Apostila de gas e petroleo

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GÁS E PETRÓLEO Para quem vai trabalhar nesta área são necessários alguns conhecimentos básicos para o correto exercício da profissão saber sobre sua origem, extração, manuseio de maquinários, transporte é uma dessas abordagens necessárias. Além de gerar combustíveis como gasolina, óleo diesel e querosene de aviação, o petróleo é também a base de diversos produtos industrializados, que vão da parafina e da nafta petroquímica aos tecidos e plásticos, gás natural, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, e combustível de aviação. Esse profissional trabalha na exploração, na produção e na comercialização de petróleo, minérios e gás natural. Atua em petroleiros, refinarias, plataformas, mineradoras e no setor de serviços. Pode fazer consultoria jurídica e ambiental ou elaborar e realizar pesquisas de preços de matérias-primas no mercado internacional. Para isso, é fundamental que conheça a legislação internacional que regula as atividades ligadas ao petróleo e a seus derivados e tenha fluência em inglês. Também gerencia situações de emergência e atua no controle de acidentes de trabalho e ambientais. Para compreendermos de onde vem à palavra petróleo vamos à origem dela. Petróleo vem da união de dois termos latinos, petra que significa pedra e oleum que quer dizer óleo. Portanto fica fácil entender que o petróleo é uma substancia oleosa formada fundamentalmente de carbono, hidrogênio e quase sempre enxofre e que como condições necessárias para sua formação precisa de rochas sedimentares.

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GÁS E PETRÓLEO

Para quem vai trabalhar nesta área são necessários alguns conhecimentos básicos para o correto exercício da profissão saber sobre sua origem, extração, manuseio de maquinários, transporte é uma dessas abordagens necessárias.

Além de gerar combustíveis como gasolina, óleo diesel e querosene de aviação, o petróleo é também a base de diversos produtos industrializados, que vão da parafina e da nafta petroquímica aos tecidos e plásticos, gás natural, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, e combustível de aviação.

Esse profissional trabalha na exploração, na produção e na comercialização de petróleo, minérios e gás natural. Atua em petroleiros, refinarias, plataformas, mineradoras e no setor de serviços. Pode fazer consultoria jurídica e ambiental ou elaborar e realizar pesquisas de preços de matérias-primas no mercado internacional. Para isso, é fundamental que conheça a legislação internacional que regula as atividades ligadas ao petróleo e a seus derivados e tenha fluência em inglês. Também gerencia situações de emergência e atua no controle de acidentes de trabalho e ambientais.

Para compreendermos de onde vem à palavra petróleo vamos à origem dela. Petróleo vem da união de dois termos latinos, petra que significa pedra e oleum que quer dizer óleo. Portanto fica fácil entender que o petróleo é uma substancia oleosa formada fundamentalmente de carbono, hidrogênio e quase sempre enxofre e que como condições necessárias para sua formação precisa de rochas sedimentares.

O petróleo é um liquido oleoso, cuja cor varia segundo sua origem, oscilando do negro ao âmbar. Encontra – se no subsolo, em varias profundidades (pode haver acumulações tanto a poucos metros da superfície terrestre, quando a mais de 3 mil metros de profundidade) e é rico em hidrocarboneto.

O petróleo e seus constituintes

Basicamente o petróleo é composto por uma mistura de elementos químicos orgânicos: hidrocarbonetos parafínicos, naftênicos e aromáticos. Além dos hidrocarbonetos mencionados, o petróleo apresenta outros constituintes em

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menor percentual, compostos orgânicos contendo elementos químicos como nitrogênio, oxigênio (chamados genericamente de compostos NOS) e metais, principalmente níquel e vanádio. Tais constituintes são considerados nocivos aos produtos, equipamentos e ao meio ambiente. Sendo por isso considerados impurezas, devendo ser removidos em processos de tratamento específicos. Juntamente com o petróleo são também encontradas outras impurezas, como agua, sais e sedimentos. A existência desses contaminantes implicará numa maior ou menor qualidade do petróleo. Quanto mais contaminantes, orgânicos ou inorgânicos, pior será a sua qualidade. O quadro abaixo mostra alguns prejuízos à constituição dos produtos derivados dos hidrocarbonetos:

CONTAMINANTE ELEMENTO QUIMICO PRESENTE

PREJUIZO

Compostos orgânicos sulfurados

Enxofre Corrosão, toxidez, poluição

Compostos orgânicos nitrogenados

Nitrogênio Retenção de agua emulsionada,

contaminação de catalisadores, alteração

da coloração de produtos finais.

Compostos orgânicos oxigenados

Oxigênio (O) Acidez, corrosividade, formação de gomas,

odor.Compostos orgânicos

metálicosMetais (Ni e V) Agressão a materiais,

contaminação de catalisadores.

Derivados dos hidrocarbonetos.

Quando a mistura contém uma maior porcentagem de moléculas pequenas seu estado físico é gasoso e a quando a mistura contem moléculas maiores no seu estado físico e liquido, nas condições normais de temperatura e pressão. O petróleo contém centenas de compostos químicos, e separá – los em componentes puros ou misturas de composição conhecida é praticamente impossível. O petróleo é normalmente separado em frações de acordo com a faixa de ebulição dos compostos. A tabela a seguir mostra as frações típicas que são obtidas do petróleo.

Fração Temperatura de Ebulição

Composição aproximada

Usos

Gás residencial C1 – C2 Gás combustívelGás liquef. de Petróleo – GLP

Até 40 C3 – C4 Gás combustível

Gasolina 40 – 175 C5 – C10 Combustível de automóveis, solvente.

Querosene 175 – 235 C11 – C12 Iluminação, combustível de aviões a jato.

Gasóleo leve 235 – 305 C13 – C17 Diesel, fornos

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Gasóleo pesado 305 – 400 C18 – C25 Combustível, matérias – prima para lubrificante

Lubrificantes 400 – 450 C26 – C38 Óleos lubrificantesResíduos Acima de 510 C38 Asfalto, piche,

impermebeabilizantes.

Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo possuem características diferentes. Alguns são pretos, densos, viscosos, liberando pouco ou nenhum gás, enquanto que outros são acastanhados ou bastante claros, com baixa viscosidade e densidade, liberando quantidade apreciável de gás.

