e elaborado o relatório mensal de vacinação.

Materiais utilizados na administração dos imunobiológicos

Na sala de vacinação é importante que os procedimentos desenvolvidos garantam a maior

segurança prevenindo infecções nas crianças e adultos atendidos. Para a aplicação de

imunobiológicos é assegurado o uso de seringas e agulhas descartáveis.

Os resíduos da sala de vacinação são compostos de material biológico (imunobiológicos

inutilizados ou vencidos), de resíduos perfurantes (agulhas, ampolas de vacinas e

diluentes) e outros resíduos infectantes (seringas descartáveis e algodão) devendo receber

cuidados especiais na separação, no acondicionamento, na coleta, no tratamento e no

destino final.

A segregação dos resíduos infectantes deverão ser acondicionados e identificados como

material “contaminado”, materiais perfurantes e cortantes deverão ser acondicionados em

recipientes rígidos e da mesma maneira identificados adequadamente.

As formas de disposição final para resíduos de serviços de saúde devem estar

associadas a um determinado tratamento prévio (esterilização físico e química) de forma a

impedir a disseminação de agente patogênicos. O encaminhamento ao destino final deve

ser realizado conforme a organização do sistema de coleta municipal, com indicação de

enterramento em solo não fértil, submetendo-o à combustão ou incineração. O local de

escolha para o procedimento deve ser sempre distante da área urbana, ou de áreas onde

há uma constante mobilização de população.

17-Educação em saúde individual e em grupo

Educação Continuada

Este conteúdo visa à elaboração pelos discentes de uma programação que insira a

saúde individual ou coletiva no contexto das atividades exercidas. As questões

visarão á educação continuada, saúde, vacinação, e treinamento, cujo público alvo é o

empregado de uma empresa fictícia.

Page 33: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

33

A estratégia a ser adotada deverá conter os argumentos a serem demonstrados, os

mecanismos, meios estratégicos e objetivos adotado a fim de fazer com que os

empregados permaneçam interessados durante a apresentação dos programas de saúde.

A seguir algumas sugestões .

Estes programas deverão ser trabalhados com o grupo de trabalhadores pré

agendados, de acordo com o PCMSO, através de palestras e Semanas Internas de

Prevenção de Acidentes.(SIPAT).

19- Anexos

1-Conjunto de emergência (carro de parada , suporte de oxigênio e fluxômetro).

2- Ambú + bolsa residual

3-Desfibrilador + manueio

4- colar cervical + manual de colocação

(01)

Câncer de pele

CÂNCER de Próstata

Diabetes Mellitus

Combate ao fumo tétano

1ºsocorros

Campanha do coração e

prevenção a HAS

Campanha do combate ao

sedentarismo

Combate á hanseníase

Campanha de vacinação

Campanha de combate a

tuberculose

Page 34: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

34

(02) (03) (3.1)

(04)

(colar cervical)

5- Prancha Longa

Page 35: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

35

Equipamentos de Segurança: (Óculos, calçados, protetores auriculares, roupas e cinto)

Page 36: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

36

6- Acessórios necessários e imprescindíveis

(Ambulância, computador, máquina digital + kit de instalação e termômetro digital)

Ambulância Termômetro

Page 37: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

37

222 000 --- PPPRRR IIIMMMEEE III RRROOOSSS SSSOOOCCCOOORRRRRROOOSSS :::

É o atendimento IMEDIATO e PROVISÓRIO que uma pessoa LEIGA treinada

presta a um acidentado ou portador de mal súbito, antes da chegada do

profissional de saúde.

222111 ---AAATTTEEENNNDDDIIIMMMEEENNNTTTOOO PPPRRRÉÉÉ ---HHHOOOSSSPPPIIITTTAAALLLAAARRR:::

É o atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos após ter

ocorrido o agravo à sua saúde que possa levar à deficiência física ou mesmo à

morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado e

transporte a um hospital devidamente hierarquizado.

AAATTTEEENNNDDDIIIMMMEEENNNTTTOOO HHHOOOSSSPPP IIITTTAAALLLAAARRR :::

Consiste no uso de medidas terapêuticas ou farmacológicas, de equipamentos adicionais

ao usado no suporte básico, com evidências científicas comprovadas e realizadas por

pessoal técnico amparado por lei.

DDD III FFF EEERRR EEENNNCCC III AAAÇÇÇÕÕÕEEE SSS NNNOOOSSS AAATTTEEENNNDDD IIIMMMEEENNNTTTOOOSSS :::

ATENDIMENT

OS

PRIMEIROS

SOCORROS

PRÉ-HOSPITALAR HOSPITALAR

PRINCÍPIOS

FUNDAMENT

AIS

Salvar a vida;

Prevenir e limitar

danos maiores.

Sustentação básica

da vida após o

evento.

Sustentação avançada

da vida após o evento.

FORMAÇÃO Primeiros Socorros BTLS; BLS ATLS; ACLS

PÚBLICO

ALVO

Trabalhadores

voluntários;

Equipes de

emergência nas

empresas.

Profissionais de

saúde;

Profissionais não

oriundos da área de

saúde. (Portaria

GM/MS nº 2.048,

05/11/2002)*

Profissionais de saúde

OBJETIVOS Implantar, Qualificar o pessoal Qualificar

Page 38: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

38

DO CURSO conscientizar e

organizar equipes

que atendam os

acidentados no

local da

ocorrência até a

chegada da

equipe

especializada.

que trabalha nas

frentes de resgate

pré-hospitalar, com

regras básicas a

serem aplicadas na

ressuscitação e

transporte para o

hospital.

os profissionais de saúde

visando atendimento

de emergência seguindo

critérios clínicos

de prioridade

e maneira seqüencial.

RECURSOS

NECESSÁRIO

S NO

ATENDIMENT

O

Improvisação com

materiais e

equipamentos

existentes no local

da ocorrência.

Sofisticados e requerem equipes de profissionais

correspondentes ao uso de equipamentos

especializados como respiradores, talas, ....

* Portaria GM/MS nº 2.048, 05/11/2002 - Sistemas Estaduais De Urgência E Emergência -

Regulamento Técnico

* Portaria GM/MS nº 814, 01/06/2001 – Trata dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar

Móvel de Urgências

* Portaria GM/MS nº 641, 27/04/2001 – Trata do Trabalho Voluntariado em Saúde.

* Decisão COREN – SP – DIR/01/2001 – Dispõe sobre a regulamentação da assistência de

enfermagem em atendimento pré-hospitalar e demais situações relacionadas com o

suporte básico e suporte avançado de vida.

• Resolução CFM nº 1.529/98 – Trata sobre o serviço de atendimento pré-hospitalar em

nosso país, os chamados socorristas – profissionais não-médicos habilitados para

prestar atendimento de urgência-emergência em nível pré-hospitalar, sob supervisão e

coordenação médica.

PPoorrttaarriiaa nn..ºº 22004488//GGMM ddee 55 ddee nnoovveemmbbrroo ddee 22000022

2222--SSIISSTTEEMMAASS EESSTTAADDUUAAIISS DDEE UURRGGÊÊNNCCIIAA EE EEMMEERRGGÊÊNNCCIIAA -- RREEGGUULLAAMMEENNTTOO TTÉÉCCNNIICCOO

Page 39: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

39

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - PLANO ESTADUAL DE ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS E

EMERGÊNCIAS

CAPÍTULO II - A REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

1 - Atribuições da Regulação Médica das Urgências e Emergências:

2 - Regulação do Setor Privado de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel (incluídas as

concessionárias de rodovias):

3 - Regulação Médica de Outras Entidades/Corporações/Organizações

Atendimento Pré- hospitalar fixo.

1 - As Urgências e Emergências e a Atenção Primária à Saúde e o PSF.

2 - Unidades Não-Hospitalares De Atendimento Às Urgências E Emergências.

222 333 ---HHHOOORRRAAA DDDEEE OOOUUURRROOO ooouuu HHHOOORRRAAA DDDOOOUUURRRAAADDDAAA :::

É a primeira hora após o acidente, ou seja, garantir o acesso à sala de operações dentro

de uma hora a partir do momento do ferimento para vítimas seriamente feridas

proporcionando maior taxa de sobrevivência, em torno de 85%.

Dr. R. Adams Cowley, Baltimore.

PPPRRR IIINNNCCC ÍÍÍ PPP IIIOOOSSS DDDOOO AAATTTEEENNNDDD IIIMMMEEENNNTTTOOO IIINNN III CCC III AAA LLL :::

• Somente intervenções críticas são realizadas no local da ocorrência. De maneira geral,

as vítimas são tratadas na unidade de emergência ou nas salas de operações.

Page 40: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

40

• O destino da vítima depende da velocidade, julgamento e habilidade das atitudes do

socorrista.

CCCHHHAAAMMMAAADDDOOO DDDEEE AAAMMMBBBUUULLLÂÂÂNNNCCC III AAA :::

1. Pré-atendimento: via de acesso mais curta e alternativas; manter a ambulância pronta

para atender.

2. Atendimento: informação sobre o chamado.

3. Dirija-se ao Local da Ocorrência: avaliação dos riscos, material para extricação,

mecanismo da lesão, número de vítimas.

