Apostila - Elementos Da Matemática Elementar
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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO Wellington Dias REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ Antonio José Medeiros SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielschowsky DIRETOR DE POLITICAS PUBLICAS PARA EaD Hélio Chaves COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso Costa COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes SUPERITENDÊNTE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADO Eliane Mendonça DIRETOR DO CENTRO Helder Nunes da Cunha COORDENADOR DO CURSO NA MODALIDADE EAD João Benício de Melo Neto CHEFE DO DEPARTAMENTO Jurandir de Oliveira Lopes COODENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPI Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira
EQUIPE DE APOIO
Copyright © 2008. Todos os direitos desta edição estão reservados à Universidade Federal do
Piauí (UFPI). Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer
meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, do autor.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
XXXX Lopes, J. de Oliveira Fundamentos da Matemática Elementar /Jurandir de Oliveira Lopes – Teresina: UFPI/UAPI
2008. 72p. Incluir bibliografia
1 – xx
2
Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO Wellington Dias REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielschowsky COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso Costa SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ Antonio José Medeiros COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes SUPERITENDÊNTE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADO Eliane Mendonça DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA Helder Nunes da Cunha COORDENADOR DO CURSO DE MATEMÁTICA NA MODALIDADE EAD João Benício de Melo Neto COODENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPI Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira DIAGRAMAÇÃO João Paulo Barros Bem Joaquim Carvalho de Aguiar Neto
L864f Lopes, J. de Oliveira Fundamentos da Matemática Elementar /Jurandir de Oliveira
Lopes – Teresina: UFPI/UAPI, 2008
72p
1.Matemática. 2.Universidade Aberta do Piauí. I.Titulo.
C.D.D.- 510
APRESENTAÇÃO
Este texto destina-se aos estudantes que participam do
programa de Educação a Distância da Universidade Aberta do
Piauí (UAPI) vinculada ao consórcio formado pela Universidade
Federal do Piauí (UFPI), Universidade Estadual do Piauí
(UESPI) e Centro Federal de Ensino Tecnológico do Piauí
(CEFET-PI), com apoio do Governo do Estado do Piauí,
através da Secretaria Estadual de Educação.
O texto é composto de IV unidades, contendo itens que
discorrem sobre os conjuntos numéricos, dando ênfase as suas
propriedades e resultados, que são relevantes para um bom
embasamento para o estudo da matemática. A ordem dos
conteúdos é seguinte: Na unidade 1, estudaremos o conjunto
números naturais, na unidade 2, estudaremos o conjunto
números inteiros, na Unidade 3, estudaremos o conjunto
números racionais e na Unidade 4, estudaremos o conjunto
números reais. A construção lógico formal dos conjuntos
numéricos será feita nos apêndices I, II, III e IV.
.
4
SUMÁRIO GERAL UNIDADE 1: Conjunto dos Números Naturais
1.1 Introdução 1.2 Princípio da Indução Matemática 1.3 Operações: Adição e multiplicação 1.4 Relação de ordem 1.5 Princípio da Boa Ordem
UNIDADE 2: Conjunto dos Números Inteiros
2.1 Introdução 2.2 Operações: Adição e Multiplicação 2.3 Relação de Ordem 2.4 Valor Absoluto ou Módulo 2.5 Princípio do Menor Inteiro 2.6 Princípio da Indução Matemática em Z 2.7 Múltiplos e Divisores 2.8 Máximo Divisor Comum 2.9 Números Primos 2.10 Mínimo Múltiplo Comum
UNIDADE 3: Conjunto dos Números Racionais
3.1.Introdução 3.2.Operações: Adição e Multiplicação 3.3 Relação de Ordem 3.4 Valor Absoluto ou Módulo
UNIDADE 4: Conjunto dos Números reais
4.1Introdução 4.2 Operações: Adição e Multiplicação 4.3 Relação de Ordem 4.4 Valor Absoluto ou Módulo 4.5 Representação Decimal
Apêndice I Apêndice II Apêndice III Apêndice IV
5
6
SUMÁRIO
UNIDADE 1: Conjunto dos Números Naturais 1.1 Introdução
1.2 Princípio da Indução Matemática
1.3 Operações: Adição e multiplicação
1. 4 Relação de ordem
1.5 Princípio da Boa Ordem
Exercícios
7
1 CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS 1.1 Introdução
Os números naturais foram os primeiros a serem
criados, com intuito de contar. Mas, afinal, o que é o conjunto
N dos números naturais?
Bem, podemos intuitivamente escrevê-lo dizendo quais
são seus elementos: eles são os números da forma.
1)1(,...134,123,112,1 +−==++=+= nn , ou seja,
{ }⋅⋅⋅⋅⋅⋅= ,,,4,3,2,1 nN
Ocorre, porém, que dificilmente poderemos provar
algumas propriedades desses números utilizando apenas esta
descrição, pois apesar de sabermos intuitivamente quais são
esses números que acima representa, teríamos dificuldade de
descrevê-lo de modo suficientemente explícito.
Uma maneira consiste em dar uma propriedade que
caracterizem de modo único o conjunto dos números naturais.
1.2 Princípio da Indução Matemática
A propriedade que vamos anunciar é chamada de Princípio da
Indução Matemática. Mais precisamente:
Princípio da Indução Matemática. Seja X um subconjunto
dos números naturais (ou seja, NX ⊂ ) tais que:
i) X∈1 ;
ii) Se XnXn ∈+⇒∈ 1 ;
Então NX = .
Essa simples propriedade fornece uma das mais poderosas
ferramentas de demonstração Matemática: A demonstração
por indução.
Suponha que seja dada uma sentença matemática )(nP
associada a cada n natural, a qual se torna verdadeira um falsa
quando substituímos por n . Mais adiante citaremos alguns
Mais informações sobre o conjunto dos números naturais pode ser encontrado em:
1) www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/fregerussel/peano.htm
2) www.obm.org.br/eureka/artigos/inducao.doc
8
exemplos de sentenças abertas definidas sobre o conjunto dos
naturais.
Agora anunciaremos um resultado suma importância para
Matemática e, por conseguinte definir a soma e multiplicação
em N .
Teorema 1.1 (Prova por indução matemática). Seja a )(nP
sentença aberta sobre N . Suponha que:
i) )1(P é verdadeira, e.
ii) Se a validez de )(nP implicar na validez de )1( +nP
Então )(nP é válida para todo o conjunto números
naturais.
Demonstração: Considere o seguinte conjunto
{ )(nPNnX ∈= é verdadeira }
X∈1 , pois )1(P é verdadeira. Suponha agora que Xn∈ , isto é,
)(nP é verdadeira, com isto garantimos a validez de )1( +nP ,
logo Xn ∈+1 . Assim pelo Princípio da indução matemática
temos que NX = , portanto )(nP é válida para todo o conjunto
números naturais. C.Q.D.
1.3 Adição e Multiplicação No conjunto dos números naturais estão definidas duas
operações fundamentais:
a) Adição: Dados Nmn ∈, fazem corresponder à soma
Nnm ∈+
b) Multiplicação: Dados Nmn ∈, fazem corresponder à
soma Nmn∈ Justificaremos a boa definição através da indução sobre n :
a) Adição: )1(P : Assim dados Nm∈,1 é claro que Nm ∈+1
, logo )1(P é válida.
Suponhamos válida )(nP , ou seja, dados Nmn ∈, temos que
Nnm ∈+. .
9
Agora provaremos validez de :)1( +nP De fato, dados
Nmn ∈+ ,1 temos que Nnm ∈++ 1. , pois 1)(1. ++=++ nmnm ,
e por hipótese Nnm ∈+. e daí Nnm ∈++ 1)( .
b) Multiplicação: Exercício a cargo do leitor.
As operações acima gozam das propriedades: Associativa,
comutativa e distributiva. E que as mesmas podem ser
demonstradas por indução.
Considere alguns exemplos de sentenças abertas definidas
sobre N :
a) :)(nP )1()321(2 +=++++ nnnL , para todo Nn∈ .
:)1(P 22)11(11.2 =⇔+= , é verdade.
Suponhamos válida )(nP , ou seja,
)1()321(2 +=++++ nnnL Hipótese de Indução (H.I)
Provaremos validez )1( +nP , isto é.
)2)(1()1321(2 ++=++++++ nnnnL (Tese)
Com efeito: Temos que
)1(2)321(2)1321(2 ++++++=++++++ nnnn LL
)1(2 += n + )1(2 +n
)2)(1( ++= nn .
Portanto a sentença )(nP é valida para todo Nn∈ .
b) :)(nP 2nn =
:)1(P 1111 2 =⇔= , é verdade. Poderíamos agora supor válida
)(nP , mas fácil vê que :)2(P 4222 2 ≠⇔≠ é falsa. Portanto,
vimos que a sentença não é válida para todo Nn∈ .
c) :)(nP )12)(1()321(6 2222 ++=++++ nnnnL , para todo
Nn∈ .
:)1(P 66)11.2)(11(11.6 =⇔++= , é verdade.
Suponhamos válida )(nP , ou seja,
10
)12)(1()321(6 2222 ++=++++ nnnnL Hipótese de Indução
(H.I)
Provaremos validez )1( +nP , isto é.
)32)(2)(1(])1(321[6 22222 +++=++++++ nnnnnL (Tese)
Com efeito: Temos que
2222222222 )1(6)321(6])1(321[6 ++++++=++++++ nnnn LL
2)1(6)12)(1( ++++= nnnn
= )]1(6)12()[1( ++++ nnnn
)32)(2)(1( +++= nnn
Portanto a sentença )(nP é valida para todo Nn∈ .
1.4 Relação de Ordem Faz-se necessário introduzir uma relação de ordem nos
conjuntos dos números naturais.
Definição: Dados Nmn ∈, dizem que m é menor do que n (e
escreve-se).
nm < () se existe Nr ∈ tal que rmn += .
A relação de ordem nm < goza das seguintes propriedades:
a) Transitividade: Se nm < e pn < então pm < .
b) Tricotomia: Dados Nmn ∈, , só podem ocorrer uma, e
somente uma das alternativas: nm = , nm < ou mn < .
c) Monotonicidade: Se nm < então, para todo Nr ∈ , tem-se.
rnrm +<+ e rnrm .. < .
Mostraremos que as três propriedades são satisfeitas:
a) : Se nm < e pn < então existem Nrr ∈21 , tais que
1rmn += .e 2rnp += . Assim 21 rrmp ++= , sendo que
Nrr ∈+ 21 , segue-se que pm < .
11
b) Dados Nmn ∈, têm que nm = , do contrário, existe
Nr ∈ tal que rmn += ou não existe, assim nm < ou
mn < .
c) Exercício a cargo do leitor.
Dizemos que m menor ou igual do que n (e escreve-se nm ≤ )
se nm = ou nm < .
Algumas sentenças abertas estão associadas para Nn∈ tal
que an ≥ para algum Na∈ . Assim para esse tipo de sentenças
temos o seguinte resultado
Teorema 1.2 (Prova por indução matemática). Seja a )(nP
sentença aberta para todo an ≥ , com Na∈ . Suponha que:
i) )(aP é verdadeira, e.
ii) Se a validez de )(nP implicar na validez de )1( +nP ,
para an ≥
Então )(nP é válida para todo número natural an ≥ .
Demonstração: Considere o seguinte conjunto
{ )1( −+=∈= amnPNmX é verdadeira }
X∈1 , pois )(aP é verdadeira. Suponha agora que Xm∈ , isto
é, )1( −+= amnP é verdadeira, com isto garantimos a validez
de )111( −++=+ amnP para an ≥ , logo Xm ∈+1 . Assim pelo
Princípio da indução matemática temos que NX = , assim
aamnaamm ≥−+=⇒+≥+⇒≥ 111 . Portanto )(nP é válida
para todo an ≥ . C.Q.D.
Exemplos:
a) :)(nP 212 nn ≤+ , para todo 3≥n .
