Apostila desenho de esquadrias

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Arquitetura, Materiais e Tecnologia prof. Dra. Mônica Santos Salgado CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 120 - CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS Os caixilhos que estruturam as esquadrias podem ser de madeira, aço, ferro Assim como as portas, as janelas podem assumir vários tipos de aberturas em função das ferragens: abrir, correr, guilhotina, basculante, pivotante. Além disso, pode-se combinar panos opacos e transparentes para obter diferentes combinações do vento e iluminação. Os caixilhos que estruturam as esquadrias podem ser: - de madeira, o Pintada o Envernizada o Tratada de forma especial (envelhecida, com pátina, etc) - de aço, - de ferro, - de alumínio o Anodizado natural; o Anodizado bronze/cobre/etc o Com pintura eletrostática. - de PVC Portas e janelas podem assumir vários tipos de aberturas em função das ferragens: - abrir, - correr (horizontal ou vertical - tipo guilhotina) - basculante, - pivotante. Além disso, pode-se combinar panos opacos e transparentes, venezianas e vidros, para obter diferentes combinações de ventilação e iluminação. alumínio e PVC. Dependendo da ferragem adotada pode-se ter portas de abrir, correr, tipo vai-e-vém, basculante para cima (tipo porta de garagem), com eixo central, com várias folhas de abrir ou mesmo correr.

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 120 -

CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS

Os caixilhos que estruturam as esquadrias podem ser de madeira, aço, ferro

Assim como as portas, as janelas podem assumir vários tipos de aberturas em função das ferragens: abrir, correr, guilhotina, basculante, pivotante. Além disso, pode-se combinar panos opacos e transparentes para obter diferentes combinações do vento e iluminação.

Os caixilhos que estruturam as esquadrias podem ser:

- de madeira,

o Pintada

o Envernizada

o Tratada de forma especial (envelhecida, com pátina, etc)

- de aço,

- de ferro,

- de alumínio

o Anodizado natural;

o Anodizado bronze/cobre/etc

o Com pintura eletrostática.

- de PVC

Portas e janelas podem assumir vários tipos de aberturas em função das ferragens:

- abrir,

- correr (horizontal ou vertical - tipo guilhotina)

- basculante,

- pivotante.

Além disso, pode-se combinar panos opacos e transparentes, venezianas e vidros, para obter diferentes combinações de ventilação e iluminação.

alumínio e PVC. Dependendo da ferragem adotada pode-se ter portas de abrir, correr, tipo vai-e-vém, basculante para cima (tipo porta de garagem), com eixo central, com várias folhas de abrir ou mesmo correr.

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 121 -

Para que se possa especificar o tipo de janela mais adequado de acordo com cada ambiente, é necessário conhecer as vantagens e desvantagens que cada modelo pode oferecer.

Foto 21 – Esquadrias em diafragma controlam a entrada de luz natural (Instituto do Mundo Árabe em Paris)

Foto 22 – Venezianas de correr combinadas com esquadrias de vidro modificam o aspecto da fachada conforme a posição (Museu Casa de Anne Frank – Amsterdam)

PRINCIPAIS TIPOS DE ABERTURASi

JANELAS DE CORRER:

Podem executar esse movimento no sentido horizontal ou vertical (tipo guilhotina) . As janelas de correr horizontais podem ser constituídas de uma ou mais folhas. Essas têm como vantagens:

• ventilação regulada conforme a abertura das folhas;

• as suas folhas não se movimento sob a ação dos ventos (não se fecham);

• são de simples operacionalização;

• possibilitam a utilização de folhas de grandes dimensões;

• não se projetam para áreas internas ou externas (possibilitando a colocação de grades, persianas e cortinas);

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 122 -

• exigem pouca manutenção.

As desvantagens desse tipo de janela são:

• quando abertas, não liberam a totalidade do vão (normalmente 50% deste);

• apresenta dificuldades de limpeza na parte externa;

• exige vedações nos batentes (a fim de evitar infiltrações indesejáveis de ar ou água).

As janelas de correr verticais (tipo guilhotina) são constituídas por uma ou mais folhas e movimentadas no sentido vertical. Apresentam as mesmas vantagens das janelas de correr horizontais podendo-se acrescentar que estas permitem a ventilação higiênica (ou de inverno), que se faz quando da passagem da ventilação somente pela parte superior da janela.

Como desvantagens, pode-se citar as mesmas das janelas de correr horizontais, além da manutenção mais freqüente pela presença dos cabos e contrapesos utilizados para o balanceamento e funcionamento. No caso da regulagem através de borboletas, acrescenta-se a desvantagem da impossibilidade de regular adequadamente a quantidade de passagem da ventilação.

JANELAS DE ABRIR:

Possuem eixo vertical de abertura e são formadas por uma ou mais folhas (superfícies que podem ser móveis ou fixas), podendo abrir-se para dentro ou para fora da edificação (fig.88).

Entre as vantagens de uso da das janelas de abrir, pode-se citar:

• abertura completa do vão;

• facilidade de limpeza e manutenção;

• permite a colocação de grades ou telas exteriores, quando se abre para dentro, e internas quando se abre para fora.