4. Atitudes no Local da Ocorrência:

- avaliação da cena – exame do local da ocorrência;

- escolha do equipamento – prancha longa com fixador de cabeça, colar cervical, kit de

oxigênio e aspirador, caixa de trauma;

- auto proteção – EPI (luva, máscara, avental, óculos,...);

- acesso à vítima.

5. Dirija-se para o Hospital: intervenções críticas, exame secundário e reavaliação da

vítima.

6. Atitudes no Hospital: assistência até equipe assumir.

222 444 --- AAAVVVAAALLL III AAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE AAABBBOOORRRDDDAAAGGGEEEMMM III NNN III CCC III AAA LLL DDDAAA VVV ÍÍÍ TTT IIIMMMAAA :::

• Exame Primário

• Exame Secundário

• Exame de Reavaliação

EEE xxx aaammmeee PPP rrr iiimmmááá rrr iii ooo :::

• Descobrir lesões ocultas;

• Definir intervenções críticas;

• Avaliação global da vítima feita até, no máximo, em 2 minutos;

• Realizado no local da ocorrência.

Page 41: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

41

1. Abordagem da vítima

2. Controlar:

A – Estabil izar a coluna cervical, desobstrução das vias aéreas e nível de

consciência;

B – Ventilação e Oxigenação: Ver, Ouvir e Sentir a respiração, colocar oxigênio em

máscara com saco-válvula. A oxigenoterapia, obrigatória em alto fluxo, 12 a 15 L/min,

está indicada em vítimas que necessitam de oxigênio complementar. Tipos de sistemas de

oxigenoterapia:

Catéter nasal; Máscara facial e Máscara com reservatório (máscara de venturi)

C – Circulação:

- Pulso carotídeo

- Pulso radial (periférico): quando ausente a vítima estará em choque

- Enchimento capilar: acima de 2s = choque

- Temperatura e cor da pele: pesquisa de choque

Se a pulsação está presente na carótida e ausente no pulso radial, a PA está entre 60 a

80 mmHg. Sugere choque tardio associado a outros sinais como pulso acima de 100bpm,

pele fria, sudorese, palidez, confusão, fraqueza e sede.

3. Inspeções no:

- Pescoço: jugular; traquéia; cervical e colocar o colar

- Tórax: procura deformidade, contusão, abrasão, penetração, movimento paradoxal,

queimadura, laceração e edema

sentir flacidez, instabilidade e crepitação

Ausculta no 2º e 4º espaços intercostais: sons desiguais percute para pesquisar

pneumotórax hipertensivo ou hemotórax

- Abdome: inspeciona e palpa

- MMII: expor os pés (um membro de cada vez)

Page 42: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

42

Palpar pulso pedioso

Ver sensibilidade e motricidade

- MMSS: um membro de cada vez.

4. Controle da hemorragia

5. Dorso: examina e transfere para prancha com colar cervical

6. Decisão de transporte e intervenções críticas.

SÓ SE INTERROMPE O EXAME PRIMÁRIO NA PRESENÇA DE OBSTRUÇÃO DE VIAS

AÉREAS E PCR.

• Situação de LOAD and GO:

1. Ferimento na cabeça com nível diminuído de consciência;

2. Dificuldade respiratória: obstrução de vias aéreas não aliviada por métodos mecânicos

;

3. Choque: sangramento incontrolável e PCR;

4. Abdome flácido e distendido (choque hemorrágico);

5. Instabilidade pélvica;

6. Fraturas bilaterais do fêmur.

• Atendimento no local da ocorrência:

1. Tratamento das vias aéreas;

2. Controle do sangramento grande;

3. Fechar por sucção ferida aberta no peito, estabilizar com as mãos a oscilação do

peito, descomprimir o pneumotórax hipertensivo;

4. Iniciar RCR.

• Vítimas não críticas terão fraturas imobilizadas antes de movê-las para prancha.

Page 43: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

43

EEE xxx aaammmeee SSSeee ccc uuunnnddd ááá rrr iii ooo :::

• Exame mais detalhado, realizado sobre a prancha e, no máximo, em 5 minutos;

• Vítima crítica: realizado na ambulância a caminho do hospital;

• Vítima estável: realizado no local da ocorrência.

1. Sinais vitais: vítima em choque instala-se soro sendo 20ml/peso em fluído rápido com

jelco 14 ou 16G

2. História da lesão: Sintomas

Alergias

Medicações

Passado médico

L última refeição

Eventos que precederam a lesão

3. Exame da cabeça aos pés

4. Exame neurológico:

- Nível de consciência: Alerta

V resposta verbal

D resposta somente a dor

Inconsciente

- Motricidade

- Sensibilidade

- Pupilas

EEExxxaaammmeee dddeee RRReeeaaavvvaaa lll iii aaaçççãããooo :::

• Monitorar mudanças da vítima;

• Realizado na ambulância a caminho do hospital;

Page 44: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

44

• Realizado a cada 5 minutos em vítimas críticas e 15 minutos nas estáveis;

• Realizado a qualquer momento se a condição piorar.

222 555 --- PPPCCCRRR /// RRRCCCRRR :::

PPPCCCRRR ::: É a interrupção súbita da atividade mecânica ventricular e da respiração.

Morte Clínica – falta de movimentos respiratórios e batimentos cardíacos eficiente na

ausência da consciência, com viabilidade cerebral e biológica.

Morte Biológica Irreversível – deterioração irreversível dos órgãos, que se segue à morte

clínica, quando não se institui as manobras de RCR.

Morte Encefálica/Cerebral – lesão irreversível do tronco e do córtex cerebral, por injúria

direta ou falta de oxigenação, por um tempo, em geral, superior a 5 min. em adulto com

normotermia.

RRRCCCRRR = Ressuscitação Cardiopulmonar

Ressuscitação Cardiorrespiratória

Reanimação Cardiorrespiratória

Reanimação Cardiorrespiratória Cerebral

Reanimação Cardiopulmonar

222666 ---RRRCCCRRR nnnooo SSSuuupppooo rrr ttt eee BBBááá sss iii cccooo dddeee VVV iii dddaaa

Page 45: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

45

Conjunto de medidas não-invasivas que são adotadas para retardar a morte cerebral até

que possa instituir as medidas de suporte avançado.

Conjunto de procedimentos de emergência que pode ser executado por profissionais de

saúde ou por leigos treinados, consistindo no reconhecimento de obstrução das vias

aéreas, de parada respiratória e cardíaca e, na aplicação da seqüência do ABC:

A – Abertura das vias aéreas

B – Ventilação artificial

C – Compressão torácica externa

AAA ––– TTTRRRAAATTTAAAMMMEEENNNTTTOOO III NNN III CCC III AAALLL DDDAAA SSS VVV III AAASSS AAAÉÉÉRRREEEAAASSS :::

LÍNGUA – principal causa de obstrução das vias aéreas.

O trauma pode destruir a anatomia da face e das vias aéreas e o sangramento resultante

pode levar à obstrução do fluxo de ar e ao obscurecimento dos pontos de referência das

vias aéreas. Além do risco de ferimento na coluna cervical. A escolha da manobra de

desobstrução irá depender da casuística da vítima.

HIPOXIA – primeiro passo de alteração do nível de consciência

CIANOSE – último passo de alteração do nível de consciência

222 777 --- TTT ééé ccc nnn iii ccc aaa sss MMMaaa nnnuuu aaa iii sss ddd eee AAAbbb eee rrr ttt uuu rrr aaa ddd aaa sss VVV iii aaa sss AAA ééé rrr eeeaaa sss :::

� Elevação da mandíbula: mais indicada sob suspeita de lesão cervical. As mãos

estabilizam a coluna cervical evitando movimentos laterais.

� Elevação do queixo: os dedos do socorrista são colocados no queixo da vítima para

deslocar a mandíbula para frente. A elevação do queixo pode ser seguida com a

inclinação/extensão da cabeça desde que não se trate de vítima de trauma. Na

vítima de trauma, somente o queixo, ou o queixo e o maxilar, deverão se

Page 46: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

46

deslocados para frente ao passo que a cabeça e o pescoço deverão ser mantidos

em alinhamento.

� Manobra dos dedos cruzados: limpeza manual da orofaringe.

MMMaaattteeerrr iiiaaaiiisss pppaaarrraaa aaa MMMaaannnuuuttteeennnçççãããooo dddaaa PPPeeerrrmmmeeeaaabbbiii llliiidddaaadddeee dddaaasss VVViiiaaasss AAAééérrreeeaaasss:::

• Cânula de guedel ou orofaríngea: pode ser utilizado em conjunto com a ventilação

máscara enquanto se aguarda um método definitivo, como pôr exemplo, a intubação

traqueal. Pode também ser utilizada no paciente com tubo traqueal. A cânula é

inserida com a parte côncava voltada para cima e quando a metade já estiver

introduzida faz-se uma rotação de 180º e termina a introdução. O tamanho da cânula

é medido do ângulo labial ao lóbulo da orelha da vítima.

• Cânula nasofaríngea: penetração nasal direita usado em trauma de face com

comprometimento da boca.