O petróleo serve de base para fabricação de vários produtos como gasolina, óleo diesel, benzinas, alcatrão, polímeros plásticos e até mesmo medicamentos. O petróleo possui vários derivados como, por exemplo, o gás natural, querosene, óleos combustíveis, lubrificante e diesel e ainda nafta petroquímica e solventes.

A classificação do petróleo

Dependendo de sua densidade (gravity), os óleos são calssificados pelo American Petroleum Institute – API – em vários graus (specific gravity), sendo que os com maior graduação são os melhores, ou seja, são petróleos mais leves. Ex: um óleo de 17º API é muito pesado e um de 30º API é mais leve.

Alguns fatores podem afetar o API dos óleos, tais como:

A idade geológica: as rochas antigas tendem a ter maior graduação, mas, rochas terciarias podem ter cerca de 40º API, como as do mar do norte.

Profundidade do reservatório quanto maior a profundidade, maior a graduação.

Tectonismo: altas graduações sãos as mais comuns em regiões com muitas tensões nas camadas geológicas.

Salinidade: os reservatórios de origem marinha tendem a ter maiores graduações do que os de origem de ambiente com água salobra ou fresca.

Teor de enxofre: este teor é alto em óleos de baixa graduação.

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A classificação do petróleo, de acordo com seus constituintes, interessa desde os geoquímicos até os refinadores. Os primeiros visam caracterizar o óleo para relacioná – los à rocha – mãe e medir o seu grau de degradação. Os refinadores querem saber a quantidade das diversas frações que podem ser obtidas, assim como sua composição e propriedades físicas.

Assim, os óleos paranifinicos são excelentes para a reprodução de querosene de aviação (QAV), diesel, lubrificante e parafinas. Os óleos naftalênicos produzem frações significativas de gasolina, naftapetroquimica, QAV e lubrificantes, enquanto que os óleos aromáticos são mais indicados para a produção de gasolina, solventes e asfalto.

Classe Paranifica (75% ou mais de parafina)

Nesta classe estão os óleos leves, fluidos ou de alto ponto de fluidez, com densidade inferior, a 0,85. A maior parte dos petróleos no Nordeste brasileiro é classificada como parafínica. Este tipo de petróleo produz subprodutos com as seguintes propriedades:

Gasolina de baixo índice de octanagem. Querosene de alta qualidade. Óleo diesel com boas características de combustão. Óleos lubrificantes de alto índice de viscosidade, elevada estabilidade

química e alto ponto de fluidez. Resíduos de refinação com elevada percentagem de parifina.

Classe parafínicos – naftenica (50 – 70% parafinas, > 20% de naftênicos)

Os óleos desta classe são os que apresentam densidade e viscosidade maiores do que os parafínicos, mas ainda são moderados. A maioria dos petróleos produzidos na Bacia de Campos, RJ, é deste tipo.

Classe Naftênica

Enquadra – se nesta classe um pequeno numero de óleos. Apresentam baixo teor de enxofre se originam da alteração bioquímica de óleos parafínicos e parafínico – naftênicos. Alguns óleos da América do Sul, da Rússia e do Mar do Norte pertencem a esta classe.

O petróleo do tipo naftênicos produz subprodutos com as seguintes propriedades principais:

Gasolina de alto índice de octonagem. Óleos lubrificantes de baixos resíduos de carbono. Resíduos asfálticos na refinação.

Classe aromática intermediaria (>50% de hidrocarbonetos a aromáticos)

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Compreende óleos frequentemente pesados, contendo uma densidade usualmente é maior que 0,85. Alguns óleos do Oriente Médio (Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Iraque, Síria e Turquia), África Ocidental, Venezuela, Califórnia e Mediterrâneo (Silicía, Espanha e Grécia) são desta classe.

Classe aromático – naftênica (>35% de naftênicos)

Óleos deste grupo sofreram processo inicial de biodegradação, no qual foram removidas as parafinas. Eles são derivados dos óleos parafínico – naftênicos. Alguns óleos da África Ocidental são deste tipo.

Classe aromático – asfáltica (>35% de asfaltenos e resinas)

Estes óleos são oriundos de um processo de biodegradação avançada em que ocorreria a reunião de monocicloalcenos e oxidação. Podem também nela se enquadrar alguns poucos óleos verdadeiramente aromáticos não degradados da Venezuela e África Ocidental. Entretanto, ela compreende principalmente óleos pesados e viscosos, resultantes da alteração dos óleos aromáticos intermediários. Nesta classe encontra – se os óleos do Canadá Ocidental, Venezuela e sul da França.

Sabemos que o nosso planeta tem bilhões de anos e petróleo com idade menor, porem não menos impressionante, chega a aproximadamente quatrocentos milhões de anos. Nesse período muitos fenômenos naturais, como erupções vulcânicas, separação dos continentes, movimentação e ação de oceanos e rios respectivamente depositaram nos fundos de mares e lagos grandes quantidades de resto de vegetais e animais que foram soterrados pelos movimentos da crosta terrestre sob a pressão das camadas de rochas e pela ação do calor. Sob esses efeitos esses restos foram se decompondo e se transformando em petróleo.

Para a formação do petróleo são necessárias condições como matéria orgânica, a preservação dessa matéria da ação de bactérias aeróbicas, esse material não deve ser movimentada por longos períodos e além de estar em decomposição por bactérias anaeróbicas deve também sofrer ação de temperatura e pressão.

A conversão de matéria orgânica em petróleo pode ser dividida em três etapas:

Diagênese: Logo após a deposição tem inicio a decomposição bioquímica da matéria orgânica, gerando o metano biogênico. Com o aumento de temperatura e pressão a matéria orgânica é convertida em querogênio – matéria orgânica amorfa com C, H e O.

Catagênese: Com o aumento da pressão o querogênio se altera e a maioria do óleo cru é formado. Durante essa fase as moléculas maiores irão se dividir em moléculas menores mais simples – craqueamento

Metagênese: No estagio final de formação do querogênio e do óleo cru produz – se gás natural, deixado na rocha fonte.

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Dos três tipos de querogênio já identificados cada qual produz diferentes compostos durante a maturação, com respectivas variações em C/H ou O/C. A formação de petróleo e gás natural não depende apenas da composição de matéria orgânica original, mas também do aumento de temperatura, isto é, do gradiente geotérmico.