As desvantagens são:

• não é possível regular a ventilação;

• ocupa espaço interno se as folhas abrirem para dentro;

• não podem permanecer abertas quando ocorrem chuvas oblíquas em relação ao plano da fachada em que se encontram inseridas, se não houver algum tipo de proteção.

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 123 -

Figura 104 - Janelas de abrir

JANELAS PIVOTANTES:

Podem ser horizontais ou verticais . As janelas pivotantes horizontais podem ter uma ou mais folhas (tipo basculante). Este tipo de janela terá um desempenho do ponto de vista da ventilação, tanto maior quanto maior for seu ângulo de abertura.

Figura 105 - Janela pivotante horizontal e vertical

De acordo com o sistema de comando e abertura desse tipo de janela, é possível dirigir o fluxo de ar que entra pela referida abertura. A janela pivotante é apontada por diversos autores como a de melhor desempenho no direcionamento dos movimentos do ar, assim como da velocidade de entrada dos fluxos de ar no interior dos ambientes.

As vantagens são:

• permitir ventilação constante na totalidade do vão, mesmo em dias chuvosos;

• ocupar pouco espaço ao abrir ou fechar;

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 124 -

• facilidade de limpeza;

• possibilita a entrada do ar frio e saída do ar quente no mesmo vão.

Como desvantagem dessa tipologia de janela aponta-se a impossibilidade de observar o exterior debruçando-se sobre ela.

As janelas pivotantes verticais podem ser encontradas em uma ou mais folhas e possuem as mesmas características das pivotantes horizontais. Permitem a passagem da ventilação em

praticamente toda a extensão do vão quando seus elementos formam 90o com o plano da fachada em que se encontram inseridas. Esta tipologia de janela possibilita, também, controlar o fluxo de ar e sua direção, através dos sistemas de comando do referido modelo.

Apresentam-se como vantagens na utilização da janela pivotante vertical:

• permitir ventilação constante, mesmo nos dias de chuva;

• abertura em qualquer ângulo, o que possibilita o controle da ventilação;

• fácil limpeza;

• ocupa pouco espaço, tanto interna quanto externamente ao movimentar-se.

A desvantagem é a mesma da pivotante horizontal.

Pode-se ainda incluir na categoria das janelas pivotantes verticais, as janelas tipo "camarão", que possuem pivô vertical e sanfonam suas folhas umas sobre as outras, num deslizamento dos seus eixos verticais. A vantagem desse tipo de janela, consiste em permitir a passagem da ventilação na totalidade de seu vão, possibilitando regular a ventilação.

Entre as desvantagens, pode-se citar:

• dificuldade na limpeza;

• quando se abre para o exterior, gera a impossibilidade de colocar grades;

• quando se abre para o interior, impossibilita a colocação de persianas.

Figura 106 - Janela tipo "camarão"

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 125 -

JANELAS MAXIM-AR:

Podem ser incluídas na categoria de janelas pivotantes horizontais, uma vez que também possuem eixo horizontal. Estas, porém, deslizam verticalmente, possuem só uma folha e possibilitam a separação dos fluxos de ar quente e frio

Figura 107 - Janela tipo maxim-ar

As vantagens da janela maxim-ar são:

• possibilitar ventilação das partes inferiores, mesmo nos dias chuvosos;

• não ocupar espaço interno;

• facilidade de limpeza devido à distância que a separa do vão superior.

Como desvantagens, citam-se:

• liberação parcial do vão para ventilação;

• não permite o uso de grades ou telas externas.

Os tipos citados podem ser combinados de forma adequada no mesmo vão, para atender aos requisitos técnicos do projeto. As folhas das janelas podem, ainda, ser: totalmente em madeira; em venezianas de madeira, alumínio ou PVC; vidro com caixilhos de madeira, alumínio, aço ou PVC ou outras combinações.

Além disso, as novas exigências do mercado da construção civil vêm incentivando o aparecimento de novas janelas no mercado. Entre elas destaca-se a janela acústica. O que se pretende é um tipo de vedação que, mesmo quando fechada (para impedir a passagem do vão), consiga promover a ventilação do ambiente. Nesse caso, o que vem ocorrendo é a utilização da janela projetada para permanecer fechada nos momentos em que há incômodo do ruído exterior.

Vale lembrar que as janelas comuns terão desempenho acústico tanto melhor, quanto mais perfeitos forem seus encaixes e melhor seja a sua estanqueidade ao ar. Assim sendo, janelas comuns de vidro com 3mm, guarnecidas com bandeiras em venezianas e tratamento acústico terão desempenho próximo ao das janelas acústicas.

MADEIRA Para as portas executadas em carpintaria, podemos distinguir os seguintes elementos constituintes:

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 126 -

- Contra-batente

- Batente

o Marco

o Caixão ou caixotão

o Aduela

- Folha

o Lisa

o Almofadada

o Calha

o Outras

- Acabamento (alisar)

O contra-batente, e quando não existir esse e for somente o batente, deverá ser colocado antes do revestimento da parede; irá portanto sofrer o impacto dos carrinhos de transporte de material, assim como a provável queima com a argamassa do revestimento. Para sua proteção, utiliza-se uma ou duas demãos de óleo de linhaça puro que protegerá não só da queima da cal como de qualquer empenamento.

