Apostila gestão de pessoas 2013

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APOSTILA DE GESTÃO DE PESSOAS Curso: Engenharia de Produção 7º período Prof. Eduardo Simões

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APOSTILA

DE

GESTÃO DE PESSOAS

Curso:

Engenharia de

Produção

7º período Prof. Eduardo Simões

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GESTÃO DE PESSOAS

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO À MODERNA GESTÃO DE PESSOAS

O Contexto da Gestão de Pessoas

O contexto da Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações. As pessoas

dependem das organizações onde trabalham para tingir os seus objetivos individuais e

pessoais. De outro lado, as organizações dependem direta e irremediavelmente das pessoas

para operar, produzir seus bens e serviços, atender clientes, competir nos mercados, e

atingir seus objetivos globais e estratégicos. Na verdade, cada uma das partes depende da

outra. Uma relação de mútua dependência na qual há benefícios recíprocos. As

organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e

cumprir suas missões. E para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas

podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo de tempo, esforço e conflito. As

organizações surgem para aproveitar a sinergia dos esforços de várias pessoas que

trabalham em conjunto. Termos como empregabilidade e empresabilidade são usados para

mostrar, de um lado, a capacidade das pessoas de conquistar e manter seus empregos e, de

outro, a capacidade das empresas para desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e

competitivas de seus membros.

Conceito de Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas é contingencial e situacional, pois dependem de vários aspectos como

a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as

características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os

processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes.

A Gestão de Pessoas de baseia em três aspectos fundamentais:

a) As pessoas como seres humanos: dotados de personalidade próprias, profundamente

diferentes entre si, com uma história particular e diferenciada, possuidores de

conhecimentos, habilidades, destrezas e capacidades indispensáveis à adequada gestão de

recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da

organização.

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b) As pessoas como ativadoras inteligentes de recursos organizacionais: como elementos

impulsionadores da organização e capazes de dotá-la de inteligência, talento e aprendizado

indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um mundo de mudanças e

desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não

como agentes passivos, inertes e estáticos.

c) As pessoas como parceiras da organização: capazes de conduzi-la a excelência e ao

sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização – como esforço,

dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos etc. – na expectativa de colher

retorno desses investimentos – como salários, incentivos financeiros, crescimento

profissional, carreira, etc. Qualquer investimento somente se justifica quando traz um

retorno razoável.

Portanto, Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir

os aspectos da posição gerencial relacionados com as pessoas ou recursos humanos,

incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho.

Objetivos da Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas deve contribuir para a eficácia organizacional através dos seguintes

meios:

a) Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão: Antigamente, a

ênfase era colocada no fazer corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos

aos funcionários e, assim, obter eficiência. O salto para a eficácia veio com a preocupação

ema atingir objetivos e resultados.

b) Proporcionar competitividade à organização: Isto significa saber empregar as habilidades

e capacidades da força de trabalho.

c) Proporcionar à organização empregados bem treinados e bem motivados: Dar

reconhecimento às pessoas e não apenas dar dinheiro é o que constitui o elemento básico da

motivação humana.

d) Aumentar a auto-atualização e a satisfação dos empregados no trabalho: Para que sejam

produtivos, os empregados devem sentir que o trabalho é adequado às suas capacidades e

que estão sendo tratados eqüitativamente.

e) Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho: QVT (Qualidade de Vida no

Trabalho) é um conceito que se refere aos aspectos da experiência do trabalho, como o

estilo de gerência, liberdade e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho

agradável, segurança no emprego, horas adequadas de trabalho e tarefas significativas.

f) Administrar a mudança: Saber lidar com as mudanças, pois estas se multiplicam

exponencialmente e cujas soluções impõe novas estratégias, programas, procedimentos e

soluções.

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g) Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável: Tanto as pessoas

como as organizações devem seguir padrões éticos e de responsabilidade social. A

responsabilidade social não é uma exigência feita somente às organizações, mas também,

principalmente, às pessoas que nelas trabalham.

Os Processos da Gestão de Pessoas

Os seis processos básicos da Gestão de pessoas são os seguintes:

1) Processos de Agregar Pessoas: são os processos utilizados para incluir novas

pessoas na empresa. Incluem recrutamento e seleção de pessoas.

2) Processos de Aplicar Pessoas: são os processos utilizados para desenhar as

atividades que pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu

desempenho. Inclui desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição

de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho.

3) Processos de Recompensar Pessoas: são os processos utilizados para incentivar as

pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem

recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais.

4) Processos de Desenvolver Pessoas: são os processos utilizados para capacitar e

incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal. Incluem treinamento e

desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças e desenvolvimento de

carreiras e programas de comunicação.

5) Processos de Manter Pessoas: são os processos utilizados para criar condições

ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem

administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção

de relações sindicais.

6) Processos de Monitorar Pessoas: são os processos utilizados para acompanhar e

controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e

sistemas de informações gerenciais.

A Estrutura do Órgão de Gestão de Pessoas

Antigamente, os órgãos de ARH (Administração de Recursos Humanos) eram estruturados

dentro do esquema de departamentalização funcional. A estrutura funcional privilegia a

especialização de cada órgão e a cooperação intradepartamental, mas produz conseqüências

indesejáveis como à subjetivação (os objetivos departamentais tornam-se mais importantes

que os objetivos globais e organizacionais), que funciona como uma força centrífuga de

esforços, e a enorme dificuldade de cooperação interdepartamental (os departamentos mais

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se separam e brigam do que cooperam entre si) que impede a visão sistêmica e a obtenção

de sinergia.

Com a abordagem sistêmica, a velha tradição cartesiana de dividir, segmentar e separar

foram substituídos por uma nova maneira de organizar a empresa. A ênfase agora está em

juntar e não mais em separar. O foco não está mais nas tarefas, mas nos processos. Não

mais em cargos individualizados, separados e confiados, mas no trabalho conjunto feito por

equipes autônomas e multidisciplinares. Os movimentos de reorganização empresarial,

como a reengenharia e o downsizing, provocaram a substituição da organização funcional

pela organização em rede de equipes voltadas para processos.

ARH - Administração de Recursos Humanos como

Responsabilidade de Linha e Função de Staff

Há um princípio básico em ARH (Administração de Recursos Humanos): gerir pessoas é

uma responsabilidade de linha e uma função de staff. Quem deve gerir as pessoas é o

próprio gerente, ou supervisor, ao qual elas estão subordinadas. Por esta razão, existe o

princípio da unidade de comando: cada pessoa deve ter apenas um gerente. A contrapartida

desse princípio é que cada gerente é o chefe único e exclusivo de seus subordinados. Para

que o gerente possa assumir com plena autonomia essa responsabilidade de gerir seu

pessoal, ele precisa receber assessoria e consultoria do órgão de ARH (Administração de

Recursos Humanos), que lhe proporciona os meios e serviços de apoio. Assim, gerir

pessoas é uma responsabilidade de cada gerente, que por sua vez deve receber orientação

do staff a respeito das políticas e procedimentos adotados pela organização.

Gradativamente, a área de ARH (Administração de Recursos Humanos) está deixando de

ser a prestadora de serviços especializados de recursos humanos, abandonando

paulatinamente suas operações burocráticas e se transformando cada vez mais em uma área

de consultoria interna para preparar e orientar os gerentes de nível médio para a nova

realidade. Estes passam a ser novos gestores de pessoal dentro das empresas, o que

significa que as decisões e ações com relação às pessoas passam a ser da alçada dos

gerentes e não mais uma exclusividade da área de ARH (Administração de Recursos

Humanos).

Quer saber mais? Leia:

1) Gestão de Pessoas – Idalberto Chiavenato – Editora Campus – 1999 – Capítulo1.

2) Como transformar RH (de um centro de despesa) em um centro de lucro - Idalberto

Chiavenato – Makron Books do Brasil. 1996 – Capítulo 2.

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CAPÍTULO 2

A GESTÃO DE PESSOAS EM UM AMBIENTE DINÂMICO E

COMPETITIVO

As Mudanças e Transformações no Cenário Mundial

O século XX trouxe grandes mudanças e transformações que influenciaram poderosamente

as organizações, a sua administração e o seu comportamento. Podemos visualizar ao longo

do século XX três eras organizacionais distintas: a era industrial clássica, a era industrial

neoclássica, e a era da informação. A visão das características de cada uma delas nos

permitirá compreender melhor as filosofias e as práticas para lidar com as pessoas que

participam das organizações.

Era da Industrialização Clássica

Este é o período logo após a Revolução Industrial e que se estendeu até meados de 1950,

cobrindo a primeira metade do século XX. Sua maior característica foi à intensificação do

fenômeno da industrialização em amplitude mundial e o surgimento dos países

desenvolvidos ou industrializados. Nesse período as empresas adotaram a estrutura

organizacional burocrática, caracterizada pelo formato piramidal e centralizador, com

ênfase na departamentalização funcional, na centralização das decisões no topo da

hierarquia, no estabelecimento de regras e regulamentos internos para disciplinar e

padronizar o comportamento das pessoas. O ambiente organizacional não oferecia desafios

devido ao alto grau de certeza quanto às mudanças externas, o que permitia que as

organizações se introvertessem e se preocupassem com problemas internos de produção. As

pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros recursos

organizacionais. Dentro dessa concepção, a administração das pessoas recebia a

denominação de Relações Industriais. Os cargos eram desenhados de maneira fixa e

definitiva para obter o máximo de eficiência do trabalho e os empregados deveria ajustar-se

a eles, tudo para servir à tecnologia e à organização.

Características da industrialização clássica:

- Muitos níveis hierárquicos e coordenação centralizada,

- Departamentalização funcional para assegurar especialização,

- Padrões rígidos de comunicação e cargos definitivos e limitados,

- Pequena capacidade de processamento da informação,

- Cargos individuais especializados com tarefas simples e repetitivas,

- Ênfase na eficiência da produção, no método e na rotina,

- Adequado para ambiente estável e imutável e tecnologia fixa e permanente,

- Nenhuma capacidade para mudança e inovação.

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Era da Industrialização Neoclássica

É o período que se estende entre as décadas de 1950 e 1990. Teve seu início logo após a

Segunda Guerra Mundial, quando o mundo começou a mudar mais rápida e intensamente.

As transações comerciais passaram da amplitude local para regional, de regional para

internacional, tornando-se cada vez mais intensas e menos previsíveis, acentuando a

competição entre as empresas. A visão sistêmica e multidisciplinar (holística) e o

relativismo tomam conta da teoria administrativa. As organizações tentaram novos modelos

estruturais para incentivar a inovação e o ajustamento às mutáveis condições externas. Com

a adoção da estrutura matricial, as organizações visavam conjugar a departamentalização

funcional com um esquema lateral de estrutura por produtos/serviços, a fim de proporcionar

características adicionais de inovação e dinamismo e alcançar maior competitividade.

Aos poucos, a cultura organizacional reinante nas empresas deixou de privilegiar as

tradições antigas e passadas e passou a concentrar-se no presente, fazendo com que o

conservantismo e a manutenção do status que cedessem lugar à inovação e mudança de

hábitos e de maneiras de pensar e agir. A velha concepção de Relações Industriais foi

substituída por uma nova maneira de administrar as pessoas, a qual recebeu o nome de

Administração de Recursos Humanos. Dos departamentos de Recursos Humanos

visualizavam as pessoas como recursos vivos e inteligentes e não mais como fatores inertes

de produção, RH como o mais importante recurso organizacional e fator determinante do

sucesso empresarial. A tecnologia passou por um incrível desenvolvimento e começou a

influenciar o comportamento das organizações e das pessoas que dela participavam.

Características da Era da Industrialização Neoclássica:

- Estrutura funcional acoplada e estrutura de Produtos/Serviços,

- Coordenação descentralizada sob dupla subordinação: autoridade funcional e autoridade

de projeto (produto/serviço),

- Padrões duplos de interação em cargos mutáveis e inovadores,

- Aumento da capacidade de processamento da informação,

- Cargos adequados para tarefas mais complexas e inovadoras,

- Ideal para ambiente instável e mutável e tecnologia mutável,

- Razoável capacidade para mudança e inovação.

Era da Informação

É o período que começou no início da década de 1990. Suas características principais são as

mudanças, que se tornaram rápidas, imprevistas, turbulentas e inesperadas. A informação

passou a cruzar o planeta em milésimos de segundos. A tecnologia da informação forneceu

as condições básicas para o surgimento da globalização da economia: a economia

internacional transformou-se em economia mundial e global. A competitividade tornou-se

intensa e complexa nas organizações. O capital financeiro deixou de ser o recurso mais

importante, cedendo lugar ao conhecimento. É a vez do conhecimento, do capital humano e

do capital intelectual. Tornar o conhecimento útil e produtivo passou a ser a maior

responsabilidade gerencial. Na era da informação, o emprego passou a migrar do setor

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industrial para o setor de serviços, e o trabalho manual foi substituído pelo trabalho mental,

indicando o caminho para uma era da pós-industrialização baseada no conhecimento e no

setor terciário. Em organizações mais expostas às mudanças ambientais, a estrutura

organizacional abandonou órgãos fixos e estáveis para se basear em equipes

multifuncionais de trabalho com atividades provisórias voltadas para missões específicas e

com objetivos definidos. Os escritórios com salas fechadas dão lugar a locais coletivos de

trabalho, enquanto funções de retaguarda são realizadas na casa dos funcionários, em uma

organização virtual interligada eletronicamente e sem papelório, trabalhando melhor, mais

inteligentemente e mais próxima do cliente. As pessoas – e seus conhecimentos e

habilidades mentais – passam a ser a principal base da nova organização. A antiga

Administração de Recursos Humanos cedeu lugar a uma nova abordagem: a Gestão de

Pessoas. Nesta nova concepção, as pessoas deixam de serem simples recursos (humanos)

organizacionais para serem abordadas como seres dotados de inteligência, personalidade,

conhecimentos, habilidades, destrezas, aspirações e percepções singulares. São os novos

parceiros da organização. A cultura organizacional recebe forte impacto do mundo exterior

e passa a privilegiar a mudança e a inovação com foco no futuro e no destino da

organização.

A tecnologia traz a oportunidade do que se convencionou chamar organização virtual ou

teletrabalho. Pessoas podem ter em casa sua home Office (escritório em casa), ligando-se às

empresas por meios eletrônicos. Sem dúvida, isto muda as relações de trabalho e conceitos

tão caros à administração com, por exemplo, o de controle e o de subordinação. Empresas

precisam, então, aprender a trabalhar com parceiros e a controlar, não mais pessoas e seu

tempo, mas resultados.

Em uma ambiente no qual a administração da mudança inclui a necessidade de administrar

surpresas, as empresas, freqüentemente, se vêem diante da necessidade de aprender com os

próprios erros. Essa capacidade de aprender continuamente tem identificado muitas

empresas como o que se convencionou chamar de learning organization (organização de

aprendizagem), organizações de aprendizagem.

Características da Era da Informação:

- Ênfase em equipes autônomas e não mais em órgãos ou departamentos,

- Elevada interdependência entre as redes internas de equipes,

- Organização, ágil, maleável, fluida, simples e inovadora,

- Intensa interação através de cargos autodefinidos e mutáveis,

- Cargos flexíveis e adequadas a tarefas complexas e variadas,

- Capacidade expandida de processamento da informação,

- Ênfase na mudança, na criatividade e na inovação,

- Ideal para ambiente mutável e dinâmico e tecnologia de ponta.