A indústria do petróleo no mundo

Foi com a descoberta em 1859, pelo americano Edwin L. Grack, de petróleo in situ que aconteceu o primeiro bom desse produto, já que antes dessa descoberta o que ocorria era o aproveitamento desse produto devido a vazamentos que ocorriam de forma inesperada. Em 27 de agosto de 1859, após meses de perfuração Drack achava petróleo, o que levou os Estados Unidos em cinco anos a possuir 543 companhias entregues a essa atividade.

A partir de então o querosene enquanto único derivado do petróleo ainda utilizável começava a substituir o dispendioso óleo de baleia muito usado em fogões e lâmpadas.

Devido à grande produção de carvão na Europa, floresceu paralelamente a essa fase de descoberta por Drack, uma tímida indústria do petróleo.

O petróleo na Europa é explorado no continente e no oceano. Além da Rússia (parte europeia) e do Azerbaijão, outra região rica em petróleo é o Mar do Norte, onde a exploração é controlada pelo Reino Unido e Noruega. No entanto, em razão do elevado consumo, a maior parte dos países europeus é grande importadora desse produto.

No inicio do século XX, o mercado petrolífero começou a crescer. Surgiram as primeiras perfurações no mar e foi descoberto petróleo em grande quantidade nas arábias, um fato determinante na evolução do preço do petróleo e da vida politica mundial nas décadas seguintes, inicialmente do Irã, mais tarde, em 1972, no Iraque, e em 1983 na Arábia Saudita.

Em 1960 surge a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), formado pelo Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela, se antes os Estados Unidos controlavam os preços mantendo – os estáveis, a partir da década de 70 a OPEP passa a controlar a situação, contando agora com as seguintes nações: Angola, Líbia, Nigéria, Argélia, Venezuela, Equador, Indonésia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait e Qatar.

Como funciona uma plataforma de petróleo no mar?

Existem dois tipos principais de plataformas de petróleo no mar: as de perfuração e as de produção. As do primeiro grupo servem para encontrar o óleo em poços ainda não explorados, uma tarefa nada fácil, que tem início com uma série de pesquisas geológicas e geofísicas que localizam bacias promissoras e analisam os melhores pontos para perfurá-las. Mesmo assim, ninguém pode garantir a real existência de petróleo. No fim das contas, menos de 20% dos poços perfurados são aproveitados.

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As plataformas de produção, por sua vez, entram em cena quando um poço já foi descoberto e está pronto para ser explorado. São elas que efetivamente extraem o petróleo localizado no fundo do mar, levando-o à superfície, onde o óleo é separado de outros compostos, como água e gás. Dependendo da profundidade em que se encontra o poço, podem ser construídos dois tipos de plataforma de produção: as fixas e as flutuantes (chamadas de semi-submersíveis). As fixas são instaladas em águas rasas (até 180 metros) e ficam ligadas ao subsolo oceânico por uma espécie de grande "pilar". Já as flutuantes possuem cascos como os de um navio e servem para explorar poços que se localizam em lugares muito profundos. Na bacia de Campos, por exemplo, no Rio de Janeiro, o petróleo é retirado em águas que chegam a quase 2 mil metros de profundidade.

Hoje o Brasil possui um total de 93 plataformas de produção em alto-mar, entre fixas e flutuantes. Juntas, elas são responsáveis por aproximadamente 85% de todo petróleo extraído por aqui. Graças a tais plataformas, até o final desta década o país deverá ser auto-suficiente na produção do produto.

Operador e Plataformista de Sondas de Perfuração e Produção

Objetivo e Descrição:

O plataformista de sonda: trabalha em plataformas de perfuração, ele auxilia a equipe da sonda (Sondador, Torrista…), no momento é o profissional com mais oportunidade de vagas no mercado.

Operador de produção: atua nas Plataformas de Produção de Petróleo, realizando as manobras necessárias para o funcionamento da Planta de Produção.

Atribuições:

Apoio ao sondador nas operações executadas pelo mesmo, principalmente na plataforma    da sonda (Deck) de perfuração, executando  tudo trabalho manual necessário ao uso dos equipamentos da sonda, necessários a perfuração do poço. Realizar a manutenção preventiva dos equipamentos  e acessórios  de perfuração. Apoiar  os  profissionais nos reparos dos equipamentos de perfuração, mantendo-os limpos, organizados e  em  bom estado no Deck. Realizar outras tarefas quando requisitados pelo Sondador.

O objetivo do curso de Plataformista tem como objetivo capacitar profissionais de nível  médio ou propiciar aos mesmos a construção de conhecimentos que os habilitem a desenvolver atividades na área da indústria petrolífera, voltadas para a operação em    sonda de perfuração. O participante do curso de Plataformista será capacitado para atuar com um conjunto de equipamentos e acessórios que possibilitem a perfuração de poços petrolíferos. Também deve ser capaz de gerenciar processos que permitam o fornecimento de energia, controle   no uso dos recursos, a remoção de cascalho, a sustentação de cargas, a rotação de  brocas, o bombeamento de líquidos, a segurança do poço e o monitoramento constante     de diversas condições no processo de perfuração.As atribuições do plataformista de sonda de perfuração são: conhecer os sistemas de     uma sonda de perfuração; executar operações rotineiras de perfuração (manobra, circulação, DTM); operar com fluidos de perfuração; executar operações especiais de perfuração (controle de kicks, pescaria, teste de formação); acompanhar operações específicas de perfuração (perfilagem, revestimento, cimentação); conhecer os padrões e os procedimentos de SMS na atividade de perfuração.

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Prospecção

O setor de petróleo e gás do Brasil investirá 45 bilhões de dólares este ano, volume 12,5 por cento maior que em 2011, disse nesta segunda-feira a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.

A Petrobras responderá pela maior parte do investimento.

"Em 2003 os investimentos do setor eram de 6 bilhões de dólares. Chegamos a 40 bilhões (de dólares) de investimentos em 2011 e certamente em 2012 os investimentos em petróleo e gás baterão os 45 bilhões de dólares", disse Graça Foster, como ela é chamada, durante discurso em evento no Rio de Janeiro.

Ela deixou o evento sem conceder entrevista.

A Petrobras investiu nos seis primeiros meses do ano um total de 20,7 bilhões de dólares (38,7 bilhões de reais), recursos que correspondem a 44 por cento do seu investimento programado para 2012, de 87,5 bilhões de reais, segundo a estatal informou no balanço do segundo trimestre.

