APOSTILA DE FUNDAÇÕES - MÓDULO 6

download APOSTILA DE FUNDAÇÕES - MÓDULO 6

of 19

Transcript of APOSTILA DE FUNDAÇÕES - MÓDULO 6

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    1/19

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVILDEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    FUNDAES E OBRAS DE TERRAFUNDAES E OBRAS DE TERRA

    CARREGAMENTOCARREGAMENTO TRA TRAO E HORIZONTAL EM ESTACASO E HORIZONTAL EM ESTACAS

    RECALQUE EM ESTACASRECALQUE EM ESTACAS

    ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAESCOLHA DO TIPO DE FUNDAOO

    MMDULODULO 66

    PPROFROF. D. DRR. P. PAULOAULO AALBUQUERQUELBUQUERQUE

    SSOROCABAOROCABA -- 20012001

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    2/19

    SUMRIO

    1. C1. CARARREGAMENTOREGAMENTO HHORIZONTAL EMORIZONTAL EM EESTACASSTACAS ...................................................................................................................... 0202

    2. C2. CARREGAMENTOARREGAMENTO TTRARAOO.............................................................................................................................................................. 0404

    3. P3. PREVISREVISO DEO DE RRECALQUESECALQUES.................................................................................................................................................................... 05053.1. MTODO DE POULOS & DAVIS(1968).................................................................... 06

    3.2. MTODO DEVSIC (1969, 1975)............................................................................ 11

    3.3.MTODO DEAOKI & LOPES(1975)......................................................................... 12

    44..EESSCCOOLLHHAA DDOOTTIIPPOO DDEE FFUUNNDDAAOO .............................................................................................................................................. 1144

    4.1. DEVERO SER CONHECIDAS NO MNIMO....................................................................... 14

    4.2. CRITRIOS DE DECISO ............................................................................................. 14

    4.3. ETAPAS PARA O ESTUDO DE UMA FUNDAO ................................................................ 14

    4.4. LIMITAES DE ALGUNS TIPOS DE FUNDAES PROFUNDAS...............................................16

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    3/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 2

    1.CARREGAMENTOHORIZONTAL EM ESTACAS

    Quando uma estaca carregada horizontalmente, ela ir se mover-se na direo da

    fora (estaca curta) ou girar em torno de um ponto at que o empuxo seja mobilizado e entre

    na condio de equilbrio.

    Casos de estacas submetidas a esforos horizontais:

    Estacas Prancha

    Muros de Arrimo

    Ondas

    Fundaes de torres de transmisso, pontes e edificaes.

    Os Esforos Horizontais Podem ser Absorvidos Atravs do Emprego de Estacas InclinadasOs Esforos Horizontais Podem ser Absorvidos Atravs do Emprego de Estacas Inclinadas..

    Empregam-se tambm estacas verticais, devendo-se portanto determinar os

    deslocamentos horizontais da estaca, momento fletor e cortante. Os mtodos de clculo so

    baseados na teoria da reao horizontal do solo.

    Para o clculo de estacas carregadas horizontalmente, pode-se empregar vrios

    mtodos da teoria de reao horizontal (Palmer & Thompson (1948), Matlock & Reese (1960)

    etc). Onde a incgnita principal e de difcil estimativa o parmetro K (mdulo de reao

    horizontal).

    O KK no pode ser determinado diretamente atravs de ensaios de laboratrio ou

    modelos reduzidos, pois ele no depende somente da natureza do solo.

    Sua determinao pode ser feita atravs: prova de carga horizontal em estaca, prova

    de carga em placa (extrapolao) e correlaes empricas (parmetros de solo).

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    4/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 3

    NNa prticaa prtica medemede--se o valor de deslocamento na cabea da estacse o valor de deslocamento na cabea da estacaa, calculando, calculando--se ose o

    valor devalor de KK assumindo uma distribuio apropriada em profundidade.assumindo uma distribuio apropriada em profundidade.

    De acordo com Davisson & Gill (1963), para solos coesivos pr-adensados o valor de K

    constante ao longo da profundidade e em situaes de areias, siltes e argilas normalmenteadensadas o K varia em profundidade (K=nh*z).

    A - Argilas Pr-Adensadas:

    Terzaghi (1955)

    Consistncia qu(MN/m2) K (MN/m2)

    Rija 0,10-0,20 5

    Muito Rija 0,20-0,40 10

    Dura >0,40 20

    qu= resistncia compresso simples.

