Apostila de Equipamentos Submarinos

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* Apostila baseada em estudos realizados por TAVARES, José C. V.; CABELINO, Karina; QUINTAES, Marcelo e BARAÚNA, Leonardo – 2008. Apostila de Equipamentos Submarinos Professor: Guilherme Zogaib Biral

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* Apostila baseada em estudos realizados por TAVARES, José C. V.; CABELINO, Karina; QUINTAES, Marcelo e BARAÚNA, Leonardo – 2008.

Apostila de Equipamentos Submarinos

Professor: Guilherme Zogaib Biral

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* Apostila baseada em estudos realizados por TAVARES, José C. V.; CABELINO, Karina; QUINTAES, Marcelo e BARAÚNA, Leonardo – 2008.

SUMÁRIO 1 - DEFINIÇÃO ....................................................................................................... 3 2 – ARRANJO SUBMARINO........................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.1 – CABEÇA DE POÇO.......................................................................................... 5 3.2 – ANM (ÁRVORE DE NATAL MOLHADA)................................................................ 8

3.2.1 – ANM Convencional ou Vertical............................................................. 9 3.2.1.1 - ANM Propriamente Dita................................................................ 10 3.2.1.2 - Base Adaptadora da Produção..................................................... 11 3.2.1.3 - Suspensor de Coluna de Produção (tubing hanger)..................... 12 3.2.1.4 - MCV – Módulo de Conexão Vertical............................................. 12 3.2.1.5 - Capa da ANM – Tree Cap ............................................................ 13 3.2.1.6 - Principais Ferramentas de uma ANM........................................... 13

3.2.2 – ANM Horizontal .................................................................................. 13 3.3 – DUTOS SUBMARINOS ................................................................................... 15

3.3.1 - Quanto à sua Estrutura ....................................................................... 15 3.3.1.1 – Dutos Rígidos .............................................................................. 15 3.3.1.2 – Dutos Flexíveis ............................................................................ 16 3.3.1.3 – Elementos Acessórios ................................................................. 19

3.3.2 - Quanto à sua Função.......................................................................... 20 3.3.3 - Quanto à Configuração ....................................................................... 20 3.3.4 – Umbilicais........................................................................................... 20 3.3.5 – Risers ................................................................................................. 22

3.4 – MANIFOLD................................................................................................... 26 3.5 – PLEM (PIPELINE END MANIFOLD) .................................................................. 29 3.5 – PLEM (PIPELINE END MANIFOLD) .................................................................. 29 3.6 – PLET (PIPELINE END TERMINATOR) ............................................................... 30

4 – NOVAS TECNOLOGIAS ................................................................................ 31 4.1 – S-BCSS (BCSS SOBRE SKID)...................................................................... 31 4.2 – VASPS (VERTICAL ANNULAR SEPARATION AND PUMPING SYSTEM)................... 32 4.3 – RWI (RAW WATER INJECTION)....................................................................... 33

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1 - Definição Podemos definir um sistema submarino de produção como sendo um conjunto de

instalações submersas destinadas à elevação, injeção e escoamento dos fluidos

produzidos e/ou movimentados em um campo de petróleo ou gás natural.

O projeto de desenvolvimento de um campo visa a maximização da recuperação

de petróleo e um custo mínimo operacional e de investimento de capital.

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2 – Arranjos Submarinos Conceitua-se como arranjo submarino de produção, a escolha dos equipamentos

que serão utilizados e de que maneira eles estarão dispostos (layout).

O arranjo final de um campo é o resultado de um processo de otimização que

envolve diversas variáveis, tais como:

• Número de poços e posicionamento dos mesmos,

• Comprimento e diâmetro dos dutos de produção,

• Posicionamento da unidade produção flutuante,

• Tipo de ancoragem,

• Meios de instalação,

• Perfil de produção desejado,

• Necessidade de utilização de meios de elevação artificial, etc...