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As Preocupações das Organizações do futuro:

As organizações voltadas para o futuro e preocupadas com o destino estão sintonizadas

com os seguintes desafios:

- Globalização,

- Pessoas,

- Cliente,

- Produtos/Serviços,

- Conhecimento,

- Resultados,

- Tecnologia.

TEORIAS ADMINISTRATIVAS NA ERA DA INFORMAÇÃO

A NOVA ORIENTAÇÃO EM PLENA ERA DA INFORMAÇÃO

ASPECTOS ORGANIZACIONAIS ASPECTOS CULTURAIS

Redes internas de equipes e grupos Participação e envolvimento

Células de produção Comprometimento pessoal

Unidades estratégicas de negócios Orientação para o cliente ou usuário

Simplicidade e agilidade Focalização em metas e resultados

Organização e flexibilidade Melhoria contínua

Competitividade Comportamento ágil e proativo

Excelência Visão global e ação local

Adequação ao negócio e à missão Proximidade/intimidade com o cliente

Aprendizagem organizacional Mudança cultural e comportamental

Características de empresas bem sucedidas:

1) Propensão à ação: Contam com pessoas que fazem, tentam e também praticam

erros.

2) Proximidade com o cliente: Satisfação do cliente através da qualidade, serviço,

confiabilidade e inovação do produto. Vendas e serviços pós vendas são

intensamente valorizados. Os gerentes entram em contato com os clientes,

conhecem suas necessidades e aprendem com novas idéias.

3) Autonomia operacional e espírito empreendedor: Empresas como HP< 3M e IBM

dão plena liberdade aos campeões de idéias e aos grupos conjuntos e os encorajam a

assumir riscos e gerar novas idéias e produtos criativos.

4) Produtividade através das pessoas: Habilidade de trabalhar através de consenso,

motivação para facilitar a inovação e eficiência. Respeitar o indivíduo.

5) Orientação para valores: Senso de propósito. No Mc Donalds os quatro valores

principais são: qualidade, serviço, limpeza e valor.

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6) Focalização no negócio: A Boeing e a Intel foram reduzidas a uma simples linha de

produtos de aviação e circuitos integrados respectivamente. Elas fazem aquilo que

sabem fazer melhor. Detalhe: melhor do que ninguém.

7) Formato simples e staff enxuto: Pouco pessoal de assessoria e hierarquia vertical

compactada.

8) Controles simultaneamente soltos e apertados: Controle centralizado e apertado

somente para os valores básicos da companhia. No Mc Donalds, nenhuma exceção é

feita para os valores básicos de qualidade, serviço, limpeza e valor. Na IBM, a alta

direção não tolera nenhum desacordo com os valores culturais de respeito ao

indivíduo como ser humano. Já em outras áreas, os empregados são plenamente

livres para experimentar, inovar e assumir riscos de modo que possam ajudar a

organização a encontrar novos meios para atingir seus objetivos.

A Administração de Talentos e do Capital Intelectual

Na Era da Informação, as mudanças eu ocorrem nas empresas não são somente estruturais,

são, sobretudo, mudanças culturais e comportamentais transformando os papéis das pessoas

que delas participam. A ARH– Administração de Recursos Humanos assume então, uma

nova estrutura e adota novas posturas a fim de dinamizar intensamente as suas

potencialidades e contribuir para o sucesso da empresa.

As novas características da ARH – Administração de Recursos Humanos são:

- Gerenciamento de processos,

- Enxugamento e downsizing,

- Benchmarking e extroversão,

- Consultoria e visão estratégica,

- Inovação e mudança cultural,

- Ênfase nos objetivos e resultados,

- Busca da eficácia organizacional,

- Visão voltada para o futuro e para o destino,

- Assessorar na gestão com pessoas,

- Ajudar gerentes e equipes,

- Ênfase na liberdade e participação.

Dentro desse novo contexto cultural e estrutural, os gerentes passam a assumir novas

responsabilidades. E, para cumpri-las, devem aprender novas habilidades conceituais e

técnicas. Ao lado delas, os gerentes precisam desenvolver também habilidades humanas

para lidar com suas equipes de trabalho.

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As novas necessidades de ARH– Administração de Recursos Humanos pode ser assim

verificada:

- Uma nova visão de homem, de trabalho, da empresa,

- Estrutura plana, horizontalizada, enxuta, de poucos níveis hierárquicos,

- Organizações voltadas para processos e não para funções especializadas e

isoladas,

- Necessidade de atender ao usuário – interno ou externo – e, se possível,

encanta-lo,

- Sintonia com o ritmo e a natureza das mudanças ambientais,

- Visão voltada para o futuro e para o destino das empresas e das pessoas,

- Necessidade de criar valor e de agregar valor às pessoas, à empresa e ao

cliente,

- Criação de condições para uma administração participativa e baseada em

equipes,

- Agilidade, flexibilidade, dinamismos e proação,

- Compromisso com a qualidade e com a excelência de serviços

- Busca da inovação e da criatividade.

O mercado de trabalho fala muito de um profissional polivalente, ou seja, aquele

profissional que possa dar conta de várias situações do dia-a-dia da empresa. Diferente o

especialista e do generalista, surge o profissional com maior poder de resolução de

problemas: o Especialista Sistêmico.

O pensamento sistêmico não é contrário à especialização. Uma profissão ou uma

especialização em determinada função ganha força diante co especialista sistêmico. É com

se existissem três categorias: o generalista, o especialista, e o especialista sistêmico. O

primeiro tem uma visão superficial do todo, sabe um pouco de tudo e é muito simplista

diante dos problemas; o segundo aprendeu a fazer alguma coisa bem feita e sabe cada vez

mais de cada vez menos; o terceiro tem uma especialidade que sabe colocar a serviço do

todo, conseguindo através do pensamento sistêmico resultados sinérgicos de suas ações. O

pensamento sistêmico procura unir as partes para analisar um todo num contexto maior,

mais amplo e abrangente. O pensamento sistêmico fará com que o profissional, a equipe ou

a empresa consiga se relacionar com as diferentes áreas, não sendo simplista nas respostas e

soluções.

Desta forma, o especialista sistêmico, que possui esta linha de pensamento, terá maior

poder de análise, não se fechando apenas para sua área de especialização; Conseguirá,

portanto, realizar uma varredura de possibilidades, de complementaridade e de inter-

relações, resolvendo um determinado problema da empresa ou unindo forças para esta

resolução.

De forma mais filosófica, podemos conceber a visão compartilhada como mecanismo

propulsor, para pessoas da mesma organização atingir objetivos cooperativos em prol de

um bem comum. Diferente de uma idéia simples pode-se compara-la a uma força, uma

garra, à liga necessária para unir as pessoas a se dirigirem por um projeto, por um sonho até

a sua tangibilidade.

Page 12: Apostila gestão de pessoas 2013

Modelos Mentais

Os modelos mentais são crenças arraigadas durante o percurso de nossas vidas, que nos faz

agir, pensar e enxergar de formas distintas de outras pessoas. Duas pessoas diante de uma

mesma situação podem enxergar fatos totalmente diferentes conforme seus modelos

mentais. Ao dissertar sobre os modelos mentais, é necessário manter um equilíbrio entre a

indagação e a argumentação. É necessário misturar a argumentação com a indagação para

aprender-se algo, e favorecer uma aprendizagem corporativa. Quando apenas argumenta-se,

colocam-se somente as próprias crenças como únicas, e as defende até o fim, já que nosso

modelo mental parece ser verdadeiro. Ao passo, que se utiliza a indagação, oportunizam-se

os demais membros a darem suas opiniões, a contra-argumentarem e é, claro, a exporem

também seus modelos mentais. Em linhas gerais, os modelos mentais podem impedir de

enxergar outras possibilidades, impedindo diferentes atuações em um cenário.

Um profissional com Múltiplas Competências

O profissional polivalente possui uma visão sistêmica, e compartilha sua visão com os

membros da equipe e demais colaboradores da empresa, pois de nada adianta ter vasto

conhecimento, uma visão ampla sobre o mercado, produtos, serviços, etc., se tudo estiver

apenas em sua memória. Se assim ocorrer, esse profissional nunca poderá sair de férias, e a

empresa se vê dependente do cérebro dele. O que não significa que a empresa não deva

investir no desenvolvimento e na aprendizagem de seus profissionais, pois as empresas

progressistas sabem que seu grande capital está exatamente nas pessoas e não nos cofres.

Investir no conhecimento dos seus colaboradores é, portanto, fundamental para a empresa,

mas como retorno, ele necessita que essa aprendizagem seja revertida por meio de uma

visão compartilhada.

O profissional polivalente é aquele que se adapta perfeitamente ao meio em que paira o

pensamento sistêmico, a visão compartilhada e passa a ter um modelo mental que o

impulsiona pra o desenvolvimento de suas competências. E para tanto, que possa utilizar

todas as suas competências (espectro de competências = inteligências) para resolver os

múltiplos problemas que surgem constantemente no ambiente de uma empresa.

Downsizing

É uma expressão, emprestada da língua inglesa, que significa reduzir o tamanho de uma

organização, especialmente pela redução planejada do número de empregados e de níveis

hierárquicos, para reduzir custos e aumentar a flexibilidade e adaptabilidade da

organização. Esse procedimento pode trazer vantagens em relação a esse objetivo, mas, se

forem levados a extremos, pode causar problemas com a perda do espírito de equipe e de

pessoal experiente, que domina o conhecimento do negócio.

O downsizing não é um sistema de gestão, mas um projeto específico para diminuir custos,

aumentar a flexibilidade e agilidade da empresa e, em alguns casos, aumentar o foco de

negócios.

O downsizing, quando bem planejado e executado, traz benefícios indiscutíveis de curto

prazo: redução de custos, aumento da flexibilidade, maior rapidez na tomada de decisões,

comunicações mais fáceis e aumento da produtividade.

Page 13: Apostila gestão de pessoas 2013

Empowerment

O objetivo do empowerment ou empoderamento é transmitir responsabilidade e recursos

para todas as pessoas a fim de obter a sua energia criativa e intelectual, de modo que

possam mostrar a verdadeira liderança dentro de suas próprias esferas individuais de

competência, e também, ao mesmo tempo, ajudá-las a enfrentar os desafios globais de toda

a empresa. Empoderar é dar poder aos funcionários para aproveitar ao máximo o talento

coletivo.

Existem alguns princípios de fazer o empowerment das pessoas:

1- Dar às pessoas um trabalho que elas sintam importantes.

2- Dar às pessoas plena autoridade e responsabilidade, independência e autonomia em

suas tarefas e recursos.

3- Permitir que as pessoas tomassem decisões a respeito de seu trabalho.

4- Dar visibilidade às pessoas e proporcionar reconhecimento por seus esforços e

resultados.

5- Construir relacionamentos entre as pessoas, ligando-as com pessoas mais

importantes e apoiando-as através de líderes e impulsionadores.

6- Mover a informação em todos os níveis.

7- Pedir a opinião das pessoas a respeito dos assuntos de trabalho.

8- Acentuar a colaboração e o espírito de equipe.

9- Ajudar as pessoas empoderadas a empoderar às demais.

Quer saber mais? Leia:

Administração nos novos tempos. Idalberto Chiavenato. Campus, 1999, Capítulo 2.

Como transformar RH (de um centro de despesa) em um centro de lucro. Makron Books,

1996. Capítulo 4.

Desenvolvendo as Competências Profissionais. Nilbo Ribeiro Nogueira. 2001. Ed. Èriba.

Capítulo 3.

Gestão de Pessoas. Idalberto Chiavenato. Editora Campus. 1999. Capítulo 2.

Gerenciando Pessoas. Idalberto Chiavenato. Makron Books. 1992. Capítulo 3.

Revista HSM Management – Não seja um agente da mudança, seja um rebelde da

mudança. Maio/Jun 2001.

Revista HSM Management – A inovação e a empresa madura. Nov/Dez 2000.

Revista HSM Management – A base da pirâmide. Pg. 142/146. Mar/Abr 2000.

Page 14: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 3

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA GESTÃO DE

PESSOAS

Como sistemas abertos, as organizações operam através de mecanismos de cooperação e de

competição com outras organizações. A estratégia organizacional constitui o mecanismo

através do qual a organização interage com seu ambiente organizacional. A estratégia

define o comportamento da organização em um mundo mutável, dinâmico e competitivo. A

estratégia é condicionada pela missão organizacional, pela visão do futuro e dos objetivos

principais da organização. O único integrante racional e inteligente da estratégia

organizacional é o elemento humano: a cabeça e o sistema nervoso da organização.

Missão

A missão significa a razão da existência de uma organização. Significa a finalidade ou o

motivo pelo qual a organização foi criada e para o que ela deve servir. Uma definição da

missão organizacional deve responder três perguntas básicas: Quem somos nós? O que

fazemos? E por que fazemos o que fazemos? A missão serve para clarificar e comunicar os

objetivos, os valores básicos e a estratégia organizacional. A missão deve traduzir a

filosofia da organização, as quais envolvem os valores e crenças centrais que representam

os princípios básicos da organização que balizam a sua conduta ética, responsabilidade

social e suas respostas às necessidades do ambiente. É a missão que define a estratégia

organizacional e indica o caminho a ser seguido pela organização.

A missão agrega identidade e personalidade à organização. É dela que decorrem os valores

da organização que devem ser partilhados por todos os seus membros. Todos os membros

da organização precisam trabalhar juntos em prol da sustentação da missão. Quando todos

os trabalhadores conhecem a missão e os valores que norteiam seu trabalho, tudo fica mais

fácil de entender, inclusive saber qual o seu papel e como contribui eficazmente para a

organização.

Visão

Visão é a imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro. O termo

visão é utilizado para descrever um claro sentido do futuro e a compreensão das ações

necessárias para torná-lo rapidamente um sucesso. A visão torna-se importante, pois hoje

não se controlam mais as pessoas através de regras burocráticas e hierarquia de comando,

mas por meio do compromisso com a visão e os valores compartilhados.

A visão estabelece uma identidade comum quanto aos propósitos da organização para o

futuro, a fim de orientar o comportamento dos membros quanto ao destino que a

organização deseja construir e realizar. Alguns slogans de muitas grandes empresas quase

sempre traduzem alguns aspectos de sua visão. Para a Motorola: o que você pensava ser

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impossível. A Abril: faz parte de sua vida. A Microsoft: mais poder para quem trabalha.

Para a IBM: soluções para um mundo pequeno. Para a TAM: um estilo de voar. Para a

Volkswagen: você conhece, você confia.

A missão e a visão proporcionam os elementos para a definição dos objetivos e a

formulação da estratégia organizacional. A estratégia organizacional funciona como o meio

para realizar a missão e alcançar os objetivos organizacionais decorrentes da visão da

empresa.

Segue abaixo, os valores básicos de algumas organizações:

Sony:

- Elevar a cultura japonesa e o status nacional,

- Encorajar a habilidade individual e a criatividade,

- Ser pioneira, fazer o impossível e não seguir os outros,

Walt Disney:

- Criatividade, sonhos, e imaginação,

- Preservação da magia Disney,

- Atenção fanática à coerência e aos detalhes,

- Não-ceticismo.

Objetivos Organizacionais:

É um resultado desejado que se pretenda alcançar dentro de um determinado período de

tempo. Os objetivos devem atender simultaneamente a seis critérios:

1- Ser focalizados em um resultado,

2- Ser consistentes,

3- Ser específicos,

4- Ser mensuráveis,

5- Ser relacionados com um determinado período de tempo,

6- Ser alcançáveis.