    Broms (1964)K = 32*qu

    Terzaghi (1955)K = 50 a 100*cu

    B - Areia, Silte, Argila Normalmente Adensada:

    Terzaghi (1955)nh(MN/m

    2)Compacidade

    Seca ou mida SubmersaFofa 2,5 1,5

    Mdia 7,0 4,5Compacta 18,0 11,0

    Davisson (1970)

    Solo nh(MN/m2)

    Areia 2,8 28,0Silte 0,1 0,8

    Turfa 0,06

    Obtido o valor de K calcula-se o fator de rigidez relativa estaca-solo, e partir deste

    parmetro seu deslocamento lateral, momento e cortante. O fato da estaca ser longa ou

    curta um fator importante a ser levado em considerao nestes clculos.

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    5/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 4

    2. CARREGAMENTO TRAO

    Neste tipo de carregamento s levado em considerao a resistncia por atrito lateral

    da estaca.

    Os mtodos clssicos (Tronco de Cone) de clculo da carga de ruptura trao,

    admitem que esta dada pelo seu peso prprio somado ao peso do solo contido em umtronco de cone.

    Pode-se citar tambm o Mtodo do Cilindro de Atrito, que leva em considerao no

    clculo da carga de ruptura o peso prprio, o peso do solo contido no cilindro e a resistncia

    por atrito lateral.

    Os franceses desenvolveram um mtodo (Grenoble) mais abrangente que osanteriores, baseando-se na formao de superfcies de rupturas distintas de acordo com o

    tipo de fundao, profundidade e tipo de solo. A carga de ruptura dada por uma parcela de

    atrito, uma parcela de coeso, parcela de sobrecarga, peso do tronco de cone e seu peso

    prprio.

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    6/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 5

    Os franceses desenvolveram um mtodo (Grenoble) mais abrangente que os

    anteriores, baseando-se na formao de superfcies de rupturas distintas de acordo com o

    tipo de fundao, profundidade e tipo de solo. A carga de ruptura dada por uma parcela de

    atrito, uma parcela de coeso, parcela de sobrecarga, peso do tronco de cone e seu peso

    prprio.

    As frmulas de Aoki & Velloso (1975) e Dcourt & Quaresma (1978), baseadas em

    dados de estacas submetidas a esforos de compresso, no fazem nenhuma meno a

    estacas submetidas a esforos de trao. Pesquisas realizadas, apontam para uma reduo de

    30% no valor do atrito lateral obtido para carregamento compresso.

    3. PREVISO DE RECALQUES

    A estimativa do recalque muito importante, com ele possvel, anteriormente aocarregamento, ter uma idia do deslocamento em associao a uma determinada carga.

    Alguns fatores so importantes na sua determinao, sendo estes: rigidez da estaca,

    deformabilidade e tenso de cisalhamento do solo, capacidade de absoro de carga ao

    longo do fuste etc. Tornando-se muito complexo seu equacionamento.

    Segundo Poulos & Davis (1968) no clculo do recalque devem ser levados em

    considerao o comportamento da estaca (ponta ou atrito) e a influncia do atrito negativo.

    Existem vrios mtodos de previso de recalque, destacando-se os de Aoki & Lopes

    (1975) cujo clculo s possvel atravs do uso de computador, Vsic (1969-1975) e Poulos

    & Davis (1980).

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    7/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 6

    3.1. MTODO DE POULOS & DAVIS (1968)

    Os autores propem um mtodo de previso de recalques de uma estaca cilndrica,

    carregada axialmente em uma massa de solo de comportamento elstico linear, baseado na

    equao de Mindlin e na teoria do meio contnuo.

    O mtodo consiste em assumir um cilindro de n elementos e que cada um desenvolvauma carga de cisalhamento , uma tenso radial uniforme e uma base circular, havendo

    uma tenso vertical uniforme b. A tenso radial na estaca da ordem de 0,5% da tenso de

    cisalhamento da estaca.

    Considerado um elemento tpico i (Figura 3.1), o deslocamento vertical do solo ser

    adjacente estaca em i. A tenso no elemento j ser dado por:

    jIijij =

    Iij= fator de deslocamento vertical devido tenso de cisalhamento;

    Iib= fator de deslocamento vertical devido tenso vertical na base.

    =

    =+=

    nj

    1jbibjiji II

    O deslocamento na base pode ser expresso por:

    =

    =+=

    nj

    1jbbbjbjb II

    Ibj= fator de deslocamento vertical para a base devido a uma tenso de cisalhamento no

    elemento j;

    Ibb= fator de deslocamento vertical para a base devido tenso vertical uniforme.

    Pn

    j

    Pb

    Pb

    Pn

    Q

    j

    j j

    Figura 3.1 Tenses agindo na estaca e no solo.