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3 – Equipamentos Submarinos Em um sistema submarino de produção, basicamente encontramos os seguintes

equipamentos:

• Cabeça de Poço

• ANM (árvore de natal molhada)

• Dutos Submarinos

• Manifold

• PLEM (pipeline end manifold)

• PLET (pipeline end terminator)

3.1 – Cabeça de Poço As cabeças de poço submarinas suportam os revestimentos dos poços, resistem

aos esforços do riser e fornecem vedação para o BOP. Na fase de produção,

servem de alojamento, travamento e vedação para o “suspensor” de tubulação e

para a árvore de natal. A Figura A.1 mostra um arranjo de uma cabeça de poço.

Modernamente, as cabeças de poço são preparadas para receber a base

adaptadora de produção (BAP).

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Existem dois tipos de sistemas de cabeça de poços submarinos (SCPS):

• Para Unidades Flutuantes;

• Para Unidades Apoiadas no Fundo do Mar.

Os primeiros sistemas de cabeça de poço submarino foram muito utilizados no

Brasil e também no exterior na década de 70 – no Brasil seu uso se estenderia até

o início da década de 80. Estes sistemas fabricados pela VETCO (e.g. modelos

HB-3, SG-1 e SG-5) foram concebidos para utilização em profundidades até 200

m (rasa).

Posteriormente demais fabricantes (FMC, National e Cameron) introduziram os

seus SCPS no mercado trazendo alguma novidade em termos de ferramenta e/ou

equipamentos. As limitações de cada sistema foram aparecendo e tornavam-se

maiores à medida que aumentava a necessidade de perfurar em maiores

profundidades. Com o aumento da profundidade, aumentava o valor do custo

(diária) de utilização das sondas de perfuração. Então, inúmeras alterações foram

incorporadas aos produtos de forma a melhorar os sistemas e conseqüentemente

diminuir o tempo de instalação, tornando-os mais confiáveis e seguros. A partir da

década de 80 uma nova família de equipamentos com mudanças substanciais de

projeto foi introduzida no mercado. Tais mudanças, entre outras, se referiam ao

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modo de energização do conjunto de vedação (packoff) e poderiam ser

classificados em sistemas torque-set e weight-set respectivamente, por aplicação

de rotação ou de peso, sendo esta última forma a mais moderna. Em 1992, com o

aumento da profundidade e a mesma se aproximando dos 1000 m, estes

equipamentos foram expostos a uma nova realidade operacional. Tendo em vista,

que muitos ainda traziam consigo algumas das características dos sistemas

antigos deficiências foram aparecendo. Tais deficiências se manifestavam

principalmente nas ferramentas que, expostas a uma viagem longa dentro do riser

de perfuração, ficavam impregnadas de argila e cascalho, comprometendo seus

mecanismos de funcionamento. Esses e outros fatores de menor importância

provocavam um considerável aumento no tempo das operações e seu atrelado

custo, o que culminava por tornar inviável a utilização desses sistemas.

A partir de então, surgiriam os equipamentos da presente geração, os quais se

destacam pelas seguintes características:

• Totalmente weight-set;

• Permite testar o blow-out preventor (BOP) à pressão máxima de trabalho

(PMT) em qualquer fase do poço. Ou seja, com ferramenta isoladora e ou

teste plugue universal (TPU) assentada diretamente no alojador de alta, no

suspensor de revestimento e/ou nas buchas de desgaste;

• Permite testar o BOP mesmo com o terceiro suspensor instalado;

• Permite que a bucha nominal instalada no alojador de alta e testar o BOP à

PMT;

• Conjunto de vedação universal metal/metal e totalmente recuperável em

uma única manobra;

• A força necessária para atuar (energizar) o conjunto de vedação universal é

gerada através da pressão;

• Dispositivo anti-torque (DAT);

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• Ferramentas exclusivas desenvolvidas (conjunto de vedação universal

(CVU) e casing patch);

3.2 – ANM (árvore de natal molhada) De uma forma mais genérica atualmente podemos classificar as ANM’s quanto ao

serviço e configuração.