:)3(P 87213.2 3 ≤⇔≤+ , é verdade.
Suponhamos válida )(nP , ou seja, 212 nn ≤+ , para todo 3≥n . (H.I)
Provaremos validez )1( +nP , isto é.
12
2)1(1)1(2 +≤++ nn , para todo 3≥n . (Tese)
Com efeito: Temos que
2121)1(2 ++=++ nn 22 +≤ n . Aceitando o fato de que
122 +≤ n , logo
.)1(1221)1(2 222 ==++≤+≤++ nnnnn
Portanto a sentença )(nP é valida para todo 3≥n .
b) :)(nP 22 )1(2 +> nn , para todo 3≥n .
:)3(P 1618)13(3.2 22 >⇔+> , é verdade.
Suponhamos válida )(nP , ou seja, 22 )1(2 +> nn , para todo 3≥n . (H.I)
Provaremos validez )1( +nP , isto é. 22 )2()1(2 +>+ nn , para todo 3≥n . (Tese)
Com efeito: Temos que
242)12(2)1(2 222 ++=++=+ nnnnn . Por hipótese 22 )1(2 +> nn , assim
3624)1()1(2 222 ++=+++>+ nnnnn . Aceitando o fato de que
4436 +>+ nn , temos que
.)2(4436)1(2 2222 +=++>++>+ nnnnnn
Portanto a sentença )(nP é valida para todo 3≥n .
Teorema 1.3 (Princípio da Boa Ordem). Todo subconjunto não
vazio NX ⊂ possui um menor elemento, isto é, existe Xa ∈ ,
tal que xa ≤ Xx∈∀ .
Demonstração: Segue-se do Princípio da indução matemática
(Vide, por exemplo, LIMA, E. L. “Análise Real”, Vol. 1.).
C.Q.D.
Demonstra-se também o Princípio da indução matemática
através do Princípio da Boa Ordem.
13
EXERCÍCIOS
1. 13 + 23 + 33 + ... + n 3 = (n 2/4).(n +1)2, ∀ n ≥ 1 2. 1 + 4 + 7 + ... + (3 n -2) = (n /2).(3 n -1), ∀ n ≥ 1
3. 13 + 33 + 53 + ... + (2 n -1)3 = n 2(2 n 2-1), ∀ n ≥ 1
4. 1.1! + 2.2! + 3.3! + ... + n. n! = (n + 1)! - 1, ∀ n ≥ 1
5. 2n > n 2, ∀ n > 4;
6. 2n > n 3, ∀ n ≥ 10;
7. n! > 3n, ∀ n ≥ 7.
8. 1 2 3 2 3 4 3 4 5 ... ( 1)( 2)n n n⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ + + + +
( 1)( 2)( 3)4
n n n n+ + += , 1n ≥ .
9. 1 1 1 1...1 3 3 5 5 7 (2 1)(2 1) 2 1
nn n n
+ + + + =⋅ ⋅ ⋅ − + +
, 1n ≥ .
10. Se nm ≤ e mn ≤ , prove que nm = . 11. Seja }1|{ +<<∈= nxnNxA com Nn∈ . Prove que A é vazio.
14
15
SUMÁRIO UNIDADE 2: Conjunto dos números inteiros
2.1 Introdução
2.2 Operações: Adição, Subtração e Multiplicação
2.3 Relação de Ordem
2.4 Valor Absoluto ou Módulo
2.5 Princípio do menor inteiro
2.6 Princípio da Indução matemática em Z
2.7 Múltiplos e Divisores.
2.8 Máximo divisor Comum
2.9 Números Primos
2.10 Mínimo múltiplo comum
16
2 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS
2.1 Introdução
Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião do conjunto dos números naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o “zero”, cujo símbolo é 0 . Este conjunto é denotado pela letra Z (Zahlen=número em alemão). Este conjunto é definido por:
{ } },4,3.,2,1,0,1,2,3,4,{,,,4,3,2,1,0 ⋅⋅⋅++++−−−−⋅⋅⋅=⋅⋅⋅±⋅⋅⋅±±±±= nZ
Inteiros podem ser adicionados ou subtraídos, multiplicados e comparados. A principal razão para a existência dos números negativos é que tornou possível resolver todas as equações da forma:a + x = b para a incógnita x; nos números naturais apenas algumas destas equações eram solúveis.
Como foi definido o conjunto dos números inteiros, é óbvio que .ZN ⊂ A construção lógico formal dos números inteiros é feita
no apêndice I.
2.2 Adição e Multiplicação No conjunto dos números inteiros estão definidas as operações
adição e multiplicação as quais gozam das seguintes
propriedades que serão aceitas como verdades (axiomas).
Dados quaisquer Zcba ∈,, , temos:
1. Adição
a) cbacba ++=++ )()( (associativa)
b) abba +=+ (comutativa)
c) aa =+ 0 ( 0 é elemento neutro da adição )
d) 0)( =−+ aa ( a− é elemento simétrico da adição)
2. Multlipicação
a) cabbca )()( = (associativa)
b) baab = (comutativa)
c) aa =1 (1 é elemento neutro da adição )
Saiba mais em: 1) www.brasi
lescola.com/matematica/numeros-inteiros.htm
2) www.testonline.com.br/curprimos.htm
17
d) 00 =⇒= aab ou 0=b (lei do anulamento do produto)
e) 11 ±=⇒= aab e 1±=b
f) acabcba +=+ )( (a multiplicação é distributiva em
relação à adição) O conjunto que satisfaz as propriedades acima citada é
chamado de anel de integridade. Portanto o conjunto dos
números inteiros munidos da operação soma e
multiplicação é um anel de integridade.
Exemplo: Mostre que não existe Za ∈ tal que 12 =− aa . De
fato, de 1)1(12 =−⇒=− aaaa , por e) temos que 1±=a e
11 ±=−a , das duas equações conclui-se não pode existir
Za ∈ .
1.4. Relação de Ordem em Z A relação de ordem dos inteiros segue de maneira similar ao
do conjunto dos números naturais.
Definição: : Dados Zmn ∈, dizemos que m é menor do que n
(e escreve-se
nm < ) se existe Nr ∈ tal que rmn += .
Exemplo: 103 <− , pois 13310 +−= e 27 −<− , pois
572 +−=−
A relação de ordem nm < goza das seguintes propriedades:
a) Transitividade: Se nm < e pn < então pm < .
b) Tricotomia: Dados Nmn ∈, , só pode ocorrer uma, e somente
uma das alternativas: nm = , nm < ou mn < .
c) Monotonicidade: Se nm < então, para todo Np∈ , tem-se
pnpm +<+ e npmp < .
Demonstraremos a validez das três propriedades. Como já
foram provados os itens a) e b) na unidade anterior, faremos à
apenas a demonstração do item c).
18
Se nm < , existe Nr ∈ tal que rmn += , assim para todo
Np∈ , tem-se rpmpn ++=+ e rpmpnp += o que implica em
pnpm +<+ e npmp < . C.Q.D.
Podemos também trabalhar com seguinte relação de ordem:
Dados Zmn ∈, dizemos que m é menor ou igual do que n (e
escreve-se: nm ≤ ) se existe }0{∪∈Nr tal que rmn += .
Com essa relação de ordem é fácil verificar as seguintes
propriedades
a) Reflexiva: aa ≤ Za∈∀ .
b) Anti-simétrica: Se nm ≤ e mn ≤ então nm = .
c) Transitividade: Se nm ≤ e pn ≤ então pm ≤ .
Com relação < valem as seguintes regras de sinais:
i) Se n<0 e m<0 então mn<0 .
ii) Se n<0 e 0<m então 0<mn .
iii) Se 0<n e 0<m então mn<0 .
Isto é verdade devido o fato de que o produto de dois naturais
ainda ser um número natural .
2.4 Valor absoluto ou módulo Definição: Para todo Za ∈ , o valor absoluto ou módulo de a
(notação: a ) é definido por:
aa = se 0≥a e aa −= se 0<a .
Exemplos: 44 = , pois 04 ≥ ; 1)1(1 =−−=− , pois 01 <− .
Proposição 2.1 Seja Zba ∈, , então vale as seguintes
propriedades:
a) aaa ≤≤− ;
b) baab = ;
c) baba +≤+ .
19
Demonstração: a) Se aaaaaaa ≤≤−≤−⇒=⇒≥ 0 , e
aaaaaaa ≤−≤≤−⇒−=⇒< 0 . Então vale sempre que
aaa ≤≤− .
b) Se baabababba ==⇒≥⇒≥ 00, ; se 0≥a e 0<b , temos
que babaababab =−=−=⇒≤ )(0 ; caso análogo para 0<a
e 0≥b . Agora se 0<a e 0<b , temos que
babaababab =−−==⇒> ))((0 . Portanto vale sempre que
baab = ;
c) Por a) temos que aaa ≤≤− e bbb ≤≤− , somando as
duas desigualdades temos
bababa +≤+≤+− )( , com isto
baba +≤+ e baba +≤+− )( .
Se babababa +≤+=+⇒≥+ 0 . Agora Se
babababa +≤+−=+⇒<+ )(0 . Portanto, em ambos os
casos obtemos que baba +≤+ .
Exemplo: 1) Resolva a equação 21 =+a .
Solução: Da definição, temos que 11221 =⇒−=⇒=+ aaa
ou 312212)1( −=⇒−−=⇒−=+⇒=+− aaaa . Portanto o
conjunto solução é dado por }.3,1{ −=S
2) Resolva a desigualdade 21 <−a .
Solução: Da definição, temos que 31221 <⇒+<⇒<− aaa
ou 112212)1( −>⇒+−>⇒−>−⇒<−− aaaa . Portanto o
conjunto solução é dado por }.31|{ <<−∈= aZaS
3) Resolva a desigualdade 53 ≥+− a .
Solução: Da definição, temos que
223553 −≤⇒≥−⇒−≥−⇒≥+− aaaa ou
835535)3( ≥⇒+≥⇒≥−⇒≥+−− aaaa . Portanto o conjunto
solução é dado por 2|{ −≤∈= aZaS ou }.8≥a
20
4) Prove que baba +≤− .
Solução: .1)( bababababa +=−+=−+≤−+=−
2.5 Princípio do menor inteiro Definição: Um subconjunto A não vazio de Z é dito limitado
inferiormente de existe Za ∈ tal que xa ≤ , Ax∈∀ .
Exemplo: }3,2,1,0,1,2{ K−−=A , neste caso podemos ter
.2,3,4, −−−=Ka
Axioma (Princípio do menor inteiro): Se A é subconjunto não
vazio de Z limitado inferiormente, então existe Am ∈0 tal que
xm ≤0 , Ax∈∀ .
É fácil verificar que 0m é único, que é chamado de mínimo.
No exemplo anterior, temos que 20 −=m
2.6 Princípio de Indução em Z Anunciaremos dois princípio de indução, cuja as demonstrações são relativamente fácil de provar, partindo do pressuposto (axioma) acima.
Teorema 2.1 (Primeiro princípio de indução). Seja a )(nP
sentença aberta sobre an ≥ com Zn∈ . Seja Za ∈ e suponha
que:
i) )(aP é verdadeira, e
ii) Se a validez de )(nP implicar na validez de )1( +nP ,
para an ≥
Então )(nP é válida para todo número inteiro an ≥ .
Demonstração: A demonstração é similar do Teorema que
anunciaremos a seguir.
Teorema 2.2 (Prova por indução matemática). Seja a )(nP
sentença aberta sobre Z . Seja Za ∈ e suponha que:
21
i) )(aP é verdadeira, e
ii) Dado ar > , se )(nP é verdadeira para todo k tal
que rka <≤ , então )(rP é verdadeira.
Demonstração: Considere o seguinte conjunto
{ naZnA ≤∈= e )(nP é falsa }.
Mostraremos que A é vazio. Suponha que A não seja vazio,
como A limitado inferiormente, então existe Am ∈0 tal que
xm ≤0 , Ax∈∀ . Por i) am ≠0 , e sendo 0m o mínimo de A ,
então )(nP é verdadeira para todo n tal que 0mna <≤ . Assim
por ii) podemos concluir que )( 0mP é verdadeira. Absurdo,
portanto A é vazio. C.Q.D.