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    8/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 7

    Os deslocamentos de uma carga em uma massa semi-infinita podem ser obtidos

    utilizando-se a equao de MINDLIN (1936).

    A equao do fator de influncia vertical devido a um cisalhamento uniforme no j-

    simo elemento :

    =j

    )1j(

    2

    0ij dcIda4I

    a = raio da estaca

    I = fator de influncia do deslocamento vertical devido a uma carga vertical

    +

    ++

    ++

    +

    +

    = 52

    3

    222

    131

    21

    R

    )cz(cz6

    R

    c2cz2z)43(R

    8125R

    43

    R

    zE)1(8

    1I

    Os fatores de deslocamento baseados nas anlises efetuadas, para estacas longas, os

    fatores de deslocamento podem ser encontrados nas figuras 3.2 a 3.5. Os autores fizeramuma comparao para estacas lisas e rugosas, e verificaram que a adeso tem um efeito

    dominante no recalque, especialmente para estacas longas.

    Figura 3.2 Recalque de uma estaca em uma camada finita (= 0,5).

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    9/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 8

    Figura 3.3 Recalque de uma estaca em uma camada finita (= 0,4).

    Figura 3.4 Recalque de uma estaca em uma camada finita (= 0,2).

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    10/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 9

    Figura 3.5 Recalque de uma estaca em uma camada finita (= 0).

    Os autores apresentam a seguir a equao geral para o clculo de recalque, baseados

    em estudos de STEINBRENNER (1934), que estudou a influncia de uma camada finita de solo

    na distribuio do cisalhamento de uma estaca e seu deslocamento. O recalque hde uma

    estaca em profundidade h pode ser calculada como:

    +=

    =

    =

    hj

    1jhbbhjjh II

    onde:

    = recalque da estaca em um meio semi-infinito;

    j= tenso de cisalhamento em um elemento j;

    b= tenso vertical na base;

    Ihj= fator de influncia para um ponto abaixo da periferia da estaca a uma profundidade h

    abaixo a superfcie do solo, devido a um cisalhamento uniforme no elemento j;

    Ihb= fator de influncia para um ponto no eixo da estaca at uma profundidade h abaixo da

    superfcie de solo devido a uma carga uniforme na base.

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    11/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 10

    Utilizando a equao acima, o deslocamento da estaca calculado para uma longa

    gama de valores de h/l e para quatro valores de coeficiente de Poisson. Estes fatores de

    deslocamento esto plotados nas figuras 3.2 a 3.5.para vrios valores de l/d.

    - Curva Carga-Recalque para um Meio Semi-InfinitoAs anlises descritas assumem uma estaca perfeitamente rugosa e que o solo um

    material elstico linear, capaz de resistir a tenses de cisalhamento desenvolvidas entre a

    estaca e o solo. Considerou-se a situao de uma estaca em atrito com argila saturada,

    carregada sob condies no drenadas e com valor de =0,5. O deslizamento do fuste se

    dar quando:

    mx=ca

    mx= tenso de cisalhamento no fuste.

    A ruptura na base ocorrer quando: b=c.Nc

    A relao carga-recalque at a ruptura poder ser obtida atravs do grfico abaixo (Figura

    3.6).

    0 1 2 3 4 50

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,7

    0,6

    0,5

    0,9

    0,8

    1,0

    L/ 2 25 1005

    Recalque=2cIsE

    Fator de Recalque - Is

    Q/Qr

    =0,5

    Ca/c=1

    L

    Q

    Figura 3.6 Efeito do comprimento da estaca no comportamento carga-recalque at a

    ruptura.

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    12/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 11

    3.2- MTODO DEVSIC (1969, 1975)

    um mtodo semi-emprico, baseado na forma de distribuio do atrito lateral e do

    tipo de estaca em estudo, onde o recalque de uma estaca dado pela soma de trs parcelas:

    - recalque elstico (se)

    - recalque do solo devido carga de ponta da estaca (sp)- recalque do solo devido s cargas de atrito ao longo do fuste (sf)

    Portanto, pode-se escrever:

    S = se+ sp+ sf

    O recalque devido ao encurtamento elstico da estaca se, determinado pelo

    conhecimento da distribuio do atrito lateral e carga de ponta, ou adotando-os no caso de

    no os ter em mos.