Quanto ao serviço:

• ANM de Produção

• ANM de Injeção

Quanto à configuração:

• ANM Convencional ou Vertical

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• ANM Horizontal

Diagrama genérico de uma árvore de natal

3.2.1 – ANM Convencional ou Vertical É a mais conhecida e aplicada no cenário mundial e, principalmente no

Brasil. Modernamente é composta pela: base das linhas de fluxo, denominada

base adaptadora de produção ou BAP; pelo “suspensor” de coluna de produção

(tubing hanger – TH); pela terminação das linhas de fluxo, denominado módulo de

conexão vertical ou MCV; pela ANM propriamente dita; e; pela capa da ANM (tree

cap). Tais árvores têm também como características básicas serem “pigáveis” e

com revestimento especial (metalurgia especial), nos pontos de contato com o

fluido produzido, caso seja corrosivo, abrasivo e e/ou erosivo. Abaixo descrição

mais aprofundada de cada um desses componentes.

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ANM vertical

3.2.1.1 - ANM Propriamente Dita

É constituída por um bloco forjado, onde são montadas as válvulas de bloqueio

manuais e hidráulicas. Na sua parte inferior é montado o conector hidráulico, com

perfil externo H4, que permite a conexão e desconexão da ANM no alojador de

alta pressão da BAP, podendo ter o nominal de 18 ¾ ou 16 ¾”(mais usual hoje em

dia no Brasil). Na sua parte superior é montado o manifold da ANM (tree manifold),

de onde partem todas as linhas de controle das funções da ANM e chegam as

linhas de controle da plataforma. Possui perfil interno nos bores de 4”e 2” para

assentamento de plugs e perfil externo para travamento da ferramenta de

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instalação da ANM (TRT) e para o conector da capa da ANM quando utilizada

(tree cap). As válvulas montadas nesta unidade e suas funções são:

• Válvula mestra de produção (master) – M1

• Válvula lateral de produção (wing) – W1

• Válvula mestra do anular – M2

• Válvula lateral de acesso ao anular - W2

• Válvula de interligação da linha de produção com o anular (crossover) – CO

• Válvula de “pistoneio” da produção (swab) – S1

• Válvula de “pistoneio” do anular – S2

3.2.1.2 - Base Adaptadora da Produção

É o conjunto que suporta as linhas de fluxo e controle, nivelando-as em relação a

ANM. Na sua parte inferior recebe uma estrutura guia (funil down) para orientação

na cabeça de poço, um conector hidráulico e anéis para travamento e vedação do

tipo metal versus metal. Na sua parte superior, um alojador especial (denominado

housing ou tubing head), dotado de um perfil interno padronizado e preparado

para receber o “suspensor” de coluna e com um segundo perfil interno também

padronizado, este do tipo H4, para receber o conector da ANM. Dispõe ainda de:

uma luva helicoidal interna ao alojador, a qual proporciona a orientação do

“suspensor”; um funil up para orientação no assentamento da ANM; e, por ultimo,

um berço (cradle) para ancoragem e apoio das linhas de fluxo, permitindo a

retirada da ANM sem que seja necessário desconectar as linhas de fluxo e

controle.

As ANM mais recentes foram padronizadas de acordo com a profundidade de

utilização da mesma, ou seja com 1 ou 3 módulos de conexão vertical, sendo 1

MCV para profundidades até 1500 m e 3 MCV’s (linha de produção, linha de

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acesso ao anular e linhas de controle independentes).para profundidades

superiores a 1500 m.

3.2.1.3 - Suspensor de Coluna de Produção (tubing hanger) É o equipamento responsável pela interface entre a coluna de produção e a ANM.

Tal “suspensor” é ancorado e travado na base adaptadora de produção – BAP -

nas ANM tipo DLL/GLL, fazendo vedação para o anular. É ainda dotado de

alojamento para o tampão mecânico ou coletor de detrito, descidos com unidades

de arame.