Do total investido, a área de exploração e produção de petróleo recebeu 53 por cento no primeiro semestre.

Pelo seu Plano de Negócios aprovado em meados do ano, a estatal previu investir 236,5 bilhões de dólares entre 2012 e 2016, uma média de 47,3 bilhões de dólares por ano.

A área de exploração e produção de petróleo e gás natural concentrará o maior volume de investimentos até 2016, de 141,8 bilhões de dólares, equivalente a 60 por cento do total. No plano anterior estavam destinados 127,5 bilhões de dólares.

O segmento de refino, que tem causado prejuízos à estatal, terá 65,5 bilhões de dólares, ou 27,7 por cento do total.

ATIVIDADES

1 – As reservas petrolíferas estão relacionadas a um tipo de formação geológica. Indique, corretamente, esse tipo de formação.

a) Escudos cristalinos.

b) Bacias sedimentares.

c) Dobramentos cenozoicos.

d) Placas tectônicas.

e) Aluviões quaternários.

2 - De acordo com seus conhecimentos, explique as principais características da grande reserva de petróleo encontrada no território brasileiro, denominada pré-sal.

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3 - No Brasil, no início do século XXI, foi descoberta uma grande reserva de petróleo localizada em camadas de 7 mil metros abaixo do nível do mar, podendo triplicar a produção nacional de petróleo e gás natural. Essa área é denominada:

a) Bacia de Campos

b) Pré-sal

c) Recôncavo Baiano

d) Campo de Lobato

4 – Justifique a distribuição geográfica das refinarias da Petrobrás

5 – Responsável pela exploração e produção de petróleo no território brasileiro, essa empresa é considerada a maior da América Latina. Foi criada em outubro de 1953, pelo então presidente Getúlio Vargas, cujo slogan era “o petróleo é nosso”. Marque a alternativa que corresponde à empresa que possui as características citadas.

a) Vale

b) Eletrobrás

c) Petrobras

d) Gerdau

5 – Marque a alternativa que indica a principal bacia produtora de petróleo em território brasileiro.

a) Bacia do Espírito Santo

b) Bacia Sedimentar Amazônica

c) Bacia de Campos

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d) Bacia do Recôncavo Baiano

e) Bacias de Sergipe-Alagoas e do Rio Grande do Norte

6 – O Brasil já conseguiu a autossuficiência na produção de petróleo para o consumo interno, ou seja, não necessita importar essa fonte energética. Esse fato se deve à exploração das jazidas localizadas em vários pontos do território nacional. Nesse sentido, marque a alternativa que indica os maiores produtores de petróleo no Brasil.

a) Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Bahia e Espírito Santo.

b) Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

c) Acre, Rondônia, Amapá e Pará.

d) São Paulo, Rio Grande do Norte e Bahia.

e) Rio de janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.

7 – Analise as afirmativas sobre as características do petróleo e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.

a) O petróleo é uma fonte energética renovável, e sua utilização não é nociva ao meio ambiente.

b) A formação do petróleo ocorre em milhões de anos, sendo um processo de alteração da matéria orgânica vegetal ou animal.

c) Principal fonte de energia da Primeira Revolução Industrial (século XVIII), o petróleo teve seu uso reduzido nos séculos posteriores.

d) Entre as várias utilidades do petróleo estão à produção de combustíveis (gasolina e diesel), além de produtos como o plástico.

e) As maiores reservas petrolíferas conhecidas estão localizadas nos países do Oriente Médio.

8 – Existe uma organização mundial que é formada pelos principais países produtores de petróleo. Esse bloco é responsável por controlar a produção e venda do produto, com o objetivo de obter maior lucratividade. Marque a alternativa que indica a organização em questão.

a) União Europeia

b) Petrobras

c) Opep

d) Apec

9 - O mapa mostra a localização de importante região produtora de: 

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a)Carvão mineral b) Petróleo c) Fosfato d) Bauxita e) Manganês

A crise do Golfo.

Depois de ter – se envolvido numa desgastante guerra de fronteiras com o Irã, o ditador iraquiano Saddam Hussein resolveu atacar, em 1990, o emirado do Kuwait, um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Saddam o transformou na 19º província da Republica Iraquiana. Tinha inicio mais uma crise do petróleo pós – guerra. O Kuwait era considerado fornecedor estratégico pelos Estados Unidos, fazendo com que os americanos temessem que Saddam Hussein pudesse açambarcar o controle de metade do fornecimento do petróleo na região. Igualmente receavam que ele pudesse alastrar – se para Arábia Saudita.

Em 1991, com o apoio da ONU, liderando uma força multinacional (composta por ingleses, franceses, italianos e outros países árabes), os Estados Unidos reconquistaram o emirado e expulsou as tropas iraquianas de volta para suas fronteiras. Ao bater em retirada os iraquianos incendiaram todos os poços de extração provocando uma das maiores catástrofes ecológicos do mundo, fazendo com que grande parte da vida animal do Golfo Pérsico fosse destruída.

A indústria do petróleo no Brasil

No Brasil o interesse pelo petróleo começou no século XIX. Em 1858, na Bahia, foram concedidas as primeiras concessões para pesquisa e lavra essa região próxima a Ilhéus é conhecida hoje como Bacia de Caramuru.

Podemos dividir a história do petróleo no Brasil em três etapas distintas:

A primeira foi a de livre iniciativa, onde surgiu o primeiro poço brasileiro na cidade de Bofete no estado de São Paulo. Entusiasmado com as noticias do exterior Eugenio Camargo importou todo o equipamento necessário dos Estados Unidos e furou esse primeiro poço que chegou a 488 metros de profundidade, mas que oficialmente encontrou apenas água sulfurosa. Segundo testemunhos orais foram retirados desse poço dois barris de óleo, mas esta informação não foi confirmada.

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A segunda fase veio com a nacionalização das riquezas do subsolo brasileiro pelo governo e a criação do CNP, conselho nacional de Petróleo em 1938.

Por ultimo veio a fase do monopólio estatal durante o governo de Getúlio Vargas que em 3 de outubro de 1953 promulgada a lei 2004 que cria a Petrobrás.