Nas obras ou nos depósitos dos fabricantes, os caixilhos de madeira prontos devem ser estocados na vertical sobre o piso nivelado, em ambientes protegidos das intempéries, sem fontes de calor próximas, em pilhas isoladas do solo.

Deve-se evitar guardar os caixilhos junto com outros materiais de construção que possam prejudicar o acabamento final da madeira, tais como: óleos, cimento, cal, tinta entre outros.

Os caixilhos de madeira são normalmente chumbados às alvenarias com grapas ou pregos, ou fixados em contrabatentes anteriormente chumbados, com parafusos auto-atarrachantes. Para a fixação dos quadros nos vãos, devem ser tomados cuidados de modo a não envergar qualquer dos lados pela colocação de cunhas que devem ser postas o mais próximo possível dos cantos do caixilho.

Em caixilhos de vãos maiores, que não contem com montantes intermediários, recomenda-se a colocação, já na indústria, de um travamento no centro do vão que deverá ser retirado somente depois da instalação completada.

Recentemente, vêm sendo realizadas instalações utilizando outra forma de fixação dos caixilhos, com a injeção de espuma de poliuretano nos vãos entre os quadros e as alvenarias. Embora a técnica ainda seja pouco conhecida, pode se tornar uma opção para as obras mais sofisticadas. De qualquer forma, as travas só devem ser retiradas depois que a instalação estiver completa, inclusive com o preenchimento e cura das argamassas nos vãos.

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 127 -

Fotos 23, 24, 25 e 26 – Diferentes portas marcando a entrada das edificações

MÉTODO DE EXECUÇÃO – FIXAÇÃO DE BATENTES E PORTASii

RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO:

Condições para início da execução dos serviços • Verificar se as paredes estão com alvenaria concluída (com prumo e esquadro conferidos)

e com as taliscas para o revestimento posicionadas;

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 128 -

• Os vãos devem estar prontos para o recebimento dos batentes, isto é, com faces planas e aprumadas e folga de 10 mm a 15 mm de cada lado;

• Checar se o contrapiso está pronto ou se as taliscas estão posicionadas; • Observar o posicionamento dos blocos preenchidos com argamassa no caso de fixação

com parafusos, e o chapiscamento caso a fixação ocorra com espuma de poliuretano. Preparação dos batentes • Verificar as dimensões das peças, isto é, o vão interno (altura e largura) e o comprimento

das ombreiras e da travessa, admitindo desvio máximo de 3 mm; • Averiguar o esquadro do batente, o alinhamento das ombreiras (não devem estar

empenadas) e a correta fixação dos travamentos; • No caso de batentes que serão fixados por parafusos, medir a altura dos furos dos

batentes e comparar com a posição dos blocos de alvenaria preenchidos com argamassa, observando ainda a profundidade do furo deixado para a cavilha.

Figura 108 - Batente montado e travado

Figura 109 - Batente furado nas alturas pré-determinadas, pronto para ser instalado

Colocação dos batentes (posicionamento) • Verificar nível, prumo e alinhamento do batente com a parede, bem como a planeza da

alvenaria no vão;

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 129 -

• Checar a presença de folgas muito superiores a 15 mm de cada lado. Elas devem ser minoradas com a aplicação de argamassa 1:3 em volume, principalmente no caso de assentamento com espuma de poliuretano.

Figura 110 - Batente fixado provisoriamente na alvenaria por meio de cunhas

Fixação dos batentes • Por parafusos: verificar se os parafusos realmente atingiram os blocos preenchidos com

argamassa e se não estão frouxos. Em caso de acabamento encerado, observar também se as cavilhas não ficaram “enterradas”.

Figura 111 - Detalhe da colocação da cavilha

Figura 112 - Fixação do batente por meio de espuma de poliuretano

• Com espuma de poliuretano: verificar, imediatamente antes da fixação, a perfeita limpeza da área onde será aplicada a espuma (livre de poeira ou gordura e ligeiramente umedecida). Depois, averiguar a abrangência da camada de espuma (aproximadamente 25 cm) e a remoção dos excessos.

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 130 -

Figura 113 - Colocação do “conjunto porta pronta

Proteção dos batentes • Verificar se não foi retirado o sarrafo de travamento situado junto aos pés das ombreiras;

• Checar o correto posicionamento da proteção lateral em madeira compensada, de largura exatamente igual à da face da ombreira.

Portas, guarnições e ferragens • Verificar se as portas não balançam quando fechadas, se ficam abertas em qualquer

posição (não fecham, nem abrem sozinhas), se estão bem alinhadas em relação ao batente e se não estão lascadas ou com rebarbas provenientes da serra;

• Observar se as fechaduras não estão com defeito de colocação (a porta deve ser trancada com facilidade);

• Conferir se as guarnições estão com a requadração perfeita; • Averiguar se não há marcas de martelo próximas aos pregos, que não devem estar

salientes.

METAL No trabalho executado em serralharia, os elementos que interessam para a fabricação de esquadrias são os perfis de chapa dobrada em ferro, alumínio ou aço (comum e zincado). Esse último vale citar os batentes da Eucatex@ (batentaço envolvente e outros). Os métodos de montagem são o aparafusamento, a rebitagem e a solda.