Os “suspensores” mais utilizados são de configuração excêntrica com interface

superior padronizada para possibilitar a intercambiabilidade. Possui furo de 4” para

acesso à coluna de produção; furo de 2” para acesso ao anular (este furo pode ser

usado também para receber conector para o cabo elétrico de potência quando a

elevação se fizer necessária através de bombeamento centrifugo submerso –

BCS); possuem um ou dois furos de ½” para passagem do fluido hidráulico de

acionamento da válvula de segurança de subsuperfície (DHSV); e, por ultimo, um

furo para receber o conector do cabo elétrico do PDG (permanent downhole

gage), o qual é o equipamento responsável por receber os sinais de pressão e

temperatura de fundo.

3.2.1.4 - MCV – Módulo de Conexão Vertical O sistema de conexão vertical foi desenvolvido com o objetivo de substituir o

método lay-away, pois elimina a necessidade da operação simultânea entre a

plataforma de instalação e o navio de lançamento de linhas, além de permitir a

conexão totalmente submarina da primeira e segunda ponta. A primeira utilização

do método de conexão vertical foi em dezembro de 1992, no campo de Marlim, em

um poço satélite, após vários testes de campo utilizando protótipos.

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Tal MCV tem a finalidade de conectar as linhas de produção, acesso ao anular e

controle à BAP, possibilitando o escoamento da produção, a injeção de gás para

operação de gas lift, a passagem de fluido hidráulico de controle da ANM e, por

último, a injeção de produtos químicos (usualmente inibidores de

hidratos).Recebeu este nome devido ao seu método de instalação (por barco e

verticalmente), possibilitando uma melhor logística para operação e movimentação

de sondas e barcos de lançamento de linhas.

3.2.1.5 - Capa da ANM – Tree Cap É o equipamento, quando instalado, responsável por fazer a interligação entre os

controles da plataforma de produção e as funções da ANM. Na sua maioria tais

equipamentos são do tipo controle direto, onde existe uma linha de controle da

plataforma para cada função a ser controlada na ANM.

3.2.1.6 - Principais Ferramentas de uma ANM As principais ferramentas da ANM são:

• Ferramenta de instalação e recuperação da BAP - FIBAP,

• Ferramenta de instalação e recuperação do “suspensor” de coluna – THRT

• Ferramenta de instalação e recuperação da ANM e Capa – TRT

• Riser para operação de instalação e intervenção da ANM (será descrito

com mais detalhes adiante).

3.2.2 – ANM Horizontal A finalidade básica de uma ANM-H é a mesma que de uma convencional. Numa

forma simplificada, a mesma pode ser descrita como sendo uma base adaptadora

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de produção (BAP) com válvulas montadas na sua lateral, permitindo assim a

intervenção no poço e eventual substituição de sua coluna de produção sem que

seja necessário retirar tal ANM. O “suspensor” de coluna é assentado no interior

da ANM e direciona o fluxo de hidrocarbonetos para a sua lateral – a vedação

deste componente é de fundamental importância nesta configuração de árvore

horizontal. Esta árvore foi concebida inicialmente para utilizações pioneiras de

poços submarinos equipados com o método de bombeamento centrifugo

submerso (BCS) – uma vez que tal aplicação é considerada como demandando

alta taxa de intervenção no poço.

ANM horizontal (parte inferior)

As principais diferenças desta concepção em relação à convencional são:

• Eliminação da BAP;

• Eliminação da utilização de riser dual-bore nas operações de instalação e

workover, já que o acesso ao anular pode ser feito pela kill line do BOP;

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• Permite utilizar a “completação” do tipo large bore no “suspensor” de

coluna, já que foi eliminado o furo vertical de acesso ao anular no

“suspensor”;

• A ANM-H pode fazer uso de Tree Cap interna e externa. Atualmente se tem

dado preferência à utilização de capa externa, uma vez que, permite que as

conexões elétricas de sinal e potência sejam realizadas na vertical, além de

poder dispor de painel back-up hidráulico montado na mesma.

3.3 – Dutos Submarinos São responsáveis pela movimentação dos fluidos produzidos e injetados num

campo de petróleo e gás.

Na produção temos o fluxo de óleo e gás da ANM e/ou Manifold para a UEP. Na

Injeção temos o fluxo de líquidos e gás da UEP para o Manifold e/ou ANM.