A partir de 1907, além de iniciativas privadas, também órgãos públicos começaram a trabalhar em pesquisas, apesar das enormes dificuldades por falta de material e pessoal especializado. Até o final dos anos 30, estrangeiros, brasileiros e órgãos públicos realizaram muitas pesquisas em estados como a Bahia, Amazonas, Alagoas e Sergipe.

Na década de 30 com a nacionalização dos recursos do subsolo brasileiro e a criação do CNP, apenas brasileiros podiam realizar atividade petrolífera no país. O conselho também regulamentou importação, exportação, transporte, comércio e distribuição de petróleo e seus derivados, além do funcionamento da indústria do refino.

A Petrobrás

Um dos fatos marcantes que antecedeu a criação da Petrobrás foi a discussão democrática entre vários partidos políticos sobre a defesa do monopólio estatal na exploração do petróleo no país ou a continuação da participação da iniciativa privada. Depois de uma grande campanha popular o então presidente Getúlio Vargas assinou em 3 de outubro de 1953 a lei de 2004 que criava a Petróleo Brasileio S.A, a Petrobrás.

Num primeiro momento a Petrobrás era responsável pela pesquisa, lavra, transporte e refino do petróleo e seus derivados, mas a partir de 1963 o monopólio foi ampliado, abrangendo também a importação e exportação do petróleo e seus derivados.

Quando foi criada, a Petrobrás produzia 2.700 barris por dia enquanto o consumo no país era de 170 mil barris diários. Essa situação promoveu a intensificação de atividades exploratórias, o que levou ao aumento de reservas tanto na terra como no mar (onde a primeira descoberta foi o campo de Guaricema, no litoral do Sergipe em 1969. A partir da década de 80 a Petrobrás direcionou suas atividades para regiões de água mais profundas da Bacia de Campos, descobrindo campos gigantes e tornando a bacia de campos a maior produtora de petróleo do país e uma das maiores do mundo em produção de petróleo em águas profundas.

Em 1997 o presidente Fernando Henrique sancionou a lei nº 9.478, abrindo dessa forma a atividade petrolífera no Brasil à iniciativa privada. Nesse mesmo ano a produção da Petrobrás ultrapassa 1 milhão de barris diários e em 1998 é criada a Petrobrás Transporte S.A, ano esse em que a empresa assina seus primeiros acordos com empresas privadas para exploração em terra e mar de blocos de exploração. É inaugurada também a primeira etapa do gasoduto Bolívia – Brasil entre Santa Cruz de la Sierra e Campinas.

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O gás natural

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o metano tem uma participação superior a 70% em volume. A composição da gás natural pode variar bastante dependendo de fatores relativos ao campo em que o gás é produzido, processo de produção, condicionamento, processamento e transporte.

O gás natural é encontrado no subsolo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. É o resultado da degradação da matéria orgânica de forma anaeróbica oriunda de qualidades extraordinárias de microrganismos que, em era pré – históricas, se acumulavam nas águas litorâneas dos mares da época. Essa matéria orgânica foi soterrada a grandes profundidades e, por isso, sua degradação se deu fora do contato com o ar, a grandes temperaturas e sob fortes pressões.

Pela lei nº 9.478/97 (Lei do Petróleo), o gás natural “é a porção do petróleo que existe na fase gasosa ou em solução no óleo, nas condições originais de reservatório e, que permanece no estado gasoso em CNTP, (condições normais de temperatura e pressão).

A composição do gás natural pode variar muito, dependendo de fatores relativos ao reservatório, processo de produção, condicionamento, processamento e transporte. De uma maneira geral, o gás natural apresenta teor de metano superiores a 70% de sua composição, densidade menor que 1 (mais leve que ar) e poder calorifico superior entre 8.000 e 10.000 kcal/m³, dependendo dos teores de pesados (etano e propano principalmente) e inertes (nitrogênio e gás carbônico). No Brasil a composição do gás para comercialização é determinada pela portaria de nº 104 de 08/07/2002 da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Conjunto de componentes do gás natural mais pesados que o etano (fração C3+). Se o teor de pesados for superior a 8,0% o gás é considerado rico, se for menor que 0,6% o gás é considerado pobre, se o teor estiver entre 6,0% e 8,0% o gás é considerado de riqueza mediana. A riqueza é um parâmetro importante na seleção da via tecnológica a ser utilizada no processamento do gás.

O gás natural passou a ser utilizado em maior escala na Europa no final do século XIX, com a invenção do queimador Bunsen, em 1885, que misturava ar com gás natural e com a construção de um gasoduto à prova de vazamentos, em 1980.

Porém as técnicas de construção de gasodutos eram incipientes, não havendo transporte de grandes volumes a longas distancias, consequentemente, era pequena a participação do gás em relação ao óleo e ao carvão. Entre 1927 e 1931, já existiam mais de 10 linhas de transmissão de porte nos Estados Unidos, mas sem alcance interestadual, no final de 1930 os avanços da tecnologia já viabilizavam o transporte doa gás para longos percursos. A primeira edição da

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norma americana para sistemas de transporte e distribuição de gás (ANSI/ASME B31.8) data de 1935.

O grande crescimento das construções pós – guerra durou até 1960, foi responsável pela instalação de milhares de quilômetros de gasodutos, dado os avanços em metalurgia, técnicas de soldagem e construção de tubos. Desde então, o gás natural passou a ser utilizado em grande escala por vários países, dentre os quais podemos destacar os Estados Unidos, Canadá, Japão além da grande maioria dos países europeus, isso se deve principalmente as inúmeras vantagens econômicas e ambientais que o gás natural apresenta.

A utilização do gás natural no Brasil começou modestamente por volta de 1940, com as descobertas de óleo e gás na Bahia, atendendo as indústrias localizadas no Recôncavo Baiano. Após alguns anos, as bacias do Recôncavo, Sergipe e Alagoas destinavam quase em sua totalidade para a fabricação de insumos industriais e combustíveis para a RELAM e o Pólo Petroquímico de Camaçari.

Com a descoberta da bacia de campos as reservas provadas praticamente quadruplicaram no período 1980 – 1995. O desenvolvimento da bacia proporcionou um aumento no uso da matéria – prima, elevando em 2,7% sua participação na matriz energética nacional.