A fixação das esquadrias metálicas pode ser feita com grampos de ferro em cauda de andorinha, ou grapas, chumbados na alvenaria com argamassa de cimento e areia, posicionadas para acomodar exatamente entre as fiadas, espaçados cerca de 60cm sendo 2 o número mínimo de grampos em cada lado. Os grampos são fixados à esquadria propriamente dita por meio de parafusos.

AÇO

O aço é um material construtivo essencialmente constituído de ferro e carbono e diminutas quantidades de outros elementos sempre presentes como manganês, fósforo,

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 131 -

silício e enxofre. Outros elementos podem ser adicionados para obter determinadas características. A adição de cobre, por exemplo, concede características de maior resistência do composto à corrosão. Em esquadrias, o aço utilizado pode ser revestido ainda por uma camada microscópica de zinco, que também aumenta sua resistência à corrosão.

As esquadrias com acabamento em primer, normalmente não são embaladas, nem para a armazenagem, tampouco para o transporte. Usualmente são empilhadas umas sobre as outras ou colocadas em pallets e armazenadas nas prateleiras dos depósitos.

No transporte devem ser empilhadas umas sobre as outras com proteção de cantoneiras de chapas forradas com carpetes entre uma peça e outra nos quatro cantos do caixilho, para evitar o descascamento do primer pelo atrito aço x aço.

Os caixilhos de aço com pintura definitiva devem ser entregues embalados envoltos em lençóis de plástico ou acondicionados em caixas de papelão antes do armazenamento e transporte.

Essas embalagens protetoras só devem ser retiradas depois do término da obra, evitando-se danificar a pintura com rebocos, natas de cimento e tintas.

Quando os caixilhos de aço chegam à obra, seja qual for o tipo do acabamento, deve-se evitar o seu armazenamento em locais onde estejam tintas, ácidos, "tinners" ou em ambientes úmidos, sujeito à goteiras ou ainda ao relento, exposto às chuvas e poeira. As principais verificações a serem feitas na obra dizem respeito às especificações definidas tanto em relação às medidas, quanto ao tipo, quantidade e eventuais defeitos de fabricação.

Durante a colocação do caixilho, o vão de assentamento deve estar rigorosamente esquadrejado sendo indicado o uso de gabaritos de aço. Os apoios e cunhas devem ser colocados nas duas extremidades superiores e inferiores das guias - nunca no meio delas. No assentamento, deve-se evitar socar a argamassa em demasia, o que poderia provocar o arqueamento no centro do vão e o consequente emperramento das folhas móveis. A fixação dos caixilhos de aço é normalmente feita através do uso de buchas e parafusos.

ALUMÍNIO

O processo de produção inicia-se com a extração da bauxita - com aparência semelhante ao barro. Após um processamento que inclui carvão, óleo, solda e cal, tem-se a alumina que, após o processo de eletrólise, reduz-se ao alumínio. Após um processo de desgaseificação, o metal líquido segue para os diferentes processos que darão formato final aos tarugos, lingotes e vergalhões.

O acabamento pode ser anodizado ou com pintura eletrostática. O objetivo da anodização é melhorar a estática das peças tratadas e protegê-las da corrosão ou de qualquer outro ataque exterior.

A pintura eletrostática é o processo mais conhecido e largamente utilizado na decoração e proteção do alumínio. A aplicação da tinta eletrostática, líquida ou em pó, é feita automaticamente em cabines especialmente projetadas, através de equipamentos especiais. Ambas as pinturas apresentam tipos de tintas com características específicas para cada finalidade de utilização, com várias cores.

Os caixilhos devem ser protegidos com papel crepom e armazenados em lugar seco e ventilado até o momento do seu envio para a obra. Seu armazenamento pode ser na posição vertical, limitando-se à altura de 1,50m, intercalado por calços e na posição horizontal,

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 132 -

devendo-se fixar as duas extremidades do lote. O empilhamento horizontal ou vertical deve ser isolado do chão através de calços.

A instalação das esquadrias de alumínio obedece às seguintes etapas de colocação:

- colocação de contramarcos: Deve-se deixar o vão bruto com 5cm a mais em cada lado. O contramarco já com seus acessórios será chumbado respeitando-se os pontos de acabamento previamente determinados.

- colocação das esquadrias: Após a limpeza dos contramarcos, os caixilhos são fixados através de parafusos de aço tratado e vedante de calafetação.

- arremates: Correspondem aos acabamentos entre caixilho e alvenaria na parte interna. São normalmente fixados por encaixe e pressão.

MÉTODO DE EXECUÇÃO - INSTALAÇÃO DE CONTRAMARCOS DE ALUMÍNIO iii RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO: Condições para o início da execução dos serviços • Verificar se a alvenaria está concluída e fixada com folga de 5 cm junto à contraverga e de

3 cm junto às demais faces dos vãos, para a colocação dos contramarcos; • Averiguar se os fios de prumo da fachada estão posicionados; • Conferir se as taliscas dos revestimentos das paredes estão posicionadas, indi1cando a

espessura dos revestimentos em cada cômodo; • Observar se os pontos de nível, em relação ao piso acabado, estão indicados junto aos

vãos de janelas.