Os dutos são também utilizados para escoamento (offloading) dos fluidos

processados pela UEP.

Os dutos podem ser classificados da seguinte forma:

3.3.1 - Quanto à sua Estrutura

• Rígido

• Flexível

3.3.1.1 – Dutos Rígidos As linhas rígidas são constituídas por tubos de aço carbono e, a depender do

fluído que irá ser transportado podem ser de ligas especiais, inibindo a corrosão,

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abrasão e/ou erosão. Também podem ser revestidas externamente com a

finalidade de manter a temperatura do fluído transportado, evitando assim atingir a

temperatura de formação de hidratos e/ou depósitos orgânico (e.g., parafinas),

garantindo o escoamento da produção de forma econômica.

Duto rígido com revestimento

3.3.1.2 – Dutos Flexíveis As linhas flexíveis são constituídas por diferentes camadas, que tem funções

distintas na sua operação e, podem ser descritas da parte interna para a parte

externa como:

Carcaça Interna de Aço Intertravado

Sua função principal é o de prevenir o tubo flexível do colapso quando submetido

à pressão aplicada externamente, seja a hidrostática ou seja aquela decorrente do

lançamento e/ou e pelas armaduras de tração. Ë composta de uma fita de aço

intertravada e o material normalmente utilizado nesta é aço inoxidável AISI 304.

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Barreira de Pressão Interna

Esta camada confere ao tubo flexível sua estanqueidade aos fluídos em

condução. O material usado é a poliamida que garante uma excelente resistência

aos hidrocarbonetos, pressão e temperatura (altas).

Armaduras de Pressão (Espiral Zeta)

Sua função principal é sustentar os esforços radiais, sejam induzidos pela pressão

interna, sejam induzidos pelos meios de lançamento e/ou pelas armaduras de

tração. Em casos específicos, essa camada zeta permite aumentar a resistência

do tubo ao colapso hidrostático e as pressões mecânicas externas. O material

usado é o aço carbono

Camada Intermediária de Plástico

Sua função única é a de diminuir a fricção entre a espiral zeta e as armaduras de

aço e, assim, evitar a sua abrasão em caso de utilização da linha sob solicitações

dinâmicas (e.g., risers ou jumpers). O material usado é o poliamida ou o polietileno

de alta densidade (PEHD).

Armaduras de Tração

Sua função principal é a de suportar as cargas axiais. São constituídas de duas

camadas cruzadas de fio chato de aço, com um passo grande ao longo do

comprimento, de forma a se obter boa resistência à cargas de tração. As duas

camadas são dispostas a 35º em relação ao eixo do tubo, uma para a direita e a

outra para a esquerda. O material usado é o aço carbono. Haverá uma camada de

fita adesiva, a qual circundará a segunda camada de fios de aço de forma a

segurar as armaduras durante a fabricação da camada seguinte.

Camada Externa de Plástico

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Sua função principal é a de proteger a camada da estrutura contra a corrosão ou

abrasão e, unir as subcamadas das armaduras. O material usado é a poliamida ou

o polietileno de alta densidade para as aplicações dinâmicas.

Proteção Anti-Abrassiva (outerwrap)

Sua função principal é a de proteger o riser, no seu trecho em contato com o fundo

do mar, contra a abrasão induzida pelos movimentos dinâmicos. O material usado

é o aço inoxidável AISI 316L.

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3.3.1.3 – Elementos Acessórios Vários acessórios podem ser instalados em um duto flexível. Abaixo relacionamos

alguns desses.

• Riser Joint

• Bend Stiffener

• Bellmouth

• Vértebras

• Conectores

• Colares

• Flutuadores

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3.3.2 - Quanto à sua Função

• Escoamento

• Umbilical

• Misto

3.3.3 - Quanto à Configuração

• Riser

• Flowline

3.3.4 – Umbilicais

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O umbilical é um conjunto de mangueiras que

transportam desde fluidos hidráulicos e de injeção

química, assim como cabos elétricos transmissores de

sinais e potência.