Existem três tipos de objetivos:

1- Rotineiros – são os objetivos do cotidiano e que servem como padrões de

desempenho do dia-a-dia,

2- Inovadores – são os objetivos que incorporam ou agregam algo de novo à

organização.

3- De aperfeiçoamento – são os objetivos que servem para alavancar os atuais

resultados da organização no sentido de melhorar e incrementar aquilo que já existe.

Page 16: Apostila gestão de pessoas 2013

Estratégia Organizacional

A estratégia organizacional refere-se ao comportamento global e integrado da empresa em

relação ao ambiente que a circunda. Geralmente, envolve os seguintes aspectos

fundamentais:

1- É definida pelo nível institucional,

2- É projetada em longo prazo,

3- Envolve a empresa como uma totalidade,

4- É um mecanismo de aprendizagem organizacional.

A estratégia parte dos objetivos estratégicos da missão e da visão que se pretende realizar e

é balizada por dois tipos de análise. De um lado, a análise ambiental para verificar e

analisar as oportunidades que devem ser aproveitadas e as ameaças que devem ser

neutralizadas e evitadas. De outro lado, a análise organizacional para verificar e analisar

pontos fortes e fracos da empresa. É uma questão de saber ajustar-se às situações. A

estratégia precisa funcionar como um programa global para a consecução de objetivos

organizacionais e deve receber aprovação geral e ser capaz de motivar e envolver todos os

colaboradores da organização. Deve ser amplamente difundida e comunicada para servir

como fio condutor da ação organizacional.

Planejamento estratégico de RH

O planejamento estratégico de RH deve ser parte integrante do planejamento estratégico da

organização. O planejamento estratégico de RH refere-se à maneira como a função de RH

pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente favorecer

e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários.

O planejamento estratégico de RH é o processo de decisão quanto aos recursos humanos

necessários para atingir os objetivos organizacionais dentro de um determinado período de

tempo. Trata-se de definir antecipadamente qual a força de trabalho e os talentos humanos

necessários para a realização da ação organizacional futura.

As bases do planejamento de RH são: a demanda de trabalho e o fornecimento de trabalho.

Condições e respostas adequadas:

1- A demanda de trabalho excede a oferta de trabalho:

- Treinamento ou retreinamento,

- Planejamento de sucessões internas,

- Promoções de dentro da companhia,

- Recrutamento externo,

- Subcontratação de autônomos,

- Utilização de pessoal temporário ou em tempo parcial,

- Utilização de horas extras.

Page 17: Apostila gestão de pessoas 2013

2- A oferta de trabalho excede a demanda de trabalho:

- Cortes de salários,

- Horários reduzidos de trabalho,

- Compartilhamento de trabalho,

- Demissões voluntárias,

- Desligamentos.

3- A demanda de trabalho é igual à oferta de trabalho:

- Recolocação de desligados de dentro ou de fora da companhia,

- Transferências internas.

Modelos de Planejamento de RH

Para alcançar todo o seu potencial de realizações, as organizações precisam ter as pessoas

adequadas disponíveis para o trabalho a ser realizado. Isto requer um cuidadoso

planejamento de RH. Vejamos alguns deles:

Modelo Baseado na Procura Estimada do Produto ou Serviço

Baseia-se no conceito de que as necessidades de pessoal são uma variável dependente da

procura estimada do produto ou do serviço.

Modelo Baseado em Segmentos de Cargos

Consiste em:

a) Escolher um fator estratégico (como nível de vendas, volume de produção)

cujas variações afetam proporcionalmente as necessidades de pessoal.

b) Estabelecer os níveis históricos (passado) e futuros para cada fator

estratégico.

c) Determinar os níveis históricos da mão-de-obra para cada unidade.

d) Projetar os níveis futuros de mão-de-obra para cada unidade através da

correlação com a projeção dos níveis (históricos e futuros) do fator

estratégico correspondente.

Modelo de Substituição de Postos-Chave

Trata-se de uma representação visual de quem substitui quem ma eventualidade de alguma

vaga futura dentro da organização. Cada funcionário é classificado em três alternativas de

promovabilidade:

A: funcionário pronto para promoção imediata, B: funcionário que requer maior

experiência no cargo atual, C: funcionário com substituto já preparado.

Page 18: Apostila gestão de pessoas 2013

Além disso, o desempenho de cada funcionário é avaliado da seguinte maneira:

Desempenho excepcional, Desempenho satisfatório, Desempenho regular, Desempenho

fraco.

As futuras substituições dentro da organização dependem do status dos vários candidatos

internos. Esse status depende de duas variáveis: desempenho atual e promovabilidade. O

desempenho atual é obtido através das avaliações de desempenho, opiniões dos demais

gerentes, pares e subordinados. A promovabilidade futura é baseada no desempenho atual e

nas estimativas de sucesso futuro nas novas oportunidades.

Modelo Baseado no Fluxo de Pessoal

É um modelo que mapeia o fluxo das pessoas para dentro, através e para fora da

organização. A verificação histórica desse movimento de entradas, saídas, promoções e

transferências internas permitem uma predição em curto prazo das necessidades de pessoal

da organização.

Modelo de Planejamento Integrado

Levam em conta quatro fatores intervenientes, a saber:

a) Volume de produção planejado pela organização,

b) Mudanças tecnológicas dentro da organização que alterem a

produtividade do pessoal,

c) Condições de oferta e procura no mercado e comportamento da

clientela,

d) Planejamento de carreiras dentro da organização.

Na prática, o modelo integrado é um modelo sistêmico e abrangente de planejamento de

pessoal que permite um diagnóstico adequado para a tomada de decisões.

Quer saber mais? Leia:

Como transformar RH (de um centro de despesas) em um centro de lucro. Idalberto

Chiavenato. 1996. Makron Books. Capítulo 2.

Gestão de Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1999. Ed. Campus. Capítulo 3.

Gerenciando Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1992. Makron Books. Capítulo 1.

Fundamentos de Comportamento Organizacional. John R. Schermerhorn Jr. 1999.

Bookman. Capítulo1.

Comportamento Humano no Trabalho. Keith Davis. 1992. Pioneira. Vol. 1. Capítulo2.

Comportamento Humano nas Organizações. Roberto Kanaane. 1999. Atlas. Capítulo2.

Revista HSM Management. Abaixo do convencional. Pg. 112/120. Nov/Dez. 2000.

Page 19: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 4

ORIENTAÇÃO DAS PESSOAS

A orientação das pessoas é o primeiro passo para a sua adequada aplicação dentro das

diversas atividades da organização. Trata-se de posicionar as pessoas em suas atividades na

organização e esclarecer sue papel e objetivos. Todavia, de nada vale tentar orientar as

pessoas dentro da organização se a organização não sabe onde pretende ir. O importante é

saber para onde a organização está indo para tentar fazer com que as pessoas a ajudem em

sua trajetória. Conhecer a missão e a visão da organização é fundamental. E, sobretudo,

ajustar-se à sua cultura organizacional.

A Cultura Organizacional

A cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas,

valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros da organização. A

essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a

maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que

existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários

em relação à empresa. A cultura organizacional representa as normas informais e não-

escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e

que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais. A cultura precisa

estar alinhada juntamente com outros aspectos das decisões e ações da organização como

planejamento, organização, direção e controle para que se possa conhecer melhor a

organização.

Na verdade, a cultura é a maneira com que cada organização aprendeu a lidar com seu

ambiente e seus parceiros. São uma complexa mistura de pressuposições, crenças,

comportamentos, histórias, mitos, metáforas, e outras idéias que, tomadas juntas,

representam a maneira particular de uma organização funcionar e trabalhar. Por essa razão

existe uma cultura voltada para a segurança na DuPont, uma cultura de inovação da 3M,

uma cultura de qualidade da Toyota. As pessoas, em cada uma dessas organizações,

aprenderam uma maneira peculiar de lidar com uma variedade de assuntos relacionados

com a vida e com o cotidiano do trabalho.

Page 20: Apostila gestão de pessoas 2013

Componentes da Cultura Organizacional

A cultura se apresenta em três diferentes níveis: artefatos, valores compartilhados e

pressuposições básicas.

1- Artefatos: São as coisas concretas que cada vê, ouve e sente quando se depara com

uma organização. Incluem os produtos, serviços e os padrões de comportamento dos

membros de uma organização. Os símbolos, as histórias, os heróis, os lemas, as

cerimônias anuais são exemplos de artefatos.

2- Valores compartilhados: São os valores relevantes que se tornam importantes para

as pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem. Em muitas

culturas organizacionais os valores são criados originalmente pelos fundadores da

organização.

3- Pressuposições básicas: Sã as crenças inconscientes, percepções, sentimentos e

pressuposições dominantes nos quais as pessoas acreditam.

As organizações bem sucedidas estão adotando culturas não somente flexíveis, mas,

sobretudo sensitivas, para acomodar as diferenças sociais e culturais de seus funcionários,

principalmente quando elas atuam em termos globais e competitivos, espalhando-se por

várias partes do mundo.

Existem culturas organizacionais adaptativas e outras não-adaptativas. As primeiras se

caracterizam pela sua maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a inovação e a

mudança. As segundas, por sua rigidez, e são voltadas para a manutenção do status que e o

conservantismo. Apesar de que muitas vezes a necessidade de mudança se faz importante,

algum grau de estabilidade torna-se o pré-requisito para o sucesso em longo prazo da

organização. De um lado, a necessidade de mudança e adaptação para garantir a atualização

e modernização, e de outro, a necessidade de estabilidade e permanência para garantir a

identidade da organização.

A Socialização Organizacional

Dá-se o nome de socialização organizacional à maneira como a organização recebe os

novos funcionários e os integra à sua cultura, ao seu contexto e ao seu sistema para que eles

possam comportar-se de maneira adequada às expectativas da organização. O período

inicial do emprego constitui uma faz crucial de adaptação e desenvolvimento de um

relacionamento saudável entre o novo membro e a organização. Nesse período, cada uma

das partes aprende a ajustar-se à outra.

Vantagens do programa de orientação

O processo de orientação procura enviar mensagens claras e proporcionais a respeito da

cultura da organização, do cargo a ser ocupado e das expectativas em relação ao trabalho. O

programa de orientação visa alcançar os seguintes objetivos:

a. Reduzir a ansiedade das pessoas

b. Reduzir a rotatividade

c. Economizar tempo

Page 21: Apostila gestão de pessoas 2013

d. Para desenvolver expectativas realísticas: Através do

programa de orientação os novos funcionários ficam

sabendo o que deles se espera e quais os valores almejados

pela organização.

Repensando a Cultura Organizacional

A melhor maneira de se caracterizar a velha e ultrapassada cultura empresarial é a

abordagem utilizada por Mc Gregor no início da década de 1960. Para ele, a administração

das empresas está fortemente marcada pelos estilos com que os administradores dirigem o

comportamento das pessoas dentro de suas fronteiras. Existem duas concepções

diametralmente opostas de estilos de direção, ambas baseadas em concepções antagônicas a

cerca da natureza humana: a Teoria X e a Teoria Y. A primeira é denominada concepção

tradicional. A segunda é chamada de moderna.

As pressuposições da Teoria X:

- As pessoas são preguiçosas e indolentes,

- As pessoas evitam o trabalho e procuram o menor esforço possível,

- As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se sentirem mais seguras,

- As pessoas preferem ser controladas e dirigidas,

- As pessoas são ingênuas e sem iniciativa,

- As pessoas têm pouca imaginação e pouca ambição.

Para facilitar essa ação controladora da empresa, as atividades das pessoas devem ser

simplificadas, padronizadas e dirigidas em função dos objetivos e necessidades da empresa.

Como as pessoas esperam recompensas em curto prazo, a empresa utiliza incentivos

econômicos (como salários) proporcionando recompensas para o bom trabalho ou punições

para aquelas pessoas que não se dediquem suficientemente para a realização de sua tarefa.

As pressuposições da Teoria Y:

- As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer,

- O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar,

- As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios,

- As pessoas podem ser automotivadas e autodirigidas,

- As pessoas são criativas e competentes,

- A imaginação, a criatividade e a engenhosidade são comuns.

De acordo com a Teoria Y, a tarefa essencial da administração é criar condições

organizacionais e métodos de operação por meio dos quais as pessoas possam melhor

atingir os seus objetivos pessoais, dirigindo seus esforços em direção aos objetivos da

empresa.

O grande desafio para o gerente é passar gradativamente do Estilo X para o Estilo Y ao

longo do tempo. Há que se adaptar o comportamento das pessoas de forma gradual e

paulatina às aproximações sucessivas para se chegar ao Estilo Y.

Page 22: Apostila gestão de pessoas 2013

Um modelo Híbrido: A Teoria Z

Um modelo integrador de comportamento organizacional, proposto por William Ouchi,

oferece um exemplo útil da maneira pela qual as prescrições comportamentais para a

administração devem ser arroladas juntas com o ambiente organizacional. O modelo da

teoria Z adapta elementos do sistema da administração japonesa eficaz à força de trabalho

americana. Suas principais características são:

- Emprego em longo prazo,

- Carreiras não especializadas,

- Responsabilidade individual,

- Preocupação com a pessoa integral,

- Controle de sistemas menos formais,

- Consenso na tomada de decisões,

- Níveis mais lentos de promoção.

A noção central é a criação de um grupo industrial dentro de ambiente de trabalho estável,

onde as necessidades de afiliação do empregado, de independência e controle são atendidas

ao mesmo tempo em que as expectativas de alta qualidade da empresa são atingidas.

Os Sistemas de Administração de Pessoas

Para poder analisar e comparar as maneiras através das quais as organizações administram

os seus participantes, Likert adotou um interessante modelo comparativo ao qual deu o

nome de sistemas de administração. A ação administrativa pode assumir diferentes

características dependendo de certas condições internas e externas da empresa.

Segue, quadro com os quatro sistemas administrativos: VARIÁVEIS

COMPARATIVAS

SISTEMA 1

AUTORITÁRIO

COERCITIVO

SISTEMA 2

AUTORITÁRIO

BENEVOLENTE

SISTEMA 3

CONSULTIVO

SISTEMA 4

PARTICIPATIVO

Processo

Decisorial

Totalmente

centralizado na

cúpula da

organização que

monopoliza as

decisões.

Centralização na

cúpula, permitindo

pequena delegação de

decisões simples e

rotineiras.

Consulta aos níveis

inferiores, permitindo

delegação e

participação das

pessoas.

Totalmente

delegado e

descentralizado.

Cúpula define

políticas e controla

resultados.

Sistema de

Comunicações

Bastante precário.

Somente

comunicações

verticais

descendentes,

carregando

ordens.

Relativamente

precário,

prevalecendo às

comunicações

verticais descendentes

sobre as ascendentes.

O fluxo de

comunicações verticais

(ascendentes/descenden

tes) e horizontais é

facilitado.

As comunicações

são vitais para o

sucesso da empresa.

A informação é

totalmente

compartilhada.

Relações

Interpessoais

Contatos entre

pessoas provocam

desconfiança. A

organização

informal é vedada

e considerada

prejudicial.

Cargos e tarefas

confinam as

pessoas.

São toleradas com

alguma

condescendência. A

organização informal

é incipiente e

considerada como

uma ameaça à

empresa.

Relativa confiança é

depositada nas pessoas.

A empresa incentiva

uma organização

informal eficaz.

Trabalho em equipe ou

em grupos esporádicos.

O trabalho é

realizado em

equipes. Formação

de grupos informais

torna-se importante.