• Intubação endotraqueal: É o método ideal para o controle da via respiratória durante a

ressuscitação. Ao isolar a via respiratória, previne-se a aspiração de conteúdo gástrico

e de corpos estranhos; permite o uso de ventilação com pressões altas, sem perigo de

distensão gástrica, facilitando a ventilação e a oxigenação alveolar, atua como acesso

para administração de medicamentos. Após a intubação traqueal deve se seguir

imediatamente a ventilação com a unidade bolsa-válvula e oxigênio a 100%. Se a

intubação não for possível será necessário proceder a ventilação antes de tentar

novamente.

BBB ––– TTT ÉÉÉCCCNNN III CCCAAA SSS DDDEEE VVV EEENNNTTT III LLLAAAÇÇÇÃÃÃOOO AAA SSSSSS III SSSTTT IIIDDDAAA :::

Quando não houve ventilação espontânea, institui-se a ventilação sob pressão positiva..

• Ventilação boca a máscara - Pocket mask (substitui o boca-a-boca): máscara de

plástico com entrada de oxigênio e uma válvula unidirecional. A válvula permite que os

gases exalados sejam desviados para fora do sistema. A parte proximal, que contém a

válvula, pode ser removida, permitindo que a máscara possa ser utilizada com a

unidade bolsa-válvula. A técnica para ventilação boca a máscara consiste em o tubo

conectado à entrada de oxigênio na máscara, com fluxo de 10 a 12 L/min, com a via

respiratória aberta.

Page 47: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

47

• Ventilação com unidade bolsa-válvula-máscara – ambu (ressuscitador manual):

recomenda-se uso uma unidade com bolsa acessória, que atue como reservatório para

o acúmulo de oxigênio a 100%. Usa-se a traquéia do ambu até a máscara. Pode ser

utilizada com cânulas oro (guedel), nasofaríngea ou sonda traqueal, sendo o último a

forma mais efetiva de ventilação.

• Ventilação com o uso de ventiladores – respiradores: podem ser classificados em

ventiladores ciclados a pressão, a tempo e a volume. Entre os ciclados a pressão os

mais conhecidos são o Bird Mark 7 e Bird Mark 8. Os ventiladores ciclados a volume

são os mais indicados para a ressuscitação.

CCC ––– CCCOOOMMMPPPRRREEESSSSSSÃÃÃOOO TTTOOORRRÁÁÁCCC IIICCCAAA EEEXXXTTTEEERRRNNNAAA :::

Número

de

Socorrista

Ventilações por

Minuto

Compressões

por Minuto

Depressão

Esternal

Relação

C/V

Checagem do

Pulso

1 12/Min 80/100 4 a 5 cm 15/2 1º Min

3/3

2 12/Min 80/100 4 a 5 cm 5/1 1º Min

3/3

222 888 --- RRRCCCRRR NNNOOO SSSUUUPPPOOORRRTTTEEE AAAVVVAAANNNÇÇÇAAADDDOOO DDDEEE VVV IIIDDDAAA :::

Grupo de procedimentos especializados que é instituído enquanto o suporte básico de vida

está em curso. Inclui a intubação traqueal, a intervenção farmacológica, a monitorização

cardíaca, a desfibrilação, a punção pleural com agulha e cuidados pós-ressuscitação.

222 999 --- CCCHHHOOOQQQUUUEEE :::

Page 48: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

48

• Perfusão inadequada dos tecidos

• Quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular em prover

circulação sangüínea suficiente para os órgãos

• Processo celular com manifestações clínicas

A perfusão tecidual com oxigênio normal requer: 1. Sistema vascular íntegro – distribui sangue oxigenado

2. Troca gasosa adequada – fluido sangüíneo nos pulmões

3. Bomba cardíaca – funcionamento mecânico do coração

4. Volemia normal – incluindo as células do sangue

Fisiopatologia do Choque:

Tecidos oxigênio hemácias

Sem oxigênio aumenta ácido láctico hipóxia

Aumento catecolaminas vasoconstrição periférica

Tipos de Choque:

Taquicardia, Pulso Filiforme Palidez, Fraqueza Taquipnéia Sudorese, Sede Agitação, Desorientação Hipotensão

Page 49: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

49

1. Hipovolêmico – perda de fluido suficiente para o enchimento cardiovascular. Pode ser

absoluto (hemorrágico) ou relativo (neurogênico/medular)

Choque hemorrágico:

inicial - perda de 15 a 20% de sangue, taquicardia

tardio - perda de 30 a 45% de sangue, bradicardia ou sem pulso periférico, enchimento

capilar > 2s

Hemorragia interna: hemostasia cirúrgica

Hemorragia externa: I.V. de ringer com lactato ou solução fisiológica até PA sistólica de

90mmHg

2. Cardiogênico – incapacidade do coração em bombear o sangue com eficiência.

Causado pelo IAM, cardiopatias graves, contusão miocárdica. Neste caso, a melhor

posição para a vítima é semi-sentada em virtude da dispnéia

3. Distributivo – vasodilatação tornando o volume sangüíneo insuficiente para encher o

sistema circulatório. Pode ser neurogênico/medular, séptico ou anáfilático

Choque neurogênico/medular – traumatismo raquimedular interrompendo a comunicação

entre o sistema nervoso, o coração e os vasos. Pela falência na regulação vasomotora o

sangue fica restrito à área vascular e não é distribuído. Embora não apresente as

manifestações clássicas do choque hemorrágico, o tratamento é exatamente o mesmo.

Choque séptico – infecção grave por bactérias, vírus ou fungos, produzindo toxinas.

Apresenta desorientação precoce, pele quente e seca.

Choque anáfilático – reação alérgica severa por veneno de inseto, medicamento ou

alimento, produzindo histamina. Apresenta urticária, edema de face e língua, crise de

asma e hipotensão

4. Obstrutivo/Mecânico – obstrução do fluxo sanguíneo: enchimento ou bombeamento do

coração. Causado por tamponamento pericárdico ou pneumotórax compressivo.

VÍTIMA de LOAD and GO imediato.

Diagnóstico do Choque:

Estado clínico e história pregressa da vítima

.

Page 50: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

50

A taquicardia é um sinal de choque precoce

A hipotensão (PA sistólica = ou > 80mmHg) é um sinal de choque tardio. De regra geral,

o pulo radial palpável indica PA sistólica = ou > 80mmHg

Manifestações Clínicas:

Iniciais: lúcido, ansioso, sensação de morte iminente e taquicardia. A PA pode ser mantida

estável em virtude do estado compensatório produzido pela vasoconstrição intensa.

Progressivas: com piora da perfusão cerebral provoca agitação, desorientação, torpor e

coma.

Tardias: hipotensão em virtude da redução da perfusão tecidual.

Tratamento do Choque no Pré-Hospitalar:

CHOQUE = LOAD AND GO

1. Alto fluxo de oxigênio = 12 a 15L/min em máscara com reservatório

2. No choque hemorrágico: a hemostasia é feita no exame primário, mas a infusão

venosa é na ambulância.

3. I.V. Ringer com Lactato ou Solução Fisiológica em bolos de 20ml/Kg mantendo PA

sistólica em 90 a 100mmHg. Realizado sob cautela em suspeita de hemorragia interna.

4. Transporte em decúbito dorsal com elevação dos MMII. Exceção para choque

cardiogênico e trauma.

333000 --- LLLEEESSSÕÕÕEEESSS DDDEEE TTTÓÓÓRRRAAAXXX:::

Tipos de Lesões:

Os maiores sintomas de lesões de tórax incluem diminuição da respiração, dor torácica e

distúrbio respiratório. A possibilidade de ocorrer 12 lesões torácicas:

1. Obstrução das vias aéreas 2. Pneumotórax aberto 3. Pneumotórax hipertensivo 4. Hemotórax maciço 5. Instabilidade torácica 6. Tamponamento cardíaco

Risco de vida maciço

7. Contusão miocárdica 8. Ruptura brônquica 9. Contusão Pulmonar 10. Lesão esofagiana 11. Ruptura diafragmática 12. Ruptura da aorta-torácica

Risco de vida potencial

Page 51: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

51

PPPnnneeeuuummmoootttóóó rrr aaaxxx aaabbbeee rrr ttt ooo :::

Ferimento pérfuro-contundente no tórax. É uma ferida de sucção. O ar entrará no espaço

pleural, mas não contribuirá para oxigenar o sangue. Resultará em diminuição da

respiração e hipóxia. Colaba-se o pulmão como uma ferida aspirativa.

Avaliação da Vítima:

curativo de 3 pontos, Oxigênio em alto fluxo e Transporte rápido

Permite a saída de ar na expiração e impede a entrada de ar na inspiração

PPP nnn eeeuuummmooo ttt óóó rrr aaa xxx hhh iii ppp eee rrr ttt eee nnn sss iii vvv ooo :::

Uma válvula de desvio é criado tanto no trauma obtuso ou por penetração, onde o ar

pode entrar mas não pode sair do espaço pleural. Causa colapso do pulmão afetado e irá

empurrar a traquéia e o mediastino em direção oposta, comprimindo a veia cava

superior/inferior e, consequentemente, menor retorno venoso para o coração (=

hipotensão). O desvio da traquéia e do mediastino para o lado oposto ao lesado

comprometerá a ventilação do pulmão.