Sua função é acionar os mecanismos de abertura e

fechamento do equipamento de extração de óleo e gás

submarinos monitorando as características do poço

(temperatura e pressão).

Tipos de Umbilicais

• Hidráulicos

• Elétricos de Sinal

• Elétricos de Potencia

• Óticos

• Injeção de Produtos Químicos

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3.3.5 – Risers Trecho suspenso de um duto submarino cuja função é conduzir os fluidos oriundos

dos poços ou manifolds até a UEP (Unidade Estacionária de Produção). Constitui-

se num componente crítico de um sistema submarino de produção, por estar

submetido a elevados esforços de tração e fadiga, devido ao seu próprio peso, à

ação de correnteza, aos efeitos das ondas e as movimentações da UEP.

3.3.4.1 – Configuração de Risers Os risers podem ser classificados de acordo com a sua configuração, material e

finalidade. Com base na sua configuração, podemos classificá-los em vertical,

catenária ou complexa (usando flutuadores).

Vertical

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É aplicada uma força de tração no topo, com a finalidade de manter o riser sempre

tracionado, evitando a sua flambagem. Esta configuração demanda a utilização de

plataformas com baixa resposta dinâmica.

Normalmente, a aplicação da completação seca está associada à adoção de

plataformas dos tipos “SPAR” ou “TLP”.

Catenária

Na maioria dos casos não é aplicada força de tração no topo. As extremidades

(topo e fundo) não estão no mesmo alinhamento.

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Complexa

Derivada da configuração em catenária, o riser assume uma geometria em forma

de catenária dupla através da instalação de flutuadores ou bóias mantidas

submersas através de ancoragem (poitas).

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3.4 – Manifold A principal, função de um manifold é o de reunir, em uma só linha, a produção

oriunda de vários poços. É constituído por arranjos de tubulações (coleta, injeção,

teste e exportação), conjunto de válvulas de bloqueio, válvulas de controle de

escoamento (chokes) e subsistemas de monitoramento, controle e interconexão –

usualmente por via elétrica – com a UEP. No caso de injeção de gás e água, o

manifold tem como função distribuir para os poços os fluidos de injeção vindos da

UEP. As funções de produção e injeção podem estar contidas num mesmo

manifold.

As principais vantagens na utilização de manifolds são a redução do comprimento

total de linhas e redução do número de risers conectados à UEP. Por tais

benefícios e em se considerando o alto custo dessas linhas, esse equipamento é

de alta contribuição na viabilidade técnica e econômica da produção, notadamente

no mar.

Atualmente, a configuração mais usual se constitui numa estrutura independente,

simplesmente assentada no leito submarino e recebendo a produção de vários

poços satélites.

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Tipos de Manifold

• MSP – Manifold Submarino de Produção

• MSI – Manifold Submarino de Injeção

• MIS – Manifold de Interligação Submarina

• MSPI – Manifold Submarino de Produção e Injeção

Formas de Instalação

Até 1000m

• Instalação por Cabo

• Instalação por Riser de Perfuração

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Acima de 1000m

• Método Sheave

• Método Pêndulo

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3.5 – PLEM (pipeline end manifold)

Equipamento responsável por interligar dutos de exportação de óleo ou gás a uma

mono bóia ou planta onshore.

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3.6 – PLET (pipeline end terminator) São equipamentos projetados e desenvolvidos para possibilitar a conexão entre os

dutos rígidos e as linhas flexíveis. O objetivo básico é minimizar os investimentos

do sistema das linhas de escoamento.

PLET

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4 – Novas Tecnologias A necessidade de vencer novos desafios, de reduzir custos e de maximizar a

produção, leva a industria de petróleo e gás a estudar e desenvolver novos

equipamentos e novas tecnologias. O sistema submarino de produção está

sempre testando novas soluções. Dentre as várias inovações atualmente

desenvolvidas, vamos comentar as seguintes:

• S-BCSS (BCSS sobre skid)

• VASPS (vertical annular separation and pumping system)

• RWI (raw water injection)

4.1 – S-BCSS (BCSS sobre skid) Atualmente existem projetos na área de bombeamento submarino que visam

atender as principais necessidades de se obter a elevação dos fluidos de

produção em águas profundas, através do fornecimento de energia ao sistema.