Confiança mútua,

participação e

envolvimento

grupal intenso.

Page 23: Apostila gestão de pessoas 2013

Sistemas de

Recompensas

Ênfase nas

punições e nas

medidas

disciplinares.

Obediência estrita

aos regulamentos

internos. Raras

recompensas (de

cunho meramente

salarial).

Ênfase nas punições e

medidas disciplinares,

mas com menor

arbitrariedade.

Recompensas

salariais mais

freqüentes.

Recompensas sociais

raras.

Ênfase nas

recompensas materiais

(principalmente

salários). Recompensas

sociais ocasionais.

Raras punições ou

castigos.

Ênfase nas

recompensas

sociais.

Recompensas

materiais e salariais

freqüentes.

Punições são raras

e, quando ocorrem,

são definidas pelos

grupos.

Os quatro sistemas administrativos permitem identificar as diferentes e gradativas

alternativas existentes para administrar as pessoas. De um lado, o Sistema 1 se refere ao

comportamento organizacional autoritário e autocrático, que lembra em muitos sentidos o

estilo da Teoria X. De outro lado, o Sistema 4, lembra o estilo da Teoria Y.

Quer saber mais? Leia:

Gestão de Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1999. Ed. Campus. Capítulo 6.

Gerenciando Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1992. Makron Books. Capítulo 2.

Fundamentos de Comportamento Organizacional. John R. Schermerhorn Jr. 1999.

Bookman. Capítulo2.

Comportamento Humano nas Organizações. Roberto Kanaane. 1999. Atlas. Capítulo2.

Comportamento Humano no Trabalho. Keith Davis. 1992. Pioneira. Vol. 1. Capítulo2.

Revista HSM Management. Gerenciamento B2E. Pg. 122/130. Mar/Abr. 2002.

Page 24: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 5

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E O NOVO

AMBIENTE DE TRABALHO

Apenas as organizações que dão ao cliente o que ele que r em termos de qualidade,

serviços e custos poderão prosperar nos atuais ambientes altamente competitivos de

trabalho. Essa é a era do gerenciamento da qualidade total, – que visa a garantir que

uma organização e todos os seus membros se comprometam com a alta qualidade,

melhora constante e satisfação do cliente. Um destaque importante do

comprometimento com a qualidade é a noção da melhora constante, isto é, tudo que é

feito no ambiente de trabalho deve ser constantemente avaliado por meio de duas

perguntas: (1) isto é necessário, (2) se for necessário, pode ser feito de uma forma

melhor?

As organizações estão mudando a verdadeira essência de fazer as coisas. A

reengenharia de processos repensa e radicalmente modifica os processos

organizacionais a fim de inovar e melhorar medidas críticas de desempenho, tais como

custo, qualidade, serviço e rapidez.

Ética e Comportamento Organizacional

A ética está relacionada com aspectos morais da atividade e do comportamento das

pessoas. A ética profissional é o comportamento moral na atividade administrativa e na

condução dos negócios da organização.

É o código de princípios e valores morais que regula o comportamento de uma

pessoa ou de um grupo em relação ao que é certo ou errado.

Isso lembra o preceito popular: “Não faça aos outros aquilo que você não deseja que

lhe façam”.

Numa definição formal, comportamento ético é aquele aceito como sendo moralmente

“bom” ou “certo” num determinado caso, como oposto de “mau” ou “errado” numa

certa condição. No decorrer dos anos, os filósofos têm identificado pelo menos quatro

formas de encarar o comportamento ético.

A visão utilitarista considera o comportamento ético como aquele que traz o maior bem

para o maio número de pessoas.

A visão individualista considera o comportamento ético como aquele que é melhor para

o interesse (individual) de uma pessoa em longo prazo.

A visão dos direitos morais considera comportamento ético como aquele que respeita

os direitos fundamentais compartilhados por todos os seres humanos.

A visão de justiça considera o comportamento ético como aquele que é justo e

imparcial. É baseada no conceito de tratamento igual para todos os envolvidos.

Page 25: Apostila gestão de pessoas 2013

Dilemas Éticos no Ambiente de Trabalho

Um dilema ético é uma situação na qual uma pessoa precisa decidir se vão fazer algo

que, apesar de beneficiá-la ou à organização, ou a ambos, pode ser considerada

antiética. Cada vez mais organizações estão oferecendo programas de treinamento em

ética, para ajudar as pessoas a desenvolver uma disciplina pessoal para lidar com

problemas éticos. Além disso, esses programas de treinamento ético ajudam a

identificar e lidar com racionalizações comuns que podem ser usadas para justificar

uma má conduta real ou potencial. Entre essas racionalizações, temos: (1) fingir que o

comportamento não é realmente ilegal ou antiético, (2) perdoar o comportamento,

raciocinando que na realidade ele constitui o melhor interesse da organização ou seu,

(3) fingir que o comportamento é aceitável porque ninguém vai descobrir nada, (4)

assumir que seus superiores vão apóiá-lo e protege-lo se alguma coisa der errado.

Questões éticas a serem preservadas:

- Lembrar ao cliente interno que a ética é uma importante questão a ser preservada,

- Não falar para o cliente interno sem antes solicitar a sua concordância,

- Não presumir expectativas e necessidades co cliente sem pesquisar realmente quais

são elas. Ex. Atraso no atendimento ao cliente pode ser devido ao atraso no setor de

produção e não do vendedor. Uma mercadoria entregue errada pode ser deficiência

da logística e não do vendedor.

- Procurar respeitar legislações, ecologia, etc.

- Não utilizar o treinamento como forma de avaliação de desempenho de modo

declarado,

- Manter consistência entre o que foi prometido e o que foi entregue. Ex: Deixar claro

que muitos produtos passaram por diminuição de peso, quantidade e tamanho. Ex.

papel higiênico agora somente em 30 metros ao invés de 40 metros.

- Só vender aquilo que se tem competência para fazer. Ex: não prometer um prazo de

entrega que não se pode cumprir.

- Respeitar os itens relativos à diversidade seja eles de natureza cultural, social,

racial, etc. Ex: não querer que o cliente compre determinada mercadoria sem gostar.

Isso pode trazer piores conseqüências depois. Ex. Comprar outro CD que aquele que

ele gostaria.

- Desenvolver comportamentos geradores de confiança em relação à clientela, como

dizer o que pensa e sente cumprir o que promete divulgar informações de interesse

mútuo, conviver com diferenças individuais, etc. Ex: vendedor diz que o produto

dele é mais caro em relação à concorrência, mas tem outras vantagens que o da

concorrência não tem. Isso sem falar mal do concorrente.

- Colocar-se contra solicitações que afrontem a ética, moral, os direitos dos

empregados, etc. Ex: empresa que não paga hora extra, insalubridade. Ex: empresa

que por questões éticas resolve diminuir salários para que não haja demissão em

massa.

- Adotar uma postura de ajuda desinteressada em relação a clientes, sem visar o

reconhecimento imediato. Ex: não dar garantia sobre um veículo com problema.

Além de não se ético e proibido por lei, perde o cliente e outros clientes também.

Page 26: Apostila gestão de pessoas 2013

- Ao solicitar propostas aos fornecedores, dar sempre a todos (vencedores e

perdedores) o feedback dos resultados. Ex: inclusive a candidatos não aprovados em

testes de seleção.

- Respeitar a legislação de direitos autorais. Ex: cópia de produtos, de músicas, etc.

- Respeitar as informações confidenciais obtidas na empresa. Ex: principalmente

bancos.

- Desenvolver atividades cujos resultados tragam equilibradamente, benefícios para a

organização, seus funcionários e clientes,

- Não solicitar serviços de fornecedores senão com intenção efetiva de utilizá-los,

- Dar créditos a respectivos autores de todas as idéias, sugestões, materiais, etc. Ex:

reconhecer o trabalho em equipe.

- Preocupar-se com o desenvolvimento das pessoas que trabalham na empresa.

- Na avaliação de fornecedores não utilizar critérios parciais como só preço, só uma

determinada atividade, apenas ex-fornecedores. Ex. Ao ter que demitir funcionários

não utilizar somente critérios de condição social.

- Ressarcir toda e qualquer perda causada à outra parte. Ex. empresas que

prometeram vender por determinado preço e cumprir, mesmo se a matéria-prima

aumentou.

- Acima de tudo, falar a verdade, com transparência, visando às virtudes da justiça,

temperança e honestidade, visando criar um mundo melhor para as próximas

gerações. Ex: propagandas de automóveis enganosas, que com letra muito pequena

falam que não é válida a compra de veículo por internet, as taxas são somente para

carros ano 2005/2006, pintura metálica tem acréscimo, etc.

A empresa ética não deixa que um funcionário sem escrúpulos faça parte dela.

PRECEITOS DE ÉTICA PROFISSIONAL

1) A regra dourada – Aja da mesma maneira que espera que os outros ajam com você.

Faça aos outros aquilo que você desejaria que fizessem para você.

2) O princípio utilitarista – Aja de maneira que resulte no maior número de pessoas

beneficiadas pela sua ação.

3) O imperativo categórico de Kant – Aja de maneira que o seu comportamento dentro

das circunstâncias possa ser tomado como uma lei ou regra ou comportamento

universal e válido para todas as circunstâncias.

4) A ética profissional – Pratique ações que possam ser vistas e avaliadas como

próprias e adequadas por um grupo desinteressado de colegas profissionais.

5) O teste legal – A ação ou decisão é legal? Não se esqueça de que as leis são

geralmente consideradas como padrões mínimos de ética.

6) O teste das quatro maneiras – O administrador pode sentir-se confiante de que uma

decisão é ética se ele consegue responder afirmativamente às seguintes perguntas

relacionadas com sua decisão:

- A decisão é confiável?

- É justa para todos os envolvidos?

- Ela constrói boa vontade e melhores amizades?

- Ela é benéfica para todos os envolvidos?

Page 27: Apostila gestão de pessoas 2013

Responsabilidade Social da Organização

É a obrigação da organização de agir de forma ética e moral como instituição social. Os

gerentes, em particular, lideram o comprometimento da organização com ações

consistentes tanto com a busca de maior produtividade quanto com o objetivo da

responsabilidade social da corporação.

Responsabilidade social é o grau de obrigações que uma organização assume através de

ações que protejam e melhorem o bem estar da sociedade à medida que procura atingir

seus próprios interesse.

Pode ser definida também como a obrigação da organização agir de forma ética e moral

como instituição social. Os gerentes, em particular, lideram o comprometimento da

organização com ações consistentes tanto com a busca de maior produtividade quanto

com o objetivo da responsabilidade social da corporação.

ÁREAS DA REPONSABILIDADE SOCIAL

- Área funcional econômica: refere-se ao desempenho da organização em atividades

como produção de bens e serviços necessários às pessoas, criação de empregos para

a sociedade, pagamento de bons salários e garantia de segurança no trabalho. Esta

medida de responsabilidade social proporciona uma indicação da contribuição

econômica da organização à sociedade.

- Área de qualidade de vida: refere-se à contribuição da organização para a melhoria

da qualidade geral de vida na sociedade ou redução da degradação ambiental.

Produção de bens de alta qualidade, relações com empregados e clientes e esforço

para preservar o ambiente natural são indicações do que a organização faz para

melhorar a qualidade geral de vida da sociedade.

- Área de investimentos sociais: refere-se ao grau em que a organização investe

recursos financeiros e humanos para resolver problemas sociais da comunidade. A

organização pode envolver-se em assistir instituições da comunidade que tratem de

educação, caridade, artes, etc.

- Área de solução de problemas: refere-se ao grau em que a organização lida com

problemas sociais. Algumas atividades como participação no planejamento em

longo prazo da comunidade e na condução de estudos para localizar problemas

sociais podem ser considerados como medidas de responsabilidade social.

Vantagens competitivas para as empresas:

- Maior valor agregado à imagem da empresa, à marca a aos produtos e serviços. Em

muitos casos, a decisão de compra por parte dos consumidores pode ser definida a

partir dessa atitude.

- Maior motivação de seus funcionários. Melhora de desempenho, diminuição de

acidentes de trabalho, funcionários engajados aos programas da empresa.

Page 28: Apostila gestão de pessoas 2013

- Maior capacidade de obter recursos necessários e conhecimento. As pessoas

desejam trabalhar em organizações desse tipo, e por isso essas empresas são capazes

de atrair melhores funcionários.

- Ao se aproximar da comunidade, as empresas tornam-se mais aptas a obter

informações e conhecimentos sobre clientes e o mercado e sobre si própria.

- As atividades de cunho social também funcionam como locais de aprendizado para

seus funcionários em assuntos como liderança, trabalho em equipe, alocação de

recursos, etc.

- Dificuldades: mensurar precisamente seus resultados, como por exemplo, aumento

das vendas e produtividade.

- Comprometimento que a empresa tem com a comunidade, fornecedores,

empregados, fornecedores de seus fornecedores, meio ambiente, governo, poder

público, consumidores, mercado e acionistas.

Exemplos de empresas que praticam formas de Responsabilidade Social:

AMBEV

- Meio ambiente- Investiu cerca de R$ 200 milhões em gestão ambiental. Busca

certificado ISO 14001 para suas unidades fabris. Oito já receberam.

- Recicloteca – Centro de informações e estudos sobre reciclagem.

- Alfabetização solidária – Patrocina o projeto em cinco municípios das regiões norte

e nordeste. Já alfabetizou 1,5 milhão de pessoas.

- Reciclagem solidária.

PHILIPS

MEIO AMBIENTE

- Produz guia ecológico – Com a venda do guia reverte o dinheiro a parques

ecológicos.

- Aprendendo com a Natureza – despertar a consciência ambiental em estudantes de 7

a 10 anos. O programa é desenvolvido junto a escolas por funcionários voluntários

da Philips.

- Ecoteam – Reciclar papel, cartuchos e copos plásticos em todas as fábricas e

escritórios Philips.

SAÚDE

- Doe Vida – Apóia funcionários engajados para desenvolver trabalhos voluntários.

(mesmo em horário de expediente). Apresenta atividades sobre prevenção de AIDS,

gravidez precoce a estudantes de escolas públicas.

- Promova sua saúde – Estimular os funcionários a praticar hábitos mais saudáveis

com o Programa de Qualidade de Vida. Ações: prevenção de doenças, exames

ginecológicos, mama e próstata, tabagismo, imunização contra gripe, dependência

química, saúde bucal. Promoção à Saúde com o incentivo ao equilíbrio físico,

emocional, social, espiritual e intelectual. Faz programas de condicionamento físico,

caminhadas, etc.

Page 29: Apostila gestão de pessoas 2013

EDUCAÇÃO

- Acesso às comunidades carentes sobre técnicas de informática,

- Vista uma criança – com doação de uniformes,

- Desenvolvimento de um aparelho que faz leitura de e-mails com a voz. Abrange o

público carente.

- Programa para conscientização do funcionário quanto à importância do voto.

EMBRATEL

- Serviço móvel marítimo – Captar sinais de socorro, auxiliando salvamento de

náufragos, embarcações, atendimento médico.

- Projeto ConvHivendo – Atendimento psicológico a crianças e adolescentes

portadores de AIDS.

- Assistência a crianças cardíacas, mal de Alzheimer, câncer.

- Assistência creche.

O BOTICÁRIO

- Inclusão de diferentes profissionais na força de trabalho, considerando sexo,

orientação sexual, raça, crença, idade e portadores de deficiência física.

- Ergonomia,

- Estímulo à vida mais saudável,

- Centro educacional para filhos de funcionários até a pré alfabetização.