Figura 114 - Posicionamento provisório do contramarco no vão, com detalhe da colocação de cunhas de madeira e da fixação provisória com arame recozido

Chumbamento dos contramarcos • Verificar o nível da travessa inferior em relação à referência indicada na alvenaria junto ao

vão, através de nível alemão ou nível a laser, com tolerância de ± 3 mm; • Conferir o nivelamento das travessas com um nível de bolha - a bolha deve encontrar-se

entre linhas; • Checar o prumo dos montantes, com uma régua de alumínio com nível de bolha acoplado,

lembrando que a bolha deve situar-se entre linhas; • Observar o esquadro do conjunto usando um esquadro de alumínio;

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 133 -

• Avaliar a retidão dos perfis por meio de uma régua de alumínio que deve ficar colada aos montantes e às travessas;

• Averiguar o número de grapas posicionadas no contramarco, conforme o gráfico da Figura 4 do PES 12, atentando para as condições de soldagem e chumbamento das grapas.

Alinhamento dos contramarcos • Verificar o alinhamento dos contramarcos em relação às taliscas dos revestimentos

internos, considerando a folga necessária para a aplicação do revestimento final. Conferir com régua de alumínio e trena metálica, admitindo uma tolerância de ± 3 mm;

Figura 115 - Verificação do alinhamento interno do contramarco

• Checar o alinhamento lateral dos contramarcos em relação ao fio de prumo da fachada,

utilizando esquadro e trena metálica e admitindo uma tolerância de ± 3 mm.

Acabamento dos contramarcos • Analisar o contramarco chumbado, verificando se todos os espaços entre os perfis e o

substrato foram preenchidos com argamassa e se não foram deixadas rebarbas.

Figura 116 - Verificação do prumo

Figura 117 - Fixação definitiva do contramarco por meio de solda

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 134 -

Figura 118 - Chumbamento do contramarco

Instalação de caixilhos • Verificar o seu funcionamento normal, defeitos de superfície dos perfis anodizados

provenientes da instalação e aspecto geral de limpeza e acabamento.

Aplicação de selantes • Verificar o preparo da base e a proteção da lateral das juntas com fita crepe; • Observar o uso adequado de limitadores de espessura e o total preenchimento da junta

com mastique; • Assegurar o acabamento final que deve ser limpo e frisado quando assim especificado em

projeto

PVC O Policloreto de Vinila ou PVC é um polímero orgânico, conseguido a partir da agregação do Monômero Cloreto de Vinila. A obtenção de perfis para esquadrias é feita através do processo de extrusão. Aditivos diversos, pigmentos, acrilatos e outros produtos, tornam o PVC um material que pode ser modificado de acordo com a caraterística desejada quanto à resistência à impactos, temperatura, estabilidade de cor e outros parâmetros que garantes a durabilidade dos componentes.

Os caixilhos de PVC são normalmente entregues embalados. Alguns fabricantes preferem envolvê-los por caixas de compensados ou filmes plásticos. Como o produto não sofre a

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 135 -

agressão de outros materiais de construção, os cuidados em relação à embalagem são apenas para evitar riscos que danifiquem a superfície.

Nas obras, a recepção dos produtos deve atentar exatamente para esse detalhe, de modo a garantir a integridade superficial, transportando as esquadrias e empilhando-as com cuidado. Deve-se estocar na horizontal em local plano e seco, admitindo-se o empilhamento máximo de 15 unidades, sem vidros.

A posição ideal de empilhamento prevê, em cada caixilho empilhado, um deslocamento de

45o em relação ao colocado abaixo.

O único alerta que os fabricantes fazem em relação ao calor do sol se refere à cobertura dos produtos por lonas plásticas pretas. Estas podem concentrar calor, aquecendo os perfis a temperaturas superiores às permitidas, provocando deformações irreversíveis nos caixilhos. Por isso, eles devem ser abrigados à sombra, em locais ventilados e secos.

Dentro da obra, os caixilhos devem ser movimentados com cuidado, evitando-se batidas, riscos ou qualquer outro acidente provocado pelo fluxo normal da obra.

Os caixilhos de PVC, de maneira geral, permitem três formas de instalação: chumbamento direto à alvenaria com grapas; fixação em parafusos em vãos acabados; instalação com contramarcos (geralmente de alumínio).

O chumbamento com grapas obedece às seguintes etapas:

• Posicionar as peças no vão de alvenaria com auxílio de caixões e cunhas para nivelamento e prumo.

• Executar o acabamento externo, utilizando-se do perfil guia para argamassa como referência de nível do acabamento externo no vão.

• Executar o acabamento interno.

• Evitar a abrasão dos perfis e procurar não sujar demais a janela com argamassa. O material não mancha com cimento e cal, mas o excesso de resíduos pode entupir as drenagens e prejudicar o funcionamento dos acessórios.

• Usar silicone na impermeabilização dos cantos do contramarco e garantir a estanqueidade entre o marco e o contramarco utilizando-se vedação apropriada.

A fixação com parafusos, segue o roteiro abaixo:

• Verificar a regularidade do vão acabado

• As folgas laterais não devem exceder 3mm.