Sinais:

• dispnéia, ansiedade, taquipnéia, diminuição de sons respiratórios (murmúrio vesicular)

• hiperssonância na percussão no lado afetado, distensão das veias do pescoço, desvio

da traquéia para lado oposto

• hipotensão, choque (sinal tardio com perda de pulso radial)

Avaliação da Vítima:

• administrar oxigênio de 12 a 15 L/min

• descompressão por agulha = toracocentese com gelco calibroso (14 ou 16 G) no 2º

espaço intercostal em direção a linha média da clavícula

ou

Page 52: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

52

• transporte rápido ao hospital e acesso venoso à caminho

HHHeeemmmooo ttt óóó rrr aaa xxx MMMaaa ccc iii ççç ooo :::

Sangue no espaço pleural. O acúmulo de sangue comprime o pulmão no lado afetado. O

mediastino estará desviado para o lado oposto ao lesado. A veia cava superior/inferior e o

pulmão do lado normal são comprimidos. A perda progressiva de sangue é complicada por

hipoxemia, hipovolemia e distúrbio respiratório. Ansiedade e confusão pode acompanhar

os sinais clínicos de choque hipovolêmico. As veias do pescoço geralmente estão planas,

sem turgência jugular por causa da hipovolemia. Diminuição sons respiratórios e

percussão vagarosa no lado afetado (som maciço = madeira).

Sinais:

• Veias jugulares colabadas, traquéia na linha média ou pouco desviada, morre de

choque hemorrágico.

Avaliação da Vítima:

• Oxigênio sob alto fluxo para assegurar ventilação adequada

• Transporte rápido para hospital

• Acesso venoso à caminho

333 111 --- TTT aaammmppp ooo nnn aaammmeeennn ttt ooo CCCaaa rrr ddd ííí aaa ccc ooo :::

A lesão é por penetração. Com a coleta sangue rapidamente entre o coração e o

pericárdio, os ventrículos serão comprimidos. Como a compreensão do ventrículo

aumenta, o coração é menos capaz de reencher e caí o rendimento cardíaco. O

diagnóstico segue tríade: hipotensão, distensão das veias do pescoço e sons do coração

abafados. A vítima pode ter Pulso Paradoxal – perda do pulso periférico durante a

inspiração. A vítima estará em choque com a traquéia na linha média e sons respiratórios

iguais.

Sinais:

• Turgência jugular, Traquéia centrada, Ausência de bulhas cardíacas

Page 53: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

53

Avaliação da Vítima:

• Manutenção das vias aéreas

• Oxigênio sob alto fluxo para assegurar ventilação adequada

• Ventilação assistida

• Acesso venoso à caminho

• Transporte rápido para hospital

• Pericardiocentese só no meio hospitalar

333 222 --- TTT óóó rrr aaa xxx III nnn sss ttt ááá vvv eee lll ((( FFF lll aaa iii ttt CCC hhh eee sss ttt ))) :::

Fratura múltipla de costelas. Ocorre quando 3 ou mais costelas são fraturadas em pelo

menos 2 lugares ou mais. Gera contusão pulmonar importante (hemorragia). Um

segmento da parede do tórax fica independente passando a se movimentar de acordo

com variações da pressão intratorácica. O segmento instável se move na direção

contraria à parede torácica como movimento paradoxal relativo para o restante da parede

= Respiração Paradoxal

A parede torácica também se colaba não permitindo o ar entrar.

A vítima pode desenvolver um pneumotórax ou hemotórax.

Sinais: Insuficiência respiratória

Avaliação da Vítima:

• Manutenção das vias aéreas

• Oxigênio sob alto fluxo para assegurar ventilação adequada

• Ventilação assistida, entubar a vítima e respirador

• Acesso venoso à caminho e sedar a vítima

Não haverá

Troca de ar

Quando inspira a área fraturada irá colabar Quando expira a área fraturada irá encher

Isso contribui

para hipóxia

Page 54: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

54

• Monitorização cardíaca

• Transporte rápido para hospital

QQQuuuaaadddrrrooo dddeee SSSiiinnntttooommmaaatttooolllooogggiiiaaa dddaaasss LLLeeesssõõõeeesss dddeee TTTóóórrraaaxxx

Sintomatologia Pneumotórax

Aberto/Hipertensivo

Hemotórax Maciço Tamponamento

Cardíaco

Tórax Instável

Inspeção Ansiedade, queixa de

dor

Sinais do estado de choque Observar penetração de

objeto

Ans

dor

Palpação Procurar perfuração Observar sinais do trauma Não significante Dor intensa no local

da fratura/crepitação

Traquéia Desviada lado oposto Usualmente não desviada Centrada, na linha

média

Desvio do mediastino

podendo desviar a

traquéia

Jugular Distendida, Turgência Não distendida, Colabada,

plana

Distendida, Turgência Não significante

Mediastino Desviado lado oposto Desviado lado oposto Normal Não significante

Respiração Dispnéia/taquipnéia Dispnéia/taquipnéia

tardiamente

Normal Dispnéia, Respiração

paradoxal

Ausculta MV ausente ou

diminuído

MV ausente ou diminuído Normais MV abolidos ou

ausentes

Percussão Hipertimpanismo Maciço (embotado) Não significante Não significante

Pulso Normal Taquicardia no início Paradoxal (sem pulso

na inspiração)

Não significante

Pressão Arterial Hipotensão Hipotensão Hipotensão Hipotensão

Choque Sinal tardio Sinal precoce Sinal à tempo:

taquicardia e pulso

paradoxal

Sinal precoce

OBS No exame clínico ouve-

se o ruído da entrada

de ar pela ferida

Toracocentese

Morre pôr choque

hemorrágico

Elevação da pressão

venosa central. Evolui

rápido para PCR.

Pericardiocentese

Causa hipoxia. Pode

evoluir para

Pneumotórax ou

Hemotórax.

Page 55: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

55

33-LESÕES ABDOMINAIS:

Tipos de Lesões: Abertas (Penetrantes)

Fechadas

Mecanismos das Lesões:

As Lesões penetrantes podem ser por arma branca ou de fogo. Ferimentos por arma de

fogo tem maior mortalidade pois o trajeto interno pode ser diferente da lesão interna.

Sinais: choque hipovolêmico, lesão com as vísceras, septicemia.

As Lesões Fechadas causam fraturas de ossos maciços.

Avaliação da Vítima:

1. ABC no exame primário até se encontrar feridas, escoriações, distensão, abdome

com defesa, rigidez, dor, ...

2. A prioridade é a desobstrução das vias aéreas, ventilação pulmonar e manutenção

circulatória.

3. O pulso e a pressão arterial devem ser monitorizados devido ao risco de

hemorragia interna.

4. No caso de evisceração, deve-se cobrir os órgãos com compressas estéreis

umedecidos, sem tentar recolocá-los. O tratamento das lesões abdominais é

cirúrgico.

5. Providencie transporte imediato.

333 444 --- TTTRRRAAAUUUMMMAAATTT III SSSMMMOOO CCCRRRÂÂÂNNN IIIOOO --- EEENNNCCCEEEFFF ÁÁÁ LLL III CCCOOO :::

De modo geral, toda vítima de trauma na cabeça e face possui lesão de coluna cervical.

3 Regiões

Abdome torácico Abdome real (vísceras) Abdome retroperitônio (sangramento nesta área é muito perigoso)

Page 56: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

56

Lesões ósseas: as fraturas de crânio não implicam necessariamente de presença de lesão

encefálica. Porém quanto maior sua gravidade maior é a probabilidade de ocorrer lesão

intracraniana. Fraturas de base de crânio podem ser suspeitadas em presença de

rinorragia ou otorragia.

Lesões cerebrais: geralmente não são causadas por trauma direto mas pela colisão, ou

seja, provocadas pela colisão do cérebro contra os ossos do crânio (forças externas

aplicadas contra o crânio e transmitidas ao cérebro). Exceção a arma de fogo. Podem ser

vistas como:

• Lesões primárias: ocorrem no momento do acidente

• Lesões secundárias: ocorrem devido a manipulação da vítima resultando em

hipoxemia, hipoventilação, hipotensão.

Tipos de lesões cerebrais:

• Difusas: ex: concussão (episódio de disfunção cerebral após violento impacto no

cérebro com retorno rápido, provocando perda da consciência ou da memória. É

reversível e transitória)

• Focais: ex: contusão cerebral, hemorragia intracraniana (epidural, subdural e

intracerebrais)

Lesões no couro cabeludo: podem causar hemorragia significativa.

Avaliação da Vítima:

No exame primário deve-se:

1. Determinar o nível de consciência:

A – acordado

V – responde a estímulos verbais

D – reage a dor

I – irresponsiva (neste caso, Load and Go)

2. Avaliar a respiração. Em vítima inconsciente proceder a manobra de elevação da

mandíbula, a cânula orofaríngea e a hiperventilação. Oferecer oxigênio suplementar

em vítimas conscientes sob máscara facial.