- Promoção de cursos para capacitação de cursos ao mercado de trabalho. Ex: o

primeiro curso foi para profissionais da construção civil – azulejista, pintor,

encanador.

- Cursos para gestantes da empresa e da comunidade,

- Sistema de educação continuada,

- Associação de funcionários, clube, recreação

- Biblioteca,

- Natal sem fome.

Qualidade de Vida no Trabalho

Um elemento fundamental em qualquer comprometimento com a ética no trabalho e a

responsabilidade social da organização é o tratamento dado aos funcionários. O termo

qualidade de vida no trabalho (QVT) Qualidade de Vida no Trabalho é notável no

comportamento organizacional, como indicador da qualidade geral da experiência

humana no local de trabalho. É um lembrete claro de que o ótimo desempenho pode e

deve ser atingido através de um alto nível de satisfação no trabalho. As fundações da

QVT - Qualidade de Vida no Trabalho é refletida em destaque da excelência gerencial

como: participação (envolver pessoas de todos os níveis de responsabilidade na tomada

Page 30: Apostila gestão de pessoas 2013

de decisão), confiança (redefinição de serviços, sistemas e estruturas para dar às pessoas

mais liberdade no trabalho), recompensa (criar sistemas de premiação que sejam justos,

relevantes e contingentes ao desempenho no trabalho, e poder de reação (tornar o

ambiente mais agradável e capaz de atender às necessidades individuais).

O estilo gerencial proporciona o bom ou mau clima organizacional. A maneira com que

os líderes tocam a empresa, a ética, a parceria, a integração com a comunidade, a

qualidade e a produtividade são outros itens que pesam muito nos resultados.

Qualidade de vida em uma empresa á algo que se compõe de pequenas e de grandes

coisas. Entre as grandes coisas estão: oportunidades de ascensão, treinamento contínuo,

salários competitivos. Mas existem pequenas coisas, como restaurantes com controle

de calorias nas refeições, ou centros de ginástica.

Vários autores apresentam modelos de QVT - Qualidade de Vida no Trabalho. Os três

mais importantes são:

Para Nadler e Lawler, a QVT- Qualidade de Vida no Trabalho está fundamentada em

quatro aspectos:

1) Participação dos funcionários nas decisões,

2) Reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas e de grupos

autônomos de trabalho,

3) Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional,

4) Melhoria no ambiente de trabalho quanto a condições físicas e psicológicas, horário

de trabalho, etc.

No modelo de Hackman e Oldhan as dimensões do cargo produzem estados

psicológicos críticos que conduzem a resultados pessoais e de trabalho que afetem a

QVT- Qualidade de Vida no Trabalho. As dimensões do cargo são:

1) Variedade de habilidades

2) Identidade da tarefa

3) Significado da tarefa

4) Autonomia

5) Retroação do próprio trabalho

6) Retroação extrínseca

7) Inter-relacionamento

O modelo de QVT- Qualidade de Vida no Trabalho de Walton relaciona oito fatores que

afetam a QVT- Qualidade de Vida no Trabalho:

1) Compensação justa e adequada

2) Condições de segurança e saúde no trabalho

3) Utilização e desenvolvimento de capacidades

4) Oportunidades de crescimento contínuo e segurança

5) Integração social na organização

6) Constitucionalismo

7) Trabalho e espaço total de vida

8) Relevância social da vida no trabalho

Page 31: Apostila gestão de pessoas 2013

Quer saber mais? Leia:

Administração nos novos tempos. Idalberto Chaivenato. 1999. Ed. Campus. Capítulo 4 e 6.

Como transformar RH (de um centro de despesas) em um centro de lucro. Idalberto

Chiavenato. 1996. Makron Books. Capítulo 7.

Gestão de Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1999. Ed. Campus. Capítulo 15.

Fundamentos de Comportamento Organizacional. John R. Schermerhorn Jr. 1999.

Bookman. Capítulo1.

Revista HSM Management. Os líderes do novo milênio. Pg. 117/122. Jul/Ago.2000.

Revista HSM Management. A gestão holística. Pg.133/136. Nov/Dez. 2000.

Revista HSM Management. Rumo à próxima Revolução Industrial. Pg. 121/128. Jul/Ago

2001.

Revista HSM Management. E-learning. Pg. 77/102. Nov/Dez. 2001.

Page 32: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 6

DIVERSIDADE E DIFERENÇAS INDIVIDUAIS

A diversidade da força de trabalho é a presença de características humanas individuais que

tornam uma pessoa diferente da outra. Essas diferenças incluem: sexo, raça e etnia, idade e

capacidade física. Atualmente, o desafio consiste em administrar a diversidade da força de

trabalho de uma forma que respeite as perspectivas e contribuições individuais, e promova

um senso geral de visão e identidade com a organização. Muitas empresas de muitos

setores estão reconhecendo que uma força de trabalho diversificada, que reflete as

diferenças sociais, ajuda-as a se aproximarem dos seus clientes.

Administrar a diversidade significa valorizar as diferenças, criando um ambiente em que

todos se sintam valorizados e aceitos. A administração da diversidade pressupõe que os

grupos continuem mantendo suas características e moldando a empresa da mesma forma

que serão moldados por ela, gerando uma série de valores comuns. Embora ele tenha sido

criado com a intenção de influir nas atitudes e percepções dos empregados, às vezes as

empresas resistem a ela por terem medo da mudança e pelos desconfortos com as

diferenças.

À medida que aumente a diversidade da força de trabalho, cresce a possibilidade de

estereótipos e de discriminação, e a administração da diversidade torna-se mais importante.

Ocorrem os estereótipos quando alguém acha que uma pessoa pertence a um grupo ou

categoria e lhe atribui às características normalmente associadas à categoria.

Significa o grau de diferenças humanas básicas em uma determinada população. É a

existência de uma variedade de pessoas de diferentes características que constituem a força

de trabalho: raças, credos, religiões, classes sociais, idades, sexo, capacidade física,

costumes e culturas diferentes se mesclam entre os indivíduos que constituem as

organizações. As práticas administrativas estão valorizando as características pessoais no

trabalho, como personalidade, aspirações, motivações, aptidões, interesses, etc.

A diversidade pode produzir alguns benefícios para a organização, como:

- Maior probabilidade de obter soluções originais, criativas e inovadoras,

tanto técnica quanto administrativamente,

- Criação de uma imagem de postura ética ao se declarar e lutar contra

preconceitos e discriminações internas e externas,

- Maior probabilidade de obter fidelidade e lealdade dos funcionários,

Page 33: Apostila gestão de pessoas 2013

- Maior probabilidade de os funcionários estarem dispostos a se empenharem

pela organização,

- Maior probabilidade de que os funcionários desenvolvam iniciativa,

autonomia e responsabilidade.

- Possibilidade de fomentar um clima de trabalho capaz de estimular o

crescimento pessoal dos funcionários.

Diferenças de Aptidão e Habilidade entre Indivíduos

Aptidão representa a capacidade de uma pessoa aprender alguma coisa, enquanto

habilidade reflete a capacidade existente de uma pessoa desempenhar várias tarefas

necessárias para um dado cargo, e ambas incluem conhecimento relevante e habilidades

específicas. Aptidões e habilidades são consideradas importantes para um gerente, quando

contratando ou selecionando candidatos para um emprego.

Diferenças de Personalidade entre Indivíduos:

A personalidade combina uma série de características físicas e mentais que refletem como

alguém olha, pensa, age e sente. Freqüentemente, personalidade pode ser percebida

simplesmente através do comportamento. Tanto hereditariedade quanto experiência, forma

a personalidade de um indivíduo. A hereditariedade consiste daqueles fatores determinantes

na concepção, incluindo características físicas, sexo e fatores de personalidade. O ambiente

consiste de fatores culturais, sociais e situacionais.

Traços Importantes da Personalidade

Em termos dos traços da personalidade relevantes para o comportamento organizacional,

analisaremos um esquema chamado “Os Cinco Grandes”, o qual consiste nas seguintes

dimensões:

- Extroversão – saliente, sociável, assertivo.

- Agradabilidade – Boa índole, confiável, cooperativo,

- Consciencioso – Responsável, confiável, persistente.

- Estabilidade emocional – Despreocupado, seguro, relaxado.

- Aberto a experiências – Imaginativo, curioso, mente aberta.

Os testes padronizados de personalidade determinam quão positiva ou negativamente um

indivíduo tem pontuação em cada uma dessas dimensões.

Traços Adicionais

Vamos começar com o estilo de solução de problemas, que se reflete a forma pela qual uma

pessoa colhe e avalia informações para solucionar problemas e tomar decisões. Os estilos

de coleta de informações variam de sensitivo para intuitivo. Os indivíduos do tipo sensitivo

preferem rotina e ordem, e destacam detalhes definidos na busca, são os que preferem

Page 34: Apostila gestão de pessoas 2013

trabalhar com fatos comprovados em vez de procurar possibilidades. Por outro lado, os

indivíduos do tipo intuitivo gostam de solucionar novos problemas, não apreciam rotinas e

preferem procurar possibilidades a trabalhar com fatos.

O segundo componente da solução de problemas, a avaliação, envolve fazer julgamentos

sobre como lidar com a informação depois de obtida. As pessoas do tipo sentimento são

orientadas para a conformidade e tentam se acomodar a outras pessoas. Os indivíduos do

tipo pensamento são os que usam a razão e o intelecto para lidar com os problemas e

colocam as emoções em segundo plano. Quando essas duas dimensões são combinadas,

resultam em quatro estilos básicos de solução de problemas. Pesquisas indicam que há uma

combinação entre os estilos das pessoas e os tipos de decisões que preferem.

Quatro Estilos de Solução de Problemas e Sua Combinação Ocupacional

SENSAÇÃO-PENSAMENTO Decidido, Confiável, Pensador aplicado, Sensível a detalhes

Contabilidade

Produção

Programação de Computador

Pesquisa de Mercado

Engenharia

INTUITIVO-PENSAMENTO

Criativo, Progressivo, Pensador Perceptivo, com Muitas Idéias

Projeto de sistemas

Análise de sistemas

Direito

Gerência Médio-Alta

Ensino de Negócios/Economia

SENSAÇÃO-SENTIMENTO Pragmático, Analítico, Metódico, e Consciencioso

Supervisão Direta

Aconselhamento

Negociação

Vendas

Entrevistas

INTUITIVO-SENTIMENTO

Carismático, Participativo, Orientado para as pessoas e prestativo

Relações públicas

Propaganda

Pessoal

Política

Page 35: Apostila gestão de pessoas 2013

Serviços ao Consumidor

Outro importante traço de personalidade é o núcleo de controle, que fica preocupado com a

orientação interno-externa da pessoa. As pessoas têm crenças sobre os acontecimentos – se

elas são controladas fundamentalmente por elas mesmas, o que indica uma orientação

interna, ou por forças externas, como por exemplo, seu ambiente social e físico, o que

indica uma orientação externa.

Em geral, pessoas orientadas externamente são mais extrovertidas nas relações

interpessoais e são mais orientadas em direção ao mundo que as rodeia. As voltadas para

dentro tendem a ser mais introvertidas e são mais orientadas para sues próprios sentimentos

e idéias.

Valores e Atitudes

Os valores das pessoas se desenvolvem como conseqüência do aprendizado e da

experiência que elas encontram no ambiente cultural em que vivem. Como aprendizado e

experiências diferem de uma pessoa para outra, resultam diferenças de valores. Tais

diferenças vão ser aprofundadas e ficam difíceis de mudar, muitos valores têm origem na

mais tenra infância e na forma pela qual a pessoa foi criada.

As atitudes são influenciadas pelos valores, mas enfocam pessoas ou objetos específicos, ao

passo que os valores têm um foco mais amplo. Uma atitude é uma predisposição de

responder de forma positiva ou negativa a alguém ou a algo em seu próprio ambiente.

Administrando a Diversidade e as Diferenças Individuais

O objetivo consiste em conciliar as muitas pessoas conflitantes existentes para administrar a

atual força de trabalho e melhorar a competitividade organizacional. Em virtude de

considerações éticas, pressões competitivas locais, nacionais e globais e da mudança

prevista na natureza da força de trabalho, a norma consiste em administrar uma força de

trabalho cada vez mais diversificada. É fundamental não esquecermos a combinação

organização-trabalho-indivíduo. Isso envolve a determinação do perfil adequado de

características individuais necessárias para assegurar o sucesso na organização e para dados

trabalhos. Administrar a diversidade e as diferenças individuais envolve a busca de uma

combinação entre a empresa, os cargos específicos e as pessoas recrutadas, contratadas e

desenvolvidas, reconhecendo ao mesmo tempo a existência de uma forma de trabalho

diversificada.

Trabalho em equipe

A primeira vantagem de se trabalhar em equipe é a agilidade na captação de informações e

em seu uso. Já não é possível, como tem acontecido em administração, o topo de a

organização decidir como as coisas têm de ser feitas, o corpo médio gerencial decodificar

essas decisões para o pessoal das bases e este programar-las. Outra vantagem do trabalho

em equipe é que, embora se possa admitir que, no geral, equipes produzem menos idéias e,

às vezes mais lentamente do que pessoas que trabalham individualmente, tais idéias são

Page 36: Apostila gestão de pessoas 2013

mais ricas, mais elaboradas, de mais qualidade, porque se baseiam em diferentes visões do

fenômeno sob estudo. Outra vantagem do trabalho em equipe é que a equipe tem a

tendência maior a assumir riscos, porque a responsabilidade pelos resultados fica

compartilhada. A pessoa pode deixar de vir à tona o que está nela interiorizado e a equipe

pode obter resultados criativos. Outro fator positivo é o comprometimento. Quando o poder

é compartilhado, o que é o caso do trabalho em equipe, no geral as pessoas sente-se

responsáveis pelo resultado e engajam-se no processo. Há aí, um componente de

cumplicidade.

Uma das diferenças entre os membros da equipe está referida aos valores e crenças das

pessoas, suas visões de mundo e as motivações que conduzem a seus comportamentos.

Outra diferença, diz respeito à função psíquica predominante na pessoa (sensação,

sentimento, razão, intuição). Um trabalho obtém resultados com maior qualidade se seus

membros possuírem funções psíquicas diferentes, devido ao fato de que a carência de um

dos membros da equipe seria suprida pelo que estava presente no outro.

Não há resposta única para os problemas com os quais nos defrontamos daí a riqueza que

pode ser ganha no trabalho em equipe. Diferentes critérios podem conduzir a respostas

diferentes, daí a premência de compreender o ponto de vista do outro para que o

entendimento entre os membros da equipe se faça.

Uma equipe tem de saber a que vem. Tem de saber a razão de sua existência. A

explicitação de balizamentos tem de estar presente. Ela permite aos membros da equipe

aprender seu campo de atuação e realizar sua capacidade de auto-organização. Na era da

informação, as empresas devem apenas especificar limites, permitir que as pessoas se

movam dentro deles, se auto-organizem e, por essa flexibilidade, seja capazes de dar as

respostas rápidas que as rápidas mudanças ambientais estão exigindo.

A comunicação é à base do trabalho em equipe. Pensamentos e sentimentos precisam ser

explicitados, numa comunicação franca, aberta e em clima de respeito mútuo. Idéias

inovadoras devem ser lançadas e discutidas.

Feedback é a realimentação de um processo, com informações. Ele permite cada pessoa e à

equipe rever ou fortalecer suas posições, corrigir rumos e fazer ajustamentos, se necessário.