    ( )c

    latsspe

    EA

    LQQs +=

    onde:

    Qp= carga na ponta no estgio de carregamento (kN)

    Qlat= carga lateral no estgio de carregamento (kN)

    A = rea da seco transversal da estaca (m2)

    Ec= mdulo de elasticidade do material da estaca (MPa)

    d = dimetro da estaca (m)

    L = comprimento da estaca (m)

    ss= fator que depende da distribuio do atrito ao longo do fuste. Na Figura 3.7, pode-se

    verificar as vrias formas de distribuio do atrito e os respectivos valores de ss.

    Cpe Cf= coeficientes que dependem do tipo de solo e tipo de estaca

    Para a parcela de recalque devido carga transmitida na ponta temos:

    p

    ppp q.d

    Q.Cs =

    Para a parcela de recalque devido carga transmitida ao longo do fuste temos:

    p

    latsf q.L

    Q.Cs =

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    13/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 12

    Quadro 3.1 - Valores de Cp.

    TIPO DE SOLO ESTACA DESLOCAMENTO ESTACA ESCAVADAAreia (densa a fofa) 0,02 - 0,04 0,09 - 0,18

    Argila (rija a mole) 0,02 - 0,04 0,04 - 0,08

    Silte (denso a fofo) 0,03 - 0,05 0,09 - 0,12

    O valor de Cs dado pela seguinte equao:

    ps CdL16,093,0C +=

    ss=0,5

    ss=0,5 ss=0,67

    ss=0,33

    Figura 3.7 - Distribuio de Atrito.

    3.3. MTODO DE AOKI & LOPES (1975)

    Emprega as equaes de Mindlin, embasado na teoria do meio contnuo, e utiliza a

    ferramenta de integrao numrica para o clculo de recalques em determinados pontos no

    interior do solo. Os autores consideram que h uma distribuio linear da carga ao longo do

    fuste; o processo consiste em aplicar equaes que reduzam a carga transferida a um sistema

    equivalente de cargas pontuais.

    As tenses e o deslocamento vertical, devido a uma carga pontual no interior de uma

    massa semi-infinita, homognea, isotrpica e elstica linear, podem ser obtidos atravs da

    equao de Mindlin, supondo-se conhecer: o valor da fora, a profundidade, as coordenadas

    no ponto em estudo em referncia a uma coordenada local com o eixo vertical da fora, a

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    14/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 13

    distncia horizontal, o mdulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson mdio do solo

    (Figura 3.8).

    B(x,y,z)

    R2

    0

    C

    C

    X

    Z

    Y

    R1

    r

    Es,Q

    l

    Figura 3.8 - Sistema de coordenadas (AOKI & LOPES, 1975).

    O recalque do solo em um determinado ponto calculado pela seguinte expresso:

    - Para fundaes cilndricas

    = = = =

    +=1 2 1 3n

    1i

    n

    1j

    n

    1i

    n

    1kk,ij,ipf SSs

    - Para fundaes prismticas:

    = = = =

    +=1 2 21 3n

    1i

    n

    1j

    )oun(n

    1)ouj(i

    n

    1kk),ouj(i

    faces4

    1j,ipf SSs

    onde:

    Si j, = recalque induzido pela carga de ponta j,iQSi k, = recalque induzido pelas cargas pontuais k,iQ , parte lateral

    Para o clculo do recalque no topo da estaca S, basta escolher o ponto onde se quer

    obter o recalque e somar, ao valor de spf, o valor do recalque elstico se:

    ++

    = 2

    p11

    1

    ce z.2

    QNz.

    2NQ

    E.A1

    s

    onde:

    A = rea da estaca (m2)

    Ec= mdulo de elasticidade do material da estaca (MPa)

    Q = carga no topo da estaca (kN)

    Qp= carga na ponta da estaca (kN)

    zi= profundidade da camada (m)

    Nz= carga transferida do topo na profundidade z (kN)

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    15/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 14

    4. ESCOLHA DOTIPO DE FUNDAO

    Para a escolha de um determinado tipo de fundao, deve seguir alguns critrios,

    como exemplificado abaixo:

    4.1.DEVERO SER CONHECIDAS NO MNIMO: Tipo e caractersticas geotcnicas do local (no mnimo SPT em quantidade suficiente, se

    necessrio executar ensaios especiais);

    Grandeza e natureza das cargas a serem transferidas para o subsolo (verticais,

    inclinadas, momentos, cargas dinmicas etc);

    Tipos de fundaes existentes no mercado;

    Restries tcnicas de cada tipo de fundao;

    O tipo e estado atual das fundaes das edificaes vizinhas;

    Custo dos diversos tipos de fundaes existentes no mercado;

    O tempo necessrio para a execuo dos tipos de fundaes tecnicamente possveis,

    para posterior adequao ao cronograma da obra.