• Com o auxílio de calços, posicionar o caixilho no vão.

• Executar o aparafusamento em número adequado ao tamanho da janela, seguindo os mesmos critérios adotados na fixação por grapas. Os parafusos não devem entrar em contato com a água e é necessário prever a colocação normal de buchas para acolher os parafusos. Os mesmos deverão atravessar o perfil, colocando-se uma tampa na furação externa para evitar infiltrações.

• Após a instalação, fazer um cordão de silicone em todo o perímetro (interno e externo) do contato janela/alvenaria.

Cuidados na instalação com contramarcos:

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 136 -

• Colocação dos contramarcos no vão da alvenaria conforme técnica usual (indicada pelos fabricantes).

• Distribuição das folgas que não devem exceder a 2/3mm. O número de grapas recomendado deve seguir a mesma orientação das outras técnicas de fixação anteriormente descritas.

• Vedar a junta perimétrica com silicone e colocar os arremates.

VIDROS iv O vidro é uma substância inorgânica obtida por fusão, que se encontra em uma condição contínua e análoga ao estado líquido desta substância mas que, devido a uma variação reversível da viscosidade durante o esfriamento, possui consistência tão elevada que pode ser considerado rígido para todos os fins práticos.

O vidro não apresenta cristais, fibras ou grãos, permanecendo em estado líquido porém com uma alta viscosidade (aderência) que o torna sólido para efeito de cálculos.

Para fabricar o vidro é preciso fundir três elementos básicos:

• um vitrificante, a sílica, introduzida sobre a forma de areia;

• um fundente, soda ou potassa, em forma de sulfato ou carbonato (em baixa temperatura na fusão da sílica);

• um estabilizante, cal em forma de carbonato (atribui ao vidro uma resistência maior aos ataques da água).

Os vidros podem ser classificados de acordo com o quadro:

VIDROS

TIPO

FORMA

TRANSPARÊNCIA

ACABAMENTO DASUPERFÍCIE

COLORAÇÃO

COLOCAÇÃO

recozidosegurança temperadosegurança laminadosegurança aramadotermo absorventecompostosplano

curvoperfiladoondulado

transparentetranslúcidoopaco liso

polidoimpressofoscoespelhadogravadoesmaltadotermo-refletor

incolorcolorido

caixilhosautoportantemisto

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 137 -

VIDRO RECOZIDO:

É o tipo mais simples de vidro, obtido pelo processo de estiragem mecânica. Pelas suas características, esse tipo de vidro pode ser recortado ou lapidado após a fabricação.

A utilização do vidro recozido, assim como os outros tipos de vidro, obedece aos critérios constantes na norma NBR-7199 (ou NB-226), onde destacam-se as seguintes recomendações:

• pode ser utilizado em fachadas do pavimento térreo à altura de 0,10m acima do piso;

• nos andares acima do térreo, somente pode ser utilizado em cota superior a 1,10m da cota do piso do respectivo pavimento;

• em clarabóias, balaustradas, parapeito e sacadas, o vidro recozido só pode ser usado se colocados os devidos dispositivos de segurança.

VIDRO DE SEGURANÇA TEMPERADO:

O tratamento térmico da têmpera é um processo de aquecimento gradativo que atinge os 700oC, seguido de brusco resfriamento. Isso provoca no vidro tensões internas de tração e compressão que resultam em um aumento significativo na sua resistência. Devido a essa característica, o vidro temperado não aceita recortes após a sua fabricação. Chama-se "vidro de segurança" porque ao se partir, fragmenta-se em pedaços pouco cortantes.

Basicamente o vidro temperado é utilizado nos locais onde é possível a utilização do vidro recozido, além daqueles onde exige-se a utilização de vidros de segurança, como:

• separações de terraços pois em caso de pânico, a sua quebra não cria barreira física;

• portas internas e externas;

• vitrines;

• entrada de edifícios;

• mobiliário (tampo de mesas, portas de armários, etc.)

VIDRO DE SEGURANÇA LAMINADO:

É composto por dois ou mais vidros simples (recozidos ou temperados) colados pela intercalação de filme de butiral polivinil, material plástico, escolhido em razão das suas qualidades marcantes de resistência, aderência ao vidro e elasticidade.

A aderência butiral-vidro dá-se pelo tratamento térmico sob pressão para produzir uma placa de vidro transparente e de cor permanente. Em caso de quebra, o butiral constitui um anteparo no qual os fragmentos continuam colados, assegurando uma proteção até a substituição da peça.

Os campos de utilização do vidro laminado são:

1) ANTIACIDENTES, permanecendo no local em caso de quebra, retendo as partículas fragmentadas.

- vigias;

- átrios de imóveis;

- vitrines de lojas;

- forros falsos;

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 138 -

- grandes envidraçamentos;

- guarda-corpos, envidraçamento rente ao chão, parapeitos, caixilhos de solo a teto e paredes externas.

2) ANTIVANDALISMO, frustrando ataques rápidos ao retardar a passagem de pessoas ou objetos no caso de tentativas de roubo.