Numa equipe, o poder deve ser compartilhado. Outra habilidade importante é a de

negociação, a qual busca chegar a um acordo.

Uma qualidade de extrema importância é a humildade intelectual, necessária ao

reconhecimento de que é preciso aprender sempre. Ainda, é de fundamental importância

que cada pessoa se sinta, realmente, membro da equipe.

Page 37: Apostila gestão de pessoas 2013

Outros Conceitos sobre Trabalho em Equipe:

É um pequeno grupo de pessoas com habilidades complementares, que trabalham juntas

com o fim de atingir um propósito comum pelo qual se consideram coletivamente

responsáveis.

Três tipos de equipes no ambiente de trabalho:

- Equipes que recomendam coisas: Criadas para analisar problemas específicos e

recomendar soluções para eles, essas equipes normalmente trabalham com prazo

determinados e são desativadas após o propósito atingido.

- Equipes que fazem ou produzem as coisas: São grupos funcionais que executam

tarefas em andamento, como por exemplo, marketing ou produção, e são

consideradas permanentes, ou seja, funcionam sem um prazo de dissolução.

- Equipes que dirigem as coisas: Pessoas que têm responsabilidade formal de liderar

outros grupos.

Pontos essências de equipes de alto desempenho:

- Têm valores de núcleo, objetivos claros de desempenho, conjunto certo de

habilidades e criatividade,

- A formação de equipe é uma abordagem baseada em dados para avaliar o

desempenho do grupo e tomar medidas para melhorá-lo futuramente,

- A formação de equipe deve ser um processo participativo que engaja todos os

membros na solução colaborativa no problema e na ação. Participação e

empowerment são bases para o envolvimento do empregado.

- Mesmo que qualquer pessoa seja nomeada formalmente líder do grupo, a

responsabilidade também é compartilhada por todos os membros do grupo.

- Para o bem desempenho de tarefas do grupo é importante que todos: dêem novas

idéias, sugiram soluções, peçam idéias aos outros, acrescentem clareza às sugestões,

avaliem o progresso das sugestões.

- Algumas atividades são importantes para o apoio às relações sociais e interpessoais

dos grupos como: aceitar ou concordar com a idéia dos demais, conciliarmos

diferenças, buscar comprometimento, expressar padrões a ser atingidos, cooperar

com o grupo, tentar evitar que alguns membros dominem.

- Manter a coesão do grupo, segundo o qual os membros são atraídos e motivados

para permanecer como parte de um grupo.

Page 38: Apostila gestão de pessoas 2013

- Quando as normas do grupo são positivas, a coesão e a aceitação das mesmas são

um apoio par ao alto desempenho, quando as normas do grupo são negativas, a falta

de coesão e aceitação trabalha contra o alto desempenho.

FASES DE FORMAÇÃO DA EQUIPE

FORMAÇÃO

- Ambiente agitado e confuso,

- Objetivos, canais de comunicação nebulosos,

- Relacionamentos superficiais e fraco comprometimento.

TURBULÊNCIA

- Ambiente conturbado por conflitos e ataques,

- Confronto com o líder, com resistências e desistências,

- “Panelinhas” e dificuldades de entendimento.

NORMALIZAÇÃO

- Ambiente de coesão com padrões de comportamento e processo de entendimento,

- Identificação dos problemas importantes,

- Resolução dos conflitos,

- Criatividade e flexibilidade.

HABILIDADES DO LÍDER NA EQUIPE:

- Habilidades interpessoais: envolvimento com pessoas,

- Habilidades Conceituais: Antecipar-se a acontecimentos, visão,

- Habilidades Analíticas: Fazer diagnósticos, interpretar informações,

- Habilidades Intrapessoais: Autocontrole emocional,

- Habilidades Pragmáticas: Colocar as idéias em prática.

EQUIPES AUTOGERENCIADAS

- São pequenos grupos de trabalho (6 a 25 pessoas) bem capacitadas, com maiores

poderes e que essencialmente administram a si mesmos numa base diária.

- Os membros das equipes autogerenciadas assumem responsabilidade coletiva pelas

decisões tomadas e pelas tarefas comumente reservadas para supervisores de

primeira linha nos grupos tradicionais de trabalho,

Page 39: Apostila gestão de pessoas 2013

- Os membros das equipes autogerenciadas tipicamente planejam, completam e

avaliam seu próprio trabalho, treinam e avaliam um ao outro nas tarefas e repartem

tarefas e responsabilidades,

- As equipes autogerenciadas criam mudanças nas estruturas e práticas da

administração, mas também podem ajudar a melhorar a produtividade e elevar a

qualidade de vida dos membros da organização.

- Possuem líderes.

EQUIPES VIRTUAIS

- É aquela cujos membros se reúnem e trabalham juntos via rede de computador,

- Entre as potenciais vantagens das equipes virtuais, temos a capacidade de trabalhar

em conjunto, apesar de grandes distâncias, e de obter melhor foco nos fatos

objetivos e informações durante as deliberações,

- Entre as potenciais desvantagens das equipes virtuais, temos as perdas de processo

resultantes de uma limitada interação face a face entre os membros.

ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS

- Os conflitos ocorrem em quase todas as condições e a qualquer tempo durante um

relacionamento entre pessoas ou grupo de pessoas.

- “....é o choque ou antagonismo entre elementos ou idéias oponentes”,

- “... Precisam ser administrados.... Bem gerenciados, os conflitos são úteis...”

- Fontes de conflitos: diferenças de objetivos particulares ou específicos de cada

profissional, de grupos de profissionais, de órgãos internos e de organizações.

- Tipos de conflitos: intrapessoal, interpessoal e intergrupos.

CONFLITOS INTRAPESSOAIS

- Sobre seu papel

- Papel esperado pelos outros, por si mesmo, ou lhe é imposto?

- Carga de trabalho (ocorre quando a tarefa atribuída é muito acima ou muito abaixo

da capacidade da pessoa),

- Iniciativa (compreensão sobre quem inicia coisas novas)

- Limites organizacionais ou funcionais (quem deve fazer tal tarefa).

Page 40: Apostila gestão de pessoas 2013

CONFLITOS INTERPESSOAIS

1) Entre pares:

- Diferenças técnicas ou profissionais: gerenciáveis

- Diferenças pessoais: difíceis de gerenciar

2) Com superiores

3) Com subordinados

Envolvem diferenças e pontos de vista, marcos a atingir, meios de obter melhores

resultados, preferências pessoais, confianças e desconfianças mútuas, dúvidas sobre limites

de poder, etc.

CONFLITOS ENTRE GRUPOS

- Os problemas de ingresso são comuns quando uma nova equipe é formada e quando

novos membros ingressam em equipes existentes,

- “... os membros do outro grupo são diferentes de nós e todos iguais. Não merecem

confiança...”

- Ocorrem principalmente quando: histórico de conflitos, grupos fortemente coesos,

grupos herméticos.

MEDIDAS PREVENTIVAS DA ADMINISTRAÇÃO DE

CONFLITOS

- Plano de cargos e salários para estabelecer limites de responsabilidade,

- Valorizar a cooperação e não a competição,

- Administração participativa, integração do pessoal,

- Clima de abertura e confiança,

- Plano de objetivos e metas, divisão do trabalho, responsabilidades, prazos, níveis de

qualidade,

- Dissolver grupos, promovendo a integração de todos,

- Estabelecer a retroalimentação de resultados.

MEDIDAS CORRETIVAS DA ADMINISTRAÇÃO DE

CONFLITOS

- Confrontação por solução de problemas, obtido muitas vezes por meio de reuniões,

- Negociação de compromisso,

- Acomodação pela valorização das áreas de acordo,

- Prevalência de alguns em prejuízo de outros, (ganha x perde, ganha x ganha),

- Retirada – ignorar o conflito, até que a coisa esfrie...

Page 41: Apostila gestão de pessoas 2013

Quer saber mais? Leia:

Gerenciando Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1992. Makron Books. Capítulo 7.

Fundamentos de Comportamento Organizacional. John R. Schermerhorn Jr. 1999.

Bookman. Capítulo3.

Gestão de Pessoas. Sylvia Constant Vergara. 2000. Atlas. Capítulo 5.

Gerência em projetos. Dalton Valeriano. 1998. Makron Books. Capítulo 6.

Revista HSM Management. O futuro depende dos relacionamentos. Pg. 112/118.

Maio/Jun.2000.

Page 42: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 7

MOTIVAÇÃO

Motivação é induzir uma pessoa ou grupo de pessoas, cada qual com suas próprias

necessidades e personalidades distintas, a trabalhar para atingir objetivos da organização,

ao mesmo tempo em que se trabalha para alcançar os seus próprios objetivos.

Os três propósitos principais da motivação gerencial são:

1) Encorajar os empregados potenciais a entrarem na organização,

2) Estimular os atuais empregados a produzirem ou se desempenharem mais

efetivamente,

3) Encorajar os atuais empregados a permanecerem na organização.

O processo motivacional é basicamente de causa. As necessidades (motivos) causam um

desejo interior de sobrepujar alguma falta ou desequilíbrio. Os estímulos, sob a forma de

incentivos, são então aplicados para fazerem com que uma pessoa responda e se comporte

de tal modo que é atingida a meta de satisfazer às suas necessidades, e a organização

consegue o desempenho que deseja. A motivação funciona como um dinamizador, um

impulsionador do comportamento humano.

As Necessidades Humanas

Todas as pessoas têm suas necessidades próprias, que podem ser chamadas de desejos,

aspirações, objetivos individuais ou motivos. As necessidades ou motivos constituem as

fontes internas de motivação da pessoa. Apesar das diferenças individuais quanto a motivos

ou necessidades que regem o comportamento das pessoas, certas necessidades são

basicamente semelhantes quanto à maneira pela qual fazem as pessoas organizarem seu

comportamento para obter satisfação.

As chamadas teorias das necessidades partem do princípio de que os motivos do

comportamento residem dentro do próprio indivíduo: sua motivação para agir e se

comportar deriva das forças que existem dentro dele próprio. A seguir, algumas teorias

motivacionais.

Page 43: Apostila gestão de pessoas 2013

Hierarquia das Necessidades de Maslow

Para Maslow, as necessidades humanas estão arranjadas em uma pirâmide de importância e

de influenciação do comportamento humano. Na base da pirâmide estão as necessidades

mais baixas e recorrentes, enquanto no topo estão as mais sofisticadas e intelectualizadas.

1) Necessidades fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as necessidades

humanas, como as necessidades de alimentação (fome e sede), de sono e repouso

(cansaço), abrigo (frio e calor), ou desejo sexual (reprodução da espécie). São as

necessidades relacionadas com a própria subsistência e existência do indivíduo. Sua

principal característica é a premência: quando algumas dessas necessidades não

estão satisfeitas, ela domina a direção do comportamento.

2) Necessidades de segurança: Constituem o segundo nível das necessidades humanas.

Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou

abstrato: a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao perigo, o

desejo da estabilidade, a busca de um mundo ordenado e previsível são

manifestações típicas destas necessidades. As necessidades de segurança têm grande

importância, uma vez que na vida organizacional as pessoas têm uma relação de

dependência com a empresa e onde as ações gerenciais arbitrárias ou as decisões

inconscientes e incoerentes podem provocar incerteza ou insegurança nas pessoas

quanto à sua permanência no emprego.

3) Necessidades sociais: são as necessidades relacionadas com a vida associativa do

indivíduo com outras pessoas. São as necessidades de associação, de participação,

de aceitação por parte dos colegas, de troca de amizade, de afeto e amor.

4) Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual a

pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto-avaliação e auto-estima. Envolve a auto-

apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de

reconhecimento, de status, prestígio e consideração.

5) Necessidades de auto-realização: são as necessidades mais elevadas; expressam

tendência da pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode

ser. Ex. Auto-realização, autodesenvolvimento e auto-satisfação.

Pressupostos da Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:

1) Quando uma necessidade de nível mais baixo é atendida, ela deixa de ser motivador

do comportamento, um nível mais elevado passa a se desenvolver.

2) Nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide das necessidades.

Dependendo das circunstâncias da vida as pessoas conseguem satisfazer certo nível

de necessidades.

3) À medida que as necessidades de níveis menores vão sendo satisfeitas, outras de

níveis mais elevados dominam o comportamento. A necessidade mais importante

monopoliza o indivíduo a organizar as faculdades do organismo para satisfazê-la.

4) O efeito das necessidades sobre o organismo é global, em conjunto e nunca isolado,

dominando as necessidades mais elevadas desde que as mais baixas estejam

relativamente satisfeitas.

Page 44: Apostila gestão de pessoas 2013

5) Qualquer comportamento motivado é como um canal, pelo quais muitas

necessidades fundamentais podem ser expressas ou satisfeitas conjuntamente.

6) A frustração ou possibilidade de frustração da satisfação de certas necessidades

passa a ser considerada uma ameaça psicológica, produzindo uma reação no

comportamento.

Teoria dos fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg

Para Herzberg, dois fatores orientam fortemente o comportamento humano:

1) Fatores Higiênicos: Estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e abrange

as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Os principais fatores

higiênicos são: o salário, os benefícios sociais, o tipo de gerência que as pessoas

recebem as condições físicas e ambientais de trabalho, as políticas e diretrizes da

empresa, o clima organizacional, os regulamentos internos, etc. A principal

característica dos fatores higiênicos é que quando eles são ótimos conseguem evitar

a insatisfação das pessoas, pois não conseguem elevar consistentemente a satisfação

e, quando a elevam, não conseguem sustenta-la elevada por muito tempo. Devido a

essa influência mais voltada para a insatisfação, Herzberg dá o nome de fatores

insatisfacientes.

2) Fatores motivacionais: Estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a

natureza das tarefas que a pessoa executa. Assim sendo, os fatores motivacionais

estão sob controle da pessoa, pois estão relacionados com aquilo que ela faz e

desempenha. Os fatores motivacionais envolvem sentimentos de crescimento

individual, de reconhecimento profissional e as necessidades de auto-realização. A

característica mais importante dos fatores motivacionais é que quando são ótimos,

eles elevam a satisfação das pessoas no trabalho. Porém, quando precários, evitam a

satisfação. Pelo fato de estarem relacionados com a satisfação das pessoas, recebem

também o nome de fatores satisfacientes.

Herzberg propõe o enriquecimento das tarefas, também chamado de enriquecimento de

cargo. Consiste na substituição de tarefas mais simples e elementares do cargo, por tarefas

mais complexas, a fim de acompanhar o desenvolvimento individual de cada empregado,

oferecendo-lhe condições de desafio e de satisfação profissional no cargo.

O enriquecimento do cargo pode ser feito verticalmente (elimina-se tarefas mais simples e

incluem-se tarefas mais complexas) ou horizontalmente (eliminam-se tarefas relacionadas

com certas atividades e incluem-se outras tarefas diferentes, mas de mesmo nível de

dificuldade).

O enriquecimento do cargo traz efeitos altamente desejáveis como: aumento da motivação,

aumento da produtividade, redução do absenteísmo e do turnover, etc. Porém alguns

críticos apontam efeitos indesejáveis como: aumento da ansiedade e do conflito, sentimento

de exploração e redução de relações interpessoais.

As teorias de motivação de Maslow e Herzberg apresentam pontos de concordância: os

fatores higiênicos de Hezberg referem-se às necessidades primárias de Maslow

(necessidades fisiológicas, de segurança e principalmente algumas necessidades sociais),

enquanto os fatores motivacionais referem-se às chamadas necessidades secundárias

(necessidades de estima e auto-realização).