Exemplo:
:)(nP nn 21≤+ , para todo 0≥n .
:)0(P 11210 0 ≤⇔≤+ , é verdade.
Suponhamos válida )(nP , ou seja nn 21≤+ , para todo 0≥n . (H.I)
Provaremos validez )1( +nP , isto é 121)1( +≤++ nn , para todo 0≥n . (Tese)
Com efeito: Temos que
1)1( ++n 12 +≤ n . Aceitando o fato de que n≤0 , temos
.222121)1( 1+=+≤++≤++ nnnn nn
Portanto a sentença )(nP é valida para todo 0≥n .
2.7 Múltiplos e Divisores
Definição: Dado Za ∈ , denotaremos por )(aM o conjunto dos
múltiplos de a e definido por },3,2,,0{)( KaaaaM ±±±= . Desde
22
modo dizemos que m é múltiplo de a se existe Zk ∈ tal que
kam = .
Exemplo: },6,4,2,0{)2( K±±±=M e },15,10,5,0{)5( K±±±=M .
Podemos verificar que },20,10,0{)5()2( K±±=∩MM .
Proposição 2.2 Dado Za ∈ , então o conjunto )(aM é fechado
para as operações soma e produto, isto é, dados )(, 21 aMmm ∈
então )(21 aMmm ∈+ e )(21 aMmm ∈ .
Demonstração: Dados )(, 21 aMmm ∈ existem Zkk ∈21 , tais
que
akm 11 = e akm 22 = , daí akkmm )( 2121 +=+ e akkmm )( 2121 = . Portanto
)(21 aMmm ∈+ e )(21 aMmm ∈ . C.Q.D.
Definição: Dados Zba ∈, , dizemos que b divide a ou b divisor
a e que a divisível por b se existe Zk ∈ tal que kba = .
Notação ab | .
Exemplo: 1) 2 divide 10− , pois 2)5(10 −=− ,
2) 2− divide 6 , pois )2)(3(6 −−=
3) 4 divide 6 , pois não existe Zk ∈ tal que 46 k= .
Dado Za ∈ , denotaremos por )(aD o conjunto dos divisores
de.
Exemplo: }2,1{)2( ±±=D e }3,2,1{)6( ±±±=D . É fácil ver que
}2,1{)6()2( ±±=∩DD .
Proposição 2.3. Prove as seguintes afirmações:
i) aa | Za∈∀ diferente de zero; ii) Se ba | e ab | tal que Nba ∈, então ba = ;
iii) Se ba | e cb | então ca | ; iv) Se ba | e ca | então cybxa +| Zyx ∈∀ , .
23
Demonstração: i) aa | pois aa .1= .
ii) Se ba | e ab | tal que Nba ∈, existem Nkk ∈21 , tais que
akb 1= e bka 2= , daí bkkb )( 21= donde 11 2121 ==⇒= kkkk . Portanto
ba = .
iii) Se ba | e cb | então ca | existem Zkk ∈21 , tais que
akb 1= e bkc 2= , daí akkc )( 21= . Portanto ca | .
v) Se ba | e ca | então existem Zkk ∈21 , tais que
akb 1= e akc 2= , daí Zyx ∈∀ , temos que xakbx 1= e yakcy 2= donde aykxkcybx )( 21 +=+ Portanto cybxa +| .
C.Q.D.
Exemplo: Prove que 13|2 +n para todo 0≥n . Solução: :)0(P 21113|2 0 =+=+ é válida. Suponha :)(nP
13|2 +n seja válida. Provaremos que :)1( +nP 13|2 1 ++n é verdadeira. De fato, )13(3.213313.313 11 ++=+=+=++ nnnnn . Ora, como 2 divide a primeira parcela da última igualdade e 2divide a segunda parcela da última igualdade por hipótese de indução, logo 13|2 1 ++n . Teorema 2.3 (Algoritmo da Divisão ou de Euclides). Dados a
Za ∈ e Nb∈ . Então existem únicos Zrq ∈, tais que rqba += com .0 br <≤
Demonstração: Considere o seguinte conjunto
kbakbA <= |{ e Zk ∈ }.
(Existência:) É óbvio que A é limitado inferiormente. Resta-
nos mostrar que A é não vazio para podermos aplicar o
“Princípio do menor inteiro”. De fato, se 0≤a basta tomar 1=k
, daí Abab ∈⇒≥> 01. . Se 0>a e como 0>b temos
aabaababa >+≥+⇒≥+−+⇒≥−+ 1)1(0)1()1(0)1)(1( , assim
Aba ∈+ )1( . Logo em ambos os casos A é não vazio, e como A
limitado inferiormente, então pelo “Princípio do menor inteiro”,
existe Zq∈ tal que bqaqb )1( +<≤ ,onde bq )1( + é elemento
24
minimal de A . Agora pela relação de ordem em Z existe r tal
que rqba += com br <≤0 .
(Unicidade:) Suponha que existam Zrrqq ∈2121 ,,, com 21 qq ≠
e 21 rr ≠ tais que
11 rbqa += com .0 1 br <≤
22 rbqa += com .0 2 br <≤
Subtraindo as duas equações acima temos que
2121 )(0 rrbqq −+−= .
Podemos supor sem perda de generalidade que 12 rr > , assim
temos que
212112 )( qqbqqrr >⇒−=− , assim 1212 )( rbqqr +−= .
Sendo 01 ≥r e 121 ≥− qq , daí br ≥2 que um absurdo. Então
21 rr = e, consequentemente 21 qq = . C.Q.D.
Os números r e q são chamados de “resto” e “quociente”,
respectivamente. Quando 0=r , temos que b divide a .
Exemplos
a) 35=a e 6=b . Neste caso 56.535 += , onde 5=q e
5=r .
b) 7−=a e 2=b . Neste caso 12).4(7 +−=− , onde
4−=q e 1=r .
c) 27=a e 9=b . Neste caso 09.327 += , onde 3=q e
0=r .
Neste último exemplo, temos b divide a .
Observação: Para caso em que 2=b o algoritmo de Euclides
nos garante que podemos decompor o conjunto Z na união de
25
dois conjuntos conforme a figura abaixo
onde os elementos da forma Zkk ∈;2 são chamados de
números pares e da forma Zkk ∈+ ;12 são chamados de
números ímpares.
Exemplos: 1) Mostre que a soma e o produto de pares é ainda
par.
Solução: Sejam Zba ∈, números pares então existem da forma
Zkk ∈21; tais que 12ka = e 22kb = , assim
)(222 2121 kkkkba +=+=+ e )2(222 2121 kkkkab == .
Portanto, conclui-se que soma e produto de pares ainda são
pares
2) Mostre que aa +2 é numero par para todo Za ∈ .
Solução: Se ka 2= , então
)]12([2)12(2)1(2 +=+=+=+ kkkkaaaa é um número par.
Agora se ka 2= +1, então
)1)(12(2)22)(12()112)(12()1(2 ++=++=+++=+=+ kkkkkkaaaa é um número par. Portanto em ambos os casos temos um
número par.
3) Mostre que a é numero par se, somente se 2a é par.
12 +k
k2
Z
26
Solução: ( )⇒ Se ka 2= , então )2(2222 kkkka == é um
número par.
( )⇐ Suponha que a não seja par, isto é,
1)22(2144)12(12 222 ++=++=+=⇒+= kkkkaka , desde
modo 2a é ímpar, que um absurdo. Portanto a é par.
Para 3=b o algoritmo de Euclides nos garante que conjunto
Z pode ser escrito como união de três conjuntos da forma: ;3k
13 +k e Zkk ∈+ ;23 .
2.8 Máximo divisor comum
Definição: Dados Zba ∈, não nulos, dizemos que d “máximo
divisor comum” de a e b se:
i) 0>d .
ii) ad | e bd | .
iii) Se existe c tal que ac | e bc | então dc | .
Notação ),( bamdcd = .
Exemplo: 2)6,4( =mdc e 1)11,3( =mdc .
Fatos:
a) Se d e 1d máximos divisores comuns de a e b então 1dd =
. De fato, como
1| dd e dd |1 , e ambos são positivos então 1dd =
b) ),(),(),(),( bamdcbamdcbamdcbamdc −−=−=−= . Com efeito,
seja ),( bamdcd = e ),(1 bamdcd −= , e daí conclui-se que 1| dd
e dd |1 , e ambos são positivos então 1dd = . Os outros casos
as demonstrações são similares.
De a) mostrou-se a unicidade do máximo divisor comum. O
resultado abaixo garante a existência.
Proposição 2.4. Para todo Zba ∈, não nulos existe d máximo
divisor comum de a e b .
27
Demonstração: Por b) podemos supor sem perda de
generalidade 0>a e 0>b . Seja o subconjunto de números
inteiros |{ byaxA += Zyx ∈, }. Para ax = e by = , temos que
A possui elementos positivos. Seja d o menor elemento
positivo de A , mostraremos que d é o máximo divisor comum
de a e b .
i) É óbvio que 0>d .
ii) Como Ad∈ , existem Zyx ∈00 , tal que 00 byaxd += .
Aplicando o algoritmo de Euclides para a e d temos
que
rqda += com dr <≤0 .
Das duas últimas igualdades obtemos
qybqxarrbyaxqa )()1()( 0000 −+−=⇒++=
Segue-se que }0{∪∈ Ar , sendo dr <≤0 e d o menor
elemento positivo de A . Conclui-se que 0=r , daí
adqda |⇒= . De modo análogo, prova-se que bd | .
iii) Se ac | e bc | , como 00 byaxd += , então é claro que
dc | . C.Q.D.
Exemplos: 1) Mostre que 1)1,( =+aamdc para todo 0≠a e
1−≠a .
Solução: Seja )1,( += aamdcd , então ad | e
1|1)1(|1| daadad ⇒=−+⇒+ .
Logo 1=d .
1) Mostre que abamdc ≤),( para todo 1≥a .
Solução: Seja ),( bamdcd = , então ad | , como 1≥a , existe
1≥k tal que kda = . Como 1≥k e 0>d , temos que
akdd =≤ . Logo abamdc ≤),( .
2.9 Números primos
28
Definição: Um número Zp∈ não nulo, é chamado de “primo”
se:
i) 1±≠p .
ii) Os únicos divisores de p são 1± e p± .
Exemplo: 2 é primo, pois seus únicos divisores 1± e 2± . Os
divisores 1± e a± são chamados divisores triviais. Outros
primos 13,11,7,5,3 e 17 .
Se um número a não número primo, ele dito composto, ou seja,
existem pelos menos dois divisores não triviais, e neste caso,
podemos escrever bca = .
Observação: Quando 1),( =bamdc , dizemos que a e b são
“primos entre si”. Exemplo: 4 e 15 são primos entre si, pois
1)15,4( =mdc .
Corolário 2.1. Dois números a e b são primos entre si se, e
somente se existem Zyx ∈00 , tal que 001 byax += .
Demonstração: ( )⇒ Se 1),( =bamdc , segue da demonstração
da proposição anterior que existem Zyx ∈00 , tal que
001 byax += .
( )⇐ Suponha que 001 byax += . É claro que 01 > , a|1 e b|1 .
Agora seja 0>c tal que ac | e bc | então 1| 00 =+ byaxc , ou
seja, 1),( =bamdc .
Corolário 2.2: Dois números a e b inteiros não nulos, se
dbamdc =),( então 1),( =db
damdc .
Demonstração: Se dbamdc =),( existem Zyx ∈00 , tal que
0000 1 ydbx
dabyaxd +=⇒+= . Segue do corolário 1 que
1),( =db
damdc . C.Q.D.
29
Proposição 2.5 Seja p primo. Prove as seguintes afirmações:
a) Se abp | então ap | , ou bp | ;
b) Se naaap L21| então p divide algum dos ia .