3. Estabilizar manualmente a coluna cervical e posterior fixação em prancha longa com

colar cervical rígido.

4. Avaliar circulação e controle de sangramentos importantes.

Page 57: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

57

5. Decisões de transporte e intervenções críticas (lesões de tórax e abdome). Transportar

a vítima com a cabeceira elevada.

O exame secundário é realizado na ambulância.

333 555 --- TTTRRRAAAUUUMMMAAATTT III SSSMMMOOO RRRAAAQQQUUU IIIMMMEEEDDDUUU LLL AAARRR :::

Sinais:

• Dor, espasmo

muscular local,

edema, sangramento

eventual, paralisia, disfunção sensorial, choque espinhal:

- perda de impulsos nervosos que controlam os vasos sangüíneos e o coração;

- achados: PA baixa, FC normal ou baixa, pele rosada e morna

Avaliação da Vítima:

1. Manter vias aéreas pérveas através da manobra de elevação da mandíbula. Oferecer

oxigênio e ventilação pulmonar.

2. Estabilizar manualmente a coluna cervical. O colar cervical é colocado quando a vítima

for transferida para prancha.

3. Load and Go.

333 666 --- LLL EEESSSÕÕÕEEE SSS TTTRRRAAAUUUMMMAAATTTOOO ---OOORRRTTTOOOPPPÉÉÉDDD IIICCCAAASSS :::

O corpo humano é constituído de OSSOS, MÚSCULOS e ÓRGÃOS. Os ossos funcionam não

só como elemento de sustentação, mas também como protetor de órgãos. São revestidos

pelos músculos que neles têm um ponto de apoio para desempenho de suas funções.

Lesão Primária:

• Dano à medula no ato da lesão

• A medula é seccionada, torcida, esmagada

• Dano irreversível

Lesão Secundária:

• Lesão tardia à medula por hipóxia, edema, hipotensão e lesão vascular

• Tratamento emergencial visando limitar o dano

Page 58: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

58

Os ossos são mantidos unidos graças aos músculos e as superfícies de contatos por ação

de LIGAMENTOS. Estes permitem que haja uma movimentação da articulação de modo

que dentro dos limites fisiológicos, exista uma CONTRAÇÃO e uma DISTENSÃO.

OSSOS – estruturas firmes que dão suporte, proteção e movimentação ao corpo. Existem

cerca de 206 ossos.

LIGAMENTOS – feixes de tecido conjuntivo resistentes que ligam um osso a outro nas

articulações.

TENDÕES – feixes de tecido conjuntivo resistentes que ligam um músculo a um osso,

permitindo o movimento.

MÚSCULOS – existem cerca de 600 músculos dos tipos esquelético, liso e cardíaco. O

músculo esquelético se liga aos ossos pelos tendões e está sob controle do indivíduo. Sua

função é permitir o movimento. O músculo liso permite determinadas funções automáticas

como o movimento do intestino. O músculo cardíaco se assemelha ao músculo esquelético

mas não está sob o controle voluntário.

AAA vvv aaa lll iii aaa ççç ãããooo dddaaa sss LLL eee sss õõõ eee sss TTT rrr aaauuummmaaa ttt ooo --- ooo rrr ttt ooo ppp ééé ddd iii ccc aaa sss :::

1º) Avaliar o mecanismo da lesão

• Carro com colisão na lateral: vítima com lesões de MMSS, tórax, coluna cervical, ombro

e cotovelo

• Queda da própria altura numa superfície rígida: vítima com lesões de MMII, coluna

lombo-sacra, cervical, mãos e TCE.

2º) Exame primário com ênfase no A,B,C

3º) Vítima grave é LOAD and GO

Exame Primário

Vítima

Exame Medidas

Imobilização de fraturas

Vítima Estabilização sobre prancha

longa e transporte rápido

Priorizar tratamento de condições que causem risco de vida.

Page 59: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

59

POLITRAUMATIZADO = LESÃO NA COLUNA CERVICAL

Uso de prancha longa, colar cervical e fixação de cabeça são imprescindíveis para o

transporte da vítima.

CCCooommmppp lll iii ccc aaa ççç õõõ eee sss :::

• Lesões de vasos sanguíneos e de nervos periféricos: as grandes artérias das

extremidades ficam junto aos ossos, próximos as articulações. Choque hipovolêmico:

fraturas de fêmur e instabilidade pélvica podem produzir hemorragias volumosas.

PPP eee rrr ddd aaa ppp ooo ttt eee nnnccc iii aaa lll ddd eee sss aaannnggg uuu eee pppooo rrr sss ííí ttt iii ooo ddd eee fff rrr aaa ttt uuu rrr aaa sss

OSSO PERDA

Pelve 1 a 5 L

Fêmur 1 a 4 L

Coluna 1 a 2 L

Perna 0,5 – 1 L

Braço 0,5 – 0,75 L

• Infecção: complicação comum em fraturas abertas

• Síndrome Compartimental: é uma complicação de fraturas e esmagamentos. O

extravasamento de sangue no espaço fechado como tecido muscular pode comprimir

vasos e nervos. O sangramento e o edema da extremidade comprimem a circulação

capilar causando isquemia. Sinais: dor, parestesia, paralisia, pulsos distais ausentes e

palidez.

• Perda de membros

LLL EEE SSSÕÕÕEEE SSS TTTRRRAAAUUUMMMAAATTTOOO ---OOORRRTTTOOOPPP ÉÉÉDDD III CCCAAA SSS

• fraturas de pelve

• fraturas bilaterais de fêmur

• amputações completas ou

Page 60: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

60

AAASSSSSSOOOCCC III AAADDDAAASSS AAA CCCOOOMMMPPP LLL IIICCCAAAÇÇÇÕÕÕEEESSS

MMMOOORRRTTTAAA III SSS

incompletas de extremidades

superiores ou inferiores

• fraturas abertas extensas

contaminadas

AAA ooo rrr ddd eeemmm ddd eee ppp rrr iii ooo rrr iii ddd aaaddd eee nnn ooo ttt rrr aaa ttt aaammmeeennn ttt ooo

de fraturas é:

1. coluna vertebral

2. face, arcos costais e esterno

3. crânio

4. pelve

5. extremidades inferiores

6. extremidades superiores

PPP rrr iii nnn ccc ííí ppp iii ooo sss BBB ááá sss iii ccc ooo sss ddd eee IIImmmooobbb iii lll iii zzz aaa ççç ãããooo :::

• Descobrir a lesão

• Remover anéis e braceletes

• Cobrir lesões abertas com bandagens estéreis

• Imobilizar os membros na posição encontrada

• Acolchoar imobilizadores rígidos

• Não reduzir fraturas ou luxações no ambiente pré-hospitalar

• Antes e depois da imobilização verificar: pulsos distais, enchimento capilar,

sensibilidade e motricidade

• A imobilização deve ser entre a articulação distal (abaixo) e proximal (acima) a

lesão

• Se possível, elevar o membro após o procedimento

IIImmmooobbb iii lll iii zzz aaa ççç ãããooo :::

Tipos Vantagens Desvantagens

Page 61: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

61

• rígidos: madeira, plástico

ou metal;

• moldáveis: imobilizadores

a vácuo, talas infláveis,

travesseiros, cobertores,

papelão, splints metálicos

• analgesia

• hemostasia

• diminui a lesão

tecidual local

• reduz a incidência de

infecções

• aumento no tempo

extra-hospitalar

EEEqqq uuu iii ppp aaammmeeennn ttt ooo sss :::

• Colar cervical:

vítima de pé ou sentada o colar é colocado pela frente

Vítima deitada o colar entra por trás com velcro dobrado

• Colete de imobilização dorsal (KED): vítima sentada, estável e cena segura

• RED BLOCK: imobilizador de cabeça em vítima deitada

• Prancha longa: vítima em decúbito dorsal ou lateral

• Prancha curta

RRReee ttt iii rrr aaadddaaa ddd ooo CCC aaappp aaa ccc eee ttt eee :::

Caso a vítima esteja de capacete, este deve ser removido, sempre que possível, no

ambiente pré-hospitalar pois dificultam a estabilização do pescoço em posição neutra,

poderá obstruir o acesso as vias aéreas e aumentar os ferimentos à cabeça ou ao

pescoço.

Essa retirada requer atuação de 2 ou mais socorristas: o líder estabiliza manualmente a

cabeça e o pescoço, enquanto o auxiliar retira o capacete. Este procedimento está contra-

indicado na presença de dor cervical ou se houver apenas um socorrista.