Page 45: Apostila gestão de pessoas 2013

Modelo contingencial de Vroom

Vroom salienta que a motivação para produzir em uma empresa é função de três fatores

determinantes, a saber:

1) Expectativas: isto é, objetivos individuais e a força do desejo de atingir tais

objetivos. Podem incluir: dinheiro, segurança no cargo, aceitação social,

reconhecimento, etc.

2) Recompensas: isto é, a relação percebida entre a sua produtividade e o alcance dos

objetivos individuais.

3) Relações entre Expectativas e Recompensas: isto é, a capacidade percebida de

influenciar a sua produtividade para satisfazer suas expectativas com as

recompensas.

Assim, o nível de produtividade individual depende da inter-relação entre esses três

fatores determinantes.

Motivação de produzir é função de:

Força do desejo de alcançar os objetivos individuais Expectativas

Relação percebida entre produtividade e o alcance dos objetivos individuais

Recompensas.

Capacidade percebida de influenciar o seu próprio nível de produtividade

Relações entre expectativas e recompensas.

Quer saber mais? Leia:

Gerenciando Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1992. Makron Books. Capítulo 8.

Gestão de Pessoas. Sylvia Constant Vergara. 2000. Atlas. Capítulo 2.

Administração: conceitos e aplicações. Megginson, Leon C. et al, 1986. Harbra. Capítulo

12.

Page 46: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 8

LIDERANÇA

Liderança é a influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do

processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos.

Em primeiro lugar, a liderança é um tipo de influenciação entre pessoas: uma pessoa

influencia a outra em função dos relacionamentos existentes entre elas. Em segundo, a

liderança é função das necessidades existentes numa determinada situação e consiste numa

relação entre indivíduo e grupo. Em terceiro lugar, a liderança é dirigida através do

processo de comunicação humana. Ela pode ser definida como a arte de induzir as pessoas

em cumprirem suas obrigações com zelo e correção. Em quarto lugar, a liderança visa à

consecução de um ou de diversos objetivos específicos e ainda ajuda o grupo a satisfazer

suas necessidades.

Gerência e Liderança

- São complementares e igualmente importantes para uma empresa.

Gerente

- Autoridade atribuída

- Quem administra, gere ou dirige um empreendimento

- Lida com as complexidades, para alcançar objetivos

Líder

- Autoridade conquistada

- Quem guia, conduz, está à frente,

- Promove mudanças, apontando uma direção

- Cria uma visão persuasiva, onde todos os membros da organização acreditam,

entendem e apóiam.

- Mobiliza o comprometimento, forma uma coalizão, orienta o processo de

transformação, e desenvolve o espírito de equipe,

- Empodera funcionários, livra-se de normas e regulamentos que limitam

funcionários,

- Institucionaliza uma cultura de mudança.

- Mensagens simples são as melhores,

- Consegue um ambiente informal e estimulam todos a expor idéias,

- Certifica-se que todos saibam que sua contribuição é importante para o âmbito geral

da empresa,

- Transforma a empresa em uma e-company o quanto antes,

- Preza a qualidade.

Page 47: Apostila gestão de pessoas 2013

Os Estilos de Liderança

a) Liderança Autocrática, Liberal e Democrática

Liderança

Autocrática

Liderança Liberal Liderança

Democrática

Tomada de Decisões Apenas o líder decide

e fixa as diretrizes

sem qualquer

participação do

grupo.

Total liberdade para a

tomada de decisões

grupais ou

individuais, com

participação mínima

do líder.

As diretrizes são

debatidas e decididas

pelo grupo que é

estimulado e

assistido pelo líder.

Programação de

Trabalhos

O líder determina as

providências para a

execução das tarefas,

cada uma por vez, à

medida que se

tornam necessárias e

de maneira

imprevisível para o

grupo.

A participação do

líder no debate é

limitada,

apresentando apenas

alternativas variadas

ao grupo,

esclarecendo que

poderia fornecer

informações desde

que as pedissem.

O próprio grupo

esboça as

providências e

técnicas para atingir

o alvo, com

aconselhamento

técnico do líder,

quando necessário.

As tarefas ganham

novas perspectivas

com o debate.

Divisão do Trabalho O líder determina

qual a tarefa que cada

um deverá executar e

qual seu

companheiro de

trabalho.

Tanto a divisão das

tarefas como a

escolha dos colegas

ficam totalmente por

conta do grupo.

Absoluta falta de

participação do líder.

A divisão de tarefas

fica a critério do

próprio grupo e cada

membro tem

liberdade de escolher

seus colegas de

tarefa.

Participação do Líder O líder é “pessoal” e

dominador nos

elogios e nas críticas

ao trabalho de cada

membro

O líder não faz

nenhuma tentativa de

avaliar ou regular o

curso das coisas.

Somente faz

comentários

irregulares sobre as

atividades, quando

perguntado.

O líder procura ser

um membro normal

do grupo, em

espírito, sem

encarregar-se muito

de tarefas. É objetivo

e limita-se aos fatos

em seus elogios e

críticas.

b) Liderança centrada na tarefa versus liderança centrada nas pessoas

B1) Liderança centrada na tarefa – É a liderança preocupada exclusivamente com o

trabalho e conseguir que as coisas sejam feitas de acordo com os métodos preestabelecidos

e com os recursos disponíveis. Lembra algo da Teoria X.

Page 48: Apostila gestão de pessoas 2013

B2) Liderança centrada nas pessoas – Dá mais ênfase às pessoas do que ao trabalho em si,

procurando compreender e ajudar os subordinados e preocupando-se mais com as metas do

que com os métodos, visando o nível de desempenho desejado. Lembra a Teria Y.

Escolha do Perfil de Liderança

Em 1958, Tannenbaum e Schmidt publicaram um interessante artigo na Harvard Business

Review no qual expõe uma abordagem situacional da liderança. Para eles, existe uma gama

bastante ampla de padrões de comportamento de liderança que o líder pode escolher para as

suas relações com os subordinados. Cada tipo de comportamento está relacionado com o

grau de autoridade utilizado pelo líder e o grau de liberdade disponível para os

subordinados na tomada de decisões. Essa gama pode ser representada por um continuum

de padrões de liderança, como na figura a seguir:

Área de autoridade do líder / Área de liberdade dos subordinados

O líder toma

a decisão e a

comunica aos

subordinados.

O líder

“vende” sua

decisão aos

subordinados.

O líder

expõe suas

idéias e

solicita

perguntas.

O líder

expõe uma

decisão-

ensaio e

sujeita a

mudanças.

O líder

expõe o

problema,

pede

sugestões

e toma a

sua

decisão.

O líder

define os

limites e

pede ao

grupo que

toma a

decisão.

O líder

permite

que o

grupo

decida

livremente.

Para assegurar seu sucesso frente a um ambiente em constante mutação e de elevado grau

de competição, as empresas precisam de líderes eficazes. O líder trabalha com pessoas de

todos os tipos, em todos os níveis da organização e em situações altamente diversas. A

eficácia de um líder consiste em:

a) Constituir sua própria equipe e escolher adequadamente as pessoas que irão

trabalhar com ele,

b) Treinar e desenvolver continuamente as pessoas, mantendo um elevado

grau de habilidades e de conhecimentos,

c) Ajudar os subordinados a continuamente reformatarem e redesenharem as

suas tarefas e cargos para o alcance e manutenção de elevados graus de

satisfação profissional,

d) Visar o comprometimento sincero das pessoas com relação a objetivos e

metas individuais, grupais e organizacionais,

e) Motivar as pessoas, elevando a sua auto-estima e o seu sentimento de

realização.

f) Monitorar e avaliar o desempenho das pessoas e grupos para verificar o seu

progresso e desenvolvimento a fim de assegurar elevados níveis de

desempenho através de retroação imediata, segura e corretiva.

g) Recompensar firmemente para assegurar reforço positivo do desempenho

eficiente e eficaz dos subordinados e da equipe e garantir justiça distributiva

com relação aos ganhos de produtividade obtidos com seu pessoal.

Page 49: Apostila gestão de pessoas 2013

Assim, as conclusões que se pode tirar a respeito da liderança são as seguintes:

a) Focalização nos objetivos,

b) Orientação para a ação,

c) Autoconfiança,

d) Habilidade no relacionamento humano,

e) Criatividade e inovação,

f) Flexibilidade,

g) Tomada de decisão,

h) Padrões de desempenho.

Criatividade e Inovação

Criatividade significa a aplicação da engenhosidade e imaginação para proporcionar uma

nova idéia, uma diferente abordagem ou uma nova solução para um problema. Em

situações complexas e mutáveis de trabalho, os gerentes precisam utilizar todas as

vantagens da participação, envolvimento e empoderamento (empowerment) das pessoas

para estimular a criatividade individual e grupal. A habilidade de encorajar a criatividade e

tolerar erros parece ser hoje em dia uma das mais importantes responsabilidades gerenciais.

Porque quem erra pode acertar mais rapidamente. A criatividade é a base para a mudança

construtiva e o seu aspecto mais importante se chama inovação.

Inovação é o processo de criar novas idéias e coloca-las em prática. Nas organizações pode

ocorrer sob duas formas: inovação de processos, com a criação de novas maneiras de fazer

as coisas; e inovação de produtos, que resulta na criação de produtos ou serviços novos ou

melhorados.

O processo de inovação ocorre em quatro etapas:

1) Criação de idéias - Proporciona novas formas de conhecimento através de

descobertas.

2) Experimentação inicial – As idéias são inicialmente testadas em seus conceitos

através de discussões com outras pessoas, clientes, consumidores ou técnicos e/ou

na forma de protótipos ou amostras.

3) Determinação da viabilidade – Identificam custos e benefícios potenciais, assim

como mercados e aplicações potenciais.

4) Aplicação final – O novo produto é comercializado ou o novo produto é

implementado.

Quer saber mais? Leia:

Gestão de Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1999. Ed. Campus. Capítulo 13.

Gerenciando Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1992. Makron Books. Capítulo 7.

Desenvolvendo as Competências Profissionais. Nilbo Ribeiro Nogueira. 2001. Érica. Capítulo 5.

Administração: conceitos e aplicações. Megginson, Leon C. et al, 1986. Harbra. Capítulo 13.

Revista HSM Management. Uma liderança sob medida. Pg. 56/66. Maio/Jun. 2002.

Revista HSM Management. A alma da liderança. Pg. 60/63. Jul/AG. 2002.

Revista HSM Management. A nova liderança. Pg. 75/83. Edição especial 2000.

Revista HSM Management. Incubadora de líderes. Pg. 80/86. Maio/Jun. 2001.

Page 50: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 9

ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS

Implantação e Planejamento

Análise de Cargos

Coleta de Dados

Descrição e Especificação de Cargos

Avaliação de Cargos

Métodos de Avaliação de Cargos

Passos para a implantação de um Plano de Cargos e Salários

Seguramente um dos pontos mais importantes para uma boa e adequada gestão de Recursos

Humanos é a existência de um Plano de Cargos e Salários, consistente e voltado para a

dinâmica, estratégia e eficiência dos negócios da Organização.

Um bom Plano de Cargos e Salários deve ser estruturado a partir do equilíbrio interno

(hierarquia de cargos) e do equilíbrio externo (mercado), deve ainda, estar apoiado numa

política e critérios claros de administração, de modo a permitir, avaliação de cargos e

salários, captação e retenção de mão-de-obra e, ainda, na melhoria do clima organizacional,

levando os ganhos de produtividade.

Um bom Plano de Cargos e Salários deve atingir os seguintes objetivos:

• Estabelecer política salarial justa e competitiva com base nos fatores internos

correlacionados a valores de mercado e elaborar normas que assegurem um tratamento

eqüitativo;

• Determinar estruturas salariais capazes de reter seus profissionais e de atrair

colaboradores para atividades específicas;

• Elaborar perfis de cargos que representem efetivamente a atual estrutura organizacional

da empresa, mas já sinalizando a evolução desejada do perfil dos cargos, e propiciando

análises para seu uso em outros objetivos de Recursos Humanos;

Page 51: Apostila gestão de pessoas 2013

• Definir mais claramente as responsabilidades básicas de cada cargo na organização;

• Determinar os valores relativos dos cargos e estabelecer um equilíbrio interno sem

distorções salariais, de acordo com as referências de mercado;

• Harmonizar os interesses econômico-financeiros da organização com os interesses de

crescimento e qualidade de vida de seus colaboradores;

• Racionalizar a estrutura organizacional;

• Possibilitar redução / simplificação da estrutura organizacional;

• Servir de base para evolução qualitativa dos profissionais.

Percebe nestes objetivos a importância deste poderoso instrumento gerencial e a seguir

apresentamos as principais fases para a implantação eficiente de um Plano de Cargos e

Salários.

Fase A - Organização e Planejamento do Trabalho

Nesta fase inicial deverão ser coletadas todas as informações que permitam um

conhecimento genérico de cunho organizacional, funcional e hierárquico; políticas,

procedimentos e níveis de remuneração atualmente praticados; aspectos estratégicos,

administrativos, objetivo negociar, mercado concorrente, sindical, etc. e tudo mais que

cerca a empresa no que tange ao relacionamento com sua mão-de-obra. Todas estas

informações têm um caráter de extrema importância para o melhor entendimento da cultura

da empresa, fundamentais para o sucesso do projeto. O legítimo envolvimento e interesse

do corpo executivo com relação ao projeto são definitivos para o sucesso do trabalho.

Fase B - Divulgação

A divulgação do projeto é extremamente importante para dar conhecimento a todos os

níveis e colaboradores da organização acerca dos objetivos e metodologia a serem

empregados, bem como o de buscar uma postura participativa e o comprometimento de

todos, estabelecendo um canal de comunicação único e transparente, minimizando

expectativas geralmente criadas por falta ou omissão de informações.

Fase C - Levantamento de Atribuições

É a fase onde se deve identificar e levantar todas as funções existentes na empresa em todos

os níveis através, de processos de entrevistas e/ou questionários para a elaboração das

Descrições de Cargo. O processo de levantamento também deve servir para análise,

uniformização e padronização dos cargos.

Page 52: Apostila gestão de pessoas 2013

Fase D - Descrições de Cargo

O levantamento e análise de todos os postos de trabalho da empresa é que serão o subsidio

para a elaboração das Descrições de Cargo. Ela é a narrativa que contém os aspectos

intrínsecos do cargo, seu conteúdo, ou seja, o que o cargo FAZ COMO FAZ e PARA QUE

FAÇA, bem como com as Especificações, Competências e Habilidades para o pleno

desempenho do ocupante da posição.

Fase E - Avaliação e Classificação dos Cargos

É o momento de adequar o valor relativo de cada cargo (equilíbrio interno), ou seja,

dimensionar e hierarquizar por ordem de importância todos os cargos da organização.

Existem diversas técnicas e metodologias de Avaliação de Cargos, e a empresa deverá

escolher qual a mais adequada às suas necessidades.

Fase F - Pesquisa Salarial

Junto com a Avaliação dos Cargos é parte fundamental de todo o PCS – Plano de Cargo e

Salários. A pesquisa salarial objetiva obter elementos de comparação entre a estrutura da

empresa e os níveis de remuneração praticados pelas principais empresas do mercado na

qual a organização se insere. É a garantia da eqüidade externa de qualquer política salarial,

deve ser feita através de uma pesquisa de mercado junto às outras empresas da mesma

região, porte, ramo de atividade etc.