3) ANTIROUBO, resistindo a arrombamentos, dependendo do tipo de butiral utilizado. A escolha pode recair em um vidro com três ou mais lâminas, segundo o valor dos objetos a proteger, tais como:

- vitrines de lojas de alto luxo;

- relojoarias, joalherias, ourivessarias;

- casa de armas;

- lojas de peles;

- loja de antiguidades.

4) ANTIBALA, protegendo pessoas de agressões a mão armada. As camadas múltiplas de vidro e butiral polivinil absorvem o impacto do projétil, permitindo a visão total do exterior. Esse tipo de vidro é recomendado para:

- caminhões e carros-forte blindados;

- guichês de bancos;

- postos de gasolina;

- cadeias;

- casas de câmbio;

- lojas de bebidas;

- cabines de pedágio;

- qualquer local onde armas de fogo ou objetos atirados possam atingir o material do envidradamento.

5) PROTEÇÃO CONTRA PERIGO DE EXPLOSÃO, quando se deseja em caso de explosão, que os fragmentos não sejam projetados.

Para a correta especificação do vidro laminado, recomenda-se que os fornecedores sejam consultados, e apresentem os resultados dos ensaios que comprovem a resistência das chapas ao objetivo desejado.

VIDRO DE SEGURANÇA ARAMADO:

É um vidro impresso translúcido incolor ou colorido, no qual é incorporada uma tela metálica de malha quadrada com 12,5 ou 25mm de lado. Esta tela metálica tem como função segurar os estilhaços de vidro no eventual rompimento da chapa.

Pelo fato de ser um vidro translúcido, a transmissão de luz se dá de maneira difusa, portanto, este tipo de vidro não possui a transparência necessária às vitrines, por exemplo.

Este tipo de vidro é utilizado em:

- caixas de escada;

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 139 -

- cobertura de pergulados;

- fechamento de clarabóias;

- sacadas/peitoris;

- coberturas;

- lanternins.

VIDRO TERMOABSORVENTE:

Estes tipos de vidro, devido a sua coloração mais escura, absorve maior parte da energia solar incidente se comparado a um vidro comum. Entretanto, apresenta a desvantagem de reduzir o nível de iluminamento interno.

VIDRO TERMOREFLETOR:

É fabricado tendo somente como suporte o cristal incolor recozido e de perfeita planimetria. Uma de suas faces recebe uma camada de óxidos metálicos que garante um índice de reflexão superior aos vidros comuns.

O vidro antélio é um cristal refletivo. Sua camada refletiva faz com que a visão do lado mais iluminado em direção ao menos iluminado seja diretamente proporcional à quantidade de luz incidente. Assim, durante o dia, a visão é maior da parte interna para a externa e à noite a situação se inverte.

O antélio pode ser cortado, lapidado, temperado, esmaltado, incorporado ao vidro laminado ou em envidraçamentos isolantes.

A especificação do antélio, seja para responder às necessidades de proteção solar ou efeito estático, deve ser precedida de um exame cuidadoso dos coeficientes técnicos inerentes ao produto, em relação aos fatores ambientais e de projeto.

VIDRO COMPOSTO:

Neste grupo, destaca-se o vidro termo-acústico que é um duplo vidro isolante, composto de duas chapas de vidro separadas por uma camada de ar desidratado, constituindo-se em um conjunto hermeticamente selado sem risco de embaçamento interno, tendo elevadas propriedades de isolamento térmico e acústico.

É fabricado com dois vidros (comuns, laminados e/ou temperados, coloridos ou incolores) de espessura indêntica ou não, ou ainda com um vidro termorefletor do lado externo, sendo o segundo vidro, incolor. Sua espessura total é obtida pela soma das espessuras dos dois vidros componentes, acrescida da espessura da camada de ar de 9mm, constante.

INSTALAÇÃO E CUIDADOS NA OBRA

As chapas de vidro devem ser armazenadas, empilhadas, apoiadas em material que não lhes danifique os bordos com uma inclinação em torno de 6% em relação à vertical. O armazenamento deve ser feito em local adequado, ao abrigo de umidade e de contatos que possam danificar ou deteriorar suas superfícies. As condições do local devem ser tais que evitem condensação de umidade nas superfícies das chapas.

Nos caixilhos de aço, a fixação dos vidros é feita por massa, nos casos de janelas dotadas de quadros de vidro com divisão; e por meio de baguetes quando não apresentam divisões. Há ainda a possibilidade de fixar os vidros através de guarnições de neoprene.

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 140 -

Nos caixilhos de alumínio, os vidros podem ser instalados com ou sem baguetes, utilizando-se gaxetas de borracha, massa de vidro ou silicone.

Para obter uma instalação satisfatória, utilizam-se calços apropriados entre o quadro e a lâmina de vidro, com dureza e formas variadas. Desta maneira, evita-se o contato direto entre o alumínio e o vidro, evitando quebras e transmissão de vibrações às lâminas. Mesmo no sentido transversal, o vidro deve ser posicionado de maneira que não haja contato com as superfícies metálicas.

Nas situações em que a calafetação do vidro é efetuada por meio de guarnições, estas devem manter o vidro no centro do canal, isolando-o do alumínio. Quando a calafetação é realizada por mástiques ou massa, torna-se necessário o uso de calços de modo a posicionar corretamente o vidro e evitar tensões locais no próprio calafetador, o que provocaria trincas e a consequente infiltração da água.