RRReee sss ggg aaa ttt eee eee TTT rrr aaa nnn sss ppp ooo rrr ttt eee :::

EXTRICAÇÃO: É a retirada da vítima, de um local de onde ela não pode sair por seus

próprios meios. A extricação pode ser:

• Rápida: vítima inconsciente; local inseguro

utiliza o mínimo de equipamento

Page 62: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

62

• Padrão: vítima estável; local seguro

Utiliza equipamentos

SSS eee qqqüüü êêê nnn ccc iii aaa ddd aaa EEExxx ttt rrr iii ccc aaa ççç ããã ooo :::

1) Avaliação da cena

2) Acesso a vítima

3) Exame primário: SBV e estabilização

4) Imobilização priorizando a coluna cervical

5) Afastar obstáculos físicos

6) Remover a vítima

7) Reimobilizar caso necessário

8) Transporte para ambulância

EEE xxx ttt rrr iii ccc aaa ççç ããã ooo eeemmm vvv ííí ttt iii mmmaaa sss ddd eee iii ttt aaaddd aaasss :::

• Rolamento 90º: decúbito dorsal

• Rolamento 180º: decúbito ventral

• Elevação a cavaleiro

Manobra de rolamento: estabilizar manualmente a cabeça e o pescoço e movimentar a

vítima em bloco sincronizadamente.

AAA ttt ééé ccc nnn iii ccc aaa ddd eee ttt rrr aaa nnn sss pppooo rrr ttt eee iii rrr ááá ddd eee pppeee nnndddeee rrr :::

• Situações de risco iminente

• Número de socorristas disponíveis

• Diagnóstico e gravidade da vítima

• Cena do resgate

• Peso da vítima

• Tipo de terreno

� Melhor meio de transporte é o de maca (vítima em bloco)

Page 63: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

63

� O comando é realizado pelo socorrista posicionado na cabeça

� Antes do transporte, a vítima deve estar fixada com cintos e o imobilizador de cabeça

� Dobrar os joelhos antes de elevar o peso mantendo a coluna ereta

� Os movimentos devem ser sempre em conjunto com o outro socorrista

3377-- QQUUEEIIMMAADDUURRAASS::

A destruição do revestimento cutâneo causada por queimaduras coloca-se entre os

problemas de difícil solução terapêutica local e geral.

As estatísticas mostram que a porcentagem de sucesso do tratamento do grande

queimado é muito maior naqueles casos que tiveram uma boa conduta no primeiro

atendimento.

Definição:

São lesões decorrentes da ação do calor, frio, produtos químicos, corrente elétrica,

emanações radioativas e substâncias biológicas (animais e plantas), que podem atingir

proporções de perigo para a vida dependendo da:

- Profundidade;

- Extensão;

- Localização.

Fisiopatologia das Queimaduras:

O efeito inicial de uma queimadura é a destruição das células devido a dilatação de

capilares e pequenos vasos locais, o que aumenta a permeabilidade dos capilares. O

plasma extravasa-se para o tecido vizinho, levando a formação de bolhas e edema

(inchaço). O tipo, a duração e a intensidade da queimadura determinam a quantidade e

duração da perda de líquidos.

Page 64: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

64

Em geral, o vazamento líquido ocorre com a maior amplitude nas primeiras 24 a 36 horas

após a queimadura, com um máximo por volta de 12 horas após o acidente. O vazamento

capilar não fica confinado somente à área queimada no indivíduo com queimaduras

superiores a 30% da superfície corporal. Pelo contrário, ocorre edema em todo o corpo.

Uma das principais medidas no TRATAMENTO HOSPITALAR da queimadura é a reposição

hídrica.

A perda líquida reduz o volume sangüíneo, por isso o sangue torna-se mais espesso, isto

é, o volume celular aumenta em relação ao volume líquido (plasma) do sangue. Tal

distúrbio diminui a eficácia da circulação.

A perda de líquido reflete na diminuição da pressão arterial levando ao choque. O

aumento relativo do volume celular é evidenciado pelo aumento do hematócrito.

A fisiopatologia pulmonar se enquadra em três categorias: envenenamento por monóxido

de carbono, inalação de fumaça e lesão das vias aéreas superiores. A lesão das vias

aéreas superiores ocorre em virtude dos efeitos do ar ou vapor aquecido e dos gases

químicos nocivos sobre as estruturas das vias aéreas superiores. Esses fatores causam

uma reação inflamatória e edema, que pode resultar em obstrução das vias aéreas em

qualquer momento durante as primeiras 48 horas após o acidente. Os critérios que

sugerem a lesão pulmonar decorrente da queimadura são os seguintes:

- história indicando que a queimadura ocorreu em lugar fechado;

- queimaduras de face, pescoço ou área perilabial;

- pelos nasais queimados;

- rouquidão, mudança de voz, tosse seca, expectoração com fuligem;

- expectoração sanguinolenta, dispnéia (dificuldade de respirar), eritema (pele

avermelhada).

O sistema circulatório também deve ser avaliado rapidamente. Taquicardia (aumento da

pulsação) e hipotensão arterial (diminuição da pressão arterial) ligeira são esperados na

vítima não tratada logo após a queimadura.

Page 65: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

65

A hipotermia (diminuição da temperatura) acompanha freqüentemente as grandes

queimaduras, pois a vítima perdeu a regulação microcirculatória da pele para a

temperatura corporal.

Etapas Básicas:

1. Assegurar que o local não oferece perigo para o socorrista pois não adianta tentar

salvar uma pessoa de modo intempestivo e se tornar uma nova vítima. Logo, se você

não tem equipamento de auto- proteção não tente resgatar a vítima queimada,

solicite socorro especializado.

LEMBRE-SE: Por exemplo, se a vítima estiver ligada à eletricidade, não tente manipular,

mesmo que esteja usando luvas de borracha ou pedaços de madeira porque se for alta

voltagem, qualquer corpo, qualquer substância pode se transformar em condutor.

Desligue a corrente elétrica.

2. Interromper o mecanismo de queimadura: lesão por inalação de fumaça; vapor

aquecido; substância química em contato com a pele; contaminação da lesão; roupa

queimada em contato com pele.

LEMBRE-SE: Quanto mais exposta a vítima ficar ao agente causador, pior será a lesão.

3. Remover a(s) vítima(s) para o local antes de iniciar o atendimento da(s) mesma(s).

4. Prestar atendimento a(s) vítima(s) identificando lesões adicionais à queimadura que

necessitem ser priorizadas. Ex: parada cárdio-respiratória.

5. Solicitar socorro especializado.

Anatomia e Fisiologia da Pele:

A pele, a maior estrutura do corpo, é feita de duas camadas:

Page 66: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

66

* EDIPERME - Camada mais externa (que podemos ver).

* DERME - Mais profunda, contém os nervos sensórios importantes.

A pele funciona como barreira mecânica entre o corpo e o mundo externo na proteção

de impedir bactérias ou outros microorganismos de entrarem rapidamente no corpo.

Este tecido de revestimento, que delimita o indivíduo de seu meio ambiente, tem como

funções vitais a proteção contra agressões externas, a manutenção dos fluidos no

organismo e a termorregulação, além de desempenhar importante papel sensorial. A

integridade cutânea é fundamental para que a pele possa exercer adequadamente suas

funções de prevenção.

Classificação das Queimaduras:

� Quanto ao Agente Causador:

- Físico: térmico, elétrico, radiação

- Químico: ácidos fortes (ácido sulfúrico, ácido nítrico), petróleo, álcalis (soda cáustica,

amônia anidra)

- Biológico: animais (água-viva, centopéia e taturana), plantas (urtiga)

Exemplos:

- Contato direto com chama, brasa ou fogo: queimaduras térmica e/ou química;

Epiderme Derme Tecido gorduroso subcutãneo Glândula sudorípara Fibras musculares

Rede capilar Gl. Sebáceas Músculo dos pêlos Raiz do cabelo

Page 67: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

67

- Contato com gelo ou superfícies congeladas, vapores quentes, líquidos ferventes:

queimadura térmica;

- Sólidos superaquecidos ou incandescentes, radiações infravermelhas e ultravioletas (em

laboratório, em aparelhos ou devido ao excesso de raios solares, eletricidade: queimadura

térmo-física;

- Substâncias químicas (ácidos, soda cáutisca, fenol, nafta, etc): queimadura química;

- Emanações radioativas: queimadura física;

- Contato com animais (larvas, medusa, água-viva e alguns sapos) e plantas (urtiga):

queimadura biológica

Geralmente, as lesões por álcalis são mais graves do que causadas por ácido porque o

álcool penetra rapidamente e mais profundamente.

Nas queimaduras térmicas a profundidade de destruição é proporcional a intensidade e a

duração de exposição ao calor. Nas queimaduras químicas, quanto a toxicidade do agente

causador não é imediatamente neutralizada, pode ocorrer lenta extensão de área lesada.

Nas queimaduras por eletricidade (arco voltaico) apresentam uma característica muito

importante em relação a avaliação. Torna-se difícil das prognóstico de avaliação pois em

alguns casos a lesão dica circunscrita á superfície da pele; em outros, poderá penetrar tão

profundamente até alcançar os ossos, necrosando tecidos e vasos sangüíneos.

� Quanto a Profundidade:

- 1º grau – lesão das camadas superficiais da pele (epiderme)

• Vermelhidão;

• Dor local intensa;

• Não há formação de bolhas.

Ex: aquelas causadas pelos raios solares

- 2º grau – lesão das camadas mais profundas da pele (epiderme e parte da derme)

• Formação de bolhas;

• Desprendimento de camadas da pele;

• Dor, inchaço e ardência local de intensidade variável.