Demonstração: a) Se p divide a ., então os únicos divisores
comuns de p e a são 1± , daí 1),( =apmdc , o que implica
existem Zyx ∈00 , tal que 00001 bpyabxbpyax +=⇒+= . Como
abp | e pp | , então bp | .
b) Exercício a cargo do leitor ( Faça por indução sobre n ).
C.Q.D. Exemplo: 1) Mostre que todo número primo é da forma 14 +k
ou 34 +k .
Solução: Pelo algoritmo de Euclides, aplicado ao número
Za ∈ e 4=b , temos que ,4ka = ,14 += ka ,24 += ka ou
.34 += ka O primeiro e terceiro casos representam números
compostos ( são múltiplo de 2 ). Assim restam apenas as
possibilidades 14 += ka ou .34 += ka
2.10 Mínimo múltiplo comum
Definição: Dados Zba ∈, não nulos, dizemos que m é
“mínimo múltiplo comum” de a e b se:
i) 0>m .
ii) ma | e mb | .
iii) Se existe c tal que ca | e cb | então cm | .
Notação ),( bammcm = .
Exemplo: 12)6,4( =mmc e 33)11,3( =mmc .
Fatos:
30
a) Se m e 1m mínimos múltiplos comuns de a e b então
1mm = . De fato, como 1| mm e mm |1 , e ambos são positivos
então 1mm = .
b) ),(),(),(),( bammcbammcbammcbammc −−=−=−= . Com efeito,
seja ),( bammcm = e ),(1 bammcm −= , e daí conclui-se que
1| mm e mm |1 , e ambos são positivos então 1mm = . Os outros
casos as demonstrações são similares.
De a) mostrou-se a unicidade do mínimo múltiplo comum. O
resultado abaixo garante a existência.
Proposição 2.6 Sejam Zba ∈, não nulos e ),( bamdcd = então
dba
m = é mínimo múltiplo comum de a e b .
Demonstração: Podemos supor sem perda de generalidade
que 0>a e 0>b .
i) É óbvio que 0>m .
ii) Como mdab
dba == , temos que ma | , pois ad | , bd | e
abd | . Analogamente prova-se que mb | .
iii) Seja 1m tal que 1| ma e 1| mb então existem Nsr ∈, tal que
bsarm ==1 , com isto
sdb
das
dbr
da |⇒= . Como s
da
db
damdc |1),( ⇒= . Assim t
das =
para algum Nt ∈ . Como mmmttdabbsm |11 ⇒=== . Portanto
m é mínimo múltiplo comum de a e b . C.Q.D.
Exemplos: 1) Ache os pares de números 0>a e 0>b tais
que 5),( =bamdc e
30),( =bammc .
31
Solução: Temos 150305),(),( =×=×= bammcbamdcab . Como
5532150 ×××==ab e 5),( =bamdc , temos que cada número
deve ter potência de 5 , daí as possibilidades são
30532 =××=a e 5=b , ou 1052 =×=a e 1553 =×=b .
2) Se 32 352 ××−=a e 353×=b . Calcule ),( bamdc e
).,( bammc
Solução: Pela definição de ),( bamdc ele deve ser o maior
divisor comum de a e b , daí 7553),( 2 =×=bamdc . Já o
),( bamdc ele ser ele deve ser o menor múltiplo comum de a e
b , daí 6750532),( 33 =××=bammc .
Proposição 2.7 Seja Za ∈ não nulo e 1±≠a . Então mínimo
do conjunto 1|{ >∈= xZxA e }| ax é número primo.
Demonstração: Como aa | e aa |− então um deles pertence
ao conjunto A , e mesmo é limitado inferiormente então existe
um elemento minimal Ap∈ . Agora se p não fosse primo então
existiria um divisor não trivial 0>q de p tal que pq <<1 .
Como ap | e aqpq || ⇒ , ou seja, Aq∈ , e isto é um absurdo
pois Ap∈ é elemento minimal. C.Q.D.
Teorema 2.2. (Teorema Fundamental da Aritmética) : Dado
Za ∈ , 1>a . Então existem r inteiros primos positivos
rppp ,,, 21 L de modo que rpppa L21= . Além disso, se
tivermos também sqqqa L21= , onde jq são números primos
positivos, então sr = , e cada ip é igual a um dos jq .
Demonstração: Usaremos o segundo Princípio de Indução.
Se 2=a , então a afirmação é verdadeira, pois 2 é primo
positivo. Suponhamos o teorema válido para todo Zb∈ tal que
ab <≤2 . A proposição anterior garante que existe um número
32
primo 01 >p tal que 111 | paaap =⇒ . Então se 11 =a ou 1a é
primo a conclusão é imediata, do contrario aa <≤ 12 , assim
por hipótese de indução temos que )2(21 ≥= rppa rL onde
0>ip e primos. Logo rpppa L21= .
Provaremos agora a unicidade da decomposição. Se
jssr qpqqqpqqqppp || 12112121 ⇒⇒= LLL para algum j tal
que sj ≤≤1 . Suponhamos 1=j , então 1111 | qpqp =⇒ pois os
mesmos são primos. Cancelando-os na igualdade inicial e
prosseguindo com o raciocínio, chega-se à unicidade da
decomposição. C.Q.D
Corolário 2.3. Dado Za ∈ não nulo e 1≠a . Então existem r
inteiros ( e únicos) primos positivos rppp ,,, 21 L de modo que
rpppa L21±= .
Demonstração: Temos que 1>a , logo pelo Teorema
Fundamental da Aritmética rpppa L21= e portanto
rpppa L21±= .
Na decomposição rpppa L21= conforme o Teorema
Fundamental da Aritmética não temos a garantia que os fatores
são distintos assim podemos escrever s
spppa αααL21
21=
onde rs ≤≤1 , ji pp ≠ sempre que ji ≠ e 1≥iα ( ),,2,1( si L= .
Assim , se
).,,2,1;0(|| 2121 sipppbab iis
s KL =≤≤⇒ αββββ
Sendo assim, cada iβ podem assumir os valores iα,,2.1,0 K ,
como temos s fatores, a análise combinatória nos garante que
números de divisores positivos de a ( denotado por )(ad ) é
dado por:
).1()1)(1()( 21 +++= sad ααα L
33
Exemplo: 1) Quantos divisores positivo tem o número 60=a .
Solução: Do Teorema Fundamental da Aritmética
53260 2 ××==a . Logo 12223)11)(11)(12()60( =××=+++=d ,
ou seja, 12 divisores.
EXERCÍCIOS
1. Mostre que 32n+7 é múltiplo de 8. 2. Mostre que 8 divide 34n-1 3. Demonstrar que a soma dos cubos de três números
naturais sucessivos é divisível por 9 4. Resolva as equações:
a) aa 25 =+ b) 1035 =−++ aa .
5. Resolva as desigualdades:
a) 362 +<− aa b) 132 >++− aa
6. Prove que bccaba −+−≤− para todo Zcba ∈,, .
7. Prove que baba −≤− para todo Zba ∈, . 8. Mostre que todo número primo é da forma 16 +k ou
56 +k .
9. Na divisão euclidiana de 110 por b o resto é 11. Ache os possíveis valores para b e q .
10. Na divisão euclidiana de a por b o quociente é 6. Ache
a e b sabendo que 30=− ba .
11. Seja a um número inteiro cujo resto da divisão por 8 é 6. Mostre que a divisível por 2.
12. Mostre que a soma de ímpares é par e o produto de
ímpares é ímpar. 13. Mostre que baba +++ 22 é numero par para todo
Zba ∈, .
34
14. Mostre que 33 ba − é múltiplo de 3 se, somente se, ba − é múltiplo de 3.
15. Seja a um número inteiro, mostre que resto da
divisão de 2a por 3 é 0 ou 1.
16. Seja a um número inteiro ímpar, mostre que resto da divisão de 2a por 4 é 1.
17. Ache os pares de números 0>a e 0>b tais que 6),( =bamdc e 20),( =bammc .
18. Se 752 2 ××=a e 33 532 ××=b . Calcule ),( bamdc e
).,( bammc
19. Mostre que ),(),( bamdcbamdc ≤ para todo Zba ∈, não nulos.
20. Se 1),( =bamdc . Prove que 1),( =+ bbamdc . 21. Encontre os valores possíveis de a de modo que
1)2,5( =−amdc .
22. Se que 13 −n é primo, mostre que 2=n ou 1−=n .
23. Quantos divisores positivos possui o número 105=a .
24. Calcule de o valor α , sabendo que 752 ××= αa e 40)( =ad .
25. Prove 2)( =ad se, somente se, a é primo.
26. Mostre que para todo natural 2>n pode ser escrito
mn k2= onde 0≥k e m é ímpar.
35
36
SUMÁRIO UNIDADE 3: Conjunto dos números racionais
3.1 Introdução
3.2. Operações: Adição e Multiplicação
3.3 Relação de Ordem 3.4 Valor Absoluto ou Módulo
3 CO
3.1 I O coo co
uma
zero
ondenúmresp ComZ é u A coestá
O e
relaç
Dess
class
racio
infin
Exem
repre
2) A
com
Solu
5 +n
ONJUNTO
Introdução
onjunto dosnjunto dos
a fração ba
o:
e *Z é conmeros a e bpectivamen
mo todo núum subcon
onstrução l feita no a
ssencial n
ção de igua
se modo,
ses de eq
onal. Pode
idade de fr
mplo: 1) 42
esentante
che uma fr
o denomi
ução: Temo
1603 ⇒=n
O DOS NÚM
o
s númeross números
, com a e
njunto dos b são cham
nte.
mero inteirnjunto de Q
ógico-formpêndice II.
uma fração
aldade
ba=
temos u
quivalência
emos, entã
rações, co
84
21
42
==
dessa infin
ração equi
nador seja
os que 2012
1608 ⇒=⇒ n
37
MEROS RA
s racionais,que podem
e b inteiro
números imados de
ro pode seQ.
mal do conj
o ba
é o p
annm⇔=
uma infinid
a), que rep
ão, escolh
mo exemp
2nn
==K
nidade de
ivalente à
a igual a 16
nn
53
53
02
==
20=⇒ n . D
ACIONAIS
, simbolizam ser escr
os quaisque
nteiros nãonumerado
er escrito n
unto dos n
par ordenad
.bmn =
dade de
presentam
her um re
plo aquela
*, Znnn
∈ ,
frações é
2012
cuja s
60.
nn
, assim
Donde 53nn
S
ado pela letritos na form
er e b dife
o nulos. Or e denom
a forma p/
números ra
do ),( ba e
frações (c
o mesmo
epresentan
que (amdc
, onde o
21
.
soma do nu
205203
=××
=
tra Q, é ma de
erente de
s inador,
/1, então
acionais
e a
chamada
o número
te dessa
1), =ba .
umerador
10060
= .
Saiba ma1)
2)
ais em: www.ipb.pt/~cmca/historia.pdf www.ciul.ul.pt/~ferferr/CF_novo_5.pdf
38
3) Ache uma fração equivalente à 1551
cuja diferença do
numerador com o denominador seja igual a 120.
Solução: Temos que nn
517
517
1551
== , assim
1012012120517 =⇒=⇒=− nnnn . Donde
50170
1051017
517
=××
=nn
.
4) Mostre que a fração Znnn
∈≠−− )2(
21 é irredutível é
irredutível.
Solução: Devemos mostrar 1)2,1( =−− nnmdc . Seja
)2,1( −−= nnmdcd , assim temos que 0>d , 1| −nd e 2| −nd .
Logo .11)2()1(| =⇒=−−− dnnd
3.2 Adição e Multiplicação
Definição: Sejam nma = e s
rb = elementos de Q. Chama-se
soma e multiplicação de a e b e indica-se por ba+ e ab
elementos de Q definidos da seguinte forma:
nsnrmsba +
=+ e nsmrab =
As operações adição e multiplicação acima definidas, são
justificadas no Apêndice II. Deste modo, nos limitaremos
apenas em citar suas propriedades fundamentais a fim de que
possamos ter uma estruturação inicial do conjunto dos
números racionais.