Page 53: Apostila gestão de pessoas 2013

Fase G - Determinação de Estrutura Salarial

Nesta fase a empresa deverá fazer o "casamento" entre a Avaliação de Cargos e os

Resultados da Pesquisa Salarial; é o momento onde se calcula os valores das faixas salariais

para cada cargo ou grupo de cargos da empresa, bem como é o momento onde a

organização vai determinar o grau de agressividade definido pelo Salário Médio de

Mercado.

A Estrutura Salarial, ou Tabela Salarial é um agrupamento de cargos em Classes, com uma

faixa salarial para cada Classe de cargos, dividida em níveis salariais.

Fase H - Exercício de Enquadramento de Cargos e Salários

É a fase onde se calculam todos os custos envolvidos na implantação do PCS, bem como a

estratégia de implantação de acordo com as condições financeiras da empresa tentando

minimizar os impactos que por ventura possam ocorrer.

Fase I - Política de Cargos e Salários

Aqui "fechamos" todo o processo de criação e implantação do PCS, bem como os

mecanismos para a manutenção do mesmo. A Política de Cargos e Salários consiste no

conjunto de normas, procedimentos e ações que zelam pelas premissas básicas da

administração de cargos e salários, são os critérios utilizados para as Trajetórias de Cargos

e Salários; Políticas de Crescimento Profissional; Modalidades de Crescimento Profissional

(Aumento Horizontal, Promoção Vertical, Promoção Vertical No Mesmo Cargo, Promoção

Vertical Com Mudança de Cargo); Posicionamento da Estrutura Salarial frente ao mercado

de trabalho; periodicidade da atualização da Estrutura de Cargos e Salários.

Page 54: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 10

REMUNERAÇÃO

É o pacote de recompensa quantificáveis que um empregado recebe pelo seu trabalho.

Inclui três componentes: remuneração básica, incentivos salariais e remuneração

indireta/benefícios.

A remuneração básica é representada pelo salário mensal, ou horário.

Os incentivos salariais são concebidos sob diversas formas, como bônus e participação nos

resultados a título de recompensa por resultados alcançados.

Os benefícios são concedidos através de vários programas (como férias, seguro de vida,

transporte, refeições).

Recompensas Financeiras e Não-Financeiras

As recompensas financeiras podem ser classificadas em diretas e indiretas. A recompensa

financeira direta consiste no pagamento que cada empregado recebe na forma de salários,

bônus, prêmios e comissões. A recompensa financeira indireta inclui: férias, gratificações,

gorjetas, adicionais (de periculosidade, insalubridade), participação nos resultados.

As recompensas não-financeiras oferecidas pela organização, como orgulho, auto-estima,

reconhecimento, segurança no emprego, afetam a satisfação das pessoas com o sistema de

remuneração.

Pesquisa Salarial

Deve haver compatibilidade de salários dentro da organização (equilíbrio interno) e dentro

do mercado (equilíbrio externo). O equilíbrio interno é garantido através da avaliação e

classificação dos cargos. O equilíbrio externo é obtido através de pesquisas salariais para

verificar o que o mercado está pagando.

Para não precisar trocar informações a respeito de todos os cargos, torna-se necessário

selecionar os cargos de referência ou cargos amostrais (benchmarks job). Os cargos de

referência devem possuir três características, a saber:

1) Devem representar os vários pontos da curva ou reta salarial da organização,

2) Devem representar os vários setores de atividade da organização,

3) Devem ser facilmente identificáveis no mercado.

Os critérios para seleção de empresas amostrais são:

1) Localização geográfica,

2) Ramos de atividade,

3) Tamanho,

4) Política Salarial.

Page 55: Apostila gestão de pessoas 2013

Política Salarial

É o conjunto de decisões organizacionais tomadas a respeito de assuntos relacionados com

a remuneração e benefícios concedidos aos funcionários. O objetivo principal da

remuneração é criar um sistema de recompensas que seja eqüitativo tanto para a

organização como para os funcionários.

Recompensas Financeiras

A maioria das organizações adota vários tipos de recompensas financeiras:

1) Recompensas relacionadas com objetivos de realização empresarial, como o lucro

ou prejuízo. A participação nos resultados anuais ou semestrais é um exemplo desse

critério.

2) Recompensas vinculadas ao tempo de serviço do funcionário e que são concedidas

automaticamente em certos intervalos, como cinco ou dez anos (qüinqüênios,

decênios).

3) Recompensas relacionadas com o desempenho claramente excepcional. É o

aumento por mérito.

4) Recompensas relacionadas com resultados departamentais, divisionais ou mesmo

globais, objetivamente quantificáveis. È a chamada remuneração variável.

O sistema de recompensas deve levar em conta o conceito de reforço positivo de Skinner:

todo comportamento é determinado pelas suas conseqüências. O reforço positivo é

fundamentado em dois princípios básicos:

1) As pessoas procuram desempenhar suas atividades da maneira pela qual obtêm

maiores recompensas ou benefícios,

2) As recompensas obtidas atuam no sentido de reforçar cada vez mais a melhoria do

desempenho.

Novos Métodos de Remuneração

Em uma era de competitividade, a remuneração fixa tornou-se insuficiente para motivar e

incentivar as pessoas, obter um comportamento proativo, empreendedor e eficaz na busca

de metas e resultados excelentes. Daí a adoção de novos modelos de remuneração como a

remuneração variável.

Prós e contras da Remuneração fixa:

Prós:

1) Facilita o equilíbrio interno e o equilíbrio externo.

2) Homogeniza e padroniza os salários dentro da organização

3) Facilita a administração dos salários e o seu controle centralizado

4) Permite uma base lógica e racional para a distribuição de salários

5) Focaliza a execução das tarefas e a busca da eficiência.

Page 56: Apostila gestão de pessoas 2013

Contras:

1) Não apresenta motivação intrínseca: funciona apenas como fator higiênico.

2) Não incentiva o espírito empreendedor nem a aceitação de riscos e

responsabilidades,

3) Funciona como elemento de conservação da rotina e do status quo.

4) Remunera as pessoas em função do tempo disponibilizado e não pelo desempenho

ou pelo alcance de metas ou resultados.

Remuneração Variável É a parcela da remuneração total creditada periodicamente – semestralmente, anualmente –

a favor do funcionário. Em geral, é de caráter seletivo e depende dos resultados

estabelecidos pela empresa em um determinado período através o trabalho em equipe ou do

funcionário tomado isoladamente.

Prós e Contras da Remuneração Flexível

Prós

1) Ajusta a remuneração às diferenças individuais das pessoas e ao alcance de metas e

resultados.

2) Funciona como motivação intrínseca, ou seja, como fator motivacional, dando

ênfase à auto-realização pessoal.

3) Premia o bom desempenho e incentiva o desempenho excepcional.

4) Focaliza os resultados e o alcance de objetivos.

5) Permite uma auto-avaliação, pois funciona como retroação.

6) Estabelece uma remuneração adicional e contingencial.

7) Não produz impacto sobre os custos fixos da organização.

Contras:

Requer certa dês-administração salarial.

Altera as estruturas salariais lógica e rigidamente estabelecidas, instalando a

contingência em função do desempenho.

Quebra a isonomia dos ganhos dentro da organização.

Reduz o controle centralizado dos salários.

Pode provocar queixas dos funcionários não beneficiados e possíveis pressões

sindicais.

As duas forma mais utilizadas de remuneração variável pelas empresas brasileiras são:

participação nos lucros e participação nos resultados.

O programa de participação nos lucros consiste no recebimento das bonificações vinculado

aos resultados globais da empresa. Idealmente, estabelece-se uma fórmula que determina a

Page 57: Apostila gestão de pessoas 2013

divisão de lucros após terem estes atingidos certos nível. Pode também ser definida, como a

participação nos lucros líquidos das empresas.

A Participação nos Resultados costuma combinar um sistema de bônus com a prática da

administração participativa. O recebimento do bônus é vinculado ao atendimento de metas

previamente negociadas. Este programa é dividido em campos de resultados com pesos

específicos. Em cada campo são determinados objetivos (alvo), indicadores (medidas), e

padrões de desempenho (metas). É importante ressaltar que tais indicadores devem ser

relevantes e alcançáveis perante os resultados da empresa.

Quer saber mais? Leia:

Gestão de Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1999. Ed. Campus. Capítulo 9 e 10.

Remuneração Estratégica. Wood Jr, Thomaz, et al. 1996. Atlas. Capítulo 2.

Page 58: Apostila gestão de pessoas 2013

CAPÍTULO 11

BENEFÍCIOS SOCIAIS

São certas regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento

adicional dos salários, à totalidade ou a parte de seus funcionários.

Tipos de benefícios sociais:

1. Quanto à sua exigibilidade legal

- Benefícios legais: são os benefícios exigidos pela legislação trabalhista ou

previdenciária, ou ainda por convenção coletiva entre sindicatos. Ex: férias,

13 Salário, aposentadoria, seguro de acidentes de trabalho, auxílio-doença,

salário-família, salário-maternidade.

- Benefícios espontâneos: são os benefícios concedidos por mera liberalidade

das empresas, já que não são exigidos por lei nem por negociação coletiva.

Ex: gratificações, refeições, transporte.

2. Quanto à sua natureza

- Benefícios monetários: são os benefícios concedidos em dinheiro,

geralmente através da folha de pagamento, e que geram encargos sociais

deles decorrentes. Ex: férias, 13 salário, gratificações.

- Benefícios não-monetários: são os benefícios não financeiros oferecidos na

forma de serviços, vantagens ou facilidades para os usuários, como:

refeitório, assistência médico-hospitalar, clube ou grêmio, horário móvel ou

flexível.

3. Quanto aos seus objetivos

- Benefícios assistenciais: são os benefícios que visam prover o funcionário e

sua família de certas condições de segurança e previdência em casos de

imprevistos ou emergências, muitas vezes fora de seu controle ou de sua

vontade. Incluem: assistência médico-hospitalar, assistência odontológica,

serviço social, creche para filhos de funcionários.

- Benefícios recreativos – são os serviços e benefícios que visam proporcionar

aos funcionários condições físicas e psicológicas de repouso, diversão,

recreação, higiene mental ou lazer. Incluem: clube, áreas de lazer em

intervalos de trabalho, música ambiente, passeios e excursões programadas.

- Planos supletivos: são serviços e benefícios que visam proporcionar aos

funcionários certas facilidades, conveniências e utilidades para melhorar sua

qualidade de vida. Incluem: transporte, restaurante no local de trabalho,

estacionamento privativo, horário móvel de trabalho, agência bancária no

local de trabalho.

Page 59: Apostila gestão de pessoas 2013

Objetivos dos Planos de Benefícios

1) Objetivos individuais – Os benefícios procuram atender às necessidades individuais

das pessoas, proporcionando uma vida pessoal, familiar e de trabalho mais tranqüila

e produtiva. Visam proporcionar condições para que cada pessoa possa desligar-se

das preocupações cotidianas e concentrar-se nas atividades de trabalho para

satisfazer necessidades mais elevadas.

2) Objetivos econômicos – devem funcionar como um elemento de atração e de

retenção de pessoal. Visam:

- Reduzir a fadiga física e psicológica das pessoas,

- Apoiar o recrutamento de pessoal e atrair candidatos,

- Reduzir a rotatividade do pessoal e fixar as pessoas na empresa,

- Reduzir o absenteísmo,

- Melhorar a qualidade de vida das pessoas,

- Minimizar o custo das horas trabalhadas.

3) Objetivos sociais - procuram preencher deficiências, lacunas ou carências da

previdência social, do sistema educacional e dos demais serviços prestados pelo

governo ou pela comunidade, como transporte, segurança, etc. De um modo geral,

os planos de benefícios sociais são planejados e desenhados para ajudar o

funcionário em três diferentes áreas de sua vida:

- No cargo: envolvendo gratificações, prêmios de produção, seguro de vida,

etc.

- Fora do cargo, mas dentro da organização: envolvendo refeitório, cantina,

lazer, transporte, etc.

- Fora da organização, na comunidade: envolvendo recreação, atividades

esportivas e comunitárias, etc.

Desenho do Pacote de Benefícios

Cada organização oferece um plano de benefícios que é desenhado de acordo com critérios

próprios e específicos. A tendência aponta para uma evolução no sentido da satisfação das

necessidades sociais, de auto-estima, e de auto-realização. Para tanto, as organizações

precisam preparar-se para atender essa demanda futura.

Em geral, cada organização define um ou mais pacotes de benefícios sociais. Algumas

organizações preferem um plano genérico e eqüitativo para a totalidade de seu pessoal,

indistintamente. Outras preferem segmentar a população-alvo em diferentes níveis e

oferecer planos diferenciados e com caráter etilista.

Page 60: Apostila gestão de pessoas 2013

Critérios de Desenho

O desenho de um plano de benefícios sociais deve levar em conta dois critérios

importantes:

1) Princípio do retorno do investimento: salienta que todo benefício deve ser

concedido aos funcionários, desde que traga algum retorno à organização. Esse

retorno pode ser avaliado em termos de aumento da produtividade, elevação do

moral, melhoria da qualidade, retenção de talentos ou qualquer outro indicador.

2) O princípio da mútua responsabilidade: salienta que o custeio dos benefícios sociais

deve ser compartilhado entre a organização e os funcionários beneficiados. Alguns

pacotes de benefícios são pagos totalmente pela organização (serviços social,

pagamento de horas não trabalhadas), outros são rateados (refeições, transporte,

assistência educacional), e outros ainda são pagos totalmente pelos funcionários

(seguro de vida em grupo, convênio com supermercado).

Etapas do desenho do plano de benefícios

A tomada de decisões sobre benefícios e serviços sociais deve considerar os seguintes

aspectos:

1) Os programas de benefícios legais precisam estar interligados com as contribuições

previdenciárias,

2) Há puçá evidência de que os benefícios e serviços realmente motivam um melhor

desempenho,

3) Os benefícios não aumentam necessariamente a motivação das pessoas, pois

funcionam como fatores higiênicos,

4) Muitos funcionários visualizam os benefícios como mera perfumaria,

5) Os sindicatos, os concorrentes e as tendências do mercado pressionam

continuamente para aumentar os benefícios espontâneos,

6) Os custos dos benefícios tendem a crescer fortemente.

As etapas do desenho do plano de benefícios são as seguintes:

1) Estabelecer objetivos e estratégia de benefícios. Existem três estratégias de

benefícios:

a) Estratégia de pacificação: oferecer os benefícios que os funcionários

desejam,

b) Estratégia comparativa de benefícios: proporcionar programas similares aos

programas existentes no mercado.

c) Estratégia de benefícios mínimos: oferecer os benefícios e apenas os

benefícios espontâneos de menor custo.

Page 61: Apostila gestão de pessoas 2013

2) Envolver todos os participantes e sindicatos – Pesquisar e saber o que os

funcionários realmente desejam e de que necessitam.

3) Comunicar os benefícios – Fazer com que os funcionários compreendam

perfeitamente o plano.

4) Monitorar os custos – O monitoramento requer acompanhamento e constante

avaliação do desempenho e dos custos envolvidos. Os seguintes aspectos devem ser

avaliados:

a) Custo total dos benefícios mensal e anualmente para todos os funcionários,

b) Custo mensal e anual por funcionários,

c) Percentagem da folha de pagamento, mensal e anual,

d) Custo por funcionário por hora.

Quer saber mais? Leia:

Gestão de Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1999. Ed. Campus. Capítulo 11.

Gerenciando Pessoas. Idalberto Chiavenato. 1992. Makron Books. Capítulo 10.