Page 68: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

68

- 3º grau – lesão de todas as camadas da pele (epiderme e derme)

• Comprometimento de tecidos mais profundos, músculos até o osso;

• Indolor;

• Cor branca, negra ou marrom;

• É uma queimadura de extrema gravidade.

Page 69: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

69

Queimaduras de 1º, 2º e 3º graus podem estar presentes

numa única pessoa.

1º grau 2º grau 3º grau

Espessura Espessura Espessura

Parcial Parcial Total

� Quanto a Extensão da Área Corporal Queimada:

- pequeno queimado: área corporal queimada inferior a 10%;

- médio queimado: área corporal queimada entre 10 a 15%;

- grande queimado: área corporal queimada a partir de 15%.

LEMBRE-SE: Para definir se pequeno, médio ou grande queimado, a avaliação depende

também da profundidade e localização da lesão.

Regra dos Nove:

Page 70: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

70

Tem-se uma idéia aproximada da superfície queimada usando a “regra dos nove”.

Cabeça e pescoço – 9% da superfície do corpo

Membro superior esquerdo – 9%

Membro superior direito – 9%

Tórax e abdome (frente) – 18%

Tórax e região lombar (costas) – 18%

Membro inferior esquerdo – 18%

Membro inferior direito – 18%

Área dos órgãos genitais – 1%

Uma medida prática para se calcular a superfície corporal queimada é a área de uma

palma da mão do queimado, pois eqüivale a 1% de sua superfície corporal.

O risco de vida é maior nos grandes queimados:

• Criança com mais de 10% de área corporal queimada

• Adulto com mais de 15% de área corporal queimada

� Quanto a Área Corporal Atingida:

Cabeça e pescoço – 9% Membro superior – 9% (cada) Tronco e abdome – 18% (cada) Órgão genital – 1% Membro inferior – 18% (cada)

Page 71: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

71

- mais grave nos: olhos/pescoço/face, órgãos genitais, extremidades, área de dobras do

corpo.

Características das Queimaduras:

Tipo

1º GRAU

2º GRAU

3º GRAU

Causa

Sol ou Chama

Menor

Líquidos quentes

chamas ou faíscas

Produtos químicos

eletricidade

chama, metais

quentes

Cor da Pele

Vermelha

Vermelho

matizado

Branco perolado

e/ou carbonizado

transluzente e

semelhante a

pergaminho

Superfície

Seca sem bolhas Bolhas com

exsudação da pele

Seca com vasos

sanguíneos

trambóticos

Sensação

DOLOROSA

DOLOROSA

ANESTÉSICA

Cicatrização

3-6 DIAS 2-4 SEMANAS

Dependendo da

profundidade

Requer enxerto da

pele

Parada no Processo da Queimadura:

Page 72: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

72

Uma medida importante, mais que só tem valor quando aplicada imediatamente após o

acidente, é o resfriamento da área queimada, que pode ser feito envolvendo a vítima em

um lençol embebido em água, bloqueando, assim, a onda de calor que continua agindo no

tecido queimado por alguns minutos. A água não precisa necessariamente estar gelada,

pois a temperatura ambiente já se encontra bem abaixo da temperatura do tecido

queimado.

Princípios Básicos em Primeiros Socorros:

1. Prevenir o estado de choque;

2. Controlar a dor;

3. Evitar a contaminação.

Como se conduzir na prestação de primeiros socorros nas GRANDES e MÉDIAS

QUEIMADURAS:

A – Em caso de QUEIMADURAS TÉRMICAS (líquidos quentes, fogo, vapor, raios solares,

etc):

- deite a vítima;

- coloque a cabeça e o tórax da vítima em plano inferior ao resto do corpo. Levante-lhe as

pernas, se possível, num ângulo de 30º;

- lave o local com água fria limpa e corrente por aproximadamente 15 minutos;

- remove as roupas da vítima fazendo uma estimativa da área corporal queimada;

- coloque um pano limpo e úmido para proteger a lesão e manter a temperatura corporal;

- procure recursos médicos urgentemente: remova-a para um hospital se possível em

ambulância. Não demore!

B – Nas queimaduras por AGENTES QUÍMICOS:

- lave a área atingida com bastante água;

Page 73: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

73

- aplique jato de água enquanto retira as roupas da vítima;

- proceda como nas queimaduras térmicas A, prevenido o choque e a dor;

- remova a vítima para um hospital.

-

Como se conduzir na prestação de primeiros socorros nas PEQUENAS QUEIMADURAS:

- lave o local com água fria limpa e corrente por aproximadamente 15 minutos;

- coloque um pano limpo e úmido;

- dependendo da área atingida, procure socorro especializado.

Tipos de Queimaduras que necessitam de Cuidados Especiais:

QUEIMADURA NOS OLHOS:

Podem ser produzidas por substâncias irritantes: ácidos, álcalis, água quente, vapor,

cinzas quentes, pó explosivo, metal fundido, chama direta.

- lave os olhos com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico, durante

15 minutos, aproximadamente,

- Não esfregue os olhos,

- Não pingue colírios,

- Faça um curativo oclusivo no olho atingido com uma gaze ou pano limpo,

- Consulte um oftalmologista com a maior brevidade possível.

QUEIMADURA POR INALAÇÃO:

- Ferimentos por Inalação de Calor: A inalação de calor pode causar obstrução completo

das vias aéreas através do edema (inchaço) da Hipofaringe, podendo levar a vítima a

morte. EX: Vapor

Page 74: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

74

- Ferimentos por Inalação de Fumaça: São resultados de substâncias químicas tóxicas,

inaladas que causam danos estruturais as células do pulmão. Ex: Fumaça de Plástico e

Produtos Sintéticos é a mais perigosa.

Sinais que indicam queimadura nas Vias Aéreas Superiores:

- Lábios Inchados - Indicam a presença de gases quentes e ferimentos por

queimaduras na entrada das vias.

- Estridor (respiração altamente arfante, tosse como latido de cachorro) - Indica edema

severo das vias aéreas com mais de 85% de obstrução. Representa uma emergência

imediata.

Exemplos de queimadura por inalação:

- Queimadura da face

- Pêlos nasais ou pestanas queimadas

- Queimaduras na boca

- Saliva carbonácia (fuliginosa)

- História de estar confinado em um espaço fechado enquanto está sendo queimado

Primeiros Socorros:

- Vítima Exposta à fumaça em um espaço fechado - Vítimas que estavam inconscientes enquanto expostas a fogo ou fumaça - Vítimas com brevidade de respiração após serem expostas a fumaça ou fogo - Vítimas com dor no peito após serem expostas a fumaça ou fogo

Page 75: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

75

- Remover a vítima do local do acidente imediatamente e colocar em um lugar

arejado.

- Monitorar os Sinais Vitais e realizar manobras de RCR, se necessário.

- Transportar ao Serviço Especializado

QUEIMADURA ELÉTRICA:

Aspectos Biofísicos da Eletricidade:

A corrente elétrica é carga em movimento. Este pode ser contínuo ou alternado. O

que propaga não é a molécula e sim um campo elétrico.

O campo elétrico na matéria:

Matéria com cargas livres: são condutores = produzem corrente elétrica

Matéria sem cargas livres: são dielétricos ou isolantes = produzem polarização e se for

intenso produz campo isolante.

O corpo humano é um condutor de eletricidade, podendo sofrer ação da eletricidade de

duas formas: fazendo parte da corrente elétrica ou sofrendo a ação de

um arco elétrico onde a corrente elétrica não passa por ele (raio). Um raio cria um campo

elétrico ao redor da

vítima com uma temperatura de 2.500 a 3.000 Celsius. Na queimadura causada por arco

voltaico, tem-se a queimadura térmica e não elétrica.

A resistência elétrica é o obstáculo ao movimento das cargas livres, dependendo do

material, comprimento e secção do condutor.

A corrente elétrica pode causar três tipos de eventos:

Queimadura por fogo quando o equipamento pega fogo;

Queimadura por arco voltaico ou raio;

Page 76: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

76

Queimadura propriamente dita pela eletricidade, com caminho de entrada e saída.

Se na avaliação da queimadura, a corrente elétrica não tiver atravessado o

organismo, tem-se uma queimadura térmica e nãoelétrica (arco voltaico ou raio).

A queimadura elétrica produz calor no interior do corpo, e esta produção de calor é maior

nos locais onde há maior resistência, osso por exemplo, causando um impedimento ao

avanço da corrente elétrica e aí se transforma em calor.

Fatores que determinam a gravidade do ferimento por eletricidade:

• O tipo e a quantidade de corrente

• A trajetória da corrente

• Duração de contato com a corrente

Aspectos da Lesão relacionados à Corrente Elétrica:

A lesão da queimadura depende do potencial, da intensidade, da freqüência, do fluxo e

resistência.

Quanto maior a potência maior será a lesão:

01 mA = dá percepção de choque, da existência de uma corrente elétrica

05 mA = gera dor

<10 mA = dá contração/tetanização dos músculos

30 mA = comprometimento respiratório

60 a 1000 mA = fibrilação

> 10.000 mA = convulsão, parada cardíaca

A intensidade da lesão, depende do tipo de corrente:

Corrente alternada: alta tensão, dá tetanização, fica preso/grudado;

Corrente contínua: provoca danos locais.