Em 1999 com a entrada em operação do Gasoduto Brasil – Bolívia, com a capacidade de transportar 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia, houve um aumento expressivo na oferta nacional de gás natural. Nos primeiros anos de operação do gasoduto, a elevada oferta do produto e os baixos preços praticados, favoreceram uma explosão no consumo tendo o gás superado os 10% de participação na matriz energética nacional.

Nos últimos anos, com as descobertas nas bacias de Santos e do Espirito Santo as reservas brasileiras de gás natural tiveram um aumento significativo. Apesar disso o baixo preço dos produtos e a ausência de um marco regulatório tem inibido investimentos, esses fatores aliados ao grande crescimento da demanda e a nacionalização do gás na Bolívia, levaram a Petrobrás a cortar o fornecimento do produto para as distribuidoras de gás do Rio de Janeiro e São Paulo em outubro de 2007.

Ao contrário do que ocorre com a maioria dos combustíveis fosseis, facilmente armazenáveis, a decisão de investimentos em gás natural depende da negociação previa de contratos de fornecimento de longo prazo, do produtor ao consumidor. Essas características técnico – econômicas configuram num modo de organização no qual o suprimento do serviço depende, previamente, da implantação de redes de transporte e de distribuição, bem como na implantação de um sistema de coordenação dos fluxos, visando o ajuste da oferta e da demanda, sem colocar em risco a confiabilidade do sistema.

Devido às fortes barreiras à entrada de novos concorrentes, o modelo tradicional que predominou do pós – guerra até o inicio dos anos 80, mesmo com variantes

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de um país a outro em função de contextos jurídicos e institucionais, é estruturado por três atributos principais: integração vertical, monopólios públicos de fornecimento e forma de comercialização baseada em contratos bilaterais de longo prazo. Para a indústria de gás natural, esse modelo permitiu, na Europa e nos Estados Unidos, uma forte expansão da produção de gás e o incremento significativo da participação dos gás diretamente a alguns grandes consumidores.

Após 1997, com a nova Lei do Petróleo, a Petrobrás perdeu o monopólio sobre o setor. Para se adequar à “lei do livre acesso”, a Petrobrás se viu obrigada a criar um empresa para oferecer seus gasodutos – A Transpetro. Até 3 de março de 2009, o setor carecia de uma legislação especifica.

Com a publicação da Lei nº 11.909, de 4 de março de 2009, foram criadas normas para “exploração das atividades econômicas de transporte de gás natural por meio de condutos e da importação e exportação de gás natural”

Atores da cadeia de gás natural

Produtor: pessoa jurídica que possui a concessão do estado para explorar e produzir gás natural em determinados blocos.

Carregador: pessoa jurídica que detem o controle do gás natural, contrata o transportador para o serviço de transporte e negocia a venda deste junto as companhias distribuidoras.

Transportador: pessoa jurídica autorizada pela ANP a operar as instalações de transporte.

Processador: pessoa jurídica autorizada pela ANP a processar o gás natural.

Distribuidor: pessoa jurídica que tem a concessão do estado para comercializar o gás natural junto aos consumidores finais (No Brasil a distribuição é monopólio dos governos estaduais).

Regulador: figura do estado representada pela ANP.

A exploração é a etapa inicial dentro da cadeia de gás natural, consistindo em duas fases. A primeira fase é a pesquisa onde, através de testes sísmicos, verifica – se a existência em bacias sedimentares de rochas reservatórios (estruturas propicias ao acumulo de petróleo e gás natural). Caso o resultado das pesquisas seja positivo, inicia – se a segunda fase, e é perfurado um poço pioneiro e poços de delimitação para comprovação da existência de gás natural ou petróleo em nível comercial e mapeamento do reservatório, que será encaminhado para a produção.

Os reservatórios de gás são constituídos de rochas porosas capazes de reter petróleo e gás. Em função do teor de petróleo bruto e de gás livre, classifica – se o gás, quanto ao seu estado de origem, em gás associados e gás não – associados.

Gás associados: é aquele que, no reservatório, está dissolvido no óleo ou sob a forma de capa de gás. Neste caso, a produção de gás é determinada basicamente pela produção de óleo. Boa parte do gás é utilizada pelo

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próprio sistema de produção, podendo ser usada em processos conhecidos como reijeção e gás lift, com a finalidade de aumentar a recuperação de petróleo do reservatório, ou mesmo consumida para geração de energia para a própria unidade de produção, que normalmente fica em locais isolados. Ex: Campo de Urucu no Estado do Amazonas.

Gás não – associado: é aquele que, no reservatório, está livre ou em presença de quantidades muito pequenas de óleo. Nesse caso só se justifica comercialmente produzir o gás. Ex: Campo de San Alberto na Bolívia.

Com base nos mapas do reservatório, é definida a curva de produção e a infra – estrutura necessárias para extração, como boa parte do gás é utilizada pela própria unidade de produção é verificada a viabilidade de se comercializar o excedente de gás, caso a comercialização do gás não seja viável, normalmente pelo elevado custo na implantação de infra – estrutura de transporte de gás, o excedente é queimado.

Um reservatório de gás natural

É o conjunto de processos físicos ou químicos aos quais o gás natural é submetido, de modo a remover ou reduzir os teores de contaminantes para atender as especificações legais do mercado, condições de transporte, segurança, e processamento posterior.

O gás natural pode ser armazenado na forma liquida à pressão atmosférica. Para tanto os tanques devem ser dotados de bom isolamento térmico e mantidos à temperatura inferior ao ponto de condensação do gás natural. Neste caso, o gás natural é chamado de gás natural liquefeito ou GNL.

O gás natural é empregue diretamente como combustível, tanto em indústrias, casas e automóveis.

É considerado uma fonte de energia mais limpa que os derivados do petróleo e o carvão. Alguns dos gases de sua composição são eliminados porque não possuem capacidade energética (nitrogênio ou CO2), ou porque podem deixar resíduos nos condutores devido ao seu alto peso molecular em comparação ao metano (butano e mais pesados).

Combustível: a sua combustão é mais limpa e dá uma vida mais longa aos equipamentos que utilizam o gás e menor custo de manutenção.

Automotivo: utilizado para motores de ônibus, automóveis e caminhões substituindo a gasolina e o álcool, pode ser até 70% mais barato que outros combustíveis e é menos poluente.

Industrial: utilizada em indústrias para a reprodução de metanol, amônia e ureia.