Dados quaisquer Zcba ∈,, , temos:
2. Adição
a) cbacba ++=++ )()( (associativa)
b) abba +=+ (comutativa)
39
c) Existe 0 tal que aa =+ 0 ( 0 é elemento neutro da
adição)
d) Existe a− tal que 0)( =−+ aa ( a− é elemento simétrico
da adição) 2. Multlipicação
e) cabbca )()( = (associativa)
f) baab = (comutativa)
g) Existe 1 tal que aa =1 (1 é elemento neutro do produto)
h) 00 =⇒= aab ou 0=b (lei do anulamento do produto)
i) Para todo 0≠a existe b tal que 1=ab e denota-se por
11 −== aa
b
j) acabcba +=+ )( (a multiplicação é distributiva em
relação à adição)
O conjunto que satisfaz as propriedades acima citada é
chamado de corpo. Portanto o conjunto dos números
racionais munidos da operação soma e multiplicação é um
corpo.
1) Mostre que elemento neutro do produto é único.
Solução: Suponha que exista outro elemento neutro do
produto , isto é, Q∈α tal que aa =α . Assim temos que
1.1 =α e αα =.1 , daí por f) 1=α . Portanto existe um único
elemento neutro do produto.
3.2 Relação de Ordem em Q
Dado nma = um número racional, temos que n
mnma
−−
== ,
desse modo podemos sempre considerar o denominador como
número positivo.
Por exemplo: 52
52 −
=−
=a .
40
Definição: Dados Qba ∈, dizemos que nma = é menor do que
srb = (e escreve-se ba < ) se nrms < .
Exemplo: 43
21< , pois 643241 <⇔×<× e 2
32<
− , pois
622312 <−⇔×<×− .
A relação de ordem ba < goza das seguintes propriedades:
a) Transitividade: Se ba < e cb < então ca < .
b) Tricotomia: Dados Qba ∈, só pode ocorrer uma, e somente
uma, das alternativas: ba = , ba < ou ab < .
c) Monotonicidade: Se ba < então, para todo Qc∈ com 0>c ,
tem-se cbca +<+ e bcca <. .
Demonstração: Sejam srb
nma == , e
utc = .
a) De ba < e cb < , temos que nrms < e tsru < (*), sendo
0,, >usn , podemos multiplicar a primeira desigualdade por u
e a segunda desigualdade por n em (*), daí unrums < e
ntsnru < (**). Assim, pela propriedade transitiva dos números
inteiros .cantumntsums <⇒<⇒< C.Q.D.
b) Exercício a cargo do leitor.
c) De ba < nrms <⇒ , como 00 >⇒>= tutc ,daí 0>tu .
Assim .)()()()( bcacusrt
numtnurtusmttunrtums <⇔<⇔<⇔<
Podemos também trabalhar com seguinte relação de ordem:
Dados Qba ∈, , dizemos que a é menor ou igual do que b (e
escreve-se ba ≤ ) se .nrms ≤
Com essa relação de ordem é fácil verificar as seguintes
propriedades
a) Reflexiva: aa ≤
b) Anti-simétrica: Se ba ≤ e ab ≤ então ba = .
41
c) Transitividade: Se ba ≤ e cb ≤ então ca ≤ .
Na relação < valem as seguintes regras de sinais:
i) Se a<0 e b<0 então ab<0 .
ii) Se a<0 e 0<b então 0<ab .
iii) Se 0<a e 0<b então ab<0 .
Demonstração: i) Seja nma = e
srb = . Como a<0 e b<0 ,
temos que m<0 e r<0 , como nsmr
sr
nmab =⋅= , segue-se que
ab<0 .
ii) e iii) Exercício a cargo do leitor.
Proposição 3.1 Sejam Qba ∈, , se ba < , existe Qc∈ tal que
bca << .
Demonstração: Considere 2
bac += , é óbvio que Qc∈ . Resta
provar que bca << . De fato, como
cbaabaabaaaba =+
<⇔+<⇔+<+⇔<2
2 e de modo
análogo, como
bcbabbabbbabbbaba <=+
⇔<+⇔+<+⇔+<+⇔<2
2 .
C. Q. D.
Corolário 3.1 O conjunto }0|{ >∈= aQaA não possui mínimo.
Demonstração: De fato, como 0>a , pela proposição acima
temos que 021
>> aa . Daí, A não possui mínimo. C.Q.D
42
1.4. Valor absoluto ou módulo Definição: Para todo Qa∈ , o valor absoluto ou módulo de a
(notação: a ) é definido por:
aa = se 0≥a e aa −= se 0<a .
Exemplos: 44 = , pois 04 ≥ ; 1)1(1 =−−=− , pois 01 <− .
Proposição 3.2 Seja Qba ∈, , então valem as seguintes
propriedades:
a) aaa ≤≤− ;
b) baab = ;
c) baba +≤+ .
d) Se 0≠a , então 11 −− = aa .
Demonstração: a) Se aaaaaaa ≤≤−≤−⇒=⇒≥ 0 , e
aaaaaaa ≤−≤≤−⇒−=⇒< 0 . Então vale sempre que
aaa ≤≤− .
b) Se baabababba ==⇒≥⇒≥ 00, ; se 0≥a e 0<b , temos
que babaababab =−=−=⇒≤ )(0 ; caso análogo para 0<a
e 0≥b . Agora se 0<a e 0<b , temos que
babaababab =−−==⇒> ))((0 . Portanto vale sempre que
baab = ;
c) Por a) temos que aaa ≤≤− e bbb ≤≤− , somando as
duas desigualdades temos
bababa +≤+≤+− )( , com isto
baba +≤+ e baba +≤+− )(
43
e babababa +≤+=+⇒≥+ 0 . Agora se
babababa +≤+−=+⇒<+ )(0 . Portanto em ambos os
casos obtêm-se que baba +≤+ .
d) Se 0≠a , temos que 11111 11.1. −−−−− =⇒===⇒= aaaaaaaa . C.Q.D
Exemplo: 1) Resolva a equação 272 =−a .
Solução: Da definição, temos que
29722272 =⇒+=⇒=− aaa ou
257222722)72( =⇒+−=⇒−=−⇒=−− aaaa . Portanto o
conjunto solução é dado por }.25,
29{=S
2) Resolva a desigualdade 6112
<+a .
Solução: Da definição, temos que
1164
11266
112
<⇒−<⇒<+ aaa ou
1168
11266
1126)
112( −>⇒−−>⇒−>+⇒<+− aaaa . Portanto o
conjunto solução é dado por }.1164
1168|{ <<−∈= aQaS
3) Prove que bccaba −+−≤− .
Solução: .bccabccaba −+−≤−+−=− A última
desigualdade é devido à desigualdade triangular.
44
EXERCÍCIOS
1. Se Qa∈ mostre que Qna∈ e Qa n ∈ .Nn∈∀ 2. Se soma do numerador com do denominador de uma
fração nm é 30. Ache a fração
nm sabendo que a
mesma é equivalente à .4
11
3. Se diferença do numerador pelo denominador de uma
fração nm é 130. Ache a fração
nm sabendo que a
mesma é equivalente à 57 .
4. Se soma do numerador com o dobro do denominador
de uma fração nm é 10. Ache a fração
nm sabendo
que a mesma é equivalente à .31−
5. Se *ZZnm
ba
×∈= . Prove que:
nnm
bba ±=
±
6. Se ** ZZnm
ba
×∈= . Prove que .nm
nbma=
++
7. Se *** ZZZsr
nm
ba
××∈== . Prove que .sr
snbrma=
++++
8. Qual o valor da fração ?500015105
1000321++++++++
L
L e de
?5196334642
++++++++
L
L
9. Se Ncba ∈,, tais que ,c
baba
cab +
==−
qual o valor da
fração ?ba
45
10. Sejam Qcba ∈,, tais que bcac ≤ e 0>c . Prove que ba ≤
11. Seja Qa∈ . Se .00 1 >⇒> −aa
12. Seja Qa∈ . Se .110 1−<⇒<< aa
13. Seja Qba ∈, . Se .00 11 −− <<⇒<< abba
14. Seja Nba ∈, . Se .0 ba << Prove que existe um único
Nn∈ tal que .11
1nb
an
<≤+
15. Resolva as equações: 215 +=− aa e 1325 =−++ aa
.
16. Resolva as desigualdades:
a) 4562 +≤− aa b) 8322 >+−− aa
17. Prove que bccaba −+−≤− para todo Qcba ∈,, .
18. Prove que baba −≤− para todo Qba ∈, .
19. Se Qba ∈, , mostre que 022 =+ ba se, somente se,
0== ba .
20. Mostre que a fração Znn
n∈∀
−−
121 é irredutível.
21. Seja nm uma fração é irredutível. Se Zr∈ , prove que
,n
rnmrnm +
=+
é também irredutível.
46
47
SUMÁRIO Unidade 4: Conjunto dos números reais
4.1 Introdução
4.2 Operações: Adição e Multiplicação
4.3 Relação de Ordem
4.4 Valor Absoluto ou Módulo 4.5 Representação Decimal
48
4 Conjunto dos números reais
4.1 Introdução
Como já visto das unidades anteriores que a construção dos números inteiros foi suprir a necessidades de números negativos. Já a construção dos números racionais foi suprir a necessidades de números fracionários. Desde modo temos que o conjuntos dos números racionais contém conjuntos dos números inteiros e este contém o conjunto dos números naturais. Mesmo assim, com construção destes conjuntos numéricos, descobri-se que existem números que não podem
ser escrito da forma *ZZ
ba
×∈ . Ao conjunto destes números
foi denominado de conjuntos dos números irracionais.
A reunião dos números racionais com os irracionais foi denominado de conjuntos dos números reais. A construção lógico formal do conjunto dos números reais será feita no apêndice III.
4.2 Adição e Multiplicação
Definição: Sejam a e b elementos de R . Definem-se as
operações soma e multiplicação de a e b por ba+ e ab .
As operações adição e multiplicação acima definidas, são
justificadas no Apêndice III. Deste modo, nos limitaremos
apenas em citar suas propriedades fundamentais a fim de que
possamos ter uma estruturação inicial do conjunto dos
números racionais.
Dados quaisquer Rcba ∈,, , temos:
3. Adição
k) cbacba ++=++ )()( (associativa)
l) abba +=+ (comutativa)
m) Existe 0 tal que aa =+ 0 ( 0 é elemento neutro da
adição)
n) Existe a− tal que 0)( =−+ aa ( a− é elemento simétrico
da adição)
Saiba mais em: 1) www.ime.
usp.br/mat/206/textos/Reais.pdf
2) www.dme.ufcg.edu.br/sites_pessoais/professores/Marco/Dedekind.pdf
49
2. Multlipicação
a) cabbca )()( = (associativa)
b) baab = (comutativa)
c) Existe 1 tal que aa =1 (1 é elemento neutro do produto)
d) 00 =⇒= aab ou 0=b (lei do anulamento do produto)
e) Para todo 0≠a existe b tal que 1=ab e denota-se por
11 −== aa
b
f) acabcba +=+ )( (a multiplicação é distributiva em
relação à adição)
O conjunto que satisfaz as propriedades acima citadas é
chamado de corpo. Portanto o conjunto dos números reais
munidos da operação soma e multiplicação é um corpo.
Exemplos: 1) Prove que o elemento neutro da adição é único.
Solução: Suponha que exista 10 outro elemento neutro da
adição, assim:
0001 =+ e 11 000 =+ , logo 100 = .
2) Prove que 1)1)(1( =−− .
Solução: Temos que 01)1( =+− , multiplicado por )1(− ,
obtemos que ,0)1()1)(1()1(0)1(1)1)(1( =−+−−⇒−=−+−−
somando-se o simétrico aditivo de )1(− , que é 1 , na última
equação, ficaremos com
.1)1)(1(10)1)(1(101)1()1)(1( =−−⇒=+−−⇒+=+−+−−
3) Prove que xyyx =−− ))(( .