Estes projetos objetivam principalmente o aumento da produção de óleo em poços

satélites, a viabilização da produção de poços (que produzem para manifolds

distantes da plataforma) e a possível substituição de plataformas de produção.

Dentre estas alternativas podemos destacar o sistema de Bombeio Centrífugo

Submerso montado sobre Skid no Fundo do Mar, denominado S-BCSS.

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* Apostila baseada em estudos realizados por TAVARES, José C. V.; CABELINO, Karina; QUINTAES, Marcelo e BARAÚNA, Leonardo – 2008.

Essa tecnologia foi desenvolvida através de um Projeto de Pesquisa e

Desenvolvimento (P&D) pelo Centro de Pesquisas da PETROBRAS e que tem

como principal objetivo disponibilizar um novo conceito para aplicação da

tecnologia de bombeio centrífugo submerso, através do desenvolvimento de um

sistema de bombeamento submarino instalado no leito marinho (fora do poço). Ele

teve como motivação a redução dos custos por parada e instalação.

A grande vantagem deste sistema é a flexibilidade de manutenção da bomba e a

continuidade da produção durante este período de manutenção, podendo ser

realizadas intervenções independentes na ANM ou no Sistema de Bombeio.

4.2 – VASPS (vertical annular separation and pumping system) O VASPS é um conceito inovador de separador bifásico submarino acoplado a um

sistema de bombeamento centrífugo submerso (BCS) que possibilita uma alta

capacidade de integração entre os equipamentos de separação e elevação.

Seu princípio de funcionamento é baseado na separação das fases (gás, líquido)

quando sujeitas a uma força centrífuga proporcionada pelo escoamento do fluido

através de um helicóide vertical.

Page 33: Apostila de Equipamentos Submarinos

* Apostila baseada em estudos realizados por TAVARES, José C. V.; CABELINO, Karina; QUINTAES, Marcelo e BARAÚNA, Leonardo – 2008.

Por intermédio do projeto Otimização do VASPS, será desenvolvida uma versão

do separador com maior capacidade e flexibilidade, a qual possibilitará a redução

de custos, de forma a ampliar as possibilidades de aplicação do invento. O projeto

utilizará como possível cenário de aplicação a substituição da Plataforma P-09, na

Bacia de Campos, por um sistema VASPS. A novidade alterará o cenário atual,

em que os campos de Malhado, Corvina e Congro escoam a produção para a

plataforma P-09. Após a separação líquido/gás no VASPS, o total da produção

será exportado para uma segunda plataforma, a PCH-2. O projeto verificará

também a possibilidade de utilização do VASPS em conjunto com o Sistema de

BCS montado Sobre Skid no Fundo do Mar (S-BCSS).

4.3 – RWI (raw water injection) Sistema para captação e injeção de água do mar em campos onde as UEP

apresentam restrições para instalar ou expandir sistemas convencionais.

Desta maneira a tecnologia RWI para injeção de água do mar poderia trazer vários

benefícios, dentre os quais podemos citar:

• Viabilizar a injeção ou o aumento da cota de injeção em campos onde as

plataformas de produção apresentam restrições para a instalação dos

Page 34: Apostila de Equipamentos Submarinos

* Apostila baseada em estudos realizados por TAVARES, José C. V.; CABELINO, Karina; QUINTAES, Marcelo e BARAÚNA, Leonardo – 2008.

sistemas convencionais, tais como, indisponibilidade de área ou restrições

no swivel de FPSOs.

• Em alguns campos, o Sistema Submarino de Injeção de Água do Mar pode

apresentar custos de investimento e operação menores que o do sistema

convencional.

• O Sistema Submarino de Injeção de Água do Mar apresenta flexibilidade

para o realinhamento para outras plataformas de produção ou mudança de

poço, facilitando a produção de um campo por fases.