As desvantagens do gás natural em relação ao butano são: mais fácil de ser transportado, devido ao fato de ocupar maior volume, mesmo pressurizado,

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também é mais difícil de ser liquificado, requerendo temperaturas da ordem de 160ºC.

Algumas jazidas de gás natural podem conter mercúrio associado. Trata – se de um metal altamente tóxico e deve ser removido no tratamento do gás natural. O mercúrio é proveniente de grandes profundidades no interior da terra e ascende junto com os hidrocarbonetos, formando complexos organo – metálicos.

Atualmente estão sendo investigadas as jazidas de hidratos de metano que se estima haver reservas energéticas muito superiores às atuais de gás natural.

A camada pré – sal

A chamada camada pré – sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espirito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espirito Santo, Campos e Santos). O petróleo e o gás natural encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo.

Vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no pré – sal, entre eles o de Tupi, o principal. Há também os nomeados Guará, Bem – Te – Vi, Carioca, Júpiter e Iara. Um comunicado, em novembro do ano passado, de que Tupi tem reservas gigantes, fez com que os olhos do mundo se voltassem para o Brasil e ampliassem o debate a cerca da camada pré – sal. A época do anuncio, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) chegou a dizer que o Brasil tem condições de se tornar exportador de petróleo com esse óleo.

Tupi tem uma reserva estimada pela Petrobrás entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas do mundo dos últimos sete anos.

Neste caso, as ações da estatal tiveram forte oscilação depois que a empresa britânica BG Group (parceira do Brasil em Tupi, com 25%) divulgou nota estimando uma capacidade entre 12 bilhões e 30 bilhões de barris de petróleo equivalente em Tupi. A portuguesa Galp (10% do projeto confirmou o número).

Assim, toda a região em volta do pré – sal não será leiloada ate que sejam definidas as novas regras de exploração de petróleo no país (Lei do Petróleo), que voltaram a ser discutidas pelo planalto foi criada uma comissão inter ministerial para debater modelos em vigor em outros países e o destino dos recursos do óleo extraído.

Além disso, o governo considera criar uma nova estatal para administrar os megacampos, que contrataria outras petrolíferas para a exploração isso porque os custos de exploração e extração são altíssimos. Os motivos alegados no governo para não entregar a região à exploração da Petrobras são a participação de capital privado na empresa e o risco de a empresa tornar – se poderosa demais.

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ATIVIDADES

1 – De que é constituído o petróleo?

2 – Quais contaminantes podem implicar numa maior ou menor qualidade do petróleo e que prejuízos podem provocar?

3 – Como pode ser classificado o petróleo e quais produtos são originados de cada família?

4 – Quais condições são necessárias para formação do petróleo?

5 – Comente sobre as 3 estapas do petróleo?

6 – O que é e onde pode ser encontrado o gás natural?

7 – Conceitue gás associado de gás não associado.

8 – O que é a camada pré – sal e quais bacias sedimentares ela engloba?

Geologia

É a ciência que investiga o meio natural do planeta, interagindo inclusive com a biologia em vários aspectos.

Bacias Sedimentares

Nas bacias estão contidos como que arquivos, a maior fonte de informações sobre o passado de nosso planeta. Podemos dizer que bacias sedimentares não passam de depressões que ao longo do tempo foram sendo preenchidas por substâncias como restos de animais, materiais referentes a ação da erosão e materiais depositados em corpos d’água. Normalmente as bacias sedimentares estão localizadas em regiões limítrofes de placas; bacias colisionais, quando localizadas em margens transformantes de placas tectônicas. E existem ainda, as bacias sedimentares formadas em locais longe dos limites de placas tectônicas, como as bacias intra – cratonicas, formadas aparentemente, por movimentos do manto terrestre.

As bacias sedimentares podem ainda ser divididas em três de acordo com a origem do material depositado em seu interior. Aquelas que recebem material de origem terrestre, aquelas que recebem material de origem marítima e por ultimo e mais comum, as que recebem material proveniente tanto do meio terrestre quanto meio marítimo.

O Brasil tem cerca de 60% de seu território ocupado por bacias sedimentares divididas em 3 tipos:

Bacias de grande extensão: Amazônica, do Parnaíba (ou Meio – Norte), do Paraná (ou Parnaíba) e a Central.

Bacias de pequena extensão: Pantanal Mato-grossense, do São Francisco (ou Sanfranciscana), do Recôncavo Tucano e a Litorânea; e, ainda bacias muito

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pequenas denominadas bacias de compartimentos de planalto, como as bacias de Curitiba, Taubaté e São Paulo.

Upstream

Conceitua – se upstream a fase destinada pelas atividades de busca, identificação e localização das fontes de óleos e ainda o transporte deste óleo extraído até as refinarias, onde será processado, ou seja, são as atividades de exploração, perfuração e produção.

Exploração

Encontramos petróleo a milhares de metros de profundidade e escondidos nos poros de rochas. Através de ciências como a geologia e a geofísica, é possível encontrar essas jazidas petrolíferas utilizando muitos métodos de investigação. Após muitas investigações por parte de técnicos das áreas acima mencionadas, os melhores lugares para a perfuração são escolhidos reunidos um grande número de informações sobre a profundidade espessura e comportamento das camadas de rochas que existem em uma bacia sedimentar. Não sendo ainda possível determinar na superfície se existe petróleo em uma determinada região, é preciso que ocorra a perfuração de ocos exploratórios, mesmo ocorrendo o risco de nada encontrar.

Campos petrolíferos

Existem dois tipos de campos petrolíferos:

Offshore: nome dado ao campo petrolífero que está na plataforma continental ou ao longo da margem continental.

Onshore: nome dado ao campo petrolífero que se encontra em terra. São originadas de antigas bacias sedimentares marinhas.

Plataformas

Sondas de perfuração onshore

São utilizadas na perfuração de poços terrestres que variam de 500m, 1000m até 750m de profundidade, após o poço perfurado será instalado um equipamento chamado cavalo de pau, que tem a finalidade de bombear o óleo do poço.

Sondas de perfuração offshore

São utilizadas na perfuração de poços em lâminas d’água e são cinco.

Plataformas fixas: funcionam como edifício. Cravadas com estacas, são as mais comuns até 100 metros de profundidade. Servem como plataforma de produção e perfuração, e podem ser de aço e de concreto.