Solução: Temos que xx )1()( −=− e yy )1()( −=− assim:
.)1)(1()1()1())(( xyxyyxyx =−−=−−=−−
Da construção dos conjuntos numéricos temos a seguinte
ordem de inclusão:
.RQZN ⊂⊂⊂
Pela construção lógico-formal dos conjuntos acima citados,
tem-se que a inclusão .RQ ⊂ é própria, isto é, existem números
50
reais que não são racionais. O conjunto desses números é
chamado de conjunto dos números irracionais e denotado por
.. QRI −= Por exemplo, o número 2 é irracional. De fato, se
2 fosse racional, existiriam Qba ∈, tal que 2=ba , o qual
podemos supor 1),( =bamdc . Assim 2222 2)2()( baba
=⇒= ,
daí temos que 2a é par, e pelo exercício do capítulo II, conclui-
se que a é par, ou seja, ka 2= . Desde modo, temos que 2222222 2242)2( kbbkbak =⇒=⇒== , de modo análogo
conclui-se que b é par, que é um absurdo, pois 1),( =bamdc .
Portanto 2 é irracional. Temos também na história da
Matemática alguns números irracionais “famosos”, como por
exemplo: π e e. Mais detalhes ver:
1) www.insite.com.br/rodrigo/misc/math/pi.html;
2) www.obm.org.br/eureka/artigos/irracionais.doc.
4.3 Relação de Ordem em R Vamos considerar o subconjunto dos números reais
}0|{* >∈=+ aRaR
como sendo o subconjunto dos números reais positivos.
O subconjunto *+R satisfaz seguintes propriedades:
i) A soma e o produto de números reais positivos são positivos:
Ou seja, se **, ++ ∈+⇒∈ RbaRba e *. +∈ Rba .
ii) Dado Ra ∈ , só pode ocorrer exatamente uma seguintes
alternativas: ou 0=a , ou *+∈ Ra ou .*
+∈− Ra
Um corpo que possui um subconjunto que cumpre as duas
propriedades acima, diz-se ordenado. Neste caso o conjunto
dos números reais é ordenado.
51
Se indicarmos como }0|{* <∈=− aRaR como o conjunto
números negativos, então temos que 0* <⇒∈ − aRa . Logo, por
ii), .*+∈− Ra Deste modo, temos que }0{** ∪∪= −+ RRR .
Exemplo: 1) Prove que para todo Ra ∈ implica que .02 ≥a
Solução: Por ii), temos que 0=a , ou *+∈ Ra ou .*
+∈− Ra Se
000.00 2 ≥==⇒= aa , se 00. 2*2* ≥>⇒∈=⇒∈ ++ aRaaaRa ,
agora se .00).1()1( 2*2* ≥>⇒∈−−=⇒∈− ++ aRaaaRa Portanto
nos três casos, conclui-se que .02 ≥a
2) Prove que para todo }0{, * ∪∈ +Rba implica que abba≥
+2
.
Além disso, a igualdade ocorre se, e somente se, .ba =
Solução: Por i), temos que .
220)(2)(0)( 222 abbaabbabbaaba ≥
+⇒≥+⇒≥+−⇒≥−
Além disso, se aaaaaba .2
==+
⇒= . Agora se ocorre a
igualdade, então, da demonstração, temos que .0)( 2 bababa =⇒=⇒=−
3) Prove que para todo *+∈ Ra implica que 21
≥+a
a . Além
disso, a igualdade ocorre se, e somente se, .1=a
Solução: Por 2), 2112
11
2
1
≥+⇒≥+
⇒≥+
aaa
a
aaa
a. Além
disso, por 2), ,111 2 ±=⇒=⇒= aaa
a sendo que
.1* =⇒∈ + aRa
Definição: Dados Rba ∈, dizemos que a é menor do que b (e
escreve-se ba < ) se 0>− ab .
A relação de ordem ba < goza das seguintes propriedades:
a) Transitividade: Se ba < e cb < então ca < .
b) Tricotomia: Dados Rba ∈, , só pode ocorrer uma, e somente
uma, das alternativas: ba = , ba < ou ab < .
52
c) Monotonicidade: Se ba < então, para todo Rc∈ , tem-se
c.1) cbca +<+ ;
c.2) bcca <. se 0>c .
c.3) bcca >. se 0<c .
Demonstração: a) De ba < e cb < , temos que 0>− ab e
0>− bc , daí .00)()( caacabbc <⇒>−⇒>−+−
b) Dados RabRba ∈−⇒∈, , pela propriedade ii) só pode
ocorrer uma, e somente uma, das alternativas: ou 0=− ab ,ou
0>− ab ou 0<− ab . Da primeira opção, temos que ba = , da
segunda opção ab > e da terceira opção obtemos que ab < .
c.1) De ba < 0>−⇒ ab , assim
cacbcacb +>+⇒>+−+ 0)()( .
c.2) De ba < 0>−⇒ ab , como 0>c , temos que
.00)( acbcacbccab >⇒>−⇒>−
c.3) Exercício a cargo do leitor.
Assim, dados Qba ∈, , dizemos que a é menor ou igual do que
b (e escreve-se ba ≤ ) se ,0≥− ab ou seja, }.0{* ∪∈− +Rab
È fácil verificar as seguintes propriedades:
a) Reflexiva: aa ≤
b) Anti-simétrica: Se ba ≤ e ab ≤ então ba = .
c) Transitividade: Se ba ≤ e cb ≤ então ca ≤ .
Na relação < valem também as seguintes regras de sinais:
i) Se a<0 e b<0 então ab<0 .
ii) Se a<0 e 0<b então 0<ab .
iii) Se 0<a e 0<b então ab<0 .
A desigualdade abaixo é de grande importância na Matemática.
Exemplo: (Desigualdade de Bernoulli). Dado Ra ∈ tal que
a≤−1 então para todo Nn∈ , tem-se .1)1( naa n +≥+
Solução: Provaremos por indução sobre Nn∈ . )1(P , é válida,
pois aa +≥+ 1)1( . Suponhamos válida )(nP , isto é,
.1)1( naa n +≥+ Provaremos que )1( +nP , isto é,
53
.)1(1)1( 1 ana n ++≥+ + Com efeito, como ,011 ≥+⇒≤− aa
assim multiplicando a hipótese de indução por a+1 temos que 21 )1(1)1()1)(1()1)(1( naananaaaa nn +++≥+⇒++≥++ + ,
sendo 02 ≥na , segue-se que
.)1(1)1(1)1( 21 annaana n ++≥+++≥+ +
4.4 Valor absoluto ou módulo Definição: Para todo Ra ∈ , o valor absoluto ou módulo de a
(notação: a ) é definido por:
aa = se 0≥a e aa −= se 0<a .
Exemplos: 77 = , pois 07 ≥ ; πππ =−−=− )( , pois
0<− π .
Proposição 4.1 Seja Qba ∈, , então valem as seguintes
propriedades:
a) aaa ≤≤− ;
b) baab = ;
c) baba +≤+ .
d) Se 0≠a , então 11 −− = aa .
e) baba −≤− .
Demonstração: a) Se aaaaaaa ≤≤−≤−⇒=⇒≥ 0 , e
aaaaaaa ≤−≤≤−⇒−=⇒< 0 . Então vale sempre que
aaa ≤≤− .
b) Se baabababba ==⇒≥⇒≥ 00, ; se 0≥a e 0<b , temos
que babaababab =−=−=⇒≤ )(0 ; caso análogo para 0<a
e 0≥b . Agora se 0<a e 0<b , temos que
54
babaababab =−−==⇒> ))((0 . Portanto vale sempre que
baab = ;
c) Por a) temos que aaa ≤≤− e bbb ≤≤− , somando as
duas desigualdades temos
bababa +≤+≤+− )( , com isto
baba +≤+ e baba +≤+− )( ;
e babababa +≤+=+⇒≥+ 0 . Agora se
babababa +≤+−=+⇒<+ )(0 . Portanto, em ambos os
casos obtêm-se que baba +≤+ .
d) Se 0≠a , temos que 11111 11.1. −−−−− =⇒===⇒= aaaaaaaa .
e) Como ,)()( bababbaababababa −≤−⇒+−≤⇒−+=⇒−+=
de modo análogo .)( bababaababababab −−≥−⇒−≤−⇒+−≤⇒−+=
desde modo ,bababa −≤−≤−− assim por a) tem-se que
baba −≤− . C.Q.D.
Exemplo: 1) Resolva a equação 527 =−+− aa .
Solução: Da definição de 7−a , temos que 7−a = 7−a se
7≥a e )7(7 −−=− aa se 7<a . Por outro lado, da definição de
2−a , temos que 2−a = 2−a se 2≥a e )2(2 −−=− aa se
2<a . Sendo assim temos três possibilidades:
i) Se 2<a . Assim )7(7 −−=− aa e )2(2 −−=− aa , daí
242592527527 =⇒−=−⇒=+−⇒=+−+−⇒=−+− aaaaaaa. Como a solução não pertence à restrição, temos que o
primeiro conjunto solução .1 ∅=S
ii) Se .72 <≤ a Assim
.5552752)7(527 =⇒=−++−⇒=−+−−⇒=−+− aaaaaa Portanto o segundo conjunto solução é }.72|{2 <≤∈= aRaS
55
iii) Se .7≥a Assim
.714252752)7(527 =⇒=⇒=−+−⇒=−+−⇒=−+− aaaaaaaa Portanto o terceiro conjunto solução é }.7{3 =S Sendo a
solução geral a união dos três conjuntos soluções, conclui-se
que a solução geral é dada por }.72|{ ≤≤∈= aRaS
2) Resolva a desigualdade 632 <−++ aa .
Solução: Da definição de 2+a , temos 2+a se 2−≥a e
)2( +− a se 2−<a . Por outro lado, da definição de 3−a ,
temos 3−a se 3≥a e )3( −− a se 3<a . Sendo assim temos
três possibilidades:
i) Se 2−<a . Assim )2(2 +−=+ aa e )3(3 −−=− aa , daí
2552612632632 −>⇒<−⇒<+−⇒<+−−−⇒<−++ aaaaaaa
. Portanto, o primeiro conjunto solução é
}.225|{1 −<<−∈= aRaS
ii) Se .32 <≤− a Assim )2(2 +=+ aa e )3(3 −−=− aa , daí
.65632632 <⇒<+−+⇒<−++ aaaa Portanto o segundo
conjunto solução é }.32|{2 <≤−∈= aRaS
iii) Se .3≥a Assim )2(2 +=+ aa e )3(3 −=− aa , daí
.2772632632 <⇒<⇒<−++⇒<−++ aaaaaa Portanto o
terceiro conjunto solução é }.273|{3 <≤∈= aRaS Sendo a
solução geral a união dos três conjuntos soluções, conclui-se
que a solução geral é dada por }.27
25|{ <≤−∈= aRaS
4.5 Representação Decimal Com o objetivo de efetuar cálculos de forma mais eficiente com números reais usaremos sua representação decimal. Trabalharemos apenas com os números positivos, pois para
56
trabalhamos com os números negativos basta acrescentar o sinal de “menos”. Definição: A representação decimal de um número real α é dada por
,, 3210 LL naaaaa=α onde 0a é um número inteiro, e ,,,, 321 LL naaaa são dígitos, isto é, },9,,3,2,1,0{ L∈ia com .,,3,2,1 LL ni =
Exemplo: 1) 123,13 , 2) L121212,0 e 3) L14159265.3=π . Observamos que no exemplo 1) temos uma terminação finita.
Já nos exemplos 2) e 3) não temos terminação finita, mas há
uma diferenciação entre ambos, pois no exemplo 2) existe uma
repetição (periodicidade) dos dígitos.