Sobre a voltagem da corrente elétrica é importante saber que:

Maior voltagem leva . mortalidade;

Baixa voltagem leva = fibrilação

Page 77: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

77

Alta voltagem leva a parada cárdiorrespiratória.

Elementos de resistência à corrente elétrica:

A intensidade das lesões depende da resistência à corrente elétrica no organismo:

- Externo: pele

- Interno: osso, gordura, tendão, pele, músculo, sangue, nervos.

O osso tem maior resistência, então gera mais calor, por isso nas adjacências ao osso as

queimaduras costumam ser profundas e graves. Na passagem da corrente elétrica, as

lesões maiores ocorrem nos nervos periféricos e músculos.

Page 78: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

78

As lesões da queimadura elétrica têm algumas peculiaridades:

• Características progressiva;

• Caminha para a profundidade;

• Lesões tardias ocorrem entre 4 a 5 dias;

• provoca lesões à distância.

O ponto de entrada da queimadura elétrica tem menor dor que a saída. Normalmente o

ponto de saída da corrente elétrica tem lesões mais graves, especialmente se a corrente

entra e saí por um único ponto. Se a corrente sai por vários pontos, apesar de múltiplas

lesões, são lesões peculiarmente menos graves.

Ferimentos que ocorrem devido o contato elétrico:

Arritmias cardíacas imediatas

Contrações Taquicardia Fibrilação

Ventriculares Ventricular Ventricular

Prematuras

• Queimaduras da pele nos locais de entrada e saída do arco elétrico, geralmente de

3º grau.

• Queimaduras superficiais adicionais por chama podem estar presente devido a

roupa da vítima que é abrasada.

• Fraturas e/ou deslocamento - devido as contrações musculares violentas que os

ferimentos elétricos causam.

• Ferimentos internos - danos musculares, danos aos nervos e possível coagulação

sanguínea intramuscular devido à passagem de corrente elétrica.

Atendimento no Local do Acidente:

Independente do agente causal, os cuidados gerais com a vítima deverão ser os mesmos

a serem tomados em um acidente grave qualquer.

Embora pareça óbvio, vale a pena lembrar que a primeira medida a ser tomada no local

do acidente é AFASTAR A CAUSA.

Page 79: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

79

• Priorizar a determinação da segurança do local: se o paciente esta em contato com

a corrente elétrica.

• Remover o acidentado do contato sem se tornar a próxima vítima.

• Em locais seguro realize manobra de R.C.R., se necessário.

• Necessita de um transporte rápido para uma unidade hospitalar.

Na avaliação inicial da vítima com queimadura elétrica considerar a entrada/saída e o

caminho. Avaliar o nível de consciência, pulso (< 120 é o parâmetro ideal). Quando for

necessário a reanimação cárdiorrespiratória, essa terá prioridade sobre o tratamento local

da queimadura, independente da voltagem da corrente que ocasionou o acidente.

Nas queimaduras químicas, deve-se irrigar copiosamente as lesões com água e retirar

vestimenta embebidas no agente causal.

Nas queimaduras por chama direta, procure acalmar o indivíduo para que o mesmo não

corra e aumente as chamas. Oriente-o a deitar-se e rolar vagarosamente para abafar as

chamas, diminuindo a possibilidade de queimaduras de face e vias aéreas.

Dentro dos primeiros 15 minutos do acidente, o resfriamento imediato da áreas

queimadas com água corrente constitui conduta de eleição, por diminuir a dor, limitar

o aprofundamento da queimadura e diminuir o edema inicial.

Contra-indicação formal à utilização da água ocorre, por razões óbvias, nos casos de

queimaduras elétricas enquanto a fonte de eletricidade ainda estiver em contato com a

vítima.

Após esses cuidados iniciais de resfriamento, lavagem e remoção de corpos estranhos

soltos, deve-se proceder a proteção das feridas com panos limpos e umedecidos ou como

substituto ideal, o papel alumínio em rolo, do tipo utilizado em embalagens de alimentos,

com o intuito de diminuir a dor e a contaminação externa da área queimada.

Page 80: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

80

O transporte de vítima(s) queimada(s) inclui a transferência do local do acidente para o

Serviço de Saúde da Empresa e, posterior remoção para hospitais especializados.

3388-- AACCIIDDEENNTTEESS CCOOMM MMÚÚLLTTIIPPLLAASS VVÍÍTTIIMMAASS

DESASTRE = CATÁSTROFE = URGÊNCIA COLETIVA = ACIDENTE COM MÚLTIPLAS

VÍTIMAS éé aa iinnaaddeeqquuaaççããoo eennttrree ooss rreeccuurrssooss ddiissppoonníívveeiiss ee ooss nneecceessssáárriiooss ppaarraa ffaazzeerr ffrreennttee

aa uumm ddeetteerrmmiinnaaddoo eevveennttoo..

OOrriiggeemm ddoo AAtteennddiimmeennttoo ddee GGuueerrrraa

Os conceitos de catástrofes e desastres civis ocorreram a partir de 1978, decorrente de

vários acidentes graves e atentados políticos que começou na Europa e, principalmente na

França, a surgir a necessidade de prever e criar uma organização de socorro diferente

para múltiplas vítimas.

Daí a distinção entre:

• Desastre: definida pelos americanos a partir de 5 vítimas

• Catástrofe: definida pelos franceses a partir de 10 vítimas

PPrriinnccííppiiooss BBáássiiccooss ddoo AAtteennddiimmeennttoo ddee UUrrggêênncciiaa IInnddiivviidduuaall

Realizar, o mais rápido possível, no local do acidente ou da emergência clínica,

atendimento de urgência adaptado ao estado clínico-funcional e às lesões do paciente;

Assegurar a estabilização de seu estado clínico por gestos de urgência durante todo o

transporte, até o hospital de destino.

PPrriinnccííppiiooss BBáássiiccooss ddoo AAtteennddiimmeennttoo ddee UUrrggêênncciiaa CCoolleettiivvaa

Page 81: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

81

Organização do socorros através de uma cadeia única de comando com uma

organização de salvamento e outra de socorro;

Cada uma dessas cadeias com missões bem definidas e distintas;

Organização de um posto avançado para tratamento e estabilização dos feridos no local

do acidente;

Evacuação ordenada dos feridos levando-se em conta a prioridade do tratamento

definitivo e a capacidade da rede hospitalar existente.

O objetivo da medicina de urgência é salvar o doente grave enquanto na medicina de

guerra é salvar o maior número de vítimas possível e não a mais grave, o mais

rapidamente possível.

DDiiffeerreennççaass eennttrree AAtteennddiimmeennttoo àà UUrrggêênncciiaa IInnddiivviidduuaall ee UUrrggêênncciiaa CCoolleettiivvaa

Catástrofes Urgência Origem

Presentes Ausentes Medicina

Más Boas Condições de pressão

Insuficiente Suficiente Condições psicológicas

Insuficiente Suficiente Pessoal

emprega

Péssimo Ótimo Ambiente de trabalho

UC UI

Page 82: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

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AAtteennddiimmeennttoo ddee CCaattáássttrrooffee

Objetivos

• Tratar o maior número de vítimas possíveis

• O mais rápido possível

• O melhor possível

Logística e estratégia de ação próprias

Cadeia de socorro

Page 83: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

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CCllaassssiiffiiccaaççããoo ddaass CCaattáássttrrooffeess

PPrriinnccííppiiooss GGeerraaiiss ddee AAççããoo

•Organização definida de comando

• Hierarquização e priorização das ações

• Salvamento das vítimas do local do acidente e transporte até um ponto seguro, um

posto avançado

• Triagem e categorização das vítimas após a execução dos primeiros socorros

• Evacuação organizada e priorizada por gravidade das vítimas, até o hospital para

tratamento definitivo.

acidentes de trens, explosões, incêndios, acidentes com materiais tóxicos ou radioativos, guerras.

enchentes, sendo as principais causas terremotos, vendavais, tufões.

Provocadas pelo homem Naturais

Page 84: Apostila de Enfermagem do Trabalho e Emergências Médicas

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Bibliografia Recomendada:

BULHÕES, I. Enfermagem do Trabalho. Rio de Janeiro, Vol. 1. LUNA, 1976.

_________, I. Riscos do trabalho de enfermagem. Rio de Janeiro, 1994.

Carvalho, Geraldo Mota de. Enfermagem do Trabalho. Editora: Epu , 1ª Edição.2001

BRASIL. Ministério da Saúde Programa Nacional de Imunização, 2001.

BERLINGUER G. Saúde e Trabalho no Brasil. São Paulo. 1ª ed. ED. Vozes, 1983

RIBEIRO,H. P. e LACAZ, Faz. De que adoecem e morrem os trabalhadores. São Paulo 1ª

ed. 1984.

Manual de PCR do Hospital Sírio Libanês, 2006.

Minsistério da Saúde.Instituto Nacional de emerência Médica.Manual V.M.E.R. 2 a ed.

1999.