Plataformas auto – eleváveis: só podem existir em água rasas (até 90 metros). As plataformas auto – eleváveis são dotadas de três ou mais pernas com até 150

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metros de comprimento. Essas pernas se movimentam verticalmente através do caso. No local da perfuração, as pernas descem até o leito do mar e a plataforma é erguida, ficando a uma altura adequada, acima das ondas. Terminada a perfuração, as pernas são suspensas e a plataforma está pronta para ser rebocada. Existem poucas de produção: as plataformas de perfuração são em maior número.

Plataformas semi – submersíveis: este tipo de plataforma se apoia em flutuadores submarinos, cuja profundidade pode ser alterada através do bombeio de água para dentro ou para fora dos tanques de lastro.

Isso permite que os flutuadores fiquem posicionados sempre abaixo da zona de ação das ondas. As plataformas de perfuração são as mais comuns. De 100 metros de profundidade em diante, existem em maior número no Brasil. Podem ficar ancoradas ou em posicionamento dinâmico. Um grande exemplo desse tipo de plataforma é a Petrobrás XVIII, o sistema flutuante de maior capacidade do mundo. Instalada no campo de Marlim, na bacia de campos, é capaz de produzir petróleo a até mil metros de profundidade e de processar 100 mil barris de óleo por dia, acrescentando cerca de 15% à produção brasileira de petróleo.

Navios – sonda: Os navios – sonda possuem auto – propulsão, e em quase tudo se assemelham aos navios convencionais. A Petrobrás atualmente só está utilizando navios sonda contratados. Há também as unidades de perfuração conhecidas como navios – tender, complementares às plataformas fixas, junto ás quais são ancoradas.

Plataformas tipo FPSO: plataforma flutuante em uma casco modificado de um navio, normalmente um petroleiro. Representa uma unidade de produção de petróleo flutuante, com unidade de armazenamento, unidade de processamento e sistema de transbordo (transferência) do petróleo produzido. Também podem ser construídos navios especificamente para este objetivo. Nas bacias sedimentares brasileiras há inúmeros exemplos de FPSO operando, tais como as:

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SSP – Piranema – a primeira plataforma redonda do mundo

O novo conceito tecnológico de FPSO da Sevan Marine, a SSP Piranema, chegou no Brasil no final de outubro de 2007, para operar no campo homônimo da Petrobrás. A plataforma inaugura o sistema de produção, localizada na bacia de Sergipe, Alagoas, onde produzirá óleo do tipo leve, a SSP Piranema, que corresponde ao modelo SSP – 300, tem capacidade de produção equivalente a 30 mil barris de petróleo por dia e capacidade de armazenagem de 300 mil barris de petróleo.

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Embora projetada para trabalhar em todos os ambientes marítimos, no Brasil a nova unidade opera em lâmina d’água entre 1.100 e 1.600 metros. O formato cilíndrico oferece significativa redução do movimento da estrutura em decorrência das ações do mar e do vento, o que é favorável aos processos de recebimento e tratamento do óleo a bordo. Menos sujeita a impactos, a plataforma apresenta, consequentemente, maior estabilidade.

Outro beneficio da SSP Piranema é o fato de ela ter sido concebida como uma opção bastante econômica para a indústria de óleo e gás. Devido à estrutura simétrica da plataforma, o processo de construção se torna mais simples, rápido e barato, se comparado com a opção convencional, que é a conversão de um navio petroleiro FPSO. Em termos operacionais, a SSP Piranema também é economicamente viável, sendo bastante apropriada para operar em reservas menores, com pequenas acumulações de óleo, em águas rasas e profundas.

Método rotativo convencional – utiliza- se a mesa rotativa, a bucha do Kelly, Kelly e swivel. A mesa rotativa pode ser acionada através do guincho ou por um conjunto independente.

Downstream refere – se ao conjunto de operações, de uma cadeia produtiva extensa, nas quais intervém um grande numero de agentes logísticos. Fatores como a rapidez na entrega do produto ao cliente, o tipo de produto transportado e a característica do transporte a ser utilizado em função das particularidades de carga, que muitas vezes envolve o manuseio de produtos perigosos e inflamáveis, faz com que a ação de fazer o produto chegar ao cliente final, demande o emprego de uma malha logística extremamente complexa.

Tempo de transferência é o tempo de transferência de petróleo à unidade de processamento, que é função modal de transporte utilizado e da distancia entre os terminais de embarque e de recepção do produto. No caso de transferência por navios, os tempos seriam expressos em dias ou meses

Meios utilizados para o transporte do petróleo e seus derivados

Dutoviario: tipo de modal que utiliza dutos ou tubulações para o transporte de grandes quantidades de petróleo e derivados. Através dos dutos é possível interligar as fontes produtoras, as refinarias, os terminais de armazenamento, as bases de distribuição e os centros consumidores.

Existem dutos que transportam exclusivamente óleos e outros os polidutos que são utilizados para transportar outros derivados. O gás natural é transportado por gasodutos ate as refinarias para ser processado, logo após por meio de gasodutos, segue para os grandes consumidores industrias e para as redes de distribuição domiciliar.

Rodoviário: o transporte de derivados do petróleo por este modal é realizado através de caminhões tanque. Alguns apresentam tanques segmentados, possibilitando o transporte de mais de um tipo de produto. As operações de carga

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e descarga dos produtos são realizadas por operadores especializados, e dentro de rigorosos padrões de segurança, por se tratar de produtos e altamente inflamáveis.

Ferroviário: esse tipo de modal representa uma outra alternativa econômica para o deslocamento de grandes volumes de petróleo e seus derivados.

Hidroviário: entende – se o transporte que utiliza o meio aquático, quer seja marítimo ou fluvial, ao contrário do que ocorre com os outros modais, o transporte de cabotagem do petróleo e de seus derivados é realizado por meio de navios tanque.

CNPJ 08575857/0001-41 RECIBO EMPREGA MARANHÃO

RECEBI DE _______________________________________________________

A IMPORTANCIA DE R$ ___,00, _____________________________ REAIS REFERENTE AO PAGAMENTO DA _____________________ MENSALIDADE DE UM TOTAL DE ______, NO VALOR TOTAL DE ______ REAIS, CORRESPONDENTE A UM PACOTE DE CURSOS BÁSICOS PROFISSIONALIZANTES.

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ASSINATURA DO RECEPCIONISTA + CARIMBO