Podemos supor sem perda generalidade que 0a é um número
inteiro não-negativo. A representação decimal de α como
soma de frações é da seguinte forma
.10101010 3
32
210 LL n
naaaaa ++++=α
A última reticência nos diz que temos uma soma de infinitas
parcelas. Desta forma podemos considerar aproximações de α
por números racionais da seguinte forma:
.10101010 3
32
210 n
nn
aaaaa L++++=α .)3,2,1,0( L=n .
Observe que ,00 αα ≤= a ,10
101 αα ≤+=
aa
αα ≤++= 221
02 1010aaa e de modo geral
.10101010 3
32
210 αα ≤++++= n
nn
aaaaa L .)3,2,1,0( L=n .
Desde modo, obtém-se uma seqüência não-decrescente de
número racionais )( nα tal que
ααααα LL ≤≤≤≤ n210 .
Da definição da soma de uma progressão geométrica (P.G.)
(mais detalhes ver apêndice IV), obtém-se a seguinte
estimativa nn
−≤−≤ 100 αα . Assim através do cálculo do “limite”
(mais detalhes ver referência 5.) temos que α é limite da
57
seqüência )( nα . Conclui-se que todo número real é limite de
seqüência de números racionais.
Analisaremos alguns casos especiais:
1) ,000, 3210 LL naaaaa=α então
nn
naaaaa
10101010 33
221
0 L++++=α é número racional.
Exemplo: .10
710
31019137,9 32 +++=
Para estudarmos os próximos dois casos vamos considerar
.00 =a
2) .,0 321321321 LLLL nnn aaaaaaaaaaaa=α Esta expressão
decimal é denominada de dízima periódica simples, de período
naaaa L321 . Exemplo: L999999999,0=α , L171717,0=α e
.123123123,0 L=α
Através da soma dos termos da P.G. infinita prova-se α possui
representação na forma de fração denominada de fração
geratriz.
Proposição 4.2 A fração geratriz de uma dízima periódica
simples é uma fração cujo numerador é o período e o
denominador é número formado por tantos noves quantos são
os algarismos do período.
Demonstração: Como já sabemos da existência da fração
geratriz, usaremos um método prático para sua obtenção.
Temos que
.,0 321321321 LLLL nnn aaaaaaaaaaaa=α
Multiplicando-se a expressão acima por .10n Logo
.,10 321321321321 LLLLL nnnnn aaaaaaaaaaaaaaaa=α
Assim
58
.9999110
)110( 321321321
L
LLL n
nn
nn aaaaaaaa
aaaa =⇔−
=⇔=− ααα
Sendo que no denominado da última igualdade aparecem o
dígito 9, n (quantidade de algarismos do período) vezes.
Calcule as frações geratrizes dos seguintes exemplos:
a) L999999999,0=α . Pelo método prático temos que
L999999999,910 =α . Logo
.199
11099)110( ==⇔−
=⇔=− ααα
b) L171717,0=α . Do mesmo modo, L171717,17102 =α . Logo
.9917
1101717)110( 2
2 =⇔−
=⇔=− ααα
c) .123123123,0 L=α De modo análogo, L123123,123103 =α .
Logo
.999123
110123123)110( 3
3 =⇔−
=⇔=− ααα
É claro que poderíamos aplicar o resultado (proposição acima)
direto para obter a fração geratriz de cada exemplo acima.
3) .,0 321321321 LLLL nnm bbbbbbbbaaaa=α Esta expressão
decimal é denominada de dízima periódica composta, de
período nbbbb L321 e parte não periódica maaaa L321 .
Exemplo: L1222222,0=α , L10171717,0=α e
.65645645645,0 L=α
Através da soma dos termos da P.G. infinita prova-se que α
possui representação na forma de fração denominada de
fração geratriz.
Proposição 4.3 A fração geratriz de uma dízima periódica
composta é uma fração cujo numerador é a parte não-periódica
seguido de um período menos a parte não-periódica e o
denominador é um número formado por tantos noves quantos
59
são os algarismos do período, seguidos de tantos zeros
quantos são os algarismos da parte não-periódica.
Demonstração: Do mesmo modo da proposição anterior
usaremos um método prático para obtenção da fração geratriz.
Temos que
LLLL nnm bbbbbbbbaaaa 321321321,0=α
Multiplicando-se a expressão acima por .10m Logo
.,10 321321321321 LLLLL nnnmm bbbbbbbbbbbbaaaa=α
Agora multiplicando a expressão acima por :10n
.,10 321321321321 LLLLL nnnmnm bbbbbbbbbbbbaaaa=+ α
Agora, subtraindo a última equação da penúltima, temos que
.)1010( 321321321 mnmmnm aaaabbbbaaaa LLL −=−+ α
Desde modo
)110(10321321321
−−
= nmmnm aaaabbbbaaaa LLL
α
Ou ainda,
321L43421 L
LLL
mn
mnm aaaabbbbaaaa0009999
321321321 −=α
Sendo que no denominador da última igualdade aparece o
dígito 9, n (quantidade de algarismos do período) vezes
seguido do dígito 0, m (quantidade de algarismos da parte
não-periódica) vezes.
Calcule as frações geratrizes dos seguintes exemplos:
a) L1222222,0=α . Pelo método prático temos que
L222222,110 =α e L22222,12102 =α . Logo
9011112)1010( 2 =⇔−=− αα .
b) L10171717,0=α . Do mesmo modo, L171717,10102 =α e
L171717,1017104 =α Logo.
60
.4950501
99001002
10101002101017)1010( 24
24 ==⇔−
=⇔−=− ααα
c) .65645645645,0 L=α De modo análogo,
L456456456,56102 =α e L456456456,56456105 =α . Logo
.999564
9990056400
1010564005656456)1010( 25
25 ==⇔−
=⇔−=− ααα
É claro que poderíamos aplicar o resultado (proposição acima)
direto para obter a fração geratriz de cada exemplo acima.
EXERCÍCIOS 1. Mostre o elemento simétrico da adição é único. 2. Mostre o elemento neutro da multiplicação é único.
3. Se }0{, −∈Rba , mostre que .)( 111 −−− = baab
4. Mostre que x
xxxxn
n
−−
=+++++
111
12 L para todo 1≠x
e para todo Nn∈ .
5. Mostre que x
xaaxaxaxan
n
−−
=+++++
1)1( 1
2 L para todo
1≠x e para todo Nn∈ . 6. Prove que 3 é irracional. 7. Mostre através de exemplo numérico que os conjuntos
números irracionais não fechado é em relação à adição e multiplicação, isto é, existem QRba −∈, tais que QRba −∉+ e QRab −∉ .
8. Se QRa −∈ e Qb∈ prove que QRba −∈+ .
9. Sejam QRba −∈, . Se Qba ∈+ prove que Qba ∈−
10. Sejam Rcba ∈,, tais que 0)()( 22 =+ bcac e 0>c .
Prove que 0== ba
61
11. Seja Ra ∈, . Mostre que .22
22 baba +≤
+
12. Seja Rba ∈, . Se .00 baba <<⇒<<
13. Seja Rba ∈, . Se .0 ba <≤ Prove que baba +≤+ .
14. Seja Rba ∈, . Mostre que .022 ≥++ baba
15. Resolva as equações:
a) 25 +=+− aa b) 2325 =−−+ aa .
16. Resolva as desigualdades:
a) 4562 +≤+− aaa b) aaa −>++− 832
17. Prove que se cbacba +≤⇒≤− para todo
Rcba ∈,, com .0≥c
18. Prove que nn aaaaaa KK ++≤+++ 2121 para todo Raaa n ∈,,, 21 K e para todo .Nn∈
19. Calcule a fração geratriz dos seguintes números reais:
a) ...333333333,0 b) ...3311111111,0 c) ..9191919191,0 d) ....771237777777,0
20. Calcule a fração geratriz de ba + onde ...133333333,0=a e ...121212,0=b .
62
Apêndice I Números Inteiros
Para formalizarmos a construção dos números inteiros inicialmente consideremos o conjunto NxN dos pares ordenados ( )ba, de números naturais. Motivados pelo fato de que, para cdba << , , temos
cbdadcba +=+⇔−=− , definimos ( ) ( ) xbyayxba +=+⇔≈ ,, . Não é difícil mostrar que a relação ≈ é reflexiva, simétrica e transitiva, sendo, portanto, uma relação de equivalência em NxN. Em virtude disto, NxN fica subdividido em classes de equivalência [ ]ba, de ordenados ( )ba, . Vamos, então, denominar número inteiro a cada uma destas classes de equivalência. Isto significa que [ ] [ ] ( ) ( ) cbdadcbadcba +=+⇔≈⇔= ,,,, . Usaremos o símbolo Z para representar o conjunto das classes de NxN, acima descrito, denominando-o de conjunto dos inteiros. Dados dois pares ordenados ( ) ( )dcba ,,, , definamos as operações adição e multiplicação através das igualdades:
( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )bcadbdacdcba
dbcadcba++=•
++=+,,,
,,,
É imediato verificarmos, então, o resultado seguinte. Proposição 1. Se ( ) ( )',', baba ≈ e ( ) ( )',', dcdc ≈ então ( ) ( )'','', dbcadbca ++≈++ . Demonstração: ( ) ( )( ) ( ) ''',',
''',',cddcdcdcabbababa+=+⇔≈+=+⇔≈
Adicionando as igualdades acima resulta '''' cdabdcba +++=+++
ou seja, ( ) ( ) ( ) ( )'''' cadbdbca +++=+++ o que significa ( ) ( )'','', dbcadbca ++≈++ Como queríamos mostrar. A proposição acima permite definir a operação adição no conjunto das classes [ ]ba, . Definição: Para dois elementos arbitrários [ ]ba, e [ ]dc, de Z, [ ] [ ] [ ]dbcadcba ++=+ ,,, .
63
Exemplo: [ ] [ ] [ ]11,89,72,1 =+ A subtração é, também, possível para qualquer par de elementos de Z. Proposição 2. Dados [ ]21,cc , [ ]∈21 , aa Z existe um único elemento de Z, [ ]21 , xx tal que [ ] [ ] [ ]212121 ,,, ccxxaa =+ . (1) O elemento [ ]21 , xx é representado por [ ] [ ]2121 ,, aacc − . Demonstração: A equação (1) é equivalente a [ ] [ ]212211 ,, ccxaxa =++ , ou seja, ( ) ( )212211 ,, ccxaxa ≈++ , o que equivale a 122211 caxcax ++=++ . A equação acima possui duas incógnitas 21 , xx e tem sempre solução em N, quaisquer que sejam 121 ,, caa e 2c . Com efeito, (i) Se 1221 caca +=+ , ( ) ( ) ( )0,0,, 21 ≈= hhxx Logo, [ ] [ ]0,0, 21 =xx . (ii) Se 1221 caca +<+ ( ) ( ) ( )( )( ) ( ) ( )( )0,,, 2112211221 cacahcacahxx +−+≈+−++= Assim, [ ] ( ) ( )[ ]0,, 211221 cacaxx +−+= . (iii) 2112 caca +<+
como queríamos mostrar. Procuremos, agora, definir uma multiplicação de elementos de Z. Vejamos, inicialmente, que, quando as subtrações são possíveis em N, temos ( )( ) ( ) ( )bcadbdacdcba +−+≈−− . Daí, porque teremos a seguinte definição: Definição: ( ) ( ) ( )bcadbdacdcba ++=• ,,, . Proposição 3: Se ( ) ( )',', baba ≈ , então, para todo par ordenado ( )dc, , ( ) ( ) ( ) ( )dcbadcba ,',',, •≈• Demonstração: (Exercício) Analogamente mostraríamos que se o par ( )dc, for substituído por um equivalente ( )',' dc também o produto será substituído por um par equivalente. Novamente aqui é, então, possível enunciar a Definição: Para cba ,, e ∈d N, [ ] [ ] [ ]bcadbdacdcba ++=• ,,, . Definidas a adição e a multiplicação em Z, enunciaremos uma propriedade útil para o que veremos adiante.