    4.2.CRITRIOS DE DECISO:

    Critrios tcnicos prevalecem sobre os econmicos, estes s devem influir numa

    deciso de igualdade de condies tcnicas.

    Se satisfeitos (tcnicos e econmicos), o problema quanto aos tempo disponvel, emdeterminadas obras este fator primordial.

    Em determinadas situaes o critrio tempo de execuo prevalece sobre o econmico.

    4.3.ETAPAS PARA ESTUDO DE UMA FUNDAO:

    Conhecidas s caractersticas do subsolo e cargas estruturais, o caminhamento racional

    o seguinte:

    Inicialmente, analisa-se a possibilidade do emprego de fundaes diretas (adm=NSPT/5,

    para SPT20). Sendo estas: sapatas, sapatas corridas (alicerces) e radiers (pequenas

    obras).

    Sendo vivel a fundao direta, deve-se compar-la com os tipos viveis de fundao

    profunda (critrio econmico);

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    16/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 15

    Esgotadas as opes de fundao direta, devero ser analisadas as fundaes

    profundas estacas e tubules;

    No caso da necessidade de fundao profunda, deve-se determinar o tipo mais

    apropriado. Se for estaca passa-se escolha do tipo mais indicado, fixao de sua carga detrabalho e profundidade. Se for tubulo, determina-se a tenso admissvel do subsolo, cota

    de apoio da base e mtodo de execuo.

    No caso de estacas, recomendado que a sua carga de trabalho seja da ordem de 1/3 da

    carga do pilar mdio, o que resulta aproximadamente 1 a 2 estacas para os pilares de carga

    mnima e 5 a 6 estacas para os pilares de carga mxima (se for possvel).

    Quando no se dispe do calculo estrutural, estimar uma carga mdia tpica de 12 kN/m2

    (tip) por andar, para estruturas de concreto armado destinadas a moradias e escritrios.

    Considera-se o uso de fundao direta como soluo econmica quando prdio / adm solo

    for menor que 60% ou 2/3.

    prdio= n * tip, onde n o nmero de andares

    Ou tambm, carga tpica de pilares de edifcios de nnandares:

    Pmin= 100*n (kN)Pmed= 200*n (kN)Pmax= 300*n (kN)

    Para residncias as cargas tpicas de parede so:

    Sobrados= 40 kN/mCasas trreas = 20 kN/m

    Isso para construes habituais onde o piso do andar trreo no laje armada,

    descarregando diretamente sobre o terreno. Nesses casos existem tenses admissveis

    mnimas que o solo deve suportar, para que sejam exeqveis os alicerces comuns, conforme

    Figura 4.1.

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    17/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 16

    Parede1 tijolo

    2 tijolosParede

    Parede3 tijolos

    "cinta" deconcreto armado

    de concreto magrobrita apiloada ou lastro

    Figura 4.1 Sapata corrida.

    Observe-se que, para sobrados, conveniente a distribuio sobre o solo atravs da

    largura de trs tijolos (60cm), mas tem sido usada tambm a largura de apenas dois tijolos

    (40cm).

    Neste caso obtm-se no solo uma tenso aplicada de:

    Para trs tijolos: 2s m/kN70m6,0m/kN40

    bP ===

    Para dois tijolos: 2s m/kN100m4,0m/kN40

    bP ===

    Deve-se ter adm-solos

    Neste tipo de soluo implica considervel economia no projeto (ausncia de pilares,

    de maioria das vigas, das sapatas de concreto armado etc). Como nesse caso as cargas j

    esto distribudas (paredes portantes) e no concentradas (pilares), as demais solues que

    concentram as cargas (em sapatas ou blocos de estacas) so, em princpio, menos

    recomendveis, pois necessitam estrutura de concreto armado adicional (encarecimento da

    obra).

    4.4. LIMITAES DE ALGUNS TIPOS DE FUNDAES PROFUNDAS.

    + Estacas brocasacima do NA e os terrenos devem ser coesivos.

    + Estacas Straussacima do NA e presena de solos moles.

    + Estacas metlicasAlto custo e vibrao (pequena).

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    18/19

  • 7/22/2019 APOSTILA DE FUNDAES - MDULO 6

    19/19

    FundaeseObrasdeTerra Prof. Dr. Paulo Albuquerque 18

    Escolha o tipo de fundao mais adequado para o perfil abaixo. Caractersticas da

    obra:

    v Edifcio de 12 andares sem poro.

    v Pilar mais carregado : 2800 kN

    v

    Pilar menos carregado : 800 kNv Distncia mdia entre pilares : 4m