O perigo das infiltrações de água é menor quando as guarnições, especialmente a externa, possuem boa elasticidade e um desenho adequado para se manter sempre com uma pressão contra o vidro, mesmo sob a ação do vento.

Em caixilhos de madeira, os vidros podem ser fixados com massa ou baguetes. Mesmo utilizando baguetes, os fabricantes recomendam a colocação de massa entre estes e o vidro para evitar tensões desnecessárias.

Nos caixilhos de PVC, recomenda-se a utilização de vidros com 4mm de espessura, instalados com duas gaxetas. Existe, também, a possibilidade de se trabalhar com vidros de 6mm. A colocação e remoção são feitas através de baguetes removíveis.

FERRAGENSv

Pode-se afirmar que a maioria dos defeitos encontrados no funcionamento de caixilhos se deve à escolha inadequada dos acessórios. Estes podem ser compostos por materiais como o alumínio extrudado, alumínio fundido, latão, aço inox, zamak, chumbaloy, náilon, poliacetal e aço 1020.

O aço inox é utilizado como lingüetas de fechos, contrafechos, parafusos, arruelas, sempre que se exigir resistência maior aos agentes agressivos. No caso de se utilizar materiais zincados, brancos ou pretos, os fabricantes os submetem a ensaios de durabilidade de modo a comprovar seus níveis de resistência.

O náilon é utilizado em peças que entram em atrito com o alumínio e o aço, como as roldanas, bicos de fechos, freios de braços e detalhes estéticos.

Entre as diferentes modalidades de acessório, pode-se citar: fecho de acionamento interno, tipo concha (janelas de correr); fechos de acionamento externo, por rotação; fechos para duas folhas; roldanas para deslizamento; fechos-haste (maxim-ar); fechos de alavanca (maxim-ar); braços de reversão (maxim-ar); fecho cremona (janelas de abrir, tipo camarão e pivotantes); fecho tipo unha (janelas de abrir, tipo camarão e pivotantes); dobradiças e pivôs.

As dobradiças podem ser: simples (com rodízio, sem rodízio e corta-fogo), palmela (para projetar a folha da janela longe da alvenaria), invisível (muito utilizada em portas de armários de bancada), vai-vém, com chumbadores e tipo piano.

Sobre as fechaduras, vale destacar a especificação de fechaduras de cilindo para portas de segurança (entrada, saída, etc), a tipo gorges para as portas internas à edificação (quartos,

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 141 -

cozinhas) e as tranquetas para os banheiros residenciais. As tarjetas são utilizadas nas portas divisórias de cabines sanitárias em banheiros públicos, podendo ter a inscrição livre-ocupado ou não.

De maneira geral, as fechaduras podem ser classificadas como de embutir (cilindro, tipo gorges, tranqueta, de correr) ou de sobrepor (portões).

Figura 119 - Fechaduras de cilindro

Figura 120 - Quando a maçaneta de bola não deve ser usada

Figura 121 - Nomenclatura e medidas

As maçanetas de bola não devem ser usadas nas fechaduras que tenham distância de broca "A" inferior a 50mm para evitar que o portal atinja a mão, ferindo-a, como mostra a figura.

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CAPÍTULO IX: ESQUADRIAS - 142 -

Atualmente existem outros inúmeros sistemas de proteção que substituem as fechaduras tradicionais. Portas cuja abertura é acionada através de cartões magnéticos e sistema de trancas nos quatro lados são alguns exemplos dessas inovações.

Uma das novidades é a fechadura por impressão digitalvi, que dispensa o uso de cartões e chaves, evitando assim ter que trocar o "segredo" ou a fechadura quando se perde ou esquece as chaves ou cartões. Com alguns fabricantes pode ser conferido acesso a até 120 pessoas através de digitais ou senhas. É desenvolvida de forma semi-blindada, ou seja, mesmo se for destruída a tranca não abre.

Cabe portanto arquiteto procurar os componentes mais adequados ao seu projeto, disponibilizados pelos fabricantes no momento da realização do projeto.

REFERÊNCIAS DESTE CAPÍTULO: i THEME, Eliana Miranda. Ventilação natural através das aberturas laterais das fachadas nas edificações - um estudo sobre a janela. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) PROARQ/FAU/UFRJ, 1994 ii CENTRO de Tecnologia de Edificações. Qualidade na Aquisição e Recebimento de Materiais SINDUSCON-SP/SEBRAE/CTE. Ed. PINI, 1997 iii CENTRO de Tecnologia de Edificações. Qualidade na Aquisição e Recebimento de Materiais SINDUSCON-SP/SEBRAE/CTE. Ed. PINI, 1997 iv CASTRO, Deise Dias. Vidro plano: um estudo sobre o material e o seu uso em fachadas. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) PROARQ/FAU/UFRJ, 1994. v SALGADO, Mônica Santos. Etapas da Construção Civil Cadernos Didáticos no. 23 UFRJ, 1995. vi http://www.eletronicasantana.com.br/Produtos.asp?ProdutoID=1210