( ) ( ) ( )( )( ) ( ) ( )( )[ ] ( ) ( )[ ],,0,
,,0,,
122121
1221122121
cacaxxcacacacahhxx
+−+=+−+≈+−++=
64
Proposição 4: Dado um elemento [ ]∈ba, Z, podemos representá-lo, de modo único, por [ ] [ ]0,, cba = , ∈c N, [ ] [ ]cba ,0, = , ∈c N, 0≠c . Demonstração: Sabemos que, se as subtrações indicadas são possíveis em N, temos ( ) ( )cbcaba −−≈ ,, . Dado [ ]ba, , temos ba ≥ ou ba < . No primeiro caso, tomando bac −= , será [ ] [ ] [ ]0,0,, cbaba =−= . No segundo caso, fazendo abc −= , virá [ ] [ ] [ ]cabba ,0,0, =−= , como queríamos demonstrar. Temos, como conseqüência, que o conjunto Z dos números inteiros pode ser escritos como
[ ]{ } [ ]{ }0,,,0,0, ≠Ν∈∪Ν∈=Ζ ccccc . Representando os conjuntos acima, respectivamente por
+Ζ e −Ζ , teremos −+ ∪Ζ=Ζ Z . Os elementos de −Ζ são os inteiros negativos e os elementos de +Ζ são os elementos não-negativos. Nesta altura, a identificação do conjunto N com o conjunto +Ζ é feita de modo simples através da função
+Ζ→Ν:δ , definida por ( ) [ ]0,cc =δ . A função δ é injetiva e sobrejetiva. Além disso, ela preserva as operações em N e em +Ζ , de adição e de multiplicação. Mais precisamente, ( ) ( ) ( )dcdc δδδ +=+ . ( ) ( ) ( )dcdc δδδ .. = .
Admitindo a identificação acima, podemos, então, escrever Ζ⊂Ν . Se, convencionarmos, representar [ ] cc =0, e [ ] cc −=,0 , vem que { },...3,2,1,0,1,2,3..., −−−=Ζ .
65
Apêndice II Números Racionais
Definição 1: Dados os números inteiros 0,, ≠bba , dizemos que o inteiro x é o quociente de a por b , e representamos por
bax /= , se tivermos xba .= . É claro que nem sempre existe em Z o quociente de dois números. Por exemplo, não existe em Z o quociente 5/12 . Procuremos, então, construir um conjunto numérico que inclua, além dos inteiros, os quocientes de inteiros. Uma primeira observação é a de que podemos obter o mesmo quociente a partir de diferentes pares de inteiros. Assim, 311/334/12 == . Não é difícil ver que, se existem em Z os quocientes dcba // = então bcad = . Reciprocamente, se
bcad = , vemos que dcba // = . Desta forma, imitando a construção do conjunto Z a partir de N, deveremos tomar, no conjunto *ΖΖx de pares de inteiros com segunda componente não nula, a identificação: ( ) ( ) bcaddcba =⇔≅ ,, . Da definição acima segue-se, de imediato, que a relação “ ≅ ” é uma relação de equivalência em *ΖΖx . Segundo a relação “ ≅ ”, definida acima, a classe de equivalência de
qualquer elemento ( ) *, ΖΖ∈ xba , será representada por ( )_____
,ba ;
( ) ( ) ( ) ( ){ } ( ){ }bcadxdcdcbaxdcba =ΖΖ∈=≅ΖΖ∈= /,,,/,, **_____
No que se segue, representamos ( )_____
,ba pela fração ba .
Ou seja, ( )baba =
______
, .
O inteiro a é o numerador, b é o denominador. Exercício: Mostre que a relação “≅ ” acima é reflexiva, simétrica e transitiva, [Na transitividade será necessário usar a lei de cancelamento da multiplicação que é verdadeira em Z (Por quê?)]. Motivados pela soma e pela multiplicação de frações, pode-se definir as seguintes operações no conjunto *ΖΖx : ( ) ( ) ( )( )( ) ( )bdacdcba
bdbcaddcba,,.,
,,,,=
+=+
Proposição 1: (i) Se ( ) ( )',', baba ≅ e ( ) ( )',', dcdc ≅ , então ( ) ( )'','''', dbcbdabdbcad +=+ . (ii) Se ( ) ( )',', baba ≅ e ( ) ( )',', dcdc ≅ , então ( ) ( )'','', dbcabdac = . Prova: (Exercício)
66
A proposição acima nos permite definir, no conjunto das
classes de equivalência ba , as operações de adição e
multiplicação:
bdbcad
dc
ba +
=+ , bdac
dc
ba
=⋅ .
Cada uma das classes de equivalência ba é chamada
um número racional. O conjunto Q, dos números racionais, é, então, o conjunto das classes de equivalência de *ΖΖx com respeito à relação “≅ ”. O conjunto Q, assim construído, amplia o conjunto Z dos inteiros de modo que: (i) As operações ditas “inteiras” (adição, subtração e multiplicação), definidas em Q, fornecem o mesmo resultado das operações correspondentes em Z, quando os elementos de Q envolvidos são os elementos de Z. (ii) As propriedades formais das operações “inteiras” em Z são preservadas, quando estendidas às operações em Q.
(iii) Existem em Q o quociente de dois elementos ba e
dc , com
0≠c , pertencentes a Q. Para provar todas essas afirmações devemos, simplesmente, usar as definições adotadas. Algumas observações são úteis para esta tarefa. Observação 1: Todos os pares de forma ( ) *,0 ΖΖ∈ xh são equivalentes, com respeito à relação “ ≅ ”; com efeito, ( ) ( )kh ,0,0 ≅ , pois 0..0 hk = .
O número racional h0 é, portanto, o mesmo qualquer
que seja o inteiro não-nulo h . Ele é o racional zero. Mostraremos que é o elemento neutro da soma. Com efeito,
ba
hbha
bhbha
hba
==+
=+..0..0 .
Observação 2: Representemos por Q * o conjunto dos racionais excetuando o zero.
Definamos, então, o quociente de ∈ba Q por ∈
dc Q * ,
como sendo o racional yx tal que
dc
yx
ba
⋅= .
É fácil ver, então, que a operação de obtenção do quociente (chamada divisão) é sempre possível em Q x Q * . Observação 3: Se definirmos a função
→Z:φ Q
67
( )1xxx =φa
onde Q1 é o conjunto dos racionais de denominador igual a um, não é difícil provarmos que φ é uma função bijetora, e, além disso, preserva as operações em Z e Q, no sentido de que: ( ) ( )+=+ azba φφ Q ( )bφ ( ) ( ).. azba φφ = Q ( )bφ
onde usamos os símbolos +Z, • Z, +Q, • Q para representar as operações de adição e multiplicação em Z e em Q, respectivamente. A função φ permite-nos, assim, identificar Z com o
subconjunto Q1 ⊆
=
1a Q dos racionais de denominador igual a
1. . Desta maneira, o conjunto Q pode ser visto como uma ampliação do conjunto Z.
68
Apêndice IV
Seqüências: Progressões Aritméticas e Geométricas Neste apêndice introduziremos a definição de seqüência, e em especial, as denominadas de progressões aritméticas e progressões geométricas.
Definição: Uma Seqüência é uma função a dos conjuntos dos
números naturais (domínio) aos conjuntos dos números reais
(contradomínio) que associa a cada elemento Nn∈ a um
único elemento .Ran ∈ O elemento na é denominado o
n-ésimo termo da seqüência.
Notação: A notação que utilizaremos para nos referirmos às
seqüência, será apresentada como segue:
),,,,( 321 LL naaaaa = , ou Nnnaa ∈= )( ou simplesmente,
)( naa = .
Exemplos:
1. ),,10,9,8,7,6,5,4,3,2,1( LLna = ;
2. ),1,41,
31,1()1( LL
nna == ;
3. );,)1(,1,1,1,1,1,1( LL na −−−−=
4. ).,10
1,10
1,101()
101( 2 LL nna ==
Dentre as seqüências existem dois tipos que são muitos
especiais, denominadas de progressão aritmética e progressão
geométrica.
Progressão Aritmética (P.A) Definição: Uma Progressão Aritmética e uma seqüência
),,,,( 321 LL naaaa definida por raa nn +=+1 onde r é uma
constante chamada de razão da progressão.
69
Na progressão aritmética ),,,,( 321 LL naaaa tem-se que
raa += 12 , raraa 2123 +=+= , raraa 3134 +=+= , desde
modo obtemos que nraan +=+ 11 para todo .Nn∈
A fórmula acima pode ser provada por indução sobre .Nn∈ O exemplo 1) de seqüência é uma P.A de razão 1. Outro exemplo de P.A é seqüência ),8,6,4,2,0( L−−−−=a onde a razão é -2. A soma dos n primeiros termos de uma P.A é dada pela fórmula
2)( 1 naa
S nn
+= para todo .Nn∈
A dedução da fórmula acima fica a cargo do leitor (sugestão: Prove por indução sobre n). Na seqüência
),,10,9,8,7,6,5,4,3,2,1( LLna = a n primeiros termos é dada por
2)1( nnSn
+= , por exemplo para n=100 temos que
50502
100)1001(100 =
+=S . Um fato interresante que a soma dos
infinitos termos de P.A. é sempre divergente, isto é, infinito (∞+ ) ou “menos” infinito ( ∞− ).
Progressão Geométrica (P.G) Definição: Uma Progressão Geométrica e uma seqüência
),,,,( 321 LL naaaa definida por qaa nn =+1 onde q é uma
constante chamada de razão da progressão.
Na progressão aritmética ),,,,( 321 LL naaaa tem-se que
qaa 12 = , 2123 qaqaa == , 3
134 qaqaa == , desde modo obtemos
que n
n qaa 11 =+ para todo .Nn∈
A fórmula acima pode ser provada por indução sobre .Nn∈ O exemplos 3) e 4) de seqüência são P.G de razão -1 e
101 ,
respectivamente. A soma dos n primeiros termos de uma P.G é dada pela fórmula
1)1(1
−−
=qqaS
n
n para todo .Nn∈
A dedução da fórmula acima fica a cargo do leitor (sugestão:
Prove por indução sobre n). Na seqüência
70
),10
1,10
1,101( 2 LL na = a n primeiros termos é dada por
910
11
1101
)110
1(101
nn
nS−
=−
−= , por exemplo para n=3 temos que
111,01000111
91000
113 ==
−=S . Um fato interresante que a soma
dos infinitos termos de P.G. pode ser convergente, isto é, ser
finito, cujo o valor é dado por
qaSS n
n −==
+∞→ 11lim ,
desde que 1<q , pois 0lim =+∞→
n
nq ( para mais detalhes ver
referência 5.). Assim para a P.G acima temos que
91
1011
101
=−
=S .
71
Bibliografia
1. LIMA, E. L., CARVALHO, P. C. P., WAGNER, E e
MORGADO, A. C. A Matemática do Ensino Médio
– vol. 1. Coleção do Professor de Matemática:
Sociedade Brasileira de Matemática - SBM, 2006
2. DOMINGUES, H. H. e IEZZI, G., Álgebra Moderna,
São Paulo, Editora Atual, 1979.
3. DOMINGUES, H. H. Fundamentos de Aritmética,
São Paulo, Editora Atual, 1991.
4. HEFEZ, Abramo. Curso de Álgebra – vol. 1.
Coleção Matemática Universitária: Instituto Nacional
de Matemática Pura e Aplicada – IMPA, CNPq, Rio
de Janeiro, 1993.
5. LIMA, ELON LAGES. Curso de Análise – vol. 1.
Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada –
IMPA, CNPq, Rio de Janeiro, 1976.
6. www.obm.org.br/eureka/artigos/irracionais.doc
7. www.insite.com.br/rodrigo/misc/math/pi.html.
8. www-groups.dcs.st-
and.ac.uk/~history/Biographies/Peano.html
9. www-groups.dcs.st-
and.ac.uk/~history/Biographies/Dedekind.html
Revista
www.revistaead.ufpi.br
Universidade Federal do Piauí
Interação
UFPIUFPIMECSEED
EaD
U A B
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